SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 88
Baixar para ler offline
1
CUIDANDO DE CUIDADOR
GUIA PRÁTICO PARA
CUIDADORES INFORMAIS
ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA
São Paulo - 2011
2
SPDM
Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
Presidente
Prof. Dr. Rubens Belfort Mattos Jr.
Vice-Presidente
Prof. Dr. José Luiz Gomes do Amaral
Conselheiros
Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola
Prof. Dr. Luc Louis Maurice Weckx
Prof. Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira
Prof. Dr. Valdemar Ortiz
Profa. Dra. Emília Inoue Sato
SPDM Instituições afiliadas
Superintendente
Dr. Nacime Salomão Mansur
Coordenadora das Diretorias Clínicas
Prof. Dra. Roseli Giudici
Coordenadora Administrativa
Maria Alice Ferreira Lopes
Coordenadora das Diretorias de Enfermagem
Elizabeth Akemi Nishio
COLABORADORES
Ana Maria Silva • Enfermeira
Antonio Carlos V. Vazquez •Psicólogo
Eliane T. L. Almeida • Assistente Social
Fabiana Dantas • Fisioterapeuta
Jackeline Pillon • Fonoaudióloga
José Carlos Martins • Fisioterapeuta
Maira Barros Hasemi • Fonoaudióloga
Patrícia A. L. Maciel • Nutricionista
Tenille G Aguiar • Terapeuta Ocupacional
Revisor
Dra. Sandra de Oliveira Guaré
Coordenador
Dra. Yumi Kaneko
Guia Aprovado pela Comissão de Prontuário do
Hospital Geral de Pirajussara em 18/11/2008
A SPDM há 77 anos caracteriza-se pelo empreededo-
rismo e inovação na saúde e sente-se muito orgulho-
sa com este livro que vem ampliar a ação das equipes
de saúde dando ênfase e poder de ação curativa aos
familiares e elementos da comunidade.
Na sociedade moderna as fronteiras entre especia-
listas e profissionais é cada vez mais difusa com a
necessidade de criação de habilidades e comporta-
mentos resolutivos em benefício do paciente, com
respeito a sua cidadania.
Um dos grandes desafios da nossa época é a interface
das diferentes tecnologias e o interelacionamento entre
a tecnologia que depende de máquinas e a tecnologia
humana que cuida também da comunicação e segue
uma das mais importantes na área da saúde.
A equipe da SPDM sob a liderança do Dr. Nacime
Salomão Mansur é multidisciplinar e nesse livro que
envolve praticamente todas as áreas relacionadas aos
cuidados dos pacientes apresenta com maestria, en-
sinamentos muito importante sobre a arte de cuidar,
amparar, diminuir o sofrimento, aumentar a qualidade
de vida e o bem estar.
A tecnologia e a quantidade de informações disponí-
veis é sem dúvida enorme e cada vez maior. No en-
tanto, muitas vezes necessitamos apenas uma peque-
na parte dela, para confortar nossos pacientes e não
necessitamos de currículos extensos e inúmeros arti-
gos publicados para poder ensinar, transmitir e pensar
aquilo que é necessário para ajudar as pessoas.
Esse guia prático para cuidadores informais preen-
che dois dos objetivos mais importantes na área da
tecnologia da saúde: A inovação e a Difusão. Pro-
fissionais muito bem capacitados e experientes en-
sinam o cuidador informal, membro da família e da
comunidade a desenvolver as habilidades necessárias
para conversar, orientar e até mesmo impor, quando
necessário,as condutas ao bem estar do paciente.
PREFÁCIO
s
A sociedade moderna, caracterizada por parcelas
cada vez maiores de famílias desestruturadas, fratu-
radas e desamparadas bem como o número muito
grande de idosos precisa cada vez mais dos cuida-
dores formados e informais e de Manuais como este.
Prof. Dr. Rubens Belfort Mattos Jr.
5
A arte do cuidador é agregar a um ato de respei-
to e solidariedade, alguns conhecimentos técnicos,
compromisso e empenho no resgate da dignidade
humana e qualidade de vida.
Estes atributos separados, por maior que seja a boa
vontade, não alcançam o resultado esperado e de-
sejado.
Assim, é fundamental, além dos estímulos naturais
para o ato de cuidar, que a pessoa esteja munida
de conhecimentos técnicos básicos para a tarefa,
permitindo melhor entendimento sobre as necessi-
dades, dificuldades e características dos problemas
que acometem o paciente e familiares, bem como,
utilizando técnicas e processos de higienização,
alimentação, etc, propiciem maior qualidade aos
cuidados prestados e, portanto, maior segurança ao
paciente.
Certamente, somente o ato técnico bem realizado,
não comtempla a totalidade das expectativas que
cercam a vida de alguém com limitações ou neces-
sidades especiais, sendo inestimável uma relação ci-
dadã baseada no tratamento respeitoso, na ausência
de preconceitos, no carinho e compreensão.
Este Manual traz com muita propriedade conheci-
mentos importantes para quem tem a nobre missão
de ser cuidador.
Dr. Nacime Salomão Mansur,
Superintendente das Instituições Afiliados da SPDM
APRESENTAÇÃO
s
6
7
INTRODUÇÃO
Por que este manual?
O presente manual foi criado a partir da necessidade
de registrar as informações que vínhamos fornecen-
do aos cuidadores durante as orientações técnicas
e nas rodas de conversas que acontecem no grupo
“Cuidando de Cuidador”, encontro semanal entre
cuidadores, familiares e profissionais de saúde que
tem sido uma rotina desde 2007, no Hospital Geral
de Pirajussara.
Sabemos quão difícil é a função do cuidador. Muitas
vezes, deparamos com conflitos entre os familiares
e profissionais de saúde no momento da alta hospi-
talar por cuidadores não se sentirem seguros para
levar e cuidar do seu familiar no domicílio. Além do
medo gerado pelo desconhecimento, observamos
também o sentimento de desamparo destes familia-
res nesta situações.
Pensando nesse conjunto de problemas, pedimos a
um grupo de profissionais que se dedicam ao aten-
dimento de pessoas com incapacidades funcionais
temporárias ou permanentes que escrevessem sobre
os temas que constam deste manual. Pudemos con-
tar com uma preciosa colaboração dessas pessoas,
que se esforçaram para comunicar conhecimentos
complexos sobre os vários aspectos do cuidar em
linguagem simples e direta. Eles procuraram dar
também, orientação concreta para que o cuidado ao
paciente possa ser realizado de forma a atender as
suas múltiplas necessidades, de uma maneira ade-
quada e sem prejudicar a saúde física e emocional
do cuidador.
A quem se destina este manual?
Evidentemente, este manual não substitui a assis-
tência profissional e especializada de saúde que os
pacientes devem receber nos devidos momentos.
Entretanto, os familiares podem consultá-lo a fim de
8
auxiliá-los nas eventuais dúvidas que tiverem durante
o ato de cuidar dos pacientes em casa. Assim, este
manual é destinado a todos cuidadores, familiares
ou não, a ser utilizados em vários momentos:
- enquanto paciente estiver internado, os cuidadores
podem se preparar para alta hospitalar, recebendo
orientações ou treinamentos pelos profissionais ba-
seado nos assuntos discutidos neste manual;
- após a alta hospitalar, podem consultar o manual
para sanar as dúvidas sobre como e o que fazer para
cuidar bem do seu familiar com saúde debilitada
Como consultar este manual?
Pensando na comodidade para usuários, este manu-
al é divido conforme assuntos (banho, alimentação,
adaptações domiciliares, etc.). Mais de um profissio-
nal contribuiu para escrever os capítulos, de maneira
que todos os procedimentos descritos são condutas
discutidas entre profissionais de várias áreas. Basta o
usuário procurar o assunto de interesse no sumário
para encontrar os esclarecimentos que se busca.
Esperamos cuidar dos cuidadores através deste ma-
nual acolhendo e mostrando os caminhos que po-
dem ser seguidos durante a árdua tarefa de cuidar
dos outros. Lembramos, porém, que é essencial que
cada cuidador cuide de si primeiro para cuidar dos
outros nas suas melhores condições.
Agradecemos profundamente à liderança da SPDM,
diretoria e todos colaboradores do Hospital Geral
de Pirajussara que acreditaram na importância deste
trabalho e se empenharam para concretizar a elabo-
ração deste manual.
Equipe de Cuidadores HGP
SUMÁRIO
BANHO ...................................................................	13
Cuidados de higiene em pacientes dependentes.	13
Quando tomar banho for um problema... ............	13
Indo para o banheiro ..............................................	13
Banho propriamente dito .......................................	14
Banho no leito .........................................................	15
Seqüências para o banho .......................................	16
Higiene íntima .........................................................	17
Auto cuidado ...........................................................	17
ÚLCERAS DE PRESSÃO (ESCARAS) ....................	18
Locais onde é mais comum o
aparecimento de escaras .......................................	18
Prevenção de escaras .............................................	18
Evitar que o paciente durma o dia todo
e sempre que possível: ...........................................	19
Acessório improvisado para
mudança de posição ..............................................	19
Tratamento de escara .............................................	21
Cuidados com pacientes inconscientes ...............	22
SONDA VESICAL DE DEMORA ..........................	23
Tratamento de urina ...............................................	24
Cateterismo vesical intermitente:
técnica limpa............................................................	25
TREINAMENTO DE INTESTINO ..........................	30
O programa de treinamento do intestino
inclui os seguintes passos ......................................	30
CUIDADOS COM A OSTOMIA ..........................	32
Vida social e familiar ..............................................	32
Hora do banho ........................................................	33
Uso de roupas .........................................................	33
Exercícios físicos e prática de esportes .................	33
Freqüência do esvaziamento da bolsa .................	33
Cuidados com a pele periestomal ........................	33
CUIDADOS NA SAÚDE BUCAL ..........................	34
A importância dos cuidadores na saúde bucal....	34
Dedicação, carinho e orientação correta ............	34
Escova dental .........................................................	36
Desinfecção de prótese .........................................	37
A Língua ..................................................................	38
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NUTRIÇÃO.........	39
Noções de nutrição ...............................................	39
Pirâmide de alimentos ...........................................	40
Formas de Alimentação ........................................	42
Dietas hospitalares ................................................	42
Tipos de dietas ( via oral) ......................................	42
Dieta enteral - forma de preparo .........................	43
Dicas importantes para alimentar o paciente .....	43
Adaptações caseiras ..............................................	44
DISFAGIA (DIFICULDADE DE ENGOLIR) ..............	48
O que observar e como ajudar
durante as refeições ...............................................	48
PACIENTE QUE USA SONDA DE
ALIMENTAÇÃO......................................................	50
Técnicas de preparo e higienização de
sonda de alimentação ............................................	53
POSICIONAMENTO NO LEITO ORIENTAÇÕES
PARA O PACIENTE ACAMADO ..........................	54
TRANSFERÊNCIAS ...................................................	56
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS ...............................	59
Abaixo são citados exemplos de adaptações .....	59
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL ...............................	61
PROTEGER O PACIENTE ......................................	63
É PRECISO MANTÊ-LO OCUPADO ...................	65
COMUNIÇÃO .......................................................	66
Dificuldades de comunicação
após um derrame....................................................	66
CUIDADOS COM A MEDICAÇÃO .......................	66
EXERCÍCIOS PARA O PACIENTE ........................	70
PARA AQUELES QUE CONSEGUEM
NOS AJUDAR ........................................................	71
Exercícios respiratórios ..........................................	71
Tosse ativa ..............................................................	71
Posicionamento ......................................................	71
PARA AQUELES QUE NÃO
CONSEGUEM NOS AJUDAR
(pacientes traqueostomizados).............................	72
CUIDADOS NOS ASPECTOS
PSICOLÓGICOS DO PACIENTE ..........................	74
Saiba que o paciente está vivenciando: ...............	74
O paciente pode emitir
comportamentos como .........................................	74
Diante desses quadros o cuidador pode ter ........	75
Pode vivenciar .........................................................	75
Calma! Procure: ......................................................	75
CUIDANDO DO CUIDADOR .............................	77
Cuidados com as emoções ....................................	77
Cuide do seu corpo ................................................	79
Existem muitas formas de incorporar a atividade
física à sua vida.
Veja algumas dicas e sugestões:.............................	79
DICAS DE EXERCÍCIOS PARA O CUIDADOR .......	81
Exercícios para o pescoço (coluna cervical): .......	81
Exercícios para os ombros: ....................................	81
Exercícios para os membros superiores: ..............	82
Exercícios para os membros inferiores: ................	82
PREVIDÊNCIA SOCIAL PARA O CUIDADOR.....	83
Que o paciente ou familiar cuidador
podem requerer: Amparo assistencial ao paciente
ou deficiente   LOAS - Lei orgânica de assistência
social ........................................................................	83
Aposentadoria por idade: .....................................	83
Aposentadoria por invalidez : ..............................	83
Documentações para INSS ...................................	83
Acidente de trabalho ..............................................	84
Materiais para uso domiciliar ................................	84
Transporte ................................................................	84
Medicação de alto custo ........................................	84
ÓBITO DENTRO DO HOSPITAL .........................	85
Quando o médico atesta o óbito ..........................	85
Quando o médico não atesta o óbito ..................	85
Óbito na residência ...............................................	85
Importante ...............................................................	86
Pensão .....................................................................	86
Seguro .....................................................................	86
Contas bancarias ....................................................	86
BIBLIOGRAFIA ....................................................	 87
BANHO
Cuidados de higiene em
pacientes dependentes...
A higiene corporal constitui um fator importante
para recuperação, conforto e bem estar do paciente,
bem como a higiene do ambiente, que deve ser
limpo, arejado e com o mínimo necessário para
atendimento das suas necessidades. Deixe no quarto
do doente somente os móveis necessários.
Alguns cuidados deverão ser tomados durante a re-
alização da higiene corporal tais como: não permitir
a existência de correntes de ar, cuidar para que a
porta do banheiro não possa ser trancada pelo lado
de dentro e que a temperatura da água esteja ade-
quada – em torno de 26 a 30º C. 
Quando tomar banho for um problema. 
Tentar identificar a(s) causa(s) da recusa é um bom
começo. O paciente pode estar com dificuldade para
caminhar, ter medo da água, medo de cair, pode
estar deprimido, com infecções que geram mal estar,
dor, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhado por
expor seu corpo diante do cuidador, especialmente
se for do sexo oposto. Respeite seus hábitos! 
Indo para o banheiro
• Prepare o banheiro previamente e leve para lá
todos os objetos necessários para higiene.  
• Elimine correntes de ar fechando portas e janelas. 
• Separe as roupas pessoais antecipadamente.  
• Regule a temperatura da água que deve ser morna. 
• Se possível, o paciente deve ser despido no quarto
e conduzido ao banheiro protegido por um roupão
ou toalha; neste momento, evite fixar os olhos em
seu corpo (isto pode constrange-lo), observe-o sutil-
mente.  
• Evite deixar o paciente sozinho, para evitar quedas. 
13
14
O banho propriamente dito
Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o se neces-
sário.  
Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione,
auxilie. Apenas nos estágios mais avançados da do-
ença o cuidador deve assumir a responsabilidade de
dar o banho.  
Lave a cabeça no mínimo 3 vezes por semana, ob-
serve se há lesões no couro cabeludo. Mantenha se
possível, os cabelos curtos.  
Observe se há necessidade de cortar as unhas dos
pés e das mãos, em caso positivo, posteriormente,
corte-as retas, com todo o cuidado, especialmente
nos pacientes diabéticos.  
Após o banho, seque bem o corpo, principalmente
as regiões de genitais, articulares (dobra de joelhos,
cotovelos, axilas) e interdigitais (entre os dedos).
Para facilitar o banho de chuveiro, você pode alugar,
comprar ou improvisar uma cadeira higiênica.
cadeira higiênica
15
Para estimular a autonomia do paciente você pode
comprar em casas especializadas, ou improvisar,
acessórios que facilitem a realização de pequenas
tarefas, como lavar os pés ou as costas
Banho no leito
O banho de chuveiro é o ideal mas, caso haja
dificuldades (ou impossibilidade) de o paciente sair
da cama, pode ser intercalado, ou mesmo substituído
pelo banho no leito.
Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita
dor na mudança de posição deve-se contar, sempre
que possível, com a ajuda de outra pessoa. Isto evita
acidentes, previne o cansaço excessivo do cuidador
e proporciona maior segurança para o paciente.
Material necessário para o banho: comadre, bacia,
água morna, sabonete, toalha, luvas, escova de
dente, lençóis, forro, plástico e roupas.
A higiene deve sempre ser iniciada pela seqüência
cabeça – pés. Primeiro os olhos, rosto, orelhas e
pescoço. Lavar os braços, tórax e a barriga secando-
os e cobrindo-os.
Na região sob as mamas das mulheres, enxugar bem
para evitar assaduras e micose. Em seguida, passa-se
para as pernas secando-as e cobrindo-as.
Durante o banho colocar forro plástico e apoiar a
bacia com água morna sobre a cama.
Lavar os pés com água e sabonete realizando a
higiene entre os dedos. As costas devem ser lavadas,
secas e massageadas com óleo ou cremes hidratantes
para ativar a circulação.
16
A higiene nas regiões genito-urinário e anal deve
acontecer diariamente e após cada eliminação
evitando assim umidade e assaduras.
Você pode comprar, ou mesmo improvisar acessórios
que facilitem a higiene no leito.
O momento do banho é importante para observar e
avaliar a integridade da pele, dos cabelos, unhas e da
higiene oral. A análise cuidadosa da pele e a avaliação
de aspectos como cor, temperatura, hidratação, incha
ço e vermelhidão podem ser os primeiros sinais indi-
cativos do aparecimento de escaras (feridas).
1 Cabeça
2 Tórax (peito)
3 Braços e mãos
4 Costas
5 Barriga
6 Pernas e pés
7 Partes íntimas (trocar a água antes)
Seqüências para o banho
1
2
44
5
3 3
7
6
Dispositivo inflável
para lavar os
cabelos no leito
17
Higiene íntima
É feita após o ato de urinar e evacuar. Para isso é
colocada uma comadre sob as nádegas do pacien-
te. Em seguida deve-se ensaboar a região genital no
sentido da púbis para o ânus, então jogar a água e
enxugá-la com um pano.
Caso os pêlos estejam grandes e volumosos devem
ser aparados com tesoura para facilitar a limpeza.
Secar cuidadosamente evitando o aparecimento de
lesões e assaduras.
Se o paciente realizar sozinho a sua higiene ou
auxiliar na realização da mesma, deve-se lavar as
suas mãos ao término do procedimento. Durante a
higiene é sempre importante observar as eliminações
(fezes e urina).
Auto cuidado
O cuidador deve saber que ajudar o doente não
é fazer as coisas por ele. Para isso é importante
observá-lo tentando identificar sua potencialidade e
estimulá-lo a ir fazendo sozinho as tarefas em seu
próprio benefício.
Deve-se elogia-lo em cada tarefa que ele realizar
mesmo que para isso seja necessário mais tempo
poisisso pode trazer satisfação e melhoras ao doente.
18
Elas surgem quando o corpo, ou parte dele, está
paralisado e a pessoa não consegue se mexer,
provocando a falta de circulação do sangue e a
formação de feridas (“escaras”). Pacientes com
alterações cognitivas (esclerose, demência) ou de
comportamento, podem ter dificuldade de mudar
de posição e assim, permanecerem horas sob
parte do corpo, formando escaras em locais de
movimentação preservada.
Locais onde é mais comum
o aparecimento de escaras
Ombros, omoplata, cotovelos, quadril, base da
espinha (região sacral), lateral das nádegas, joelhos,
tornozelo e calcanhar.
ÚLCERAS DE PRESSÃO (ESCARAS)
Escara no calcanhar
Escara na região do sacro
OmbrosOmoplata
Cotovelos Quadril
Base da espinha
Lateral das nádegas
Joelhos
Tornozelo e calcanhar
Prevenção de escaras
19
Evitar que o paciente durma
o dia todo e sempre que possível:
Mudá-lo de posição de três em três horas e colocá-
lo sentado na cadeira ou sofá. Para facilitar a mu-
dança de posição pelo próprio paciente você pode
improvisar, ou adquirir, barras de apoio para cabe-
ceiras, ou faixas laterais ou inferiores que sirvam de
“cordas” para mobilização.
Acessório improvisado
para mudança de posição
• Sempre que mudar a pessoa de lugar, fazer isso
com cuidado para não raspar a pele no lençol, nos
estofados, ou nas cadeiras. Deixar a roupa que fica
embaixo do paciente sempre lisa e sem dobras e to-
mar cuidado com farelos ou pedacinhos de comida.
Roupas bem folgadas com
prendedores elásticos ou
fáceis de desatar
(por exemplo sutiã com
enganche na frente)
Corda com um laço para
ajudar a pessoa a sentar-sePlaca acolchoada
para prevenir as
escaras
20
• Mobilização no leito usando um lençol para
não “arrastar” (Adaptado do Guia de Deficiências e
Reabilitação)
• Proteger as saliências ósseas com travesseiros,
pequenas almofadas ou lençóis dobrados em forma
de rolo.  
• Levar o paciente aos banhos de sol (utilizar protetor
solar), de preferência, antes das dez horas ou após
as 16 horas, durante 15 a 30 minutos.
• Usar colchão “caixa-de-ovo” que deve ser prote-
gido com lençol de um material plástico específico
denominado “Vapt Vupt”, encontrado em casas de
material cirúrgico e que deve ser colocado em cima
do colchão habitual.
• Colocar comadre ou papagaio com cuidado para
não machucar a pele do paciente.
• Oferecer água, sucos e chá várias vezes ao dia e
em pequenas quantidades.
• Realizar massagens para conforto.
• Manter o paciente limpo; quando ele perder o
controle da urina e das fezes, troque-o sempre que
necessário e aplique uma camada de creme para
proteção.
Rolos de lençois para proteger as saliências ósseas
deitadas de lado.
Colchão caixa de ovo.
Rolos de lençois para proteger as saliências ósseas.
21
• Sempre que possível, andar devagar com a pessoa,
evitando que ela arraste os pés e calcanhares.
• Para os pacientes que ficam em cadeira de rodas
ou poltronas recomenda-se que deixem as nádegas
livres do peso do corpo durante pelo menos 1 minu-
to a cada 15 ou 20 minutos. Se o paciente tem força
nos braços ele pode realizar isto sozinho, conforme
mostra a seqüencia abaixo. Caso contrário você
deve conversar com sua equipe de saúde sobre o
melhor procedimento para o caso específico do seu
paciente.
Tratamento de escara
A avaliação médica e de enfermagem faz-se neces-
sária para a definição do tipo de curativo a ser utili-
zado para cada paciente.
O curativo deve ser trocado de acordo com o tipo
de curativo utilizado, com periodicidade (número
ATENÇÃO
Lavar a pele sempre com muito cuidado. Não se deve
esfregá-la durante a limpeza pois a pele ressecada pode
originar feridas e favorecer o surgimento de escaras.
Lembre-se que uma escara leva 1 hora para surgir e pode
levar meses para cicatrizar.
Quando ela faz isto uma das
nádegas fica levantada.
Comadre
Papagaio
22
de vezes), definidos pelo médico e/ou enfermeira. É
importante evitar a presença de fezes ou urina dire-
tamente sobre a ferida.
Cuidados com pacientes inconscientes
As causas mais comuns de inconsciência são de na-
tureza neurológica como, por exemplo, traumatismo
craniano e derrame.
Como o paciente é incapaz de deglutir há um acú-
mulo de secreções (saliva + catarro) na boca e farin-
ge, tornando difícil a respiração. Essas secreções de-
vem ser retiradas através de aspirações freqüentes.
A elevação da cabeceira do leito a 30 graus (cerca
de 3 travesseiros grossos), também ajuda a prevenir
a entrada de secreções nos pulmões e brônquios,
evitando a pneumonia. Também previne a queda da
língua para “trás”, o que dificulta a respiração e a
torna ruidosa (barulhenta). Você pode elevar a cabe-
ceira com material improvisado, como um pedaço
de madeira, ou pode adquirir o acessório para ser
adaptado à cama do paciente, ou pode alugar uma
cama hospitalar com diferentes inclinações.
Para evitar o ressecamento dos lábios recomenda-
se a aplicação de manteiga de cacau.
A mudança freqüente de posição é importante para
prevenir a formação de escaras.
Para prevenir perdas nos músculos e articulações é
necessário fazer exercícios e atividades orientados
por um fisioterapeuta.
Toda a alimentação e medicação oral devem ser ofe-
recidas por sonda enteral. Deve-se ficar atento aos
sinais de constipação intestinal ou diarréia.
Se isto ocorrer procure o médico.
Elevador cabeceira
23
A sonda de Foley, ou sonda vesical de demora pode
ser utilizada em pacientes que perderam a capacida-
de de urinar espontaneamente, sempre através de
prescrição médica. Neste método a sonda é man-
tida dentro da bexiga, e a urina flui continuamente.
A sonda liga-se a uma bolsa coletora, que pode ser
fixada na lateral da cama, da cadeira de rodas, ou na
perna do paciente (caso ele ande).
Para prevenir complicações como infecções, sangra
mentos, feridas, é importante que você tenha os
seguintes cuidados: 
1. Lave as mãos antes de mexer na sonda;
2. Limpe a pele em torno da sonda com água e
sabão pelo menos duas vezes ao dia para evitar o
acumulo de secreção;
3. Lave a bolsa coletora uma vez ao dia, com
água e sabão ou água e cloro (cândida); quando
desconectar a bolsa da sonda, bloqueie a sonda
com uma gaze estéril, para que a urina não vaze;
4. Mantenha a bolsa coletora sempre abaixo do ní-
vel da cama, e não deixe que ela fique muito cheia,
para evitar que a urina retorne para dentro da be-
xiga;
5. A sonda não precisa de nenhum tipo de fixação
externa, porque tem um balão (bexiga) interno que
a impede de sair do lugar; tenha cuidado para não
puxar a sonda, porque você irá ferir a uretra, e pode
haver sangramentos;
6. Não deixe a perna do paciente apoiada na sonda,
porque está estará ocluida, e a urina não sairá da
bexiga;
7. Sempre que não houver urina na bolsa coletora,
verifique se não há dobras ou obstruções no sistema;
8. NUNCA troque a sonda vesical; este é um
procedimento de enfermagem, e deve ser realizado
com técnica específica do profissional.
SONDA VESICAL DE DEMORA
U
_
24
Tratamento de urina
O aparelho urinário é composto pelos rins (02), ure-
teres (02), bexiga, uretra e meato urinário.
Esse conjunto de órgãos é responsável pela elabora-
ção e armazenamento da urina até o momento em
que é eliminada.
• Os rins são os órgãos responsáveis pela filtragem
do sangue e elaboração da urina
• Os ureteres são tubos que levam a urina dos rins
à bexiga.
• A bexiga é responsável pelo armazenamento tem-
porário da urina.
• A uretra é o tubo que liga a bexiga com o meio
exterior.
• O meato urinário é o orifício de saída da urina.
Tipos de sonda vesical
Bolsa coletora de urina
Rim
Ureter
Bexiga
Meato Urinário
Uretra
25
Algumas situações podem dificultar ou impedir o
esvaziamento regular da bexiga, ocasionando uma
retenção urinária parcial ou total, temporária ou de-
finitiva.Esta quantidade de urina que fica retida na
bexiga é chamada de volume residual. Quando isto
acontecer, um grande volume a realização do cate-
terismo vesical poderá ser indicada pelo seu médico.
Cateterismo Vesical Intermitente:
técnica limpa
O que é?
É uma técnica de sondagem que retira a urina da
bexiga com o auxílio de uma sonda, quando não há
eliminação natural da urina em sua totalidade.
Para que serve?
Permite ao paciente o esvaziamento da bexiga a
intervalos regulares, de acordo com a necessidade
individual. Esse procedimento pode ser realizado
pelo próprio paciente ou por um cuidador.
Qual o material necessário?
• Água e sabão neutro
• Cateter uretral plástico (sonda) com calibre de 	 	
acordo com a idade:
- crianças: nº 6, 8 ou 10
- adultos: nº 12 ou 14
• Lidocaína gel a 2%
• Recipiente para coletar a urina
• Um pote plástico com tampa para armazenar a
sonda
• Um frasco com graduação para mediar a urina
• Um espelho (para mulheres).
Como se realiza?
1º Passo: Lavar as mãos e os genitais com água e
sabão neutro;
26
2º Passo: Reunir o material (a sonda, a lidocaína gel
e o recipiente para coletar a urina) em um lugar bem
iluminado e limpo.
3º Passo: Escolher uma posição confortável: deitado,
recostado no leito, sentado ou em pé.
• Mulheres:
- Recostada no leito: dobrar as pernas e acomodar o
espelho para visualizar o meato urinário;
- Sentada ou em pé - apoiando um pé sobre um
degrau (cama, escada, vaso sanitário): acomodar o
espelho para visualizar o meato urinário:
- No caso de o procedimento ser realizado pelo fa-
miliar, a posição mais confortável é a deitada.
Clítoris
Orifício Uretal
Vagina
Lábios Maiores
Lábios Menores
Ânus
27
4º Passo: Aplicar uma pequena quantidade de li-
docaína gel sobre a sonda e introduzi-la no meato
urinário até o momento em que a urina comece a
drenar.
• Homens:
- Devem lubrificar bem a sonda com lidocaína gel,
segurar o pênis na posição reta e, em seguida, intro-
duzi-la.
5º Passo: Quando parar de sair urina, puxar lenta-
mente a sonda e aguardar o término da drenagem
para, então retirá-la totalmente.
6º Passo: Ao finalizar o procedimento, medir o volu-
me da urina drenado e anotar na folha de registros.
Esse controle permitirá que você programe o nú-
mero de sondagens necessário durante o dia (veja
a seguir).
7º Passo: Lavar a sonda, por fora com água e sabão,
deixando correr água por dentro durante 10 segun-
dos. Lavar a sonda internamente, injetando a água e
sabão neutro com a seringa. Seca-la com uma toalha
limpa e guardá-la dentro da geladeira em um pote
com tampa, seco e limpo. Não deve ser colocada no
congelador ou freezer. Ao encerrar, lavar as mãos.
28
Exemplo de ficha de registro:
Quantas vezes realizar o cateterismo vesical
durante o dia?
Para estabelecer o número de cateterismo vesicais
por dia, você deverá saber qual é a quantidade de
urina que fica de resíduo dentro da sua bexiga (volu-
me residual), após urinar espontaneamente ou após
a tentativa de urinar. Veja a tabela abaixo para ver
quantas vezes deve passar a sonda:
Até 100ml
Não precisa de
sondagem
100 a 200ml 2 vezes ao dia (12/12h)
200 a 300ml 3 vezes ao dia (8/8h)
300 a 400ml 4 vezes ao dia (6/6h)
Mais de 400ml 6 vezes ao dia (4/4h)
Qual foi o volume de urina que saiu pela
sonda depois de tentar urinar
espontaneamente?
OBS. Recomendamos calcular a média de
última 3 micções
Número de vezes que
deve passar a sonda
durante o dia
Data Espontâneo
Cateterismo
Hora
ML
Hora
ML
Hora
ML
Hora
ML
Hora
ML
Exemplo: 1/04/99
espontâneo
cateterismo
08h
ml
ml
11h
ml
ml
14h
ml
ml
17h
ml
ml
20h
ml
ml
Dia:
espontâneo
cateterismo
Dia:
espontâneo
cateterismo
Dia:
espontâneo
cateterismo
Dia:
espontâneo
cateterismo
Dia:
espontâneo
cateterismo
29
OBSERVAÇÕES
• Nãoénecessáriousarluvasoumaterialantisséptico;
• Não usar vaselina como lubrificante de sonda,
porque pode levar à formação de cálculo na bexiga;
•A mesma sonda uretral pode ser por até 14 dias;
• Não forçar a passagem da sonda, quando encontrar
resistência.
Nessa situação, retire-a e tente introduzi-la nova-
mente, girando-a em torno de si mesma.
• Pacientes com lesão medular não devem pressio-
nar a barriga na altura da bexiga para acelerar o es-
vaziamento, sem a autorização de seu médico.
• Em caso de sangramentos, calafrios, febre, urina
turva, urina com cheiro forte ou dor ao urinar procu-
rar atendimento médico.
IMPORTANTE
• Procure beber água diariamente, seguindo a orien-
tação do seu médico.
• Restrinja a quantidade de líquidos após o último
cateterismo da noite para evitar acúmulo de urina
durante o sono.
30
Os pacientes acamados perdem, com freqüencia, o
controle sobre o funcionamento do intestino (não
sabe quando vai defecar). O intestino preso ou pre-
guiçoso também é comum. Isto torna difícl para o
doente permanecer limpo, o que, além de inconve-
niente e embaraçoso, também pode causar assadu-
ras e feridas (escaras).
O ideal é que o paciente consiga evacuar uma vez
ao dia, antes do banho.
Embora a recuperação do controle normal do fun-
cionamento do intestino não seja possível para a
maioria dos pacientes, podemos “treinar” o intes-
tino para trabalhar em determinada hora do dia.
O programa de treinamento do intestino
inclui os seguintes passos
• Faça a massagem abdominal diariamente, um
pouco antes do horário programado para a evacu-
ação (de preferência antes do banho); a massagem
abdominal é feita começando do lado direito e in-
ferior da barriga do paciente, em movimentos cir-
culares, percorrendo todo o contorno do abdome,
como se ele fosse um quadrado, até a região inferior
esquerda do paciente; movimentos de flexão (do-
brar) as pernas sobre a barriga, se possível, também
ajudam no estímulo da defecação e na eliminação
de gazes;
• Continue o programa estimulando a região do
ânus; para isto você pode usar um supositório ou
um dedo protegido por uma luva e lubrificado com
óleo ou vaselina; introduza o dedo ou o supositório
contra a parede do reto (parte final do intestino)
uns 2 cm para dentro, e espere uns 2 a 3 minutos e
então, suavemente, mexa o dedo em círculo, até que
o ânus se relaxe ou as fezes comecem a sair ; depois
ajude a pessoa a sentar-se na privada ou penico, ou
caso não consiga sentar, coloque-a deitada sobre o
TREINAMENTO DE INTESTINO
31
lado esquerdo; repita isso 3 ou 4 vezes ou até que
não haja mais fezes; limpe o paciente e lave as mãos;
• Execute o programa todos os dias, no mesmo
horário, mesmo quando o intestino já funcionou
acidentalmente, ou por causa de uma diarréia;
• Se possível usar a privada ou penico, pois o
intestino funciona melhor com a pessoa sentada do
que deitada;
• Ser paciente; às vezes o intestino leva dias ou até
semanas para se adaptar ao novo esquema;
• Às vezes as fezes iniciais endurecem e você
precisa retirá-las com o dedo, para que o doente
possa defecar;
• Os pacientes com colostomia também podem se
beneficiar com o treinamento de cólon.
32
Ostomia Digestiva é uma abertura cirúrgica realiza-
da na parede abdominal onde uma porção do intes-
tino é levada até a pele. Se a abertura do intestino
foi na última porção doente ou lesada do intestino
delgado (íleo), a pessoa foi ileostomizada. Se a aber-
tura foi no intestino grosso (cólon) a pessoa foi co-
lostomizada.  
As fezes passam pela ostomia para fora do corpo
sem o controle da pessoa, e são armazenadas em
uma bolsa que fica aderida ao corpo. A ileostomia
fica no lado direito do abdômen pouco abaixo
da linha da cintura. As fezes neste local são com
frequencia mais líquidas e agressivas para a pele.  
Uma ostomia urinária drenará a urina, diretamente
para a parede abdominal através do gotejamento
contínuo sem o controle da pessoa. Uma bolsa de
urostomia deverá estar aderida a pele para coletá-la. 
Uma ostomia normal é vermelha ou rosa vivo,
brilhante e úmida. A pele ao seu redor deve estar
lisa sem vermelhidão, coceira, feridas ou dor.
Vida social e familiar
A pessoa pode manter atividade normal: viajar, na-
dar, praticar esportes ou passear ao ar livre... A úni-
ca precaução é levar uma bolsa extra para troca,
caso seja necessário. Para momentos íntimos deve
esvaziar e limpar a bolsa previamente para se sentir
mais confortável e seguro.
CUIDADOS COM A OSTOMIA
Bolsa de colostomia
Colostomia
33
Hora do banho
Não é necessário retirar a bolsa para tomar banho,
quer seja de chuveiro ou de banheira já que ela é
impermeável à água. Se for preciso poderá trocar
o equipamento durante o banho. O sabão e a água
não são perigosos e nem prejudicam a ostomia.
Apenas deve-se evitar o jato forte do chuveiro dire-
tamente na abertura da ostomia, pois pode provocar
sangramento.  
Uso de roupas
A pessoa pode continuar a usar as mesmas roupas.
O importante é a roupa ficar cômoda, bem apresen-
tável e a pessoa se sentir bem.
 
Exercícios físicos e prática de esportes
Atividades físicas normais, incluindo esportes aquá-
ticos. É desaconselhável a prática de esportes de
grupo, como, por exemplo, futebol, pelo risco de
trauma local.
 
Freqüência do esvaziamento da bolsa
Na urostomia o esvaziamento é feito com maior fre-
qüência. No caso da colostomia, a bolsa terá que ser
esvaziada à medida que for necessário, geralmente
uma ou duas vezes ao dia.
 
Cuidados com a pele periestomal
As fezes e a urina, pela sua composição, são
capazes de causar grandes lesões na pele. Portanto é
importante que se utilize uma bolsa que proteja bem
a pele fixando e adaptando-se bem o ostoma. Na
urostomia é indicada uma bolsa que tenha válvula
anti-refluxo que direcione o jato, proporcionando
um esvaziamento da bolsa sem vazamento.
CUIDADOS NA SAÚDE BUCAL
34
A importância dos cuidadores
na saúde bucal
A higiene oral é um hábito saudável e agradável
que deve ser mantido ao longo de toda a vida.
Alterações da mucosa oral, perda de dentes, prótese
mal ajustadas, gengivites (inflamação das gengivas),
diminuição do fluxo salivar, são fatores que podem
ocasionar infecções na cavidade oral.
Dedicação, carinho e orientação correta
Cada grupo necessita de estratégias especiais de mo-
tivação, orientadas de acordo com suas habilidades
funcionais.
Por exemplo, a escova dental pode ter o seu cabo
adaptado, acentuando sua curvatura ou pode ser
substituído por uma manopla de bicicleta para facili-
tar o seu manuseio.
35
Para os pacientes totalmente dependentes, que não
consegue realizar a higienização bucal, o cuidador
pode utilizar abridores de boca para facilitar a lim-
peza, como por exemplo, o gargalo de uma garrafa
de refrigerante descartável (tipo PET); a ponta do
gargalo é colocada na boca do paciente (na região
posterior) para que ele a morda. Dessa maneira ele
fica com a boca aberta facilitando o acesso e a higie-
nização, evitando uma mordida repentina.
IMPORTANTE
• Deve-se ter maior atenção para a higiene oral nos pa-
cientes que usam prótese dentária. Estas devem ser retira-
das após cada refeição, higienizada fora da boca, e após
limpeza da cavidade oral, recolocadas
• Pacientes muito confusos, devem ter suas próteses den-
tárias retiradas à noite, colocadas em solução anti-sépti-
ca, e após higenização, recolocadas pela manhã. Alguns
pacientes não devem permanecer com a prótese mesmo
durante o dia, pela possibilidade de a engolirem.Nestes
casos é recomendado coloca-la somente no momento da
refeição.
• Para a higienização bucal do paciente parcial ou to-
talmente dependente é necessário que ele fique numa
posição confortável, com a coluna reta, de maneira que
sua cabeça seja facilmente segura durante a limpeza, de
frente para a pia com o espelho ou com uma bacia e
espelho na mão.
OBSERVAÇÃO
A bancada da pia deve ficar com espaço livre para que
possa ser encaixada (colocada) uma cadeira de rodas ou
cadeira comum
* torneira monobloco de fácil acionamento com movi-
mento do braço.
• O cuidador poderá ficar por trás do paciente e um pou-
co de lado, usando sempre luvas. Dentaduras e pontes
deverão ser retiradas da boca antes de escovar os dentes
naturais.
36
Escova dental
Colocar uma pequena quantidade de creme dental
em uma escova pequena e macia e, após a limpeza,
pedir que realize vários bochechos com água ou
na impossibilidade disso, tentar que só cuspa. Se a
escovação for impossível, consultar sobre o uso de
escova elétrica ou jatos de água.
Existe no mercado fio dental adaptado, e descartável
podendo ser manipulado com uma mão só.
Paraosdesdentadosdeve-seutilizarumagazeoualgo-
dão embebido em água, para a limpeza das mucosas.
Essa limpeza deve ser realizada após cada refeição
e, principalmente à noite, antes de dormir. Como
usar a gaze: Envolver a gaze no dedo indicador e
após umedece-la passar por toda cavidade oral, sem
esfregar, mas com movimentos firmes para retira-
da de todo a sujeira. Se necessário trocar de gaze
durante a limpeza. Também pode ser feita a bone-
quinha, envolvendo gaze em espátula de madeira e
realizar o mesmo procedimento.
37
Desinfecção de prótese
Periodicamente, faça uma limpeza mais rigorosa
das dentaduras e pontes móveis em uma solução de
meio copo de água comum com três gotas de água
sanitária por 30 minutos, duas vezes por semana no
mínimo, colocadas em recipiente com tampa. Em
seguida lave bem com detergente neutro ou sabão
de coco em água corrente.
OBSERVE
Muitas vezes, a recusa do paciente em alimentar-se
ou sua agitação no horário de refeições deve-se ao
fato de próteses mal ajustadas ou significar simples-
mente uma dor de dentes.
A estabilidade da prótese dentária na boca do pa-
ciente: Lembrar que com o envelhecimento ocorre
perda óssea, fazendo com que as próteses fiquem
frouxas e se desestabilizem. É conveniente neste
caso, aconselhar-se com um dentista.  
A presença de cáries ou dentes quebrados podem
causar dor. Existem equipes de profissionais (Den-
tistas) que atendem no domicílio pacientes que se
encontram impossibilitados de comparecer ao con-
sultório.  
38
A Língua
A língua deve ser massageada com a escova macia,
ou raspador de língua para a remoção de:
(sujidade + microorganismo = saburra lingual).
Na presença de uma crosta branca sobre a língua –
saburra lingual – removê-la utilizando uma solução
de bicarbonato de sódio, na proporção de 1 colher
de café de bicarbonato de sódio em 1 copo de água.
Para executar a limpeza da língua, molhar na solução
a escova de dentes, ou uma espátula envolvida em
gaze, ou mesmo o próprio dedo indicador envolto
em gaze. A limpeza deve ser feita com movimentos
suaves, sem esfregar, para não alterar as papilas.
Sempre realizar os movimentos no sentido de dentro
para fora, nunca com a espátula ou dedo apontando
para o final da língua, isto para evitar que machuque
a garganta ou amígdalas do paciente.
39
Uma alimentação saudável deve ser equilibrada, ou
seja, fornecer energia e todos os nutrientes necessá-
rios ao bom funcionamento do nosso organismo. A
quantidade de calorias (energia), vai variar de uma
pessoa para outra, de acordo com o sexo, a idade, o
peso, a altura, a atividade física, o estado fisiológico
ou patológico (presença de doenças), condições do
paciente (mastigação, deglutição e digestão).
Uma alimentação saudável é fator importante para
a saúde e conseqüentemente para a qualidade de
vida das pessoas, pois exerce influência: no bem
estar físico e mental, no equilíbrio emocional, na
prevenção de agravos à saúde e no tratamento de
pessoas doentes.
É através da alimentação que o nosso organismo
recebe todas as substâncias (chamadas nutrientes)
necessárias ao seu bom funcionamento.
Noções de nutrição
A alimentação balanceada é importante para manter
e/ou recuperar a saúde do paciente.
Alimento - é toda substância consumida, digerida e
aproveitada pelo corpo humano.
Nutrientes - são as substâncias encontradas nos
alimentos (proteínas, carboidratos, gorduras, fibras,
vitaminas e sais minerais).
Alimentos Construtores - têm a função de construir
e reconstruir. Esses alimentos contém proteínas.
Alimentos Energéticos - têm a função de fornecer
calor e energia necessários para as funções do orga-
nismo. Esses alimentos contém carboidratos e gor-
duras.
Alimentos Reguladores - têm a função de regular
e auxiliar os processos de circulação, respiração e
digestão. Esses alimentos contém vitaminas, sais mi-
nerais, fibras e água.
A alimentação diária deve ser dividida em 5 a 6 re-
feições incluindo, em cada, no mínimo, um alimento
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NUTRIÇÃO
Oleo
Farinha
Arroz
40
de cada grupo para que o paciente tenha todas as
funções do organismo reguladas.Ex.: café- da ma-
nhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,
jantar e ceia.
Pirâmide de alimentos
GRUPO 1 - Grupo dos cereais, pães, tubérculos e
raízes: ficam na base da pirâmide e são as princi-
pais fontes de carboidratos . Recomenda-se em mé-
dia o consumo de 5 a 9 porções ao dia, dando pre-
ferência aos alimentos integrais, que contêm maior
quantidade de fibras.
Uma porção eqüivale a: um pão francês, duas fatias
de pão de forma, 4 bolachas de água e sal, 4 fatias
de torradas, 4 colheres das de sopa de arroz ou 6
colheres das de sopa de macarrão, uma batata gran-
de, 3 colheres das de sopa de farinha de mandioca. 
GRUPO 2 - Grupo das hortaliças: fazem parte des-
se grupo as verduras e os legumes que são fontes
de vitaminas, sais minerais e fibras. Recomenda-se a
ingestão de 4 a 5 porções ao dia.  
Uma porção eqüivale a: 1 tomate, 3 colheres das de
Óleos e gorduras
Açúcares e doces
Grupo 4, 5 e 8
Alimento fornecedores de
gorduras e açucares
Leguminosas
Carnes e ovos
Grupo 1, 2 e 6
Alimentos fornecedores
de proteínas
Hortaliças
Frutas
Grupo 3 e 7
Alimentos
fornecedores
de vitaminas
e minerais
Cereais,
pães
tubérculos
e raízes
Alimentos
fornecedores
de energia
41
sopa de cenoura ralada, 1 pires dos de sobremesa
de alface , 2 ramos de brócolos cozidos, 3 colheres
das de sopa de vagem ou abobrinha ou chuchu.  
GRUPO 3 - Grupo das frutas: são fontes de vitami-
nas, sais minerais e fibras. Recomenda-se a ingestão
de 3 a 4 porções ao dia.  
Uma porção eqüivale a: 1 fruta média (laranja, ba-
nana, goiaba, maçã,...); 1 fatia de mamão ou meio
mamão papaia, uma fatia de abacaxi, melão ou me-
lancia, 1 copo de suco de frutas, 10 unidades de
morango ou jabuticaba.  
GRUPO 4 - Grupo do leite e derivados: fazem par-
te desse grupo o leite, iogurte, coalhada, queijos.
São fontes de proteínas e cálcio. É recomendada a
ingestão de 3 porções ao dia.  
Uma porção eqüivale a: 1 xícara das de chá de leite
desnatado , 1 copo de iogurte desnatado, 1 fatia de
queijo fresco ou ricota.  
GRUPO 5 - Grupo das carnes e ovos: compõem
este grupo as carnes bovinas, suínas, aves, peixes e
ovos. São fontes de proteínas e ferro. É recomenda-
do o consumo de 1 a 2 porções ao dia.
Uma porção eqüivale a: 1 filé de carne magra gre-
lhada, uma fatia de carne assada, 1 filé de frango
grelhado, 1 pedaço de coxa ou sobrecoxa (sem
pele), 1 filé de peixe cozido ou 2 ovos.  
GRUPO 6 - Grupo das leguminosas: fazem parte
desse grupo os feijões, grão- de- bico, lentilha, ervi-
lha seca. São fontes de proteínas, ferro e fibras. De-
vemos consumir de 1 a 2 porções ao dia.  
Uma porção eqüivale a: 4 colheres das de sopa de
feijão, ervilha ou lentilha, 2 colheres das de sopa de
grão-de-bico.  
GRUPO 7 - Grupo dos óleos e gorduras: incluem
os óleos de canola, milho, girassol, soja, azeite de
oliva, margarinas cremosas, cremes vegetais “light”.
Deve ser utilizado sempre em pequenas quantida-
des: entre 1 a 2 porções ao dia.
Uma porção eqüivale a: 1 colher das de sopa de
azeite ou outros tipos de óleos, 1 colher das de so-
bremesa de creme vegetal ou margarina cremosa.  
GRUPO 8 - Grupo dos açúcares e doces: incluem
quaisquer tipos de açúcares, balas, bolachas, bolos,
chocolates, refrigerantes. São fontes de carboidratos
42
e dão energia ao nosso organismo. Pode ser utiliza-
do, no máximo, até 2 porções. Uma porção eqüivale
a: 1 colher das de sopa de açúcar.  
A quantidade de porções de cada grupo que cada
pessoa pode utilizar depende da quantidade total da
calorias necessárias para o seu organismo.  
Em cada refeição principal (café da manhã, almoço
e jantar) deve estar presente pelo menos um ali-
mento do grupo dos energéticos, um dos regulado-
res e um dos construtores.  
Ex: Café da manhã: pão/fruta/ leite Almoço e jantar:
arroz/verduras e legumes/ carne/frutas  
Formas de Alimentação
Via Oral (VO) - quando o paciente pode ser alimen-
tado pela boca.
Via enteral - para pacientes tanto em tratamento
clínico ou cirúrgico, quando os mesmos não podem
se alimentar por via oral.
Dietas hospitalares
Dietoterapia: é a parte da Nutrição que cuida do
tratamento de doenças através da dieta.
Dieta: é o conjunto de alimentos utilizados com a
finalidade de nutrir o indivíduo em qualquer fase de
saúde ou doença.
Tipos de dietas (via oral)
1) Geral
Destinada a todas as pessoas e aos pacientes sem
restrições alimentares.
2) Modificadas
São as dietas em que se acresce, diminui ou retira
um ou mais de seus nutrientes.
Aumento: Hiper (Ex. Hiperproteica, Hipercalórica)
Diminuição:Hipo (Ex. Hipoproteica,Hipogordurosa,
Hipossódica)
3) Específicas
Hipossódica - para pacientes com problemas de hi-
pertensão, cardíaco e renal.
Diminuição do sal, temperos industrializados, frios
(presunto, mortadela), embutidos (salsicha, linguiça),
queijos amarelos, carnes salgadas, bacon, etc.
43
Diabéticos - para pacientes diabéticos. Alimentação
isenta de açúcares e doces e com controle na quan-
tidade de pães, cereais, massas e frutas.
Hiper Hiper - para pacientes com necessidades ca-
lóricas aumentadas e em repouso por tempo pro-
longado no leito (escaras). Aumento no consumo de
proteínas (carnes, ovos, leite e derivados) e calorias
(mingau, vitamina, azeite, etc).
Dieta enteral – forma de preparo
• Separar utensílios para uso exclusivo na preparação
da dieta (colher, peneira);
• Separar e higienizar os alimentos;
• Preparar conforme a orientação escrita do
nutricionista;
• Armazenar sob refrigeração – 24 horas;
• Ofereceradietaaopacientenohoráriodeterminado
pelo nutricionista retirando da refrigeração antes de
administrar ao paciente (à temperatura ambiente).
Oferecer a água filtrada e fervida após cada dieta
administrada.
Dicas importantes para
alimentar o paciente
Nem sempre alimentar o paciente é tarefa fácil. Ho-
rários regulares, ambiente tranquilo, especialmente
muita calma e paciência, da parte do cuidador, são
fatores imprescindíveis para que a alimentação seja
bem aceita pelo paciente.  
Adaptador para prato
OPÇÃO:
Material anti-derapante sobre a mesa
(apoia-se o prato em cima deste material)
44
• O paciente deve estar sentado confortavelmente
para receber a alimentação. Jamais ofereça água ou
alimentos quando ele estiver deitado;
• O paciente que ainda conserva a independência
para alimentar-se sozinho deve continuar a receber
estímulos para fazê-lo, não importando o tempo
que leve; você pode diminuir a sujeira durante a ali-
mentação forrando o chão com plástico ou jornal,
e utilizando bicos adaptadores para copos, talheres
adaptados e outros acessórios.
• Em casos que pacientes apresentem tremores nas
mãos ou má coordenação, o cabo engrossado com
pêso pode facilitar a função, diminuindo o tremor);
• Caso haja a limitação de movimento do braço e
dificuldade para levar o alimento do prato à boca,
pode-se entortar o colher,
• Deve-se procurar oferecer ao paciente os alimen-
tos de sua preferência e incentivá-lo a comer no
caso de inapetência e se necessário acrescentar em
suas refeições: mingaus de aveia, de farinha láctea,
de maisena, vitaminas com suplementos e cereais
integrais;
Adaptações caseiras
velcro
tira de câmara de
ar enrolada
cabo de borracha
cabo de ferramenta velha
colher cortada
bola de borracha
dobre o cabo
para se
encaixar na
mão
45
• Adaptadores com bico de sucção favorece desen-
volvimento da musculatura ao redor da boca além
de facilitar o movimento de levar o bico á boca,
• Alças facilitam a preensão;
• É importante que a refeição seja de fácil digestão,
Apresente aspectos agradáveis: cor, sabor, aroma,
textura ou seja, que se apresente agradável a todos
os órgãos dos sentidos: bonita, aromática, gostosa
para estimular as sensações que com o avanço da
idade podem diminuir levando à redução do apetite
e do prazer de comer;  
• Que possua poder de saciedade (auxilia nesse
aspecto o consumo de alimentos ricos em fibras e
alimentar-se calmamente);
• No caso de a função mastigatória estar íntegra,
não há razão para modificações de consistência
e utilização de sopas ou purês. Para que os
alimentos sejam melhor aproveitados, precisam
ser bem mastigados. No caso da ausência parcial
ou total dos dentes e uso de prótese, não deixar
de comer carnes, legumes, verduras e frutas. As
carnes podem ser picadas, desfiadas, moídas ou
batidas no liqüidificador. Os legumes e as verduras
cruas podem ser picados ou ralados. As frutas mais
“duras” podem ser cortadas em pedaços pequenos,
amassadas, raspadas ou batidas no liqüidificador;
• Caso haja dificuldade para deglutição, procurar
oferecer alimentos cozidos e com molho;
46
• Para manter um bom hábito intestinal deve-se
consumir grande quantidade de líquidos e de ali-
mentos ricos em fibras: frutas, sempre que possí-
vel cruas e com casca, hortaliças, de preferência
cruas,(leguminosas secas, cereais integrais, deve-se
tomar de 6 a 8 copos de água por dia, de preferência
no intervalo das refeições);  
•É importante evitar o uso de laxantes.;
Recomenda-se o consumo de carnes e leguminosas
secas. No caso das leguminosas, o ferro é melhor
absorvido na presença de alimentos ricos em vita-
mina C, como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi,
acerola, e outros na sua forma natural ou em sucos.
Essa conduta pode prevenir o aparecimento de ane-
mia, problema tão freqüente em pacientes, devido à
diminuição da produção de glóbulos vermelhos, que
pode ser agravada por uma alimentação deficiente
em alimentos ricos em ferro;  
• É fundamental ingerir diariamente alimentos que
contenham cálcio e exposição diária ao sol. Com
estas práticas, pode-se prevenir o aparecimento
da osteoporose que é uma doença comum em
pacientes, especialmente em mulheres, devido à
mudança hormonal provocada pela menopausa;
•Utilizar açúcar, doces, gorduras, alimentos gordu-
rosos em pequena quantidade para manter o peso
adequado. Isto é importante na prevenção de doen-
ças (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares)
e também para prevenir complicações destas, quan-
do já existentes;  
•Deve-se evitar o consumo exagerado de sal (clore-
to de sódio). Com o avanço da idade, o organismo
pode apresentar dificuldade na utilização de água e
eletrólitos (sódio e potássio). Em virtude deste fato,
pode haver aumento da pressão arterial e retenção
de líquido (inchaço);
•É importante que se dê preferência à utilização de
óleos vegetais (óleo de soja, de milho, de arroz, de
canola, azeite de oliva, girassol e outros), no prepa-
ro e cozimento de alimentos, sempre em pequena
quantidade.
Desta maneira pode-se prevenir a aterosclerose,
doença que é cada vez mais comum na população
adulta e idosa e está relacionada com o aumento
47
do consumo de alimentos ricos em colesterol e gor-
dura saturada. Devemos procurar evitar ou diminuir
alimentos ricos em gorduras saturadas e em coles-
terol: gorduras animais (das carnes gordas, do leite
integral, dos queijos gordos, manteiga, banha, tou-
cinho , bacon, creme de leite, preparações à base
de ovos, embutidos), gordura hidrogenada, óleo de
dendê, óleo superaquecido, reutilizado muitas vezes
(principalmente para frituras), pães recheados com
cremes, com cobertura de chocolate ou com coco e
biscoitos amanteigados. Deve-se consumir no máxi-
mo 3 ovos/semana.  
• Sempre que possível, procure substituir frituras por
preparações cozidas, assadas ou grelhadas;
• No preparo de carnes, retire toda a gordura visível,
assim como a pele das aves e dos peixes;  
• Recomenda-se a compra de alimentos da época,
que têm melhor qualidade nutricional e um custo
menor;
• Observar atentamente a data de validade dos pro-
dutos adquiridos;
• Caso o paciente apresente obstipação intestinal
evitar oferecer banana-maça, caju, goiaba, maçã,
cenoura, chá preto/mate e limão. Deve-se procu-
rar oferecer uma vitamina laxativa composto por:
150ml de suco de laranja, 1 ameixa seca, 1 pedaço
de mamão, 1 colher de sopa de creme de leite, 1
colher de sopa de farelo de aveia (açúcar ou mel à
gosto);
• Caso o paciente apresente flatulência (gases) de-
vem ser evitados: repolho, pepino, grão de feijão,
couve-flor, cebola e alho (principalmente crus, pi-
mentão, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces
concentrados, queijos amarelos, etc.)
48
A dificuldade para engolir adequadamente o
alimento é chamada de disfagia. Por exemplo,
quando engasgamos, quando temos dificuldades
para mastigar os alimentos ou quando necessitamos
de outra via de alimentação como as sondas.
O risco de um paciente que apresenta dificuldades
para engolir, se alimentar normalmente, é de apre-
sentar complicações como a pneumonia de repeti-
ção ou mesmo morrer.
É importante identificar e ajudar esses pacientes a
se alimentar com maior segurança através da identi-
ficação de alguns sinais ou sintomas que eles apre-
sentam durante as refeições.
O que observar e como ajudar
durante as refeições
Se o paciente faz uso de dentaduras, verificar se as
mesmas possuem bom encaixe. Se as dentaduras
ficarem soltas a mastigação dos alimentos sólidos
ficará difícil e o paciente pode engasgar com o ali-
mento. Neste caso o paciente se alimentará melhor
sem a dentadura.
DISFAGIA
(DIFICULDADE DE ENGOLIR)
Figura 1
49
Deve-se acordar bem o paciente e coloca-lo sentado
(figura 1) antes de oferecer o alimento. Verificar se
o paciente entende que está na hora da refeição e
colabora, ajuda com a alimentação. A quantidade de
alimento oferecido deve ser ingerida toda ou quase
toda, identificar se o paciente está comendo menos
do que comia antes para que não fique desnutrido.
Na oferta do alimento deve-se oferecer pequenas
porções usando colheres pequenas como a colher
de chá, oferecer uma porção de cada vez e pedir
que engula todo alimento antes de oferecer outra
porção.
Os alimentos líquidos devem ser oferecidos no copo
SEM uso de canudos, um gole de cada vez e nunca
oferecer o líquido quando o paciente ainda estiver
com algum alimento na boca.
Deve-se evitar atividades físicas, exercícios antes das
refeições pois se o paciente estiver cansado poderá
engasgar com maior freqüência.
Quando o paciente acumula alimento da parte pos-
terior da boca observamos uma voz diferente que
chamamos de “voz molhada”.
Ao identificar que o paciente está engasgado, pedir
para que ele tussa, pigarreie e em seguida engula ou
guspa o alimento.É importante saber qual o alimento
e que consistência o paciente apresenta maior difi-
culdade ou engasga mais. Alimento líquido é mais
fácil de engasgar e por isso devemos ficar atentos.
Dê preferência para alimentos mais grossos como a
vitamina, pudins e mingau.
água
néctar
mel
pudim
50
O uso da sonda de alimentação é necessário quando
o paciente não consegue engolir adequadamente e
o risco do alimento da boca ir parar no pulmão é
grande.
Se o paciente está de sonda de alimentação e sem
indicação de comer pela boca, é importante que
não seja oferecido alimento pela boca sem o acom-
panhamento da Fonoaudióloga. Porém é importan-
te que seja fornecido a higiene bucal com freqüên-
cia. Manter a boca do paciente sempre limpa evitará
que a saliva se acumule na boca e se direcione aos
pulmões.
O que deve ser feito se a sonda de alimentação sair
do lugar
Procure um Pronto Socorro mais perto para que um
profissional especializado reposicione a sonda.
NÃO TENTE REPASSAR A SONDA EM CASA SEM
O PROFISSIONAL HABILITADO
A sonda deverá ser passada pela equipe de Enfer-
magem e a dieta deverá ser prescrita pela Nutricio-
nista. A fixação externa da sonda pode ser trocada
pelo cuidador, sempre tendo o cuidado de não pu-
xar a sonda. Nas áreas de contato com a pele deve-
-se utilizar micropore; os locais de fixação devem
ser constantemente trocados, para evitar feridas na
pele ou alergias.
PACIENTE QUE USA
SONDA DE ALIMENTAÇÃO
Fixação da sonda enteral
Sonda enteral
51
Há dois tipos de nutrição enteral (o que influencia
na forma de preparo e armazenamento da dieta):
caseira ou artesanal (é preparada em casa com ali-
mentos naturais), e a industrializada (a dieta já está
pronta para o consumo e o custo é maior que a pre-
parada em casa). 
As dietas caseiras deverão ter consistência líquida
(solução liquidificada e coada) e a validade será de
12 horas após o preparo. As dietas industrializadas
possuem maior tempo de validade (geralmente 24
horas) e maior custo.
A nutrição enteral é líquida e o fornecimento é feito
diretamente no tubo digestivo, sem depender do
apetite e da colaboração do paciente.  
Os materiais necessários para a nutrição enteral são: 
1 - Sonda jejunal
2 - Sonda simples
3 - Frasco descartável - recipiente utilizado para 	
infundir a alimentação e água
4 - Equipo descartável
5 - Seringa descartável (20 ml)
Kit para
dieta enteral
52
Alguns cuidados são importantes na infusão da dieta
enteral, tais como:
• Manter o paciente sentado ou com travesseiros
nas costas formando um ângulo de no mínimo de 15
graus para receber a dieta, nunca deitado para evitar
vômitos e aspiração da dieta para os pulmões (o que
é muito perigoso); o paciente deverá ser mantido em
decúbito elevado durante toda a infusão da dieta e
30 minutos após o término;
• Infundir a dieta lentamente por gotejamento (atra-
vés de frasco acoplado ao equipo) gota a gota (é
como se fosse uma torneira quebrada que pinga len-
tamente) para evitar diarréia, distensão abdominal,
vômitos e má absorção. Para facilitar a descida da
dieta, o frasco pode ser pendurado em ganchos, pre-
go ou suporte de vasos;
• Fracionar a dieta durante o dia (de acordo com
orientação da Nutricionista);  
• O volume em cada horário, não deve ultrapassar
de 350ml;
• Infundir água filtrada e fervida (que deverá ser
fornecida em temperatura ambiente) nos intervalos
entre os horários da dieta - quantidade a ser definida
pelo Médico ou pela Nutricionista – através da serin-
ga ou colocada no frasco descartável;
• Após administrar cada frasco da dieta, passar
pela sonda cerca de 20ml de água filtrada e fervida,
para evitar acúmulo de resíduos e entupimento da
mesma;
• Manter a sonda fechada quando não estiver em
uso;  
• Após o preparo a dieta caseira, esta deverá ser
guardada na geladeira e retirar somente a quantidade
que for utilizar 30 minutos do horário estabelecido.
A dieta portanto, deverá ser oferecida ao paciente
em temperatura ambiente;
• Não aquecer a dieta em banho-maria ou em
microondas;
• Caso o paciente puxe a sonda (ou ocorra um
acidente na mobilização) e esta saia “para fora”,
não tente recolocá-la. Lave-a com água e sabão e
guarde-a em lugar seco e limpo, pois ela pode ser
reutilizada;
53
• Dependendo do tipo de sonda enteral ela pode
ser utilizada por até 6 meses, desde que não obstrua,
fure ou vaze.
Técnicas de preparo e
higienização de sonda de alimentação
• Lavar as mãos cuidadosamente com água e sabão
antes de preparar a dieta.
• Lavar o local de preparo com água e sabão e passar
álcool. Reservar os utensílios somente o preparo da
dieta.  
• Pesar e medir corretamente todos os ingredientes
da dieta. Seguir rigorosamente as instruções de pre-
paro. Utilizar sempre água filtrada e fervida.
• Os utensílios utilizados deverão ser lavados com
água corrente e sabão.  
• O equipo, a seringa e o frasco deverão ser lavados
com água fervente.
Para verificar se a nutrição enteral esta ajudando na
recuperação do paciente, observar freqüentemente
se ele está mais disposto, com o aperto de mão mais
forte, se ele consegue caminhar um pouco mais a
cada dia e se for possível pesá-lo, leve-o até uma
balança. Caso o paciente esteja acamado ou incons-
ciente, verifique se o seu rosto, braço e peito estão
ganhando massa.
OBSERVAÇÃO
A diarréia pode ser uma ocorrência comum:
verifique o gotejamento, verifique os cuidados
de higiene do preparo, procure o hospital onde
o paciente foi atendido e recebeu as orientações
quanto à alimentação por sonda.
54
O paciente acamado precisa de muita atenção.
É importante alterar o posicionamento no leito ou na
cadeira de rodas periodicamente evitando assim, o
surgimento de úlceras de decúbito (escaras).
Particularmente, no paciente que sofreu um Acidente
Vascular Cerebral (derrame), é importante que ele
fique bem posicionado e que esteja confortável,
como mostram as figuras 2, 3 e 4:
Figura 2: Posicionamento no decúbito dorsal (barriga
paracima).Obraçocomprometidodeveestarsempre
estendido e apoiado em um travesseiro. A perna
lesada deve ter embaixo do joelho um travesseiro,
favorecendo uma flexão discreta; impedindo que
todo o membro inferior fique rígido em extensão.
Nos casos em que a perna toda está rodada para
fora (rotação externa) coloque um apoio deixando-a
reta em posição neutra.
Figura 2
POSICIONAMENTO NO LEITO
ORIENTAÇÕES PARA O PACIENTE ACAMADO
55
Figura 3: Ao vestir-se, caso o paciente tenha um bom
controle de tronco, o ideal é fazer esta atividade
em posição sentada com os joelhos à 90º e os pés
apoiados, estando bem estavél sua participação será
mais efetiva, o membro superior afetado deve ser o
primeiro a ser vestido e o último a ser despido.
Se a mão estiver fechada, deve ser colocado um rolo
feito de tecido ou atadura utilizada para enfaixes, na
mão comprometida, estimulando que fique aberta.
Figura 3
Figura 4
Figura 4:
A: Acomodação do paciente de lado hemiplégico
(paralisado). O cotovelo deve estar bem estendido,
a palma da mão virada para cima, membro inferior
plégico alinhado evitando manter o pé caido, em
apoio planar.
B: Paciente em decubito lateral sobre o lado NÃO
acometido, colocar travesseiros a sua frente onde
possa posicionar o membro superior, com o coto-
velo levemente flexionado ou estendido e manter a
mão aberta. O membro acometido deve permane-
cer sobre um travesseiro entre as pernas e joelhos
ligeiramento dobrados.
56
A melhor maneira de auxiliar o paciente a passar de
sentado para em pé é apoiá-lo pela cintura e colocar
o joelho do cuidador entre os joelhos do paciente
(figura 5). Esta orientação é válida para quaisquer ti-
pos de dificuldades, independente da doença do pa-
ciente, pode ser por uma simples fraqueza muscular
decorrente do envelhecimento. Se for possível para
o paciente, peça que incline o tronco para frente,
no momento de se levantar. Repare que o pé do
cuidador apóia os pés do paciente, dando suporte e
impedindo que deslize.
TRANSFERÊNCIAS
Figura 5
57
2pt oval
Em casos de pacientes com maiores dificuldades
físicas a seqüência abaixo ilustra o melhor manejo.
Inicie sentando o paciente na beirada da cama.
No caso de pacientes muito pesados, ou no caso do
cuidador estar apresentando quaisquer dificuldades
nas transferências, peça ajuda a outra pessoa. Ex-
plique ao paciente o que será realizado. Quem for
apoiar a parte superior do corpo do paciente deve
segurá-lo próximo ao próprio corpo.
Levantem o paciente juntos. Dobrar as pernas, não
forçar a coluna. Os cuidadores devem sempre usar
sapatos baixos, bem ajustados e amarrados.
Figura 6
Figura 7 Figura 8
58
Em um paciente que apresenta dificuldades para an-
dar, a melhor maneira de auxiliá-lo é o cuidador ou
familiar apoiar o lado que apresenta maiores dificul-
dades, colocando uma mão embaixo do braço do
paciente, ou da sua axila, segurando com sua outra
mão, a mão do mesmo, dando-lhe apoio e segu-
rança. Em casos de maior desequilíbrio, o cuidador
deve estar à frente do paciente segurando-o firme-
mente entre as mãos e os cotovelos e estimulando
que olhe para frente ao andar.
59
Essas adaptações são importantes para facilitar a au-
tonomia do paciente e para a prevenção de quedas,
já que as quedas acarretam conseqüências graves,
incluindo fraturas, cirurgias e imobilidade, podendo
chegar inclusive à morte.  
As adaptações são importantíssimas nos casos de
Doença de Alzheimer, pois esses pacientes são mais
vulneráveis a acidentes domésticos e às quedas.  
Abaixo são citados exemplos de adaptações
O piso não deve ser escorregadio.  
Cadeiras, camas e poltronas devem ser mais altas
facilitandooacesso.Vocêpodeimprovisarcomtijolos
ou blocos de madeira, ou adquirir “levantadores de
cama e cadeiras” em lojas especializadas. Muito
cuidado com as cadeiras de plástico, pois podem
escorregar e provocar quedas.  
As camas não devem ser posicionadas embaixo das
janelas (evitando correntes fortes de vento).  
A iluminação e ventilação devem ser adequadas.  
Devem ser retirados tapetes soltos, tacos soltos, fios,
capachos, pois, podem provocar quedas.  
Os objetos de uso pessoal devem estar em uma
altura que facilite o acesso, ou seja entre os olhos
e quadris.
ADAPTAÇÕESAMBIENTAIS
Barras de apoio no banheiro Apoio para vaso sanitário
60
Instalar barras de apoio (corrimãos) no banheiro,
seja próximo ao vaso sanitário ou dentro do box.
Em caso de dificuldade para o paciente levantar-se
do vaso sanitário, existe disponível no comércio os
elevadores de vaso sanitários e os apoios de vaso
sanitário.
Se for identificado risco de queda durante o banho,
o cuidador deve proceder o mesmo com o paciente
sentado, usando uma cadeira com braços, para que
o mesmo tenha apoio ao levantar-se.
Deve ser deixada uma luz acesa durante a noite,
facilitando a chegada ao banheiro.  
As escadas devem ter corrimãos dos dois lados, boa
iluminação, e terem faixa ou piso antiderrapante.  
Ao caminhar, o paciente não deve estar usando
chinelos e sim um calçado firme e que esteja bem
adaptado em seus pés.  
Há uma altura correta para bengalas e andadores
e uma maneira certa de usá-los. Procure a orienta-
ção em um serviço de saúde. Estimule caminhada
em ambientes arejados. No caso de pacientes com
Alzheimer, caminhe sempre no mesmo trajeto, mos-
trando a ele pontos de referência.
Elevador sanitário
Acessório para
elevação de camas
Andador e
diferentes tipos de bengalas
61
Otoquenocorpodopacientepodeserfeitocomamão
(aquecida ou não), espuma, toalha, com creme, etc.
Converse com o paciente e oriente os familiares a
fazerem o mesmo.
Evite quaisquer comentários negativos a respeito do
diagnóstico e/ou prognóstico do paciente na presen-
ça dele.
Leia para o paciente trechos ou crônicas de um livro
preferido.
Coloque música para ele ouvir.
Mostre gravuras, revistas ou fotos que o agrade.
Manter um vestuário simples e confortável, criando
sempre que possível a oportunidade de escolha pelo
próprio paciente é de fundamental importância; essa
rotina permite a preservação da personalidade ele-
vando a auto-estima e a independência.
• Estimular a independência é fundamental.
• As roupas devem ser simples, confeccionadas
com tecidos próprios ao clima. O paciente pode
ter perdido a capacidade de expressar sensações
de frio ou calor, dessa forma, nunca esquecer de
tirar ou colocar agasalhos, conforme a variação da
temperatura.
• Deve-se estimular o ato de vestir-se sozinho, dando
instruções com palavras fáceis de serem entendidas.
• Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de
vestuário e as cores que mais lhe agradem. Apenas
supervisione, pois pode ser que haja necessidade de
auxilia-lo na combinação de cores.
• Para que ele mesmo possa procurar suas roupas,
nos armários, cole fotos de peças e ou objetos pes-
soais na parte externa da gaveta ou guarda-roupas.
Isto o ajudará a encontrar rapidamente o que procura.
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
62
• Roupas como blusas, camisas ou suéteres, deverão
ser preferencialmente abertos na parte da frente,
para facilitar a colocação ou retirada.
• Evite roupas com botões, zíperes e presilhas, elas
dificultam o trabalho do paciente para abri-los ou
fecha-los. Dê preferência às roupas com elástico ou
velcro.
• Em casos de dependência mais severa, pode-se
dar preferência aos conjuntos do tipo moleton, em
função da sua praticidade.
• Pacientes limitados às cadeiras de rodas ou pol-
tronas, o critério para a escolha do vestuário é ainda
mais rigoroso. Deve-se optar por roupas mais con-
fortáveis, largas, especialmente nos quadris.
• Na medida do possível, deve-se providenciar um
roupão, para que o paciente possa se despir no
quarto e, protegido, ser conduzido ao banho.
• Deve-se evitar o uso de chinelos, pois eles facili-
tam as quedas.
• Todos os tipos de sapatos devem ter solados anti-
-derrapantes, os mais indicados são aqueles que pos-
suem elástico na parte superior, pois além de serem
fáceis de tirar e colocar, evitam quedas que o pa-
ciente tropece e caia, caso o cadarço se desamarre.
63
Pacientes confusos, vagantes, com limitações moto-
ras, desorientados no tempo e no espaço, necessi-
tam de supervisão constante. Algumas medidas, que
previnam a ocorrência de acidentes, tanto domésti-
cos quanto em ambientes externos devem ser ado-
tadas. Desta forma, adaptar o ambiente tornando-o
mais seguro é muito importante. Inicialmente analise
cada cômodo da casa, a fim de eliminar riscos po-
tenciais de acidentes. A cozinha e o banheiro são
freqüentemente os dois ambientes mais perigosos.
Embora as adaptações sejam necessárias, não de-
vem descaracterizar totalmente o ambiente familiar
ao paciente e pelo qual ele tem apreço. Assim, mó-
veis e objetos familiares a ele devem ser mantidos no
mesmo lugar.
• Todos os objetos perigosos devem ser removidos,
genericamente: os pontiagudos, cortantes, quebrá-
veis, pesados. Pequenos objetos como alfinetes, bo-
tões, agulhas, moedas (que podem ser engolidos),
devem ser guardados em local seguro.
• Estimule-o a ajudar em tarefas simples que não
ofereça perigo.
• Nunca permita que o paciente execute atividade
na cozinha quando estiver sozinho.
• Manter produtos de limpeza, desinfetantes, deter-
gentes ou inflamáveis em armários que devem per-
manecer fechados.  
• O piso da cozinha deve ser preferencialmente
antiderrapante. Nunca o encere, o risco de quedas
com conseqüente fratura é muito alto.
• Banheiros geralmente apresentam pisos lisos e es-
corregadios, deve-se providenciar tapetes antiderra-
pantes (emborrachados) para evitar quedas.
Se possível deve-se colocar barras de segurança na
parede do interior do Box e ao lado do vaso sanitá-
rio, eles permitem que o paciente se apóie e sinta-se
PROTEGER O PACIENTE
64
seguro e ainda evitam que ele se apóie em suportes
falsos, como os de toalhas, cortinas, pia.
• Retire do armário do banheiro todos os medica-
mentos, lâminas de barbear, etc. Mantenha apenas
os objetos pessoais de higienização.  
• Fechaduras devem possibilitar a abertura da porta
pelos dois lados, pois evita que o paciente tranque-
-se e não consiga abrir a porta.  
• Deve-se avaliar a necessidade de colocação de te-
las ou grades em janelas, principalmente nos casos
de o  paciente residir em apartamento.  
• Os sofás, poltronas, cadeiras, devem ser envol-
vidos cuidadosamente. Devem ser firmes e fortes,
com antebraços que permitam o apoio para o ato
de sentar e levantar, devem ainda ser revestidos de
material impermeável e lavável, principalmente nos
casos de pacientes incontinentes.
• Os pacientes agitados devem ter sua cama encos-
tada em uma das paredes e possuir grade lateral.
• As camas hospitalares com grades laterais e pro-
vidas de colchão “casca de ovo” são indicadas para
pacientes de alta dependência.
• Manter ambientes claros e arejados, a iluminação
natural é ideal.
• Caso haja escadas, estas devem ser bem ilumina-
das e com corrimão em ambos os lados.
• Os passeios externos devem ser incentivados,
porém estão subordinados ao grau de dependência
apresentado.
65
Manter atividades é extremamente importante, po-
rém deve-se levar em consideração as preferências
anteriores do paciente na tentativa de mantê-las por
maior tempo possível, respeitando-se o grau de de-
pendência apresentado.
• Todas as atividades devem estar subordinadas às
habilidades e limitações do paciente.
• Observe e considere as preferências do paciente,
desde que elas não representem perigo para ele.
• Se possível, busque aconselhamento com profis-
sionais capacitados –Terapeutas Ocupacionais – que
certamente terão condições de avaliar e indicar
quais atividades poderão ser executadas pelo pa-
ciente, segundo as limitações físicas e/ou mentais
apresentadas.
• Atividades domésticas simples, como varrer, tirar
o pó, devem ser encorajadas, pois irão gerar no pa-
ciente, um sentimento agradável de participação e
utilidade. No entanto você deve supervisionar estas
atividades.
• Atividades sociais fora de casa devem ser selecio-
nadas, amigos ou parentes que o acompanham de-
vem ter plena consciência de suas limitações, para
que possam agir transmitindo calma e segurança.
•As atividades profissionais (desde que possível) de-
vemserincentivadaseopacienteobservadosutilmen-
te, ainda que seja preciso que outra pessoa, em um
segundo momento, refaça a tarefa executada por ele.
É PRECISO MANTÊ-LO OCUPADO
66
Dificuldades de comunicação
após um derrame
• Quando os músculos do rosto são prejudicados
com o derrame, o doente pode ter dificuldade ao
falar, tornando difícil o entendimento do que ele diz.
Isso não quer dizer que ele não entenda o que você
diz. Para entender melhor o que ele quer falar, se
puder, peça para ele escrever, assim não ficará irrita-
do e você poderá entender melhor sua necessidade.
• Se ele não puder escrever, faça perguntas que
ele possa responder com sinais, fazendo sim ou não
com a cabeça, combine os sinais com ele.
• Ao falar com o paciente não deixe que nada o
distraia, pois, concentrando a atenção, você poderá
entende-lo com maior facilidade.
• Ao fazer coisas com e para o paciente, ir dando
nome a tudo o que está sendo usado, por exemplo:
água, banho, sabonete, prato, camisa, etc...
COMUNIÇÃO
CUIDADOS COM A MEDICAÇÃO
Pacientes usam, em média, 3 a 4 tipos diferentes de
medicamentos ao dia, em horários variados. Quanto
maior o número de medicamentos usados, maior a
chance de erro de dose, de horário e de troca de
medicação, tanto por parte do paciente, como por
parte do cuidador, geralmente já sobrecarregado
com suas múltiplas tarefas.
Para evitar problemas maiores, e considerando que
o uso correto da medicação é fundamental para o
bom andamento dos cuidados, sugerimos algumas
medidas:
1. Coloque os medicamentos em uma caixa com
tampa (plástica ou papelão), ou vidro com tampa,
tomando o cuidado de usar caixas diferentes para
67
medicamentos dados pela boca, para material de
curativo e material e medicamentos para inalação.
Além de ser mais higiênico, é menos provável que
você confunda e dê por boca um medicamento ina-
latório, ou que misture um material de curativo de
ferida com o de limpeza de sonda ou cânulas; se
você for exigente, pode comprar caixas para medi-
camentos e materiais de curativo, à disposição em
lojas de produtos médico-hospitalares; a caixa or-
ganizadora pode ser utilizada para medicação oral
e existe em várias opções e formatos; caso você não
saiba ler, peça a sua enfermeira para dividir os medi-
camentos em envelopes ou saquinhos, com o dese-
nho do horário em que deve ser tomado;
2. Converse com o médico ou enfermeira respon-
sável sobre a possibilidade de dividir as medicações
em horários padronizados, como por exemplo café
da manhã, almoço e jantar, e faça uma lista do que
pode e do que não pode ser dado no mesmo horá-
rio. Para facilitar você pode dividir a caixa em com-
partimentos, e colocar os respectivos medicamentos
nos respectivos horários;
3. Para facilitar a administração dos medicamentos
você pode usar o Plano de Medicação Diária (im-
presso com vários relógios desenhados), que com a
orientação do médico, enfermeira, ou farmacêutico
distribui a medicação em horários padronizados.
Este Plano de Medicação deverá ficar em lugar de
Caixa improvisada com divisórias
Caixa com material curativo
68
fácil visualização, como por exemplo, a porta da ge-
ladeira. Caso o cuidador não saiba ler, pode-se colar
os medicamentos do lado do desenho do relógio, na
quantidade correta de comprimidos para cada horá-
rio, conforme prescrição médica;
4. Mantenha os medicamentos em local seco, are-
jado, longe do sol e principalmente das crianças.
5. Mantenha os medicamentos nas embalagens ori-
ginais para evitar misturas e realizar o controle da
data de validade;
6. Deixe somente a última receita médica ou de en-
fermagem junto à caixa de medicamentos. Isto evi-
ta confusão quando há troca de medicamentos ou
receitas, facilita a consulta em caso de dúvidas ou
quando solicitado pelo profissional de saúde; para
evitar confusão, você pode devolver os medicamen-
tos que não estão sendo utilizados para o centro de
saúde, ou guardá-los em outro local;
7. Lembre-se de solicitar ao médico uma prescrição
para caso de necessidade, como vômitos, febre,
diarréia, dor, e mantenha uma pequena quantidade
destes medicamentos em uma caixa separada, com
o rótulo “necessidades especiais”;
8. Não acrescente, substitua ou retire medicamentos
sem antes consultar um profissional de saúde;
lembre-se que medicamentos prescritos para outras
pessoas podem não ter o mesmo efeito, ou não
serem indicados para o paciente;
Caixa organizadora
Plano de
medicação diária
69
9. Evite o uso de chás e plantas medicinais, pois
eles são considerados medicamentos e podem ter
efeitos indesejáveis;
10. Caso o paciente utilize vários medicamentos por
dia, utilize um calendário ou um caderno onde você
possa colocar a data, o horário, e colocar um visto
nas medicações já dadas. Isto evita a desagradável
pergunta: Será que eu já dei os medicamentos das
10 horas?
11. Evite dar medicações no escuro, para não correr
o risco de trocas perigosas;
12. Se o paciente apresentar dificuldades para en-
golir comprimidos, ou alimentar-se por sonda, con-
verse com o médico ou enfermeira sobre a possibi-
lidade de dissolvê-lo em água ou suco, e caso não
seja possível, peça para o profissional trocar o me-
dicamento;
13. Não use como referência a cor do comprimido,
pois esta pode mudar de acordo com o laboratório
fabricante. Por exemplo, o captopril existe em com-
primidos branco e azul;
14. O cuidador deve sempre avisar o médico ou
enfermeira quando o paciente parar de tomar algum
medicamento prescrito;
15. Não substituir medicamentos sem a autorização
do médico;
16. O cuidador não deve aceitar empréstimos de
medicamento quando o do seu paciente acabar.
Muitas vezes o medicamento tem o mesmo nome
mas a sua concentração é diferente. Seja prevenido e
sempre confira a quantidade de medicamento antes
de feriados ou finais de semana, para não correr o
risco de faltar;
17. Tire suas dúvidas com o o médico ou a enfermeira.
70
Pacientes acamados são mais dependentes, sua
movimentação está diminuída, sua respiração é
curta e apresentam risco maior de engasgar. Essas
características aumentam o risco de desenvolver
pneumonia. Além disso, por ficarem muito tempo
na mesma posição, associado à diminuição do
movimento acabam desenvolvendo encurtamentos
e fraqueza muscular. Por este motivo a intervenção
da fisioterapia respiratória e motora é tão importante,
evitando assim possíveis reinternações.
Todos os cuidados são individuais, o que serve para
um não serve para outro. Fazer somente o que for
orientado para seu familiar.
EXERCÍCIOS PARA O PACIENTE
PARA AQUELES QUE
CONSEGUEM NOS AJUDAR
71
Exercícios respiratórios
Facilitam a eliminação de secreções e melhoram a
ventilação pulmonar, prevenindo complicações pul-
monares.
Respiração abdominal - puxar o ar pelo nariz lenta-
mente e soltar pela boca, levando o ar para barriga.
Respiração profunda - puxar o ar o máximo que
conseguir e soltar pela boca devagar.
Respiração em 2 tempos - puxa um pouco de ar,
segura, puxa tudo e solta devagar pela boca.
Tosse ativa
Pedir para paciente tossir forte, sozinho, observar a
cor da secreção, caso não esteja clara, avisar ao
profissional da saúde rapidamente.  
Posicionamento
É importante alterar o posicionamento no leito ou
na cadeira de rodas periodicamente evitando assim,
o surgimento de úlceras de decúbito (escaras), fa-
cilitando também a respiração. Permanecer maior
tempo sentado ou em pé de acordo com a condição
de cada um. 
(pacientes traqueostomizados)
PARA AQUELES QUE NÃO
CONSEGUEM NOS AJUDAR
72
Por serem mais dependentes, não conseguem tossir
sozinhos, não tem força, acumulando mais secreção.
Normalmente são traqueostomizados necessitando
de aspirações freqüentes.
A traqueostomia é uma abertura realizada na tra-
quéia (tubo que conduz o ar da boca e nariz para os
pulmões), para que o paciente possa respirar. É reali-
zada no hospital, por indicação médica. Este orifício
é mantido aberto e protegido por uma cânula, que
pode ser de plástico ou metal, e é fixada ao redor do
pescoço com um cordão (cadarço).
A cânula de traqueostomia deve ser limpa pelo me-
nos uma vez ao dia, porém se houver muita secre-
ção pode-se fazer a limpeza várias vezes ao dia.
73
Se a cânula for de metal deve-se retirar a cânula in-
terna (mandril) e lavar em água corrente, limpando
com uma gaze ou cotonete. A gaze deve passar de
um lado para o outro do mandril limpando as secre-
ções ressecadas que obstruem o mesmo.
Após a limpeza da cânula deve-se verificar se a câ-
nula interna está na posição correta e bem fixada. 
Para proteção do cuidador e do paciente é aconse-
lhável o uso de luvas de procedimento para limpeza
da cânula.  
Lembre-se que o orifício da traqueostomia comunica
o meio ambiente diretamente com o pulmão; deve-
se ter o cuidado de evitar a entrada de “coisas
estranhas”, como: água, comida, insetos, perfumes,
talcos e etc pelo orifício. Você pode usar uma gaze
para proteger o orifício da entrada de insetos.
A elevação da cabeceira do leito a 30 graus (cerca
de 3 travesseiros grossos), também ajuda a prevenir
a entrada de secreções nos pulmões e brônquios,
evitando a pneumonia. Também previne a queda da
língua para “trás”, o que dificulta a respiração e a
torna ruidosa (barulhenta). Você pode elevar a cabe-
ceira com material improvisado, como um pedaço
de madeira, ou pode adquirir o acessório para ser
adaptado à cama do paciente, ou pode alugar uma
cama hospitalar com diferentes inclinações.
CUIDADOS NOS ASPECTOS
PSICOLÓGICOS DO PACIENTE
74
O apoio familiar é o suporte do paciente e a
segurança dos profissionais que o assistem.
Caso você não faça parte da família, não importa,
você está exercendo a função de facilitador de uma
etapa no caminho do viver de um ser humano.
Saiba que o paciente está vivenciando:
•A impotência. 
•A dependência. 
• Adepressão:asvezescausadapormortedoconjuge,
aposentadoria, limitações, reação a medicação, etc. 
• A ansiedade frente a patologia, o medo, etc.  
O paciente pode emitir
comportamentos como
• Chamar pelo cuidador várias vezes.  
• Ser teimoso, não obedecendo ordens.
• Ficar inativo e ou agressivo.
• Ter insônia.
75
•Não ter controle dos esfincters.
•Ter coordenação motora inadequada (derrubar
objetos, comida, etc.).
• Perda de memória.
•Perda de orientação espacial.
Diante desses quadros o cuidador pode ter
•Tristeza: por vivenciar as perdas do paciente  
• Raiva: diante das sua recusas, falta de controle dos
esfincters. 
• Ansiedade: por espera de progresso do paciente,
para sair da rotina do dia a dia da doença.  
•Culpa: por ter pensamento e atitudes as vezes ne-
gativas.  
Pode vivenciar
• Cansaço.  
• Insônia.  
• Perda de autocontrole.  
• Impotência.  
• Depressão.  
Calma! Procure:  
1 Deixar o paciente sempre ocupado.  
2 Assistir à TV.  
3 Ler jornais, ver notícias (caso não possa faze-lo,
faça por ele). Ofereça-lhe revistas.  
4 Ouvir música.  
5 Se possível caminhar, tomar banho de sol e fazer
alguns exercícios dentro de seus limites.  
76
6. Incentiva-lo a rezar (se o paciente for religioso).
7. Não responder pelo paciente.  
8. Não faça por ele o que ele pode fazer.  
9 Sair de perto quando estiver perdendo o autocon-
trole e solicitar ajuda de outro cuidador da família
ou voluntário. 
10 Sempre que possível revezar com alguém.
11 Procurar se informar a respeito da evolução da
patologia.
12 Procurar recursos existentes na comunidade.
13 Procurar recursos oferecidos pela saúde. Como:
grupos existentes nos centros de saúde (Lian-kung,
vivência e cuidadores etc...)
14 Conversar com familiares que também tenham
seus doentes.
15 Tente manter as atividades possíveis que o
paciente executava como: dobrar roupas, vestir-se
e etc.
16 Cuidado com seus gestos ou palavras, o paciente
é atento.
17 Revezar entre os membros da família e amigos
horário com disponibilidade interna de conversar/
dialogar com carinho e ternura com o paciente.
18 O cuidador não deverá esquecer de proporcionar
para si próprio: ginástica, grupos de lazer, auto-cui-
dado como: não descuidar de sua pessoa (manuten-
ção da auto-estima).  
Cuidador persevere, vivencie atento o seu momento
que vai qualifica-lo diante do aprimoramento das
emoções que geram nossa vida.
77
Cuidados com as emoções
O apoio familiar é um importante suporte ao
paciente, sendo a parceria principal dos profissionais
que o assistem.
Se você não faz parte da família, mas está disposto
de alguma forma a ajudar nos cuidado, saiba que
está exercendo o papel facilitador de uma etapa
bastante complexa e importante, no caminho do
viver de alguém.
Neste momento, o paciente vivencia diversos sen-
timentos.
Sente-se impotente por não depender apenas de si
para melhorar, apresenta muitas vezes um alto grau
de ansiedade e/ou irritabilidade, sem motivos aos
olhos dos outros.
Esta é uma fase dificíl para todos, principalmente
para os mais próximos mas podemos tentar vive-la
sem que fiquem marcas muito profundas.
Por estar sentindo-se limitado e ansioso, é comum ao
paciente chamar pelos outros sem muita paciência
de esperar. Paciência é um exercicio diário que todo
cuidador, dentro das suas possibilidades, precisa
treinar para tentar acolher as angustias de quem está
se sentindo prejudiado pela vida.
Tão comum quanto isso, é que o paciente pode
começar a apresentar difildades ao dormir e sua
cooredenação motora talvez pela própria doença
ou por estar muito ansioso, fica prejudicada. Podem
ocorrer pequenos acidentes como derrubar objetos,
machucarem-se por qualquer motivo, etc.
Por estar muito entristecido ou debilitado, pode não
ter ânimo para comer ou realizar cuidados básicos
de higiene pessoal.
Ser cuidador exige maestria, e ficar atento a esses
sinais de entristecimento do ente querido, sem muito
exagero, pode lhe proporcionar um grande conforto,
sabendo que não está sozinho.
CUIDANDO DO CUIDADOR
78
Diante deste quadro de vida com tantas situações
novas e adversas, o cuidador experimenta muitos
sentimentos inesperados e desagradáveis também.
Pode sentir tristeza e também impotência, por
acreditar que sua ajuda não é suficiente para o
outro. Pode-se começar a desenvolver certa raiva
do ente querido, acreditando que ele é ingrato e
não reconheçe seu esforço. Alem disso, assim como
o paciente, ficar ansioso ou sentir-se culpado pela
situção, pode acontecer.
O esforço emocional é bastante intenso, assim
como, um grande cansaço no corpo. Às vezes o
cuidador pensa que não vai dar conta de lidar com
as dificuldades, e também sente-se impotente, com
medo de perder o controle da situação ou com o
humor entristecido.
Diante disso tudo, o que fazer? Parar com os cuida-
dos daquele que necessita?
Não!!! Calma. Há muito o que fazer...
Muitas vezes, arrumar pequenas atividades ao gosto
do paciente podem ocupá-lo, diminuindo a ansieda-
de dele e a sua. Atividades como por exemplo ler algo
agradável, ver programas leves na TV, ouvir músicas,
pequenos afazeres domésticos (se possível) como
ajudar a dobrar roupas, ajudar a lavar louças, etc.
Sempre dentro dos limites da dupla, cuidador e pa-
ciente, passear em locais agradáveis e procurar os
recursos sócio-culturais da sua comunidade (par-
ques, centros de convivência, etc) e de saúde tam-
bém ajudam a enfrentar estes momentos.
É necessário ao paciente, saber que seu cuidador
não está sozinho nos cuidados. Por isso é extrema-
mente importante para quem cuida, cuidar de si
mesmo.Dividir seus problemas com outras pessoas,
parentes ou não, pode ajudar. Nas conversas, o cui-
dador tem noção de que o mundo não está contra
ele, como imaginava, observando que outras pes-
soas também podem estar passando por questões
iguais ou piores que a sua.
Quando possível, revezar com alguém nos cuida-
dos, mesmo que só para tomar um ar, faz-se neces-
sário também. Desta maneira, a sobrecargas senti-
da, dilui-se para todos.
É necessário prestar a atenção em sentimentos
79
como”dó” e/ ou “pena” do outro. Muitas vezes sem
perceber, estamos tão penalizados pelo fato, que
acabamos fazendo tudo por ele e apenas por ele.
Esteja atento a isso, pois agindo assim, não estamos
ajudando para que ele possa readquirir através do
seu próprio esforço, sua autoconfiança e autoestima.
De modo geral, não necessitam que façam POR ele,
mas sim JUNTO a ele.
Preste a atenção: saber sobre a doença do seu
querido é um direito e dever de quem cuida, por
isso converse com o profissional responsável pelo
paciente. Informe-se sobre a questão, isso o ajudará
a ficar menos tenso e ansioso. O Paciente agradece
LEMBRE-SE SEMPRE: SOMOS SERES HUMANOS E
NÃO MÁQUINAS, CUIDE-SE TAMBÉM.
Cuide do seu corpo
É fundamental que o CUIDADOR reserve alguns
momentos do seu dia para se cuidar, descansar,
relaxar, realizar alguma atividade física ou de lazer
como: caminhada, ginástica, lian gong, tricô, crochê,
pinturas, desenhos.
Existem muitas formas de incorporar
a atividade física à sua vida.
Veja algumas dicas e sugestões :
1 Enquanto estiver assistindo TV:
•Movimente os dedos das mãos e dos pés para
mantê-los flexíveis;
•Massageie os pés com as mãos, ou com rolinhos de
madeira ou com bolinhas.
2 Quando for às compras, passeie pelo pátio antes
de entrar na loja;
3 Ao se levantar pela manhã, alongue os músculos
de todas as maneiras possíveis, espreguice todo o
corpo, comece o dia bem.
4 Ao sentar-se por longos períodos de tempo, não
se esqueça de reservar um tempo para intervalos de
“exercícios”. Simplesmente movendo o corpo e as
juntas a cada 15 minutos.
5 Incorpore os exercícios de relaxamento a seu dia.
Pratique-os quando estiver perturbado, preocupado.
80
6 Ria várias vezes por dia. A risada é um maravilhoso
exercício que envolve diversos sistemas e aparelhos
do corpo.
7 A atividade física reduz seu cansaço, sua ten-
são, seu esgotamento físico e mental. SEMPRE QUE
LEMBRAR, MEXA-SE. RELAXE.
8 Semprequepossível,aprendaumaatividadenova,
leia um livro novo, aprenda mais sobre algum assun-
to de seu interesse, participe das atividades de lazer
do seu bairro, faça novos amigos e peça ajuda quan-
do precisar. Torne a sua vida mais leve e saudável.
9 Procure o Centro de Saúde da sua área de re-
sidência e se informe sobre as atividades corporais
existentes, como Lian Gong, caminhada, etc.
10 Rodizie os cuidados com outros membros da
família (ou outro cuidador) para que você possa ter
um período de férias!
81
Exercícios para o pescoço (coluna cervical):
Faça a flexão (como se fosse encostar seu queixo no
tórax), a extensão (olhar para o céu), a rotação (olhar
para os lados), e a inclinação lateral (aproximar as
orelhas do ombro).
Faça movimentos circulares, rodando os ombros
para trás e para frente, como mostra a figura abaixo:
DICAS DE EXERCÍCIOS
PARA O CUIDADOR
Exercícios para os ombros:
Inspirando, eleve os ombros próximo às orelhas,
expirando solte-os bruscamente.
82
Exercícios para os membros superiores:
Em pé, com um dos braços apoiando no encosto de
uma cadeira, abduzir o membro superior livre até
acima da cabeça inclinando lateralmente o corpo.
Repetir o movimento com o outro lado.
Exercícios para os membros inferiores...
Deite-se em decúbito dorsal (barriga para cima) e
apoie os pés na cama com os joelhos dobrados.
Apoiando em uma de suas pernas, aproxime seu
joelho de seu tronco, fique nesta posição por alguns
segundos e volte na posição inicial. Faça o mesmo
exercício com a outra perna.
Não fique muitas horas seguidas em pé. Alterne com
períodos na posição sentada.
Faça caminhadas em locais planos.
Compressas quentes (bolsas térmicas, tecidos ume-
decidos em água quente) auxiliam no relaxamento
muscular.
Manual de cuidador adulto final
Manual de cuidador adulto final
Manual de cuidador adulto final
Manual de cuidador adulto final
Manual de cuidador adulto final
Manual de cuidador adulto final

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Rede de Atenção à Saúde
Rede de Atenção à SaúdeRede de Atenção à Saúde
Rede de Atenção à Saúdeferaps
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Will Nunes
 
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalO diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalAroldo Gavioli
 
Estratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaEstratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaRuth Milhomem
 
Cuidados a criança durante hospitalização
Cuidados a criança durante hospitalizaçãoCuidados a criança durante hospitalização
Cuidados a criança durante hospitalizaçãoHIAGO SANTOS
 
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergênciaHumanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergênciaAroldo Gavioli
 
Calculo de medicamentos
Calculo de medicamentosCalculo de medicamentos
Calculo de medicamentosViviane Campos
 
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...Proqualis
 
Atenção ao Paciente com Sequela Neurológica
Atenção ao Paciente com Sequela NeurológicaAtenção ao Paciente com Sequela Neurológica
Atenção ao Paciente com Sequela Neurológicaresenfe2013
 
Enfermagem em Uti neonatal e pediátrica
Enfermagem em Uti neonatal e pediátricaEnfermagem em Uti neonatal e pediátrica
Enfermagem em Uti neonatal e pediátricaRegiane Ribeiro
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacienteViviane da Silva
 

Mais procurados (20)

Rede de Atenção à Saúde
Rede de Atenção à SaúdeRede de Atenção à Saúde
Rede de Atenção à Saúde
 
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
Unidade de Terapia Intensiva (parte 2)
 
Aula 1 historia da enfermagem enf3
Aula 1  historia da enfermagem enf3Aula 1  historia da enfermagem enf3
Aula 1 historia da enfermagem enf3
 
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mentalO diagnóstico de enfermagem em saúde mental
O diagnóstico de enfermagem em saúde mental
 
Estratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaEstratégia saúde da família
Estratégia saúde da família
 
Cuidados a criança durante hospitalização
Cuidados a criança durante hospitalizaçãoCuidados a criança durante hospitalização
Cuidados a criança durante hospitalização
 
Saúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagemSaúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagem
 
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEMSAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
 
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergênciaHumanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
Humanização, acolhimento e classificação de risco em urgência e emergência
 
Higiene oral
Higiene oralHigiene oral
Higiene oral
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
Calculo de medicamentos
Calculo de medicamentosCalculo de medicamentos
Calculo de medicamentos
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
 
Crescimento e desenvolvimento Infantil
Crescimento e desenvolvimento Infantil Crescimento e desenvolvimento Infantil
Crescimento e desenvolvimento Infantil
 
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...
Aula 1: Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos na pandemia de Co...
 
Guia do Cuidador de Idoso
Guia do Cuidador de IdosoGuia do Cuidador de Idoso
Guia do Cuidador de Idoso
 
Atenção ao Paciente com Sequela Neurológica
Atenção ao Paciente com Sequela NeurológicaAtenção ao Paciente com Sequela Neurológica
Atenção ao Paciente com Sequela Neurológica
 
Enfermagem em Uti neonatal e pediátrica
Enfermagem em Uti neonatal e pediátricaEnfermagem em Uti neonatal e pediátrica
Enfermagem em Uti neonatal e pediátrica
 
Saúde mental no sus
Saúde mental no susSaúde mental no sus
Saúde mental no sus
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do paciente
 

Destaque

Ser cuidador
Ser cuidadorSer cuidador
Ser cuidadornoelia88
 
Conhecendo a pele do idoso
Conhecendo a pele do idosoConhecendo a pele do idoso
Conhecendo a pele do idosoSamuel Madeira
 
Manual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososManual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososgcmrs
 
Gente cuidando de_gente (1)
Gente cuidando de_gente (1)Gente cuidando de_gente (1)
Gente cuidando de_gente (1)Priscila Bueno
 
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia - IV Jornadas de Neuro...
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia  - IV Jornadas de Neuro...Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia  - IV Jornadas de Neuro...
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia - IV Jornadas de Neuro...Unidade de Neuropsicologia HEM|CHLO
 
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeComo trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeAssociação Viva e Deixe Viver
 
Manual cuidadores profissionais
Manual cuidadores profissionaisManual cuidadores profissionais
Manual cuidadores profissionaisEliezer Pessanha
 
O papel da família ou outros cuidadores informais
O papel da família ou outros cuidadores informaisO papel da família ou outros cuidadores informais
O papel da família ou outros cuidadores informaisDaniela
 
Transtornos comportamentais em demências
Transtornos comportamentais em demênciasTranstornos comportamentais em demências
Transtornos comportamentais em demênciasRubens De Fraga Junior
 
Cuidador Domiciliar e Sobrecarga
Cuidador Domiciliar e SobrecargaCuidador Domiciliar e Sobrecarga
Cuidador Domiciliar e Sobrecargaadonems
 
Aula Grupo Cuidador Avc 2009
Aula Grupo Cuidador Avc 2009Aula Grupo Cuidador Avc 2009
Aula Grupo Cuidador Avc 2009ABAVC
 
Liga Cuidador De Idosos
Liga   Cuidador De IdososLiga   Cuidador De Idosos
Liga Cuidador De IdososAmanda Thomé
 
Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5agemais
 
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaO idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaGreicy Kapisch
 
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareCuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareVr Medcare
 

Destaque (20)

Ser cuidador
Ser cuidadorSer cuidador
Ser cuidador
 
Conhecendo a pele do idoso
Conhecendo a pele do idosoConhecendo a pele do idoso
Conhecendo a pele do idoso
 
Manual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idososManual para cuidadores de idosos
Manual para cuidadores de idosos
 
Gente cuidando de_gente (1)
Gente cuidando de_gente (1)Gente cuidando de_gente (1)
Gente cuidando de_gente (1)
 
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia - IV Jornadas de Neuro...
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia  - IV Jornadas de Neuro...Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia  - IV Jornadas de Neuro...
Programa de Apoio ao Cuidador de Doentes com DemêNcia - IV Jornadas de Neuro...
 
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúdeComo trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
Como trabalhar com cuidados paliativos na atenção à saúde
 
O cuidador
O cuidadorO cuidador
O cuidador
 
Manual cuidadores profissionais
Manual cuidadores profissionaisManual cuidadores profissionais
Manual cuidadores profissionais
 
O papel da família ou outros cuidadores informais
O papel da família ou outros cuidadores informaisO papel da família ou outros cuidadores informais
O papel da família ou outros cuidadores informais
 
Transtornos comportamentais em demências
Transtornos comportamentais em demênciasTranstornos comportamentais em demências
Transtornos comportamentais em demências
 
Cuidador Domiciliar e Sobrecarga
Cuidador Domiciliar e SobrecargaCuidador Domiciliar e Sobrecarga
Cuidador Domiciliar e Sobrecarga
 
Programa Maior Cuidado
Programa Maior CuidadoPrograma Maior Cuidado
Programa Maior Cuidado
 
Aula Grupo Cuidador Avc 2009
Aula Grupo Cuidador Avc 2009Aula Grupo Cuidador Avc 2009
Aula Grupo Cuidador Avc 2009
 
Liga Cuidador De Idosos
Liga   Cuidador De IdososLiga   Cuidador De Idosos
Liga Cuidador De Idosos
 
Cuidador infantil
Cuidador infantil Cuidador infantil
Cuidador infantil
 
Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5
 
Quem cuida do cuidador?
Quem cuida do cuidador?Quem cuida do cuidador?
Quem cuida do cuidador?
 
T C E - Anatomia
T C E - AnatomiaT C E - Anatomia
T C E - Anatomia
 
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaO idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
 
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR MedcareCuidadores de Idosos - VR Medcare
Cuidadores de Idosos - VR Medcare
 

Semelhante a Manual de cuidador adulto final

Enfermagem pediatrica (1).pdf
Enfermagem pediatrica (1).pdfEnfermagem pediatrica (1).pdf
Enfermagem pediatrica (1).pdfGlendaRegoSoares1
 
Relatório final praticas assistenciais
Relatório final praticas assistenciais Relatório final praticas assistenciais
Relatório final praticas assistenciais Dessa Reis
 
UFCD - 6574- Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação
UFCD - 6574-  Cuidados na Higiene, Conforto e EliminaçãoUFCD - 6574-  Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação
UFCD - 6574- Cuidados na Higiene, Conforto e EliminaçãoNome Sobrenome
 
Equipa Multidisciplinar
Equipa MultidisciplinarEquipa Multidisciplinar
Equipa MultidisciplinarFábio Simões
 
Apresentação jose mauro l opes principios
Apresentação jose mauro l opes principiosApresentação jose mauro l opes principios
Apresentação jose mauro l opes principiosCarla Couto
 
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas final
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas finalManual med-trad-homeopatia-e-práticas final
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas finalCristiano Neves
 
2008 ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas
2008  ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas2008  ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas
2008 ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas PessoasLeonardo Savassi
 
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolar
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolarSessão de Educação para a saúde - Idade escolar
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolarLiteracia em Saúde
 
Principios unidade conceição
Principios unidade conceiçãoPrincipios unidade conceição
Principios unidade conceiçãojosemceratti
 
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdf
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdfequipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdf
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdfsusanachaves13
 

Semelhante a Manual de cuidador adulto final (20)

Enfermagem pediatrica (1).pdf
Enfermagem pediatrica (1).pdfEnfermagem pediatrica (1).pdf
Enfermagem pediatrica (1).pdf
 
Atenção Compartilhada
Atenção CompartilhadaAtenção Compartilhada
Atenção Compartilhada
 
Relatório final praticas assistenciais
Relatório final praticas assistenciais Relatório final praticas assistenciais
Relatório final praticas assistenciais
 
Críticas à medicalização
Críticas à medicalizaçãoCríticas à medicalização
Críticas à medicalização
 
Revista cuidarte nº11 2014
Revista cuidarte nº11 2014Revista cuidarte nº11 2014
Revista cuidarte nº11 2014
 
UFCD - 6574- Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação
UFCD - 6574-  Cuidados na Higiene, Conforto e EliminaçãoUFCD - 6574-  Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação
UFCD - 6574- Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação
 
Equipa Multidisciplinar
Equipa MultidisciplinarEquipa Multidisciplinar
Equipa Multidisciplinar
 
Apresentação jose mauro l opes principios
Apresentação jose mauro l opes principiosApresentação jose mauro l opes principios
Apresentação jose mauro l opes principios
 
psf
psfpsf
psf
 
Revista cremerj
Revista cremerjRevista cremerj
Revista cremerj
 
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas final
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas finalManual med-trad-homeopatia-e-práticas final
Manual med-trad-homeopatia-e-práticas final
 
2008 ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas
2008  ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas2008  ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas
2008 ROA, OLIVEIRA, SAVASSI et al. Medicina Centrada nas Pessoas
 
Guia pratico 148_x210_coren
Guia pratico 148_x210_corenGuia pratico 148_x210_coren
Guia pratico 148_x210_coren
 
Livro unico laura
Livro unico lauraLivro unico laura
Livro unico laura
 
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolar
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolarSessão de Educação para a saúde - Idade escolar
Sessão de Educação para a saúde - Idade escolar
 
Principios unidade conceição
Principios unidade conceiçãoPrincipios unidade conceição
Principios unidade conceição
 
Enfermagem pediatrica.pdf
Enfermagem pediatrica.pdfEnfermagem pediatrica.pdf
Enfermagem pediatrica.pdf
 
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdf
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdfequipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdf
equipamultidisciplinar-141011162738-conversion-gate02.pdf
 
Diretrizes do nasf
Diretrizes do nasfDiretrizes do nasf
Diretrizes do nasf
 
Anticoncepção
AnticoncepçãoAnticoncepção
Anticoncepção
 

Manual de cuidador adulto final

  • 1. 1 CUIDANDO DE CUIDADOR GUIA PRÁTICO PARA CUIDADORES INFORMAIS ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA São Paulo - 2011
  • 2. 2 SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Presidente Prof. Dr. Rubens Belfort Mattos Jr. Vice-Presidente Prof. Dr. José Luiz Gomes do Amaral Conselheiros Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola Prof. Dr. Luc Louis Maurice Weckx Prof. Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira Prof. Dr. Valdemar Ortiz Profa. Dra. Emília Inoue Sato SPDM Instituições afiliadas Superintendente Dr. Nacime Salomão Mansur Coordenadora das Diretorias Clínicas Prof. Dra. Roseli Giudici Coordenadora Administrativa Maria Alice Ferreira Lopes Coordenadora das Diretorias de Enfermagem Elizabeth Akemi Nishio COLABORADORES Ana Maria Silva • Enfermeira Antonio Carlos V. Vazquez •Psicólogo Eliane T. L. Almeida • Assistente Social Fabiana Dantas • Fisioterapeuta Jackeline Pillon • Fonoaudióloga José Carlos Martins • Fisioterapeuta Maira Barros Hasemi • Fonoaudióloga Patrícia A. L. Maciel • Nutricionista Tenille G Aguiar • Terapeuta Ocupacional Revisor Dra. Sandra de Oliveira Guaré Coordenador Dra. Yumi Kaneko Guia Aprovado pela Comissão de Prontuário do Hospital Geral de Pirajussara em 18/11/2008
  • 3. A SPDM há 77 anos caracteriza-se pelo empreededo- rismo e inovação na saúde e sente-se muito orgulho- sa com este livro que vem ampliar a ação das equipes de saúde dando ênfase e poder de ação curativa aos familiares e elementos da comunidade. Na sociedade moderna as fronteiras entre especia- listas e profissionais é cada vez mais difusa com a necessidade de criação de habilidades e comporta- mentos resolutivos em benefício do paciente, com respeito a sua cidadania. Um dos grandes desafios da nossa época é a interface das diferentes tecnologias e o interelacionamento entre a tecnologia que depende de máquinas e a tecnologia humana que cuida também da comunicação e segue uma das mais importantes na área da saúde. A equipe da SPDM sob a liderança do Dr. Nacime Salomão Mansur é multidisciplinar e nesse livro que envolve praticamente todas as áreas relacionadas aos cuidados dos pacientes apresenta com maestria, en- sinamentos muito importante sobre a arte de cuidar, amparar, diminuir o sofrimento, aumentar a qualidade de vida e o bem estar. A tecnologia e a quantidade de informações disponí- veis é sem dúvida enorme e cada vez maior. No en- tanto, muitas vezes necessitamos apenas uma peque- na parte dela, para confortar nossos pacientes e não necessitamos de currículos extensos e inúmeros arti- gos publicados para poder ensinar, transmitir e pensar aquilo que é necessário para ajudar as pessoas. Esse guia prático para cuidadores informais preen- che dois dos objetivos mais importantes na área da tecnologia da saúde: A inovação e a Difusão. Pro- fissionais muito bem capacitados e experientes en- sinam o cuidador informal, membro da família e da comunidade a desenvolver as habilidades necessárias para conversar, orientar e até mesmo impor, quando necessário,as condutas ao bem estar do paciente. PREFÁCIO s
  • 4. A sociedade moderna, caracterizada por parcelas cada vez maiores de famílias desestruturadas, fratu- radas e desamparadas bem como o número muito grande de idosos precisa cada vez mais dos cuida- dores formados e informais e de Manuais como este. Prof. Dr. Rubens Belfort Mattos Jr.
  • 5. 5 A arte do cuidador é agregar a um ato de respei- to e solidariedade, alguns conhecimentos técnicos, compromisso e empenho no resgate da dignidade humana e qualidade de vida. Estes atributos separados, por maior que seja a boa vontade, não alcançam o resultado esperado e de- sejado. Assim, é fundamental, além dos estímulos naturais para o ato de cuidar, que a pessoa esteja munida de conhecimentos técnicos básicos para a tarefa, permitindo melhor entendimento sobre as necessi- dades, dificuldades e características dos problemas que acometem o paciente e familiares, bem como, utilizando técnicas e processos de higienização, alimentação, etc, propiciem maior qualidade aos cuidados prestados e, portanto, maior segurança ao paciente. Certamente, somente o ato técnico bem realizado, não comtempla a totalidade das expectativas que cercam a vida de alguém com limitações ou neces- sidades especiais, sendo inestimável uma relação ci- dadã baseada no tratamento respeitoso, na ausência de preconceitos, no carinho e compreensão. Este Manual traz com muita propriedade conheci- mentos importantes para quem tem a nobre missão de ser cuidador. Dr. Nacime Salomão Mansur, Superintendente das Instituições Afiliados da SPDM APRESENTAÇÃO s
  • 6. 6
  • 7. 7 INTRODUÇÃO Por que este manual? O presente manual foi criado a partir da necessidade de registrar as informações que vínhamos fornecen- do aos cuidadores durante as orientações técnicas e nas rodas de conversas que acontecem no grupo “Cuidando de Cuidador”, encontro semanal entre cuidadores, familiares e profissionais de saúde que tem sido uma rotina desde 2007, no Hospital Geral de Pirajussara. Sabemos quão difícil é a função do cuidador. Muitas vezes, deparamos com conflitos entre os familiares e profissionais de saúde no momento da alta hospi- talar por cuidadores não se sentirem seguros para levar e cuidar do seu familiar no domicílio. Além do medo gerado pelo desconhecimento, observamos também o sentimento de desamparo destes familia- res nesta situações. Pensando nesse conjunto de problemas, pedimos a um grupo de profissionais que se dedicam ao aten- dimento de pessoas com incapacidades funcionais temporárias ou permanentes que escrevessem sobre os temas que constam deste manual. Pudemos con- tar com uma preciosa colaboração dessas pessoas, que se esforçaram para comunicar conhecimentos complexos sobre os vários aspectos do cuidar em linguagem simples e direta. Eles procuraram dar também, orientação concreta para que o cuidado ao paciente possa ser realizado de forma a atender as suas múltiplas necessidades, de uma maneira ade- quada e sem prejudicar a saúde física e emocional do cuidador. A quem se destina este manual? Evidentemente, este manual não substitui a assis- tência profissional e especializada de saúde que os pacientes devem receber nos devidos momentos. Entretanto, os familiares podem consultá-lo a fim de
  • 8. 8 auxiliá-los nas eventuais dúvidas que tiverem durante o ato de cuidar dos pacientes em casa. Assim, este manual é destinado a todos cuidadores, familiares ou não, a ser utilizados em vários momentos: - enquanto paciente estiver internado, os cuidadores podem se preparar para alta hospitalar, recebendo orientações ou treinamentos pelos profissionais ba- seado nos assuntos discutidos neste manual; - após a alta hospitalar, podem consultar o manual para sanar as dúvidas sobre como e o que fazer para cuidar bem do seu familiar com saúde debilitada Como consultar este manual? Pensando na comodidade para usuários, este manu- al é divido conforme assuntos (banho, alimentação, adaptações domiciliares, etc.). Mais de um profissio- nal contribuiu para escrever os capítulos, de maneira que todos os procedimentos descritos são condutas discutidas entre profissionais de várias áreas. Basta o usuário procurar o assunto de interesse no sumário para encontrar os esclarecimentos que se busca. Esperamos cuidar dos cuidadores através deste ma- nual acolhendo e mostrando os caminhos que po- dem ser seguidos durante a árdua tarefa de cuidar dos outros. Lembramos, porém, que é essencial que cada cuidador cuide de si primeiro para cuidar dos outros nas suas melhores condições. Agradecemos profundamente à liderança da SPDM, diretoria e todos colaboradores do Hospital Geral de Pirajussara que acreditaram na importância deste trabalho e se empenharam para concretizar a elabo- ração deste manual. Equipe de Cuidadores HGP
  • 9. SUMÁRIO BANHO ................................................................... 13 Cuidados de higiene em pacientes dependentes. 13 Quando tomar banho for um problema... ............ 13 Indo para o banheiro .............................................. 13 Banho propriamente dito ....................................... 14 Banho no leito ......................................................... 15 Seqüências para o banho ....................................... 16 Higiene íntima ......................................................... 17 Auto cuidado ........................................................... 17 ÚLCERAS DE PRESSÃO (ESCARAS) .................... 18 Locais onde é mais comum o aparecimento de escaras ....................................... 18 Prevenção de escaras ............................................. 18 Evitar que o paciente durma o dia todo e sempre que possível: ........................................... 19 Acessório improvisado para mudança de posição .............................................. 19 Tratamento de escara ............................................. 21 Cuidados com pacientes inconscientes ............... 22 SONDA VESICAL DE DEMORA .......................... 23 Tratamento de urina ............................................... 24 Cateterismo vesical intermitente: técnica limpa............................................................ 25 TREINAMENTO DE INTESTINO .......................... 30 O programa de treinamento do intestino inclui os seguintes passos ...................................... 30 CUIDADOS COM A OSTOMIA .......................... 32 Vida social e familiar .............................................. 32 Hora do banho ........................................................ 33 Uso de roupas ......................................................... 33 Exercícios físicos e prática de esportes ................. 33 Freqüência do esvaziamento da bolsa ................. 33 Cuidados com a pele periestomal ........................ 33 CUIDADOS NA SAÚDE BUCAL .......................... 34 A importância dos cuidadores na saúde bucal.... 34 Dedicação, carinho e orientação correta ............ 34
  • 10. Escova dental ......................................................... 36 Desinfecção de prótese ......................................... 37 A Língua .................................................................. 38 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NUTRIÇÃO......... 39 Noções de nutrição ............................................... 39 Pirâmide de alimentos ........................................... 40 Formas de Alimentação ........................................ 42 Dietas hospitalares ................................................ 42 Tipos de dietas ( via oral) ...................................... 42 Dieta enteral - forma de preparo ......................... 43 Dicas importantes para alimentar o paciente ..... 43 Adaptações caseiras .............................................. 44 DISFAGIA (DIFICULDADE DE ENGOLIR) .............. 48 O que observar e como ajudar durante as refeições ............................................... 48 PACIENTE QUE USA SONDA DE ALIMENTAÇÃO...................................................... 50 Técnicas de preparo e higienização de sonda de alimentação ............................................ 53 POSICIONAMENTO NO LEITO ORIENTAÇÕES PARA O PACIENTE ACAMADO .......................... 54 TRANSFERÊNCIAS ................................................... 56 ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS ............................... 59 Abaixo são citados exemplos de adaptações ..... 59 ESTIMULAÇÃO SENSORIAL ............................... 61 PROTEGER O PACIENTE ...................................... 63 É PRECISO MANTÊ-LO OCUPADO ................... 65 COMUNIÇÃO ....................................................... 66 Dificuldades de comunicação após um derrame.................................................... 66 CUIDADOS COM A MEDICAÇÃO ....................... 66 EXERCÍCIOS PARA O PACIENTE ........................ 70 PARA AQUELES QUE CONSEGUEM NOS AJUDAR ........................................................ 71 Exercícios respiratórios .......................................... 71 Tosse ativa .............................................................. 71 Posicionamento ...................................................... 71
  • 11. PARA AQUELES QUE NÃO CONSEGUEM NOS AJUDAR (pacientes traqueostomizados)............................. 72 CUIDADOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO PACIENTE .......................... 74 Saiba que o paciente está vivenciando: ............... 74 O paciente pode emitir comportamentos como ......................................... 74 Diante desses quadros o cuidador pode ter ........ 75 Pode vivenciar ......................................................... 75 Calma! Procure: ...................................................... 75 CUIDANDO DO CUIDADOR ............................. 77 Cuidados com as emoções .................................... 77 Cuide do seu corpo ................................................ 79 Existem muitas formas de incorporar a atividade física à sua vida. Veja algumas dicas e sugestões:............................. 79 DICAS DE EXERCÍCIOS PARA O CUIDADOR ....... 81 Exercícios para o pescoço (coluna cervical): ....... 81 Exercícios para os ombros: .................................... 81 Exercícios para os membros superiores: .............. 82 Exercícios para os membros inferiores: ................ 82 PREVIDÊNCIA SOCIAL PARA O CUIDADOR..... 83 Que o paciente ou familiar cuidador podem requerer: Amparo assistencial ao paciente ou deficiente   LOAS - Lei orgânica de assistência social ........................................................................ 83 Aposentadoria por idade: ..................................... 83 Aposentadoria por invalidez : .............................. 83 Documentações para INSS ................................... 83 Acidente de trabalho .............................................. 84 Materiais para uso domiciliar ................................ 84 Transporte ................................................................ 84 Medicação de alto custo ........................................ 84 ÓBITO DENTRO DO HOSPITAL ......................... 85 Quando o médico atesta o óbito .......................... 85 Quando o médico não atesta o óbito .................. 85 Óbito na residência ............................................... 85 Importante ............................................................... 86 Pensão ..................................................................... 86 Seguro ..................................................................... 86 Contas bancarias .................................................... 86 BIBLIOGRAFIA .................................................... 87
  • 12.
  • 13. BANHO Cuidados de higiene em pacientes dependentes... A higiene corporal constitui um fator importante para recuperação, conforto e bem estar do paciente, bem como a higiene do ambiente, que deve ser limpo, arejado e com o mínimo necessário para atendimento das suas necessidades. Deixe no quarto do doente somente os móveis necessários. Alguns cuidados deverão ser tomados durante a re- alização da higiene corporal tais como: não permitir a existência de correntes de ar, cuidar para que a porta do banheiro não possa ser trancada pelo lado de dentro e que a temperatura da água esteja ade- quada – em torno de 26 a 30º C.  Quando tomar banho for um problema.  Tentar identificar a(s) causa(s) da recusa é um bom começo. O paciente pode estar com dificuldade para caminhar, ter medo da água, medo de cair, pode estar deprimido, com infecções que geram mal estar, dor, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhado por expor seu corpo diante do cuidador, especialmente se for do sexo oposto. Respeite seus hábitos!  Indo para o banheiro • Prepare o banheiro previamente e leve para lá todos os objetos necessários para higiene.   • Elimine correntes de ar fechando portas e janelas.  • Separe as roupas pessoais antecipadamente.   • Regule a temperatura da água que deve ser morna.  • Se possível, o paciente deve ser despido no quarto e conduzido ao banheiro protegido por um roupão ou toalha; neste momento, evite fixar os olhos em seu corpo (isto pode constrange-lo), observe-o sutil- mente.   • Evite deixar o paciente sozinho, para evitar quedas.  13
  • 14. 14 O banho propriamente dito Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o se neces- sário.   Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie. Apenas nos estágios mais avançados da do- ença o cuidador deve assumir a responsabilidade de dar o banho.   Lave a cabeça no mínimo 3 vezes por semana, ob- serve se há lesões no couro cabeludo. Mantenha se possível, os cabelos curtos.   Observe se há necessidade de cortar as unhas dos pés e das mãos, em caso positivo, posteriormente, corte-as retas, com todo o cuidado, especialmente nos pacientes diabéticos.   Após o banho, seque bem o corpo, principalmente as regiões de genitais, articulares (dobra de joelhos, cotovelos, axilas) e interdigitais (entre os dedos). Para facilitar o banho de chuveiro, você pode alugar, comprar ou improvisar uma cadeira higiênica. cadeira higiênica
  • 15. 15 Para estimular a autonomia do paciente você pode comprar em casas especializadas, ou improvisar, acessórios que facilitem a realização de pequenas tarefas, como lavar os pés ou as costas Banho no leito O banho de chuveiro é o ideal mas, caso haja dificuldades (ou impossibilidade) de o paciente sair da cama, pode ser intercalado, ou mesmo substituído pelo banho no leito. Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita dor na mudança de posição deve-se contar, sempre que possível, com a ajuda de outra pessoa. Isto evita acidentes, previne o cansaço excessivo do cuidador e proporciona maior segurança para o paciente. Material necessário para o banho: comadre, bacia, água morna, sabonete, toalha, luvas, escova de dente, lençóis, forro, plástico e roupas. A higiene deve sempre ser iniciada pela seqüência cabeça – pés. Primeiro os olhos, rosto, orelhas e pescoço. Lavar os braços, tórax e a barriga secando- os e cobrindo-os. Na região sob as mamas das mulheres, enxugar bem para evitar assaduras e micose. Em seguida, passa-se para as pernas secando-as e cobrindo-as. Durante o banho colocar forro plástico e apoiar a bacia com água morna sobre a cama. Lavar os pés com água e sabonete realizando a higiene entre os dedos. As costas devem ser lavadas, secas e massageadas com óleo ou cremes hidratantes para ativar a circulação.
  • 16. 16 A higiene nas regiões genito-urinário e anal deve acontecer diariamente e após cada eliminação evitando assim umidade e assaduras. Você pode comprar, ou mesmo improvisar acessórios que facilitem a higiene no leito. O momento do banho é importante para observar e avaliar a integridade da pele, dos cabelos, unhas e da higiene oral. A análise cuidadosa da pele e a avaliação de aspectos como cor, temperatura, hidratação, incha ço e vermelhidão podem ser os primeiros sinais indi- cativos do aparecimento de escaras (feridas). 1 Cabeça 2 Tórax (peito) 3 Braços e mãos 4 Costas 5 Barriga 6 Pernas e pés 7 Partes íntimas (trocar a água antes) Seqüências para o banho 1 2 44 5 3 3 7 6 Dispositivo inflável para lavar os cabelos no leito
  • 17. 17 Higiene íntima É feita após o ato de urinar e evacuar. Para isso é colocada uma comadre sob as nádegas do pacien- te. Em seguida deve-se ensaboar a região genital no sentido da púbis para o ânus, então jogar a água e enxugá-la com um pano. Caso os pêlos estejam grandes e volumosos devem ser aparados com tesoura para facilitar a limpeza. Secar cuidadosamente evitando o aparecimento de lesões e assaduras. Se o paciente realizar sozinho a sua higiene ou auxiliar na realização da mesma, deve-se lavar as suas mãos ao término do procedimento. Durante a higiene é sempre importante observar as eliminações (fezes e urina). Auto cuidado O cuidador deve saber que ajudar o doente não é fazer as coisas por ele. Para isso é importante observá-lo tentando identificar sua potencialidade e estimulá-lo a ir fazendo sozinho as tarefas em seu próprio benefício. Deve-se elogia-lo em cada tarefa que ele realizar mesmo que para isso seja necessário mais tempo poisisso pode trazer satisfação e melhoras ao doente.
  • 18. 18 Elas surgem quando o corpo, ou parte dele, está paralisado e a pessoa não consegue se mexer, provocando a falta de circulação do sangue e a formação de feridas (“escaras”). Pacientes com alterações cognitivas (esclerose, demência) ou de comportamento, podem ter dificuldade de mudar de posição e assim, permanecerem horas sob parte do corpo, formando escaras em locais de movimentação preservada. Locais onde é mais comum o aparecimento de escaras Ombros, omoplata, cotovelos, quadril, base da espinha (região sacral), lateral das nádegas, joelhos, tornozelo e calcanhar. ÚLCERAS DE PRESSÃO (ESCARAS) Escara no calcanhar Escara na região do sacro OmbrosOmoplata Cotovelos Quadril Base da espinha Lateral das nádegas Joelhos Tornozelo e calcanhar Prevenção de escaras
  • 19. 19 Evitar que o paciente durma o dia todo e sempre que possível: Mudá-lo de posição de três em três horas e colocá- lo sentado na cadeira ou sofá. Para facilitar a mu- dança de posição pelo próprio paciente você pode improvisar, ou adquirir, barras de apoio para cabe- ceiras, ou faixas laterais ou inferiores que sirvam de “cordas” para mobilização. Acessório improvisado para mudança de posição • Sempre que mudar a pessoa de lugar, fazer isso com cuidado para não raspar a pele no lençol, nos estofados, ou nas cadeiras. Deixar a roupa que fica embaixo do paciente sempre lisa e sem dobras e to- mar cuidado com farelos ou pedacinhos de comida. Roupas bem folgadas com prendedores elásticos ou fáceis de desatar (por exemplo sutiã com enganche na frente) Corda com um laço para ajudar a pessoa a sentar-sePlaca acolchoada para prevenir as escaras
  • 20. 20 • Mobilização no leito usando um lençol para não “arrastar” (Adaptado do Guia de Deficiências e Reabilitação) • Proteger as saliências ósseas com travesseiros, pequenas almofadas ou lençóis dobrados em forma de rolo.   • Levar o paciente aos banhos de sol (utilizar protetor solar), de preferência, antes das dez horas ou após as 16 horas, durante 15 a 30 minutos. • Usar colchão “caixa-de-ovo” que deve ser prote- gido com lençol de um material plástico específico denominado “Vapt Vupt”, encontrado em casas de material cirúrgico e que deve ser colocado em cima do colchão habitual. • Colocar comadre ou papagaio com cuidado para não machucar a pele do paciente. • Oferecer água, sucos e chá várias vezes ao dia e em pequenas quantidades. • Realizar massagens para conforto. • Manter o paciente limpo; quando ele perder o controle da urina e das fezes, troque-o sempre que necessário e aplique uma camada de creme para proteção. Rolos de lençois para proteger as saliências ósseas deitadas de lado. Colchão caixa de ovo. Rolos de lençois para proteger as saliências ósseas.
  • 21. 21 • Sempre que possível, andar devagar com a pessoa, evitando que ela arraste os pés e calcanhares. • Para os pacientes que ficam em cadeira de rodas ou poltronas recomenda-se que deixem as nádegas livres do peso do corpo durante pelo menos 1 minu- to a cada 15 ou 20 minutos. Se o paciente tem força nos braços ele pode realizar isto sozinho, conforme mostra a seqüencia abaixo. Caso contrário você deve conversar com sua equipe de saúde sobre o melhor procedimento para o caso específico do seu paciente. Tratamento de escara A avaliação médica e de enfermagem faz-se neces- sária para a definição do tipo de curativo a ser utili- zado para cada paciente. O curativo deve ser trocado de acordo com o tipo de curativo utilizado, com periodicidade (número ATENÇÃO Lavar a pele sempre com muito cuidado. Não se deve esfregá-la durante a limpeza pois a pele ressecada pode originar feridas e favorecer o surgimento de escaras. Lembre-se que uma escara leva 1 hora para surgir e pode levar meses para cicatrizar. Quando ela faz isto uma das nádegas fica levantada. Comadre Papagaio
  • 22. 22 de vezes), definidos pelo médico e/ou enfermeira. É importante evitar a presença de fezes ou urina dire- tamente sobre a ferida. Cuidados com pacientes inconscientes As causas mais comuns de inconsciência são de na- tureza neurológica como, por exemplo, traumatismo craniano e derrame. Como o paciente é incapaz de deglutir há um acú- mulo de secreções (saliva + catarro) na boca e farin- ge, tornando difícil a respiração. Essas secreções de- vem ser retiradas através de aspirações freqüentes. A elevação da cabeceira do leito a 30 graus (cerca de 3 travesseiros grossos), também ajuda a prevenir a entrada de secreções nos pulmões e brônquios, evitando a pneumonia. Também previne a queda da língua para “trás”, o que dificulta a respiração e a torna ruidosa (barulhenta). Você pode elevar a cabe- ceira com material improvisado, como um pedaço de madeira, ou pode adquirir o acessório para ser adaptado à cama do paciente, ou pode alugar uma cama hospitalar com diferentes inclinações. Para evitar o ressecamento dos lábios recomenda- se a aplicação de manteiga de cacau. A mudança freqüente de posição é importante para prevenir a formação de escaras. Para prevenir perdas nos músculos e articulações é necessário fazer exercícios e atividades orientados por um fisioterapeuta. Toda a alimentação e medicação oral devem ser ofe- recidas por sonda enteral. Deve-se ficar atento aos sinais de constipação intestinal ou diarréia. Se isto ocorrer procure o médico. Elevador cabeceira
  • 23. 23 A sonda de Foley, ou sonda vesical de demora pode ser utilizada em pacientes que perderam a capacida- de de urinar espontaneamente, sempre através de prescrição médica. Neste método a sonda é man- tida dentro da bexiga, e a urina flui continuamente. A sonda liga-se a uma bolsa coletora, que pode ser fixada na lateral da cama, da cadeira de rodas, ou na perna do paciente (caso ele ande). Para prevenir complicações como infecções, sangra mentos, feridas, é importante que você tenha os seguintes cuidados:  1. Lave as mãos antes de mexer na sonda; 2. Limpe a pele em torno da sonda com água e sabão pelo menos duas vezes ao dia para evitar o acumulo de secreção; 3. Lave a bolsa coletora uma vez ao dia, com água e sabão ou água e cloro (cândida); quando desconectar a bolsa da sonda, bloqueie a sonda com uma gaze estéril, para que a urina não vaze; 4. Mantenha a bolsa coletora sempre abaixo do ní- vel da cama, e não deixe que ela fique muito cheia, para evitar que a urina retorne para dentro da be- xiga; 5. A sonda não precisa de nenhum tipo de fixação externa, porque tem um balão (bexiga) interno que a impede de sair do lugar; tenha cuidado para não puxar a sonda, porque você irá ferir a uretra, e pode haver sangramentos; 6. Não deixe a perna do paciente apoiada na sonda, porque está estará ocluida, e a urina não sairá da bexiga; 7. Sempre que não houver urina na bolsa coletora, verifique se não há dobras ou obstruções no sistema; 8. NUNCA troque a sonda vesical; este é um procedimento de enfermagem, e deve ser realizado com técnica específica do profissional. SONDA VESICAL DE DEMORA U _
  • 24. 24 Tratamento de urina O aparelho urinário é composto pelos rins (02), ure- teres (02), bexiga, uretra e meato urinário. Esse conjunto de órgãos é responsável pela elabora- ção e armazenamento da urina até o momento em que é eliminada. • Os rins são os órgãos responsáveis pela filtragem do sangue e elaboração da urina • Os ureteres são tubos que levam a urina dos rins à bexiga. • A bexiga é responsável pelo armazenamento tem- porário da urina. • A uretra é o tubo que liga a bexiga com o meio exterior. • O meato urinário é o orifício de saída da urina. Tipos de sonda vesical Bolsa coletora de urina Rim Ureter Bexiga Meato Urinário Uretra
  • 25. 25 Algumas situações podem dificultar ou impedir o esvaziamento regular da bexiga, ocasionando uma retenção urinária parcial ou total, temporária ou de- finitiva.Esta quantidade de urina que fica retida na bexiga é chamada de volume residual. Quando isto acontecer, um grande volume a realização do cate- terismo vesical poderá ser indicada pelo seu médico. Cateterismo Vesical Intermitente: técnica limpa O que é? É uma técnica de sondagem que retira a urina da bexiga com o auxílio de uma sonda, quando não há eliminação natural da urina em sua totalidade. Para que serve? Permite ao paciente o esvaziamento da bexiga a intervalos regulares, de acordo com a necessidade individual. Esse procedimento pode ser realizado pelo próprio paciente ou por um cuidador. Qual o material necessário? • Água e sabão neutro • Cateter uretral plástico (sonda) com calibre de acordo com a idade: - crianças: nº 6, 8 ou 10 - adultos: nº 12 ou 14 • Lidocaína gel a 2% • Recipiente para coletar a urina • Um pote plástico com tampa para armazenar a sonda • Um frasco com graduação para mediar a urina • Um espelho (para mulheres). Como se realiza? 1º Passo: Lavar as mãos e os genitais com água e sabão neutro;
  • 26. 26 2º Passo: Reunir o material (a sonda, a lidocaína gel e o recipiente para coletar a urina) em um lugar bem iluminado e limpo. 3º Passo: Escolher uma posição confortável: deitado, recostado no leito, sentado ou em pé. • Mulheres: - Recostada no leito: dobrar as pernas e acomodar o espelho para visualizar o meato urinário; - Sentada ou em pé - apoiando um pé sobre um degrau (cama, escada, vaso sanitário): acomodar o espelho para visualizar o meato urinário: - No caso de o procedimento ser realizado pelo fa- miliar, a posição mais confortável é a deitada. Clítoris Orifício Uretal Vagina Lábios Maiores Lábios Menores Ânus
  • 27. 27 4º Passo: Aplicar uma pequena quantidade de li- docaína gel sobre a sonda e introduzi-la no meato urinário até o momento em que a urina comece a drenar. • Homens: - Devem lubrificar bem a sonda com lidocaína gel, segurar o pênis na posição reta e, em seguida, intro- duzi-la. 5º Passo: Quando parar de sair urina, puxar lenta- mente a sonda e aguardar o término da drenagem para, então retirá-la totalmente. 6º Passo: Ao finalizar o procedimento, medir o volu- me da urina drenado e anotar na folha de registros. Esse controle permitirá que você programe o nú- mero de sondagens necessário durante o dia (veja a seguir). 7º Passo: Lavar a sonda, por fora com água e sabão, deixando correr água por dentro durante 10 segun- dos. Lavar a sonda internamente, injetando a água e sabão neutro com a seringa. Seca-la com uma toalha limpa e guardá-la dentro da geladeira em um pote com tampa, seco e limpo. Não deve ser colocada no congelador ou freezer. Ao encerrar, lavar as mãos.
  • 28. 28 Exemplo de ficha de registro: Quantas vezes realizar o cateterismo vesical durante o dia? Para estabelecer o número de cateterismo vesicais por dia, você deverá saber qual é a quantidade de urina que fica de resíduo dentro da sua bexiga (volu- me residual), após urinar espontaneamente ou após a tentativa de urinar. Veja a tabela abaixo para ver quantas vezes deve passar a sonda: Até 100ml Não precisa de sondagem 100 a 200ml 2 vezes ao dia (12/12h) 200 a 300ml 3 vezes ao dia (8/8h) 300 a 400ml 4 vezes ao dia (6/6h) Mais de 400ml 6 vezes ao dia (4/4h) Qual foi o volume de urina que saiu pela sonda depois de tentar urinar espontaneamente? OBS. Recomendamos calcular a média de última 3 micções Número de vezes que deve passar a sonda durante o dia Data Espontâneo Cateterismo Hora ML Hora ML Hora ML Hora ML Hora ML Exemplo: 1/04/99 espontâneo cateterismo 08h ml ml 11h ml ml 14h ml ml 17h ml ml 20h ml ml Dia: espontâneo cateterismo Dia: espontâneo cateterismo Dia: espontâneo cateterismo Dia: espontâneo cateterismo Dia: espontâneo cateterismo
  • 29. 29 OBSERVAÇÕES • Nãoénecessáriousarluvasoumaterialantisséptico; • Não usar vaselina como lubrificante de sonda, porque pode levar à formação de cálculo na bexiga; •A mesma sonda uretral pode ser por até 14 dias; • Não forçar a passagem da sonda, quando encontrar resistência. Nessa situação, retire-a e tente introduzi-la nova- mente, girando-a em torno de si mesma. • Pacientes com lesão medular não devem pressio- nar a barriga na altura da bexiga para acelerar o es- vaziamento, sem a autorização de seu médico. • Em caso de sangramentos, calafrios, febre, urina turva, urina com cheiro forte ou dor ao urinar procu- rar atendimento médico. IMPORTANTE • Procure beber água diariamente, seguindo a orien- tação do seu médico. • Restrinja a quantidade de líquidos após o último cateterismo da noite para evitar acúmulo de urina durante o sono.
  • 30. 30 Os pacientes acamados perdem, com freqüencia, o controle sobre o funcionamento do intestino (não sabe quando vai defecar). O intestino preso ou pre- guiçoso também é comum. Isto torna difícl para o doente permanecer limpo, o que, além de inconve- niente e embaraçoso, também pode causar assadu- ras e feridas (escaras). O ideal é que o paciente consiga evacuar uma vez ao dia, antes do banho. Embora a recuperação do controle normal do fun- cionamento do intestino não seja possível para a maioria dos pacientes, podemos “treinar” o intes- tino para trabalhar em determinada hora do dia. O programa de treinamento do intestino inclui os seguintes passos • Faça a massagem abdominal diariamente, um pouco antes do horário programado para a evacu- ação (de preferência antes do banho); a massagem abdominal é feita começando do lado direito e in- ferior da barriga do paciente, em movimentos cir- culares, percorrendo todo o contorno do abdome, como se ele fosse um quadrado, até a região inferior esquerda do paciente; movimentos de flexão (do- brar) as pernas sobre a barriga, se possível, também ajudam no estímulo da defecação e na eliminação de gazes; • Continue o programa estimulando a região do ânus; para isto você pode usar um supositório ou um dedo protegido por uma luva e lubrificado com óleo ou vaselina; introduza o dedo ou o supositório contra a parede do reto (parte final do intestino) uns 2 cm para dentro, e espere uns 2 a 3 minutos e então, suavemente, mexa o dedo em círculo, até que o ânus se relaxe ou as fezes comecem a sair ; depois ajude a pessoa a sentar-se na privada ou penico, ou caso não consiga sentar, coloque-a deitada sobre o TREINAMENTO DE INTESTINO
  • 31. 31 lado esquerdo; repita isso 3 ou 4 vezes ou até que não haja mais fezes; limpe o paciente e lave as mãos; • Execute o programa todos os dias, no mesmo horário, mesmo quando o intestino já funcionou acidentalmente, ou por causa de uma diarréia; • Se possível usar a privada ou penico, pois o intestino funciona melhor com a pessoa sentada do que deitada; • Ser paciente; às vezes o intestino leva dias ou até semanas para se adaptar ao novo esquema; • Às vezes as fezes iniciais endurecem e você precisa retirá-las com o dedo, para que o doente possa defecar; • Os pacientes com colostomia também podem se beneficiar com o treinamento de cólon.
  • 32. 32 Ostomia Digestiva é uma abertura cirúrgica realiza- da na parede abdominal onde uma porção do intes- tino é levada até a pele. Se a abertura do intestino foi na última porção doente ou lesada do intestino delgado (íleo), a pessoa foi ileostomizada. Se a aber- tura foi no intestino grosso (cólon) a pessoa foi co- lostomizada.   As fezes passam pela ostomia para fora do corpo sem o controle da pessoa, e são armazenadas em uma bolsa que fica aderida ao corpo. A ileostomia fica no lado direito do abdômen pouco abaixo da linha da cintura. As fezes neste local são com frequencia mais líquidas e agressivas para a pele.   Uma ostomia urinária drenará a urina, diretamente para a parede abdominal através do gotejamento contínuo sem o controle da pessoa. Uma bolsa de urostomia deverá estar aderida a pele para coletá-la.  Uma ostomia normal é vermelha ou rosa vivo, brilhante e úmida. A pele ao seu redor deve estar lisa sem vermelhidão, coceira, feridas ou dor. Vida social e familiar A pessoa pode manter atividade normal: viajar, na- dar, praticar esportes ou passear ao ar livre... A úni- ca precaução é levar uma bolsa extra para troca, caso seja necessário. Para momentos íntimos deve esvaziar e limpar a bolsa previamente para se sentir mais confortável e seguro. CUIDADOS COM A OSTOMIA Bolsa de colostomia Colostomia
  • 33. 33 Hora do banho Não é necessário retirar a bolsa para tomar banho, quer seja de chuveiro ou de banheira já que ela é impermeável à água. Se for preciso poderá trocar o equipamento durante o banho. O sabão e a água não são perigosos e nem prejudicam a ostomia. Apenas deve-se evitar o jato forte do chuveiro dire- tamente na abertura da ostomia, pois pode provocar sangramento.   Uso de roupas A pessoa pode continuar a usar as mesmas roupas. O importante é a roupa ficar cômoda, bem apresen- tável e a pessoa se sentir bem.   Exercícios físicos e prática de esportes Atividades físicas normais, incluindo esportes aquá- ticos. É desaconselhável a prática de esportes de grupo, como, por exemplo, futebol, pelo risco de trauma local.   Freqüência do esvaziamento da bolsa Na urostomia o esvaziamento é feito com maior fre- qüência. No caso da colostomia, a bolsa terá que ser esvaziada à medida que for necessário, geralmente uma ou duas vezes ao dia.   Cuidados com a pele periestomal As fezes e a urina, pela sua composição, são capazes de causar grandes lesões na pele. Portanto é importante que se utilize uma bolsa que proteja bem a pele fixando e adaptando-se bem o ostoma. Na urostomia é indicada uma bolsa que tenha válvula anti-refluxo que direcione o jato, proporcionando um esvaziamento da bolsa sem vazamento.
  • 34. CUIDADOS NA SAÚDE BUCAL 34 A importância dos cuidadores na saúde bucal A higiene oral é um hábito saudável e agradável que deve ser mantido ao longo de toda a vida. Alterações da mucosa oral, perda de dentes, prótese mal ajustadas, gengivites (inflamação das gengivas), diminuição do fluxo salivar, são fatores que podem ocasionar infecções na cavidade oral. Dedicação, carinho e orientação correta Cada grupo necessita de estratégias especiais de mo- tivação, orientadas de acordo com suas habilidades funcionais. Por exemplo, a escova dental pode ter o seu cabo adaptado, acentuando sua curvatura ou pode ser substituído por uma manopla de bicicleta para facili- tar o seu manuseio.
  • 35. 35 Para os pacientes totalmente dependentes, que não consegue realizar a higienização bucal, o cuidador pode utilizar abridores de boca para facilitar a lim- peza, como por exemplo, o gargalo de uma garrafa de refrigerante descartável (tipo PET); a ponta do gargalo é colocada na boca do paciente (na região posterior) para que ele a morda. Dessa maneira ele fica com a boca aberta facilitando o acesso e a higie- nização, evitando uma mordida repentina. IMPORTANTE • Deve-se ter maior atenção para a higiene oral nos pa- cientes que usam prótese dentária. Estas devem ser retira- das após cada refeição, higienizada fora da boca, e após limpeza da cavidade oral, recolocadas • Pacientes muito confusos, devem ter suas próteses den- tárias retiradas à noite, colocadas em solução anti-sépti- ca, e após higenização, recolocadas pela manhã. Alguns pacientes não devem permanecer com a prótese mesmo durante o dia, pela possibilidade de a engolirem.Nestes casos é recomendado coloca-la somente no momento da refeição. • Para a higienização bucal do paciente parcial ou to- talmente dependente é necessário que ele fique numa posição confortável, com a coluna reta, de maneira que sua cabeça seja facilmente segura durante a limpeza, de frente para a pia com o espelho ou com uma bacia e espelho na mão. OBSERVAÇÃO A bancada da pia deve ficar com espaço livre para que possa ser encaixada (colocada) uma cadeira de rodas ou cadeira comum * torneira monobloco de fácil acionamento com movi- mento do braço. • O cuidador poderá ficar por trás do paciente e um pou- co de lado, usando sempre luvas. Dentaduras e pontes deverão ser retiradas da boca antes de escovar os dentes naturais.
  • 36. 36 Escova dental Colocar uma pequena quantidade de creme dental em uma escova pequena e macia e, após a limpeza, pedir que realize vários bochechos com água ou na impossibilidade disso, tentar que só cuspa. Se a escovação for impossível, consultar sobre o uso de escova elétrica ou jatos de água. Existe no mercado fio dental adaptado, e descartável podendo ser manipulado com uma mão só. Paraosdesdentadosdeve-seutilizarumagazeoualgo- dão embebido em água, para a limpeza das mucosas. Essa limpeza deve ser realizada após cada refeição e, principalmente à noite, antes de dormir. Como usar a gaze: Envolver a gaze no dedo indicador e após umedece-la passar por toda cavidade oral, sem esfregar, mas com movimentos firmes para retira- da de todo a sujeira. Se necessário trocar de gaze durante a limpeza. Também pode ser feita a bone- quinha, envolvendo gaze em espátula de madeira e realizar o mesmo procedimento.
  • 37. 37 Desinfecção de prótese Periodicamente, faça uma limpeza mais rigorosa das dentaduras e pontes móveis em uma solução de meio copo de água comum com três gotas de água sanitária por 30 minutos, duas vezes por semana no mínimo, colocadas em recipiente com tampa. Em seguida lave bem com detergente neutro ou sabão de coco em água corrente. OBSERVE Muitas vezes, a recusa do paciente em alimentar-se ou sua agitação no horário de refeições deve-se ao fato de próteses mal ajustadas ou significar simples- mente uma dor de dentes. A estabilidade da prótese dentária na boca do pa- ciente: Lembrar que com o envelhecimento ocorre perda óssea, fazendo com que as próteses fiquem frouxas e se desestabilizem. É conveniente neste caso, aconselhar-se com um dentista.   A presença de cáries ou dentes quebrados podem causar dor. Existem equipes de profissionais (Den- tistas) que atendem no domicílio pacientes que se encontram impossibilitados de comparecer ao con- sultório.  
  • 38. 38 A Língua A língua deve ser massageada com a escova macia, ou raspador de língua para a remoção de: (sujidade + microorganismo = saburra lingual). Na presença de uma crosta branca sobre a língua – saburra lingual – removê-la utilizando uma solução de bicarbonato de sódio, na proporção de 1 colher de café de bicarbonato de sódio em 1 copo de água. Para executar a limpeza da língua, molhar na solução a escova de dentes, ou uma espátula envolvida em gaze, ou mesmo o próprio dedo indicador envolto em gaze. A limpeza deve ser feita com movimentos suaves, sem esfregar, para não alterar as papilas. Sempre realizar os movimentos no sentido de dentro para fora, nunca com a espátula ou dedo apontando para o final da língua, isto para evitar que machuque a garganta ou amígdalas do paciente.
  • 39. 39 Uma alimentação saudável deve ser equilibrada, ou seja, fornecer energia e todos os nutrientes necessá- rios ao bom funcionamento do nosso organismo. A quantidade de calorias (energia), vai variar de uma pessoa para outra, de acordo com o sexo, a idade, o peso, a altura, a atividade física, o estado fisiológico ou patológico (presença de doenças), condições do paciente (mastigação, deglutição e digestão). Uma alimentação saudável é fator importante para a saúde e conseqüentemente para a qualidade de vida das pessoas, pois exerce influência: no bem estar físico e mental, no equilíbrio emocional, na prevenção de agravos à saúde e no tratamento de pessoas doentes. É através da alimentação que o nosso organismo recebe todas as substâncias (chamadas nutrientes) necessárias ao seu bom funcionamento. Noções de nutrição A alimentação balanceada é importante para manter e/ou recuperar a saúde do paciente. Alimento - é toda substância consumida, digerida e aproveitada pelo corpo humano. Nutrientes - são as substâncias encontradas nos alimentos (proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas e sais minerais). Alimentos Construtores - têm a função de construir e reconstruir. Esses alimentos contém proteínas. Alimentos Energéticos - têm a função de fornecer calor e energia necessários para as funções do orga- nismo. Esses alimentos contém carboidratos e gor- duras. Alimentos Reguladores - têm a função de regular e auxiliar os processos de circulação, respiração e digestão. Esses alimentos contém vitaminas, sais mi- nerais, fibras e água. A alimentação diária deve ser dividida em 5 a 6 re- feições incluindo, em cada, no mínimo, um alimento ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E NUTRIÇÃO
  • 40. Oleo Farinha Arroz 40 de cada grupo para que o paciente tenha todas as funções do organismo reguladas.Ex.: café- da ma- nhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Pirâmide de alimentos GRUPO 1 - Grupo dos cereais, pães, tubérculos e raízes: ficam na base da pirâmide e são as princi- pais fontes de carboidratos . Recomenda-se em mé- dia o consumo de 5 a 9 porções ao dia, dando pre- ferência aos alimentos integrais, que contêm maior quantidade de fibras. Uma porção eqüivale a: um pão francês, duas fatias de pão de forma, 4 bolachas de água e sal, 4 fatias de torradas, 4 colheres das de sopa de arroz ou 6 colheres das de sopa de macarrão, uma batata gran- de, 3 colheres das de sopa de farinha de mandioca.  GRUPO 2 - Grupo das hortaliças: fazem parte des- se grupo as verduras e os legumes que são fontes de vitaminas, sais minerais e fibras. Recomenda-se a ingestão de 4 a 5 porções ao dia.   Uma porção eqüivale a: 1 tomate, 3 colheres das de Óleos e gorduras Açúcares e doces Grupo 4, 5 e 8 Alimento fornecedores de gorduras e açucares Leguminosas Carnes e ovos Grupo 1, 2 e 6 Alimentos fornecedores de proteínas Hortaliças Frutas Grupo 3 e 7 Alimentos fornecedores de vitaminas e minerais Cereais, pães tubérculos e raízes Alimentos fornecedores de energia
  • 41. 41 sopa de cenoura ralada, 1 pires dos de sobremesa de alface , 2 ramos de brócolos cozidos, 3 colheres das de sopa de vagem ou abobrinha ou chuchu.   GRUPO 3 - Grupo das frutas: são fontes de vitami- nas, sais minerais e fibras. Recomenda-se a ingestão de 3 a 4 porções ao dia.   Uma porção eqüivale a: 1 fruta média (laranja, ba- nana, goiaba, maçã,...); 1 fatia de mamão ou meio mamão papaia, uma fatia de abacaxi, melão ou me- lancia, 1 copo de suco de frutas, 10 unidades de morango ou jabuticaba.   GRUPO 4 - Grupo do leite e derivados: fazem par- te desse grupo o leite, iogurte, coalhada, queijos. São fontes de proteínas e cálcio. É recomendada a ingestão de 3 porções ao dia.   Uma porção eqüivale a: 1 xícara das de chá de leite desnatado , 1 copo de iogurte desnatado, 1 fatia de queijo fresco ou ricota.   GRUPO 5 - Grupo das carnes e ovos: compõem este grupo as carnes bovinas, suínas, aves, peixes e ovos. São fontes de proteínas e ferro. É recomenda- do o consumo de 1 a 2 porções ao dia. Uma porção eqüivale a: 1 filé de carne magra gre- lhada, uma fatia de carne assada, 1 filé de frango grelhado, 1 pedaço de coxa ou sobrecoxa (sem pele), 1 filé de peixe cozido ou 2 ovos.   GRUPO 6 - Grupo das leguminosas: fazem parte desse grupo os feijões, grão- de- bico, lentilha, ervi- lha seca. São fontes de proteínas, ferro e fibras. De- vemos consumir de 1 a 2 porções ao dia.   Uma porção eqüivale a: 4 colheres das de sopa de feijão, ervilha ou lentilha, 2 colheres das de sopa de grão-de-bico.   GRUPO 7 - Grupo dos óleos e gorduras: incluem os óleos de canola, milho, girassol, soja, azeite de oliva, margarinas cremosas, cremes vegetais “light”. Deve ser utilizado sempre em pequenas quantida- des: entre 1 a 2 porções ao dia. Uma porção eqüivale a: 1 colher das de sopa de azeite ou outros tipos de óleos, 1 colher das de so- bremesa de creme vegetal ou margarina cremosa.   GRUPO 8 - Grupo dos açúcares e doces: incluem quaisquer tipos de açúcares, balas, bolachas, bolos, chocolates, refrigerantes. São fontes de carboidratos
  • 42. 42 e dão energia ao nosso organismo. Pode ser utiliza- do, no máximo, até 2 porções. Uma porção eqüivale a: 1 colher das de sopa de açúcar.   A quantidade de porções de cada grupo que cada pessoa pode utilizar depende da quantidade total da calorias necessárias para o seu organismo.   Em cada refeição principal (café da manhã, almoço e jantar) deve estar presente pelo menos um ali- mento do grupo dos energéticos, um dos regulado- res e um dos construtores.   Ex: Café da manhã: pão/fruta/ leite Almoço e jantar: arroz/verduras e legumes/ carne/frutas   Formas de Alimentação Via Oral (VO) - quando o paciente pode ser alimen- tado pela boca. Via enteral - para pacientes tanto em tratamento clínico ou cirúrgico, quando os mesmos não podem se alimentar por via oral. Dietas hospitalares Dietoterapia: é a parte da Nutrição que cuida do tratamento de doenças através da dieta. Dieta: é o conjunto de alimentos utilizados com a finalidade de nutrir o indivíduo em qualquer fase de saúde ou doença. Tipos de dietas (via oral) 1) Geral Destinada a todas as pessoas e aos pacientes sem restrições alimentares. 2) Modificadas São as dietas em que se acresce, diminui ou retira um ou mais de seus nutrientes. Aumento: Hiper (Ex. Hiperproteica, Hipercalórica) Diminuição:Hipo (Ex. Hipoproteica,Hipogordurosa, Hipossódica) 3) Específicas Hipossódica - para pacientes com problemas de hi- pertensão, cardíaco e renal. Diminuição do sal, temperos industrializados, frios (presunto, mortadela), embutidos (salsicha, linguiça), queijos amarelos, carnes salgadas, bacon, etc.
  • 43. 43 Diabéticos - para pacientes diabéticos. Alimentação isenta de açúcares e doces e com controle na quan- tidade de pães, cereais, massas e frutas. Hiper Hiper - para pacientes com necessidades ca- lóricas aumentadas e em repouso por tempo pro- longado no leito (escaras). Aumento no consumo de proteínas (carnes, ovos, leite e derivados) e calorias (mingau, vitamina, azeite, etc). Dieta enteral – forma de preparo • Separar utensílios para uso exclusivo na preparação da dieta (colher, peneira); • Separar e higienizar os alimentos; • Preparar conforme a orientação escrita do nutricionista; • Armazenar sob refrigeração – 24 horas; • Ofereceradietaaopacientenohoráriodeterminado pelo nutricionista retirando da refrigeração antes de administrar ao paciente (à temperatura ambiente). Oferecer a água filtrada e fervida após cada dieta administrada. Dicas importantes para alimentar o paciente Nem sempre alimentar o paciente é tarefa fácil. Ho- rários regulares, ambiente tranquilo, especialmente muita calma e paciência, da parte do cuidador, são fatores imprescindíveis para que a alimentação seja bem aceita pelo paciente.   Adaptador para prato OPÇÃO: Material anti-derapante sobre a mesa (apoia-se o prato em cima deste material)
  • 44. 44 • O paciente deve estar sentado confortavelmente para receber a alimentação. Jamais ofereça água ou alimentos quando ele estiver deitado; • O paciente que ainda conserva a independência para alimentar-se sozinho deve continuar a receber estímulos para fazê-lo, não importando o tempo que leve; você pode diminuir a sujeira durante a ali- mentação forrando o chão com plástico ou jornal, e utilizando bicos adaptadores para copos, talheres adaptados e outros acessórios. • Em casos que pacientes apresentem tremores nas mãos ou má coordenação, o cabo engrossado com pêso pode facilitar a função, diminuindo o tremor); • Caso haja a limitação de movimento do braço e dificuldade para levar o alimento do prato à boca, pode-se entortar o colher, • Deve-se procurar oferecer ao paciente os alimen- tos de sua preferência e incentivá-lo a comer no caso de inapetência e se necessário acrescentar em suas refeições: mingaus de aveia, de farinha láctea, de maisena, vitaminas com suplementos e cereais integrais; Adaptações caseiras velcro tira de câmara de ar enrolada cabo de borracha cabo de ferramenta velha colher cortada bola de borracha dobre o cabo para se encaixar na mão
  • 45. 45 • Adaptadores com bico de sucção favorece desen- volvimento da musculatura ao redor da boca além de facilitar o movimento de levar o bico á boca, • Alças facilitam a preensão; • É importante que a refeição seja de fácil digestão, Apresente aspectos agradáveis: cor, sabor, aroma, textura ou seja, que se apresente agradável a todos os órgãos dos sentidos: bonita, aromática, gostosa para estimular as sensações que com o avanço da idade podem diminuir levando à redução do apetite e do prazer de comer;   • Que possua poder de saciedade (auxilia nesse aspecto o consumo de alimentos ricos em fibras e alimentar-se calmamente); • No caso de a função mastigatória estar íntegra, não há razão para modificações de consistência e utilização de sopas ou purês. Para que os alimentos sejam melhor aproveitados, precisam ser bem mastigados. No caso da ausência parcial ou total dos dentes e uso de prótese, não deixar de comer carnes, legumes, verduras e frutas. As carnes podem ser picadas, desfiadas, moídas ou batidas no liqüidificador. Os legumes e as verduras cruas podem ser picados ou ralados. As frutas mais “duras” podem ser cortadas em pedaços pequenos, amassadas, raspadas ou batidas no liqüidificador; • Caso haja dificuldade para deglutição, procurar oferecer alimentos cozidos e com molho;
  • 46. 46 • Para manter um bom hábito intestinal deve-se consumir grande quantidade de líquidos e de ali- mentos ricos em fibras: frutas, sempre que possí- vel cruas e com casca, hortaliças, de preferência cruas,(leguminosas secas, cereais integrais, deve-se tomar de 6 a 8 copos de água por dia, de preferência no intervalo das refeições);   •É importante evitar o uso de laxantes.; Recomenda-se o consumo de carnes e leguminosas secas. No caso das leguminosas, o ferro é melhor absorvido na presença de alimentos ricos em vita- mina C, como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi, acerola, e outros na sua forma natural ou em sucos. Essa conduta pode prevenir o aparecimento de ane- mia, problema tão freqüente em pacientes, devido à diminuição da produção de glóbulos vermelhos, que pode ser agravada por uma alimentação deficiente em alimentos ricos em ferro;   • É fundamental ingerir diariamente alimentos que contenham cálcio e exposição diária ao sol. Com estas práticas, pode-se prevenir o aparecimento da osteoporose que é uma doença comum em pacientes, especialmente em mulheres, devido à mudança hormonal provocada pela menopausa; •Utilizar açúcar, doces, gorduras, alimentos gordu- rosos em pequena quantidade para manter o peso adequado. Isto é importante na prevenção de doen- ças (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares) e também para prevenir complicações destas, quan- do já existentes;   •Deve-se evitar o consumo exagerado de sal (clore- to de sódio). Com o avanço da idade, o organismo pode apresentar dificuldade na utilização de água e eletrólitos (sódio e potássio). Em virtude deste fato, pode haver aumento da pressão arterial e retenção de líquido (inchaço); •É importante que se dê preferência à utilização de óleos vegetais (óleo de soja, de milho, de arroz, de canola, azeite de oliva, girassol e outros), no prepa- ro e cozimento de alimentos, sempre em pequena quantidade. Desta maneira pode-se prevenir a aterosclerose, doença que é cada vez mais comum na população adulta e idosa e está relacionada com o aumento
  • 47. 47 do consumo de alimentos ricos em colesterol e gor- dura saturada. Devemos procurar evitar ou diminuir alimentos ricos em gorduras saturadas e em coles- terol: gorduras animais (das carnes gordas, do leite integral, dos queijos gordos, manteiga, banha, tou- cinho , bacon, creme de leite, preparações à base de ovos, embutidos), gordura hidrogenada, óleo de dendê, óleo superaquecido, reutilizado muitas vezes (principalmente para frituras), pães recheados com cremes, com cobertura de chocolate ou com coco e biscoitos amanteigados. Deve-se consumir no máxi- mo 3 ovos/semana.   • Sempre que possível, procure substituir frituras por preparações cozidas, assadas ou grelhadas; • No preparo de carnes, retire toda a gordura visível, assim como a pele das aves e dos peixes;   • Recomenda-se a compra de alimentos da época, que têm melhor qualidade nutricional e um custo menor; • Observar atentamente a data de validade dos pro- dutos adquiridos; • Caso o paciente apresente obstipação intestinal evitar oferecer banana-maça, caju, goiaba, maçã, cenoura, chá preto/mate e limão. Deve-se procu- rar oferecer uma vitamina laxativa composto por: 150ml de suco de laranja, 1 ameixa seca, 1 pedaço de mamão, 1 colher de sopa de creme de leite, 1 colher de sopa de farelo de aveia (açúcar ou mel à gosto); • Caso o paciente apresente flatulência (gases) de- vem ser evitados: repolho, pepino, grão de feijão, couve-flor, cebola e alho (principalmente crus, pi- mentão, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces concentrados, queijos amarelos, etc.)
  • 48. 48 A dificuldade para engolir adequadamente o alimento é chamada de disfagia. Por exemplo, quando engasgamos, quando temos dificuldades para mastigar os alimentos ou quando necessitamos de outra via de alimentação como as sondas. O risco de um paciente que apresenta dificuldades para engolir, se alimentar normalmente, é de apre- sentar complicações como a pneumonia de repeti- ção ou mesmo morrer. É importante identificar e ajudar esses pacientes a se alimentar com maior segurança através da identi- ficação de alguns sinais ou sintomas que eles apre- sentam durante as refeições. O que observar e como ajudar durante as refeições Se o paciente faz uso de dentaduras, verificar se as mesmas possuem bom encaixe. Se as dentaduras ficarem soltas a mastigação dos alimentos sólidos ficará difícil e o paciente pode engasgar com o ali- mento. Neste caso o paciente se alimentará melhor sem a dentadura. DISFAGIA (DIFICULDADE DE ENGOLIR) Figura 1
  • 49. 49 Deve-se acordar bem o paciente e coloca-lo sentado (figura 1) antes de oferecer o alimento. Verificar se o paciente entende que está na hora da refeição e colabora, ajuda com a alimentação. A quantidade de alimento oferecido deve ser ingerida toda ou quase toda, identificar se o paciente está comendo menos do que comia antes para que não fique desnutrido. Na oferta do alimento deve-se oferecer pequenas porções usando colheres pequenas como a colher de chá, oferecer uma porção de cada vez e pedir que engula todo alimento antes de oferecer outra porção. Os alimentos líquidos devem ser oferecidos no copo SEM uso de canudos, um gole de cada vez e nunca oferecer o líquido quando o paciente ainda estiver com algum alimento na boca. Deve-se evitar atividades físicas, exercícios antes das refeições pois se o paciente estiver cansado poderá engasgar com maior freqüência. Quando o paciente acumula alimento da parte pos- terior da boca observamos uma voz diferente que chamamos de “voz molhada”. Ao identificar que o paciente está engasgado, pedir para que ele tussa, pigarreie e em seguida engula ou guspa o alimento.É importante saber qual o alimento e que consistência o paciente apresenta maior difi- culdade ou engasga mais. Alimento líquido é mais fácil de engasgar e por isso devemos ficar atentos. Dê preferência para alimentos mais grossos como a vitamina, pudins e mingau. água néctar mel pudim
  • 50. 50 O uso da sonda de alimentação é necessário quando o paciente não consegue engolir adequadamente e o risco do alimento da boca ir parar no pulmão é grande. Se o paciente está de sonda de alimentação e sem indicação de comer pela boca, é importante que não seja oferecido alimento pela boca sem o acom- panhamento da Fonoaudióloga. Porém é importan- te que seja fornecido a higiene bucal com freqüên- cia. Manter a boca do paciente sempre limpa evitará que a saliva se acumule na boca e se direcione aos pulmões. O que deve ser feito se a sonda de alimentação sair do lugar Procure um Pronto Socorro mais perto para que um profissional especializado reposicione a sonda. NÃO TENTE REPASSAR A SONDA EM CASA SEM O PROFISSIONAL HABILITADO A sonda deverá ser passada pela equipe de Enfer- magem e a dieta deverá ser prescrita pela Nutricio- nista. A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, sempre tendo o cuidado de não pu- xar a sonda. Nas áreas de contato com a pele deve- -se utilizar micropore; os locais de fixação devem ser constantemente trocados, para evitar feridas na pele ou alergias. PACIENTE QUE USA SONDA DE ALIMENTAÇÃO Fixação da sonda enteral Sonda enteral
  • 51. 51 Há dois tipos de nutrição enteral (o que influencia na forma de preparo e armazenamento da dieta): caseira ou artesanal (é preparada em casa com ali- mentos naturais), e a industrializada (a dieta já está pronta para o consumo e o custo é maior que a pre- parada em casa).  As dietas caseiras deverão ter consistência líquida (solução liquidificada e coada) e a validade será de 12 horas após o preparo. As dietas industrializadas possuem maior tempo de validade (geralmente 24 horas) e maior custo. A nutrição enteral é líquida e o fornecimento é feito diretamente no tubo digestivo, sem depender do apetite e da colaboração do paciente.   Os materiais necessários para a nutrição enteral são:  1 - Sonda jejunal 2 - Sonda simples 3 - Frasco descartável - recipiente utilizado para infundir a alimentação e água 4 - Equipo descartável 5 - Seringa descartável (20 ml) Kit para dieta enteral
  • 52. 52 Alguns cuidados são importantes na infusão da dieta enteral, tais como: • Manter o paciente sentado ou com travesseiros nas costas formando um ângulo de no mínimo de 15 graus para receber a dieta, nunca deitado para evitar vômitos e aspiração da dieta para os pulmões (o que é muito perigoso); o paciente deverá ser mantido em decúbito elevado durante toda a infusão da dieta e 30 minutos após o término; • Infundir a dieta lentamente por gotejamento (atra- vés de frasco acoplado ao equipo) gota a gota (é como se fosse uma torneira quebrada que pinga len- tamente) para evitar diarréia, distensão abdominal, vômitos e má absorção. Para facilitar a descida da dieta, o frasco pode ser pendurado em ganchos, pre- go ou suporte de vasos; • Fracionar a dieta durante o dia (de acordo com orientação da Nutricionista);   • O volume em cada horário, não deve ultrapassar de 350ml; • Infundir água filtrada e fervida (que deverá ser fornecida em temperatura ambiente) nos intervalos entre os horários da dieta - quantidade a ser definida pelo Médico ou pela Nutricionista – através da serin- ga ou colocada no frasco descartável; • Após administrar cada frasco da dieta, passar pela sonda cerca de 20ml de água filtrada e fervida, para evitar acúmulo de resíduos e entupimento da mesma; • Manter a sonda fechada quando não estiver em uso;   • Após o preparo a dieta caseira, esta deverá ser guardada na geladeira e retirar somente a quantidade que for utilizar 30 minutos do horário estabelecido. A dieta portanto, deverá ser oferecida ao paciente em temperatura ambiente; • Não aquecer a dieta em banho-maria ou em microondas; • Caso o paciente puxe a sonda (ou ocorra um acidente na mobilização) e esta saia “para fora”, não tente recolocá-la. Lave-a com água e sabão e guarde-a em lugar seco e limpo, pois ela pode ser reutilizada;
  • 53. 53 • Dependendo do tipo de sonda enteral ela pode ser utilizada por até 6 meses, desde que não obstrua, fure ou vaze. Técnicas de preparo e higienização de sonda de alimentação • Lavar as mãos cuidadosamente com água e sabão antes de preparar a dieta. • Lavar o local de preparo com água e sabão e passar álcool. Reservar os utensílios somente o preparo da dieta.   • Pesar e medir corretamente todos os ingredientes da dieta. Seguir rigorosamente as instruções de pre- paro. Utilizar sempre água filtrada e fervida. • Os utensílios utilizados deverão ser lavados com água corrente e sabão.   • O equipo, a seringa e o frasco deverão ser lavados com água fervente. Para verificar se a nutrição enteral esta ajudando na recuperação do paciente, observar freqüentemente se ele está mais disposto, com o aperto de mão mais forte, se ele consegue caminhar um pouco mais a cada dia e se for possível pesá-lo, leve-o até uma balança. Caso o paciente esteja acamado ou incons- ciente, verifique se o seu rosto, braço e peito estão ganhando massa. OBSERVAÇÃO A diarréia pode ser uma ocorrência comum: verifique o gotejamento, verifique os cuidados de higiene do preparo, procure o hospital onde o paciente foi atendido e recebeu as orientações quanto à alimentação por sonda.
  • 54. 54 O paciente acamado precisa de muita atenção. É importante alterar o posicionamento no leito ou na cadeira de rodas periodicamente evitando assim, o surgimento de úlceras de decúbito (escaras). Particularmente, no paciente que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (derrame), é importante que ele fique bem posicionado e que esteja confortável, como mostram as figuras 2, 3 e 4: Figura 2: Posicionamento no decúbito dorsal (barriga paracima).Obraçocomprometidodeveestarsempre estendido e apoiado em um travesseiro. A perna lesada deve ter embaixo do joelho um travesseiro, favorecendo uma flexão discreta; impedindo que todo o membro inferior fique rígido em extensão. Nos casos em que a perna toda está rodada para fora (rotação externa) coloque um apoio deixando-a reta em posição neutra. Figura 2 POSICIONAMENTO NO LEITO ORIENTAÇÕES PARA O PACIENTE ACAMADO
  • 55. 55 Figura 3: Ao vestir-se, caso o paciente tenha um bom controle de tronco, o ideal é fazer esta atividade em posição sentada com os joelhos à 90º e os pés apoiados, estando bem estavél sua participação será mais efetiva, o membro superior afetado deve ser o primeiro a ser vestido e o último a ser despido. Se a mão estiver fechada, deve ser colocado um rolo feito de tecido ou atadura utilizada para enfaixes, na mão comprometida, estimulando que fique aberta. Figura 3 Figura 4 Figura 4: A: Acomodação do paciente de lado hemiplégico (paralisado). O cotovelo deve estar bem estendido, a palma da mão virada para cima, membro inferior plégico alinhado evitando manter o pé caido, em apoio planar. B: Paciente em decubito lateral sobre o lado NÃO acometido, colocar travesseiros a sua frente onde possa posicionar o membro superior, com o coto- velo levemente flexionado ou estendido e manter a mão aberta. O membro acometido deve permane- cer sobre um travesseiro entre as pernas e joelhos ligeiramento dobrados.
  • 56. 56 A melhor maneira de auxiliar o paciente a passar de sentado para em pé é apoiá-lo pela cintura e colocar o joelho do cuidador entre os joelhos do paciente (figura 5). Esta orientação é válida para quaisquer ti- pos de dificuldades, independente da doença do pa- ciente, pode ser por uma simples fraqueza muscular decorrente do envelhecimento. Se for possível para o paciente, peça que incline o tronco para frente, no momento de se levantar. Repare que o pé do cuidador apóia os pés do paciente, dando suporte e impedindo que deslize. TRANSFERÊNCIAS Figura 5
  • 57. 57 2pt oval Em casos de pacientes com maiores dificuldades físicas a seqüência abaixo ilustra o melhor manejo. Inicie sentando o paciente na beirada da cama. No caso de pacientes muito pesados, ou no caso do cuidador estar apresentando quaisquer dificuldades nas transferências, peça ajuda a outra pessoa. Ex- plique ao paciente o que será realizado. Quem for apoiar a parte superior do corpo do paciente deve segurá-lo próximo ao próprio corpo. Levantem o paciente juntos. Dobrar as pernas, não forçar a coluna. Os cuidadores devem sempre usar sapatos baixos, bem ajustados e amarrados. Figura 6 Figura 7 Figura 8
  • 58. 58 Em um paciente que apresenta dificuldades para an- dar, a melhor maneira de auxiliá-lo é o cuidador ou familiar apoiar o lado que apresenta maiores dificul- dades, colocando uma mão embaixo do braço do paciente, ou da sua axila, segurando com sua outra mão, a mão do mesmo, dando-lhe apoio e segu- rança. Em casos de maior desequilíbrio, o cuidador deve estar à frente do paciente segurando-o firme- mente entre as mãos e os cotovelos e estimulando que olhe para frente ao andar.
  • 59. 59 Essas adaptações são importantes para facilitar a au- tonomia do paciente e para a prevenção de quedas, já que as quedas acarretam conseqüências graves, incluindo fraturas, cirurgias e imobilidade, podendo chegar inclusive à morte.   As adaptações são importantíssimas nos casos de Doença de Alzheimer, pois esses pacientes são mais vulneráveis a acidentes domésticos e às quedas.   Abaixo são citados exemplos de adaptações O piso não deve ser escorregadio.   Cadeiras, camas e poltronas devem ser mais altas facilitandooacesso.Vocêpodeimprovisarcomtijolos ou blocos de madeira, ou adquirir “levantadores de cama e cadeiras” em lojas especializadas. Muito cuidado com as cadeiras de plástico, pois podem escorregar e provocar quedas.   As camas não devem ser posicionadas embaixo das janelas (evitando correntes fortes de vento).   A iluminação e ventilação devem ser adequadas.   Devem ser retirados tapetes soltos, tacos soltos, fios, capachos, pois, podem provocar quedas.   Os objetos de uso pessoal devem estar em uma altura que facilite o acesso, ou seja entre os olhos e quadris. ADAPTAÇÕESAMBIENTAIS Barras de apoio no banheiro Apoio para vaso sanitário
  • 60. 60 Instalar barras de apoio (corrimãos) no banheiro, seja próximo ao vaso sanitário ou dentro do box. Em caso de dificuldade para o paciente levantar-se do vaso sanitário, existe disponível no comércio os elevadores de vaso sanitários e os apoios de vaso sanitário. Se for identificado risco de queda durante o banho, o cuidador deve proceder o mesmo com o paciente sentado, usando uma cadeira com braços, para que o mesmo tenha apoio ao levantar-se. Deve ser deixada uma luz acesa durante a noite, facilitando a chegada ao banheiro.   As escadas devem ter corrimãos dos dois lados, boa iluminação, e terem faixa ou piso antiderrapante.   Ao caminhar, o paciente não deve estar usando chinelos e sim um calçado firme e que esteja bem adaptado em seus pés.   Há uma altura correta para bengalas e andadores e uma maneira certa de usá-los. Procure a orienta- ção em um serviço de saúde. Estimule caminhada em ambientes arejados. No caso de pacientes com Alzheimer, caminhe sempre no mesmo trajeto, mos- trando a ele pontos de referência. Elevador sanitário Acessório para elevação de camas Andador e diferentes tipos de bengalas
  • 61. 61 Otoquenocorpodopacientepodeserfeitocomamão (aquecida ou não), espuma, toalha, com creme, etc. Converse com o paciente e oriente os familiares a fazerem o mesmo. Evite quaisquer comentários negativos a respeito do diagnóstico e/ou prognóstico do paciente na presen- ça dele. Leia para o paciente trechos ou crônicas de um livro preferido. Coloque música para ele ouvir. Mostre gravuras, revistas ou fotos que o agrade. Manter um vestuário simples e confortável, criando sempre que possível a oportunidade de escolha pelo próprio paciente é de fundamental importância; essa rotina permite a preservação da personalidade ele- vando a auto-estima e a independência. • Estimular a independência é fundamental. • As roupas devem ser simples, confeccionadas com tecidos próprios ao clima. O paciente pode ter perdido a capacidade de expressar sensações de frio ou calor, dessa forma, nunca esquecer de tirar ou colocar agasalhos, conforme a variação da temperatura. • Deve-se estimular o ato de vestir-se sozinho, dando instruções com palavras fáceis de serem entendidas. • Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de vestuário e as cores que mais lhe agradem. Apenas supervisione, pois pode ser que haja necessidade de auxilia-lo na combinação de cores. • Para que ele mesmo possa procurar suas roupas, nos armários, cole fotos de peças e ou objetos pes- soais na parte externa da gaveta ou guarda-roupas. Isto o ajudará a encontrar rapidamente o que procura. ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
  • 62. 62 • Roupas como blusas, camisas ou suéteres, deverão ser preferencialmente abertos na parte da frente, para facilitar a colocação ou retirada. • Evite roupas com botões, zíperes e presilhas, elas dificultam o trabalho do paciente para abri-los ou fecha-los. Dê preferência às roupas com elástico ou velcro. • Em casos de dependência mais severa, pode-se dar preferência aos conjuntos do tipo moleton, em função da sua praticidade. • Pacientes limitados às cadeiras de rodas ou pol- tronas, o critério para a escolha do vestuário é ainda mais rigoroso. Deve-se optar por roupas mais con- fortáveis, largas, especialmente nos quadris. • Na medida do possível, deve-se providenciar um roupão, para que o paciente possa se despir no quarto e, protegido, ser conduzido ao banho. • Deve-se evitar o uso de chinelos, pois eles facili- tam as quedas. • Todos os tipos de sapatos devem ter solados anti- -derrapantes, os mais indicados são aqueles que pos- suem elástico na parte superior, pois além de serem fáceis de tirar e colocar, evitam quedas que o pa- ciente tropece e caia, caso o cadarço se desamarre.
  • 63. 63 Pacientes confusos, vagantes, com limitações moto- ras, desorientados no tempo e no espaço, necessi- tam de supervisão constante. Algumas medidas, que previnam a ocorrência de acidentes, tanto domésti- cos quanto em ambientes externos devem ser ado- tadas. Desta forma, adaptar o ambiente tornando-o mais seguro é muito importante. Inicialmente analise cada cômodo da casa, a fim de eliminar riscos po- tenciais de acidentes. A cozinha e o banheiro são freqüentemente os dois ambientes mais perigosos. Embora as adaptações sejam necessárias, não de- vem descaracterizar totalmente o ambiente familiar ao paciente e pelo qual ele tem apreço. Assim, mó- veis e objetos familiares a ele devem ser mantidos no mesmo lugar. • Todos os objetos perigosos devem ser removidos, genericamente: os pontiagudos, cortantes, quebrá- veis, pesados. Pequenos objetos como alfinetes, bo- tões, agulhas, moedas (que podem ser engolidos), devem ser guardados em local seguro. • Estimule-o a ajudar em tarefas simples que não ofereça perigo. • Nunca permita que o paciente execute atividade na cozinha quando estiver sozinho. • Manter produtos de limpeza, desinfetantes, deter- gentes ou inflamáveis em armários que devem per- manecer fechados.   • O piso da cozinha deve ser preferencialmente antiderrapante. Nunca o encere, o risco de quedas com conseqüente fratura é muito alto. • Banheiros geralmente apresentam pisos lisos e es- corregadios, deve-se providenciar tapetes antiderra- pantes (emborrachados) para evitar quedas. Se possível deve-se colocar barras de segurança na parede do interior do Box e ao lado do vaso sanitá- rio, eles permitem que o paciente se apóie e sinta-se PROTEGER O PACIENTE
  • 64. 64 seguro e ainda evitam que ele se apóie em suportes falsos, como os de toalhas, cortinas, pia. • Retire do armário do banheiro todos os medica- mentos, lâminas de barbear, etc. Mantenha apenas os objetos pessoais de higienização.   • Fechaduras devem possibilitar a abertura da porta pelos dois lados, pois evita que o paciente tranque- -se e não consiga abrir a porta.   • Deve-se avaliar a necessidade de colocação de te- las ou grades em janelas, principalmente nos casos de o  paciente residir em apartamento.   • Os sofás, poltronas, cadeiras, devem ser envol- vidos cuidadosamente. Devem ser firmes e fortes, com antebraços que permitam o apoio para o ato de sentar e levantar, devem ainda ser revestidos de material impermeável e lavável, principalmente nos casos de pacientes incontinentes. • Os pacientes agitados devem ter sua cama encos- tada em uma das paredes e possuir grade lateral. • As camas hospitalares com grades laterais e pro- vidas de colchão “casca de ovo” são indicadas para pacientes de alta dependência. • Manter ambientes claros e arejados, a iluminação natural é ideal. • Caso haja escadas, estas devem ser bem ilumina- das e com corrimão em ambos os lados. • Os passeios externos devem ser incentivados, porém estão subordinados ao grau de dependência apresentado.
  • 65. 65 Manter atividades é extremamente importante, po- rém deve-se levar em consideração as preferências anteriores do paciente na tentativa de mantê-las por maior tempo possível, respeitando-se o grau de de- pendência apresentado. • Todas as atividades devem estar subordinadas às habilidades e limitações do paciente. • Observe e considere as preferências do paciente, desde que elas não representem perigo para ele. • Se possível, busque aconselhamento com profis- sionais capacitados –Terapeutas Ocupacionais – que certamente terão condições de avaliar e indicar quais atividades poderão ser executadas pelo pa- ciente, segundo as limitações físicas e/ou mentais apresentadas. • Atividades domésticas simples, como varrer, tirar o pó, devem ser encorajadas, pois irão gerar no pa- ciente, um sentimento agradável de participação e utilidade. No entanto você deve supervisionar estas atividades. • Atividades sociais fora de casa devem ser selecio- nadas, amigos ou parentes que o acompanham de- vem ter plena consciência de suas limitações, para que possam agir transmitindo calma e segurança. •As atividades profissionais (desde que possível) de- vemserincentivadaseopacienteobservadosutilmen- te, ainda que seja preciso que outra pessoa, em um segundo momento, refaça a tarefa executada por ele. É PRECISO MANTÊ-LO OCUPADO
  • 66. 66 Dificuldades de comunicação após um derrame • Quando os músculos do rosto são prejudicados com o derrame, o doente pode ter dificuldade ao falar, tornando difícil o entendimento do que ele diz. Isso não quer dizer que ele não entenda o que você diz. Para entender melhor o que ele quer falar, se puder, peça para ele escrever, assim não ficará irrita- do e você poderá entender melhor sua necessidade. • Se ele não puder escrever, faça perguntas que ele possa responder com sinais, fazendo sim ou não com a cabeça, combine os sinais com ele. • Ao falar com o paciente não deixe que nada o distraia, pois, concentrando a atenção, você poderá entende-lo com maior facilidade. • Ao fazer coisas com e para o paciente, ir dando nome a tudo o que está sendo usado, por exemplo: água, banho, sabonete, prato, camisa, etc... COMUNIÇÃO CUIDADOS COM A MEDICAÇÃO Pacientes usam, em média, 3 a 4 tipos diferentes de medicamentos ao dia, em horários variados. Quanto maior o número de medicamentos usados, maior a chance de erro de dose, de horário e de troca de medicação, tanto por parte do paciente, como por parte do cuidador, geralmente já sobrecarregado com suas múltiplas tarefas. Para evitar problemas maiores, e considerando que o uso correto da medicação é fundamental para o bom andamento dos cuidados, sugerimos algumas medidas: 1. Coloque os medicamentos em uma caixa com tampa (plástica ou papelão), ou vidro com tampa, tomando o cuidado de usar caixas diferentes para
  • 67. 67 medicamentos dados pela boca, para material de curativo e material e medicamentos para inalação. Além de ser mais higiênico, é menos provável que você confunda e dê por boca um medicamento ina- latório, ou que misture um material de curativo de ferida com o de limpeza de sonda ou cânulas; se você for exigente, pode comprar caixas para medi- camentos e materiais de curativo, à disposição em lojas de produtos médico-hospitalares; a caixa or- ganizadora pode ser utilizada para medicação oral e existe em várias opções e formatos; caso você não saiba ler, peça a sua enfermeira para dividir os medi- camentos em envelopes ou saquinhos, com o dese- nho do horário em que deve ser tomado; 2. Converse com o médico ou enfermeira respon- sável sobre a possibilidade de dividir as medicações em horários padronizados, como por exemplo café da manhã, almoço e jantar, e faça uma lista do que pode e do que não pode ser dado no mesmo horá- rio. Para facilitar você pode dividir a caixa em com- partimentos, e colocar os respectivos medicamentos nos respectivos horários; 3. Para facilitar a administração dos medicamentos você pode usar o Plano de Medicação Diária (im- presso com vários relógios desenhados), que com a orientação do médico, enfermeira, ou farmacêutico distribui a medicação em horários padronizados. Este Plano de Medicação deverá ficar em lugar de Caixa improvisada com divisórias Caixa com material curativo
  • 68. 68 fácil visualização, como por exemplo, a porta da ge- ladeira. Caso o cuidador não saiba ler, pode-se colar os medicamentos do lado do desenho do relógio, na quantidade correta de comprimidos para cada horá- rio, conforme prescrição médica; 4. Mantenha os medicamentos em local seco, are- jado, longe do sol e principalmente das crianças. 5. Mantenha os medicamentos nas embalagens ori- ginais para evitar misturas e realizar o controle da data de validade; 6. Deixe somente a última receita médica ou de en- fermagem junto à caixa de medicamentos. Isto evi- ta confusão quando há troca de medicamentos ou receitas, facilita a consulta em caso de dúvidas ou quando solicitado pelo profissional de saúde; para evitar confusão, você pode devolver os medicamen- tos que não estão sendo utilizados para o centro de saúde, ou guardá-los em outro local; 7. Lembre-se de solicitar ao médico uma prescrição para caso de necessidade, como vômitos, febre, diarréia, dor, e mantenha uma pequena quantidade destes medicamentos em uma caixa separada, com o rótulo “necessidades especiais”; 8. Não acrescente, substitua ou retire medicamentos sem antes consultar um profissional de saúde; lembre-se que medicamentos prescritos para outras pessoas podem não ter o mesmo efeito, ou não serem indicados para o paciente; Caixa organizadora Plano de medicação diária
  • 69. 69 9. Evite o uso de chás e plantas medicinais, pois eles são considerados medicamentos e podem ter efeitos indesejáveis; 10. Caso o paciente utilize vários medicamentos por dia, utilize um calendário ou um caderno onde você possa colocar a data, o horário, e colocar um visto nas medicações já dadas. Isto evita a desagradável pergunta: Será que eu já dei os medicamentos das 10 horas? 11. Evite dar medicações no escuro, para não correr o risco de trocas perigosas; 12. Se o paciente apresentar dificuldades para en- golir comprimidos, ou alimentar-se por sonda, con- verse com o médico ou enfermeira sobre a possibi- lidade de dissolvê-lo em água ou suco, e caso não seja possível, peça para o profissional trocar o me- dicamento; 13. Não use como referência a cor do comprimido, pois esta pode mudar de acordo com o laboratório fabricante. Por exemplo, o captopril existe em com- primidos branco e azul; 14. O cuidador deve sempre avisar o médico ou enfermeira quando o paciente parar de tomar algum medicamento prescrito; 15. Não substituir medicamentos sem a autorização do médico; 16. O cuidador não deve aceitar empréstimos de medicamento quando o do seu paciente acabar. Muitas vezes o medicamento tem o mesmo nome mas a sua concentração é diferente. Seja prevenido e sempre confira a quantidade de medicamento antes de feriados ou finais de semana, para não correr o risco de faltar; 17. Tire suas dúvidas com o o médico ou a enfermeira.
  • 70. 70 Pacientes acamados são mais dependentes, sua movimentação está diminuída, sua respiração é curta e apresentam risco maior de engasgar. Essas características aumentam o risco de desenvolver pneumonia. Além disso, por ficarem muito tempo na mesma posição, associado à diminuição do movimento acabam desenvolvendo encurtamentos e fraqueza muscular. Por este motivo a intervenção da fisioterapia respiratória e motora é tão importante, evitando assim possíveis reinternações. Todos os cuidados são individuais, o que serve para um não serve para outro. Fazer somente o que for orientado para seu familiar. EXERCÍCIOS PARA O PACIENTE
  • 71. PARA AQUELES QUE CONSEGUEM NOS AJUDAR 71 Exercícios respiratórios Facilitam a eliminação de secreções e melhoram a ventilação pulmonar, prevenindo complicações pul- monares. Respiração abdominal - puxar o ar pelo nariz lenta- mente e soltar pela boca, levando o ar para barriga. Respiração profunda - puxar o ar o máximo que conseguir e soltar pela boca devagar. Respiração em 2 tempos - puxa um pouco de ar, segura, puxa tudo e solta devagar pela boca. Tosse ativa Pedir para paciente tossir forte, sozinho, observar a cor da secreção, caso não esteja clara, avisar ao profissional da saúde rapidamente.   Posicionamento É importante alterar o posicionamento no leito ou na cadeira de rodas periodicamente evitando assim, o surgimento de úlceras de decúbito (escaras), fa- cilitando também a respiração. Permanecer maior tempo sentado ou em pé de acordo com a condição de cada um. 
  • 72. (pacientes traqueostomizados) PARA AQUELES QUE NÃO CONSEGUEM NOS AJUDAR 72 Por serem mais dependentes, não conseguem tossir sozinhos, não tem força, acumulando mais secreção. Normalmente são traqueostomizados necessitando de aspirações freqüentes. A traqueostomia é uma abertura realizada na tra- quéia (tubo que conduz o ar da boca e nariz para os pulmões), para que o paciente possa respirar. É reali- zada no hospital, por indicação médica. Este orifício é mantido aberto e protegido por uma cânula, que pode ser de plástico ou metal, e é fixada ao redor do pescoço com um cordão (cadarço). A cânula de traqueostomia deve ser limpa pelo me- nos uma vez ao dia, porém se houver muita secre- ção pode-se fazer a limpeza várias vezes ao dia.
  • 73. 73 Se a cânula for de metal deve-se retirar a cânula in- terna (mandril) e lavar em água corrente, limpando com uma gaze ou cotonete. A gaze deve passar de um lado para o outro do mandril limpando as secre- ções ressecadas que obstruem o mesmo. Após a limpeza da cânula deve-se verificar se a câ- nula interna está na posição correta e bem fixada.  Para proteção do cuidador e do paciente é aconse- lhável o uso de luvas de procedimento para limpeza da cânula.   Lembre-se que o orifício da traqueostomia comunica o meio ambiente diretamente com o pulmão; deve- se ter o cuidado de evitar a entrada de “coisas estranhas”, como: água, comida, insetos, perfumes, talcos e etc pelo orifício. Você pode usar uma gaze para proteger o orifício da entrada de insetos. A elevação da cabeceira do leito a 30 graus (cerca de 3 travesseiros grossos), também ajuda a prevenir a entrada de secreções nos pulmões e brônquios, evitando a pneumonia. Também previne a queda da língua para “trás”, o que dificulta a respiração e a torna ruidosa (barulhenta). Você pode elevar a cabe- ceira com material improvisado, como um pedaço de madeira, ou pode adquirir o acessório para ser adaptado à cama do paciente, ou pode alugar uma cama hospitalar com diferentes inclinações.
  • 74. CUIDADOS NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO PACIENTE 74 O apoio familiar é o suporte do paciente e a segurança dos profissionais que o assistem. Caso você não faça parte da família, não importa, você está exercendo a função de facilitador de uma etapa no caminho do viver de um ser humano. Saiba que o paciente está vivenciando: •A impotência.  •A dependência.  • Adepressão:asvezescausadapormortedoconjuge, aposentadoria, limitações, reação a medicação, etc.  • A ansiedade frente a patologia, o medo, etc.   O paciente pode emitir comportamentos como • Chamar pelo cuidador várias vezes.   • Ser teimoso, não obedecendo ordens. • Ficar inativo e ou agressivo. • Ter insônia.
  • 75. 75 •Não ter controle dos esfincters. •Ter coordenação motora inadequada (derrubar objetos, comida, etc.). • Perda de memória. •Perda de orientação espacial. Diante desses quadros o cuidador pode ter •Tristeza: por vivenciar as perdas do paciente   • Raiva: diante das sua recusas, falta de controle dos esfincters.  • Ansiedade: por espera de progresso do paciente, para sair da rotina do dia a dia da doença.   •Culpa: por ter pensamento e atitudes as vezes ne- gativas.   Pode vivenciar • Cansaço.   • Insônia.   • Perda de autocontrole.   • Impotência.   • Depressão.   Calma! Procure:   1 Deixar o paciente sempre ocupado.   2 Assistir à TV.   3 Ler jornais, ver notícias (caso não possa faze-lo, faça por ele). Ofereça-lhe revistas.   4 Ouvir música.   5 Se possível caminhar, tomar banho de sol e fazer alguns exercícios dentro de seus limites.  
  • 76. 76 6. Incentiva-lo a rezar (se o paciente for religioso). 7. Não responder pelo paciente.   8. Não faça por ele o que ele pode fazer.   9 Sair de perto quando estiver perdendo o autocon- trole e solicitar ajuda de outro cuidador da família ou voluntário.  10 Sempre que possível revezar com alguém. 11 Procurar se informar a respeito da evolução da patologia. 12 Procurar recursos existentes na comunidade. 13 Procurar recursos oferecidos pela saúde. Como: grupos existentes nos centros de saúde (Lian-kung, vivência e cuidadores etc...) 14 Conversar com familiares que também tenham seus doentes. 15 Tente manter as atividades possíveis que o paciente executava como: dobrar roupas, vestir-se e etc. 16 Cuidado com seus gestos ou palavras, o paciente é atento. 17 Revezar entre os membros da família e amigos horário com disponibilidade interna de conversar/ dialogar com carinho e ternura com o paciente. 18 O cuidador não deverá esquecer de proporcionar para si próprio: ginástica, grupos de lazer, auto-cui- dado como: não descuidar de sua pessoa (manuten- ção da auto-estima).   Cuidador persevere, vivencie atento o seu momento que vai qualifica-lo diante do aprimoramento das emoções que geram nossa vida.
  • 77. 77 Cuidados com as emoções O apoio familiar é um importante suporte ao paciente, sendo a parceria principal dos profissionais que o assistem. Se você não faz parte da família, mas está disposto de alguma forma a ajudar nos cuidado, saiba que está exercendo o papel facilitador de uma etapa bastante complexa e importante, no caminho do viver de alguém. Neste momento, o paciente vivencia diversos sen- timentos. Sente-se impotente por não depender apenas de si para melhorar, apresenta muitas vezes um alto grau de ansiedade e/ou irritabilidade, sem motivos aos olhos dos outros. Esta é uma fase dificíl para todos, principalmente para os mais próximos mas podemos tentar vive-la sem que fiquem marcas muito profundas. Por estar sentindo-se limitado e ansioso, é comum ao paciente chamar pelos outros sem muita paciência de esperar. Paciência é um exercicio diário que todo cuidador, dentro das suas possibilidades, precisa treinar para tentar acolher as angustias de quem está se sentindo prejudiado pela vida. Tão comum quanto isso, é que o paciente pode começar a apresentar difildades ao dormir e sua cooredenação motora talvez pela própria doença ou por estar muito ansioso, fica prejudicada. Podem ocorrer pequenos acidentes como derrubar objetos, machucarem-se por qualquer motivo, etc. Por estar muito entristecido ou debilitado, pode não ter ânimo para comer ou realizar cuidados básicos de higiene pessoal. Ser cuidador exige maestria, e ficar atento a esses sinais de entristecimento do ente querido, sem muito exagero, pode lhe proporcionar um grande conforto, sabendo que não está sozinho. CUIDANDO DO CUIDADOR
  • 78. 78 Diante deste quadro de vida com tantas situações novas e adversas, o cuidador experimenta muitos sentimentos inesperados e desagradáveis também. Pode sentir tristeza e também impotência, por acreditar que sua ajuda não é suficiente para o outro. Pode-se começar a desenvolver certa raiva do ente querido, acreditando que ele é ingrato e não reconheçe seu esforço. Alem disso, assim como o paciente, ficar ansioso ou sentir-se culpado pela situção, pode acontecer. O esforço emocional é bastante intenso, assim como, um grande cansaço no corpo. Às vezes o cuidador pensa que não vai dar conta de lidar com as dificuldades, e também sente-se impotente, com medo de perder o controle da situação ou com o humor entristecido. Diante disso tudo, o que fazer? Parar com os cuida- dos daquele que necessita? Não!!! Calma. Há muito o que fazer... Muitas vezes, arrumar pequenas atividades ao gosto do paciente podem ocupá-lo, diminuindo a ansieda- de dele e a sua. Atividades como por exemplo ler algo agradável, ver programas leves na TV, ouvir músicas, pequenos afazeres domésticos (se possível) como ajudar a dobrar roupas, ajudar a lavar louças, etc. Sempre dentro dos limites da dupla, cuidador e pa- ciente, passear em locais agradáveis e procurar os recursos sócio-culturais da sua comunidade (par- ques, centros de convivência, etc) e de saúde tam- bém ajudam a enfrentar estes momentos. É necessário ao paciente, saber que seu cuidador não está sozinho nos cuidados. Por isso é extrema- mente importante para quem cuida, cuidar de si mesmo.Dividir seus problemas com outras pessoas, parentes ou não, pode ajudar. Nas conversas, o cui- dador tem noção de que o mundo não está contra ele, como imaginava, observando que outras pes- soas também podem estar passando por questões iguais ou piores que a sua. Quando possível, revezar com alguém nos cuida- dos, mesmo que só para tomar um ar, faz-se neces- sário também. Desta maneira, a sobrecargas senti- da, dilui-se para todos. É necessário prestar a atenção em sentimentos
  • 79. 79 como”dó” e/ ou “pena” do outro. Muitas vezes sem perceber, estamos tão penalizados pelo fato, que acabamos fazendo tudo por ele e apenas por ele. Esteja atento a isso, pois agindo assim, não estamos ajudando para que ele possa readquirir através do seu próprio esforço, sua autoconfiança e autoestima. De modo geral, não necessitam que façam POR ele, mas sim JUNTO a ele. Preste a atenção: saber sobre a doença do seu querido é um direito e dever de quem cuida, por isso converse com o profissional responsável pelo paciente. Informe-se sobre a questão, isso o ajudará a ficar menos tenso e ansioso. O Paciente agradece LEMBRE-SE SEMPRE: SOMOS SERES HUMANOS E NÃO MÁQUINAS, CUIDE-SE TAMBÉM. Cuide do seu corpo É fundamental que o CUIDADOR reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansar, relaxar, realizar alguma atividade física ou de lazer como: caminhada, ginástica, lian gong, tricô, crochê, pinturas, desenhos. Existem muitas formas de incorporar a atividade física à sua vida. Veja algumas dicas e sugestões : 1 Enquanto estiver assistindo TV: •Movimente os dedos das mãos e dos pés para mantê-los flexíveis; •Massageie os pés com as mãos, ou com rolinhos de madeira ou com bolinhas. 2 Quando for às compras, passeie pelo pátio antes de entrar na loja; 3 Ao se levantar pela manhã, alongue os músculos de todas as maneiras possíveis, espreguice todo o corpo, comece o dia bem. 4 Ao sentar-se por longos períodos de tempo, não se esqueça de reservar um tempo para intervalos de “exercícios”. Simplesmente movendo o corpo e as juntas a cada 15 minutos. 5 Incorpore os exercícios de relaxamento a seu dia. Pratique-os quando estiver perturbado, preocupado.
  • 80. 80 6 Ria várias vezes por dia. A risada é um maravilhoso exercício que envolve diversos sistemas e aparelhos do corpo. 7 A atividade física reduz seu cansaço, sua ten- são, seu esgotamento físico e mental. SEMPRE QUE LEMBRAR, MEXA-SE. RELAXE. 8 Semprequepossível,aprendaumaatividadenova, leia um livro novo, aprenda mais sobre algum assun- to de seu interesse, participe das atividades de lazer do seu bairro, faça novos amigos e peça ajuda quan- do precisar. Torne a sua vida mais leve e saudável. 9 Procure o Centro de Saúde da sua área de re- sidência e se informe sobre as atividades corporais existentes, como Lian Gong, caminhada, etc. 10 Rodizie os cuidados com outros membros da família (ou outro cuidador) para que você possa ter um período de férias!
  • 81. 81 Exercícios para o pescoço (coluna cervical): Faça a flexão (como se fosse encostar seu queixo no tórax), a extensão (olhar para o céu), a rotação (olhar para os lados), e a inclinação lateral (aproximar as orelhas do ombro). Faça movimentos circulares, rodando os ombros para trás e para frente, como mostra a figura abaixo: DICAS DE EXERCÍCIOS PARA O CUIDADOR Exercícios para os ombros: Inspirando, eleve os ombros próximo às orelhas, expirando solte-os bruscamente.
  • 82. 82 Exercícios para os membros superiores: Em pé, com um dos braços apoiando no encosto de uma cadeira, abduzir o membro superior livre até acima da cabeça inclinando lateralmente o corpo. Repetir o movimento com o outro lado. Exercícios para os membros inferiores... Deite-se em decúbito dorsal (barriga para cima) e apoie os pés na cama com os joelhos dobrados. Apoiando em uma de suas pernas, aproxime seu joelho de seu tronco, fique nesta posição por alguns segundos e volte na posição inicial. Faça o mesmo exercício com a outra perna. Não fique muitas horas seguidas em pé. Alterne com períodos na posição sentada. Faça caminhadas em locais planos. Compressas quentes (bolsas térmicas, tecidos ume- decidos em água quente) auxiliam no relaxamento muscular.