2. Foto: Porto Filho. Planta na Faz. de Edilson Maia, na Chapada do Apodi, Açu-RN.
− Origem do nome: caja + rana.
− Sufixo “rana” vem do tupi-guarani e significa “parecido com”, portanto cajarana =
parecido com cajá.
− É conhecida também por Cajá-umbú e/ou Umbú-cajá.
3. - No Nordeste brasileiro, destacam-se as espécies:
- Spondias mombin L. (cajazeira),
- Spondias purpurea L. (cirigueleira),
- Spondias cytherea Sonn. (caja-manga),
- Spondias tuberosa Arr. Câm. (umbuzeiro) e
- Spondias sp. (cajarana, umbu-cajá, cajá-umbu e umbuguela),
- Família Anacardiaceae
- Possui 18 espécies distribuídas nos neotrópicos, Ásia e Oceania
(Mitchell & Daly, 1995)
Todas são árvores frutíferas tropicais exploradas através do extrativismo ou em pomares
domésticos e em plantios desorganizados.
- São espécies em domesticação que produzem frutos do tipo drupa de boa aparência,
qualidade nutritiva, aroma e sabor agradáveis, os quais são muito apreciados para o
consumo como fruta fresca ou na forma processada como polpa, sucos, doces,
néctares, picolés e sorvetes.
4. - Potencial de utilização na forma processada como polpa congelada, suco, néctar e
sorvete.
- A Cajaraneira, assim como a umbugüeleira, é um híbrido natural entre a cajazeira e o
umbuzeiro
- A umbugüeleira é uma árvore semelhante à cajaraneira só que menos dissipada.
- Origem desconhecida, características de planta xerófita e estão disseminadas em
alguns estados do Nordeste como RN, CE, PI, PE e BA.
- Em regra encontram-se próximo de residências indicando dependência do homem
para sua propagação e dispersão.
- Porte arbóreo, atingindo até mais de 8 m de altura e 15 m de diâmetro de copa.
- Fruto do tipo drupa, globosa ou curto-elipsoide, casca fina e coloração amarelada
quando maduro, polpa suculenta e sem fibras, sabor doce-acidulado.
- Rendimento em polpa de 50% a 75%.
Santos; Oliveira, 2008
5. A capacidade de sobrevivência da cajaraneira
Sobrevivência: produzindo por mais
de 100 anos;
Resistência a seca: Xilopódios ??
Reserva na casca (casca espessa)??;
O fechamento dos estômatos nas
horas quentes do dia;
A perda das folhas (caducifólia) no
final da safra;
Pouca exigência em solos.
130 anos, Sítio Liberdade, Pau dos Ferros-RN
7. Aspectos das raízes e xilopódios de uma planta de umbuzeiro
Xilopódio de uma planta de cajarana em Apodi-RN
Foto: Porto Filho
8. Propagação das Spondias
A forma de propagação das Spondias, como a maioria das fruteiras
tropicais, ocorre pelos métodos sexuais e assexuais. Porém:
- Algumas seleções de cirigüela não produzem grãos de pólen férteis e nem
sementes viáveis (Campbell & Sauls, 1991).
- A cajarana ( umbu-cajá, cajá-umbu, umbugüela) tem mais de 90% dos
endocarpos desprovidos de sementes propagam-se assexuadamente.
(Souza et al., 1997)
- O umbuzeiro, a cajazeira e o cajá-manga podem ser propagadas tanto por
sementes como pelos métodos assexuais.
SOUZA, F.X. de.; SOUSA, F.H.L.; FREITAS, J.B.S.. 1997
CAMPBELL, C.W.; SAULS, J.W, 1991.
9. Propagação da Cajaraneira
PROPAGAÇÃO SEXUADA
- Mais de 90% dos endocarpos são desprovidos de sementes.
- Os endocarpos com sementes pouco germinam.
- Acessos ocorrentes na Zona da Mata Pernambucana e do Agreste da Bahia
parecem apresentar mais sementes viáveis
Milhares de sementes de cajarana e 5 germinaram
10. * Plantio de varas pequenas
em sacolas plásticas
* Plantio de estacas grandes
em viveiros ou sombras
(superficial e escoradas)
Propagação vegetativa da cajaraneira
Estaquia
Preservação dos caracteres genéticos;
Início de produção depende, entre outros
fatores, do tipo de estaca e irrigação
Irrigada 2 anos e sequeiro 4 anos,
aproximadamente.
12. Propagação da cajaraneira por enxertia
No caso da cajaraneira recomendamos estudos para comprovar a existência
desses benefícios.
Enxertia
Preservação dos caracteres genéticos.
Uniformidade fenotípica dos pomares.
Viabilidade de enxertia de outras spondias no umbuzeiro (aumentar
tolerância à seca pela presença dos xilopódios)
Espécies do gênero Spondias
Ciriguela (Spondias purpurea L.)
Cajá-manga (Spondias cytherea Sonn.),
Cajá (Spondias mombin L.),
Umbu (Spondias tuberosa Arruda),
Cajarana, Cajá-umbu, Umbu-cajá, Umbuguela
(Spondias sp.).
Propagação assexuada
13. Propagação de Spondias por enxertia no umbuzeiro
Plantas com cinco anos de idade em Petrolina – PE: A:cirigueleira, B:cajá-mangueira; C:cajazeira;
D:umbu-cajazeira; E:umbugueleira; F:umbuzeiro.
SANTOS, C. A. F. & LIMA FILHO, J. M. P., 2008
14. Instalação do Sistema de Irrigação (novembro de 2014)
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
Irrigação com 200 L de água/dia/planta
15. 20 a 25 dias após início da irrigação
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
16. 35 a 40 dias após início da irrigação
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
17. 60 dias após início da irrigação
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
18. 74 dias após início da irrigação
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
19. 120 a 125 dias após início da irrigação
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
20. 140 dias após início da irrigação: Colocação das telas
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
21. - 100 árvores
- Espaçamento de 8 x 8 m
(156,25 plantas/há)
- Produção de 27.000 kg
- 42.187,50 kg/ha
155 dias após início da irrigação: Início da colheita
IRRIGAÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Exu – Tabuleiro Grande-RN
22. PRODUÇÃO DA CAJARANEIRA: Um relato de caso
Fazenda Santa Maria – Tabuleiro Grande-RN
Cajaraneira com 40 anos
- Sequeiro em 2010, 1063,8 kg
- Irrigada em 2014, 1894,3 kg
0
50
100
150
200
250
300
350
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Produção,Kg
Semana
Produção semanal da cajaraneira
Sequeiro
Irrigação
12, 1063.8
7, 1894.3
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Produçãoacumulada,Kg
Semana
Produção semanal acumula da
cajaraneira
Sequeiro
Irrigação
23. Aspectos da variabilidade genética
Referência para qualidade de frutos de umbu-cajazeira (Spondias sp.) para consumo.
Faz. de Edilson Maia, Açu-RN Faz. em Cruz das Almas-BAFaz. do IPA, Itambé-PE
In natura Processamento de polpa
PH alto entre 2,2 ≥ x ≤ 3,5
ATT baixa ≥ 0,90 g/100g de ácido cítrico
SST alto ≥ 9,5 ºBrix
SST/ATT alto ≥ 10,0
RP - ≥ 50%
DL/DT Frutos arredondados Frutos arredondados
YAMAMOTO, E. L. M., 2014
24. Aspectos da variabilidade genética
Variáveis: diâmetro longitudinal (DL) e diâmetro transversal (DT) do fruto, em mm, relação DL/DT, massa média do fruto
(MMF), massa média da polpa (MMP), massa média da casca (MMC) e massa média do caroço (MMCR), em gramas,
acidez total titulável (ATT), em % ácido cítrico, sólidos solúveis totais (SST), em oBrix, pH, relação SST/ATT, vitamina C,
em mg/100g polpa; índice tecnológico (IT), em %; e rendimento de polpa (RP), em %.
GEN. DL DT DL/DT MMF MMP MM C MMCR ATT pH SST VITC SST/ATT IT RP
Mín. 23,2 20,6 1,0 6,8 4,0 1,0 1,0 0,8 2,5 10,1 7,7 8,3 5,6 53,3
Máx. 31,1 28,8 1,2 16,0 11,0 3,0 3,0 1,6 3,3 16,0 9,5 19,6 11,7 75,7
Méd. 27,1 24,8 1,1 10,7 7,03 1,97 1,75 1,2 2,9 13,88 9,19 12,82 9,09 65,3
CV% 7,75 8,94 3,0 24,0 27,3 29,45 31,38 22,0 8,96 11,80 6,22 30,54 18,6 9,64
Valores médios de comprimento (CF) e diâmetro do fruto (DF), em cm; peso do fruto (PF), da polpa (PP) e do
caroço (PC), rendimento de polpa, % (PF/PP*100), em gramas; relação PP/PC; pH; acidez titulável (AT), em %
ácido cítrico; sólidos solúveis (SS), em 0Brix; relação SS/AT; e ácido ascórbico (AA), em mg/100g polpa.
Genótipo CF DF PF PP PC RP PP/PC pH AT SS SS/AT AA
Mínimo 3,1 2,6 12,6 6,5 1,3 51,6 1,0 2,4 0,9 7,2 3,7 3,8
Máximo 4,8 3,8 27,2 19,1 9,3 70,2 9,3 3,0 2,6 14,0 10,6 16,4
Média 3,8 3,1 19,8 13,5 6,3 68,2 2,3 2,8 1,7 10,1 6,1 10,4
Desvio 0,4 0,2 3,9 3,0 1,5 1,2 0,2 0,3 1,5 1,4 3,5
CARVALHO, P, C. L. de. et al., 2008
YAMAMOTO, E. L. M., 2014
Variáveis físicas de frutos de 18 genótipos de umbu-cajazeira no Rio Grande do Norte
Variáveis físicas de frutos de 50 genótipos de umbu-cajazeira no Estado da Bahia.
25.
26.
27. JARDINS CLONAIS
EMPARN – IPANGUASSU-RN
Prec. Anual média = 625 mm
Temp. média anual = 27,8°C
CIMATE-DATA.ORG
IPA – ITAMBÉ-PE
Prec. Anual média = 1.386 mm
Temp. média anual = 24,1°C
CIMATE-DATA.ORG
EMBRAPA – CRUZ DAS
ALMAS-BA
Prec. Anual média = 1.136 mm
Temp. média anual = 23°C
CIMATE-DATA.ORG
29. Nutrientes
na folha do imbuzeiro
% estação
chuvosa
% estação
seca
Matéria Seca (MS) 16,13 87,71
Proteína Bruta (PB) 18,07 13,11
Fibra em Detergente Neutro (FDN) 37,23 35,15
Fibra em Detergente Ácido (FDA) 18,92 16,87
Digestibilidade “in vitro” Matéria Seca (DIVMS) 47,31 39,56
Tipo de folhas Quantidade de folhas consumidas
(kg)
Estação
chuvosa
Estação
seca
Folhas fora
da copa1
Verde nos ramos 16,75 - -
Maduras/secas chão - 33,25 20,68
(1)
Peso total de folhas maduras e secas dispersas pelo vento.
Composição e volume das folhas do imbuzeiro consumida por estação pelos
animais
Alimento e sombra para os animais
Apresentado por: Nilton de Brito, EMBRAPA SEMIÁRIDO..
30. Comercialização
- Comercialização para o consumo in natura
PREÇOS NA COBAL - MOSSORÓ-RN
- Na safra (sequeiro) 1,00 a 1,50 R$/kg
- Na entre safra (irrigado) 2,00 a 3,00 R$/kg
31. Comercialização
- Comercialização para fábricas de polpas
Preço pago pelo fruto entregue na Nossa Fruta em Pereiro-CE
-Safra 2014: 1,20 R$/kg
-Safra 2015: 1,35 R$/kg
32. Formas de aproveitamento da cajarana
Cajaranada:
-Polpa de cajaranas inchadas pré-cozidas ou
maduras crua
-Leite
-Açucar
Preparo: misturar os ingredientes à gosto,
bater bem no liquidificador e servir
Pode-se fazer quase todas as receitas utilizadas com o umbú
Coquetel:
200 g de polpa
200 mL de cachaça
250 g de leite condensado
Gelo picado a gosto
33. Opções de plantio
-Plantio em beiras de cercas
-Plantio em áreas propícias a erosão -Plantio comercial com espaçamento 10x10 m as plantas fecham.
Recomenda-se espaçamento maior (10x20 m, 15x15 m ou 20x20 m)
-Plantio em picadas -Plantio em quintais
34. Necessidades para o desenvolvimento da cultura
- Estudos de cultivo (produção de mudas, transplantio, espaçamento entre
plantas, nutrição, seleção de melhores acessos para a indústria e/ou
consumo in natura, etc...).
- Estudos da desfolha, do manejo e de técnicas para irrigação.
- Estudos da colheita, instalação de redes, etc...
- Estudos pós-colheita, beneficiamento, transporte a granel, etc…
- Estudos da comercialização (abertura de novos mercados), sêlo orgânico,
etc...
- Incentivar a produção (Preço justo).
- Fomentar a agroindústria.
35. Considerações finais
- Um agricultor com 100 plantas de sequeiro teria uma receita de:
100 plantas x 500 kg/planta = 50.000 kg de frutos
50.000 kg x 0,50 R$/kg = 25.000,00 R$/ano.
- Viabilidade de irrigar, com duas safras e melhores preços na entre safra.
- Pode-se irrigar apenas nos anos com disponibilidade de água.
- Utilização do sistema Agro-pastoril na Caatinga
- Utilização de áreas de preservação permanente (APP) ???