A parábola dos sete cegos e o elefante ilustra como perspectivas parciais podem levar a conclusões errôneas. Ao explorar apenas uma parte do elefante, cada cego descreveu-o de forma diferente. Ao ver o elefante completo, o sétimo cego entendeu que as descrições parciais estavam todas corretas e erradas ao mesmo tempo. Da mesma forma, problemas complexos requerem uma visão sistêmica para serem compreendidos em sua totalidade.
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O pensamento sistêmico exige uma visão do todo, o que
significa que para se ter uma visão sistêmica é necessário
compreender o sistema por completo e não apenas seus
fragmentos. Um bom exemplo dessa visão é o dilema dos sete
cegos e o elefante, velha parábola hindu, a qual possui algumas
variações já que transmitida através da oralidade, método que
permite sempre reinterpretações das informações.
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Em uma cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Certa
noite após uma discussão sobre a vida, o sétimo sábio ficou
aborrecido e resolveu morar sozinho nas montanhas. Ao se afastar
disse aos companheiros: – Somos cegos para que possamos ouvir e
entender melhor o que outras pessoas pensam sobre a vida! Em
vez disso, vocês ficam discutindo como se estivessem participando
de uma competição. Não aguento mais isso, vou embora!
Alguns dias depois os sábios foram convidados a descrever um
elefante, animal que eles não conheciam e nunca tinham tocado.
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O primeiro sábio apalpou a barriga do elefante e
falou:
– Trata-se de um ser gigantesco e muito forte, posso tocar
seus músculos e eles não se movem, parecem paredes.
Que idiotice, disse o segundo sábio, tocando as presas do
elefante, este animal é pontiagudo como uma lança, uma
verdadeira arma de guerra.
Ambos estão enganados, retorquiu o terceiro sábio, que
apertava a tromba do elefante, este animal é idêntico a
uma serpente! Mas não morde por que não tem dentes na
boca. É uma cobra mansa e macia ...
Vocês estão totalmente alucinados, gritou o sábio que
mexia nas orelhas do elefante, este animal é diferente de
todos os outros, seus movimentos são ondulantes. Ele se
parece com uma grande cortina ambulante.
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Vejam só! Todos vocês estão totalmente errados, irritou-se o
sexto sábio, tocando a pequena calda do elefante. Este animal é como
uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até me pendurar nele.
Assim os seis sábios permaneceram debatendo, por horas. Até que
apareceu o sétimo sábio, conduzido por uma criança. Ouvindo a
discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante.
Quando tateou a figura, percebeu que todos os outros estavam certos e
errados ao mesmo tempo.
Agradeceu o menino e afirmou:
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Literalmente a fábula nos mostra que não é apenas estudando
uma parte e juntando esses pedaços que conseguiremos entender o
todo. Quanto mais se estudam os problemas de nossa época, mais se
percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São
problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são
interdependentes, devemos sempre partir do principio que o todo é mais
que a soma das partes. O sistema é um todo integrado cujas
propriedades essenciais surgem das inter-relações entre suas partes.
Visão sistêmica consiste na habilidade de compreender os sistemas de
acordo com a abordagem da Teoria Geral dos Sistemas, ou seja,
conhecer o todo, de modo a poder analisar ou interferir no seu
funcionamento. Exige a capacidade de identificar as ligações de fatos
particulares ao sistema como um todo.
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A ciência sistêmica mostra que os sistemas não podem ser
compreendidos por meio da análise das partes separadas. As
propriedades das partes não são necessariamente propriedades
extrínsecas, mas precisam ser vistas e entendidas dentro do contexto.
Nessa perspectiva o pensamento cartesiano, o pensamento holístico e o
pensamento sistêmico – apesar de possuírem identidade, método e
história próprios – não são opostos, apenas tomam caminhos diferentes
para chegar ao mesmo objetivo: o todo (CAPRA, 1996, p. 51).
Infelizmente, o ser humano e a própria ciência criam preconceitos para
com a visão sistêmica, estabelecendo divergências difíceis de serem
superadas. É necessário, porém, uma ruptura nesse modo de pensar, a
qual deve superar os– velhos paradigmas e abrir nossas mentes em
direção ao novo.