1. PROJETOS
DIDÁTICOS DE
GÊNERO
OPERACIONALIZANDO O DOMÍNIO
ARGUMENTATIVO
Projeto “Por uma formação
continuada cooperativa”/ Programa
Observatório da Educação/CAPES/
2. Objetivos do encontro:
• Formular em conjunto a proposta de projetos didáticos
de gênero.
• Retomar a noção de gênero de texto.
• Trabalhar o conceito de gêneros do domínio
argumentativo.
• Apresentar uma proposta de PDG do domínio
argumentativo.
• Discutir em grupos esse PDG e possibilidades de
outros PDGs.
• Avaliar o trabalho até agora desenvolvido.
3. PROJETO DIDÁTICO DE GÊNERO
A produção de leitura é
tão importante como a
produção escrita,
entendidas como O gênero entra na escola
práticas sociais que através de práticas sociais,
inscritas em situações que
emergem de outras signifiquem para o
práticas da comunidade cotidiano dos alunos, de
em que os alunos estão forma a diminuir a
inseridos. São essas distância entre a escola e a
práticas que dão origem vida quotidiana.
ao que chamamos de
Projeto Didático de
Gênero.
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4. PILARES DO PDG
Escolha de um tema
Escolha de um gênero
(ou até 2 )
Vinculação com práticas
Vinculação com práticas de leitura sociais
Vinculação com práticas de produção
textual
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5. PDG: trocando em miúdos
Conjunto de atividades escolares organizadas, de
maneira sistemática, em torno de um tema e/ou de
um ou mais gêneros textuais, envoltos pela prática
social que os contextualiza.
Para isso, é necessário:
criar contextos de produção precisos;
efetuar atividades ou exercícios múltiplos e variados,
que envolvam leitura, questões de língua pertinentes
ao gênero objeto do PDG e produção de textos.
6. PDG = processo
A primeira produção determinará as
capacidades dos aprendizes, de forma a
permitir ao professor o planejamento de
módulos de forma a atendê-las. A
produção final será cotejada com a
inicial, e o desenvolvimento do aluno com
relação às características do gênero
trabalhadas em sala de aula poderá ser,
então, avaliado.
7. PDG = processo
As capacidades de leitura também serão avaliadas
(cf:http://download.inep.gov.br/educacao_basica/pro
va_brasil_saeb/menu_do_professor/cadernos/prova
%20brasil_matriz.pdf).
Procedimentos de leitura com gêneros do domínio
do argumentar:
localizar informações explícitas em um texto;
inferir o sentido de uma palavra ou expressão;
inferir uma informação implícita em um texto;
identificar o tema de um texto;
distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
8. Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na
Compreensão do Texto
Interpretar texto com auxílio de material gráfico
diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
Identificar a finalidade de textos de diferentes
gêneros.
9. Relação entre Textos
Reconhecer diferentes formas de tratar uma
informação na comparação de textos que tratam
do mesmo tema, em função das condições em que
ele foi produzido e daquelas em que será
recebido.
Reconhecer posições distintas entre duas ou mais
opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo
tema.
10. Relações afins com argumentar
Estabelecer relação causa/consequência entre partes e
elementos do texto.
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
marcadas por conjunções, advérbios etc.
Identificar a tese de um texto.
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
para sustentá-la.
Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
11. Problemas na operacionalização do ensino
através de gêneros
Referência a tipo de texto, não a gênero.
Um gênero pode ser introduzido, mas a tarefa
elaborada com base nesse gênero, muitas
vezes, evidencia que ele não foi o objeto de
ensino.
O ensino fica restrito aos aspectos estruturais
ou formais do texto, perdendo-se seu aspecto
comunicativo. Esquece-se a dupla articulação
que um gênero deveria adquirir na escola:
objeto de ensino, mas instrumento de
comunicação.
12. De que gênero de texto estamos
falando?
A utilização da língua efetua-se em forma de
enunciados (orais e escritos),... . O enunciado reflete as
condições específicas e as finalidades de cada uma
dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e
por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos
recursos da língua – recursos lexicais, fraseológicos e
gramaticais -, mas também, e sobretudo, por sua
construção composicional. Estes três elementos
(conteúdo temático, estilo e construção
composicional) fundem-se indissoluvelmente
no todo da enunciação, e todos eles são
marcados pela especificidade de uma esfera
de comunicação. Qualquer enunciado considerado
isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de
utilização da língua elabora seus tipos
relativamente estáveis de enunciados, sendo
isso que denominamos gêneros de discurso
13. De que gênero de texto estamos
falando?
Num espaço de reflexão pedagógica, permite
(BARBOSA, 2000, p. 152-3) “incorporar
elementos da ordem do social e do histórico;
permite considerar a situação de produção de
um dado discurso, abrange o conteúdo temático,
a construção composicional e seu estilo verbal”.
14. Relembrando a noção de gênero
“É através dos gêneros que as práticas de linguagem materializam-
se nas atividades dos aprendizes”. Para Schneuwly e Dolz (1999),
na missão de ensinar, o gênero não é apenas um
instrumento de comunicação, mas, ao mesmo tempo, um
objeto de ensino/aprendizagem. Desenvolvem, então, a ideia
de que ”quanto mais precisa a definição das dimensões ensináveis
de um gênero, mais ela facilitará a apropriação deste como
instrumento e possibilitará o desenvolvimento de capacidades de
linguagem diversas que a ele estão associadas” (id:15).
15. O que deve ser entendido:
Didatização de um gênero não é sinônimo de
modelo, não falamos em forma a ser copiada,
mas realmente em processo a ser
construído.
Há diferenças entre descrição linguística de
gênero e transposições didáticas necessárias
para acompanhar o processo de
desenvolvimento da escrita, no sentido de
construção de um sistema de produção de
linguagem, voltado para as necessidades dos
aprendizes.
16. Importante assinalar as diferenças
Tradicionalmente, o ensino de língua portuguesa trabalharia com
gêneros (como fábula, narrativa de enigma, conto de fadas, crônica
literária, etc.) enfocando apenas as semelhanças existentes entre
eles, sob o rótulo de “trabalho com o texto narrativo”. O professor
procuraria, por exemplo, analisar, de uma maneira geral em todos
os gêneros, a estrutura narrativa, os personagens, o espaço, o
tempo, o narrador e os fatos narrados, bem como os tipos de
discurso neles existentes, sem observar como esses elementos
diferem de um gênero para o outro. Ou seja, nesse caso, o objeto
de ensino não seria o gênero enquanto unidade comunicativa
adaptada a uma situação, mas sim os elementos de uma narrativa
ou a sequência narrativa.
A proposta de trabalho com gêneros caminha em outra perspectiva:
podem ser destacadas essas semelhanças, mas cada
gênero deve ser trabalhado por um determinado período
de tempo, com ênfase em seus conteúdos específicos,
que o diferenciam dos demais gêneros, sem perder de
vista seu propósito comunicativo.
Essa proposta concebe gêneros de texto como uma
forma de articular as práticas linguageiras, entendendo-
os como passíveis de serem aprendidos, mas, sobretudo,
17. Gêneros do Domínio do
ARGUMENTAR
Discussão de problemas sociais controversos.
SUSTENTAR, REFUTAR E NEGOCIAR
TOMADAS DE POSIÇÃO.
Exemplos: textos de opinião, diálogo
argumentativo, carta do leitor, carta de
reclamação, carta de solicitação, debate
regrado, assembleia, discurso de defesa e
acusação, resenha crítica, artigos de opinião ou
assinados, editorial, ensaio.
18. Objetivos do argumentar num PDG
Discutir questões sociais importantes para o
grupo.
Compreender que um argumento precisa ser
subsidiado por pontos pesquisados
anteriormente.
Refletir sobre a qualidade dos argumentos.
Usar diferentes tipos de argumentos.
19. Para ajudar a construir um bom argumento
O argumento está baseado em fatos ou em impressões?
O argumento cita uma autoridade do assunto ou é de autoria
de uma?
O argumento é relevante para a discussão?
O argumento ajuda a compreensão do tema discutido?
O argumento traz exemplos pertinentes?
O argumento traz evidências do que quer provar?
Há uma relação de causa e consequência presente no
argumento?
O argumento traz comparação com outro fato semelhante?
20. Para finalizar
Escolhemos um caminho
a ser percorrido pelo
PDG: um caminho que
valoriza a função social
da escola, ao mesmo
tempo em que
encaminha múltiplos
letramentos para os
alunos.
21. PARA PROVOCAR UM
ARTIGO DE OPINIÃO
Minha neta tem 5 anos, frequenta jardim de infância nível A, e
chama sua professora de Mrs. Schmidt e sua auxiliar de Miss Lorene.
Quando eu a venço num jogo, ela me olha com olhinhos brilhantes
de admiração e diz: “Também vovó, tu é uma TEACHER!”
Esse reconhecimento não é pela figura da avó, mas pela importância
atribuída à figura do professor. Ah, o cenário é os Estados Unidos,
mas por que não pode ser o Brasil?
Por que nós admitimos receber o tratamento de tia e, agora, mais
modernamente ,de profe/profa, até na universidade? Por que nem o
professor reconhece a importância de sua profissão? Está na hora de
nos valorizarmos para sermos valorizados... Está na hora de o
brasileiro entender que regras e hierarquia precisam ser respeitadas.
ARGUMENTE, CONCORDE, DISCORDE, SUSTENTE SUA
POSIÇÃO. REDIJA UM ARTIGO DE OPINIÃO.