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ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020
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ANÁLISE DOS PARÂMETROS SANGUÍNEOS DE SUÍNOS (Sus scrofa domesticus)
TRATADOS COM PROBIÓTICO A BASE DE VINHOTO (Lactobacillus reuteri)
ANALYSIS OF SWINE BLOOD PARAMETERS (Sus scrofa domesticus) TREATED WITH WINE-BASED
PROBIOTICS (Lactobacillus reuteri)
FLÁVIO HENRIQUE FERREIRA BARBOSA1; FELIPE HENRIQUE SILVA BAMBIRRA2; LEANDRO
HENRIQUE SILVA BAMBIRRA3; RUBENS ALEX DE OLIVEIRA MENEZES4
RESUMO
A produção de alimentos saudáveis e nutritivos em grande quantidade tem se tornado um desafio para todos os
profissionais que trabalham com toda a cadeia produtiva alimentícia. A produção mundial de suínos cresceu e o Brasil
teve um aumento significativo nas exportações de carne suína. Para que a atividade de criação de suínos se mantenha
produtiva, com a geração de lucros, promotores de crescimento têm sido incorporados às rações, com objetivo de
melhorar o processo digestivo e o desempenho zootécnico dos animais, resultando em maior ganho de peso e redução
do número de doenças. Entretanto, nos últimos anos tem aumentado a conscientização sobre o uso excessivo destes
produtos, bem como se tornado evidente os possíveis transtornos à saúde destes animais e do homem, como
consequências desta suplementação. As alternativas disponíveis para substituição dos antimicrobianos na suinocultura
incluem a utilização de probióticos, prebióticos, simbióticos e agentes fitoterápicos. Quanto aos Sistemas Agroindustriais
(SAG) existentes no Brasil, sabe-se que o sucroalcooleiro se destaca pela importância social, econômica e política. O
aumento da produção de álcool acarretará um problema ao meio ambiente, devido à maior quantidade de vinhoto, resíduo
produzido em grande volume. Seguindo esta linha de raciocínio, este trabalho propôs realizar a verificação do
fornecimento de um Lactobacillus reuteri para uso como probiótico utilizando como critério a capacidade de sobrevivência
e cinética de crescimento em vinhoto da produção de cachaça sob atmosfera aneróbica a serem utilizadas em
suinocultura. Nesta etapa, foram analisados os parâmetros sanguíneos de suínos (Sus scrofa domesticus) tratados com
probiótico a base de vinhoto. A utilização do probiótico crescido no vinhoto e selecionado para os testes em suínos no
campo permitiu verificar a ausência de alterações nos parâmetros sanguíneos analisados dos suínos que fizeram a
ingestão de vinhoto, garantindo assim a inocuidade desta substância aos animais dentro da cadeia produtiva.
PALAVRAS-CHAVE: Lactobacillus, suínos, probiótico, vinasse.
ABSTRACT
The production of healthy and nutritious food in large quantities has become a challenge for all professionals who work
with the entire food production chain. World swine production grew and Brazil saw a significant increase in exports. In
order for the pig breeding activity to remain productive, with the generation of profits, growth promoters have been
incorporated into the rations, with the objective of improving the digestive process and the zootechnical performance of
the animals, resulting in greater weight gain and reduced number of diseases. However, in recent years there has been
an increase in awareness about the excessive use of these products, as well as the possible health disorders of these
animals and man, as consequences of this supplementation, have become evident. The alternatives available to replace
antimicrobials in pig farming include the use of probiotics, prebiotics, symbiotics and herbal agents. As for the Agroindustrial
Systems (SAG) in Brazil, it is known that the sugar and alcohol industry stands out for its social, economic and political
importance. The increase in alcohol production will cause a problem to the environment, due to the greater amount of
vinasse, waste produced in large volume. Following this line of reasoning, this work proposed to verify the supply of a
Lactobacillus reuteri for use as a probiotic using as a criterion the survival capacity and growth kinetics in vinasse of
cachaça production under anerobic atmosphere to be used in swine farming. In this step, the blood parameters of swine
(Sus scrofa domesticus) treated with a vinasse-based probiotic were analyzed. The use of the probiotic grown in the
vinasse and selected for tests on swine in the field allowed to verify the absence of alterations in the analyzed blood
parameters of the pigs that ingested vinasse, thus guaranteeing the innocuousness of this substance to the animals within
the productive chain.
KEYWORDS: Lactobacillus, swine, probiotic, vinasse.
ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020
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INTRODUÇÃO
A produção de alimentos saudáveis e
nutritivos em grande quantidade tem se
tornado um desafio para todos os profissionais
que trabalham com toda a cadeia produtiva
alimentícia. Estimativas indicam que o
suprimento de alimentos necessários para
atender aos requerimentos nutricionais da
população humana durante os próximos
quarenta anos equivale à quantidade
previamente produzida ao longo de toda a
história. Para atender a esta grande demanda
de alimentos de origem animal, os
pesquisadores têm se esforçado na busca de
novas tecnologias a fim de aumentar a
eficiência e a produtividade dos animais de
criação.
A suinocultura é um dos setores
agropecuários que mais tem crescido nas
últimas décadas. Segundo dados da
EMBRAPA, a produção de carne suína no
Brasil vem crescendo mais 5% ao ano desde
o ano de 2006. A produção mundial de suínos
cresceu sistematicamente nos últimos 30
anos e o Brasil teve um aumento significativo
nas exportações de carne suína, chegando à
quarta colocação mundial e, atualmente, esse
produto pode ser encontrado até na Rússia. A
este fato, associa-se um marcante aumento
no comércio e consumo de carne de suínos
em todo o mundo, sendo que sua produção
está rapidamente se expandindo em muitos
países em desenvolvimento, como o Brasil, o
que faz aumentar o rigor no manejo dos
animais e na produção da carne.
Para que a atividade de criação de
suínos se mantenha produtiva, com a geração
de lucros, muitos aditivos (incluindo
promotores de crescimento, como drogas
antimicrobianas) têm sido incorporados às
rações, com objetivo de melhorar o processo
digestivo e o desempenho zootécnico dos
animais, resultando em maior ganho de peso
e redução do número de doenças. Entretanto,
nos últimos anos tem aumentado a
conscientização sobre o uso excessivo destes
produtos, bem como se tornado evidente os
possíveis transtornos à saúde destes animais
e do homem, como consequências desta
suplementação (FULLER, 1989, 1992;
FULLER & COLE, 1988; SALMINEN, 1998;
TANNOCK, 1986, 1990, 1995 e 2003).
Os antimicrobianos promotores de
crescimento podem alterar a microbiota do
trato digestivo e deprimir os mecanismos de
defesa dos animais, além de deixar resíduos
indesejáveis à saúde do homem na carne.
Além disso, a presença de concentrações
baixas de antimicrobianos pode ser
responsável pelo aumento dos fenômenos de
resistência bacteriana aos mesmos.
Recentemente, novos microrganismos
resistentes a uma ou várias drogas
antimicrobianas têm surgido e sido motivo de
preocupação para a saúde pública mundial.
Estes microrganismos modificados podem se
difundir pelo meio ambiente e estarem
presentes na carne dos animais.
Por causa destas evidências, a
ausência de microrganismos potencialmente
patogênicos e a ausência de resíduos de
produtos químicos têm se tornado os
principais indicadores de qualidade da carne
de suínos, bem como de outros alimentos.
Assim, a suinocultura brasileira precisará se
adaptar às futuras normas de comércio
internacional, pois alguns países
importadores, principalmente da União
Europeia, não mais aceitarão adquirir carne
de suínos oriunda de produtores que utilizam
antimicrobianos para aumentar os índices de
produtividade de seus plantéis (FULLER,
1989, 1992; FULLER & COLE, 1988;
SALMINEN, 1998; TANNOCK, 1986, 1990,
1995 e 2003).
Assim, tem gerado a necessidade de se
buscar alternativas que possam promover os
mesmos efeitos de produtividade
relacionados ao uso dos aditivos alimentares,
porém, sem causar as mesmas
consequências indesejáveis destes. Além
disto, ainda existem prejuízos relacionados ao
impacto econômico da retirada destas drogas
antimicrobianas da alimentação de suínos.
Isto representa aumento nos custos de
produção, sendo, principalmente, causados
por aumento no consumo de ração e no
período de ocupação dos galpões, menos
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ciclos produtivos por ano, além de mais gastos
com a mão-de-obra.
As alternativas disponíveis para
substituição dos antimicrobianos na
suinocultura incluem a utilização de
probióticos, prebióticos, simbióticos e agentes
fitoterápicos. Dentre estas, a utilização dos
microrganismos probióticos constitui uma
perspectiva extremamente interessante, pois
as próprias bactérias benéficas da microbiota
intestinal dos animais poderiam ser
empregadas em substituição aos
antimicrobianos. Nestes casos, estes
microrganismos poderiam favorecer o
equilíbrio do ecossistema gastrintestinal, o
que seria refletido em melhoria da saúde e
boa produtividade. Trabalhos científicos têm
sido conduzidos tentando avaliar a eficiência
da utilização dos probióticos, em substituição
aos produtos químicos, para modular a saúde
de suínos comerciais e proporcionar um
ganho de peso adequado. Bactérias do
gênero Lactobacillus são os principais
microrganismos desejáveis encontrados em
grandes quantidades por todo o trato
gastrintestinal (TGI) de suínos, mostrando ser
fortes candidatas como probióticos para estes
animais (FULLER, 1989, 1992; FULLER &
COLE, 1988; SALMINEN, 1998; TANNOCK,
1986, 1990, 1995 e 2003).
Quanto aos Sistemas Agroindustriais
(SAG) existentes no Brasil, sabe-se que o
sucroalcooleiro se destaca pela importância
social, econômica e política. A crise do
Proálcool, após a década de 1990, foi
acompanhada por período de sensível
redução dos preços do açúcar no mercado
externo. Esse fato, associado à estagnação
no crescimento da demanda interna e no
aumento da produtividade agrícola e
industrial, desencadeou uma nova crise de
superprodução, existente até há pouco tempo.
Nessa nova configuração, a análise da
competitividade e de potencialidades para
novos empreendimentos com uso de
derivados da cana-de-açúcar aparece em
destaque. A cadeia produtiva da cana-de-
açúcar como fornecedora de produtos para o
mercado industrial e para exportação faz com
que as usinas intensifiquem seus esforços por
melhoria da produtividade, sendo que a
exigência dos clientes industriais as leva à
diferenciação de produtos com maior valor
agregado.
Dessa forma, uma diferente iniciativa
que o SAG Canavieiro poderia empreender
para reforçar sua competitividade nesta nova
configuração seria o aproveitamento das
oportunidades de diversificação na direção de
novos produtos oriundos da cana-de-açúcar e
seus derivados. Os empreendimentos para
diversificação das empresas mais bem
posicionadas do SAG estão sendo para
diferenciar suas commodities, açúcar e álcool,
em atividades complementares, tais como as
iniciativas para produção de produtos
resultantes de transformação de derivados da
cana-de-açúcar.
A reestruturação do SAG, na direção de
consolidar seu posicionamento nos mercados
interno e externo, apresenta grande impacto
na produção canavieira. Esse impacto é mais
forte principalmente em regiões do país onde
há predomínio da atividade canavieira.
Anuncia-se para essas regiões o aumento na
produção do álcool, dada sua
sobrevalorização em decorrência do
crescimento da demanda, devido às
exportações e do aumento dos preços do
petróleo e, ainda, do crescimento do mercado
interno, com os novos carros bicombustíveis e
a perspectiva de outros países adotarem
combustíveis menos poluidores.
De outro lado, o aumento da produção
de álcool acarretará um problema ao meio
ambiente, devido à maior quantidade de
vinhoto, resíduo produzido em grande volume,
qual seja na proporção de um litro de álcool
para 12 litros de vinhoto. O vinhoto distribuído
no solo, por meio de fertiirrigação dos talhões
de cana, apresenta já, nesse momento, várias
objeções de caráter ambiental: a primeira é
que a quantidade de vinhaça necessária para
a fertiirrigação da cana é inferior à quantidade
despejada, o que provoca comprometimento
dos lençóis freáticos e, no limite, até dos
lençóis mais profundos de água, como os
aquíferos. A segunda objeção é que as usinas
não possuem capacidade logística de
distribuição do vinhoto sobre toda a área
colhida de cana. Essa distribuição, em geral,
concentra-se nas áreas circunvizinhas às
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usinas, o que vem comprometendo a própria
produtividade da cana próxima. Isso reforça a
necessidade de pensar em soluções, ou que
reduzam o grau de concentração da vinhaça a
ser distribuída no solo, ou que seja expandida
a área de fertiirrigação ou ainda, que se
descubram novas aplicações tecnológicas
(VIAN, 2003; MOREIRA et al., 2002;
ASSUMPÇÃO, 2004).
Seguindo esta linha de raciocínio, este
trabalho se propôs a analisar os parâmetros
sanguíneos de suínos (Sus scrofa
domesticus) tratados com probiótico a base de
vinhoto (Lactobacillus reuteri).
MATERIAL E MÉTODOS
1. O Vinhoto
Foram utilizadas amostras de vinhoto
(produto resultante do destilado da cana-de-
açúcar) produzidas por “Vale Verde
Alambique e Parque Ecológico”, alambique de
cachaça localizado na rodovia MG 50, Km 39
– Bairro Vianópolis, município de Betim – MG.
As amostras foram acondicionadas e
transportadas em vasilhame de polietileno
tereftalato (PET) selados para evitar trocas
gasosas prevenindo a oxidação. Foram
realizadas análises físico-químicas e
estabilidade microbiológica durante o período
de estocagem.
2. Microrganismos
Características Morfo-tintoriais,
Bioquímicas e Fisiológicas dos
Microrganismos Isolados
Numa placa contendo em torno de 100
unidades formadoras de colônia (UFC), as
colônias morfologicamente diferentes e mais
significativas do ponto de vista populacional
foram repicadas, a partir do ágar MRS (Difco),
no mesmo meio. A partir de colônias, de cada
amostra, que apresentaram aspectos
morfológicos distintos foram feitos esfregaços
em lâminas para coloração pelo método de
Gram. Além disto, a partir dessas mesmas
colônias foram feitos testes de catalase em
lâmina, utilizando-se H2O2 (30%). Aqueles
que se apresentaram como Gram-positivo e
catalase negativa, sugestivos de pertencerem
ao gênero Lactobacillus, foram submetidos à
identificação, utilizando técnicas de biologia
molecular (PCR-ARDRA).
Purificação e Manutenção dos
Microrganismos Isolados
Os microrganismos isolados e
avaliados pelas características morfo-
tintoriais, bioquímicas e fisiológicas e pelo
teste respiratório foram inoculados em 5 mL
de caldo MRS (Difco), sendo em seguida
incubados em anaerobiose, à 37ºC durante 48
horas. Após o crescimento, uma alíquota de
500 µL de cada tubo foi transferida para tubo
eppendorf e adicionada de glicerol esterilizado
(50 µL), sendo, em seguida, congelados a -
18ºC e -86ºC, para posterior utilização,
quando necessário. O restante dos cultivos foi
destinado às análises baseadas em técnicas
de biologia molecular, com a finalidade de
identificação das espécies isoladas.
Ativação das culturas
Amostras de Lactobacillus spp.
isoladas a partir do TGI dos suínos (Sus scrofa
domesticus), oriundos de criação intensiva, e
pré-identificadas pelo perfil de fermentação de
carboidratos (kit API 50 CHL, BioMérieux,
Marcy l’Etoile, France), foram descongeladas
e inoculadas (200 µL) em caldo MRS (Difco).
O meio foi incubado, sob condições de
anaerobiose, a 37ºC, durante 48 horas. Após
cinco passagens em caldo, 50 µL de cada
amostra foram repicados em ágar MRS
(Difco), por três métodos diferentes: pour-
plate, espalhamento com auxílio da alça de
Drigalski e estria. Então, as placas foram
incubadas em anaerobiose, sendo mantidas a
37ºC, durante 48 horas.
Para a realização do teste a seguir, foi
escolhido o microrganismo entre o grupo de
doze os quais apresentaram crescimento
satisfatório em aerobiose dos trinta e um
isolados e identificados como Lactobacillus,
sendo três originados de animais recém-
desmamados (21 dias) e três originados de
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animais jovens/terminados (140 dias). Sendo
assim, a amostra L. reuteri - 11 A, foi a
escolhida para a realização dos testes in vivo,
tanto em camundongos por apresentar as
seguintes características relacionadas nos
itens abaixo:
- Apresentar menor sensibilidade ao
cultivo em vinhoto, conseguindo manter-se
viável e em concentrações mais elevadas por
maior tempo.
- Quando foi verificado o seu
crescimento, este microrganismo se
apresentou com boa capacidade de
multiplicação no vinhoto, destacando a
necessidade do incremento de nutrientes para
potencializar este resultado.
- Nas avaliações de adesão da
superfície celular o microrganismo
demonstrou possuir maiores probabilidades
de se fixar ao epitélio intestinal e maior
resistência à acidez.
- Em relação ao antagonismo in vitro, o
mesmo demonstrou-se eficaz contra os
microrganismos reveladores, tanto patógenos
como contra espécie relacionada
(Lactobacillus acidophilus), sugerindo a
produção de substâncias antagonista além do
antagonismo proveniente da produção de
ácidos.
- Mostrou-se bom colonizador do TGI
de camundongos, sendo que a colonização se
manteve estável por todo o período analisado.
- Não altera a estrutura histológica dos
órgãos analisados em camundongos, com os
mesmos se apresentando com aspectos
normais e se mostrando mais efetivo em
melhorar a lesão das vísceras (baço e fígado)
e de porções do trato digestivo (cólon, ceco e
íleo) induzida pela infecção.
Conclui-se, até este momento, que este
microrganismo poderia ser utilizado para a
elaboração de probiótico para suínos, visando
substituir, mesmo que parcialmente, os
promotores de crescimento antimicrobianos,
atualmente empregados nesta atividade
produtiva. Porém, para que tal probiótico
possa vir a ser aprovado, são necessários
ensaios demonstrando seus efeitos in vivo,
além de uma avaliação de seu impacto no
crescimento e ganho de peso dos suínos.
3. Animais
Suínos
Este experimento foi conduzido na
granja de suínos da “Fazenda Santa Clara –
Laticínios Luce” (BR 262, Km 541,5 - Zona
Rural - Luz-MG), com a colaboração do
Departamento de Zootecnia da Escola de
Veterinária da UFMG. Foram utilizados leitões
da genética Dan Bred (raças Large White e
Landrace), homogêneos quanto ao grau de
parentesco e peso corporal, desde o
nascimento até a terminação. Os animais
desmamados aos 21 dias de idade
apresentaram peso médio inicial de 5,40 +/-
0,73kg. Os animais foram alojados em baias
coletivas de 2,55m2 (1,50 x 1,70m), separados
por divisória de grades de ferro e vedadas
com placas de alvenaria, para impedir o
contato entre os grupos. Os bebedouros foram
do tipo vaso-comunicante e os comedouros do
tipo semi-automático. A dieta experimental,
formulada de modo a atender as exigências
nutricionais dos animais, baseia-se nas
recomendações do NRC (1998). A água foi
fornecida à vontade. A alimentação fornecida
foi baseada em fórmulas específicas para
cada fase da criação (pré-inicial, inicial,
crescimento e terminação), elaborada por
técnicos especializados, ou que seguidas às
indicações nos rótulos dos sacos de
concentrados e núcleos. Para a maioria das
fases, uma formulação adequada foi obtida
com a combinação dos alimentos energéticos
também fornecedores de proteína com
alimentos protéicos com alto teor de energia.
A complementação dos demais nutrientes foi
feita com os alimentos exclusivamente
energéticos, alimentos protéicos com alto teor
de minerais e alimentos exclusivamente
fornecedores de minerais. O uso de
aminoácidos sintéticos pode ser vantajoso na
redução de custos da ração, necessitando, no
entanto, orientação técnica específica.
Sempre foi feita a inclusão de premix
vitamínico e de micro-minerais. O Núcleo é um
tipo especial de premix que já contém o cálcio,
o fósforo e o sódio, além das vitaminas e
micro-minerais necessários, por isso, na
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maioria das vezes, dispensa o uso dos
alimentos exclusivamente fornecedores de
minerais. Esses produtos foram utilizados
dentro de 30 dias após a data de sua
fabricação e foram mantidos em lugares secos
e frescos, de preferência em barricas que
minimizaram a ação da luz. Para o isolamento
das bactérias lácticas, o uso de promotores de
crescimento foi restringido de modo a garantir
a maior diversidade microbiana possível em
ambiente com menor pressão seletiva. Para o
teste com utilização do microrganismo
probiótico, o uso de promotores de
crescimento nas rações não foi restringido já
que se tratava de um experimento realizado
em condições normais de produção. As
formulações probióticas testadas foram
administradas por via oral para cada um dos
animais por três dias consecutivos em cada
uma das fases da cadeia produtiva desde o
nascimento das ninhadas (maternidade,
creche, crescimento e terminação).
Manejo dos Animais
A manutenção, e o manejo dos animais
nos experimentos foram conduzidos
respeitando-se o “Guide for the care and use
of laboratory animals” – National Research
Concil, Institute of Laboratory Animal
Resources, Washington, D.C., National
Academy Press, 1996.
4. Fornecimento das Bactérias
Lácticas Cultivadas em Vinhoto Para
Suínos (Sus scrofa domesticus)
Desenho Experimental
Três grupos de suínos (Sus scrofa
domesticus), sendo um grupo controle
recebendo salina tamponada, recebendo
bactérias lácticas cultivadas em vinhoto e um
grupo experimental recebendo vinhoto sem
adição de bactérias lácticas, com vinte
animais em cada grupo, foram inoculados por
via oral com 10 mL destas suspensões por
três dias consecutivos em cada uma das fazes
da cadeia produtiva
(nascimento/maternidade, creche ou recria,
crescimento e terminação), sendo que a
suspensão probiótica apresentava contendo
108 células viáveis de bactérias lácticas.
5. Análise dos Parâmetros
Sanguíneos de Suínos (Sus scrofa
domesticus) Tratados Com Probiótico a
Base de Vinhoto
Para o monitoramento do padrão
sanguíneo e da avaliação do sistema imune,
foram coletadas amostras de sangue, através
de punção do sinus orbital dos suínos (Sus
scrofa domesticus) terminados (prontos para
o abate), sendo 2 mL com anticoagulante
(EDTA) para o hemograma (eritrograma,
leucograma e trombograma) e 4 mL sem
anticoagulante para as análises de proteínas
séricas totais, albumina sérica e eletroforese
convencional das frações proteicas. Através
do hemograma foram determinadas as
contagens globais de hemácias, leucócitos
(μL), taxa de hemoglobina (g/dL), hematócrito
(%), contagem diferencial dos leucócitos,
estabelecendo-se as percentagens de
eosinófilos, neutrófilos, linfócitos e monócitos,
também como a contagem global de
plaquetas. O hemograma foi obtido de forma
automatizada com auxílio de um contador de
oito parâmetros (ACT – 8, COULTER).
(KANEKO, 1989; SEVELIUS & ANDERSSON,
1995).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o monitoramento do padrão
sanguíneo e da avaliação do sistema imune,
foram coletadas amostras de sangue, através
de punção do sinus orbital dos suínos (Sus
scrofa domesticus) terminados (prontos para
o abate). O objetivo foi verificar se o consumo
de vinhoto pelos animais iria gerar problemas
ao longo do tempo de fornecimento do
microrganismo probiótico do nascimento à
fase de terminação.
O hemograma é um exame que verifica
as variações quantitativas e morfológicas dos
elementos figurados do sangue. Pode ser
utilizado para diagnosticar ou controlar a
evolução de uma doença como anemia e
infecções de diversos tipos. Por meio do
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hemograma foram determinadas as
contagens globais de hemácias (103/μL),
leucócitos (μL), taxa de hemoglobina (g/dL),
hematócrito (%), contagem diferencial dos
leucócitos, estabelecendo-se as
percentagens de eosinófilos, neutrófilos,
linfócitos e monócitos, também como a
contagem global de plaquetas (THRALL &
WEISER, 2006).
Segundo Repetti (2003), geralmente a
primeira parte do Hemograma é a série
vermelha (Eritrograma) onde são avaliados os
números de hemácias e a concentração de
hemoglobina. Swenson (1984) define a
segunda parte do hemograma é a série
branca (leucograma) é constituída pelos
glóbulos brancos. Nesta parte, acontece a
avaliação do número de leucócitos, além
disso, é feita a diferenciação celular:
- Leucócitos: É o valor total dos
leucócitos no sangue. Valor alto é chamado
leucocitose e assinala, principalmente, uma
infecção embora, possa indicar outras
doenças. Quando essa contagem se mostra
mais baixa que o normal (leucopenia) indica
depressão da medula óssea, resultado de
infecções virais ou de reações tóxicas. Os
leucócitos são diferenciados em cinco tipos no
hemograma. Seus valores colaboram para
esclarecer e diagnosticar doenças infecciosas
e hematológicas.
• Basófilos: Em um animal normal,
só é encontrado até 1%, além desse valor
indica processos alérgicos.
• Eosinófilos: Seu número além do
normal indica casos de processos alérgicos ou
parasitoses.
• Neutrófilos: É a célula mais
encontrada em adultos. Seu aumento pode
indicar infecção bacteriana, mas pode estar
aumentada em infecção viral.
• Linfócitos: É a célula
predominante nos animais jovens. Em
animais adultos, seu aumento pode ser indício
de infecção viral ou, mais raramente,
leucemia.
• Monócitos: Quando estão
aumentados indicam infecções virais. Os
valores são alterados também, após
quimioterapia.
Os resultados obtidos para o
hemograma estão apresentados na Tabela 1.
Não houve interação significativa em
nenhuma das análises apresentadas nesta
tabela. Não houve diferença (p>0,05) entre as
dietas para os parâmetros sanguíneos
estudados. Todos os valores apresentaram-
se normais quando comparados às tabelas de
referência (KANEKO, 1989; FRASER, 1991).
Valores semelhantes de hemograma foram
observados por Budiño et al., (2004), quando
estes verificaram a influência da adição de
probiótico e/ou prebiótico em dietas de leitões
desmamados sobre as atividades das
enzimas digestivas e parâmetros sanguíneos.
Nos trabalhos de Budiño e seus
colaboradores, os microingredientes testados
não influenciaram os valores dos parâmetros
sangüíneos estudados, conforme foi
observado para o consumo de vinhoto.
Alguns gêneros de bactérias intestinais
como Lactobacillus e Bifidobacterium estão
diretamente relacionados com o aumento da
resposta imune, produção de anticorpos,
ativação de macrófagos, proliferação de
células T e produção de interferon (MENTEN,
2001). Pesquisas demonstraram que o
número de leucócitos no sangue e a
concentração plasmática de IgG de leitões
desmamados aumentaram após a
administração de Lactobacillus acidophilus
(POLLMANN et al., 1980). Perdigon et al.
(1986) também observaram alterações
imunológicas quando administraram L.
acidophilus e S. thermophilus para
camundongos, relatando ativação na
atividade de macrófagos e linfócitos nestes
animais.
No presente trabalho estas alterações
não foram vistas, sendo notado somente leve
aumento nos níveis de eritrócitos. Tais
alterações nos parâmetros sanguíneos se
devem provavelmente ao estresse provocado
pela cadeia produtiva como desmame, pela
ausência materna, hierarquia social, mudança
de dieta, redução no consumo de alimento e
mudança de instalações (HANNAS, 2003). As
variações ocorridas nos valores absolutos dos
parâmetros sanguíneos estão de acordo com
os dados da literatura (FELDMAN et al.,
2000).
ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020
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CONCLUSÃO
A utilização do probiótico crescido no
vinhoto e selecionado para os testes em
suínos no campo permitiu verificar a ausência
de alterações nos parâmetros sanguíneos
analisados dos suínos que fizeram a ingestão
de vinhoto, garantindo assim a inocuidade
desta substância aos animais dentro da
cadeia produtiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSUMPÇÃO, M.R.P. A competitividade do
sistema agroindustrial da cana-de-açúcar e
novos empreendimentos viáveis baseados na
utilização de matérias primas originadas da
cana-de-açúcar e seus derivados. 978 p.
Relatório Final. UFSCar, Estudo contrato 165
pelo IEL/CNI, realizado pelo Grupo de
Pesquisa DIVERICANA, UFSCAR. São
Carlos, 2004.
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VIAN, C.E. de F. Agroindústria canavieira –
estratégias competitivas e modernização.
Campinas: Editora Átomo, 216 p., 2003.
____________________________________
1 - Graduação em Ciências Biológicas.
Professor Adjunto do Departamento de
Morfologia (DMO – CCBS) da Universidade
Federal de Sergipe - UFS, Brasil.
E-mail: flaviobarbosaufs@gmail.com
2 - Graduação em Fisioterapia. Mestrado em
Microbiogia. Departamento de Microbiologia
(ICB) da Universidade Federal de Minas
Gerais - UFMG, Brasil.
3 - Graduação em Medicina Veterinária.
Departamento de Microbiologia (ICB) da
Universidade Federal de Minas Gerais -
UFMG, Brasil.
4 - Graduação em Enfermagem. Professor
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Análise dos parâmetros sanguíneos de suínos tratados com probiótico à base de vinhoto

  • 1. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 1 ANÁLISE DOS PARÂMETROS SANGUÍNEOS DE SUÍNOS (Sus scrofa domesticus) TRATADOS COM PROBIÓTICO A BASE DE VINHOTO (Lactobacillus reuteri) ANALYSIS OF SWINE BLOOD PARAMETERS (Sus scrofa domesticus) TREATED WITH WINE-BASED PROBIOTICS (Lactobacillus reuteri) FLÁVIO HENRIQUE FERREIRA BARBOSA1; FELIPE HENRIQUE SILVA BAMBIRRA2; LEANDRO HENRIQUE SILVA BAMBIRRA3; RUBENS ALEX DE OLIVEIRA MENEZES4 RESUMO A produção de alimentos saudáveis e nutritivos em grande quantidade tem se tornado um desafio para todos os profissionais que trabalham com toda a cadeia produtiva alimentícia. A produção mundial de suínos cresceu e o Brasil teve um aumento significativo nas exportações de carne suína. Para que a atividade de criação de suínos se mantenha produtiva, com a geração de lucros, promotores de crescimento têm sido incorporados às rações, com objetivo de melhorar o processo digestivo e o desempenho zootécnico dos animais, resultando em maior ganho de peso e redução do número de doenças. Entretanto, nos últimos anos tem aumentado a conscientização sobre o uso excessivo destes produtos, bem como se tornado evidente os possíveis transtornos à saúde destes animais e do homem, como consequências desta suplementação. As alternativas disponíveis para substituição dos antimicrobianos na suinocultura incluem a utilização de probióticos, prebióticos, simbióticos e agentes fitoterápicos. Quanto aos Sistemas Agroindustriais (SAG) existentes no Brasil, sabe-se que o sucroalcooleiro se destaca pela importância social, econômica e política. O aumento da produção de álcool acarretará um problema ao meio ambiente, devido à maior quantidade de vinhoto, resíduo produzido em grande volume. Seguindo esta linha de raciocínio, este trabalho propôs realizar a verificação do fornecimento de um Lactobacillus reuteri para uso como probiótico utilizando como critério a capacidade de sobrevivência e cinética de crescimento em vinhoto da produção de cachaça sob atmosfera aneróbica a serem utilizadas em suinocultura. Nesta etapa, foram analisados os parâmetros sanguíneos de suínos (Sus scrofa domesticus) tratados com probiótico a base de vinhoto. A utilização do probiótico crescido no vinhoto e selecionado para os testes em suínos no campo permitiu verificar a ausência de alterações nos parâmetros sanguíneos analisados dos suínos que fizeram a ingestão de vinhoto, garantindo assim a inocuidade desta substância aos animais dentro da cadeia produtiva. PALAVRAS-CHAVE: Lactobacillus, suínos, probiótico, vinasse. ABSTRACT The production of healthy and nutritious food in large quantities has become a challenge for all professionals who work with the entire food production chain. World swine production grew and Brazil saw a significant increase in exports. In order for the pig breeding activity to remain productive, with the generation of profits, growth promoters have been incorporated into the rations, with the objective of improving the digestive process and the zootechnical performance of the animals, resulting in greater weight gain and reduced number of diseases. However, in recent years there has been an increase in awareness about the excessive use of these products, as well as the possible health disorders of these animals and man, as consequences of this supplementation, have become evident. The alternatives available to replace antimicrobials in pig farming include the use of probiotics, prebiotics, symbiotics and herbal agents. As for the Agroindustrial Systems (SAG) in Brazil, it is known that the sugar and alcohol industry stands out for its social, economic and political importance. The increase in alcohol production will cause a problem to the environment, due to the greater amount of vinasse, waste produced in large volume. Following this line of reasoning, this work proposed to verify the supply of a Lactobacillus reuteri for use as a probiotic using as a criterion the survival capacity and growth kinetics in vinasse of cachaça production under anerobic atmosphere to be used in swine farming. In this step, the blood parameters of swine (Sus scrofa domesticus) treated with a vinasse-based probiotic were analyzed. The use of the probiotic grown in the vinasse and selected for tests on swine in the field allowed to verify the absence of alterations in the analyzed blood parameters of the pigs that ingested vinasse, thus guaranteeing the innocuousness of this substance to the animals within the productive chain. KEYWORDS: Lactobacillus, swine, probiotic, vinasse.
  • 2. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 2 INTRODUÇÃO A produção de alimentos saudáveis e nutritivos em grande quantidade tem se tornado um desafio para todos os profissionais que trabalham com toda a cadeia produtiva alimentícia. Estimativas indicam que o suprimento de alimentos necessários para atender aos requerimentos nutricionais da população humana durante os próximos quarenta anos equivale à quantidade previamente produzida ao longo de toda a história. Para atender a esta grande demanda de alimentos de origem animal, os pesquisadores têm se esforçado na busca de novas tecnologias a fim de aumentar a eficiência e a produtividade dos animais de criação. A suinocultura é um dos setores agropecuários que mais tem crescido nas últimas décadas. Segundo dados da EMBRAPA, a produção de carne suína no Brasil vem crescendo mais 5% ao ano desde o ano de 2006. A produção mundial de suínos cresceu sistematicamente nos últimos 30 anos e o Brasil teve um aumento significativo nas exportações de carne suína, chegando à quarta colocação mundial e, atualmente, esse produto pode ser encontrado até na Rússia. A este fato, associa-se um marcante aumento no comércio e consumo de carne de suínos em todo o mundo, sendo que sua produção está rapidamente se expandindo em muitos países em desenvolvimento, como o Brasil, o que faz aumentar o rigor no manejo dos animais e na produção da carne. Para que a atividade de criação de suínos se mantenha produtiva, com a geração de lucros, muitos aditivos (incluindo promotores de crescimento, como drogas antimicrobianas) têm sido incorporados às rações, com objetivo de melhorar o processo digestivo e o desempenho zootécnico dos animais, resultando em maior ganho de peso e redução do número de doenças. Entretanto, nos últimos anos tem aumentado a conscientização sobre o uso excessivo destes produtos, bem como se tornado evidente os possíveis transtornos à saúde destes animais e do homem, como consequências desta suplementação (FULLER, 1989, 1992; FULLER & COLE, 1988; SALMINEN, 1998; TANNOCK, 1986, 1990, 1995 e 2003). Os antimicrobianos promotores de crescimento podem alterar a microbiota do trato digestivo e deprimir os mecanismos de defesa dos animais, além de deixar resíduos indesejáveis à saúde do homem na carne. Além disso, a presença de concentrações baixas de antimicrobianos pode ser responsável pelo aumento dos fenômenos de resistência bacteriana aos mesmos. Recentemente, novos microrganismos resistentes a uma ou várias drogas antimicrobianas têm surgido e sido motivo de preocupação para a saúde pública mundial. Estes microrganismos modificados podem se difundir pelo meio ambiente e estarem presentes na carne dos animais. Por causa destas evidências, a ausência de microrganismos potencialmente patogênicos e a ausência de resíduos de produtos químicos têm se tornado os principais indicadores de qualidade da carne de suínos, bem como de outros alimentos. Assim, a suinocultura brasileira precisará se adaptar às futuras normas de comércio internacional, pois alguns países importadores, principalmente da União Europeia, não mais aceitarão adquirir carne de suínos oriunda de produtores que utilizam antimicrobianos para aumentar os índices de produtividade de seus plantéis (FULLER, 1989, 1992; FULLER & COLE, 1988; SALMINEN, 1998; TANNOCK, 1986, 1990, 1995 e 2003). Assim, tem gerado a necessidade de se buscar alternativas que possam promover os mesmos efeitos de produtividade relacionados ao uso dos aditivos alimentares, porém, sem causar as mesmas consequências indesejáveis destes. Além disto, ainda existem prejuízos relacionados ao impacto econômico da retirada destas drogas antimicrobianas da alimentação de suínos. Isto representa aumento nos custos de produção, sendo, principalmente, causados por aumento no consumo de ração e no período de ocupação dos galpões, menos
  • 3. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 3 ciclos produtivos por ano, além de mais gastos com a mão-de-obra. As alternativas disponíveis para substituição dos antimicrobianos na suinocultura incluem a utilização de probióticos, prebióticos, simbióticos e agentes fitoterápicos. Dentre estas, a utilização dos microrganismos probióticos constitui uma perspectiva extremamente interessante, pois as próprias bactérias benéficas da microbiota intestinal dos animais poderiam ser empregadas em substituição aos antimicrobianos. Nestes casos, estes microrganismos poderiam favorecer o equilíbrio do ecossistema gastrintestinal, o que seria refletido em melhoria da saúde e boa produtividade. Trabalhos científicos têm sido conduzidos tentando avaliar a eficiência da utilização dos probióticos, em substituição aos produtos químicos, para modular a saúde de suínos comerciais e proporcionar um ganho de peso adequado. Bactérias do gênero Lactobacillus são os principais microrganismos desejáveis encontrados em grandes quantidades por todo o trato gastrintestinal (TGI) de suínos, mostrando ser fortes candidatas como probióticos para estes animais (FULLER, 1989, 1992; FULLER & COLE, 1988; SALMINEN, 1998; TANNOCK, 1986, 1990, 1995 e 2003). Quanto aos Sistemas Agroindustriais (SAG) existentes no Brasil, sabe-se que o sucroalcooleiro se destaca pela importância social, econômica e política. A crise do Proálcool, após a década de 1990, foi acompanhada por período de sensível redução dos preços do açúcar no mercado externo. Esse fato, associado à estagnação no crescimento da demanda interna e no aumento da produtividade agrícola e industrial, desencadeou uma nova crise de superprodução, existente até há pouco tempo. Nessa nova configuração, a análise da competitividade e de potencialidades para novos empreendimentos com uso de derivados da cana-de-açúcar aparece em destaque. A cadeia produtiva da cana-de- açúcar como fornecedora de produtos para o mercado industrial e para exportação faz com que as usinas intensifiquem seus esforços por melhoria da produtividade, sendo que a exigência dos clientes industriais as leva à diferenciação de produtos com maior valor agregado. Dessa forma, uma diferente iniciativa que o SAG Canavieiro poderia empreender para reforçar sua competitividade nesta nova configuração seria o aproveitamento das oportunidades de diversificação na direção de novos produtos oriundos da cana-de-açúcar e seus derivados. Os empreendimentos para diversificação das empresas mais bem posicionadas do SAG estão sendo para diferenciar suas commodities, açúcar e álcool, em atividades complementares, tais como as iniciativas para produção de produtos resultantes de transformação de derivados da cana-de-açúcar. A reestruturação do SAG, na direção de consolidar seu posicionamento nos mercados interno e externo, apresenta grande impacto na produção canavieira. Esse impacto é mais forte principalmente em regiões do país onde há predomínio da atividade canavieira. Anuncia-se para essas regiões o aumento na produção do álcool, dada sua sobrevalorização em decorrência do crescimento da demanda, devido às exportações e do aumento dos preços do petróleo e, ainda, do crescimento do mercado interno, com os novos carros bicombustíveis e a perspectiva de outros países adotarem combustíveis menos poluidores. De outro lado, o aumento da produção de álcool acarretará um problema ao meio ambiente, devido à maior quantidade de vinhoto, resíduo produzido em grande volume, qual seja na proporção de um litro de álcool para 12 litros de vinhoto. O vinhoto distribuído no solo, por meio de fertiirrigação dos talhões de cana, apresenta já, nesse momento, várias objeções de caráter ambiental: a primeira é que a quantidade de vinhaça necessária para a fertiirrigação da cana é inferior à quantidade despejada, o que provoca comprometimento dos lençóis freáticos e, no limite, até dos lençóis mais profundos de água, como os aquíferos. A segunda objeção é que as usinas não possuem capacidade logística de distribuição do vinhoto sobre toda a área colhida de cana. Essa distribuição, em geral, concentra-se nas áreas circunvizinhas às
  • 4. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 4 usinas, o que vem comprometendo a própria produtividade da cana próxima. Isso reforça a necessidade de pensar em soluções, ou que reduzam o grau de concentração da vinhaça a ser distribuída no solo, ou que seja expandida a área de fertiirrigação ou ainda, que se descubram novas aplicações tecnológicas (VIAN, 2003; MOREIRA et al., 2002; ASSUMPÇÃO, 2004). Seguindo esta linha de raciocínio, este trabalho se propôs a analisar os parâmetros sanguíneos de suínos (Sus scrofa domesticus) tratados com probiótico a base de vinhoto (Lactobacillus reuteri). MATERIAL E MÉTODOS 1. O Vinhoto Foram utilizadas amostras de vinhoto (produto resultante do destilado da cana-de- açúcar) produzidas por “Vale Verde Alambique e Parque Ecológico”, alambique de cachaça localizado na rodovia MG 50, Km 39 – Bairro Vianópolis, município de Betim – MG. As amostras foram acondicionadas e transportadas em vasilhame de polietileno tereftalato (PET) selados para evitar trocas gasosas prevenindo a oxidação. Foram realizadas análises físico-químicas e estabilidade microbiológica durante o período de estocagem. 2. Microrganismos Características Morfo-tintoriais, Bioquímicas e Fisiológicas dos Microrganismos Isolados Numa placa contendo em torno de 100 unidades formadoras de colônia (UFC), as colônias morfologicamente diferentes e mais significativas do ponto de vista populacional foram repicadas, a partir do ágar MRS (Difco), no mesmo meio. A partir de colônias, de cada amostra, que apresentaram aspectos morfológicos distintos foram feitos esfregaços em lâminas para coloração pelo método de Gram. Além disto, a partir dessas mesmas colônias foram feitos testes de catalase em lâmina, utilizando-se H2O2 (30%). Aqueles que se apresentaram como Gram-positivo e catalase negativa, sugestivos de pertencerem ao gênero Lactobacillus, foram submetidos à identificação, utilizando técnicas de biologia molecular (PCR-ARDRA). Purificação e Manutenção dos Microrganismos Isolados Os microrganismos isolados e avaliados pelas características morfo- tintoriais, bioquímicas e fisiológicas e pelo teste respiratório foram inoculados em 5 mL de caldo MRS (Difco), sendo em seguida incubados em anaerobiose, à 37ºC durante 48 horas. Após o crescimento, uma alíquota de 500 µL de cada tubo foi transferida para tubo eppendorf e adicionada de glicerol esterilizado (50 µL), sendo, em seguida, congelados a - 18ºC e -86ºC, para posterior utilização, quando necessário. O restante dos cultivos foi destinado às análises baseadas em técnicas de biologia molecular, com a finalidade de identificação das espécies isoladas. Ativação das culturas Amostras de Lactobacillus spp. isoladas a partir do TGI dos suínos (Sus scrofa domesticus), oriundos de criação intensiva, e pré-identificadas pelo perfil de fermentação de carboidratos (kit API 50 CHL, BioMérieux, Marcy l’Etoile, France), foram descongeladas e inoculadas (200 µL) em caldo MRS (Difco). O meio foi incubado, sob condições de anaerobiose, a 37ºC, durante 48 horas. Após cinco passagens em caldo, 50 µL de cada amostra foram repicados em ágar MRS (Difco), por três métodos diferentes: pour- plate, espalhamento com auxílio da alça de Drigalski e estria. Então, as placas foram incubadas em anaerobiose, sendo mantidas a 37ºC, durante 48 horas. Para a realização do teste a seguir, foi escolhido o microrganismo entre o grupo de doze os quais apresentaram crescimento satisfatório em aerobiose dos trinta e um isolados e identificados como Lactobacillus, sendo três originados de animais recém- desmamados (21 dias) e três originados de
  • 5. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 5 animais jovens/terminados (140 dias). Sendo assim, a amostra L. reuteri - 11 A, foi a escolhida para a realização dos testes in vivo, tanto em camundongos por apresentar as seguintes características relacionadas nos itens abaixo: - Apresentar menor sensibilidade ao cultivo em vinhoto, conseguindo manter-se viável e em concentrações mais elevadas por maior tempo. - Quando foi verificado o seu crescimento, este microrganismo se apresentou com boa capacidade de multiplicação no vinhoto, destacando a necessidade do incremento de nutrientes para potencializar este resultado. - Nas avaliações de adesão da superfície celular o microrganismo demonstrou possuir maiores probabilidades de se fixar ao epitélio intestinal e maior resistência à acidez. - Em relação ao antagonismo in vitro, o mesmo demonstrou-se eficaz contra os microrganismos reveladores, tanto patógenos como contra espécie relacionada (Lactobacillus acidophilus), sugerindo a produção de substâncias antagonista além do antagonismo proveniente da produção de ácidos. - Mostrou-se bom colonizador do TGI de camundongos, sendo que a colonização se manteve estável por todo o período analisado. - Não altera a estrutura histológica dos órgãos analisados em camundongos, com os mesmos se apresentando com aspectos normais e se mostrando mais efetivo em melhorar a lesão das vísceras (baço e fígado) e de porções do trato digestivo (cólon, ceco e íleo) induzida pela infecção. Conclui-se, até este momento, que este microrganismo poderia ser utilizado para a elaboração de probiótico para suínos, visando substituir, mesmo que parcialmente, os promotores de crescimento antimicrobianos, atualmente empregados nesta atividade produtiva. Porém, para que tal probiótico possa vir a ser aprovado, são necessários ensaios demonstrando seus efeitos in vivo, além de uma avaliação de seu impacto no crescimento e ganho de peso dos suínos. 3. Animais Suínos Este experimento foi conduzido na granja de suínos da “Fazenda Santa Clara – Laticínios Luce” (BR 262, Km 541,5 - Zona Rural - Luz-MG), com a colaboração do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da UFMG. Foram utilizados leitões da genética Dan Bred (raças Large White e Landrace), homogêneos quanto ao grau de parentesco e peso corporal, desde o nascimento até a terminação. Os animais desmamados aos 21 dias de idade apresentaram peso médio inicial de 5,40 +/- 0,73kg. Os animais foram alojados em baias coletivas de 2,55m2 (1,50 x 1,70m), separados por divisória de grades de ferro e vedadas com placas de alvenaria, para impedir o contato entre os grupos. Os bebedouros foram do tipo vaso-comunicante e os comedouros do tipo semi-automático. A dieta experimental, formulada de modo a atender as exigências nutricionais dos animais, baseia-se nas recomendações do NRC (1998). A água foi fornecida à vontade. A alimentação fornecida foi baseada em fórmulas específicas para cada fase da criação (pré-inicial, inicial, crescimento e terminação), elaborada por técnicos especializados, ou que seguidas às indicações nos rótulos dos sacos de concentrados e núcleos. Para a maioria das fases, uma formulação adequada foi obtida com a combinação dos alimentos energéticos também fornecedores de proteína com alimentos protéicos com alto teor de energia. A complementação dos demais nutrientes foi feita com os alimentos exclusivamente energéticos, alimentos protéicos com alto teor de minerais e alimentos exclusivamente fornecedores de minerais. O uso de aminoácidos sintéticos pode ser vantajoso na redução de custos da ração, necessitando, no entanto, orientação técnica específica. Sempre foi feita a inclusão de premix vitamínico e de micro-minerais. O Núcleo é um tipo especial de premix que já contém o cálcio, o fósforo e o sódio, além das vitaminas e micro-minerais necessários, por isso, na
  • 6. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 6 maioria das vezes, dispensa o uso dos alimentos exclusivamente fornecedores de minerais. Esses produtos foram utilizados dentro de 30 dias após a data de sua fabricação e foram mantidos em lugares secos e frescos, de preferência em barricas que minimizaram a ação da luz. Para o isolamento das bactérias lácticas, o uso de promotores de crescimento foi restringido de modo a garantir a maior diversidade microbiana possível em ambiente com menor pressão seletiva. Para o teste com utilização do microrganismo probiótico, o uso de promotores de crescimento nas rações não foi restringido já que se tratava de um experimento realizado em condições normais de produção. As formulações probióticas testadas foram administradas por via oral para cada um dos animais por três dias consecutivos em cada uma das fases da cadeia produtiva desde o nascimento das ninhadas (maternidade, creche, crescimento e terminação). Manejo dos Animais A manutenção, e o manejo dos animais nos experimentos foram conduzidos respeitando-se o “Guide for the care and use of laboratory animals” – National Research Concil, Institute of Laboratory Animal Resources, Washington, D.C., National Academy Press, 1996. 4. Fornecimento das Bactérias Lácticas Cultivadas em Vinhoto Para Suínos (Sus scrofa domesticus) Desenho Experimental Três grupos de suínos (Sus scrofa domesticus), sendo um grupo controle recebendo salina tamponada, recebendo bactérias lácticas cultivadas em vinhoto e um grupo experimental recebendo vinhoto sem adição de bactérias lácticas, com vinte animais em cada grupo, foram inoculados por via oral com 10 mL destas suspensões por três dias consecutivos em cada uma das fazes da cadeia produtiva (nascimento/maternidade, creche ou recria, crescimento e terminação), sendo que a suspensão probiótica apresentava contendo 108 células viáveis de bactérias lácticas. 5. Análise dos Parâmetros Sanguíneos de Suínos (Sus scrofa domesticus) Tratados Com Probiótico a Base de Vinhoto Para o monitoramento do padrão sanguíneo e da avaliação do sistema imune, foram coletadas amostras de sangue, através de punção do sinus orbital dos suínos (Sus scrofa domesticus) terminados (prontos para o abate), sendo 2 mL com anticoagulante (EDTA) para o hemograma (eritrograma, leucograma e trombograma) e 4 mL sem anticoagulante para as análises de proteínas séricas totais, albumina sérica e eletroforese convencional das frações proteicas. Através do hemograma foram determinadas as contagens globais de hemácias, leucócitos (μL), taxa de hemoglobina (g/dL), hematócrito (%), contagem diferencial dos leucócitos, estabelecendo-se as percentagens de eosinófilos, neutrófilos, linfócitos e monócitos, também como a contagem global de plaquetas. O hemograma foi obtido de forma automatizada com auxílio de um contador de oito parâmetros (ACT – 8, COULTER). (KANEKO, 1989; SEVELIUS & ANDERSSON, 1995). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o monitoramento do padrão sanguíneo e da avaliação do sistema imune, foram coletadas amostras de sangue, através de punção do sinus orbital dos suínos (Sus scrofa domesticus) terminados (prontos para o abate). O objetivo foi verificar se o consumo de vinhoto pelos animais iria gerar problemas ao longo do tempo de fornecimento do microrganismo probiótico do nascimento à fase de terminação. O hemograma é um exame que verifica as variações quantitativas e morfológicas dos elementos figurados do sangue. Pode ser utilizado para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença como anemia e infecções de diversos tipos. Por meio do
  • 7. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 7 hemograma foram determinadas as contagens globais de hemácias (103/μL), leucócitos (μL), taxa de hemoglobina (g/dL), hematócrito (%), contagem diferencial dos leucócitos, estabelecendo-se as percentagens de eosinófilos, neutrófilos, linfócitos e monócitos, também como a contagem global de plaquetas (THRALL & WEISER, 2006). Segundo Repetti (2003), geralmente a primeira parte do Hemograma é a série vermelha (Eritrograma) onde são avaliados os números de hemácias e a concentração de hemoglobina. Swenson (1984) define a segunda parte do hemograma é a série branca (leucograma) é constituída pelos glóbulos brancos. Nesta parte, acontece a avaliação do número de leucócitos, além disso, é feita a diferenciação celular: - Leucócitos: É o valor total dos leucócitos no sangue. Valor alto é chamado leucocitose e assinala, principalmente, uma infecção embora, possa indicar outras doenças. Quando essa contagem se mostra mais baixa que o normal (leucopenia) indica depressão da medula óssea, resultado de infecções virais ou de reações tóxicas. Os leucócitos são diferenciados em cinco tipos no hemograma. Seus valores colaboram para esclarecer e diagnosticar doenças infecciosas e hematológicas. • Basófilos: Em um animal normal, só é encontrado até 1%, além desse valor indica processos alérgicos. • Eosinófilos: Seu número além do normal indica casos de processos alérgicos ou parasitoses. • Neutrófilos: É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral. • Linfócitos: É a célula predominante nos animais jovens. Em animais adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou, mais raramente, leucemia. • Monócitos: Quando estão aumentados indicam infecções virais. Os valores são alterados também, após quimioterapia. Os resultados obtidos para o hemograma estão apresentados na Tabela 1. Não houve interação significativa em nenhuma das análises apresentadas nesta tabela. Não houve diferença (p>0,05) entre as dietas para os parâmetros sanguíneos estudados. Todos os valores apresentaram- se normais quando comparados às tabelas de referência (KANEKO, 1989; FRASER, 1991). Valores semelhantes de hemograma foram observados por Budiño et al., (2004), quando estes verificaram a influência da adição de probiótico e/ou prebiótico em dietas de leitões desmamados sobre as atividades das enzimas digestivas e parâmetros sanguíneos. Nos trabalhos de Budiño e seus colaboradores, os microingredientes testados não influenciaram os valores dos parâmetros sangüíneos estudados, conforme foi observado para o consumo de vinhoto. Alguns gêneros de bactérias intestinais como Lactobacillus e Bifidobacterium estão diretamente relacionados com o aumento da resposta imune, produção de anticorpos, ativação de macrófagos, proliferação de células T e produção de interferon (MENTEN, 2001). Pesquisas demonstraram que o número de leucócitos no sangue e a concentração plasmática de IgG de leitões desmamados aumentaram após a administração de Lactobacillus acidophilus (POLLMANN et al., 1980). Perdigon et al. (1986) também observaram alterações imunológicas quando administraram L. acidophilus e S. thermophilus para camundongos, relatando ativação na atividade de macrófagos e linfócitos nestes animais. No presente trabalho estas alterações não foram vistas, sendo notado somente leve aumento nos níveis de eritrócitos. Tais alterações nos parâmetros sanguíneos se devem provavelmente ao estresse provocado pela cadeia produtiva como desmame, pela ausência materna, hierarquia social, mudança de dieta, redução no consumo de alimento e mudança de instalações (HANNAS, 2003). As variações ocorridas nos valores absolutos dos parâmetros sanguíneos estão de acordo com os dados da literatura (FELDMAN et al., 2000).
  • 8. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 8
  • 9. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 9 CONCLUSÃO A utilização do probiótico crescido no vinhoto e selecionado para os testes em suínos no campo permitiu verificar a ausência de alterações nos parâmetros sanguíneos analisados dos suínos que fizeram a ingestão de vinhoto, garantindo assim a inocuidade desta substância aos animais dentro da cadeia produtiva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSUMPÇÃO, M.R.P. A competitividade do sistema agroindustrial da cana-de-açúcar e novos empreendimentos viáveis baseados na utilização de matérias primas originadas da cana-de-açúcar e seus derivados. 978 p. Relatório Final. UFSCar, Estudo contrato 165 pelo IEL/CNI, realizado pelo Grupo de Pesquisa DIVERICANA, UFSCAR. São Carlos, 2004. BUDIÑO, F.E.L.; THOMAZ, M.C.; KRONKA, R.N.; PIZAURO JÚNIOR, J.M.; SANTANA, A.E.; TUCCI, F.M.; FRAGA, A.L.; SCANDOLERA, A.J.; HUAYNATE, R.A.R. Influência da adição de probiótico e/ou prebiótico em dietas de leitões desmamados sobre as atividades das enzimas digestivas e parâmetros sangüíneos. Acta Scien. Animal Sciences, v. 26, n. 4, p. 529-536, 2004. FELDMAN, B.F. et al. Schalm’s Vet. Hematology. 5. ed. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins, 2000. FRASER, C.M. Manual Merck de Veterinária. São Paulo: Roca, 1991. FULLER, R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., v. 66, p. 365-378, 1989. FULLER, R. Probiotics. The scientific basis, London: Chapman & Hall, 328 p., 1992. FULLER, R.; COLE, C.B. The Scientific Basic of the Probiotic Concept. In: Probiotic: Theory and Applications. Marlows: Chalcombe Publications, p. 1-14, 1988. HANNAS, M.I. Plasma suíno e ovo inteiro desidratado em substituição a proteína bruta do leite em pó nas rações de leitões. 2003, Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2003. KANEKO, J.J. Clinical Biochemistry of Domestic Animals. California: Academic Press, 4 ed., 1989. MENTEN, J. F. M. Aditivos alternativos na nutrição de aves: probióticos e prebióticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001, Piracicaba. Resumos., Piracicaba: SBZ, p. 141-157, 2001. MOREIRA, I.; MARCIS Jr., M.; FURNLAN, A.C.; PATRICIO, V.M.I.; OLIVEIRA, G.C. Uso da levedura seca por “spray-dry” como fonte de proteína para suínos em crescimento e terminação. Rev Bras Zootec, v. 31, p. 962- 969, 2002. PERDIGON, G. et al. Enhancement of immune response in mice fed with Streptococcus thermophilus and Lactobacillus acidophilus. J. Dairy Sci., Savoy, v.70, p.919- 926, 1986. POLLMANN, D.S. et al. Effect of Lactobacillus acidophilus on starter pigs fed a diet supplemented with lactose. J. Anim. Sci., Savoy, v. 51, supl. 1, p. 638, 1980. REPETTI, E. et al. Valores normais do quadro hematológico dos animais domésticos. UNIMAR, 2p., 2003. Disponível em: http://www.unimar.br/ciencias/6-2- 1.html. Acesso em: 21 Ago. 2003. SALMINEN, S. Clinical applications of probiotic bacteria. Int. Dairy J., v. 8, p. 563- 572, 1998. SEVELIUS, E. & ANDERSSON, M. Serum protein eletrophoresis as a prognostic marker of chronic liver disease in dogs. Vet. Record., v. 137, p. 663-667, 1995.
  • 10. ISSN 2318-4752 – Volume 8, N2, 2020 10 SILVA, E.N. Probióticos e prebióticos na alimentação de aves. In: Anais da Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, v. 1, p. 241-251, 2000. SWENSON, M.J. Propriedades fisiológicas e constituintes celulares e químicos do sangue – Capítulo 2. In: SWENSON, M.J. (Ed.). Dukes – Fisiologia dos Animais Domésticos. 10. ed., Rio de Janeiro: Guanabara, p. 13-34, 1984. TANNOCK, G.W. Microbial interactions and influences in gastrointestinal tract. Lactobacilli and the gastrointestinal tract. Proc. IV ISME, p. 526-532, 1986. TANNOCK, G. W. More than a smell: the complexity of the normal microflora. In: TANNOCK, G. W. (Ed.). Normal Microflora. An Introduction to Microbes Inhabiting the Human Body. New Zealand: Chapman & Hall., p. 1- 36, 1995. TANNOCK, G.W. Probiotics and prebiotics: where we are going? Wymondham: Caister Academic Press. 54 p., 2003. TANNOCK, G.W.; FULLER, R.; PEDERSEN, K. Lactobacillus succession in the piglet digestive tract demonstrated by plasma profiling. Appl. and Environ. Microbiol., v. 56, p. 1310-1316, 1990. THRALL, M.A.; WEISER, M.G. Hematologia. In: HENDRIX, C.M. Procedimentos laboratoriais para técnicos veterinários. Roca: São Paulo, p. 31-78, 4 ed., 2006. VASSALO, M.; FIALHO, E.T.; OLIVEIRA, A.I.G. Probióticos para leitões dos 10 aos 30 Kg de peso vivo. Rev. Soc. Bra. Zootec., v. 26, p. 131-138, 1997. VIAN, C.E. de F. Agroindústria canavieira – estratégias competitivas e modernização. Campinas: Editora Átomo, 216 p., 2003. ____________________________________ 1 - Graduação em Ciências Biológicas. Professor Adjunto do Departamento de Morfologia (DMO – CCBS) da Universidade Federal de Sergipe - UFS, Brasil. E-mail: flaviobarbosaufs@gmail.com 2 - Graduação em Fisioterapia. Mestrado em Microbiogia. Departamento de Microbiologia (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Brasil. 3 - Graduação em Medicina Veterinária. Departamento de Microbiologia (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Brasil. 4 - Graduação em Enfermagem. Professor Adjunto do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Brasil.