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Lenda e Ladainhas de Torre de
          Moncorvo
LENDA DE TORRE DE MONCORVO

Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em

antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no

topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré-

histórica do Baldoeiro.


Segundo a lenda, viveu naquela região, há muito tempo atrás, alguns séculos, um

homem chamado Mendo ou Mem. Dizem uns que era um nobre senhor, mas a nossa

lenda faz dele um pobre lavrador que habitava uma choupana com sua mulher, não

muito longe do monte Reboredo.


Aconteceu certo dia que Mendo achou um tesouro enterrado sob um penedo do

monte. Vendo-se, de repente, tão rico - o tesouro era fabuloso -, o homem sentiu

fugir-lhe o juízo. Em breve, porém, recuperou o sangue frio e, reconhecendo ser

melhor manter em segredo aquele achado, para que lho não cobiçassem tratou de

pensar no que lhe fazer, onde o guardar.


Tão grande era a sua alegria que não cabia em si e no fundo, desejava partilhar o

seu segredo com alguém que consigo se regozijasse. E, como a pessoa que mais

perto de si estava por muitas razões óbvias, era a mulher, sentiu uma imensa

vontade de lhe contar a felicidade que acabara de ter. Contudo, Mendo era

desconfiado, e como conhecia a mulher de ginjeira achou que ela não seria capaz de

guardar segredo por muito tempo.


Assim, decidiu arranjar uma mentira para a pôr à prova. Depois de muito pensar,

encontrou o que dizer e foi ter com ela.

- Anda cá, mulher, senta-te aqui comigo nesta pedra! Quero contar-te uma coisa,

mas tens de prometer guardar segredo...

- Então o que é? Conta, homem, conta!!

- Juras que não contas nada disto a ninguém?
- Juro pois! ... por estes dois que a terra há-de comer! ... - disse ela apontando para

os olhos.

- Então lá vai: calcula que vi hoje um corvo parir um par de corvinhos!...

- Ora homem, isso é lá possível!?

- ...eu seja ceguinho!


A mulher ficou-se um pouco incrédula, sentada na pedra, enquanto ele se afastava

para ir à sua vida, contente com a história que arranjara. Agora era só esperar

algum tempo, ter um pouco de paciência e... ver o resultado. Durante algum tempo,

a mulher quedou-se pasmada com a história que Mendo lhe contara: «era lá possível

um corvo parir, parir como gente!? ... Não, não é verdade! Aquilo foi o homem a

mangar comigo!...».


Sem poder conter-se mais, e como segredo é aquilo que se conta a uma pessoa de

cada vez, foi dali à vizinha mais próxima relatar o que dissera o marido. Desta vez

o corvo já não tinha parido dois corvinhos, mas quatro e, é claro, tudo isto era um

segredo.


Acabada a conversa, despediram-se as vizinhas e foi dali cada uma contar a outra

pessoa. De tal modo se espalhou o segredo que em breve toda a gente da região

conhecia a história do corvo parindo em variadíssimas versões.


Em vista disto, Mendo, o lavrador, decidiu ocultar de todos o seu segredo, o seu

tesouro, e para isso construiu uma grande torre onde passou a morar para melhor

defender o seu ouro.


Do nome do lavrador e da história do corvo, ficaram a chamar ao edifício Torre do

Mendo (ou Mem) do Corvo. Com o tempo, esquecida a história, o povo foi

simplificando o nome até chamar ao local TORRE DE MONCORVO.
LADAINHAS

- O MAGUSTO-

O magusto realiza-se depois da eucaristia e da procissão. As pessoas que querem
participar reúnem-se, normalmente no Lugar da Eiras, por ser um espaço tranquilo,
óptimo para este tipo de convívio. Então são trazidas as castanhas e a palha que
servirá para as assar. Esta última é espalhada no chão e as castanhas espalhadas
sobre a palha. Incendeia-se e começa-se o assar das castanhas.
Logo que as primeiras castanhas estejam assadas, os participantes, aproximam-se
da extinta fogueira e retiram-nas, consumindo-as em livre associação e feliz
convívio entre todos até que se acabem as castanhas, fazendo, portanto, mais
fogueiras. Durante o magusto, está presente a caldeira e o gaiteiro. A caldeira,
desta vez, está colocada no chão, disponível para qualquer pessoa que queira beber.
O gaiteiro, toca as musicas que conhece, tendo que, mais frequentemente, tocar as
musicas do S. Martinho, acompanhadas pelos homens que formam o coro.
Assim que haja cinzas resultantes da queima da palha, as pessoas, sujam
propositadamente as mãos, de modo a ficarem negras, para depois, as irem a
esfregar nas caras das pessoas que estão presentes. Ora, com isto, levamos a um
convívio, onde todas as pessoas estão de igual, com as caras sujas do carvão,
levando-as a designar por já terem a cara "enfarruscada" ou "enfurretada".
Por fim e para aquelas pessoas que não puderam estar presentes no magusto,
assam-se castanhas, que depois são introduzidas em sacos e os homens
transportam-nos ao ombro, pelas ruas de Maçores e que vão distribuindo e
dividindo pelas pessoas que se abeirarem. Recordo, mesmo nesta distribuição, a
caldeira e o gaiteiro estão presentes, podendo desta maneira, as pessoas que não
fossem ao magusto, ver a caldeira e ouvir as nossas melodias ao som da gaita-de-
foles e do coro masculino.

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Lenda do Tesouro e Torre de Moncorvo

  • 1. Lenda e Ladainhas de Torre de Moncorvo
  • 2. LENDA DE TORRE DE MONCORVO Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré- histórica do Baldoeiro. Segundo a lenda, viveu naquela região, há muito tempo atrás, alguns séculos, um homem chamado Mendo ou Mem. Dizem uns que era um nobre senhor, mas a nossa lenda faz dele um pobre lavrador que habitava uma choupana com sua mulher, não muito longe do monte Reboredo. Aconteceu certo dia que Mendo achou um tesouro enterrado sob um penedo do monte. Vendo-se, de repente, tão rico - o tesouro era fabuloso -, o homem sentiu fugir-lhe o juízo. Em breve, porém, recuperou o sangue frio e, reconhecendo ser melhor manter em segredo aquele achado, para que lho não cobiçassem tratou de pensar no que lhe fazer, onde o guardar. Tão grande era a sua alegria que não cabia em si e no fundo, desejava partilhar o seu segredo com alguém que consigo se regozijasse. E, como a pessoa que mais perto de si estava por muitas razões óbvias, era a mulher, sentiu uma imensa vontade de lhe contar a felicidade que acabara de ter. Contudo, Mendo era desconfiado, e como conhecia a mulher de ginjeira achou que ela não seria capaz de guardar segredo por muito tempo. Assim, decidiu arranjar uma mentira para a pôr à prova. Depois de muito pensar, encontrou o que dizer e foi ter com ela. - Anda cá, mulher, senta-te aqui comigo nesta pedra! Quero contar-te uma coisa, mas tens de prometer guardar segredo... - Então o que é? Conta, homem, conta!! - Juras que não contas nada disto a ninguém?
  • 3. - Juro pois! ... por estes dois que a terra há-de comer! ... - disse ela apontando para os olhos. - Então lá vai: calcula que vi hoje um corvo parir um par de corvinhos!... - Ora homem, isso é lá possível!? - ...eu seja ceguinho! A mulher ficou-se um pouco incrédula, sentada na pedra, enquanto ele se afastava para ir à sua vida, contente com a história que arranjara. Agora era só esperar algum tempo, ter um pouco de paciência e... ver o resultado. Durante algum tempo, a mulher quedou-se pasmada com a história que Mendo lhe contara: «era lá possível um corvo parir, parir como gente!? ... Não, não é verdade! Aquilo foi o homem a mangar comigo!...». Sem poder conter-se mais, e como segredo é aquilo que se conta a uma pessoa de cada vez, foi dali à vizinha mais próxima relatar o que dissera o marido. Desta vez o corvo já não tinha parido dois corvinhos, mas quatro e, é claro, tudo isto era um segredo. Acabada a conversa, despediram-se as vizinhas e foi dali cada uma contar a outra pessoa. De tal modo se espalhou o segredo que em breve toda a gente da região conhecia a história do corvo parindo em variadíssimas versões. Em vista disto, Mendo, o lavrador, decidiu ocultar de todos o seu segredo, o seu tesouro, e para isso construiu uma grande torre onde passou a morar para melhor defender o seu ouro. Do nome do lavrador e da história do corvo, ficaram a chamar ao edifício Torre do Mendo (ou Mem) do Corvo. Com o tempo, esquecida a história, o povo foi simplificando o nome até chamar ao local TORRE DE MONCORVO.
  • 4. LADAINHAS - O MAGUSTO- O magusto realiza-se depois da eucaristia e da procissão. As pessoas que querem participar reúnem-se, normalmente no Lugar da Eiras, por ser um espaço tranquilo, óptimo para este tipo de convívio. Então são trazidas as castanhas e a palha que servirá para as assar. Esta última é espalhada no chão e as castanhas espalhadas sobre a palha. Incendeia-se e começa-se o assar das castanhas. Logo que as primeiras castanhas estejam assadas, os participantes, aproximam-se da extinta fogueira e retiram-nas, consumindo-as em livre associação e feliz convívio entre todos até que se acabem as castanhas, fazendo, portanto, mais fogueiras. Durante o magusto, está presente a caldeira e o gaiteiro. A caldeira, desta vez, está colocada no chão, disponível para qualquer pessoa que queira beber. O gaiteiro, toca as musicas que conhece, tendo que, mais frequentemente, tocar as musicas do S. Martinho, acompanhadas pelos homens que formam o coro. Assim que haja cinzas resultantes da queima da palha, as pessoas, sujam propositadamente as mãos, de modo a ficarem negras, para depois, as irem a esfregar nas caras das pessoas que estão presentes. Ora, com isto, levamos a um convívio, onde todas as pessoas estão de igual, com as caras sujas do carvão, levando-as a designar por já terem a cara "enfarruscada" ou "enfurretada". Por fim e para aquelas pessoas que não puderam estar presentes no magusto, assam-se castanhas, que depois são introduzidas em sacos e os homens transportam-nos ao ombro, pelas ruas de Maçores e que vão distribuindo e dividindo pelas pessoas que se abeirarem. Recordo, mesmo nesta distribuição, a caldeira e o gaiteiro estão presentes, podendo desta maneira, as pessoas que não fossem ao magusto, ver a caldeira e ouvir as nossas melodias ao som da gaita-de- foles e do coro masculino.