2. • O conhecimento ocorre a partir da correlação
entre sujeito e objeto.
• Será que conhecemos os objetos tal qual eles são
“em si mesmos”? Ou conhecemos apenas uma
representação mental (uma imagem) do que eles
são?
• Como é possível o conhecimento dos objetos?
• Quais são as condições, os limites e as
possibilidades de um conhecimento das coisas
mesmas?
O problema do conhecimento
prof. Felipe Pinho
3. O problema do conhecimento
• Para responder a esses questionamentos, duas tradições ou
escolas filosóficas se destacaram:
• O Empirismo: corrente filosófica que defende a
independência ontológica da realidade em relação aos nossos
esquemas conceptuais e mentais. As ideias ou imagens que
temos dos objetos da realidade correspondem à própria
realidade das coisas. A fonte do conhecimento é a realidade,
conhecida através das nossas sensações e experiências.
• O Racionalismo: defende a primazia do sujeito na construção do
conhecimento em relação ao objeto, ou seja, o que vemos da
realidade não corresponde exatamente ao que “as coisas são
em si mesmas”. A fonte do conhecimento são as ideais claras e
distintas que são alcanças através do próprio exercício racional e
dedutivo.
prof. Felipe Pinho
4. O Racionalismo de René Descartes
• Influenciou o pensamento de
sua época ao defender que os
sujeitos eram seres racionais,
capazes de alcançar o
conhecimento verdadeiro e
que, por isso, não eram simples
prezas do destino divino.
• É considerado o fundador do
racionalismo moderno.
Prof. Felipe Pinho
(1596 - 1650)
5. Ideias de Descartes
• Utilizando a Dúvida Metódica (duvidar de tudo que não seja
uma certeza inquestionável) Descartes buscou alcançar,
através do exercício racional, verdades indubitáveis.
• Defendia que a razão era a única capaz de chegar ao
conhecimento da realidade, a partir de pensamentos lógicos
e dedutivos e independente da experiência .
• Defendeu que as ideias claras e distintas, descobertas em
nossa mente através da dúvida metódica, são verdadeiras,
pois Deus não daria ao homem uma razão que o enganasse
sistematicamente.
• Para Descartes, jamais devemos admitir uma coisa como
verdadeira a não ser que ela seja evidentemente verdadeira.
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6. O pensamento racional com fonte
da certeza e da verdade
• Para Descartes quando buscamos as ideias
claras e distintas devemos abandonar todo
conteúdo ou conhecimento derivados da
percepção provenientes dos nossos sentidos,
como cheiros, sons, etc.
• Ele defende que a razão contém ideias inatas
que são prévias à toda experiência e que são
essas ideias que devem guiar o nosso
conhecimento.
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8. Método Cartesiano
1º Verificar se existem evidências reais e indubitáveis
acerca do fenômeno ou coisa estudada;
2º Analisar, ou seja, dividir ao máximo o problema, em
suas unidades mais simples e estudar essas unidades
mais simples;
3º Sintetizar, ou seja, ordenar novamente as unidades
estudadas desde a mais simples à mais complicada;
4º Enumerar e revisar todas as conclusões e princípios
utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento e
ter a certeza de que nada foi esquecido.
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9. O Empirismo
• Defende que a fonte de todos os conceitos e
conhecimentos humanos é a experiência
sensível (cinco sentidos);
• Ocorre então o deslocamento do foco do
conhecimento do sujeito do conhecimento
(racionalismo) para o objeto do conhecimento
(empirismo).
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10. O Empirismo de Locke
• Para John Locke (1632 – 1704) não existem
ideias inatas, nem pensamento a priori
(anterior à experiência) e todo o
conhecimento estaria fundado na experiência;
O homem nasce como se
fosse uma "folha em branco"
John Locke
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11. John Locke e o Liberalismo
• Locke também influenciou a filosofia política
ao defender a tese dos direitos humanos
naturais - direito à vida, à liberdade e
à propriedade.
• Para evitar o estado de guerra de todos contra
todos (estado sem a razão) firmar-se-ia entre
os homens um contrato social para garantir os
direitos naturais e instituir o estado civil.
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12. George Berkeley (1685 – 1753)
• Ser é ser percebido;
• Para George Berkeley, uma substância
material não pode ser conhecida em si
mesma. O que se conhece, na verdade,
resume-se às qualidades reveladas durante o
processo perceptivo;
• O conhecimento dos objetos se daria pela
percepção dos mesmos, ou seja, é impossível
separar objeto e percepção.
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13. O Empirismo Radical de David Hume
(1711 – 1776)
• Para Hume as percepções provocam impressões
vivazes e estas são mais intensas e claras (sensações
e emoções) que as ideias que seriam meras cópias
das impressões;
• Hume divide os objetos da razão em:
Ideias - proposições intuitivas que são demonstradas pelo
próprio pensamento, como por na álgebra, geometria e
aritmética;
Questões de fato – raciocínio sobre as relações de causa e
efeito que existiriam na percepção da ligação entre
objetos e eventos, e que se daria a partir da experiência.
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14. A origem do conhecimento
• Hume critica o ceticismo radical de Descartes
e propõe um ceticismo moderado:
os sentidos podem nos enganar, por isso, a sua
informação deve ser apoiada com a razão.
• Para David Hume a sensação é a origem do
conhecimento, ou seja, as nossas
representações mentais têm origem nas
sensações.
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15. “Nada está no intelecto que não tenha estado
antes nos sentidos” (David Hume).
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Para Hume a confiança nos sentidos é uma espécie
de instinto natural, que nos leva a admitir a existência
de um mundo exterior à nossa mente.
16. Impressões e Ideias
• Impressões
atos originários do nosso conhecimento
imagens ou sentimentos que derivam imediatamente da
realidade, vivas e fortes
correspondem a dados da experiência presente/atual
sensações, paixões e emoções
• Ideias
representações ou imagens debilitadas, enfraquecidas,
das impressões no pensamento
marcas deixadas pelas impressões na memória
impressão menos viva, cópia enfraquecida da impressão
original Prof. Felipe Pinho
17. Hume e o problema do conhecimento
•Não há impressões acerca de leis universais
ou de relações necessárias entre dois
fenômenos (causalidade);
•Por isso não podemos considerar o
conhecimento como absolutamente
verdadeiro.
•Para Hume, a relação causal não existe
realmente nos objetos (nas coisas) mas sim no
espírito (mente humana).
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18. Hume e o problema da causalidade
• Para Hume o hábito seria o grande guia da vida
humana;
• Não existiriam ideais, princípios ou regras inatas na
razão; toda a associação de causalidade entre
fenômenos seria derivada do hábito.
• É o hábito que me faz concluir que existe uma
causalidade A B, e esperar a sua ocorrência.
• O conhecimento científico seria contingente, ou seja,
valeria apenas para as atuais condições da natureza;
• Não chegaríamos por dedução, nem mesmo por
reflexão, à ideia de causalidade, mas apenas pelo
hábito.
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19. Hume e as crenças causais
“Em que consiste a nossa ideia
de necessidade quando dizemos que dois
objetos estão necessariamente ligados entre
si? A este respeito repetirei o que muitas
vezes disse: como não temos ideia alguma
que não derive de uma impressão, se
afirmarmos ter a ideia de ligação necessária
(ou causal) deveremos encontrar alguma
impressão que esteja na origem desta ideia.”
(Hume, D., Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 46-47)
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20. Existem ideias inatas na mente humana
(que foram colocadas por Deus ou
semelhante?)
• Hume: NÃO!
• Descartes: SIM!
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21. Immanuel Kant
• Um dos mais importantes
filósofos da modernidade;
• Influenciou profundamente o
Iluminismo e buscou uma
síntese entre racionalismo e
empirismo;
• Sua reflexão filosófica buscou
responder a 3 perguntas:
1. Que posso saber?
2. Que devo fazer?
3. Que me é dado esperar?
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(1724 – 1804)
22. Racionalismo e Empirismo
• Para Kant o racionalismo e o empirismo são
concepções insuficientes para explicar o
conhecimento humano (o que podemos saber);
• “Kant afirmou que apesar da origem do
conhecimento ser a experiência se alinhando aí
com o empirismo, existem certas condições a
priori para que as impressões sensíveis se
convertam em conhecimento fazendo assim uma
concessão ao racionalismo”. (Fernando Lang da
Silveira, 2002).
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23. O Conhecimento Transcendental
• São as condições a priori do entendimento de
qualquer experiência, ou seja, o entendimento, a
razão impõe aos objetos conceitos a priori.
• O conhecimento para Kant só é possível porque
existem as faculdades humanas de cognição, ou seja,
“estruturas” mentais que nos possibilitam organizar
as percepções e o conhecimento. Essas estruturas
são transcendentais e a priori, comuns a todos os
indivíduos.
prof. Felipe Pinho
24. O Conhecimento Transcendental
“Denomino transcendental todo o
conhecimento que em geral se ocupa não
tanto com os objetos, mas com nosso modo
de conhecimento de objetos na medida em
que este deve ser possível a priori. Um
sistema de tais conceitos denominar-se-ia
filosofia transcendental” (Kant. Crítica da
Razão Pura).
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25. O Idealismo Transcendental
• A nossa percepção “organiza” o nosso
conhecimento das coisas, por isso, os objetos
que vemos não são os objetos em si (“as
coisas em si mesmas”, mas sim a forma como
esses objetos se apresentam para nós, como
fenômenos;
• Para Kant o que vemos é a representação das
coisas na nossa percepção.
prof. Felipe Pinho
26. O conhecimento humano
• Para Kant, há duas fontes principais de
conhecimento no sujeito:
A sensibilidade, modo receptivo-passivo por meio
do qual os objetos nos afetam, sendo a intuição a
maneira como nos referimos a esses objetos.
O entendimento, por meio do qual os objetos são
pensados como conceitos (categorias).
prof. Felipe Pinho
28. "Sem sensibilidade nenhum
objeto nos seria dado, e sem
entendimento nenhum seria
pensado. Pensamentos sem
conteúdo são vazios, intuições
sem conceitos são cegas.“
(kant, Crítica da Razão Pura, p.
75).
prof. Felipe Pinho
Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
29. • Resumindo:
Os pensamentos, sem o conteúdo da
experiência (dados através da sensibilidade na
intuição), seriam vazios de realidade
(empirismo); por outro a experiência dos
objetos, sem os conceitos a priori, não teria
nenhum sentido para nós (racionalismo).
prof. Felipe Pinho
Racionalismo ou Empirismo? Os dois!
30. Edmund Husserl
• Husserl buscou realizar uma
profunda crítica da ciência
positivista e da razão objetiva
vigentes em sua época.
• Para ele era necessário construir
um novo método para o
conhecimento, que deveria
adotar uma perspectiva
fenomenológica.
• A Fenomenologia seria então
um método para conhecer a
essência das coisas e da própria
consciência.
prof. Felipe Pinho
(1859-1938)
31. Edmund Husserl
• Husserl retoma a interrogação sistemática que
analisa as condições, os limites e as
possibilidades de um conhecimento das coisas
mesma.
• Ele busca então uma renovação-continuação da
atitude radical, sendo essa atitude, a atitude da
crítica da razão.
• Essa crítica da razão implica uma crítica da
ciência do conhecimento a priori, ou como em
Kant, do conhecimento transcendental (puro).
prof. Felipe Pinho
32. Edmund Husserl
• Segundo Urbano Zilles se identifaca três fases
do pensamento de Husserl:
• Investigações lógicas caracterizadas por um
logicismo essencialista;
• Ideias com o idealismo transcendental;
• Crise com o vitalismo historicista.
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33. A atitude fenomenológica
• “A fenomenologia husserliana é, em primeiro lugar,
uma atitude ou postura filosófica e, em segundo, um
movimento de ideias com método próprio, visando
sempre o rigor radical do conhecimento”. (Urbano
Zilles)
• Husserl manteve o sonho de Descartes de
fundamentar a filosofia e as ciências em uma
verdade apodítica, buscando descrever
acuradamente o mundo tal como aparece à
consciência.
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34. Husserl e a crítica da Razão
• Tentativa de superar o ceticismo (descrença) em
relação à capacidade de conhecer do sujeito.
• Construção de uma ciência transcendental dos
fenômenos da consciência enquanto consciência.
• Proposição de um método fenomenológico,
conhecido como redução fenomenológica que
busca o retorno à consciência, por isso é
considerada gnosiológica.
• Defesa da substituição da “atitude natural” e do
“conhecimento natural” pela “atitude
fenomenológica”.
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35. A crítica ao Positivismo e às
ciências naturais
• Empirismo: sujeito passivo, que meramente recebe e
descreve os fatos como ocorrem no mundo natural e
são captados pela sua experiência, uma vez que
existiria uma ordem natural nos próprios fatos.
• Fenomenologia: sujeito ativo, que organiza e
estrutura os fenômenos a partir da apreensão e
configuração, pela consciência intencional, do
sentido intrínseco aos fenômenos (logos do
fenômeno), tal como são vivenciados pelo sujeito.
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36. A crítica ao Positivismo e às ciências naturais
• O Positivismo defendeu o primado do objeto e a
anulação de qualquer subjetividade.
• Só tem valor de verdade o conhecimento objetivo.
• Para Husserl esse afã positivista pela objetividade
afastou as ciência e o conhecimento do seu verdadeiro
propósito: o homem real, o mundo da vida.
• O erro, segundo Husserl, das ciências e do naturalismo
ingênuo é considerar o mundo dado e preexistente
como objetivo e independente da consciência de um
sujeito (atitude natural).
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37. • Husserl critica a perspectiva das ciências positivas pois
para estas os objetos são considerados como
independentes do observador (reducionismo empirista).
• Já Husserl defende que os objetos se apresentam
enquanto fenômenos para uma consciência, ou seja, a
fenomenologia procura enfatizar que o objeto se
constitui enquanto objeto a partir da sua relação com
uma consciência.
• Dessa forma o objeto não é independente do sujeito que
o conhece e nem o sujeito é independente dos objetos
que conhece.
prof. Felipe Pinho
A crítica ao Positivismo e às ciências naturais
38. A crítica às Ciências Humanas e à Psicologia
• Segundo Husserl o problema da Psicologia e
das Ciências Humanas é ter usado o mesmo
métodos das ciências naturais.
• As ciências humanas buscam a medição de
seus objetos sem ao menos buscar explicar o
que eles são.
• O Psicologismo, segundo Husserl, é uma
naturalização forçada dos objetos humanos
como se fossem objetos físicos.
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39. A Fenomenologia
• A busca pelo conhecimento seguro e verdadeiro,
leva Husserl e a defender uma atitude científica
(atitude fenomenológica) em relação à
experiência.
• Precisamos, dessa forma deixar de lado ou colocar
entre parênteses todas as nossas suposições,
nossos “pré-conceitos” acerca das coisas e da
experiência, o “senso comum”.
• Seria como um “limpar a mente”, livrá-la de toda e
qualquer interferência, para olharmos
pacientemente e cuidadosamente para o que
experimentamos.
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40. Lema: "volta as coisas mesmas "
• A Fenomenologia se interessa pelo puro
fenômeno tal como se torna presente e se
mostra à consciência.
• Não é o retorno aos objetos do mundo e sim à
consciência desses objetos compreendidos
como fenômenos.
• Com a compreensão da consciência
constituinte, busca-se a superação da
tradicional dicotomia sujeito x objeto.
prof. Felipe Pinho
41. Para Husserl, a fundamentação de uma filosofia como
ciência de rigor exige a satisfação de três condições:
a) ausência de pressupostos a partir da investigação
das coisas e dos problemas, abstendo-se por completo
de qualquer juízo anterior;
b) caráter a priori universal através do estudo da
consciência em sua estrutura imanente, que emerge
como condição a priori de possibilidade do próprio
conhecimento (consciência transcendental);
c) evidência apodítica enquanto o manifestar-se de um
“objeto” como tal na consciência numa equação
completa entre o pensado e o imediatamente dado.
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42. A Epoché Fenomenológica
• Para Husserl não devemos considerar o resultado
dos processos perceptivos como descrições
objetivas do mundo.
• A Fenomenologia como método, busca
exatamente servir de exercício que o sujeito realiza
sobre si mesmo para alcançar ideias claras e
suspender os seus “pré-juízos”.
• A epoché é uma atitude que visa colocar entre
parênteses todos os hábitos, as convicções
ingênuas e as considerações obvias pré-
concebidas.
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43. • A atitude fenomenológica visa o esvaziamento da
mente de tudo o que é fictício, não necessário,
casual e pessoal, para colocar o sujeito na
condição de espectador ingênuo e
desinteressado do mundo.
• “Depois de assim ser libertado de uma parte de si
mesmo, por meio de um trabalho demorado e
árduo, será capaz de analisar com a devida
objetividade o mundo e os fenômenos da
consciência e do espírito”. (NICOLA, 2005).
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A Epoché Fenomenológica
44. • Precisamos, inicialmente colocar entre parêntesis
tudo o que nos é dado do exterior pelos sentidos,
para concentrarmos a nossa atenção no próprio ato
do pensamento.
• Deve-se colocar entre parênteses tudo o que é
acessório, para poder atingir-se a essência pura.
• A epoché é um exercício, uma atitude que busca
suspender o juízo sobre os objetos empíricos, sobre
tudo o que não aparece como imediatamente
evidente ante nossa consciência.
• A essência seria o sentido ideal do objeto produzido
pela consciência.
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A epoché e a redução fenomenológica
45. • "O primeiro passo do método fenomenológico
consis-te em abster-se da atitude natural, colocando
o mundo entre parênteses (epoqué). Isso não
significa negar sua existência, mas metodicamente
renunciar ao seu uso. Ao analisar, após essa redução
fenomenológica, a cor-rente de vivências puras que
permanecem, constata que a consciência é
consciência de algo. Esse algo chama de fenômeno."
(ZILLES, Urbano. Fenomenologia e teoria do
conhecimento em Husserl. Revista da Abordagem
Gestáltica – XIII(2): 216-221, jul-dez, 2007).
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A epoché e a redução fenomenológica
46. “Segundo Husserl, a chamada redução
fenomenológica proporciona o acesso ao “modo
de consideração transcendental”, ou seja, o
“retorno à «consciência»”. Assim, através da
“redução fenomenológica” os objetos se revelam
na sua constituição. Retornando à «consciência»,
os objetos aparecem na sua constituição, ou seja,
como correlatos da consciência. O retorno,
portanto, permite «dissolver o ser na
consciência», isto é, permite que o ser (ou ente,
ou melhor, o “ser do ente”) se torne
«consciência»”. (Dante Augusto Galeffi).
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A epoché e a redução fenomenológica
47. A epoché e a redução fenomenológica
• Para encontrar o fundamento último das
coisas, ou sua essência, segundo Husserl, é
preciso escapar da atitude natural e ir além da
simples experiência prática e imediata,
suspender todos os preconceitos, buscando
orientar-se apenas por uma evidência
apodítica, ou seja, por evidências certas e
indubitáveis.
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48. A redução Fenomenológica se desdobra:
1º: Abster-se do juízo de toda filosofia anterior, isto é, põe
entre parênteses todo preconceito e toda teoria anterior para
dirigir-se às coisas mesmas.
2º: Reduzir o fenômeno à sua estrutura essencial pondo entre
parênteses todos os seus elementos contingentes pela
mediação da variação imaginária.
3º: Colocar entre parênteses a problemática da existência
objetiva das coisas. Este é o núcleo da “epoché
fenomenológica” propriamente dita. (“Ego Transcendental
Puro”).
O que fica como resíduo da “epoché” é uma consciência para
a qual aparece o mundo e que é uma evidência apodítica.
(Rafael Basso Barbosa, 2014).
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49. A consciência como intencionalidade
• Para Husserl a consciência não é um depósito
de lembranças ou de imagens dos objetos do
mundo.
• Ela não é passiva, como se recebesse
simplesmente as impressões do mundo e das
coisas que afetaram nossos sentidos.
• A consciência é uma atividade direcionada às
coisas, ou seja, uma intencionalidade que dá
sentido às coisas.
prof. Felipe Pinho
50. • Por tanto, a consciência não é uma substância, ela
está sempre voltada imediatamente para as coisas,
existe sempre visando algo.
• Por isso, a consciência é sempre consciência de
algo.
• Podemos entender então que a consciência e as
coisas formam parte de um mesmo fenômeno.
• É importante compreender que para Husserl as
coisas são tais como os fenômenos as apresentam
à nossa consciência.
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A consciência como intencionalidade
51. Referências e indicações Bibliográficas
• GALEFFI, Dante Augusto. O que é isto — a Fenomenologia de
Husserl? Ideação,Feira de Santana, n.5, p.13-36, jan./jun. 2000.
• ZILLES, Urbano. Fenomenologia e teoria do conhecimento em
Husserl. Revista da Abordagem Gestáltica – XIII(2): 216-221, jul-
dez, 2007.
• NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia. São Paulo:
Globo, 2005.
• PENHA, João. O que é o existencialismo. Coleção primeiros
passos.
• BARBOSA, Rafael Basso. A ideia husserliana de fenomenologia.
Disponível em: http://inconfidentia.famariana.edu.br/wp-
content/uploads/2014/08/A-ideia-husserliana-de-
fenomenologia.pdf. prof. Felipe Pinho