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XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov.
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                                 GOVERNANÇA DOS RECURSOS HÍDRICOS
                                                                                                                       Fernanda Matos
                                                                                                                        Reinaldo Dias

RESUMO:
Neste artigo aborda-se o processo da descentralização do poder da esfera federal para o nível
local em decorrência da reforma política e administrativa do Estado. Trata de alternativas para o
gerenciamento das atribuições municipais, em atendimento às necessidades da população,
sobretudo na temática ambiental. Ao longo do artigo constata-se que o modelo estrutural de
governança pública surgiu como proposta de preenchimento das lacunas na administração local,
originadas por suas deficiências, no caso específico estudado, no enfrentamento de problemas
que ultrapassam os limites municipais e que permeiam várias unidades administrativas. O
modelo gerencial estudado propõe a participação de todos os atores sociais no gerenciamento
das questões de interesse comum, em análise especial da gestão das águas nas bacias
hidrográficas. O trabalho fornece uma visão geral sobre o gerenciamento dos recursos hídricos
efetuado pelos consórcios intermunicipais, em especial o Consórcio Intermunicipal da Bacia do
rio Paraopeba e identifica o acerto da Política Nacional de Recursos Hídricos em considerar as
bacias hidrográficas como unidades de planejamento.

Palavras-chave: descentralização; comitês de bacia, gestão ambiental e políticas públicas


ABSTRACT:

The present paper discusses the process of decentralization of the Federal Power into local level
due to political and administrative reform of the State. It searches for alternatives for managing
municipal issues, helping the population on its needs, especially regarding the environment. It
was found that the structure of public governance came up as a proposal for fulfilling the blanks
on the local administration resulted from the government deficiency. On the specific case
studied, it happens on the solving of problems beyond the municipal limits which go through
various administrative units. This management model proposes the participation of all social
actors on the management of common interest issues, specifically on the management of the
waters of the river basin. The research provides a general view on the management of the water
resources by the intermunicipal consortiums, specifically the Intermunicipal Consortium of
Paraopeba river Basin. It also identifies the good decision of considering the hydrographical
basins as planning units by the National Policy of Water Resources.

Key words: decentralization, basin comitee, environmental management e public politics.
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INTRODUÇÃO




A interferência cada vez maior do homem na natureza na busca de recursos para sua
sobrevivência e bem estar vem provocando degradação no meio ambiente, especialmente nas
últimas décadas. Em virtude do desequilíbrio na exploração desses recursos, surgiu a
preocupação com a preservação do meio ambiente, que se tornou mais acentuada após a década
de 1970, culminando no final do século passado com ampliação do debate sobre novas formas
de desenvolvimento, não predatório e que estivesse voltado para a satisfação das necessidades
tanto das atuais gerações quanto das futuras. Como resultado surgiu o conceito de
desenvolvimento sustentável, formulado pela Comissão Brundtland da ONU em 1987, que
envolve numa abordagem tridimensional – econômica, social e ambiental - o conceito de
sustentabilidade.


Na década seguinte, de 1980, teve início o processo de reforma política e administrativa do
Estado e que ganhou impulso na última década do século passado. Inspirado na administração
das empresas privadas, passou-se a adotar uma abordagem gerencial na administração pública
em substituição à perspectiva burocrática.


A Constituição Federal de 1988, constituiu um marco importante no período pois fortaleceu o
papel dos municípios e redefiniu suas responsabilidades, inclusive frente às questões
ambientais. No entanto, muitos municípios, principalmente os pequenos, têm se mostrado
incapazes de estruturar e viabilizar o pretendido na lei, seja por falta de recursos financeiros,
estrutura ou recursos humanos necessários. Buscando formas alternativas de gestão, os
governos locais vêm transferindo suas responsabilidades para associações e fundações na forma
de parcerias entre sociedade e Estado. Essas parcerias passam a prover os serviços públicos,
sociais e científicos, a fim de torná-los mais ágeis e eficazes no atendimento das necessidades
da população.


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Entre as parcerias, se destacam os consórcios que possibilitam a reunião de esforços em torno
de problemas comuns aos municípios. Esses arranjos institucionais atuam em variadas esferas
de interesse, tais como saúde, turismo, tratamento e destinação de resíduos sólidos, e ações de
saneamento básico, bem como o gerenciamento de recursos hídricos. Deve-se considerar ainda
que o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos estabelecidos pelos consórcios
adquirem flexibilidade, e facilitam a adoção de mecanismos mais participativos. Além disso, a
complexidade das relações que se estabelecem numa bacia hidrográfica exige a formação de
equipes interdisciplinares, pois, além de serem necessárias analise de diversos profissionais
detentores de conhecimentos específicos diversos, a questão exige a interação dos diversos
setores envolvidos. (ALMEIDA, 2009)


Este artigo apresenta uma reflexão sobre o processo de descentralização e reforma do Estado,
até o desenvolvimento dos consórcios intermunicipais de gerenciamento dos recursos hídricos.
O objetivo é apresentar esta reflexão como uma contribuição ao entendimento da governança
das águas como um novo paradigma de gestão pública de um recurso natural que tende a ser
escasso. A partir de uma revisão bibliográfica, conceitua-se e explica-se o surgimento do termo
governança pública, abordando também o termo consórcio intermunicipal, comitê de bacia,
além de descrever de forma geral a organização do Consórcio Intermunicipal da Bacia do rio
Paraopeba




GOVERNANÇA



O termo governança surgiu nos anos 70, nos países anglo-saxões, “com objetivo de proteger os
interesses de acionistas minoritários de empresas”. Na década de 80, o Banco Mundial passou a
utilizar “governança” nos relatórios como sinônimo de bom governo (SOUZA E SIQUEIRA,
2007).



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De acordo com Mello (1996) e Bresser Pereira (1998), o modelo centralizador de organização
do setor público – administração pública burocrática - mostrou sinais de esgotamento no início
dos anos 1970. A administração pública entrou na chamada “crise do Estado”, devido à
necessidade de se reformar o Estado e adotar práticas gerenciais, em decorrência do
crescimento demasiado e do processo de globalização da economia.


A partir da década de 1980, a descentralização foi um dos principais fatores nas reformas do
setor      público,       propagando-se             dos      países       capitalistas        avançados           para      aqueles        em
desenvolvimento. Nos países com histórico de políticas autoritárias, a descentralização passou a
ser entendida enquanto dimensão essencial da democratização. (MELO, 1996)


Bresser Pereira (1998) afirma que a causa básica da crise dos anos 1990 foi o Estado, com sua
crise fiscal, intervenção estatal e seu modelo administrativo. Refletindo o fenômeno que estava
ocorrendo em termos globais, a reforma do Estado ganhou impulso no Brasil nos anos 1990.
Foi justamente aí que houve a introdução de novas práticas, caracterizadas pelo aumento das
responsabilidades dos gestores, busca por aumento da eficiência e eficácia, e maior
responsabilização das agências governamentais.


Da mesma forma, pode ser destacada a privatização, as parcerias com o setor privado, o papel
dos movimentos sociais e do terceiro setor. Esse movimento passou a ser chamado de
“administração pública gerencial”, também conhecida como “nova administração pública”,
termo este que evoluiu para “Governança Pública”. (SOUZA e SIQUEIRA, 2007; BRESSER
PEREIRA, 1998)


Para Souza e Siqueira (2007) governança é a capacidade do governo em tomar decisões
pertinentes, com presteza e, também, demonstrar habilidade para sustentar políticas, gerando
adesões e condições para o desenvolvimento de práticas cooperativas.




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Este é um modelo de gestão que tem como objeto a ação conjunta, segundo Bresser Pereira
(2007) e Souza e Siqueira (2007). Ele é levado a efeito de forma eficaz, transparente e
compartilhada pelo Estado, organizações publicas não estatais ou de sociedade civil, empresas
comerciais, cidadãos individuais e organizações internacionais, visando uma solução inovadora
dos problemas sociais.


O conceito de governança, afirma Hollanda (2009), surge para completar o “vazio de
efetividade na gestão” e planejamento do bem público, originado pela deficiência de recursos
humanos e financeiros, além da fragilidade do controle ambiental. Ele propõe metodologias de
fortalecimento das comunidades de forma a qualificá-las para participação nos processos
decisórios locais. Do mesmo modo, o conceito de governança da água desponta como uma
oportunidade de construção de novos modelos para o exercício da gestão local.


Conforme Bresser Pereira (2007), o modelo estrutural de governança pública abrange todos os
tipos de organizações, pois elas estão cada vez mais interdependentes, formando redes de todo
o tipo e sendo muitas vezes identificado como parcerias público-privadas-terceiro setor.


Nesse contexto, entende-se que a relação entre os atores sociais promove, como dizem Hollanda
(2009) e Fernandes (2009), o surgimento de agentes engajados na formulação e implementação
das políticas públicas. “Do ponto de vista conceitual, a governança é um recurso cognitivo, com
a força de um paradigma (conjunto de valores e crenças), auxiliando a construir leituras
complexas da crise e encontrar soluções inovadoras e duradouras”. (HOLANDA, 2009, p.16)



GOVERNANÇA DOS RECURSOS HÍDRICOS




A adoção, em 1934, do Código das Águas, do Código da Mineração e do Código Florestal, e
também a criação, em 1937, do Parque Nacional de Itatiaia marcam o inicio das ações

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governamentais no campo das políticas ambientais, no Brasil. O Código das Águas, que pode
ser considerado como o início do processo de gestão de recursos hídricos, define os direitos de
propriedade de uso desses recursos para o abastecimento, a irrigação, a navegação, os usos
industriais e a produção de energia, e as normas para a proteção da qualidade das águas
territoriais (decreto nº 24.643, de 10/07/34, Lei nº 4.904, de 17/12/1965, decreto nº 58.076, de
24/03/66, Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 – Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de
Água – ANA). (ALMEIDA et. al., 2004)


Atualmente, as principais leis relacionadas com as questões do meio ambiente, tanto no meio
natural, quanto no meio construído, que manifestam as políticas públicas nacionais são, de
acordo com Philippi Jr. e Bruna (2004), a Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938/81,
alterada pela 7.804/89), a Política Nacional de Saúde (8080/90), a Política Nacional dos
Recursos Hídricos (9433/97, modificada pela 9984/00), a Política Nacional de Educação
Ambiental (9795/99) e a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (10257/01). Também
pode ser mencionada a Constituição Federal/88.


O referencial obrigatório da gestão sócio-ambiental é a Política Nacional do Meio Ambiente,
formulada pela Lei 6.938 em 31/08/1981, que definiu os objetivos de preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental e a estrutura administrativa do Sistema Nacional do Meio
Ambiente, responsável pela execução da política ambiental. (SEIFFERT, 2008)


A Constituição Federal de 1988, deu um grande destaque à proteção ambiental, que passou a ser
incluída como prioridade política (PHILIPPI JR. et al,1999 e SEIFFERT,2008). Ela fortaleceu o
poder local municipal em várias instâncias, e definiu suas responsabilidades frente às questões
ambientais. A autonomia dada aos municípios pela Constituição, segundo Carvalho (2007),
revelou-se em quatro capacidades: a política, podendo ser compreendida como a capacidade de
se auto-organizar e autogovernar; a normativa, por desenvolver os padrões legais no que diz
respeito às suas responsabilidades; a administrativa; e a financeira, pela decretação de seus
tributos e aplicação de suas rendas.

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Diretamente relacionada com a questão ambiental, a Política Nacional de Meio Ambiente
alterada em 1989 com a promulgação da Lei nº 7.804 dispõe, em seu artigo 6º que os órgãos
administrativos locais ou entidades municipais são responsáveis pelo controle e fiscalização da
proteção, e melhorias da qualidade ambiental em suas jurisdições” (BRASIL, 1989)


O Estado de Minas Gerais, adiantando-se à criação da Política Nacional de Recursos Hídricos, e
aos desdobramentos legais, diretamente a ela ligados e vinculados, que ocorreriam em todo o
país posteriormente, instituiu em 1994 a Lei nº 11.504/94. Esta Lei dispunha sobre a Política
Estadual de Recursos Hídricos, orientando a elaboração do Plano Estadual de Recursos
Hídricos, a Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos, a Composição do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, dentre outros.


Uma das consequências dessa discussão foi a criação de uma alternativa mais democrática de
gestão dos recursos hídricos. Em 1997, foi sancionada a Lei nº 9.433/97, que criou a Política
Nacional de Recursos Hídricos (Lei das Águas). Seu objetivo principal foi assegurar a
disponibilidade de água em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos, buscando a
prevenção e o desenvolvimento sustentável pela utilização racional e integrada dos recursos
hídricos. Alguns dos seus princípios foram o reconhecimento da água como bem público, finito
e vulnerável, dotado de valor econômico, além da adoção da bacia hidrográfica como unidade
de planejamento, ou seja, de gestão descentralizada e participativa. (BRASIL, 1997)


Essa lei instituiu o plano de recursos hídricos; enquadramento de corpos d’água; outorga de
direito de uso da água; cobrança pelo uso da água e o sistema de informação como instrumentos
de gerenciamento. “O plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica consiste a base para o
planejamento e a gestão dos recursos hídricos, e é a partir deste instrumento que são definidos
os usos atuais e os desejáveis da água. A partir do plano, o enquadramento estabelece as metas
de qualidade dos corpos d’água, de acordo com seus usos preponderantes, e fornece subsídios
para a outorga e a cobrança”. (MEDEIROS et. al, 2009)

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Ao instituir as competências jurídicas, administrativas e financeiras voltadas para a gestão das
águas, o Estado brasileiro priorizou as condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o
exercício da gestão dos recursos hídricos. A instalação da Agência Nacional das Águas e dos
comitês de bacias, juntamente com os instrumentos de gestão de recursos hídricos, definidos
pela Lei Federal 9.433/97, propiciaram as condições ideais para a governabilidade dos recursos
hídricos no Brasil. (PEREIRA, 2003)


Em Minas, a Lei Estadual 11.504/94 foi revogada pela Lei nº 13.199, em 29 de janeiro de 1999,
instituída com base na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433 de 8/01/1997). A
nova Política Estadual de Recursos Hídricos (13.199/99) promoveu melhor estruturação da
disposição sobre o gerenciamento dos recursos hídricos, estruturas e organismos.


Segundo Fernandes (2009), como âmbito específico de organização do Estado onde ocorrem os
processos ambientais, os municípios tornaram-se locais de elaboração de políticas públicas,
projetos participativos e decisões compartilhadas com a opinião pública. Isso é decorrente tanto
das novas relações institucionais entre as esferas municipal, estadual e federal, quanto do
espaço democrático criado com as comunidades locais e suas representações sociais e políticas.
Contudo, a crescente autonomia e responsabilidade não implicaram em melhorias para dar
suporte à execução das novas atribuições. (CARVALHO, 2007)


Os recursos humanos necessários para estruturar e viabilizar o pretendido na lei, por exemplo,
ainda são insuficientes. Conforme o IBGE (2008), 43% dos municípios brasileiros possuem
secretarias municipais de meio ambiente em conjunto com outros temas, e apenas 13% possuem
secretaria municipais exclusivas com estrutura na área de meio ambiente. Os municípios que
possuem departamento, assessoria, setor ou órgão similar correspondem a 22%, e outros 22%
não possuem estrutura específica.


Ainda no que diz respeito aos recursos humanos, segundo o IBGE (2008), 41.287 pessoas

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possuem vínculo na área do meio ambiente nos municípios brasileiros, sendo 49% estatutários;
20% cargos comissionados; 13% sem vínculo permanente; 12% celetistas; e 6% estagiários; ou
seja, 51% dos trabalhadores na área não são funcionários públicos.


Segundo Bresser Pereira (1998), o Estado moderno conta com quatro esferas de operação, o
núcleo estratégico; a produção de bens e serviços para o mercado formado pelas empresas
estatais; as atividades exclusivas que envolvem o poder de Estado; e os serviços não-exclusivos,
sendo aqueles que o Estado provê, mas que também são oferecidos pelo setor privado e pelo
setor público não estatal.


No domínio das atividades exclusivas, são criadas as “agências autônomas”, inteiramente
agregadas ao Estado, onde um gerente executivo, nomeado pelo Estado, firmará um contrato de
gestão. No que diz respeito aos serviços não-exclusivos, há três direcionamentos possíveis para
estas atividades; ficarem sob o controle do Estado; serem privatizados ou serem financiadas
/subsidiadas pelo Estado, mas controladas pela sociedade, isto é, serem convertidas em
organizações políticas não-estatais. (BRESSER PEREIRA 1998)


Ainda, segundo Bresser Pereira (1998), as organizações sociais compreendem o setor público
não-estatal, sendo estas, organizações não-governamentais (ONGs) autorizadas a receber
dotação orçamentária do Estado que também utilizará o contrato de gestão. Porém, o gerente
executivo será escolhido pelo conselho, cabendo ao Estado assinar os contratos de gestão e
controlar os resultados. Os contratos de gestão, tanto das agencias, quanto das organizações
sociais, devem prover os recursos de pessoal, materiais e financeiros, além de definir os
indicadores de desempenho, qualitativos, quantitativos e os resultados a serem alcançados,
acordados pelas partes.


Alguns estados têm buscado formas alternativas de gestão, transferindo responsabilidades para
associações e fundações na forma de parcerias, para tornar mais ágil o atendimento das
necessidades do público a que deve satisfação. No caso de Minas Gerais, o enquadramento dos

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cursos d’água e o monitoramento da qualidade da água vêm sendo realizados pela Fundação
Estadual do Meio Ambiente, e a outorga de direitos de uso dos recursos hídricos pelo Instituto
Mineiro de Gestão das Águas. A legislação prevê que o enquadramento de cursos d’água
passará ser de competência das agencias de bacia à medida que forem implementadas.
(ALMEIDA et al, 2009)


No que diz respeito à gestão específica dos recursos hídricos, dos 5.564 municípios brasileiros,
3.332 participam de algum tipo de articulação intermunicipal no meio ambiente, o que
corresponde a 60% do total de municípios. Dos municípios que apresentam articulação, 1.082
estão associados por meio de consórcios públicos, com o intuito de enfrentar problemas
ambientais comuns; 2.467 participam de comitês de bacia hidrográfica; e 849 municípios
participam de outros tipos de associação/parceria. (IBGE, 2008)


Especificamente nesta questão, do gerenciamento dos recursos hídricos, o desenvolvimento do
novo modelo de gestão de políticas públicas, com a formulação conjunta de políticas e
programas ambientais, tem possibilitado a ampliação da oferta de serviços por parte dos
municípios, a flexibilização de contratação de pessoal, a realização conjunta de obras e
prestação de serviços e atividades, tanto temporárias, como permanentes. (CARVALHO, 2007)


No entendimento de Philippi Jr. e Bruna (2004), a adoção da bacia hidrográfica como unidade
de planejamento e gestão permite a realização dos Planos de Bacias. Estes planos têm como
objetivo articular as ações e melhor aplicação dos recursos financeiros. Isso também incentiva a
formação de parcerias com a iniciativa privada para implementação das políticas públicas.
É através da criação de comitês e/ou consórcios que acontece de forma direta a participação dos
usuários das bacias hidrográficas. Almeida et. al (2009) ressalta que o gerenciamento de uma
bacia deve ser um processo decisório de negociação social, com a participação dos diversos
setores da sociedade, com o intuito de planejar as intervenções na bacia hidrográfica.


De acordo com Carvalho (2007), os comitês de bacia são órgãos colegiados locais que atuam na

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bacia hidrográfica de sua jurisdição, cabendo-lhes articular a atuação das entidades envolvidas.
Eles devem deliberar os conflitos relacionados aos recursos hídricos, além de aprovar e
acompanhar o plano de recursos hídricos da bacia, sugerindo, as modificações cabíveis para o
cumprimento de metas.


No entendimento de Cunha (2004) a diferença entre consórcio e convênio é que o primeiro é
composto por diferentes espécies de empresas, enquanto o segundo é realizado entre empresas
da mesma espécie. Assim sendo, os princípios e preceitos relativos aos convênios podem ser
aplicados aos consórcios administrativos.


Segundo o IBGE (apud CARVALHO 2007), consórcio intermunicipal é um acordo firmado
entre municípios para a realização de objetivos de interesse comum. Um dos principais motivos
para se criar um consórcio é a carência dos gestores locais, tanto de capacidade instalada,
quanto de recursos financeiros e humanos, frente ao desafio da descentralização. Outros
motivos incluem a possibilidade de implementação de ações conjuntas, a possibilidade de
articulação de pressão conjunta junto aos órgãos de governo e a capacidade de visão macro dos
ecossistemas em termos de planejamento e intervenção.




BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA




A bacia hidrográfica do rio Paraopeba esta situada a sudeste do estado de Minas Gerais,
abrangendo uma área de 13.643 km2. O rio tem suas nascentes ao sul do município de Cristiano
Otoni, e tem como seus principais afluentes os rios Águas Claras, Macaúbas, o rio Betim, o rio
Camapuã e o rio Manso. Além de ser um dos mais importantes tributários do rio São Francisco,
percorrendo aproximadamente 510 km até a sua foz no lago da represa de Três Marias, no
município de Felixlândia.


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Figura 1: Sub-bacia do rio Paraopeba
Fonte: CIBAPAR, 2009


A bacia do Paraopeba possui uma área que corresponde a 2,5% da área total do estado de Minas
Gerais. Aproximadamente de 1,4 milhão de pessoas vivem na bacia, em 48 municípios de
paisagens, culturas, economias e realidades sócio-econômicas e ambientais muito diversas.
Constituída pelos municípios de Belo Vale, Betim, Bonfim, Brumadinho, Cachoeira da Prata,
Caetanópolis, Casa Grande, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otoni,
Crucilândia, Curvelo, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas, Esmeraldas, Felixlândia,
Florestal, Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Itatiaiuçu, Itaúna, Itaverava, Jeceaba,
Juatuba, Lagoa Dourada, Maravilhas, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco,
Ouro Preto, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Piedade dos Gerais, Pompéu,
Queluzito, Resende Costa, Rio Manso, São Brás do Suaçuí, São Joaquim de Bicas, São José da
Varginha, Sarzedo e Sete Lagoas.




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2010 Documento Libre




Figura 2: Mapa político da bacia do rio Paraopeba
Fonte: IGAM, 2010



Ao longo de toda a bacia são desenvolvidas as atividades de agricultura, pecuária. Além da
atividade de mineraria especialmente a extração de areia, envolvendo principalmente os
municípios de Cachoeira da Prata e Esmeraldas. A areia coletada abastece o mercado de
construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte. A lavra de ardósia concentra-se no
baixo curso da bacia, especialmente nos municípios de Papagaios (maior produtor), Pompéu,
Paraopeba, Curvelo, Caetanópolis e Sete Lagoas. (IGAM, 2005)

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De acordo com o Consórcio Intermunicipal da bacia do rio Paraopeba, os depósitos de argila em
extração são encontrados, principalmente, nos municípios de Esmeraldas, Inhaúma, Felixlândia
e Fortuna de Minas.                 As atividades mineradoras encontram instaladas nos municípios de
Congonhas, Belo Vale e Ouro Branco.


As atividades industriais, apesar de estarem distribuídas por toda a bacia, destacam-se nos
municípios de Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco, Congonhas, Sarzedo, Ibirité e principalmente
em Contagem (indústria de transformação, especialmente, metalúrgica e química) e Betim,
município que abriga a Fiat Automóveis S/A, a Petrobras e várias indústrias-satélites. Juntos, os
municípios de Betim e Contagem, segundo Fundação João Pinheiro (2007 apud CIBAPAR),
detêm 12,5% do PIB de Minas Gerais.




COMITÊ DE BACIA E CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL




Impulsionados pela Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei nº 11.504 de 20 de junho de
1994, os municípios de Betim, Bonfim, Brumadinho, Esmeraldas, Ibirité, Igarapé, Juatuba,
Mateus Leme, representados pelos seus prefeitos, formalmente autorizados por suas respectivas
Câmaras Municipais, em novembro de 1994 o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica
do rio Paraopeba (CIBAPAR). O consórcio foi instituído sob a forma de sociedade civil sem
fins econômicos, regendo-se pelas normas do Código Civil Brasileiro e demais preceitos da
legislação aplicável, pelo seu Estatuto e regulamentações.


Desde a sua constituição, o Consórcio incentivou e promoveu processos participativos, e uma
das consequências dessa discussão foi à institucionalização do Comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio Paraopeba (CBH-Paraopeba), por meio do Decreto nº 40.398, de28 de maio de 1999.
Criado “com a finalidade de promover, no âmbito da gestão de recursos hídricos, a

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viabilização técnica e econômico-financeira de programa de investimento e consolidação de
políticas de estruturação urbana e regional, visando ao desenvolvimento sustentado da
Bacia”.


O Comitê não possui personalidade jurídica própria e integra o Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, em cumprimento às leis que instituíram a Política
Nacional de Recursos Hídricos (9.433/97) e a Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas
Gerais (Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 99, que revogou a Lei 11.504/94)


O Comitê tem a atribuição legal de administrar os recursos hídricos na bacia, sendo um canal de
discussão, de busca de convergências e de intervenções para melhorar a qualidade do meio
ambiente na região. E, ainda garantir a disponibilidade de água em quantidade e qualidade
satisfatórias para todos, nos dias atuais e para as gerações futuras.


O CBH-Paraopeba é formado por representantes dos diferentes segmentos sociais da bacia,
sendo composto por 2 representantes do poder público federal, 8 membros do estadual e 8
membros do poder municipal; 9 membros da sociedade civil com fins econômicos (usuários da
água) e 9 da sociedade civil sem fins econômicos, totalizando 36 membros (CIBAPAR, 2010)


O Comitê, desde a sua formação, tem no CIBAPAR, a sua secretaria executiva e escritório
técnico. O Consórcio operacionaliza, executa e gerencia as decisões do Comitê. Apesar de
possuírem funções distintas, ambos são responsáveis pela discussão, consolidação e
operacionalização da descentralização, estipuladas pelas políticas de recursos hídricos.


O Comitê é um órgão deliberativo, onde todos os interesses legítimos da água são discutidos.
Tendo como função, fundamentar a regulação para o uso da água, desde que não seja fator
impeditivo para manutenção da biodiversidade e para o desenvolvimento econômico. O
principal objetivo do CBH-Paraopeba é promover o debate entre a sociedade civil, o poder
público e os usuários das águas do rio Paraopeba visando garantir a disponibilidade deste

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recurso hídrico em quantidade e qualidade satisfatórias para todos, nos dias atuais e para as
gerações futuras.


Para propor as transformações necessárias, o CBH-Paraopeba discute e delibera ações, tais
como mobilização social, educação ambiental, pesquisa científica. Tendo como objetivo a
mobilização, sensibilização e articulação das populações, visando                                          solucionar os problemas
sócio-econômicos e ambientais da bacia, através de sua secretaria executiva.


O CBH-Paraopeba atua em consonância com princípios estabelecidos pelo governo de Minas
Gerais, “como unidades executivas descentralizadas de apoio aos respectivos Comitês de Bacia
Hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e financeiro, e pela
cobrança pelo uso dos recursos hídricos, na sua área de atuação” (MINAS GERAIS, 1999)


O Consórcio deve promover a articulação para que subsídios científicos e tecnológicos dêem
suporte às decisões tomadas pelo comitê, ou ainda, o Consórcio executa as decisões do Comitê.
E, como braço técnico e executivo do Comitê, o Consórcio encontra-se em processo de
instrumentalização e fortalecimento operacional, e várias ações, de distintas naturezas, são
demandadas concomitantemente.


É composto por 7 órgãos distintos, sendo o Conselho de Consorciados, Conselho Diretor,
Conselho Fiscal, Ouvidoria, Conselho de Transição, Plenária de Entidades e Secretaria
Executiva. Com exceção deste último, os membros dos demais conselhos não são remunerados
no exercício de suas funções.


De acordo com seu Estatuto, o consórcio visa à cooperação mútua entre os seus integrantes, e
destes com o governo federal e estadual, na realização dos interesses comuns referentes ao
desenvolvimento sustentável da região. Principalmente a gestão integrada, participativa e
descentralizada da bacia hidrográfica do Paraopeba, independente dos limites municipais. “Para
os fins de cooperar mutuamente no planejamento e execução de serviços, obras e atividades de

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interesse comum dos partícipes, bem como de contribuir e apoiar a implementação e
funcionamento do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos”


A partir de 08 de outubro de 2005 o CIBAPAR pode contar, em seu quadro associativo, com a
participação de empresas públicas, privadas e de economia mista, caracterizando-se como uma
Associação de Usuários de Água.


Sua área de atuação compreende a área total da bacia hidrográfica situada no todo ou em parte
dos territórios dos municípios que a integram. Constituindo-se uma unidade territorial e
inexistindo limites municipais para as finalidades a que se propõe, respeitada a sua autonomia
política, administrativa e financeira.


A participação de municípios no Consórcio se dá por meio de termo de adesão firmado pelos
Prefeitos dos municípios interessados e pelo presidente do conselho diretor, com posterior
referendo do conselho de consorciados. Contudo, a adesão de municípios deve ser precedida de
Lei Municipal específica aprovada pelas respectivas Câmaras Municipais.


Atualmente, trinta municípios são consorciados ao CIBAPAR: Belo Vale, Betim, Bonfim,
Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otoni, Esmeraldas,
Florestal, Ibirité, Igarapé, Itatiaiuçu, Jeceaba, Juatuba, Lagoa Dourada, Mário Campos, Mateus
Leme, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto, Paraopeba, Piedade dos Gerais, Pompéu, Resende
Costa, Rio Manso, São Brás do Suaçui, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Sete
Lagoas.


De acordo com o CIBAPAR, para administrar é preciso conhecer. Conhecer a realidade do rio é
saber características detalhadas da qualidade e da quantidade das águas; quais são os usos que
estão fazendo dela, quais são os peixes ali presentes, entre outras coisas. E é só a partir da
pesquisa científica, desse conhecimento aprofundado, técnico e prático, que se torna possível
propor e ações que visem garantir água abundante e de qualidade para as gerações futuras. O

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CBH-Paraopeba coordena projetos de reconhecimento e pesquisa sobre a Bacia Hidrográfica do
rio Paraopeba como a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos, o Sistema de
Informações Geográficas e Cadastramento dos Usuários das Águas, entre outros.


As transformações necessárias para garantir a qualidade das águas só irão acontecer quando a
sociedade reconhecer tais necessidades e se apropriar adequadamente dos espaços políticos e
executivos reservados para exercício de uma cidadania plena pelas águas. Para tanto, a
mobilização e a participação social é fundamental, de forma rotineira. Por isso, o CBH-
Paraopeba procura sensibilizar cada morador da bacia e articular as visões e interesses do setor
público, empresarial e a sociedade civil, buscando consensos no estabelecimento de metas de
qualidade a serem atingidas com a participação dos diversos segmentos sociais.


Outra atividade de relevância é conscientizar as pessoas sobre como as atitudes cotidianas
podem interferir na qualidade das águas. É fundamental para garantir um futuro em que
economia e ecologia caminhem juntas para o desenvolvimento humano, de forma respeitosa
com os mecanismos de vida da própria natureza. O foco das ações de educação ambiental do
CBH-Paraopeba está na criança e no jovem, por meio da ação local com pensamento no global,
contando com diversas atividades, dentre as quais se encontram a produção de cartilhas e de
vídeo educativos, que são distribuídos em escolas da região da bacia.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


O processo de reforma política e administrativa ampliou as possibilidades de gestão,
modificando assim, o papel do Estado, que vem deixando de ser um executor de serviços e
obras para ser um gestor. Como decorrência dessa transformação, a descentralização de poder
da esfera federal para o nível local fortaleceu o papel dos municípios como entes federados e
redefiniu suas responsabilidades. Porém, esta mudança não foi acompanhada de capacitação
adequada para o gerenciamento local.


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Considerando as limitações de recursos financeiros, humanos e estruturais enfrentadas por
muitos municípios e a busca de alternativas de gestão, os governos locais vêm firmando
parcerias. Com o intuito de prover os serviços públicos, sociais e científicos, a fim de torná-los
mais ágeis e eficazes no atendimento das necessidades da população.


A instalação de comitês de bacias, consórcio, agências de bacias, juntamente com os
instrumentos de gestão propiciaram as condições ideais para a governabilidade dos recursos
hídricos no Brasil. Isso proporcionou flexibilidade ao planejamento e o gerenciamento
participativo dos recursos hídricos. (Pereira, 2003)


Acrescenta-se ainda que, a temática dos recursos hídricos necessita de um planejamento
integrado, tendo em vista que este não pode ser limitado às fronteiras dos municípios ou
estados. Através da integração, ela favorece o desenvolvimento de percepções ambientais mais
abrangentes, a partir do referencial territorial da bacia hidrográfica.


Os comitês e consórcios desenvolvem um novo modelo de gestão de políticas públicas a partir
da ampliação de oferta de serviços, flexibilização da contratação de pessoal, cooperação técnica
e a realização conjunta de obras, serviços e atividades temporárias ou permanentes. Os
consórcios (secretarias executivas dos comitês) surgem como uma estrutura técnica capaz de
demandar mais eficientemente os recursos, bem como possibilitar a ampliação da capacidade
política dos municípios a eles vinculados. O fato de se constituírem em unidades territoriais de
gestão facilita a articulação intermunicipal, pois os municípios transferem a um órgão de
governança somente uma parte de sua autonomia, permitindo a gestão de um recurso que não
lhe é exclusivo, mas compartilhado por uma comunidade mais ampla, que de outra forma
poderia ser prejudicada pela inexistência de um órgão com uma perspectiva mais ampla.


Foi a necessidade de articulação dos municípios para a solução dos problemas ambientais,
especificamente recursos hídricos, que levou à formação do Consórcio Intermunicipal da bacia
do rio Paraopeba, inicialmente constituído por 8 municípios. Atualmente, 30 municípios fazem

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XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov.
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parte do consórcio, havendo possibilidade de ampliação, pois a bacia hidrográfica do rio
Paraopeba é formada por 48 municípios.


O fato de a Política Nacional de Recursos Hídricos considerar as bacias hidrográficas como
unidades de planejamento tem facilitado a gestão desses recursos fundamentais para a vida
humana e que a legislação reconhece como bem público, finito e vulnerável, dotado de valor
econômico que tende a crescer exponencialmente nos próximos anos.




REFERÊNCIAS




ALMEIDA, Josimar Ribeiro; CAVALVANTI, Yara; MELLO, Claudia dos Santos. Gestão
ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. 2. ed., ver. e
atualizada. Rio Janeiro: Thex Ed., 2004.

ALMEIDA, Josimar Ribeiro de; BASTOS, Anna Chistina Saramago; MALHEIROS, Telma
Marques; SILVA, Dalton Marcondes. Política e planejamento ambiental. 3ªed. rev. e atual.,3ª
reimpr. Rio de Janeiro: Thex, 2009.

BRASIL. Lei 6.938, Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, de 31 de agosto de 1981

BRASIL. Lei nº 7.804, Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a Lei
nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980, e dá outras
providências, de 18 de julho de 1989

BRASIL. Constituição Federal (1988). Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei nº. 9.433. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei nº. 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a
Lei nº. 7.990, de 28 de dezembro de 1989. De 8 de Janeiro de 1997

BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Gestão do setor público: estratégia e estrutura para um novo
Estado. In: BRESSER-PEREIRA, L. C.; SPINK, P.K. Reforma do Estado e administração

                                                                                                                                            20
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2010 Documento Libre


pública gerencial. Tradução Carolina Andrade. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio
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BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. O modelo estrutural de governança pública. Revista
Eletrônica sobre a Reforma do Estado (RERE), Salvador, Instituto Brasileiro de Direito
Público, nº 10, junho/julho/agosto, 2007. Disponível em: www.direitodoestado.com.br/rere.asp.
Acesso em: 03 de março de 2010.

COMITÊ (CBH) E CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL (CIBAPAR) DA BACIA
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Acesso: fevereiro a maio de 2010.

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CUNHA, Rosani Evangelista da. Federalismo e relações intergovernamentais: os consórcios
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                                                                                                                                            21
XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov.
2010 Documento Libre


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Governança dos recursos hídricos

  • 1. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre GOVERNANÇA DOS RECURSOS HÍDRICOS Fernanda Matos Reinaldo Dias RESUMO: Neste artigo aborda-se o processo da descentralização do poder da esfera federal para o nível local em decorrência da reforma política e administrativa do Estado. Trata de alternativas para o gerenciamento das atribuições municipais, em atendimento às necessidades da população, sobretudo na temática ambiental. Ao longo do artigo constata-se que o modelo estrutural de governança pública surgiu como proposta de preenchimento das lacunas na administração local, originadas por suas deficiências, no caso específico estudado, no enfrentamento de problemas que ultrapassam os limites municipais e que permeiam várias unidades administrativas. O modelo gerencial estudado propõe a participação de todos os atores sociais no gerenciamento das questões de interesse comum, em análise especial da gestão das águas nas bacias hidrográficas. O trabalho fornece uma visão geral sobre o gerenciamento dos recursos hídricos efetuado pelos consórcios intermunicipais, em especial o Consórcio Intermunicipal da Bacia do rio Paraopeba e identifica o acerto da Política Nacional de Recursos Hídricos em considerar as bacias hidrográficas como unidades de planejamento. Palavras-chave: descentralização; comitês de bacia, gestão ambiental e políticas públicas ABSTRACT: The present paper discusses the process of decentralization of the Federal Power into local level due to political and administrative reform of the State. It searches for alternatives for managing municipal issues, helping the population on its needs, especially regarding the environment. It was found that the structure of public governance came up as a proposal for fulfilling the blanks on the local administration resulted from the government deficiency. On the specific case studied, it happens on the solving of problems beyond the municipal limits which go through various administrative units. This management model proposes the participation of all social actors on the management of common interest issues, specifically on the management of the waters of the river basin. The research provides a general view on the management of the water resources by the intermunicipal consortiums, specifically the Intermunicipal Consortium of Paraopeba river Basin. It also identifies the good decision of considering the hydrographical basins as planning units by the National Policy of Water Resources. Key words: decentralization, basin comitee, environmental management e public politics.
  • 2. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre INTRODUÇÃO A interferência cada vez maior do homem na natureza na busca de recursos para sua sobrevivência e bem estar vem provocando degradação no meio ambiente, especialmente nas últimas décadas. Em virtude do desequilíbrio na exploração desses recursos, surgiu a preocupação com a preservação do meio ambiente, que se tornou mais acentuada após a década de 1970, culminando no final do século passado com ampliação do debate sobre novas formas de desenvolvimento, não predatório e que estivesse voltado para a satisfação das necessidades tanto das atuais gerações quanto das futuras. Como resultado surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável, formulado pela Comissão Brundtland da ONU em 1987, que envolve numa abordagem tridimensional – econômica, social e ambiental - o conceito de sustentabilidade. Na década seguinte, de 1980, teve início o processo de reforma política e administrativa do Estado e que ganhou impulso na última década do século passado. Inspirado na administração das empresas privadas, passou-se a adotar uma abordagem gerencial na administração pública em substituição à perspectiva burocrática. A Constituição Federal de 1988, constituiu um marco importante no período pois fortaleceu o papel dos municípios e redefiniu suas responsabilidades, inclusive frente às questões ambientais. No entanto, muitos municípios, principalmente os pequenos, têm se mostrado incapazes de estruturar e viabilizar o pretendido na lei, seja por falta de recursos financeiros, estrutura ou recursos humanos necessários. Buscando formas alternativas de gestão, os governos locais vêm transferindo suas responsabilidades para associações e fundações na forma de parcerias entre sociedade e Estado. Essas parcerias passam a prover os serviços públicos, sociais e científicos, a fim de torná-los mais ágeis e eficazes no atendimento das necessidades da população. 2
  • 3. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Entre as parcerias, se destacam os consórcios que possibilitam a reunião de esforços em torno de problemas comuns aos municípios. Esses arranjos institucionais atuam em variadas esferas de interesse, tais como saúde, turismo, tratamento e destinação de resíduos sólidos, e ações de saneamento básico, bem como o gerenciamento de recursos hídricos. Deve-se considerar ainda que o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos estabelecidos pelos consórcios adquirem flexibilidade, e facilitam a adoção de mecanismos mais participativos. Além disso, a complexidade das relações que se estabelecem numa bacia hidrográfica exige a formação de equipes interdisciplinares, pois, além de serem necessárias analise de diversos profissionais detentores de conhecimentos específicos diversos, a questão exige a interação dos diversos setores envolvidos. (ALMEIDA, 2009) Este artigo apresenta uma reflexão sobre o processo de descentralização e reforma do Estado, até o desenvolvimento dos consórcios intermunicipais de gerenciamento dos recursos hídricos. O objetivo é apresentar esta reflexão como uma contribuição ao entendimento da governança das águas como um novo paradigma de gestão pública de um recurso natural que tende a ser escasso. A partir de uma revisão bibliográfica, conceitua-se e explica-se o surgimento do termo governança pública, abordando também o termo consórcio intermunicipal, comitê de bacia, além de descrever de forma geral a organização do Consórcio Intermunicipal da Bacia do rio Paraopeba GOVERNANÇA O termo governança surgiu nos anos 70, nos países anglo-saxões, “com objetivo de proteger os interesses de acionistas minoritários de empresas”. Na década de 80, o Banco Mundial passou a utilizar “governança” nos relatórios como sinônimo de bom governo (SOUZA E SIQUEIRA, 2007). 3
  • 4. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre De acordo com Mello (1996) e Bresser Pereira (1998), o modelo centralizador de organização do setor público – administração pública burocrática - mostrou sinais de esgotamento no início dos anos 1970. A administração pública entrou na chamada “crise do Estado”, devido à necessidade de se reformar o Estado e adotar práticas gerenciais, em decorrência do crescimento demasiado e do processo de globalização da economia. A partir da década de 1980, a descentralização foi um dos principais fatores nas reformas do setor público, propagando-se dos países capitalistas avançados para aqueles em desenvolvimento. Nos países com histórico de políticas autoritárias, a descentralização passou a ser entendida enquanto dimensão essencial da democratização. (MELO, 1996) Bresser Pereira (1998) afirma que a causa básica da crise dos anos 1990 foi o Estado, com sua crise fiscal, intervenção estatal e seu modelo administrativo. Refletindo o fenômeno que estava ocorrendo em termos globais, a reforma do Estado ganhou impulso no Brasil nos anos 1990. Foi justamente aí que houve a introdução de novas práticas, caracterizadas pelo aumento das responsabilidades dos gestores, busca por aumento da eficiência e eficácia, e maior responsabilização das agências governamentais. Da mesma forma, pode ser destacada a privatização, as parcerias com o setor privado, o papel dos movimentos sociais e do terceiro setor. Esse movimento passou a ser chamado de “administração pública gerencial”, também conhecida como “nova administração pública”, termo este que evoluiu para “Governança Pública”. (SOUZA e SIQUEIRA, 2007; BRESSER PEREIRA, 1998) Para Souza e Siqueira (2007) governança é a capacidade do governo em tomar decisões pertinentes, com presteza e, também, demonstrar habilidade para sustentar políticas, gerando adesões e condições para o desenvolvimento de práticas cooperativas. 4
  • 5. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Este é um modelo de gestão que tem como objeto a ação conjunta, segundo Bresser Pereira (2007) e Souza e Siqueira (2007). Ele é levado a efeito de forma eficaz, transparente e compartilhada pelo Estado, organizações publicas não estatais ou de sociedade civil, empresas comerciais, cidadãos individuais e organizações internacionais, visando uma solução inovadora dos problemas sociais. O conceito de governança, afirma Hollanda (2009), surge para completar o “vazio de efetividade na gestão” e planejamento do bem público, originado pela deficiência de recursos humanos e financeiros, além da fragilidade do controle ambiental. Ele propõe metodologias de fortalecimento das comunidades de forma a qualificá-las para participação nos processos decisórios locais. Do mesmo modo, o conceito de governança da água desponta como uma oportunidade de construção de novos modelos para o exercício da gestão local. Conforme Bresser Pereira (2007), o modelo estrutural de governança pública abrange todos os tipos de organizações, pois elas estão cada vez mais interdependentes, formando redes de todo o tipo e sendo muitas vezes identificado como parcerias público-privadas-terceiro setor. Nesse contexto, entende-se que a relação entre os atores sociais promove, como dizem Hollanda (2009) e Fernandes (2009), o surgimento de agentes engajados na formulação e implementação das políticas públicas. “Do ponto de vista conceitual, a governança é um recurso cognitivo, com a força de um paradigma (conjunto de valores e crenças), auxiliando a construir leituras complexas da crise e encontrar soluções inovadoras e duradouras”. (HOLANDA, 2009, p.16) GOVERNANÇA DOS RECURSOS HÍDRICOS A adoção, em 1934, do Código das Águas, do Código da Mineração e do Código Florestal, e também a criação, em 1937, do Parque Nacional de Itatiaia marcam o inicio das ações 5
  • 6. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre governamentais no campo das políticas ambientais, no Brasil. O Código das Águas, que pode ser considerado como o início do processo de gestão de recursos hídricos, define os direitos de propriedade de uso desses recursos para o abastecimento, a irrigação, a navegação, os usos industriais e a produção de energia, e as normas para a proteção da qualidade das águas territoriais (decreto nº 24.643, de 10/07/34, Lei nº 4.904, de 17/12/1965, decreto nº 58.076, de 24/03/66, Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 – Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água – ANA). (ALMEIDA et. al., 2004) Atualmente, as principais leis relacionadas com as questões do meio ambiente, tanto no meio natural, quanto no meio construído, que manifestam as políticas públicas nacionais são, de acordo com Philippi Jr. e Bruna (2004), a Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938/81, alterada pela 7.804/89), a Política Nacional de Saúde (8080/90), a Política Nacional dos Recursos Hídricos (9433/97, modificada pela 9984/00), a Política Nacional de Educação Ambiental (9795/99) e a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (10257/01). Também pode ser mencionada a Constituição Federal/88. O referencial obrigatório da gestão sócio-ambiental é a Política Nacional do Meio Ambiente, formulada pela Lei 6.938 em 31/08/1981, que definiu os objetivos de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental e a estrutura administrativa do Sistema Nacional do Meio Ambiente, responsável pela execução da política ambiental. (SEIFFERT, 2008) A Constituição Federal de 1988, deu um grande destaque à proteção ambiental, que passou a ser incluída como prioridade política (PHILIPPI JR. et al,1999 e SEIFFERT,2008). Ela fortaleceu o poder local municipal em várias instâncias, e definiu suas responsabilidades frente às questões ambientais. A autonomia dada aos municípios pela Constituição, segundo Carvalho (2007), revelou-se em quatro capacidades: a política, podendo ser compreendida como a capacidade de se auto-organizar e autogovernar; a normativa, por desenvolver os padrões legais no que diz respeito às suas responsabilidades; a administrativa; e a financeira, pela decretação de seus tributos e aplicação de suas rendas. 6
  • 7. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Diretamente relacionada com a questão ambiental, a Política Nacional de Meio Ambiente alterada em 1989 com a promulgação da Lei nº 7.804 dispõe, em seu artigo 6º que os órgãos administrativos locais ou entidades municipais são responsáveis pelo controle e fiscalização da proteção, e melhorias da qualidade ambiental em suas jurisdições” (BRASIL, 1989) O Estado de Minas Gerais, adiantando-se à criação da Política Nacional de Recursos Hídricos, e aos desdobramentos legais, diretamente a ela ligados e vinculados, que ocorreriam em todo o país posteriormente, instituiu em 1994 a Lei nº 11.504/94. Esta Lei dispunha sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, orientando a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, a Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos, a Composição do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, dentre outros. Uma das consequências dessa discussão foi a criação de uma alternativa mais democrática de gestão dos recursos hídricos. Em 1997, foi sancionada a Lei nº 9.433/97, que criou a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei das Águas). Seu objetivo principal foi assegurar a disponibilidade de água em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos, buscando a prevenção e o desenvolvimento sustentável pela utilização racional e integrada dos recursos hídricos. Alguns dos seus princípios foram o reconhecimento da água como bem público, finito e vulnerável, dotado de valor econômico, além da adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento, ou seja, de gestão descentralizada e participativa. (BRASIL, 1997) Essa lei instituiu o plano de recursos hídricos; enquadramento de corpos d’água; outorga de direito de uso da água; cobrança pelo uso da água e o sistema de informação como instrumentos de gerenciamento. “O plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica consiste a base para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos, e é a partir deste instrumento que são definidos os usos atuais e os desejáveis da água. A partir do plano, o enquadramento estabelece as metas de qualidade dos corpos d’água, de acordo com seus usos preponderantes, e fornece subsídios para a outorga e a cobrança”. (MEDEIROS et. al, 2009) 7
  • 8. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Ao instituir as competências jurídicas, administrativas e financeiras voltadas para a gestão das águas, o Estado brasileiro priorizou as condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício da gestão dos recursos hídricos. A instalação da Agência Nacional das Águas e dos comitês de bacias, juntamente com os instrumentos de gestão de recursos hídricos, definidos pela Lei Federal 9.433/97, propiciaram as condições ideais para a governabilidade dos recursos hídricos no Brasil. (PEREIRA, 2003) Em Minas, a Lei Estadual 11.504/94 foi revogada pela Lei nº 13.199, em 29 de janeiro de 1999, instituída com base na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433 de 8/01/1997). A nova Política Estadual de Recursos Hídricos (13.199/99) promoveu melhor estruturação da disposição sobre o gerenciamento dos recursos hídricos, estruturas e organismos. Segundo Fernandes (2009), como âmbito específico de organização do Estado onde ocorrem os processos ambientais, os municípios tornaram-se locais de elaboração de políticas públicas, projetos participativos e decisões compartilhadas com a opinião pública. Isso é decorrente tanto das novas relações institucionais entre as esferas municipal, estadual e federal, quanto do espaço democrático criado com as comunidades locais e suas representações sociais e políticas. Contudo, a crescente autonomia e responsabilidade não implicaram em melhorias para dar suporte à execução das novas atribuições. (CARVALHO, 2007) Os recursos humanos necessários para estruturar e viabilizar o pretendido na lei, por exemplo, ainda são insuficientes. Conforme o IBGE (2008), 43% dos municípios brasileiros possuem secretarias municipais de meio ambiente em conjunto com outros temas, e apenas 13% possuem secretaria municipais exclusivas com estrutura na área de meio ambiente. Os municípios que possuem departamento, assessoria, setor ou órgão similar correspondem a 22%, e outros 22% não possuem estrutura específica. Ainda no que diz respeito aos recursos humanos, segundo o IBGE (2008), 41.287 pessoas 8
  • 9. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre possuem vínculo na área do meio ambiente nos municípios brasileiros, sendo 49% estatutários; 20% cargos comissionados; 13% sem vínculo permanente; 12% celetistas; e 6% estagiários; ou seja, 51% dos trabalhadores na área não são funcionários públicos. Segundo Bresser Pereira (1998), o Estado moderno conta com quatro esferas de operação, o núcleo estratégico; a produção de bens e serviços para o mercado formado pelas empresas estatais; as atividades exclusivas que envolvem o poder de Estado; e os serviços não-exclusivos, sendo aqueles que o Estado provê, mas que também são oferecidos pelo setor privado e pelo setor público não estatal. No domínio das atividades exclusivas, são criadas as “agências autônomas”, inteiramente agregadas ao Estado, onde um gerente executivo, nomeado pelo Estado, firmará um contrato de gestão. No que diz respeito aos serviços não-exclusivos, há três direcionamentos possíveis para estas atividades; ficarem sob o controle do Estado; serem privatizados ou serem financiadas /subsidiadas pelo Estado, mas controladas pela sociedade, isto é, serem convertidas em organizações políticas não-estatais. (BRESSER PEREIRA 1998) Ainda, segundo Bresser Pereira (1998), as organizações sociais compreendem o setor público não-estatal, sendo estas, organizações não-governamentais (ONGs) autorizadas a receber dotação orçamentária do Estado que também utilizará o contrato de gestão. Porém, o gerente executivo será escolhido pelo conselho, cabendo ao Estado assinar os contratos de gestão e controlar os resultados. Os contratos de gestão, tanto das agencias, quanto das organizações sociais, devem prover os recursos de pessoal, materiais e financeiros, além de definir os indicadores de desempenho, qualitativos, quantitativos e os resultados a serem alcançados, acordados pelas partes. Alguns estados têm buscado formas alternativas de gestão, transferindo responsabilidades para associações e fundações na forma de parcerias, para tornar mais ágil o atendimento das necessidades do público a que deve satisfação. No caso de Minas Gerais, o enquadramento dos 9
  • 10. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre cursos d’água e o monitoramento da qualidade da água vêm sendo realizados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente, e a outorga de direitos de uso dos recursos hídricos pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas. A legislação prevê que o enquadramento de cursos d’água passará ser de competência das agencias de bacia à medida que forem implementadas. (ALMEIDA et al, 2009) No que diz respeito à gestão específica dos recursos hídricos, dos 5.564 municípios brasileiros, 3.332 participam de algum tipo de articulação intermunicipal no meio ambiente, o que corresponde a 60% do total de municípios. Dos municípios que apresentam articulação, 1.082 estão associados por meio de consórcios públicos, com o intuito de enfrentar problemas ambientais comuns; 2.467 participam de comitês de bacia hidrográfica; e 849 municípios participam de outros tipos de associação/parceria. (IBGE, 2008) Especificamente nesta questão, do gerenciamento dos recursos hídricos, o desenvolvimento do novo modelo de gestão de políticas públicas, com a formulação conjunta de políticas e programas ambientais, tem possibilitado a ampliação da oferta de serviços por parte dos municípios, a flexibilização de contratação de pessoal, a realização conjunta de obras e prestação de serviços e atividades, tanto temporárias, como permanentes. (CARVALHO, 2007) No entendimento de Philippi Jr. e Bruna (2004), a adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão permite a realização dos Planos de Bacias. Estes planos têm como objetivo articular as ações e melhor aplicação dos recursos financeiros. Isso também incentiva a formação de parcerias com a iniciativa privada para implementação das políticas públicas. É através da criação de comitês e/ou consórcios que acontece de forma direta a participação dos usuários das bacias hidrográficas. Almeida et. al (2009) ressalta que o gerenciamento de uma bacia deve ser um processo decisório de negociação social, com a participação dos diversos setores da sociedade, com o intuito de planejar as intervenções na bacia hidrográfica. De acordo com Carvalho (2007), os comitês de bacia são órgãos colegiados locais que atuam na 10
  • 11. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre bacia hidrográfica de sua jurisdição, cabendo-lhes articular a atuação das entidades envolvidas. Eles devem deliberar os conflitos relacionados aos recursos hídricos, além de aprovar e acompanhar o plano de recursos hídricos da bacia, sugerindo, as modificações cabíveis para o cumprimento de metas. No entendimento de Cunha (2004) a diferença entre consórcio e convênio é que o primeiro é composto por diferentes espécies de empresas, enquanto o segundo é realizado entre empresas da mesma espécie. Assim sendo, os princípios e preceitos relativos aos convênios podem ser aplicados aos consórcios administrativos. Segundo o IBGE (apud CARVALHO 2007), consórcio intermunicipal é um acordo firmado entre municípios para a realização de objetivos de interesse comum. Um dos principais motivos para se criar um consórcio é a carência dos gestores locais, tanto de capacidade instalada, quanto de recursos financeiros e humanos, frente ao desafio da descentralização. Outros motivos incluem a possibilidade de implementação de ações conjuntas, a possibilidade de articulação de pressão conjunta junto aos órgãos de governo e a capacidade de visão macro dos ecossistemas em termos de planejamento e intervenção. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA A bacia hidrográfica do rio Paraopeba esta situada a sudeste do estado de Minas Gerais, abrangendo uma área de 13.643 km2. O rio tem suas nascentes ao sul do município de Cristiano Otoni, e tem como seus principais afluentes os rios Águas Claras, Macaúbas, o rio Betim, o rio Camapuã e o rio Manso. Além de ser um dos mais importantes tributários do rio São Francisco, percorrendo aproximadamente 510 km até a sua foz no lago da represa de Três Marias, no município de Felixlândia. 11
  • 12. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Figura 1: Sub-bacia do rio Paraopeba Fonte: CIBAPAR, 2009 A bacia do Paraopeba possui uma área que corresponde a 2,5% da área total do estado de Minas Gerais. Aproximadamente de 1,4 milhão de pessoas vivem na bacia, em 48 municípios de paisagens, culturas, economias e realidades sócio-econômicas e ambientais muito diversas. Constituída pelos municípios de Belo Vale, Betim, Bonfim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Casa Grande, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otoni, Crucilândia, Curvelo, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Inhaúma, Itatiaiuçu, Itaúna, Itaverava, Jeceaba, Juatuba, Lagoa Dourada, Maravilhas, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Piedade dos Gerais, Pompéu, Queluzito, Resende Costa, Rio Manso, São Brás do Suaçuí, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha, Sarzedo e Sete Lagoas. 12
  • 13. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Figura 2: Mapa político da bacia do rio Paraopeba Fonte: IGAM, 2010 Ao longo de toda a bacia são desenvolvidas as atividades de agricultura, pecuária. Além da atividade de mineraria especialmente a extração de areia, envolvendo principalmente os municípios de Cachoeira da Prata e Esmeraldas. A areia coletada abastece o mercado de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte. A lavra de ardósia concentra-se no baixo curso da bacia, especialmente nos municípios de Papagaios (maior produtor), Pompéu, Paraopeba, Curvelo, Caetanópolis e Sete Lagoas. (IGAM, 2005) 13
  • 14. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre De acordo com o Consórcio Intermunicipal da bacia do rio Paraopeba, os depósitos de argila em extração são encontrados, principalmente, nos municípios de Esmeraldas, Inhaúma, Felixlândia e Fortuna de Minas. As atividades mineradoras encontram instaladas nos municípios de Congonhas, Belo Vale e Ouro Branco. As atividades industriais, apesar de estarem distribuídas por toda a bacia, destacam-se nos municípios de Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco, Congonhas, Sarzedo, Ibirité e principalmente em Contagem (indústria de transformação, especialmente, metalúrgica e química) e Betim, município que abriga a Fiat Automóveis S/A, a Petrobras e várias indústrias-satélites. Juntos, os municípios de Betim e Contagem, segundo Fundação João Pinheiro (2007 apud CIBAPAR), detêm 12,5% do PIB de Minas Gerais. COMITÊ DE BACIA E CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL Impulsionados pela Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei nº 11.504 de 20 de junho de 1994, os municípios de Betim, Bonfim, Brumadinho, Esmeraldas, Ibirité, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, representados pelos seus prefeitos, formalmente autorizados por suas respectivas Câmaras Municipais, em novembro de 1994 o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba (CIBAPAR). O consórcio foi instituído sob a forma de sociedade civil sem fins econômicos, regendo-se pelas normas do Código Civil Brasileiro e demais preceitos da legislação aplicável, pelo seu Estatuto e regulamentações. Desde a sua constituição, o Consórcio incentivou e promoveu processos participativos, e uma das consequências dessa discussão foi à institucionalização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH-Paraopeba), por meio do Decreto nº 40.398, de28 de maio de 1999. Criado “com a finalidade de promover, no âmbito da gestão de recursos hídricos, a 14
  • 15. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre viabilização técnica e econômico-financeira de programa de investimento e consolidação de políticas de estruturação urbana e regional, visando ao desenvolvimento sustentado da Bacia”. O Comitê não possui personalidade jurídica própria e integra o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em cumprimento às leis que instituíram a Política Nacional de Recursos Hídricos (9.433/97) e a Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais (Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 99, que revogou a Lei 11.504/94) O Comitê tem a atribuição legal de administrar os recursos hídricos na bacia, sendo um canal de discussão, de busca de convergências e de intervenções para melhorar a qualidade do meio ambiente na região. E, ainda garantir a disponibilidade de água em quantidade e qualidade satisfatórias para todos, nos dias atuais e para as gerações futuras. O CBH-Paraopeba é formado por representantes dos diferentes segmentos sociais da bacia, sendo composto por 2 representantes do poder público federal, 8 membros do estadual e 8 membros do poder municipal; 9 membros da sociedade civil com fins econômicos (usuários da água) e 9 da sociedade civil sem fins econômicos, totalizando 36 membros (CIBAPAR, 2010) O Comitê, desde a sua formação, tem no CIBAPAR, a sua secretaria executiva e escritório técnico. O Consórcio operacionaliza, executa e gerencia as decisões do Comitê. Apesar de possuírem funções distintas, ambos são responsáveis pela discussão, consolidação e operacionalização da descentralização, estipuladas pelas políticas de recursos hídricos. O Comitê é um órgão deliberativo, onde todos os interesses legítimos da água são discutidos. Tendo como função, fundamentar a regulação para o uso da água, desde que não seja fator impeditivo para manutenção da biodiversidade e para o desenvolvimento econômico. O principal objetivo do CBH-Paraopeba é promover o debate entre a sociedade civil, o poder público e os usuários das águas do rio Paraopeba visando garantir a disponibilidade deste 15
  • 16. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre recurso hídrico em quantidade e qualidade satisfatórias para todos, nos dias atuais e para as gerações futuras. Para propor as transformações necessárias, o CBH-Paraopeba discute e delibera ações, tais como mobilização social, educação ambiental, pesquisa científica. Tendo como objetivo a mobilização, sensibilização e articulação das populações, visando solucionar os problemas sócio-econômicos e ambientais da bacia, através de sua secretaria executiva. O CBH-Paraopeba atua em consonância com princípios estabelecidos pelo governo de Minas Gerais, “como unidades executivas descentralizadas de apoio aos respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e financeiro, e pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos, na sua área de atuação” (MINAS GERAIS, 1999) O Consórcio deve promover a articulação para que subsídios científicos e tecnológicos dêem suporte às decisões tomadas pelo comitê, ou ainda, o Consórcio executa as decisões do Comitê. E, como braço técnico e executivo do Comitê, o Consórcio encontra-se em processo de instrumentalização e fortalecimento operacional, e várias ações, de distintas naturezas, são demandadas concomitantemente. É composto por 7 órgãos distintos, sendo o Conselho de Consorciados, Conselho Diretor, Conselho Fiscal, Ouvidoria, Conselho de Transição, Plenária de Entidades e Secretaria Executiva. Com exceção deste último, os membros dos demais conselhos não são remunerados no exercício de suas funções. De acordo com seu Estatuto, o consórcio visa à cooperação mútua entre os seus integrantes, e destes com o governo federal e estadual, na realização dos interesses comuns referentes ao desenvolvimento sustentável da região. Principalmente a gestão integrada, participativa e descentralizada da bacia hidrográfica do Paraopeba, independente dos limites municipais. “Para os fins de cooperar mutuamente no planejamento e execução de serviços, obras e atividades de 16
  • 17. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre interesse comum dos partícipes, bem como de contribuir e apoiar a implementação e funcionamento do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos” A partir de 08 de outubro de 2005 o CIBAPAR pode contar, em seu quadro associativo, com a participação de empresas públicas, privadas e de economia mista, caracterizando-se como uma Associação de Usuários de Água. Sua área de atuação compreende a área total da bacia hidrográfica situada no todo ou em parte dos territórios dos municípios que a integram. Constituindo-se uma unidade territorial e inexistindo limites municipais para as finalidades a que se propõe, respeitada a sua autonomia política, administrativa e financeira. A participação de municípios no Consórcio se dá por meio de termo de adesão firmado pelos Prefeitos dos municípios interessados e pelo presidente do conselho diretor, com posterior referendo do conselho de consorciados. Contudo, a adesão de municípios deve ser precedida de Lei Municipal específica aprovada pelas respectivas Câmaras Municipais. Atualmente, trinta municípios são consorciados ao CIBAPAR: Belo Vale, Betim, Bonfim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano Otoni, Esmeraldas, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itatiaiuçu, Jeceaba, Juatuba, Lagoa Dourada, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto, Paraopeba, Piedade dos Gerais, Pompéu, Resende Costa, Rio Manso, São Brás do Suaçui, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Sete Lagoas. De acordo com o CIBAPAR, para administrar é preciso conhecer. Conhecer a realidade do rio é saber características detalhadas da qualidade e da quantidade das águas; quais são os usos que estão fazendo dela, quais são os peixes ali presentes, entre outras coisas. E é só a partir da pesquisa científica, desse conhecimento aprofundado, técnico e prático, que se torna possível propor e ações que visem garantir água abundante e de qualidade para as gerações futuras. O 17
  • 18. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre CBH-Paraopeba coordena projetos de reconhecimento e pesquisa sobre a Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba como a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos, o Sistema de Informações Geográficas e Cadastramento dos Usuários das Águas, entre outros. As transformações necessárias para garantir a qualidade das águas só irão acontecer quando a sociedade reconhecer tais necessidades e se apropriar adequadamente dos espaços políticos e executivos reservados para exercício de uma cidadania plena pelas águas. Para tanto, a mobilização e a participação social é fundamental, de forma rotineira. Por isso, o CBH- Paraopeba procura sensibilizar cada morador da bacia e articular as visões e interesses do setor público, empresarial e a sociedade civil, buscando consensos no estabelecimento de metas de qualidade a serem atingidas com a participação dos diversos segmentos sociais. Outra atividade de relevância é conscientizar as pessoas sobre como as atitudes cotidianas podem interferir na qualidade das águas. É fundamental para garantir um futuro em que economia e ecologia caminhem juntas para o desenvolvimento humano, de forma respeitosa com os mecanismos de vida da própria natureza. O foco das ações de educação ambiental do CBH-Paraopeba está na criança e no jovem, por meio da ação local com pensamento no global, contando com diversas atividades, dentre as quais se encontram a produção de cartilhas e de vídeo educativos, que são distribuídos em escolas da região da bacia. CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de reforma política e administrativa ampliou as possibilidades de gestão, modificando assim, o papel do Estado, que vem deixando de ser um executor de serviços e obras para ser um gestor. Como decorrência dessa transformação, a descentralização de poder da esfera federal para o nível local fortaleceu o papel dos municípios como entes federados e redefiniu suas responsabilidades. Porém, esta mudança não foi acompanhada de capacitação adequada para o gerenciamento local. 18
  • 19. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre Considerando as limitações de recursos financeiros, humanos e estruturais enfrentadas por muitos municípios e a busca de alternativas de gestão, os governos locais vêm firmando parcerias. Com o intuito de prover os serviços públicos, sociais e científicos, a fim de torná-los mais ágeis e eficazes no atendimento das necessidades da população. A instalação de comitês de bacias, consórcio, agências de bacias, juntamente com os instrumentos de gestão propiciaram as condições ideais para a governabilidade dos recursos hídricos no Brasil. Isso proporcionou flexibilidade ao planejamento e o gerenciamento participativo dos recursos hídricos. (Pereira, 2003) Acrescenta-se ainda que, a temática dos recursos hídricos necessita de um planejamento integrado, tendo em vista que este não pode ser limitado às fronteiras dos municípios ou estados. Através da integração, ela favorece o desenvolvimento de percepções ambientais mais abrangentes, a partir do referencial territorial da bacia hidrográfica. Os comitês e consórcios desenvolvem um novo modelo de gestão de políticas públicas a partir da ampliação de oferta de serviços, flexibilização da contratação de pessoal, cooperação técnica e a realização conjunta de obras, serviços e atividades temporárias ou permanentes. Os consórcios (secretarias executivas dos comitês) surgem como uma estrutura técnica capaz de demandar mais eficientemente os recursos, bem como possibilitar a ampliação da capacidade política dos municípios a eles vinculados. O fato de se constituírem em unidades territoriais de gestão facilita a articulação intermunicipal, pois os municípios transferem a um órgão de governança somente uma parte de sua autonomia, permitindo a gestão de um recurso que não lhe é exclusivo, mas compartilhado por uma comunidade mais ampla, que de outra forma poderia ser prejudicada pela inexistência de um órgão com uma perspectiva mais ampla. Foi a necessidade de articulação dos municípios para a solução dos problemas ambientais, especificamente recursos hídricos, que levou à formação do Consórcio Intermunicipal da bacia do rio Paraopeba, inicialmente constituído por 8 municípios. Atualmente, 30 municípios fazem 19
  • 20. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre parte do consórcio, havendo possibilidade de ampliação, pois a bacia hidrográfica do rio Paraopeba é formada por 48 municípios. O fato de a Política Nacional de Recursos Hídricos considerar as bacias hidrográficas como unidades de planejamento tem facilitado a gestão desses recursos fundamentais para a vida humana e que a legislação reconhece como bem público, finito e vulnerável, dotado de valor econômico que tende a crescer exponencialmente nos próximos anos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Josimar Ribeiro; CAVALVANTI, Yara; MELLO, Claudia dos Santos. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. 2. ed., ver. e atualizada. Rio Janeiro: Thex Ed., 2004. ALMEIDA, Josimar Ribeiro de; BASTOS, Anna Chistina Saramago; MALHEIROS, Telma Marques; SILVA, Dalton Marcondes. Política e planejamento ambiental. 3ªed. rev. e atual.,3ª reimpr. Rio de Janeiro: Thex, 2009. BRASIL. Lei 6.938, Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, de 31 de agosto de 1981 BRASIL. Lei nº 7.804, Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980, e dá outras providências, de 18 de julho de 1989 BRASIL. Constituição Federal (1988). Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Lei nº. 9.433. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei nº. 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº. 7.990, de 28 de dezembro de 1989. De 8 de Janeiro de 1997 BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Gestão do setor público: estratégia e estrutura para um novo Estado. In: BRESSER-PEREIRA, L. C.; SPINK, P.K. Reforma do Estado e administração 20
  • 21. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre pública gerencial. Tradução Carolina Andrade. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998. p. 21-38. BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. O modelo estrutural de governança pública. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado (RERE), Salvador, Instituto Brasileiro de Direito Público, nº 10, junho/julho/agosto, 2007. Disponível em: www.direitodoestado.com.br/rere.asp. Acesso em: 03 de março de 2010. COMITÊ (CBH) E CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL (CIBAPAR) DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA. Disponível em: www.aguasdoparaopeba.org.br. Acesso: fevereiro a maio de 2010. CARVALHO, Vinícius Carlos. Consórcio intermunicipal e cooperação federativa: desafios para a gestão ambiental conjunta na bacia do Jiquiricá (Bahia). Brasília: Universidade de Brasília, 2007. Dissertação de mestrado em desenvolvimento sustentável. CUNHA, Rosani Evangelista da. Federalismo e relações intergovernamentais: os consórcios públicos como instrumento de cooperação federativa. Revista do Serviço Público/Fundação Escola Nacional de Administração Pública – v.1, n.1 – Ano 55, número 3 (Jul-Set/2004). Brasília: ENAP FERNANDES, Antônio Edimir Frota. Políticas Públicas e a Gestão Sócio-Ambiental: Paradigmas e Proposições do COMDEMA-Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Lavras (MG). Revista Gestão Universitária. 07 de Outubro de 2009. Disponível em: www.gestaouniversitaria.com.br. Acesso em: 10 de fevereiro de 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Perfil dos municípios brasileiros, 2008. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 de dezembro de 2009. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS – IGAM. Estudos das metas de qualidade: bacia hidrográfica do rio Paraopeba, 2005. Disponível em: www.igam.mg.gov.br. Acesso em: maio de 2010. HOLLANDA, Camilo Leite de. Estratégias de governança em resíduos sólidos no município de Urubici – SC. Florianópolis: ESAL/UFSC, 2009. 94p. TCC de Graduação. MEDEIROS, Yvonilde Dantas Pinto; FARIA, Alessandra da Silva; GONÇALVES, Maria do Socorro; BERETTA, Magda; SANTOS, Maria Elizabete. Enquadramento dos corpos d’água no semi-árido brasileiro. In: JACOBI, Pedro Roberto (Org); SINISGALLI, Paulo de Almeida (Org). Governança da água na América Latina e Europa: atores sociais, conflitos e territorialidade. São Paulo: Annablume, 2009 (Coleção Cidadania e Meio Ambiente) 21
  • 22. XV Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santo Domingo, República Dominicana, 9 - 12 Nov. 2010 Documento Libre MELO, Marcus André. Crise Federativa, guerra fiscal e “Hobbesianismo municipal” – efeitos perversos da descentralização? São Paulo. São Paulo em Perspectiva. Fundação Seade. 1996. Disponível em: www.seade.gov.br. Acesso em: 04 de fevereiro de 2010. MINAS GERAIS. Lei estadual nº 11.504. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências, de 20 de junho de 1994. MINAS GERAIS. Lei estadual nº 13.199. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências, de 29 de janeiro de 1999. MINAS Gerais. DECRETO 40398. Institui o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba e dá outras providências, de 28 de maio de 1999. PHILIPPI JR., Arlindo; MAGLIO, Ivan Carlos. COIMBRA, José de Ávila Aguiar; FRANCO, Roberto Messias (editores). Municípios e meio ambiente: perspectivas para a municipalização da gestão ambiental no Brasil. São Paulo: Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente, 1999. PHILIPPI JR., Arlindo; BRUNA, Gilda Collet. Política e Gestão Ambiental. In: Curso de Gestão Ambiental. Arlindo Philippi Jr,. Marcelo de Andrade Roméro, Gilda Collet Bruna, editores – Barueri, SP: Manole, 2004. SEIFFERT, Nelson Frederico. Política ambiental local. Florianópolis: Insular, 2008. SOUZA, Flávia Cruz de; SIQUEIRA, Jean Francisco. A convergência da Nova Administração Pública para Governança Pública: Uma análise dos artigos internacionais e nacionais publicados entre 2000 e 2006. 2007. Disponível em: www.congressousp.fipecafi.org. Acesso em: 03 de março de 2010. 22