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AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS
IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HUMANA
Fernando Alcoforado
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar os impactos do aquecimento global e da consequente mudança
climática global sobre a saúde humana e as soluções que permitam evitar suas maléficas consequências contra
a humanidade.
Abstract: This article aims to present the impacts of global warming and the consequent global climate change
on human health and the solutions to avoid its harmful consequences against humanity.
Palavras-chave: Aquecimento global; Mudança climática global; Desenvolvimento sustentável; Saúde humana.
Keywords: Global warming; Climate change; Sustainable development; Human health.
1. Introdução
Este artigo tem por objetivo apresentar os impactos do aquecimento global e da
consequente mudança climática sobre a saúde humana e as soluções que permitam evitar
suas maléficas consequências contra a humanidade. Para alcançar este objetivo, é
necessário promover uma transformação profunda da sociedade atual que tem sido
extremamente destruidora das condições de vida do planeta. Diante disso, é
imprescindível que seja edificada uma sociedade sustentável substituindo o atual modelo
econômico dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado
com o meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável.
Foi analisado o Acordo de Paris com base na COP 21 organizada pela ONU através do
qual 195 países e a União Europeia definiram como a humanidade lutará contra o
aquecimento global nas próximas décadas, bem como foi analisada literatura relacionada
com o aquecimento global e a mudança climática para extrair as conclusões que apontam
como substituir o modelo de desenvolvimento atual pelo modelo de desenvolvimento
sustentável.
2. O aquecimento global, a mudança climática e o Acordo de Paris com a COP 21
O aquecimento global é um fenômeno climático que, em grande medida, representa um
aumento na temperatura média da superfície da Terra que vem ocorrendo nos últimos 150
anos. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), instituído pela
ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que o aquecimento observado no planeta
se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa e há fortes evidências de que
o aquecimento global se deve em grande medida à ação humana. Muitos meteorologistas
e climatologistas consideram comprovado que a ação humana está realmente
influenciando a ocorrência do fenômeno. Não há dúvida de que a atividade humana na
Terra provoca mudanças no meio ambiente em que vivemos. Muitos desses impactos
ambientais são decorrentes da insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da
sociedade.
A insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da sociedade decorre do fato
de ele ser responsável pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, pela degradação
do meio ambiente do planeta, pelo rápido aumento das temperaturas globais e
consequente mudança climática que pode se tornar catastrófica para a humanidade. Estes
fatos mostram cada vez mais a necessidade de que o paradigma que norteou o
desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª Revolução Industrial precisa ser
profundamente modificado. A principal ameaça ambiental é representada pela mudança
2
climática que para evitá-la foi celebrado o Acordo de Paris na COP 21 organizada pela
ONU.
Após vários anos de negociações, impasses, avanços tímidos e fracassos, 195 países e a
União Europeia produziram na COP 21, em Paris, um acordo global que define como a
humanidade lutará contra o aquecimento global nas próximas décadas. Pela primeira vez,
todos os países do mundo se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa,
fortalecer a resiliência (capacidade de retornar ao seu estado natural, principalmente após
uma situação crítica e inusitada) e se unir em uma causa comum contra as mudanças
climáticas. O acordo não tem caráter obrigatório para todos os objetivos pelos países
como pretendia a maioria.
O objetivo declarado do Acordo de Paris foi o de conter o aumento da temperatura média
global que é de 15 °C bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais e fazer esforços
para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais,
reconhecendo que isso consistiria em reduzir significativamente os riscos e impactos das
mudanças climáticas. A referência à meta de redução de 1,5 °C surgiu graças à ação
conjunta dos países insulares, que serão condenados à extinção a longo prazo pela
elevação do nível do mar decorrente de um aquecimento global que elevasse a
temperatura em 2 °C.
Os principais cientistas climáticos do mundo advertiram que faltam apenas dois anos de
aquecimento global para alcançar um máximo de 1,5 °C de aumento na temperatura
média do planeta, além do qual até meio grau de aumento agravará significativamente os
riscos de seca, inundações, calor extremo e pobreza para centenas de milhões de pessoas.
Para manter o aumento das temperaturas entre 1,5 °C e 2 °C, a diferença de meio grau
pode impedir que os corais sejam completamente erradicados e aliviar a pressão sobre o
Ártico. Há uma base científica que mostra que o aumento da temperatura de 1,5 °C não é
apenas uma concessão política. Há um reconhecimento crescente de que considerar o
aumento de 2 °C como meta é perigoso.
Dois aspectos principais não foram considerados no Acordo de Paris: (1) a meta de longo
prazo de descarbonizar a economia até 2050 ou cortar pelo menos 70% das emissões
globais de gases de efeito estufa até meados do século 21; e 2) a meta de limitação do
aumento da temperatura média do planeta não é acompanhada por um roteiro informando
como o mundo pretende chegar a menos de 2 °C ou 1,5 °C, o que enfraquece a busca
dessa meta. Em outras palavras, a COP 21 produziu um acordo que é, na prática, uma
mera carta de intenções.
Uma questão que não foi abordada na COP 21 diz respeito à extinção das guerras que
são, também, grandes responsáveis pelo agravamento ambiental do planeta. Entre as
inúmeras consequências terríveis das guerras estão os efeitos devastadores sobre o meio
ambiente. O bombardeio de alvos militares e populações civis, a intensa movimentação
de veículos e tropas militares, a grande concentração de voos de combate, os mísseis
lançados sobre cidades e a destruição de estruturas militares e industriais durante todos
esses conflitos também provocam a emissão de metais e outros substâncias que
contaminam o solo, a água e o ar. Além da contaminação ambiental, também é necessário
considerar a modificação das paisagens naturais e a perda da biodiversidade em longo
prazo, seja pela presença de minas terrestres ou de agentes químicos dispersos no meio
ambiente. Isso também não foi considerado na COP 21.
3
O Acordo de Paris não resolve as questões fundamentais e as metas voluntárias indicadas
por cada uma das nações não são suficientes para garantir que o aumento do aquecimento
global fique bem abaixo de 2 graus Celsius em direção a 1,5 graus Celsius até o ano 2100.
Além disso, o documento não apresenta propostas que contribuam para a construção de
um modelo de desenvolvimento sustentável em nosso planeta no lugar do atual modelo
insustentável e caótico de desenvolvimento capitalista.
Por fim, é importante ressaltar que o Acordo de Paris também silencia sobre a construção
de um sistema de governança mundial que seja capaz de ordenar o meio ambiente do
planeta para evitar sua degradação que contribui para o aquecimento global e as mudanças
climáticas catastróficas e evitar a proliferação de conflitos nas relações internacionais que
se agravam a cada dia alimentando a ocorrência de guerras, inclusive uma nova guerra
mundial devastadora. Diante dessas graves omissões da COP 21, pode-se dizer que
dificilmente conseguiremos tentar evitar mudanças catastróficas no clima do planeta
Terra no século XXI.
3. O aquecimento global, a mudança climática e seus impactos sobre a saúde
humana
O aquecimento global impactará enormemente sobre a saúde da população mundial. O
aquecimento global provocará aumento de infartos e doenças respiratórias de acordo com
estudo realizado por vários pesquisadores que ressaltam somente agora reconhecerem as
repercussões do aquecimento global sobre a saúde humana. Este estudo considera que o
aumento na frequência das ondas de calor acarretará em uma duplicação ou até mesmo
em uma triplicação até 2050 dos casos de infarto e doenças respiratórias.
Haverá aumento também da quantidade de pessoas afetadas pela asma, das infecções
transmitidas por mosquitos, dos casos de envenenamento por alimentos e as infecções
virais, como a gripe aviária e a pneumonia atípica (SARS). Segundo pesquisadores, a
Austrália será uma das nações mais afetadas pela mudança climática e seus impactos na
saúde, com um crescente número de vítimas por ataques cardíacos e a multiplicação de
casos de asma, envenenamento por alimentos, enfermidades infecciosas, obesidade,
diabetes e distúrbios mentais. A mudança climática afeta diretamente a saúde humana por
meio de eventos climáticos extremos, da propagação de doenças transmitidas por vetores
e outras doenças infecciosas e do agravamento da poluição do ar. Indiretamente, a
mudança do clima afeta a saúde humana causando desnutrição, piorando as condições de
trabalho e gerando estresse mental.
O calor extremo é uma das principais causas de morte relacionadas ao clima. A
combinação de mudanças climáticas com urbanização continua a intensificar os extremos
de calor em todo o mundo. O estresse térmico afeta a produtividade e pode aumentar o
risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e renais. Mesmo o aquecimento com a
elevação da temperatura de 1°C reduz potencialmente a produtividade entre 1% e 3%
daqueles que trabalham ao ar livre. Populações pobres e sem acesso ao ar condicionado
serão as mais afetadas, pois terão mais dificuldade de escapar do calor extremo. O estresse
térmico combinado com esforço físico e falta de hidratação pode causar a doença renal
crônica (DRC), que diminui a função renal ao longo do tempo. A DRC afeta
desproporcionalmente populações pobres e trabalhadores manuais que trabalham em
condições térmicas quentes.
A segurança alimentar é determinada por fatores ambientais, sociais, políticos e
econômicos. Os problemas de disponibilidade de alimentos se tornarão mais
4
pronunciados à medida que a temperatura global aumentar. Poderá haver redução da
disponibilidade de alimentos. Para cada grau de aumento de temperatura, a produção
mundial de trigo cai em 6% e a produção mundial de arroz cai em 10%. Mudanças na
precipitação pluviométrica, aumento na temperatura média do planeta e mudanças na
composição do solo são fatores determinantes para o crescimento e a qualidade das
lavouras. A mudança climática pode reduzir o valor nutricional das lavouras, fazendo
com que a subnutrição seja considerada por alguns pesquisadores como o maior impacto
potencial da mudança climática na saúde neste século. Novas pesquisas sugerem que em
um mundo mais quente o metabolismo dos insetos aumente, fazendo com que estes
comam mais e aumentem as perdas nas lavouras.
Poderá haver escassez de água. A mudança climática está pressionando ainda mais a
segurança hídrica, alterando o ciclo hidrológico, assim como o aquecimento das camadas
de geleiras está impactando o suprimento de água doce. O Oriente Médio, a Índia, a
Antártida e a Groenlândia estão enfrentando uma significativa perda de água doce. 80%
da população mundial já está enfrentando ameaças à sua segurança hídrica, incluindo
disponibilidade de água, demanda por água e sua poluição. As populações que vivem em
áreas baixas sofrem maior risco de inundação e contaminação de suas fontes de água doce
pela elevação do nível do mar e pela salinização do solo. Temperaturas mais altas das
águas, aumento de chuvas e secas podem aumentar a poluição da água e prejudicar a
saúde humana.
Poderá ocorrer doenças transmitidas por vetores. A mudança climática provoca mudanças
na temperatura, precipitação e umidade, e como resultado, aumenta o risco de transmissão
de doenças. É esperado que a mudança climática mude os padrões de doenças com
algumas regiões enfrentando aumentos, enquanto outras podem ter reduções. A malária,
a dengue, a encefalite japonesa e a encefalite transmitida por carrapatos são doenças
infecciosas transmitidas por insetos que serão provocadas pela mudança climática. A
poluição do ar é hoje um dos principais fatores de risco à saúde, levando a aumentos
importantes da mortalidade e da morbidade via doenças cardiovasculares e pulmonares.
A poluição do ar em todo o mundo frequentemente causada pelo uso dos mesmos
combustíveis fósseis que causam a mudança climática pode fazer com que esta venha a
piorar os efeitos da poluição do ar. A poluição do ar é um grande problema principalmente
nas áreas urbanas.
4. Conclusões
A ciência mostra que os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana num
cenário de aquecimento global com aumento da temperatura de 1,5°C são menores que
os esperados em um cenário de aumento de 2°C que, por sua vez, são significativamente
menores se comparados com a situação criada em um cenário de aumento de 3°C.
Portanto, limitar o aquecimento global em 1,5°C traz benefícios substanciais para a saúde
das pessoas. Mas mesmo neste cenário as mudanças climáticas ainda criarão problemas
de saúde para muitos.
O aquecimento global e a mudança climática tendem a produzir uma verdadeira crise de
humanidade ao ameaçar sua sobrevivência tornando imprescindível a construção de um
novo modelo de sociedade ou de uma nova ordem mundial baseada no modelo de
desenvolvimento sustentável que faça com que cada país atue em nível planetário de
forma interdependente e racional com objetivos comuns sem os quais a sobrevivência dos
seres humanos e a vida no planeta poderão ser colocados em xeque.
5
Para mudar essa situação que ameaça o futuro da humanidade, é necessário promover
uma transformação profunda da sociedade atual. A insustentabilidade do atual modelo de
desenvolvimento capitalista é evidente pois tem sido extremamente destruidor das
condições de vida do planeta. Diante disso, é imprescindível que seja edificada uma
sociedade sustentável substituindo o atual modelo econômico dominante em todo o
mundo por outro que leve em conta o homem integrado com o meio ambiente, com a
natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável, meta esta não considerada
na COP 21.
Para construir uma sociedade sustentável, deveriam ser perseguidos os objetivos descritos
a seguir:
• Reduzir as emissões globais de carbono, promovendo mudanças na atual matriz
energética global baseada em combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por outra baseada
em recursos energéticos renováveis, hidroeletricidade, biomassa e energia solar e eólica,
para prevenir ou minimizar o aquecimento global e, consequentemente, a ocorrência de
mudanças catastróficas no clima da Terra, bem como na matriz de transporte global
visando sua racionalização e a utilização de eletricidade e de combustíveis renováveis em
substituição aos combustíveis fósseis.
• Reduzir a emissão de óxido nitroso para cumprir a meta da ONU de limitar o aumento
da temperatura da Terra em 2 °C.
• Melhorar a eficiência energética desenvolvendo ações para a obtenção de economia de
energia na cidade e no campo, nos edifícios, na agricultura, nas indústrias e nos
transportes em geral, contribuindo assim para a redução das emissões globais de carbono
e consequentemente, evitar o efeito de estufa.
• Fazer com que os veículos motorizados e equipamentos para usos domésticos, agrícolas
e industriais sejam mais eficientes, os edifícios sejam projetados para o máximo de
iluminação natural, refrigeração natural e economia de aquecimento, a agricultura e a
indústria sejam modelados para exigir o mínimo de recursos energéticos e matérias-
primas, contemplando também a autoprodução de energia com o aproveitamento de
resíduos de seus processos produtivos com base na logística reversa e, por fim, sejam
utilizadas novas alternativas de transporte desde a bicicleta até as de alta capacidade
baseadas em ferrovias, entre outras iniciativas.
• Combater a poluição do solo, do ar e da água, reduzindo o desperdício por meio da
reciclagem dos materiais usados e descartados.
• Restaurar e estabilizar a base biológica fazendo com que o uso da terra siga os princípios
básicos da estabilidade biológica (retenção de nutrientes, balanço de carbono, proteção
do solo, conservação da água e preservação da diversidade de espécies) e fazer com que
as áreas rurais tenham maior diversidade do que atualmente com uma gestão equilibrada
da terra onde haja rotação de culturas e cultivo de espécies, não haja lavouras
desperdiçadas, florestas tropicais sejam conservadas, não haja desmatamento para
obtenção de madeira e outros produtos, novas árvores sejam plantadas, haja esforços para
conter a desertificação transformando áreas degradadas em terras produtivas, o uso
extensivo de pastagens seja eliminado, assim como a cadeia alimentar das sociedades
afluentes inclua menos carne e mais grãos e vegetais.
6
• Ajustar o crescimento populacional aos recursos disponíveis no planeta, reduzindo suas
taxas de natalidade, principalmente em países e regiões com altas taxas de crescimento
populacional para limitar a população mundial a 10 bilhões de habitantes.
• Reduzir as desigualdades sociais, incluindo a adoção de medidas que contribuam para
o atendimento das necessidades básicas da população mundial, como alimentação,
vestuário, moradia, serviços de saúde, emprego e melhor qualidade de vida.
• Assegurar que o crescimento econômico e a riqueza resultante sejam partilhados por
toda a população, os serviços de educação permitam à população aumentar os níveis de
qualificação para o trabalho e a cultura, os serviços de saúde sejam eficazes no combate
à mortalidade infantil e contribuam para o aumento da esperança de vida da população,
todos os homens e mulheres tenham moradia digna e haja investimentos públicos e
privados no nível necessário que contribuam para a redução do desemprego em massa
como resultado da crise geral do sistema capitalista mundial que tende a se agravar no
futuro.
REFERÊNCIAS
ALCOFORADO, Fernando. Catastrophic climate change requires new society model.
Article published in the Journal of Environmental Science Current Research on May 5,
2020.
ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento Global e Catástrofe Planetária. Santa Cruz do
Rio Pardo, São Paulo: Viena- Editora e Gráfica, 2010.
CLIMA INFO. Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde em cenários de
aquecimento de 1,5°C – 2°C – e 3°C. Disponível no website
<https://climainfo.org.br/2018/10/21/impactos-a-saude-do-aquecimento-global/>.
REINACH, Fernando. Aquecimento pode reduzir produção de alimentos. Estado de São
Paulo, 09/08/2006.
SUSTENTÁVEL BLOG. Mudança climática impacta a saúde, aponta OMS. Disponível
no website <https://cebds.org/mudanca-climatica-impacta-a-saude-aponta-
oms/?gclid=Cj0KCQjwraqHBhDsARIsAKuGZeEcBObg5q3Dq9Y8Niil_qcyATXJoZB
NuYtiKeYCwa-cg3ZLy8bKuTIaAj0nEALw_wcB#.YOsJCOhKjcc>.
UOL Ciência e Saúde. Aquecimento global provocará aumento de infartos e doenças
respiratórias. 31/10/2007.
Autor
Fernando Alcoforado é Doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional
pela Universidade de Barcelona, Espanha, Graduado em Engenharia Elétrica pela UFBA
- Universidade Federal da Bahia, Brasil e Especialista em Engenharia Econômica e
Administração Industrial pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
Atualmente é membro do Instituto Politécnico da Bahia (IPB), atua como professor dos
cursos de pós-graduação em Administração, Economia e Engenharia de diversas
instituições de ensino brasileiras e como Consultor nas áreas de planejamento estratégico,
planejamento regional, planejamento de sistemas de ciência, tecnologia e inovação e
planejamento de sistemas de energia. Exerceu os cargos de Coordenador de Planejamento
7
Estratégico do Ceped- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, Secretário de
Planejamento da Cidade de Salvador, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia,
Presidente do IRAE - Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos, Diretor da Faculdade
de Administração das Faculdades Integradas Olga Mettig de Salvador, Bahia e Consultor
da Winrock International na área de energias renováveis e da UNESCO- Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura e Cultura. Recebeu a Medalha do
Mérito Brasileiro de Engenharia do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia do Brasil) e é membro titular da Academia de Educação da Bahia. É autor de
15 livros que tratam de temas relacionados com a Economia Brasileira, Energia,
Desenvolvimento Econômico e Social, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia,
Cosmologia, Aquecimento Global, Mudança Climática e Globalização.

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AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HUMANA

  • 1. 1 AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HUMANA Fernando Alcoforado Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar os impactos do aquecimento global e da consequente mudança climática global sobre a saúde humana e as soluções que permitam evitar suas maléficas consequências contra a humanidade. Abstract: This article aims to present the impacts of global warming and the consequent global climate change on human health and the solutions to avoid its harmful consequences against humanity. Palavras-chave: Aquecimento global; Mudança climática global; Desenvolvimento sustentável; Saúde humana. Keywords: Global warming; Climate change; Sustainable development; Human health. 1. Introdução Este artigo tem por objetivo apresentar os impactos do aquecimento global e da consequente mudança climática sobre a saúde humana e as soluções que permitam evitar suas maléficas consequências contra a humanidade. Para alcançar este objetivo, é necessário promover uma transformação profunda da sociedade atual que tem sido extremamente destruidora das condições de vida do planeta. Diante disso, é imprescindível que seja edificada uma sociedade sustentável substituindo o atual modelo econômico dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado com o meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável. Foi analisado o Acordo de Paris com base na COP 21 organizada pela ONU através do qual 195 países e a União Europeia definiram como a humanidade lutará contra o aquecimento global nas próximas décadas, bem como foi analisada literatura relacionada com o aquecimento global e a mudança climática para extrair as conclusões que apontam como substituir o modelo de desenvolvimento atual pelo modelo de desenvolvimento sustentável. 2. O aquecimento global, a mudança climática e o Acordo de Paris com a COP 21 O aquecimento global é um fenômeno climático que, em grande medida, representa um aumento na temperatura média da superfície da Terra que vem ocorrendo nos últimos 150 anos. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que o aquecimento observado no planeta se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa e há fortes evidências de que o aquecimento global se deve em grande medida à ação humana. Muitos meteorologistas e climatologistas consideram comprovado que a ação humana está realmente influenciando a ocorrência do fenômeno. Não há dúvida de que a atividade humana na Terra provoca mudanças no meio ambiente em que vivemos. Muitos desses impactos ambientais são decorrentes da insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da sociedade. A insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da sociedade decorre do fato de ele ser responsável pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, pela degradação do meio ambiente do planeta, pelo rápido aumento das temperaturas globais e consequente mudança climática que pode se tornar catastrófica para a humanidade. Estes fatos mostram cada vez mais a necessidade de que o paradigma que norteou o desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª Revolução Industrial precisa ser profundamente modificado. A principal ameaça ambiental é representada pela mudança
  • 2. 2 climática que para evitá-la foi celebrado o Acordo de Paris na COP 21 organizada pela ONU. Após vários anos de negociações, impasses, avanços tímidos e fracassos, 195 países e a União Europeia produziram na COP 21, em Paris, um acordo global que define como a humanidade lutará contra o aquecimento global nas próximas décadas. Pela primeira vez, todos os países do mundo se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, fortalecer a resiliência (capacidade de retornar ao seu estado natural, principalmente após uma situação crítica e inusitada) e se unir em uma causa comum contra as mudanças climáticas. O acordo não tem caráter obrigatório para todos os objetivos pelos países como pretendia a maioria. O objetivo declarado do Acordo de Paris foi o de conter o aumento da temperatura média global que é de 15 °C bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais e fazer esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso consistiria em reduzir significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas. A referência à meta de redução de 1,5 °C surgiu graças à ação conjunta dos países insulares, que serão condenados à extinção a longo prazo pela elevação do nível do mar decorrente de um aquecimento global que elevasse a temperatura em 2 °C. Os principais cientistas climáticos do mundo advertiram que faltam apenas dois anos de aquecimento global para alcançar um máximo de 1,5 °C de aumento na temperatura média do planeta, além do qual até meio grau de aumento agravará significativamente os riscos de seca, inundações, calor extremo e pobreza para centenas de milhões de pessoas. Para manter o aumento das temperaturas entre 1,5 °C e 2 °C, a diferença de meio grau pode impedir que os corais sejam completamente erradicados e aliviar a pressão sobre o Ártico. Há uma base científica que mostra que o aumento da temperatura de 1,5 °C não é apenas uma concessão política. Há um reconhecimento crescente de que considerar o aumento de 2 °C como meta é perigoso. Dois aspectos principais não foram considerados no Acordo de Paris: (1) a meta de longo prazo de descarbonizar a economia até 2050 ou cortar pelo menos 70% das emissões globais de gases de efeito estufa até meados do século 21; e 2) a meta de limitação do aumento da temperatura média do planeta não é acompanhada por um roteiro informando como o mundo pretende chegar a menos de 2 °C ou 1,5 °C, o que enfraquece a busca dessa meta. Em outras palavras, a COP 21 produziu um acordo que é, na prática, uma mera carta de intenções. Uma questão que não foi abordada na COP 21 diz respeito à extinção das guerras que são, também, grandes responsáveis pelo agravamento ambiental do planeta. Entre as inúmeras consequências terríveis das guerras estão os efeitos devastadores sobre o meio ambiente. O bombardeio de alvos militares e populações civis, a intensa movimentação de veículos e tropas militares, a grande concentração de voos de combate, os mísseis lançados sobre cidades e a destruição de estruturas militares e industriais durante todos esses conflitos também provocam a emissão de metais e outros substâncias que contaminam o solo, a água e o ar. Além da contaminação ambiental, também é necessário considerar a modificação das paisagens naturais e a perda da biodiversidade em longo prazo, seja pela presença de minas terrestres ou de agentes químicos dispersos no meio ambiente. Isso também não foi considerado na COP 21.
  • 3. 3 O Acordo de Paris não resolve as questões fundamentais e as metas voluntárias indicadas por cada uma das nações não são suficientes para garantir que o aumento do aquecimento global fique bem abaixo de 2 graus Celsius em direção a 1,5 graus Celsius até o ano 2100. Além disso, o documento não apresenta propostas que contribuam para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável em nosso planeta no lugar do atual modelo insustentável e caótico de desenvolvimento capitalista. Por fim, é importante ressaltar que o Acordo de Paris também silencia sobre a construção de um sistema de governança mundial que seja capaz de ordenar o meio ambiente do planeta para evitar sua degradação que contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas catastróficas e evitar a proliferação de conflitos nas relações internacionais que se agravam a cada dia alimentando a ocorrência de guerras, inclusive uma nova guerra mundial devastadora. Diante dessas graves omissões da COP 21, pode-se dizer que dificilmente conseguiremos tentar evitar mudanças catastróficas no clima do planeta Terra no século XXI. 3. O aquecimento global, a mudança climática e seus impactos sobre a saúde humana O aquecimento global impactará enormemente sobre a saúde da população mundial. O aquecimento global provocará aumento de infartos e doenças respiratórias de acordo com estudo realizado por vários pesquisadores que ressaltam somente agora reconhecerem as repercussões do aquecimento global sobre a saúde humana. Este estudo considera que o aumento na frequência das ondas de calor acarretará em uma duplicação ou até mesmo em uma triplicação até 2050 dos casos de infarto e doenças respiratórias. Haverá aumento também da quantidade de pessoas afetadas pela asma, das infecções transmitidas por mosquitos, dos casos de envenenamento por alimentos e as infecções virais, como a gripe aviária e a pneumonia atípica (SARS). Segundo pesquisadores, a Austrália será uma das nações mais afetadas pela mudança climática e seus impactos na saúde, com um crescente número de vítimas por ataques cardíacos e a multiplicação de casos de asma, envenenamento por alimentos, enfermidades infecciosas, obesidade, diabetes e distúrbios mentais. A mudança climática afeta diretamente a saúde humana por meio de eventos climáticos extremos, da propagação de doenças transmitidas por vetores e outras doenças infecciosas e do agravamento da poluição do ar. Indiretamente, a mudança do clima afeta a saúde humana causando desnutrição, piorando as condições de trabalho e gerando estresse mental. O calor extremo é uma das principais causas de morte relacionadas ao clima. A combinação de mudanças climáticas com urbanização continua a intensificar os extremos de calor em todo o mundo. O estresse térmico afeta a produtividade e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e renais. Mesmo o aquecimento com a elevação da temperatura de 1°C reduz potencialmente a produtividade entre 1% e 3% daqueles que trabalham ao ar livre. Populações pobres e sem acesso ao ar condicionado serão as mais afetadas, pois terão mais dificuldade de escapar do calor extremo. O estresse térmico combinado com esforço físico e falta de hidratação pode causar a doença renal crônica (DRC), que diminui a função renal ao longo do tempo. A DRC afeta desproporcionalmente populações pobres e trabalhadores manuais que trabalham em condições térmicas quentes. A segurança alimentar é determinada por fatores ambientais, sociais, políticos e econômicos. Os problemas de disponibilidade de alimentos se tornarão mais
  • 4. 4 pronunciados à medida que a temperatura global aumentar. Poderá haver redução da disponibilidade de alimentos. Para cada grau de aumento de temperatura, a produção mundial de trigo cai em 6% e a produção mundial de arroz cai em 10%. Mudanças na precipitação pluviométrica, aumento na temperatura média do planeta e mudanças na composição do solo são fatores determinantes para o crescimento e a qualidade das lavouras. A mudança climática pode reduzir o valor nutricional das lavouras, fazendo com que a subnutrição seja considerada por alguns pesquisadores como o maior impacto potencial da mudança climática na saúde neste século. Novas pesquisas sugerem que em um mundo mais quente o metabolismo dos insetos aumente, fazendo com que estes comam mais e aumentem as perdas nas lavouras. Poderá haver escassez de água. A mudança climática está pressionando ainda mais a segurança hídrica, alterando o ciclo hidrológico, assim como o aquecimento das camadas de geleiras está impactando o suprimento de água doce. O Oriente Médio, a Índia, a Antártida e a Groenlândia estão enfrentando uma significativa perda de água doce. 80% da população mundial já está enfrentando ameaças à sua segurança hídrica, incluindo disponibilidade de água, demanda por água e sua poluição. As populações que vivem em áreas baixas sofrem maior risco de inundação e contaminação de suas fontes de água doce pela elevação do nível do mar e pela salinização do solo. Temperaturas mais altas das águas, aumento de chuvas e secas podem aumentar a poluição da água e prejudicar a saúde humana. Poderá ocorrer doenças transmitidas por vetores. A mudança climática provoca mudanças na temperatura, precipitação e umidade, e como resultado, aumenta o risco de transmissão de doenças. É esperado que a mudança climática mude os padrões de doenças com algumas regiões enfrentando aumentos, enquanto outras podem ter reduções. A malária, a dengue, a encefalite japonesa e a encefalite transmitida por carrapatos são doenças infecciosas transmitidas por insetos que serão provocadas pela mudança climática. A poluição do ar é hoje um dos principais fatores de risco à saúde, levando a aumentos importantes da mortalidade e da morbidade via doenças cardiovasculares e pulmonares. A poluição do ar em todo o mundo frequentemente causada pelo uso dos mesmos combustíveis fósseis que causam a mudança climática pode fazer com que esta venha a piorar os efeitos da poluição do ar. A poluição do ar é um grande problema principalmente nas áreas urbanas. 4. Conclusões A ciência mostra que os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana num cenário de aquecimento global com aumento da temperatura de 1,5°C são menores que os esperados em um cenário de aumento de 2°C que, por sua vez, são significativamente menores se comparados com a situação criada em um cenário de aumento de 3°C. Portanto, limitar o aquecimento global em 1,5°C traz benefícios substanciais para a saúde das pessoas. Mas mesmo neste cenário as mudanças climáticas ainda criarão problemas de saúde para muitos. O aquecimento global e a mudança climática tendem a produzir uma verdadeira crise de humanidade ao ameaçar sua sobrevivência tornando imprescindível a construção de um novo modelo de sociedade ou de uma nova ordem mundial baseada no modelo de desenvolvimento sustentável que faça com que cada país atue em nível planetário de forma interdependente e racional com objetivos comuns sem os quais a sobrevivência dos seres humanos e a vida no planeta poderão ser colocados em xeque.
  • 5. 5 Para mudar essa situação que ameaça o futuro da humanidade, é necessário promover uma transformação profunda da sociedade atual. A insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento capitalista é evidente pois tem sido extremamente destruidor das condições de vida do planeta. Diante disso, é imprescindível que seja edificada uma sociedade sustentável substituindo o atual modelo econômico dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado com o meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável, meta esta não considerada na COP 21. Para construir uma sociedade sustentável, deveriam ser perseguidos os objetivos descritos a seguir: • Reduzir as emissões globais de carbono, promovendo mudanças na atual matriz energética global baseada em combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por outra baseada em recursos energéticos renováveis, hidroeletricidade, biomassa e energia solar e eólica, para prevenir ou minimizar o aquecimento global e, consequentemente, a ocorrência de mudanças catastróficas no clima da Terra, bem como na matriz de transporte global visando sua racionalização e a utilização de eletricidade e de combustíveis renováveis em substituição aos combustíveis fósseis. • Reduzir a emissão de óxido nitroso para cumprir a meta da ONU de limitar o aumento da temperatura da Terra em 2 °C. • Melhorar a eficiência energética desenvolvendo ações para a obtenção de economia de energia na cidade e no campo, nos edifícios, na agricultura, nas indústrias e nos transportes em geral, contribuindo assim para a redução das emissões globais de carbono e consequentemente, evitar o efeito de estufa. • Fazer com que os veículos motorizados e equipamentos para usos domésticos, agrícolas e industriais sejam mais eficientes, os edifícios sejam projetados para o máximo de iluminação natural, refrigeração natural e economia de aquecimento, a agricultura e a indústria sejam modelados para exigir o mínimo de recursos energéticos e matérias- primas, contemplando também a autoprodução de energia com o aproveitamento de resíduos de seus processos produtivos com base na logística reversa e, por fim, sejam utilizadas novas alternativas de transporte desde a bicicleta até as de alta capacidade baseadas em ferrovias, entre outras iniciativas. • Combater a poluição do solo, do ar e da água, reduzindo o desperdício por meio da reciclagem dos materiais usados e descartados. • Restaurar e estabilizar a base biológica fazendo com que o uso da terra siga os princípios básicos da estabilidade biológica (retenção de nutrientes, balanço de carbono, proteção do solo, conservação da água e preservação da diversidade de espécies) e fazer com que as áreas rurais tenham maior diversidade do que atualmente com uma gestão equilibrada da terra onde haja rotação de culturas e cultivo de espécies, não haja lavouras desperdiçadas, florestas tropicais sejam conservadas, não haja desmatamento para obtenção de madeira e outros produtos, novas árvores sejam plantadas, haja esforços para conter a desertificação transformando áreas degradadas em terras produtivas, o uso extensivo de pastagens seja eliminado, assim como a cadeia alimentar das sociedades afluentes inclua menos carne e mais grãos e vegetais.
  • 6. 6 • Ajustar o crescimento populacional aos recursos disponíveis no planeta, reduzindo suas taxas de natalidade, principalmente em países e regiões com altas taxas de crescimento populacional para limitar a população mundial a 10 bilhões de habitantes. • Reduzir as desigualdades sociais, incluindo a adoção de medidas que contribuam para o atendimento das necessidades básicas da população mundial, como alimentação, vestuário, moradia, serviços de saúde, emprego e melhor qualidade de vida. • Assegurar que o crescimento econômico e a riqueza resultante sejam partilhados por toda a população, os serviços de educação permitam à população aumentar os níveis de qualificação para o trabalho e a cultura, os serviços de saúde sejam eficazes no combate à mortalidade infantil e contribuam para o aumento da esperança de vida da população, todos os homens e mulheres tenham moradia digna e haja investimentos públicos e privados no nível necessário que contribuam para a redução do desemprego em massa como resultado da crise geral do sistema capitalista mundial que tende a se agravar no futuro. REFERÊNCIAS ALCOFORADO, Fernando. Catastrophic climate change requires new society model. Article published in the Journal of Environmental Science Current Research on May 5, 2020. ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento Global e Catástrofe Planetária. Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo: Viena- Editora e Gráfica, 2010. CLIMA INFO. Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde em cenários de aquecimento de 1,5°C – 2°C – e 3°C. Disponível no website <https://climainfo.org.br/2018/10/21/impactos-a-saude-do-aquecimento-global/>. REINACH, Fernando. Aquecimento pode reduzir produção de alimentos. Estado de São Paulo, 09/08/2006. SUSTENTÁVEL BLOG. Mudança climática impacta a saúde, aponta OMS. Disponível no website <https://cebds.org/mudanca-climatica-impacta-a-saude-aponta- oms/?gclid=Cj0KCQjwraqHBhDsARIsAKuGZeEcBObg5q3Dq9Y8Niil_qcyATXJoZB NuYtiKeYCwa-cg3ZLy8bKuTIaAj0nEALw_wcB#.YOsJCOhKjcc>. UOL Ciência e Saúde. Aquecimento global provocará aumento de infartos e doenças respiratórias. 31/10/2007. Autor Fernando Alcoforado é Doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, Espanha, Graduado em Engenharia Elétrica pela UFBA - Universidade Federal da Bahia, Brasil e Especialista em Engenharia Econômica e Administração Industrial pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Atualmente é membro do Instituto Politécnico da Bahia (IPB), atua como professor dos cursos de pós-graduação em Administração, Economia e Engenharia de diversas instituições de ensino brasileiras e como Consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento regional, planejamento de sistemas de ciência, tecnologia e inovação e planejamento de sistemas de energia. Exerceu os cargos de Coordenador de Planejamento
  • 7. 7 Estratégico do Ceped- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, Secretário de Planejamento da Cidade de Salvador, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Presidente do IRAE - Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos, Diretor da Faculdade de Administração das Faculdades Integradas Olga Mettig de Salvador, Bahia e Consultor da Winrock International na área de energias renováveis e da UNESCO- Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura e Cultura. Recebeu a Medalha do Mérito Brasileiro de Engenharia do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia do Brasil) e é membro titular da Academia de Educação da Bahia. É autor de 15 livros que tratam de temas relacionados com a Economia Brasileira, Energia, Desenvolvimento Econômico e Social, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Cosmologia, Aquecimento Global, Mudança Climática e Globalização.