O texto discute o que é literatura infantil, como ela ensina valores morais para crianças por meio de histórias, e os desafios de inserir esses ensinamentos em obras contemporâneas. A autora explica que literatura infantil usa o lúdico para transformar crianças e ensinar lições, mas que a separação moderna de bem e mal torna isso mais difícil. Ainda assim, todos precisam de explicações mágicas, então contos sempre serão relevantes.
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[Resenha] Afinal, o que é Literatura Infantil?
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AFINAL, O QUE É LITERATURA INFANTIL?
ANA FABYELY KAMS
Cristiane Madanêlo de Oliveira é Mestra em Literatura Brasileira pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em literatura infantil,
juvenil e brasileira. Atualmente trabalha no Colégio de Aplicação – UFRJ,
atuando sempre em temas relacionados à Literatura.
O texto “Afinal, o que é Literatura Infantil?”, é designado àqueles que
buscam explicações voltadas para o conceito de literatura infantil: como trabalhar
e qual a melhor forma de desenvolver senso crítico e moral nas crianças, em que
sua fase de percepção para o mundo ao seu redor está aguçada. A autora relata
acerca do conhecimento simples, por assim dizer, que é repassado por meio dos
livros infantis, porém que resgatam e denotam imenso valor as crianças. A leitura
é dirigida a acadêmicos e pessoas que estão predispostas a obter um
conhecimento específico ou uma visão que vai além do seu saber empírico a
assuntos envolvidos na abordagem de um aprendizado mais singelo e
significativo para pequenos, que influenciam em bons frutos no caráter quando
estes já estiverem maiores.
Como é referida ao longo de todo o texto, a principal ênfase é dada nas
formas de transformações que o lúdico proporciona ao meio infantil. Como é
uma modalidade trabalhada por educadores no intuito de passar uma lição moral;
de forma que as crianças tenham seus anseios minimizados, e que vejam a
história e os personagens como ponto para identificarem a si mesmos dentro do
campo literal. A autenticidade da literatura infantil é totalmente voltada para isso,
além é claro, da intenção meramente pedagógica e didática, investindo e
instigando o hábito da leitura.
2. Há verdadeiros pontos positivos que são frisados, assim como: essa
interação do que está dentro do texto infantil e que transborda ensinamentos que
ajudam a desenvolver a capacidade da criança no acreditar, imaginar, criar e
difundir o que há no interior de cada um, como forma de entender ou uma
nova visão do exterior. Essa significação de sentidos não é nada mais
que “experiências mágicas” que ocorrem ao longo da vida do ser humano.
Entretanto, a outra face que há no meio da literatura infantil é o modo de como
ela deve ser retratada nos dias de hoje, tendo em vista, que a maioria das obras
mais conhecidas e que trazem essa bagagem de estrutura que tende a valorizar a
mágica na natureza humana em reconhecer o que é espontâneo, esplendoroso e
importante não pela capa, mas pelo que há dentro. Tudo isso era visto pelas
crianças como válvula de escape do mundo que não compreendiam, e utilizar a
imaginação para se colocar no lugar dos personagens, absorvendo o que de fato
trás a história é algo que começa a se questionar no ensino desta atualidade.
Vejamos, após o ciclo onde a “Era Literária” ser um bem para todos;
onde fadas, fábulas e contos eram passados como forma de ensinamento, e que
isso servia também como explicação para certas ações humanas, tornou-se
comum que o bem e o mal, certo e errado fossem vistos como aquilo que
mantinha os valores à vista, influenciando na conduta que deveriam ter. Isso
simbolizava para os leigos, puro poder que mexia com o inconsciente, levando-os
a resolver conflitos interiores e que surgem a partir desta etapa da vida, onde tudo
é tomado como exemplo a seguir.
Portanto através do texto, vemos que a ética que é passada neste gênero
não necessariamente serve exclusivamente para crianças, mas também para
aqueles que buscam uma nova visão sobre a vida, já que a base dos contextos
explorados nessas obras são assuntos que traduzem a ética moral que a pessoa
deve ter, boas ações, astúcia e perspicaz quanto à natureza que nos rodeia. O
texto no remete imensamente aos momentos em que quando crianças, tomamos
como base para nossas atitudes, determinada leitura que fizemos ou que nos fora
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feita. Contudo, um problema que a literatura infantil contemporânea convive é
justamente como voltar a inserir esses ensinamentos em novas obras, sendo que a
vida moderna tão pouco se preocupa com esses aspectos. O bem e o mal tomou
uma nova perspectiva, podendo o mal não ser apenas mal, e o bom não
inteiramente bom. Essa divergência entre conceitos ocasiona na perda do espaço
literário infantil, logo que está enraizada a separação do bem e do mal, essa nova
ideia de conceito do século XXI não interage com o que era visto no passado.
Assim sendo, quem acaba perdendo com isso são os leitores, crianças e não
apenas crianças, o homem continua ainda com essa necessidade de acreditar no
mágico, querendo explicar o que acontece em particular. Nesse sentido os contos
de fadas/bruxas serão sempre responsáveis para sugerir questões internas e qual é
o método mais propício para a felicidade. É apenas isso que ela, a literatura
infantil busca enfatizar ao final.
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