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Orientações para atendimento e
profilaxia das IST e HIV em vítimas
de violência sexual
Prefeitura Municipal de Limeira
Secretaria da Saúde
Programa Municipal IST/HIV
Limeira/SP Brasil
Protocolo profilaxia das IST e HIV em
vítimas de violência Sexual
• HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA
• Registrar em prontuário:
• 1) local, dia e hora aproximada da violência sexual.
• 2) tipo(s) de violência sexual sofrido(s).
• 3) forma(s) de constrangimento utilizada(s).
• 4) tipificação e número de autores da violência.
• 5) órgão que realizou o encaminhamento
• PROVIDÊNCIAS INSTITUÍDAS
• Verificar eventuais medidas prévias:
• 1) atendimento de emergência em outro serviço de saúde e medidas realizadas.
• 2) realização do Boletim de Ocorrência Policial.
• 3) realização do exame pericial de Corpo de Delito e Conjunção Carnal.
• 4) comunicação ao Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e da Juventude (para crianças e
adolescentes).
• 5) outras medidas legais cabíveis.
• ACESSO À REDE DE ATENÇÃO
• Verificar o acesso e a necessidade da mulher às diferentes possibilidades de apoio familiar e social,
incluindo-se a questão de abrigos de proteção
• Após o atendimento médico, se a mulher tiver
condições, poderá ir à delegacia para lavrar o Boletim
de Ocorrência Policial, prestar depoimento, ou
submeter-se a exame pelos peritos do IML. Se, por
alguma razão, não for mais possível a realização dos
exames periciais diretamente pelo IML, os peritos
podem fazer o laudo de forma indireta, com base no
prontuário médico. Assim, os dados sobre a violência
sofrida e suas circunstâncias, bem como os achados do
exame físico e as medidas instituídas, devem ser
cuidadosamente descritos e registrados em prontuário.
• O atendimento na rede de saúde, por vezes, pode ser a
primeira oportunidade de revelação de uma situação de
violência. A possibilidade de diagnosticar a situação deve
ser valorizada pelo profissional, fazendo as perguntas
adequadas e investigando hipóteses diagnósticas. O
compromisso de confidência é fundamental para
conquistar a confiança necessária não só à revelação da
situação como à continuidade do atendimento. O sigilo no
atendimento é garantido, principalmente, pela postura
ética dos profissionais envolvidos e isso inclui o cuidado
com a utilização de prontuários, anotações, e a adequação
da comunicação entre a equipe
• Para evitar que a usuária tenha de ir repetidas
vezes ao serviço de saúde, deve-se criar um
fluxograma de modo a conferir agilidade e
resolutividade sistemática ao atendimento. Da
mesma forma, para evitar que a usuária tenha de
repetir sua história para os diferentes
profissionais da equipe, a equipe deve propor
formas de registro unificado que reúna as
observações específicas de todos os profissionais
envolvidos.
• O setor de saúde, por ser um dos espaços privilegiados para
identificação das mulheres e adolescentes em situação de violência
sexual, tem papel fundamental na definição e articulação dos
serviços e organizações que, direta ou indiretamente, atendem
situações de violência sexual. Os gestores municipais e estaduais
têm papel decisivo na organização de redes integradas de
atendimento, na capacitação de recursos humanos, na provisão de
insumos e na divulgação dessa rede para o público em geral. É
necessário que todos os serviços de orientação ou atendimento
tenham pelo menos uma listagem com endereços e telefones das
instituições componentes da rede. Essa lista deve ser do
conhecimento de todos os colaboradores dos serviços, permitindo
que as mulheres tenham acesso a ela sempre que necessário e que
possam conhecê-la independentemente de situações emergenciais.
• Grande parte dos crimes sexuais ocorre durante a idade reprodutiva
da mulher. O risco de gravidez, decorrente dessa violência, varia
entre 0,5 e 5%, considerando-se a aleatoriedade da violência em
relação ao período do ciclo menstrual, bem como se a violência foi
um caso isolado ou se é uma violência continuada. No entanto, a
gravidez decorrente de violência sexual representa, para grande
parte das mulheres, uma segunda forma de violência. A
complexidade dessa situação e os danos por ela provocados podem
ser evitados, em muitos casos, com a utilização da Anticoncepção
de Emergência (AE). O método anticonceptivo pode prevenir a
gravidez forçada e indesejada utilizando compostos hormonais
concentrados e por curto período de tempo. Os gestores de saúde
têm a responsabilidade de garantir a disponibilidade e o acesso
adequado a AE.
• A AE deve ser prescrita para todas as mulheres e adolescentes
expostas à gravidez, através de contato certo ou duvidoso com
sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se
encontrem, que tenham tido a primeira menstruação e que estejam
antes da menopausa. A AE é desnecessária se a mulher ou a
adolescente estiver usando regularmente método anticonceptivo
de elevada eficácia no momento da violência sexual, a exemplo do
anticoncepcional oral ou injetável, esterilização cirúrgica ou DIU.
Obviamente também só se aplica se houve ejaculação vaginal, pois
em caso de coito oral ou anal não é necessária. A AE hormonal
constitui o método de eleição devido seu baixo custo, boa
tolerabilidade, eficácia elevada e ausência de contraindicações
absolutas.
• O método de primeira escolha da AE hormonal
consiste no uso exclusivo de um progestágeno, o
levonorgestrel, na dose total de 1,5 mg. Nas
apresentações comerciais contendo dois comprimidos,
cada um com 0,75 mg de levonorgestrel, recomenda-se
o uso de dois comprimidos, via oral, em dose única.
Nas apresentações com um comprimido de 1,5 mg de
levonorgestrel, recomenda-se o uso de um
comprimido, via oral, em dose única. A AE deve ser
realizada quanto antes possível, dentro do limite de
cinco dias
• Mulheres e adolescentes podem usar a AE com
segurança, mesmo aquelas com contraindicação aos
AHOC. A única contraindicação absoluta da AE,
categoria 4 da OMS, é a gravidez confirmada.
• A eficácia da AE é elevada, com índice de efetividade
médio de 75% a 80% e índice de Pearl (índice de falha)
de cerca de 2%. Significa dizer que a AE pode evitar, em
média, três de cada quatro gestações que ocorreriam
após a violência sexual. No entanto, a eficácia da AE
pode variar em função do número de horas entre a
violência sexual e sua administração.
• Entre o 4° e 5° dia da violência sexual a AE
ainda oferece razoável proteção, embora com
taxas de falha expressivamente maiores.
Portanto, a AE deve ser administrada tão
rápido quanto possível dentro dos cinco dias
da violência sexual. Preferencialmente até 72
horas após o episódio.
• As Infecções sexualmente transmissíveis (IST) adquiridas em
decorrência da violência sexual podem implicar graves
consequências físicas e emocionais. A prevalência de IST em
situações de violência sexual é elevada, e o risco de infecção
depende de diversas variáveis, como o tipo de violência sofrida
(vaginal, anal ou oral), o número de agressores, o tempo de
exposição (única, múltipla ou crônica), a ocorrência de
traumatismos genitais, a idade e susceptibilidade da mulher, a
condição himenal, a presença de IST e a forma de constrangimento
utilizada pelo agressor. Estudos têm mostrado que, dentre
mulheres que sofreram violência sexual, 16 a 58% delas adquirem
pelo menos uma IST, com taxas variáveis de infecção para cada
agente específico. A prevalência de IST em grávidas que sofreram
abuso sexual é maior quando comparada a não expostas a este tipo
de violência.
• Parcela significativa das infecções genitais
decorrentes de violência sexual pode ser evitada.
Doenças como gonorréia, sífilis, infecção por
clamídia, tricomoníase e cancro mole podem ser
prevenidas com o uso de medicamentos de
reconhecida eficácia. Esta medida é fundamental
para proteger a saúde sexual e reprodutiva das
mulheres dos possíveis e intensos impactos da
violência sexual.
• A penicilina ainda é a medicação de escolha para sífilis,
apresenta excelente relação custo-benefício e deve ser
dispensada e administrada nas unidades básicas de
saúde. A maioria das reações anafiláticas à penicilina
ocorre em 10-40/100.000 injeções aplicadas, com
aproximadamente dois óbitos por 100.000
tratamentos. A Portaria 156/GM/MS, de 19 de janeiro
de 2006, dispõe sobre o uso da penicilina na atenção
básica à saúde e nas demais unidades do Sistema
Único de Saúde (SUS).
• A gravidez, em qualquer idade gestacional,
não contraindica o esquema profilático. A
ciprofloxacina está contraindicada durante a
gestação. O metronidazol deve ser evitado
durante o primeiro trimestre da gravidez, e
também se houver a indicação do uso de
antirretrovirais para a profilaxia do HIV.
Esquema de medicamentos
• Penicilina G Benzatina – 2,4 milhões UI dose
única dividida em duas aplicações de
1.200.000 UI em cada nádega via I.M.
• Para alérgicos a Penicilina – Eritromicina 500
mg V.O. de 6/6 h por 30 dias.
• Se peso < 45 K usar Eritromicina 50 mg/K/dia
6/6h 30 dias. Esse procedimento é profilático
para Sífilis.
• Azitromicina 1g V.O. dose única( 2
comprimidos de 500 mg).
• Se peso < 45 K – Azitromicina 200 mg/K V.O.
dose única – máx 1 g.
• Esse procedimento é profilático para Cancro
mole.
• Contra-indicado no 1º trimestre de gravidez.
Neste caso usar Amoxicilina 500 mg 8/8h 7
dias.
• Metronidazol 2g V.O. dose única ( 8
comprimidos de 250 mg). Se peso > 45 Kg –
Metronidazol 15 mg/Kg/dia 8/8h 7 dias.
• Segunda opção – Tinidazol 2g V.O. dose única (
4 comprimidos de 500 mg).
• Se peso < 45 Kg Metronidazol 15 mg/Kg/dia
8/8h por 7 dias. Esse procedimento é
profilático para Clamídia e Tricomonas.
• Ciprofloxacino 500 mg V.O. dose única. Contra
indicado em gestantes e menores de 18 anos.
Evitar uso concomitante de antiácidos. Esse
procedimento é profilático para Gonorréia.
• Anticoncepção de emergência é feita
(considerando que a mulher não toma
contraceptivos) com Levonorgestrel 0,75 mg 2
comprimidos em dose única.
• Informar sobre a Lei Maria da Penha e Aborto
Legal, bem como sobre a importância de
acompanhamento laboratorial e eventuais
atrasos menstruais.
Antirretrovirais para profilaxia HIV
Se o agressor é sabidamente HIV+ procurar o
ambulatório SEMIL para instaurar a mesma
terapia usada pelo agressor. Em finais de semana
usar Terapia Antirretroviral disponível em Pronto
Socorro de Hospital Referenciado até consulta
com médico infectologista especializado.
Se a sorologia do agressor é desconhecida: usar
Terapia Antirretroviral indicada pelo Serviço de
Saúde. Sempre encaminhar ao SEMIL.
• A profilaxia com antirretroviral está recomendada
em casos de penetração vaginal e/ou anal nas
primeiras 72 horas após a violência. Em situações
de exposição envolvendo sexo oral, mesmo com
ejaculação dentro da cavidade oral a relação risco
benefício deve ser cuidadosamente considerada e
a decisão individualizada, levando em
consideração o desejo da vítima em realizar a
profilaxia, a presença de lesões na cavidade oral e
o conhecimento do status sorológico do agressor.
Esquema simplificado recomendações
de profilaxia ARV
• Recomendada - Violência sexual com penetração
vaginal e/ou anal desprotegida com ejaculação sofrida
há menos de 72 horas
• Individualizar decisão - Penetração oral com
ejaculação
• Não recomendada - Penetração oral sem ejaculação
• Uso de preservativo durante toda a agressão
• Agressor sabidamente HIV negativo
• Violência sofrida há mais de 72 horas
• Abuso crônico pelo mesmo agressor
• A profilaxia ARV do HIV deve ser iniciada até,
no máximo, 72 horas da violência sexual; após
esse período, não existem evidências que
suportem sua indicação, já que os riscos
potenciais (seleção de variantes resistentes,
caso a transmissão já tenha ocorrido,
toxicidade medicamentosa, dentre outros)
superam os benefícios.
• A profilaxia do HIV deve ser considerada uma
emergência e iniciada imediatamente após a
violência, ainda nas primeiras 24 horas. O
esquema deve ser mantido sem interrupção
por quatro semanas consecutivas
• É importante garantir que, mesmo na ausência de
um médico infectologista, não ocorra retardo do
início da profilaxia. Nestas circunstâncias, a
profilaxia deverá ser iniciada como recomendado
nas situações de desconhecimento do esquema
antirretroviral do autor da agressão, com
reavaliação posterior do especialista para indicar
a mudança ou não dos antirretrovirais iniciados.
• O esquema adotado em Limeira – SP é o
seguinte:
• Tenofovir 300 mg + Lamivudina 150 mg – 01
comprimido VO 1X ao dia por 28 dias.
• Atazanavir 300 mg – 01 cápsula VO 1X ao dia
associado a
• Ritonavir 100 mg – 01 comprimido VO 1X ao
dia por 28 dias.
• Os medicamentos antirretrovirais serão
fornecidos na forma de kit para as unidades
de saúde que atendem os casos de violência,
bem como para os Hospitais da cidade
referenciados, e os responsáveis devem
providenciar reposição com o SEMIL se
ocorrer utilização ou vencimento dos Kits.
• Orientar quanto a vacinação para Hepatite B e
imunoglobulina HIB ag.
• Hepatite C não dispõe de vacinação. Orientar
quanto a testagem.
• Metoclopramida 10 mg 1 comp 8/8h é
bastante útil para evitar náuseas e vômitos.
Fontes Bibliográficas
• - Prev. E trat. Dos agravos violência sexual
contra mulheres e adolescentes. 3ª ed. 2012.
• D.O.E. 17/06/11 Seção 1 p.45, coord. De
planejamento saúde.
• Aspectos jurídicos atendimento vítimas de
viol. Sexual, 2011. Min. Saúde.
• Instrutivo notificação viol. Doméstica, sexual e
outras.2011. VIVA, Min. Saúde
• Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
para Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição
de Risco à Infecção pelo HIV. Brasília-DF Julho
de 2015.
• Elaborado por :
• Ézio José Campos Filho
• Farmacêutico-Bioquímico Responsável técnico
pela Farmácia do Serviço Especializado em
Moléstias Infectocontagiosas de Limeira –
SEMIL
• Prefeitura Municipal de Limeira - SP

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Protocolo profilaxia das IST e HIV em vítimas de violência sexual

  • 1. Orientações para atendimento e profilaxia das IST e HIV em vítimas de violência sexual Prefeitura Municipal de Limeira Secretaria da Saúde Programa Municipal IST/HIV Limeira/SP Brasil
  • 2. Protocolo profilaxia das IST e HIV em vítimas de violência Sexual • HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA • Registrar em prontuário: • 1) local, dia e hora aproximada da violência sexual. • 2) tipo(s) de violência sexual sofrido(s). • 3) forma(s) de constrangimento utilizada(s). • 4) tipificação e número de autores da violência. • 5) órgão que realizou o encaminhamento • PROVIDÊNCIAS INSTITUÍDAS • Verificar eventuais medidas prévias: • 1) atendimento de emergência em outro serviço de saúde e medidas realizadas. • 2) realização do Boletim de Ocorrência Policial. • 3) realização do exame pericial de Corpo de Delito e Conjunção Carnal. • 4) comunicação ao Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e da Juventude (para crianças e adolescentes). • 5) outras medidas legais cabíveis. • ACESSO À REDE DE ATENÇÃO • Verificar o acesso e a necessidade da mulher às diferentes possibilidades de apoio familiar e social, incluindo-se a questão de abrigos de proteção
  • 3. • Após o atendimento médico, se a mulher tiver condições, poderá ir à delegacia para lavrar o Boletim de Ocorrência Policial, prestar depoimento, ou submeter-se a exame pelos peritos do IML. Se, por alguma razão, não for mais possível a realização dos exames periciais diretamente pelo IML, os peritos podem fazer o laudo de forma indireta, com base no prontuário médico. Assim, os dados sobre a violência sofrida e suas circunstâncias, bem como os achados do exame físico e as medidas instituídas, devem ser cuidadosamente descritos e registrados em prontuário.
  • 4. • O atendimento na rede de saúde, por vezes, pode ser a primeira oportunidade de revelação de uma situação de violência. A possibilidade de diagnosticar a situação deve ser valorizada pelo profissional, fazendo as perguntas adequadas e investigando hipóteses diagnósticas. O compromisso de confidência é fundamental para conquistar a confiança necessária não só à revelação da situação como à continuidade do atendimento. O sigilo no atendimento é garantido, principalmente, pela postura ética dos profissionais envolvidos e isso inclui o cuidado com a utilização de prontuários, anotações, e a adequação da comunicação entre a equipe
  • 5. • Para evitar que a usuária tenha de ir repetidas vezes ao serviço de saúde, deve-se criar um fluxograma de modo a conferir agilidade e resolutividade sistemática ao atendimento. Da mesma forma, para evitar que a usuária tenha de repetir sua história para os diferentes profissionais da equipe, a equipe deve propor formas de registro unificado que reúna as observações específicas de todos os profissionais envolvidos.
  • 6. • O setor de saúde, por ser um dos espaços privilegiados para identificação das mulheres e adolescentes em situação de violência sexual, tem papel fundamental na definição e articulação dos serviços e organizações que, direta ou indiretamente, atendem situações de violência sexual. Os gestores municipais e estaduais têm papel decisivo na organização de redes integradas de atendimento, na capacitação de recursos humanos, na provisão de insumos e na divulgação dessa rede para o público em geral. É necessário que todos os serviços de orientação ou atendimento tenham pelo menos uma listagem com endereços e telefones das instituições componentes da rede. Essa lista deve ser do conhecimento de todos os colaboradores dos serviços, permitindo que as mulheres tenham acesso a ela sempre que necessário e que possam conhecê-la independentemente de situações emergenciais.
  • 7. • Grande parte dos crimes sexuais ocorre durante a idade reprodutiva da mulher. O risco de gravidez, decorrente dessa violência, varia entre 0,5 e 5%, considerando-se a aleatoriedade da violência em relação ao período do ciclo menstrual, bem como se a violência foi um caso isolado ou se é uma violência continuada. No entanto, a gravidez decorrente de violência sexual representa, para grande parte das mulheres, uma segunda forma de violência. A complexidade dessa situação e os danos por ela provocados podem ser evitados, em muitos casos, com a utilização da Anticoncepção de Emergência (AE). O método anticonceptivo pode prevenir a gravidez forçada e indesejada utilizando compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo. Os gestores de saúde têm a responsabilidade de garantir a disponibilidade e o acesso adequado a AE.
  • 8. • A AE deve ser prescrita para todas as mulheres e adolescentes expostas à gravidez, através de contato certo ou duvidoso com sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se encontrem, que tenham tido a primeira menstruação e que estejam antes da menopausa. A AE é desnecessária se a mulher ou a adolescente estiver usando regularmente método anticonceptivo de elevada eficácia no momento da violência sexual, a exemplo do anticoncepcional oral ou injetável, esterilização cirúrgica ou DIU. Obviamente também só se aplica se houve ejaculação vaginal, pois em caso de coito oral ou anal não é necessária. A AE hormonal constitui o método de eleição devido seu baixo custo, boa tolerabilidade, eficácia elevada e ausência de contraindicações absolutas.
  • 9. • O método de primeira escolha da AE hormonal consiste no uso exclusivo de um progestágeno, o levonorgestrel, na dose total de 1,5 mg. Nas apresentações comerciais contendo dois comprimidos, cada um com 0,75 mg de levonorgestrel, recomenda-se o uso de dois comprimidos, via oral, em dose única. Nas apresentações com um comprimido de 1,5 mg de levonorgestrel, recomenda-se o uso de um comprimido, via oral, em dose única. A AE deve ser realizada quanto antes possível, dentro do limite de cinco dias
  • 10. • Mulheres e adolescentes podem usar a AE com segurança, mesmo aquelas com contraindicação aos AHOC. A única contraindicação absoluta da AE, categoria 4 da OMS, é a gravidez confirmada. • A eficácia da AE é elevada, com índice de efetividade médio de 75% a 80% e índice de Pearl (índice de falha) de cerca de 2%. Significa dizer que a AE pode evitar, em média, três de cada quatro gestações que ocorreriam após a violência sexual. No entanto, a eficácia da AE pode variar em função do número de horas entre a violência sexual e sua administração.
  • 11. • Entre o 4° e 5° dia da violência sexual a AE ainda oferece razoável proteção, embora com taxas de falha expressivamente maiores. Portanto, a AE deve ser administrada tão rápido quanto possível dentro dos cinco dias da violência sexual. Preferencialmente até 72 horas após o episódio.
  • 12. • As Infecções sexualmente transmissíveis (IST) adquiridas em decorrência da violência sexual podem implicar graves consequências físicas e emocionais. A prevalência de IST em situações de violência sexual é elevada, e o risco de infecção depende de diversas variáveis, como o tipo de violência sofrida (vaginal, anal ou oral), o número de agressores, o tempo de exposição (única, múltipla ou crônica), a ocorrência de traumatismos genitais, a idade e susceptibilidade da mulher, a condição himenal, a presença de IST e a forma de constrangimento utilizada pelo agressor. Estudos têm mostrado que, dentre mulheres que sofreram violência sexual, 16 a 58% delas adquirem pelo menos uma IST, com taxas variáveis de infecção para cada agente específico. A prevalência de IST em grávidas que sofreram abuso sexual é maior quando comparada a não expostas a este tipo de violência.
  • 13. • Parcela significativa das infecções genitais decorrentes de violência sexual pode ser evitada. Doenças como gonorréia, sífilis, infecção por clamídia, tricomoníase e cancro mole podem ser prevenidas com o uso de medicamentos de reconhecida eficácia. Esta medida é fundamental para proteger a saúde sexual e reprodutiva das mulheres dos possíveis e intensos impactos da violência sexual.
  • 14. • A penicilina ainda é a medicação de escolha para sífilis, apresenta excelente relação custo-benefício e deve ser dispensada e administrada nas unidades básicas de saúde. A maioria das reações anafiláticas à penicilina ocorre em 10-40/100.000 injeções aplicadas, com aproximadamente dois óbitos por 100.000 tratamentos. A Portaria 156/GM/MS, de 19 de janeiro de 2006, dispõe sobre o uso da penicilina na atenção básica à saúde e nas demais unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • 15. • A gravidez, em qualquer idade gestacional, não contraindica o esquema profilático. A ciprofloxacina está contraindicada durante a gestação. O metronidazol deve ser evitado durante o primeiro trimestre da gravidez, e também se houver a indicação do uso de antirretrovirais para a profilaxia do HIV.
  • 16. Esquema de medicamentos • Penicilina G Benzatina – 2,4 milhões UI dose única dividida em duas aplicações de 1.200.000 UI em cada nádega via I.M. • Para alérgicos a Penicilina – Eritromicina 500 mg V.O. de 6/6 h por 30 dias. • Se peso < 45 K usar Eritromicina 50 mg/K/dia 6/6h 30 dias. Esse procedimento é profilático para Sífilis.
  • 17. • Azitromicina 1g V.O. dose única( 2 comprimidos de 500 mg). • Se peso < 45 K – Azitromicina 200 mg/K V.O. dose única – máx 1 g. • Esse procedimento é profilático para Cancro mole. • Contra-indicado no 1º trimestre de gravidez. Neste caso usar Amoxicilina 500 mg 8/8h 7 dias.
  • 18. • Metronidazol 2g V.O. dose única ( 8 comprimidos de 250 mg). Se peso > 45 Kg – Metronidazol 15 mg/Kg/dia 8/8h 7 dias. • Segunda opção – Tinidazol 2g V.O. dose única ( 4 comprimidos de 500 mg). • Se peso < 45 Kg Metronidazol 15 mg/Kg/dia 8/8h por 7 dias. Esse procedimento é profilático para Clamídia e Tricomonas.
  • 19. • Ciprofloxacino 500 mg V.O. dose única. Contra indicado em gestantes e menores de 18 anos. Evitar uso concomitante de antiácidos. Esse procedimento é profilático para Gonorréia.
  • 20. • Anticoncepção de emergência é feita (considerando que a mulher não toma contraceptivos) com Levonorgestrel 0,75 mg 2 comprimidos em dose única. • Informar sobre a Lei Maria da Penha e Aborto Legal, bem como sobre a importância de acompanhamento laboratorial e eventuais atrasos menstruais.
  • 21. Antirretrovirais para profilaxia HIV Se o agressor é sabidamente HIV+ procurar o ambulatório SEMIL para instaurar a mesma terapia usada pelo agressor. Em finais de semana usar Terapia Antirretroviral disponível em Pronto Socorro de Hospital Referenciado até consulta com médico infectologista especializado. Se a sorologia do agressor é desconhecida: usar Terapia Antirretroviral indicada pelo Serviço de Saúde. Sempre encaminhar ao SEMIL.
  • 22. • A profilaxia com antirretroviral está recomendada em casos de penetração vaginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência. Em situações de exposição envolvendo sexo oral, mesmo com ejaculação dentro da cavidade oral a relação risco benefício deve ser cuidadosamente considerada e a decisão individualizada, levando em consideração o desejo da vítima em realizar a profilaxia, a presença de lesões na cavidade oral e o conhecimento do status sorológico do agressor.
  • 23. Esquema simplificado recomendações de profilaxia ARV • Recomendada - Violência sexual com penetração vaginal e/ou anal desprotegida com ejaculação sofrida há menos de 72 horas • Individualizar decisão - Penetração oral com ejaculação • Não recomendada - Penetração oral sem ejaculação • Uso de preservativo durante toda a agressão • Agressor sabidamente HIV negativo • Violência sofrida há mais de 72 horas • Abuso crônico pelo mesmo agressor
  • 24. • A profilaxia ARV do HIV deve ser iniciada até, no máximo, 72 horas da violência sexual; após esse período, não existem evidências que suportem sua indicação, já que os riscos potenciais (seleção de variantes resistentes, caso a transmissão já tenha ocorrido, toxicidade medicamentosa, dentre outros) superam os benefícios.
  • 25. • A profilaxia do HIV deve ser considerada uma emergência e iniciada imediatamente após a violência, ainda nas primeiras 24 horas. O esquema deve ser mantido sem interrupção por quatro semanas consecutivas
  • 26. • É importante garantir que, mesmo na ausência de um médico infectologista, não ocorra retardo do início da profilaxia. Nestas circunstâncias, a profilaxia deverá ser iniciada como recomendado nas situações de desconhecimento do esquema antirretroviral do autor da agressão, com reavaliação posterior do especialista para indicar a mudança ou não dos antirretrovirais iniciados.
  • 27. • O esquema adotado em Limeira – SP é o seguinte: • Tenofovir 300 mg + Lamivudina 150 mg – 01 comprimido VO 1X ao dia por 28 dias. • Atazanavir 300 mg – 01 cápsula VO 1X ao dia associado a • Ritonavir 100 mg – 01 comprimido VO 1X ao dia por 28 dias.
  • 28. • Os medicamentos antirretrovirais serão fornecidos na forma de kit para as unidades de saúde que atendem os casos de violência, bem como para os Hospitais da cidade referenciados, e os responsáveis devem providenciar reposição com o SEMIL se ocorrer utilização ou vencimento dos Kits.
  • 29. • Orientar quanto a vacinação para Hepatite B e imunoglobulina HIB ag. • Hepatite C não dispõe de vacinação. Orientar quanto a testagem. • Metoclopramida 10 mg 1 comp 8/8h é bastante útil para evitar náuseas e vômitos.
  • 30. Fontes Bibliográficas • - Prev. E trat. Dos agravos violência sexual contra mulheres e adolescentes. 3ª ed. 2012. • D.O.E. 17/06/11 Seção 1 p.45, coord. De planejamento saúde. • Aspectos jurídicos atendimento vítimas de viol. Sexual, 2011. Min. Saúde. • Instrutivo notificação viol. Doméstica, sexual e outras.2011. VIVA, Min. Saúde
  • 31. • Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV. Brasília-DF Julho de 2015.
  • 32. • Elaborado por : • Ézio José Campos Filho • Farmacêutico-Bioquímico Responsável técnico pela Farmácia do Serviço Especializado em Moléstias Infectocontagiosas de Limeira – SEMIL • Prefeitura Municipal de Limeira - SP