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Exame Nacional do Ensino Secundário

                                          Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março




Prova Escrita de História A
12.º Ano de Escolaridade

Prova 623/1.ª Fase	                                                                      8 Páginas

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.


2011




Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.

Não é permitido o uso de corrector. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo
que pretende que não seja classificado.

Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respectivas
respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com
zero pontos.

Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se apresentar mais do que uma resposta a um
mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.




                                                                            Prova 623 • Página 1/ 8
GRUPO I

                   FRAGILIDADES ECONÓMICAS E MUDANÇAS DE VALORES NA EUROPA
                                APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

                                      Memórias de um alemão: 1914-1933

 1        Nenhuma outra nação do mundo conheceu uma experiência comparável à dos alemães
       em 1923. Todas conheceram uma guerra mundial, a maioria passou por revoluções, crises
       sociais, greves, reveses de fortuna e desvalorizações de moeda. Mas nenhuma experimentou
       o exagero grotesco de todos estes fenómenos em simultâneo, como se verificou na Alemanha,
 5     em 1923. […] Não só se desvalorizou a moeda, mas todos os outros valores. […]
          No final de 1922, os preços tinham aumentado pouco a pouco até chegarem a um valor entre
       dez e cem vezes superior ao dos preços anteriores à guerra, e o dólar valia cerca de quinhentos
       marcos. […] O custo de vida começara a subir descontroladamente, pois os comerciantes
       seguiam o dólar de perto. Meio quilo de batatas que, num dia, custava cinquenta mil marcos
10     valia cem mil no dia seguinte. Um salário de sessenta e cinco mil marcos, trazido para casa
       na sexta-feira, não chegava para comprar um maço de cigarros na quinta-feira seguinte. […]
       Os velhos e os que viviam alheados da realidade foram os que mais sofreram. Muitos ficaram
       reduzidos à pobreza, outros tantos suicidaram-se. Os jovens e os mais espertos saíram-se
       bem. Da noite para o dia, viram-se livres, ricos e independentes. […]
15        No meio de tanto sofrimento, desespero e miséria, foi-se desenvolvendo um culto apaixonado
       e febril pela juventude e a concupiscência reinava num ambiente de carnaval generalizado.
       De repente, eram agora os jovens e não os mais velhos que tinham dinheiro. Além disso,
       a natureza do dinheiro mudara. O seu valor durava apenas umas horas. Gastava-se como
       nunca e em coisas que as pessoas de idade não compravam. Abriram inúmeros bares e clubes
20     nocturnos. Os pares jovens acorriam pressurosos aos locais de diversão, como num filme
       sobre a fina flor da sociedade. Todos procuravam febrilmente o amor, que também adquirira
       um carácter inflacionista. Havia que agarrar as ocasiões fornecidas por uma oferta maciça.
       O amor sem romantismo tornou-se a moda: despreocupado, alegre, febril. Os assuntos do
       coração seguiam um curso extremamente veloz, sem rodeios. Os jovens que, naqueles dias,
25     aprenderam a amar aprenderam a ignorar o romantismo e abraçaram o cinismo. [...] Para nós,
       era uma emoção assistir a uma festa em que se cometiam loucuras; experimentar um precoce
       cansaço e uma leve ressaca no dia seguinte, devido a demasiados cocktails; ouvir as histórias
       de rapazes mais velhos, cujos rostos denotavam as suas noites libertinas; receber o beijo
       repentino e delicioso de uma rapariga com uma maquilhagem ousada. […]
30        Em Agosto, o dólar atingiu o milhão de marcos. […] O Reichsbank deixou de imprimir notas.
       Deixara de haver moeda corrente que cobrisse as necessidades básicas. Durante uns dias,
       o comércio parou e os habitantes dos bairros mais pobres, privados de qualquer forma de
       pagamento, serviram-se dos punhos e saquearam as mercearias.


1.  Explique três dos factores que conduziram à situação económico-social que se verificava na Alemanha
    em 1923.


2.  Enuncie, com base no documento, três das alterações de valores e de comportamentos na Europa após
    a 1.ª Guerra Mundial.


Identificação da fonte
Sebastian Haffner, História de Um Alemão – Memórias 1914-1933, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2005 (adaptado)




Prova 623 • Página 2/ 8
GRUPO II


                                 PORTUGAL E A COMUNIDADE INTERNACIONAL:
                                  DO SEGUNDO PÓS-GUERRA À ACTUALIDADE


Este grupo baseia-se na análise dos seguintes documentos:

Doc. 1 –  poios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Marcello Caetano, chefe do Governo português
         A
         (1970)
Doc. 2 – Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Agostinho Neto, presidente do MPLA (1971)
Doc. 3 – Portugal e a Europa Comunitária – discurso de Sá Carneiro na Assembleia da República (10 de Fevereiro de 1977)
Doc. 4 – Ajuda pública portuguesa ao desenvolvimento bilateral (2003-2006)




Documento 1

                  Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas –
                  posição de Marcello Caetano, chefe do Governo português (1970)

   Os vários movimentos chamados libertadores, que nos dão combate na Guiné, em Angola e em
Moçambique, foram formados no estrangeiro, com dirigentes que o estrangeiro sustenta e apoia, e
é de territórios estrangeiros que nos desferem os ataques e enviam os guerrilheiros.
   Uma vasta organização de países africanos, asiáticos e socialistas conspira contra Portugal,
acoitando quantos se apresentem como nossos inimigos, subsidiando as actividades terroristas,
fornecendo armas, material e instrutores às guerrilhas e movimentando no mundo a propaganda
antiportuguesa, que na tribuna das Nações Unidas encontra o seu púlpito de eleição, mas que
depois se insere nos meios informativos através da falsa notícia e do comentário insidioso, quando
não do ataque impudico.



Documento 2

                  Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas –
                       posição de Agostinho Neto, presidente do MPLA (1971)

   O nosso Movimento pode orgulhar-se de se ter estruturado do Norte ao Sul do País, englobando
todas as classes e todas as camadas sociais, numa união fraternal de luta pela independência e
pela dignidade. […]
   O apoio do exterior é um factor importante na nossa luta. Nos últimos anos a base de apoio
internacional à luta do nosso povo alargou-se consideravelmente. Praticando uma política
independente, o nosso movimento não se subordina à política de um ou outro país ou bloco. [...]
   Assim, a manutenção de relações de amizade com a União Soviética, a China, a Jugoslávia,
a Suécia ou a Holanda não significa que o MPLA alinha mecanicamente a sua política ou a sua
ideologia com um destes países […]. Não podemos deixar de considerar como propaganda para
enganar o nosso povo a campanha do inimigo e dos seus lacaios, pretendendo que o MPLA seja
uma organização comunista, e apresentando-a umas vezes ligada à União Soviética e outras à
China.



                                                                                                   Prova 623 • Página 3/ 8
Documento 3

                              Portugal e a Europa Comunitária –
                     discurso de Sá Carneiro na Assembleia da República
                                   (10 de Fevereiro de 1977)

   Como projecto nacional, como opção histórica, a opção europeia, o projecto de adesão vai
marcar profundamente a nossa vida presente e futura.
   Regressamos, ao fim de cinco séculos, às nossas fronteiras do século XV. Encontramo-nos,
ao fim de cinco séculos, connosco próprios, com o nosso território europeu. Encaminhando-nos
para a Europa correspondemos ao nosso destino histórico. Podemos encetar, como no passado
aconteceu sempre que nos abrimos à Europa, um período de grandeza que será mais cultural,
porque mais humana, do que a grandeza artificial das descobertas ou do tráfico de escravos ou do
ouro do Brasil: porque será uma verdadeira grandeza de pessoas e de povo, unidos aos europeus.
[…] Saibamos todos, aqueles que são favoráveis à integração europeia, unir-nos neste esforço,
para que resulte a acção do Governo, para que seja um sucesso o esforço de Portugal e da própria
Europa, encontrados consigo próprios dentro de fronteiras limitadas apenas pela liberdade e pela
democracia, e com o progresso e a justiça social como mola de desenvolvimento.




Documento 4

             Ajuda pública portuguesa ao desenvolvimento bilateral (2003-2006)




Prova 623 • Página 4/ 8
1.  Refira, a partir do documento 1, três das características da situação internacional que contribuíram para o
    aparecimento dos movimentos de libertação das colónias portuguesas.



2.  Compare, relativamente aos apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas, a perspectiva
    expressa no documento 1 com a perspectiva expressa no documento 2.



3.  Desenvolva o seguinte tema:

    Do isolamento internacional de Portugal nos anos 60 e 70 do século XX às opções da política externa
    portuguesa no início do século XXI.

    A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três dos aspectos de cada um dos seguintes
    tópicos de desenvolvimento:
        •  isolamento internacional de Portugal anterior ao 25 de Abril de 1974;
        •  política de descolonização após a revolução de Abril;
        •  opções da política externa portuguesa no mundo actual.
    Deve integrar na resposta, além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos de 1 a 4.




Identificação das fontes

Doc. 1 – Marcello Caetano, Razões da Presença de Portugal no Ultramar, Lisboa, Secretaria de Estado da Informação e Turismo, 1973
         
         (adaptado)
Doc. 2 – Angola Information, 10/12/1971, Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra,
          in http://213.228.163.33/cd25a/lista02.asp?meta21=Arquivos Privadosmeta01=Holland Committee on Southern Africa – H.C.S.A.
          (consultado em 10/10/2009)
Doc. 3 – Sá Carneiro, Intervenções Parlamentares, Lisboa, Assembleia da República – Divisão de Edições, 2000 (adaptado)
Doc. 4 – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento,
         
         in http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?option=com_contenttask=viewid=200Itemid=220 (consultado em 21/4/2008)
         (adaptado)




                                                                                                      Prova 623 • Página 5/ 8
GRUPO III


                   GLOBALIZAÇÃO E HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
                           NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL A PARTIR
                                DA DÉCADA DE 90 DO SÉCULO XX


Este grupo baseia-se na análise dos seguintes documentos:

Doc. 1 – Estabelecimento McDonald’s no Cairo, Egipto
         
Doc. 2 – Os Estados Unidos da América: a hiperpotência militar (2008)




Documento 1

                                Estabelecimento McDonald’s no Cairo, Egipto




Prova 623 • Página 6/ 8
Documento 2

                      Os Estados Unidos da América: a hiperpotência militar (2008)




1.  Refira, a partir do documento 1, três dos instrumentos de globalização da economia.


2.  Explicite, com base nos documentos 1 e 2, três das evidências da hegemonia dos EUA no novo quadro
    internacional após a Guerra Fria.




Identificação das fontes

Doc. 1 – História Universal – A Nova Ordem Mundial, Vol. 17, Planeta DeAgostini, 2005
Doc. 2 – Pascal Boniface (dir.), Atlas das Relações Internacionais, Lisboa, Plátano Editora, 2009 (adaptado)




                                                                FIM




                                                                                                         Prova 623 • Página 7/ 8
COTAÇÕES


                                                                   GRUPO I

      1.	............................................................................................................	 30 pontos

      2.	............................................................................................................	 20 pontos

                                                                                                                                    50 pontos



                                                                   GRUPO II

      1.	............................................................................................................	 20 pontos

      2.	............................................................................................................	 30 pontos

      3.	............................................................................................................	 50 pontos

                                                                                                                                   100 pontos



                                                                  GRUPO III

      1.	............................................................................................................	 20 pontos

      2.	............................................................................................................	 30 pontos

                                                                                                                                    50 pontos



      	TOTAL..........................................  200 pontos




Prova 623 • Página 8/ 8

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  • 1. Exame Nacional do Ensino Secundário Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março Prova Escrita de História A 12.º Ano de Escolaridade Prova 623/1.ª Fase 8 Páginas Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. 2011 Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Não é permitido o uso de corrector. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo que pretende que não seja classificado. Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respectivas respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com zero pontos. Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se apresentar mais do que uma resposta a um mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar. As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova. Prova 623 • Página 1/ 8
  • 2. GRUPO I FRAGILIDADES ECONÓMICAS E MUDANÇAS DE VALORES NA EUROPA APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL Memórias de um alemão: 1914-1933 1 Nenhuma outra nação do mundo conheceu uma experiência comparável à dos alemães em 1923. Todas conheceram uma guerra mundial, a maioria passou por revoluções, crises sociais, greves, reveses de fortuna e desvalorizações de moeda. Mas nenhuma experimentou o exagero grotesco de todos estes fenómenos em simultâneo, como se verificou na Alemanha, 5 em 1923. […] Não só se desvalorizou a moeda, mas todos os outros valores. […] No final de 1922, os preços tinham aumentado pouco a pouco até chegarem a um valor entre dez e cem vezes superior ao dos preços anteriores à guerra, e o dólar valia cerca de quinhentos marcos. […] O custo de vida começara a subir descontroladamente, pois os comerciantes seguiam o dólar de perto. Meio quilo de batatas que, num dia, custava cinquenta mil marcos 10 valia cem mil no dia seguinte. Um salário de sessenta e cinco mil marcos, trazido para casa na sexta-feira, não chegava para comprar um maço de cigarros na quinta-feira seguinte. […] Os velhos e os que viviam alheados da realidade foram os que mais sofreram. Muitos ficaram reduzidos à pobreza, outros tantos suicidaram-se. Os jovens e os mais espertos saíram-se bem. Da noite para o dia, viram-se livres, ricos e independentes. […] 15 No meio de tanto sofrimento, desespero e miséria, foi-se desenvolvendo um culto apaixonado e febril pela juventude e a concupiscência reinava num ambiente de carnaval generalizado. De repente, eram agora os jovens e não os mais velhos que tinham dinheiro. Além disso, a natureza do dinheiro mudara. O seu valor durava apenas umas horas. Gastava-se como nunca e em coisas que as pessoas de idade não compravam. Abriram inúmeros bares e clubes 20 nocturnos. Os pares jovens acorriam pressurosos aos locais de diversão, como num filme sobre a fina flor da sociedade. Todos procuravam febrilmente o amor, que também adquirira um carácter inflacionista. Havia que agarrar as ocasiões fornecidas por uma oferta maciça. O amor sem romantismo tornou-se a moda: despreocupado, alegre, febril. Os assuntos do coração seguiam um curso extremamente veloz, sem rodeios. Os jovens que, naqueles dias, 25 aprenderam a amar aprenderam a ignorar o romantismo e abraçaram o cinismo. [...] Para nós, era uma emoção assistir a uma festa em que se cometiam loucuras; experimentar um precoce cansaço e uma leve ressaca no dia seguinte, devido a demasiados cocktails; ouvir as histórias de rapazes mais velhos, cujos rostos denotavam as suas noites libertinas; receber o beijo repentino e delicioso de uma rapariga com uma maquilhagem ousada. […] 30 Em Agosto, o dólar atingiu o milhão de marcos. […] O Reichsbank deixou de imprimir notas. Deixara de haver moeda corrente que cobrisse as necessidades básicas. Durante uns dias, o comércio parou e os habitantes dos bairros mais pobres, privados de qualquer forma de pagamento, serviram-se dos punhos e saquearam as mercearias. 1.  Explique três dos factores que conduziram à situação económico-social que se verificava na Alemanha em 1923. 2.  Enuncie, com base no documento, três das alterações de valores e de comportamentos na Europa após a 1.ª Guerra Mundial. Identificação da fonte Sebastian Haffner, História de Um Alemão – Memórias 1914-1933, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2005 (adaptado) Prova 623 • Página 2/ 8
  • 3. GRUPO II PORTUGAL E A COMUNIDADE INTERNACIONAL: DO SEGUNDO PÓS-GUERRA À ACTUALIDADE Este grupo baseia-se na análise dos seguintes documentos: Doc. 1 – poios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Marcello Caetano, chefe do Governo português A (1970) Doc. 2 – Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Agostinho Neto, presidente do MPLA (1971) Doc. 3 – Portugal e a Europa Comunitária – discurso de Sá Carneiro na Assembleia da República (10 de Fevereiro de 1977) Doc. 4 – Ajuda pública portuguesa ao desenvolvimento bilateral (2003-2006) Documento 1 Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Marcello Caetano, chefe do Governo português (1970) Os vários movimentos chamados libertadores, que nos dão combate na Guiné, em Angola e em Moçambique, foram formados no estrangeiro, com dirigentes que o estrangeiro sustenta e apoia, e é de territórios estrangeiros que nos desferem os ataques e enviam os guerrilheiros. Uma vasta organização de países africanos, asiáticos e socialistas conspira contra Portugal, acoitando quantos se apresentem como nossos inimigos, subsidiando as actividades terroristas, fornecendo armas, material e instrutores às guerrilhas e movimentando no mundo a propaganda antiportuguesa, que na tribuna das Nações Unidas encontra o seu púlpito de eleição, mas que depois se insere nos meios informativos através da falsa notícia e do comentário insidioso, quando não do ataque impudico. Documento 2 Apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas – posição de Agostinho Neto, presidente do MPLA (1971) O nosso Movimento pode orgulhar-se de se ter estruturado do Norte ao Sul do País, englobando todas as classes e todas as camadas sociais, numa união fraternal de luta pela independência e pela dignidade. […] O apoio do exterior é um factor importante na nossa luta. Nos últimos anos a base de apoio internacional à luta do nosso povo alargou-se consideravelmente. Praticando uma política independente, o nosso movimento não se subordina à política de um ou outro país ou bloco. [...] Assim, a manutenção de relações de amizade com a União Soviética, a China, a Jugoslávia, a Suécia ou a Holanda não significa que o MPLA alinha mecanicamente a sua política ou a sua ideologia com um destes países […]. Não podemos deixar de considerar como propaganda para enganar o nosso povo a campanha do inimigo e dos seus lacaios, pretendendo que o MPLA seja uma organização comunista, e apresentando-a umas vezes ligada à União Soviética e outras à China. Prova 623 • Página 3/ 8
  • 4. Documento 3 Portugal e a Europa Comunitária – discurso de Sá Carneiro na Assembleia da República (10 de Fevereiro de 1977) Como projecto nacional, como opção histórica, a opção europeia, o projecto de adesão vai marcar profundamente a nossa vida presente e futura. Regressamos, ao fim de cinco séculos, às nossas fronteiras do século XV. Encontramo-nos, ao fim de cinco séculos, connosco próprios, com o nosso território europeu. Encaminhando-nos para a Europa correspondemos ao nosso destino histórico. Podemos encetar, como no passado aconteceu sempre que nos abrimos à Europa, um período de grandeza que será mais cultural, porque mais humana, do que a grandeza artificial das descobertas ou do tráfico de escravos ou do ouro do Brasil: porque será uma verdadeira grandeza de pessoas e de povo, unidos aos europeus. […] Saibamos todos, aqueles que são favoráveis à integração europeia, unir-nos neste esforço, para que resulte a acção do Governo, para que seja um sucesso o esforço de Portugal e da própria Europa, encontrados consigo próprios dentro de fronteiras limitadas apenas pela liberdade e pela democracia, e com o progresso e a justiça social como mola de desenvolvimento. Documento 4 Ajuda pública portuguesa ao desenvolvimento bilateral (2003-2006) Prova 623 • Página 4/ 8
  • 5. 1.  Refira, a partir do documento 1, três das características da situação internacional que contribuíram para o aparecimento dos movimentos de libertação das colónias portuguesas. 2.  Compare, relativamente aos apoios aos movimentos de libertação das colónias portuguesas, a perspectiva expressa no documento 1 com a perspectiva expressa no documento 2. 3.  Desenvolva o seguinte tema: Do isolamento internacional de Portugal nos anos 60 e 70 do século XX às opções da política externa portuguesa no início do século XXI. A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três dos aspectos de cada um dos seguintes tópicos de desenvolvimento: •  isolamento internacional de Portugal anterior ao 25 de Abril de 1974; •  política de descolonização após a revolução de Abril; •  opções da política externa portuguesa no mundo actual. Deve integrar na resposta, além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos de 1 a 4. Identificação das fontes Doc. 1 – Marcello Caetano, Razões da Presença de Portugal no Ultramar, Lisboa, Secretaria de Estado da Informação e Turismo, 1973 (adaptado) Doc. 2 – Angola Information, 10/12/1971, Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra, in http://213.228.163.33/cd25a/lista02.asp?meta21=Arquivos Privadosmeta01=Holland Committee on Southern Africa – H.C.S.A. (consultado em 10/10/2009) Doc. 3 – Sá Carneiro, Intervenções Parlamentares, Lisboa, Assembleia da República – Divisão de Edições, 2000 (adaptado) Doc. 4 – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, in http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?option=com_contenttask=viewid=200Itemid=220 (consultado em 21/4/2008) (adaptado) Prova 623 • Página 5/ 8
  • 6. GRUPO III GLOBALIZAÇÃO E HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL A PARTIR DA DÉCADA DE 90 DO SÉCULO XX Este grupo baseia-se na análise dos seguintes documentos: Doc. 1 – Estabelecimento McDonald’s no Cairo, Egipto Doc. 2 – Os Estados Unidos da América: a hiperpotência militar (2008) Documento 1 Estabelecimento McDonald’s no Cairo, Egipto Prova 623 • Página 6/ 8
  • 7. Documento 2 Os Estados Unidos da América: a hiperpotência militar (2008) 1.  Refira, a partir do documento 1, três dos instrumentos de globalização da economia. 2.  Explicite, com base nos documentos 1 e 2, três das evidências da hegemonia dos EUA no novo quadro internacional após a Guerra Fria. Identificação das fontes Doc. 1 – História Universal – A Nova Ordem Mundial, Vol. 17, Planeta DeAgostini, 2005 Doc. 2 – Pascal Boniface (dir.), Atlas das Relações Internacionais, Lisboa, Plátano Editora, 2009 (adaptado) FIM Prova 623 • Página 7/ 8
  • 8. COTAÇÕES GRUPO I 1. ............................................................................................................ 30 pontos 2. ............................................................................................................ 20 pontos 50 pontos GRUPO II 1. ............................................................................................................ 20 pontos 2. ............................................................................................................ 30 pontos 3. ............................................................................................................ 50 pontos 100 pontos GRUPO III 1. ............................................................................................................ 20 pontos 2. ............................................................................................................ 30 pontos 50 pontos TOTAL..........................................  200 pontos Prova 623 • Página 8/ 8