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Este livro foi concebido e idealizado para suprir a lacuna existente nas
obras que dão concretude à Psicoterapia Existencial no Brasil. Ele dá
parâmetros precisos sobre a prática e o caminho percorrido por seus pre-
cursores na construção dessa vertente psicoterápica.
É um livro escrito com irreverência, amor e paixão. E, mesmo estando
dentro das normalizações vigentes que norteiam as produções científicas,
não houve a intenção de torná-lo ou até mesmo enquadrá-lo dentro de uma
óptica estritamente academicista. Ao contrário, houve até mesmo uma ten-
tativa de quebra da aridez temática, introduzindo-se, entre alguns capítulos,
parêmias repletas de nuanças e formas poéticas. E mesmo de citações poé-
ticas antes do início das reflexões sobre as temáticas existencialistas.
É um livro direcionado para as lides universitárias que buscam subsí-
dios teóricos para uma compreensão mais abrangente das diversas corren-
tes psicoterápicas. E também para os inúmeros profissionais que buscam
embasamento para suas práticas profissionais.
Muitos livros e muitas buscas fazem com que a vida seja direcionada
para questionamentos sobre o próprio sentido dessas buscas. Que níveis
do conhecimento são atingidos por este livro é algo tangível apenas em
algum ponto da reflexão pormenorizada que certamente abrangerá. Em
que aspecto, por outro lado, contribuirá para o abrandamento das ques-
tões e críticas que gravitam em torno da Psicoterapia Existencial é, igual-
mente, outro aspecto que apenas se tornará transparente a partir da criti-
cidade que incide sobre ele.
VII
Apresentação
Um livro sempre traz em seu bojo algo maior do que o seu mero ali-
nhavo teórico; como um objeto lançado rumo a uma determinada dire-
ção e que encontra obstáculos em seu percurso, igualmente um livro
apresenta desvios em seu percurso que, ao se tornarem transitórios, ou
então definitivos, fazem dele uma simples fragrância que se perde e se
mistura ao deleite de outras essências.
Novamente estamos indo ao encontro de algo que se funde entre res-
quícios de críticas anteriores e de elogios e entusiasmo pelo tanto que já
foi vivido. A produção acadêmica e a reflexão sistematizada pairando em
níveis intelectuais sobre determinados ponteamentos é apenas e tão-
somente digressão teórica e até mesmo filosófica que incide sobre a vida,
mas que não tem como configurar-lhe forma e contornos específicos.
A essência da vida talvez esteja muito mais exuberante no céu azul con-
tornado apenas pelo espasmo de algumas nuvens brancas a emoldurar a
florada da sibipiruna e do jacarandá-mimoso. Escrevo e tenho a consciên-
cia de que um texto que reflete sobre temas existenciais também é, ou
então deveria ser, algo que inserisse a própria vida numa amplitude onde
nenhum elemento da Natureza fosse isolado ou deixado numa condição
de ostracismo. Passeio um longo passear.
Passeio pela minha imaginação e concebo a percepção dos meus lei-
tores deparando com um texto que insiste em ser livre e desprendido de
amarras formais, embora abordando questões complexas e cruciais no
emaranhado da condição humana. É como se num repente pudesse
envolver cada leitor e esclarecê-lo não apenas das dúvidas suscitadas no
texto, como também, e, principalmente, pudesse vagar ainda sobre ques-
tões pessoais e individuais de cada um.
De maneira mágica seria, então, um autor que saltaria das páginas do
livro e se transformaria num amigo, confidente, amante e companheiro
de desatinos e alegrias. Percorreria cada leitor em seus caminhos e ilusão.
E daria configuração ao irreal da tentativa de abstração feita pelo leitor da
figura do autor. E também convidaria cada leitor para ajudar no enrique-
cimento do próprio livro através da contribuição de depoimentos, expe-
riências pessoais e situações vivenciais inerentes a cada um. Teríamos,
assim, um livro no qual eu seria apenas o organizador, com cada leitor tor-
nando-se co-autor na busca e construção de novas formas e buscas existen-
ciais. E cada leitor, ao colocar o livro na sua cabeceira, mesa, prateleira,
pasta para levá-lo juntamente com outros materiais acadêmicos, não
Psicoterapia existencial
VIII
tivesse junto de si apenas uma produção gráfica, mas sim um amigo que
estivesse a repartir preciosamente o universo pessoal de cada um.
Passeio agora pelo meu ontem. O meu ontem é o meu hoje mistura-
do ao meu amanhã. Tudo foi e ainda é na essência de um suave vir-a-ser.
E de tudo sempre fica um pouco. Um pouquinho que seja. Um pouco
de vida, de felicidade, da lágrima, da alegria, da dor e do riso. Você que
me lê nesse momento é o meu próprio sentido de vida neste instante.
Certamente a razão de ser destas letras e reflexões. Sinta-se, então, não
apenas enriquecido e energizado com as reflexões teóricas apresentadas,
mas também e, principalmente, acarinhado em cada letra, linha, pará-
grafo e página deste livro. Ele é o seu, o meu, o nosso livro. Foi escrito
pelas minhas mãos, mas seguramente teve a contribuição da sua emoção
em sua elaboração astral. E observe-o atentamente: ele não é mais um
livro acadêmico, ou filosófico, ou teórico. Ele é o livro de nossas vidas,
escrito com muito amor e paixão.
São Paulo, em uma manhã de primavera.
Valdemar Augusto Angerami – Camon
IX
Existencialismo: um breve esboço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1. Temas existenciais: conceitos fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . .13
Existência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
Solidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
Essência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
O ser-no-mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
Morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
O sentido da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
Transcendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
Autenticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
Angústia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
Amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Tédio existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
Culpa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
Felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56
2. Fenomenologia: métodos e pressupostos . . . . . . . . . . . . . . . . . .73
A Base Fenomenológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74
O Método Fenomenológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
A Análise Intencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
A Redução Fenomenológica e seu Resíduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78
A Ontologia Fenomenológica de Sartre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79
A Ontologia Fenomenológica de Heidegger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80
XI
Sumário
3. Psicologia e pressupostos existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . .85
Psicologia como Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85
As Teorizações Psicológicas e o Pensamento Existencialista . . . . . . . . . . . . . .88
4. Humanismo e existencialismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91
5. Psicanálise e existencialismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97
O Projeto de Ser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
A Questão do “Inconsciente” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100
6. Convergência do pensamento existencialista
na prática psicoterápica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103
Rollo May . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103
Victor Emanuel Frankl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105
Ludwig Binswanger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106
Medard Boss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .108
J. H. Van Den Berg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109
Ronald Laing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
7. Perspectivas da psicoterapia existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . .117
Bibliografia existencialista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Filósofos Existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Sören Kierkegaard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Martin Heidegger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Jean-Paul Sartre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
Fenomenologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
Edmund Husserl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
Psiquiatria Fenomenológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
Ludwig Binswanger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
J. H. Van Den Berg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Psiquiatria e Psicoterapia Existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Victor Emanuel Frankl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Medard Boss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Ronald Laing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Yolanda Cintrão Forghieri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Valdemar Augusto Angerami . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Obras Introdutórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125
Psicoterapia existencial
XII
PARÊMIAS DO TERAPEUTA EXISTENCIAL
O Terapeuta Existencial é assim como o Sol: irradia luz e inspiração.
É a primavera que desabrocha em flores, cheia de cor.
São pássaros que cantam o alvorecer de um novo dia.
É o rio que corre para o mar dissipando tormentas e entulho.
É o orvalho da manhã que se faz criança e encanta a dor.
É o mandacaru anunciando, depois de uma longa estiagem no sertão, as
chuvas e a esperança.
É a sinceridade que sabe corresponder à fraqueza das atitudes e às
excelsitudes dos ideais.
É a flor que desabrocha. É a estrela que cintila
na imensidão da noite. É o prenúncio de novas
formas poéticas. É o bálsamo que cicatriza as
chagas existenciais. É o mar em sua imensidão:
ondas calmas e revoltas.
O Terapeuta Existencial é o compreender.
É o clarificar, o elucidar.
É a vida. A morte.
É bonanza, harmonia, paz e turbulência.
É a Lua com as estrelas dominando o firmamento.
São plantas que, molhadas pelo aguaceiro, cintilam com o
surgimento do Sol.
É a dor em cada sorriso e o sorriso em cada dor.
É o Ipê-Roxo, no início da Primavera, anunciando o tempo
maravilhoso das flores.
É a música de Mozart em suas nuanças maravilhosas.
O Terapeuta Existencial é o refletir de sentimento.
É o tiziu voando ligeiro e rasteiro.
São as cores negras do anu.
É a paz da oração.
São folhas secas, encarquilhadas pelo tempo.
É a pureza melódica das cantatas de Bach.
E o céu azul, sereno e sem nuvens.
É o luar de agosto.
É a chuva de Outono. As noites de Verão.
O Terapeuta Existencial é o codificar e o decodificar de emoções.
É o ar. O ser. O Nada. O existir.
É o dia que termina em cada entardecer.
É o muçum, peixe que, na seca, cava um buraco no barro e aí permanece
até que as águas reapareçam.
É a margarida desfolhada depois da Primavera.
São as lágrimas, o sorriso. O pranto de dor e de alegria.
O Terapeuta Existencial é a busca de um processo.
É um pedido de ajuda.
É a noite de tranqüilidade.
É a relva verde crescendo, crescendo, crescendo... crescendo no seu
próprio tempo...
É o pôr-do-sol colorido de vermelho.
É a borboleta lilás. O cedro, o chorão e a pinha.
É a hortênsia, são as orquídeas.
É um corpo que fala, mãos que gesticulam, palavras que se calam...
É a situação terapêutica em esplendor.
É o exilado que volta ao seu porto natal.
O Terapeuta Existencial é o buscar da compreensão.
É a serenidade de quem sabe enfrentar as adversidades da existência de
maneira plena e autêntica.
É o guerrilheiro lutando pela construção de uma sociedade mais justa
e humana.
É o ser que dimensiona o existir.
É o existir frente às possibilidades segundo as quais o mundo se apresenta.
É a praia com crianças correndo na areia.
É a arte de relacionar-se com pessoas; uma arte única e incomparável.
É o tudo, mas acima de tudo e por tudo,
é amor...
Valdemar Augusto Angerami
A tentativa de se compreender o Existencialismo enquanto corrente
filosófica se reveste de dificuldades bastante complexas, além das dificulda-
des inerentes ao pensamento filosófico em geral. Tendo como agravante o
fato de não sermos filósofos, essa incumbência é ainda mais onerosa.
Uma primeira questão: O que é Existencialismo? E na seqüência
outra dúvida se faz presente: A que nos referimos quando falamos em
Psicoterapia Existencial?
A Psicoterapia Existencial no Brasil, e segundo dados citados por Rollo
May1, também nos Estados Unidos e na Europa, tornou-se área de domí-
nio público. Muitas práticas, ao se tornarem precárias em termos de orien-
tação teórica, são definidas indevidamente como sendo práticas determi-
nadas pela vertente existencialista. Desde práticas como Biodança até
outras que sequer merecem ser chamadas de psicoterapia, o jargão existen-
cial é, na maioria das vezes, utilizado sem nenhuma correlação com os
pressupostos da filosofia existencialista.
Nesse sentido, é imprescindível uma pequena incursão histórica sobre
a produção filosófica para melhor compreensão da temática; nossa inten-
ção é apenas considerar o Existencialismo em seu surgimento histórico,
e jamais o estabelecimento de uma história da Filosofia.
Os pensadores existencialistas, em sua grande maioria, são considera-
dos ateus. Se alguns definiram-se como sendo ateus, outros, ao contrário,
definiram-se claramente por vertentes religiosas bastante definidas.
Essa abrangência do Existencialismo como sendo uma corrente do ateís-
mo deve-se principalmente ao fato de Sartre, um dos principais arautos do
3
Existencialismo: um breve esboço
O essencial não é aquilo que se fez do homem, mas aquilo
que ele fez daquilo que fizeram dele.
Sartre
Existencialismo, ter-se posicionado em diversas ocasiões contra a existência
de Deus. “Deus está morto!” foi entoado por Nietzsche e posteriormente
pelas reflexões de Sartre. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer,
estudos recentes sobre a filosofia sartreana mostram que, apesar de trabalhar
no sentido de negar a existência de Deus, Sartre foi o filósofo contemporâ-
neo que, embora na negação, mais trouxe reflexões sobre Deus, mostrando
aos estudiosos da filosofia contemporânea reflexões pormenorizadas sobre a
crença humana e a própria deificação da condição do homem.
Especialistas em Nietzsche também demonstram que o filósofo nunca
negou ou afirmou realmente a existência de Deus. Sua intenção com essa
frase proferida por um “louco” era demonstrar o abandono e o vazio do ser
humano na Modernidade2.
É totalmente indevida essa justaposição que se faz ao Existencialismo
como sendo uma corrente filosófica do ateísmo.
Os principais pensadores existencialistas são Sören Kierkegaard (dina-
marquês, 1813-1855), Friedrich Nietzsche (alemão, 1844-1900), Martin
Heidegger (alemão, 1889-1976) e Jean-Paul Sartre (francês, 1905-1980)3.
Dos quatro principais expoentes, Kierkegaard foi cristão e confesso
protestante, e os demais, classificados como ateus. Entre os vultos secun-
dários, predominam os existencialistas religiosos. Miguel de Unamuno
(espanhol, 1864-1936) e Gabriel Marcel (francês, 1889-1973) são católi-
cos romanos, Leon Chestov (russo, 1868-1938) e Nicolau Berdiáiev
(russo, 1874-1948) são católicos orientais ou ortodoxos. O judaísmo é
representado por Martin Buber (1878-1965), que nasceu na Alemanha e
mais tarde fixou-se em Israel. Existencialistas ateus de importância secun-
dária são Simone de Beauvoir (francesa, 1908-1986), Albert Camus (fran-
cês, 1913-1960) e Maurice Merleau-Ponty (francês, 1908-1961). Camus,
entretanto, afastou-se do Existencialismo nos anos imediatamente ante-
riores à sua morte; e Merleau-Ponty, que para alguns críticos nunca fora
um representante típico do movimento, abandonou-o muito antes. Karl
Jaspers (alemão, 1883-1969), que grande número de pessoas consideraria
um dos principais pensadores existencialistas, é difícil de ser classificado.
Edmund Husserl (alemão, 1859-1938), fundador do movimento conhe-
cido como Fenomenologia, também merece referência. Embora não
fosse ele próprio existencialista, Husserl foi por muito tempo guia de
Heidegger, e tanto Sartre como Merleau-Ponty afirmaram estar em dívida
com ele, especialmente no que se refere a questões de método. Contudo,
Psicoterapia existencial
4
dado o fato de que Husserl é passível de interpretações diversas, não é
possível determinar com segurança quer a natureza precisa, quer a ampli-
tude de sua influência sobre o Existencialismo4.
A própria aceitação da expressão filosofia da existência é revestida de
alguma polêmica. Ao proferirmos a palavra existencialismo, a primeira
entoação a ser destacada é existência. Existência, de outra parte, contra-
põe essência5.
Historicamente, a palavra essência é anterior. Essentia, forma latina
derivada do verbo esse, ser. Quando os antigos se entregavam à meditação
filosófica, a pensar aquilo que é, diziam estar pensando na essência da
coisa. Uma analogia lingüística em português atual diria que a essência se
refere ao “sendo” da coisa. Por exemplo: saber a essência de um pássaro é
saber quais os elementos fundamentais para a experiência de se estar
“sendo” um pássaro. Só muito mais tarde surgiria, também em latim, a
palavra existentia, existência, derivada de existere, que significa sair de
uma casa, de um domínio, de um esconderijo. Mais precisamente, exis-
tência, na origem, é sinônimo de mostrar-se, exibir-se; é um movimento
para fora. Daí denominar-se existencialista toda filosofia que trata direta-
mente da existência humana, visto que tal movimento é inevitável e ine-
rente ao ser humano6.
Apesar dos inúmeros autores definidos como existencialistas, na aná-
lise amiúde dos fatos, as obras de Sartre e Heidegger destacam-se das
demais e praticamente dividem em duas as vertentes principais do
Existencialismo. Embora Heidegger não tenha se definido como adepto
do Existencialismo, atribuindo à parte mais conhecida de sua obra a
denominação análise existencial, ainda assim é muito difícil, se não
impossível, encontrar citações e obras que se referem ao Existencialismo
nas quais ele não seja mencionado como um dos principais expoentes
existencialistas.
Embora Kierkegaard seja considerado um dos iniciadores do movi-
mento, existem citações que mostram antecedentes: o grito de Sócrates
opondo-se a um pensamento de base dos físicos jônicos e determinando
o imperativo interior “conhece-te a ti mesmo”; a mensagem dos estóicos
propondo o domínio sobre si diante do enfrentamento do destino; Pascal
levantando-se contra a grande aventura cartesiana, priorizando o
homem, sua vida e sua morte7; também a pobreza de São Francisco de
Assis, um acinte diante da Igreja dos papas revestidos de luxo e poder.
Valdemar Augusto Angerami – Camon
5
No campo da literatura, vamos encontrar autores que, embora não
tenham sido filósofos, seguramente aprofundaram temas existencialistas de
maneira ímpar. Nesse rol, encontramos Dostoiévski, Leon Tolstói, Oscar
Wilde, George Sand, Graciliano Ramos, Vinícius de Morais, Guimarães
Rosa, Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, Lygia Fagundes Telles, entre
outros.
Fiodor Dostoiévski, em termos literários, talvez seja o autor que mais
profundamente refletiu sobre a condição humana em seus aspectos mais
íntimos e subjetivos. De sua vasta obra, podemos destacar O Sonho do
Príncipe, no qual praticamente é feito um tratado sobre a antipsiquiatria
a partir da alteração de consciência apresentada pelo personagem princi-
pal; e O Idiota, no qual a condição humana de virtude e dignidade é con-
frontada e encarada diante das vicissitudes sociais. A obra de Dostoiévski
é leitura obrigatória para todos que, de alguma maneira, se interessam
pela compreensão abrangente da condição humana.
Da obra de Leon Tolstói, destaca-se Senhor e Servo, em que a con-
gruência das relações humanas é exposta de maneira contundente e refle-
xiva, levando a um sem-número de reflexões. Oscar Wilde desponta com
O Retrato de Dorian Gray, no qual o autor discorre de maneira magistral
sobre questões, como paixão, afeto, amizade, desejo, ambição, como pou-
cas vezes registradas na literatura mundial.
George Sand destaca-se também pelo aspecto visionário de sua obra.
Tendo escrito numa época em que precisou emprestar um nome masculi-
no para ter suas obras publicadas, essa autora notável escreveu preciosida-
des, como A Pequena Fadete e Ele e Ela, nas quais questões como o surgi-
mento de doenças orgânicas a partir do sofrimento espiritual e aspectos sub-
jetivos presentes numa relação amorosa são mostradas de maneira soberba,
evidenciando um apurado nível de conhecimento da condição humana.
Na literatura nacional, encontramos Graciliano Ramos, com destaque
para Vidas Secas, no qual o sofrimento e a esperança do homem diante
da diversidade são mostrados de maneira contundente e real; Vinícius de
Morais escreveu como poucos sobre a paixão, destacando esse aspecto da
condição humana, mostrando assim a importância de dar-se um sentido
à vida a partir da paixão; em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa
descreve em detalhes profundos os aspectos mais singulares da existência.
Já em Lygia Fagundes Telles vamos encontrar Antes do Baile Verde, um
Psicoterapia existencial
6
Valdemar Augusto Angerami – Camon
7
conto em que a exuberância da condição humana diante do prazer e do
sofrimento confronta-se num contraponto de intensa pulsação e ardor
existencial.
Fernando Pessoa e Rainer Maria Rilke, por outro lado, incontestavel-
mente são nomes que escreveram com ardor sobre o pulsar de uma
intensa emoção, dando à condição humana a própria dimensão da trans-
cendência.
O Existencialismo moderno, por outro lado, surge num momento de
grande inquietação diante dos pressupostos da Filosofia e de movimen-
tos que abalaram o mundo – de modo significativo, as grandes guerras
mundiais.
E, num momento em que a Filosofia fez do conhecimento sua razão
e fim, construindo sistemas que, ao tentarem atingir a essência das coisas,
perderam a proximidade e, por que não dizer, o próprio contato com as
existências, surge Kierkegaard. Homem angustiado, espírito rebelde, sen-
sibilidade fina e hiperestésica, gritando seu inconformismo, troca perspec-
tivas e propõe novos valores. Citemos algumas de suas frases para nos apro-
ximarmos um pouco do seu pensamento: “a busca da essência não é senão
um artifício dos homens que tratam de ruir com a realidade esquemati-
zando-a; o pensamento não possui validade se não se tem em conta quem
o pensa; as generalizações são apenas modos de esconder os verdadeiros
problemas, que são sempre individuais e únicos. Não me interessa a
morte; é a minha morte que interessa”, afirma. “O conhecimento não é,
não pode ser, a meta do homem, senão como um meio de evolução; é a
vida, a existência, a minha e tua que contam. O mundo não é objetivida-
de, nem conjunto de essência; o mundo para mim e para você é uma exis-
tência frente à existência, existências que todo sistema e todo pensamento
separam ao invés de unir, e escondem em lugar de descobrir. A verdade
não me interessa, se existe; minha angústia é minha verdade; ... os filóso-
fos, os professores, são aqueles que, como Hegel, sabem tudo melhor que
você, porém ignoram um único problema: você”8.
Desde Kierkegaard, um dos pontos predominantes dos pensadores
existencialistas é a valorização da própria existência pessoal como ponto
fundamental na análise dos pressupostos filosóficos que possam determi-
nar contrapontos existenciais. Esse aspecto está presente na totalidade das
obras existencialistas, e, por assim dizer, juntamente com a liberdade
individual dos pensadores existencialistas de escrever sem se ater a regras
formais utilizando-se de formas e nuanças poéticas, é uma das principais
características do Existencialismo. Sartre, como mera citação, além de
filósofo, foi um grande dramaturgo e romancista, com uma produção lite-
rária muito grande e de excelente qualidade. Foi inclusive indicado ao
prêmio Nobel de Literatura no ano de 1964. No entanto, recusou-se a
recebê-lo, afirmando: “Se eu tivesse aceitado, os outros diriam: ‘agora ele
já é um dos nossos’. Eu jamais teria suportado algo assim”.
Assim, para alguns autores, o Existencialismo seria menos uma doutri-
na, no sentido estrito do termo, do que um filosofar, uma maneira de o
homem expor a si mesmo, reconhecendo-se automaticamente nesse ato.
Basicamente, portanto, o Existencialismo seria a expressão de uma expe-
riência singular, individual, um pensamento motivado por uma situação
muito particular9.
Praticamente no eco de Kierkegaard surge Nietzsche, que propaga
afirmações que questionam a estrutura filosófica de então. “O segredo da
maior fecundidade e do gozo mais intenso da vida é viver perigosamen-
te”10, ou ainda a expressão que tornou famosa e que foi acolhida em
diversas ramificações do Existencialismo: “Deus está morto”11.
Se a diferença entre os existencialistas ateus e religiosos torna-se míni-
ma, por outro lado, faz-se secundária a questão de suprimir sua similarida-
de essencial, afirmando que os existencialistas religiosos estão próximos do
ateísmo ou que os existencialistas ateus são essencialmente religiosos.
A contingência radical e a carência essencial de significação, tanto do
homem quanto do mundo, levam o ser humano a uma angústia de
ser, expressa nas reflexões dos pensadores existencialistas, de acordo com
a peculiaridade individual de cada um. Dizer que o ser do homem é radi-
calmente contingente e essencialmente sem sentido é dizer que o
homem não sabe o que existe e não pode alar-se ao conhecimento do seu
destino. Na linguagem de Heidegger, é como se o homem fosse “aban-
donado” da mesma forma que Cristo foi abandonado na cruz12.
A mesma idéia pode ser encontrada em diversos escritos existencialis-
tas, mostrando uma maneira singular de reflexão sobre a existência a par-
tir da própria existência.
Entretanto, é errônea a idéia vulgar de que os existencialistas escre-
vem apenas com o “coração”. Ao contrário, são essencialmente pensado-
Psicoterapia existencial
8
res. E não há como negar esse fato diante da forma como as obras exis-
tencialistas são construídas: extremamente complexas em termos de refle-
xões filosóficas, audácia arquitetônica com o uso de artifícios poéticos e
extremamente dialéticas.
O pensamento existencialista é aquele que se rebela contra o quietis-
mo e a resignação propostos por certas correntes filosóficas.
Os gritos de Kierkegaard e Nietzsche pareciam ter se exaurido nas
entrelinhas do tempo e do espaço; suas obras demoraram a ter a devida
ressonância, ficando isoladas nessa dimensão13.
Somente depois da primeira grande guerra surge a obra do filósofo ale-
mão Martin Heidegger, discípulo de Husserl, que cria o existencialismo
alemão.
Posteriormente, por ocasião da segunda grande guerra, surgem as teo-
rias de outro pensador fortemente influenciado por Husserl, Jean-Paul
Sartre, que dá novas vertentes ao pensamento existencialista, tornando-se,
ao lado de Heidegger, um dos principais expoentes do movimento. Tanto
pelo peso de suas obras como pela vida exemplar — paradigma de parti-
cipação e coragem ponteado por tomadas de posição corajosas diante de
lutas pelas causas de dignidade humana —, tornou-se um dos maiores
destaques deste século. É Sartre testemunho moral contra o ultraje da
História do século XX.14
Outras vozes existencialistas se fazem ouvir ganhando uma dimensão
apaixonante e irreverente. A discussão de seus pressupostos transcende a
área da Filosofia e torna-se igualmente eloqüente em outros campos.
“Deus está morto”, mais do que contraponto a posições religiosas ou
místicas, põe às claras a situação do homem abandonado a si mesmo e
escravo da própria subjetividade, mergulhado nessa conseqüência extre-
ma da Metafísica, que é o subjetivismo: as almas são desertas porque não
passa por eles senão elas mesmas. Instalado nesse deserto, nesse vazio, o
nada do ser do homem descortina todo um mundo lancinante e agônico.
A grandeza da alma está aí: ela vislumbra uma totalidade de sentido, mas
uma totalidade que morreu; tudo consegue ver, e tudo morreu. O homem
de nosso tempo é esse homem que habita o intervalo de duas grandezas:
um passado que se vai, irrepetível, e um futuro que permanece uma
incógnita15.
Valdemar Augusto Angerami – Camon
9
Em seguida, descreveremos alguns dos principais conceitos existencialis-
tas para, na seqüência, adentrarmos no campo específico da Psicoterapia.
Notas
11 May, R. Peligros en la Relación entre el Existencialismo y la Psicoterapia, in
H. M. Ruitembreek (org.) Psicoanálise y Filosofia Existencial. Buenos Aires:
Paidós, 1965.
12 Giacoia Jr., O. Nietzsche. São Paulo: Publifolha, 2000. (Folha Explica).
13 Olson, R. G. Introdução ao Existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1970.
14 Ibid. Op. cit.
15 No capítulo “Temas Existenciais” é feita uma reflexão sobre a essência.
16 Penha, J. O Que é Existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1982.
17 Mounier, G. Introducción al Existencialismo. Madri: Rev. de Ocidente, 1957.
18 Seguim, C. A. Existencialismo y Psiquiatría. Buenos Aires: Paidós, 1960.
19 Introdução ao Existencialismo. Op. cit.
10 Nietzsche, F. Vontade de Potência. Porto Alegre: Livraria Globo, 1945.
11 Em termos de literatura, vamos encontrar vestígios da obra de Nietzsche na
de Milan Kundera. Sua principal obra, A Insustentável Leveza do Ser, é pra-
ticamente calcada nos escritos de Nietzsche.
12 Introdução ao Existencialismo. Op. cit.
13 Evidentemente nos referimos a obras estritamente filosóficas, pois, nesse
espaço de tempo, gigantes da literatura, como Dostoiévski, Tolstói e outros,
estavam produzindo os romances que dariam formas e contornos a outras
manifestações existencialistas.
14 Danto, C. A. As Idéias de Sartre. São Paulo: Cultrix, 1978.
15 Bornheim, A. G. Sartre. São Paulo: Perspectiva, 1984.
Psicoterapia existencial
10
PARÊMIA DE INVERNO
Sexta Lua do ano
No céu, logo depois do Pôr-do-sol,
surge a Arturus
uma das mais brilhantes e
lindas estrelas que se pode sonhar.
Mais noitinha ainda
surge a Constelação do Escorpião e a Antaris
radiante e afirmando ser a própria essência da vida.
E estamos novamente no Inverno.
Deixe a tua dor um pouquinho de lado
esquece dos problemas do cotidiano.
Largue tua mágoa, teu desalento.
Põe um sorriso na alegria,
e viva o Inverno com sua florada exuberante.
Veja o vermelho da suinã,
o amarelo do girassol,
o vermelho e amarelo do bico-de-papagaio,
as cores vivas da azaléia,
o esplendor do Ipê-Roxo
e tantas outras flores e cores
desse nosso momento de vida.
Inverno com suas noites frias e estreladas.
Inverno do luamento mais brilhante,
mais intenso e harmonioso
com o pulsar do coração.
Inverno das fogueiras juninas
aquecendo o coração, o corpo e a alma.
Inverno das manhãs azuis,
do sol radiante e das tardes frias.
Inverno da vida
que passa lá de fora
pra dentro do coração
acalentando a esperança e a ilusão.
Inverno das noites aquecidas
pelo orvalhar e pelo
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e meigo olhar.
Valdemar Augusto Angerami

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Psicoterapia existencial Camon

  • 1. Este livro foi concebido e idealizado para suprir a lacuna existente nas obras que dão concretude à Psicoterapia Existencial no Brasil. Ele dá parâmetros precisos sobre a prática e o caminho percorrido por seus pre- cursores na construção dessa vertente psicoterápica. É um livro escrito com irreverência, amor e paixão. E, mesmo estando dentro das normalizações vigentes que norteiam as produções científicas, não houve a intenção de torná-lo ou até mesmo enquadrá-lo dentro de uma óptica estritamente academicista. Ao contrário, houve até mesmo uma ten- tativa de quebra da aridez temática, introduzindo-se, entre alguns capítulos, parêmias repletas de nuanças e formas poéticas. E mesmo de citações poé- ticas antes do início das reflexões sobre as temáticas existencialistas. É um livro direcionado para as lides universitárias que buscam subsí- dios teóricos para uma compreensão mais abrangente das diversas corren- tes psicoterápicas. E também para os inúmeros profissionais que buscam embasamento para suas práticas profissionais. Muitos livros e muitas buscas fazem com que a vida seja direcionada para questionamentos sobre o próprio sentido dessas buscas. Que níveis do conhecimento são atingidos por este livro é algo tangível apenas em algum ponto da reflexão pormenorizada que certamente abrangerá. Em que aspecto, por outro lado, contribuirá para o abrandamento das ques- tões e críticas que gravitam em torno da Psicoterapia Existencial é, igual- mente, outro aspecto que apenas se tornará transparente a partir da criti- cidade que incide sobre ele. VII Apresentação
  • 2. Um livro sempre traz em seu bojo algo maior do que o seu mero ali- nhavo teórico; como um objeto lançado rumo a uma determinada dire- ção e que encontra obstáculos em seu percurso, igualmente um livro apresenta desvios em seu percurso que, ao se tornarem transitórios, ou então definitivos, fazem dele uma simples fragrância que se perde e se mistura ao deleite de outras essências. Novamente estamos indo ao encontro de algo que se funde entre res- quícios de críticas anteriores e de elogios e entusiasmo pelo tanto que já foi vivido. A produção acadêmica e a reflexão sistematizada pairando em níveis intelectuais sobre determinados ponteamentos é apenas e tão- somente digressão teórica e até mesmo filosófica que incide sobre a vida, mas que não tem como configurar-lhe forma e contornos específicos. A essência da vida talvez esteja muito mais exuberante no céu azul con- tornado apenas pelo espasmo de algumas nuvens brancas a emoldurar a florada da sibipiruna e do jacarandá-mimoso. Escrevo e tenho a consciên- cia de que um texto que reflete sobre temas existenciais também é, ou então deveria ser, algo que inserisse a própria vida numa amplitude onde nenhum elemento da Natureza fosse isolado ou deixado numa condição de ostracismo. Passeio um longo passear. Passeio pela minha imaginação e concebo a percepção dos meus lei- tores deparando com um texto que insiste em ser livre e desprendido de amarras formais, embora abordando questões complexas e cruciais no emaranhado da condição humana. É como se num repente pudesse envolver cada leitor e esclarecê-lo não apenas das dúvidas suscitadas no texto, como também, e, principalmente, pudesse vagar ainda sobre ques- tões pessoais e individuais de cada um. De maneira mágica seria, então, um autor que saltaria das páginas do livro e se transformaria num amigo, confidente, amante e companheiro de desatinos e alegrias. Percorreria cada leitor em seus caminhos e ilusão. E daria configuração ao irreal da tentativa de abstração feita pelo leitor da figura do autor. E também convidaria cada leitor para ajudar no enrique- cimento do próprio livro através da contribuição de depoimentos, expe- riências pessoais e situações vivenciais inerentes a cada um. Teríamos, assim, um livro no qual eu seria apenas o organizador, com cada leitor tor- nando-se co-autor na busca e construção de novas formas e buscas existen- ciais. E cada leitor, ao colocar o livro na sua cabeceira, mesa, prateleira, pasta para levá-lo juntamente com outros materiais acadêmicos, não Psicoterapia existencial VIII
  • 3. tivesse junto de si apenas uma produção gráfica, mas sim um amigo que estivesse a repartir preciosamente o universo pessoal de cada um. Passeio agora pelo meu ontem. O meu ontem é o meu hoje mistura- do ao meu amanhã. Tudo foi e ainda é na essência de um suave vir-a-ser. E de tudo sempre fica um pouco. Um pouquinho que seja. Um pouco de vida, de felicidade, da lágrima, da alegria, da dor e do riso. Você que me lê nesse momento é o meu próprio sentido de vida neste instante. Certamente a razão de ser destas letras e reflexões. Sinta-se, então, não apenas enriquecido e energizado com as reflexões teóricas apresentadas, mas também e, principalmente, acarinhado em cada letra, linha, pará- grafo e página deste livro. Ele é o seu, o meu, o nosso livro. Foi escrito pelas minhas mãos, mas seguramente teve a contribuição da sua emoção em sua elaboração astral. E observe-o atentamente: ele não é mais um livro acadêmico, ou filosófico, ou teórico. Ele é o livro de nossas vidas, escrito com muito amor e paixão. São Paulo, em uma manhã de primavera. Valdemar Augusto Angerami – Camon IX
  • 4. Existencialismo: um breve esboço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1. Temas existenciais: conceitos fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . .13 Existência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Solidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 Essência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 O ser-no-mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 Morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 O sentido da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Transcendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Autenticidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Angústia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 Amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Tédio existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 Culpa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55 Felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56 2. Fenomenologia: métodos e pressupostos . . . . . . . . . . . . . . . . . .73 A Base Fenomenológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74 O Método Fenomenológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77 A Análise Intencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77 A Redução Fenomenológica e seu Resíduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78 A Ontologia Fenomenológica de Sartre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79 A Ontologia Fenomenológica de Heidegger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 XI Sumário
  • 5. 3. Psicologia e pressupostos existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . .85 Psicologia como Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85 As Teorizações Psicológicas e o Pensamento Existencialista . . . . . . . . . . . . . .88 4. Humanismo e existencialismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91 5. Psicanálise e existencialismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97 O Projeto de Ser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 A Questão do “Inconsciente” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100 6. Convergência do pensamento existencialista na prática psicoterápica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103 Rollo May . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103 Victor Emanuel Frankl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 Ludwig Binswanger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106 Medard Boss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .108 J. H. Van Den Berg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109 Ronald Laing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111 7. Perspectivas da psicoterapia existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . .117 Bibliografia existencialista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 Filósofos Existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 Sören Kierkegaard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 Martin Heidegger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121 Jean-Paul Sartre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122 Fenomenologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122 Edmund Husserl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122 Psiquiatria Fenomenológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122 Ludwig Binswanger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122 J. H. Van Den Berg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Psiquiatria e Psicoterapia Existencialistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Victor Emanuel Frankl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Medard Boss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Ronald Laing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Yolanda Cintrão Forghieri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124 Valdemar Augusto Angerami . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124 Obras Introdutórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125 Psicoterapia existencial XII
  • 6. PARÊMIAS DO TERAPEUTA EXISTENCIAL O Terapeuta Existencial é assim como o Sol: irradia luz e inspiração. É a primavera que desabrocha em flores, cheia de cor. São pássaros que cantam o alvorecer de um novo dia. É o rio que corre para o mar dissipando tormentas e entulho. É o orvalho da manhã que se faz criança e encanta a dor. É o mandacaru anunciando, depois de uma longa estiagem no sertão, as chuvas e a esperança. É a sinceridade que sabe corresponder à fraqueza das atitudes e às excelsitudes dos ideais. É a flor que desabrocha. É a estrela que cintila na imensidão da noite. É o prenúncio de novas formas poéticas. É o bálsamo que cicatriza as chagas existenciais. É o mar em sua imensidão: ondas calmas e revoltas. O Terapeuta Existencial é o compreender. É o clarificar, o elucidar. É a vida. A morte. É bonanza, harmonia, paz e turbulência. É a Lua com as estrelas dominando o firmamento. São plantas que, molhadas pelo aguaceiro, cintilam com o surgimento do Sol. É a dor em cada sorriso e o sorriso em cada dor. É o Ipê-Roxo, no início da Primavera, anunciando o tempo maravilhoso das flores. É a música de Mozart em suas nuanças maravilhosas. O Terapeuta Existencial é o refletir de sentimento. É o tiziu voando ligeiro e rasteiro. São as cores negras do anu. É a paz da oração. São folhas secas, encarquilhadas pelo tempo. É a pureza melódica das cantatas de Bach. E o céu azul, sereno e sem nuvens. É o luar de agosto. É a chuva de Outono. As noites de Verão. O Terapeuta Existencial é o codificar e o decodificar de emoções. É o ar. O ser. O Nada. O existir. É o dia que termina em cada entardecer. É o muçum, peixe que, na seca, cava um buraco no barro e aí permanece
  • 7. até que as águas reapareçam. É a margarida desfolhada depois da Primavera. São as lágrimas, o sorriso. O pranto de dor e de alegria. O Terapeuta Existencial é a busca de um processo. É um pedido de ajuda. É a noite de tranqüilidade. É a relva verde crescendo, crescendo, crescendo... crescendo no seu próprio tempo... É o pôr-do-sol colorido de vermelho. É a borboleta lilás. O cedro, o chorão e a pinha. É a hortênsia, são as orquídeas. É um corpo que fala, mãos que gesticulam, palavras que se calam... É a situação terapêutica em esplendor. É o exilado que volta ao seu porto natal. O Terapeuta Existencial é o buscar da compreensão. É a serenidade de quem sabe enfrentar as adversidades da existência de maneira plena e autêntica. É o guerrilheiro lutando pela construção de uma sociedade mais justa e humana. É o ser que dimensiona o existir. É o existir frente às possibilidades segundo as quais o mundo se apresenta. É a praia com crianças correndo na areia. É a arte de relacionar-se com pessoas; uma arte única e incomparável. É o tudo, mas acima de tudo e por tudo, é amor... Valdemar Augusto Angerami
  • 8. A tentativa de se compreender o Existencialismo enquanto corrente filosófica se reveste de dificuldades bastante complexas, além das dificulda- des inerentes ao pensamento filosófico em geral. Tendo como agravante o fato de não sermos filósofos, essa incumbência é ainda mais onerosa. Uma primeira questão: O que é Existencialismo? E na seqüência outra dúvida se faz presente: A que nos referimos quando falamos em Psicoterapia Existencial? A Psicoterapia Existencial no Brasil, e segundo dados citados por Rollo May1, também nos Estados Unidos e na Europa, tornou-se área de domí- nio público. Muitas práticas, ao se tornarem precárias em termos de orien- tação teórica, são definidas indevidamente como sendo práticas determi- nadas pela vertente existencialista. Desde práticas como Biodança até outras que sequer merecem ser chamadas de psicoterapia, o jargão existen- cial é, na maioria das vezes, utilizado sem nenhuma correlação com os pressupostos da filosofia existencialista. Nesse sentido, é imprescindível uma pequena incursão histórica sobre a produção filosófica para melhor compreensão da temática; nossa inten- ção é apenas considerar o Existencialismo em seu surgimento histórico, e jamais o estabelecimento de uma história da Filosofia. Os pensadores existencialistas, em sua grande maioria, são considera- dos ateus. Se alguns definiram-se como sendo ateus, outros, ao contrário, definiram-se claramente por vertentes religiosas bastante definidas. Essa abrangência do Existencialismo como sendo uma corrente do ateís- mo deve-se principalmente ao fato de Sartre, um dos principais arautos do 3 Existencialismo: um breve esboço O essencial não é aquilo que se fez do homem, mas aquilo que ele fez daquilo que fizeram dele. Sartre
  • 9. Existencialismo, ter-se posicionado em diversas ocasiões contra a existência de Deus. “Deus está morto!” foi entoado por Nietzsche e posteriormente pelas reflexões de Sartre. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, estudos recentes sobre a filosofia sartreana mostram que, apesar de trabalhar no sentido de negar a existência de Deus, Sartre foi o filósofo contemporâ- neo que, embora na negação, mais trouxe reflexões sobre Deus, mostrando aos estudiosos da filosofia contemporânea reflexões pormenorizadas sobre a crença humana e a própria deificação da condição do homem. Especialistas em Nietzsche também demonstram que o filósofo nunca negou ou afirmou realmente a existência de Deus. Sua intenção com essa frase proferida por um “louco” era demonstrar o abandono e o vazio do ser humano na Modernidade2. É totalmente indevida essa justaposição que se faz ao Existencialismo como sendo uma corrente filosófica do ateísmo. Os principais pensadores existencialistas são Sören Kierkegaard (dina- marquês, 1813-1855), Friedrich Nietzsche (alemão, 1844-1900), Martin Heidegger (alemão, 1889-1976) e Jean-Paul Sartre (francês, 1905-1980)3. Dos quatro principais expoentes, Kierkegaard foi cristão e confesso protestante, e os demais, classificados como ateus. Entre os vultos secun- dários, predominam os existencialistas religiosos. Miguel de Unamuno (espanhol, 1864-1936) e Gabriel Marcel (francês, 1889-1973) são católi- cos romanos, Leon Chestov (russo, 1868-1938) e Nicolau Berdiáiev (russo, 1874-1948) são católicos orientais ou ortodoxos. O judaísmo é representado por Martin Buber (1878-1965), que nasceu na Alemanha e mais tarde fixou-se em Israel. Existencialistas ateus de importância secun- dária são Simone de Beauvoir (francesa, 1908-1986), Albert Camus (fran- cês, 1913-1960) e Maurice Merleau-Ponty (francês, 1908-1961). Camus, entretanto, afastou-se do Existencialismo nos anos imediatamente ante- riores à sua morte; e Merleau-Ponty, que para alguns críticos nunca fora um representante típico do movimento, abandonou-o muito antes. Karl Jaspers (alemão, 1883-1969), que grande número de pessoas consideraria um dos principais pensadores existencialistas, é difícil de ser classificado. Edmund Husserl (alemão, 1859-1938), fundador do movimento conhe- cido como Fenomenologia, também merece referência. Embora não fosse ele próprio existencialista, Husserl foi por muito tempo guia de Heidegger, e tanto Sartre como Merleau-Ponty afirmaram estar em dívida com ele, especialmente no que se refere a questões de método. Contudo, Psicoterapia existencial 4
  • 10. dado o fato de que Husserl é passível de interpretações diversas, não é possível determinar com segurança quer a natureza precisa, quer a ampli- tude de sua influência sobre o Existencialismo4. A própria aceitação da expressão filosofia da existência é revestida de alguma polêmica. Ao proferirmos a palavra existencialismo, a primeira entoação a ser destacada é existência. Existência, de outra parte, contra- põe essência5. Historicamente, a palavra essência é anterior. Essentia, forma latina derivada do verbo esse, ser. Quando os antigos se entregavam à meditação filosófica, a pensar aquilo que é, diziam estar pensando na essência da coisa. Uma analogia lingüística em português atual diria que a essência se refere ao “sendo” da coisa. Por exemplo: saber a essência de um pássaro é saber quais os elementos fundamentais para a experiência de se estar “sendo” um pássaro. Só muito mais tarde surgiria, também em latim, a palavra existentia, existência, derivada de existere, que significa sair de uma casa, de um domínio, de um esconderijo. Mais precisamente, exis- tência, na origem, é sinônimo de mostrar-se, exibir-se; é um movimento para fora. Daí denominar-se existencialista toda filosofia que trata direta- mente da existência humana, visto que tal movimento é inevitável e ine- rente ao ser humano6. Apesar dos inúmeros autores definidos como existencialistas, na aná- lise amiúde dos fatos, as obras de Sartre e Heidegger destacam-se das demais e praticamente dividem em duas as vertentes principais do Existencialismo. Embora Heidegger não tenha se definido como adepto do Existencialismo, atribuindo à parte mais conhecida de sua obra a denominação análise existencial, ainda assim é muito difícil, se não impossível, encontrar citações e obras que se referem ao Existencialismo nas quais ele não seja mencionado como um dos principais expoentes existencialistas. Embora Kierkegaard seja considerado um dos iniciadores do movi- mento, existem citações que mostram antecedentes: o grito de Sócrates opondo-se a um pensamento de base dos físicos jônicos e determinando o imperativo interior “conhece-te a ti mesmo”; a mensagem dos estóicos propondo o domínio sobre si diante do enfrentamento do destino; Pascal levantando-se contra a grande aventura cartesiana, priorizando o homem, sua vida e sua morte7; também a pobreza de São Francisco de Assis, um acinte diante da Igreja dos papas revestidos de luxo e poder. Valdemar Augusto Angerami – Camon 5
  • 11. No campo da literatura, vamos encontrar autores que, embora não tenham sido filósofos, seguramente aprofundaram temas existencialistas de maneira ímpar. Nesse rol, encontramos Dostoiévski, Leon Tolstói, Oscar Wilde, George Sand, Graciliano Ramos, Vinícius de Morais, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, Lygia Fagundes Telles, entre outros. Fiodor Dostoiévski, em termos literários, talvez seja o autor que mais profundamente refletiu sobre a condição humana em seus aspectos mais íntimos e subjetivos. De sua vasta obra, podemos destacar O Sonho do Príncipe, no qual praticamente é feito um tratado sobre a antipsiquiatria a partir da alteração de consciência apresentada pelo personagem princi- pal; e O Idiota, no qual a condição humana de virtude e dignidade é con- frontada e encarada diante das vicissitudes sociais. A obra de Dostoiévski é leitura obrigatória para todos que, de alguma maneira, se interessam pela compreensão abrangente da condição humana. Da obra de Leon Tolstói, destaca-se Senhor e Servo, em que a con- gruência das relações humanas é exposta de maneira contundente e refle- xiva, levando a um sem-número de reflexões. Oscar Wilde desponta com O Retrato de Dorian Gray, no qual o autor discorre de maneira magistral sobre questões, como paixão, afeto, amizade, desejo, ambição, como pou- cas vezes registradas na literatura mundial. George Sand destaca-se também pelo aspecto visionário de sua obra. Tendo escrito numa época em que precisou emprestar um nome masculi- no para ter suas obras publicadas, essa autora notável escreveu preciosida- des, como A Pequena Fadete e Ele e Ela, nas quais questões como o surgi- mento de doenças orgânicas a partir do sofrimento espiritual e aspectos sub- jetivos presentes numa relação amorosa são mostradas de maneira soberba, evidenciando um apurado nível de conhecimento da condição humana. Na literatura nacional, encontramos Graciliano Ramos, com destaque para Vidas Secas, no qual o sofrimento e a esperança do homem diante da diversidade são mostrados de maneira contundente e real; Vinícius de Morais escreveu como poucos sobre a paixão, destacando esse aspecto da condição humana, mostrando assim a importância de dar-se um sentido à vida a partir da paixão; em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa descreve em detalhes profundos os aspectos mais singulares da existência. Já em Lygia Fagundes Telles vamos encontrar Antes do Baile Verde, um Psicoterapia existencial 6
  • 12. Valdemar Augusto Angerami – Camon 7 conto em que a exuberância da condição humana diante do prazer e do sofrimento confronta-se num contraponto de intensa pulsação e ardor existencial. Fernando Pessoa e Rainer Maria Rilke, por outro lado, incontestavel- mente são nomes que escreveram com ardor sobre o pulsar de uma intensa emoção, dando à condição humana a própria dimensão da trans- cendência. O Existencialismo moderno, por outro lado, surge num momento de grande inquietação diante dos pressupostos da Filosofia e de movimen- tos que abalaram o mundo – de modo significativo, as grandes guerras mundiais. E, num momento em que a Filosofia fez do conhecimento sua razão e fim, construindo sistemas que, ao tentarem atingir a essência das coisas, perderam a proximidade e, por que não dizer, o próprio contato com as existências, surge Kierkegaard. Homem angustiado, espírito rebelde, sen- sibilidade fina e hiperestésica, gritando seu inconformismo, troca perspec- tivas e propõe novos valores. Citemos algumas de suas frases para nos apro- ximarmos um pouco do seu pensamento: “a busca da essência não é senão um artifício dos homens que tratam de ruir com a realidade esquemati- zando-a; o pensamento não possui validade se não se tem em conta quem o pensa; as generalizações são apenas modos de esconder os verdadeiros problemas, que são sempre individuais e únicos. Não me interessa a morte; é a minha morte que interessa”, afirma. “O conhecimento não é, não pode ser, a meta do homem, senão como um meio de evolução; é a vida, a existência, a minha e tua que contam. O mundo não é objetivida- de, nem conjunto de essência; o mundo para mim e para você é uma exis- tência frente à existência, existências que todo sistema e todo pensamento separam ao invés de unir, e escondem em lugar de descobrir. A verdade não me interessa, se existe; minha angústia é minha verdade; ... os filóso- fos, os professores, são aqueles que, como Hegel, sabem tudo melhor que você, porém ignoram um único problema: você”8. Desde Kierkegaard, um dos pontos predominantes dos pensadores existencialistas é a valorização da própria existência pessoal como ponto fundamental na análise dos pressupostos filosóficos que possam determi- nar contrapontos existenciais. Esse aspecto está presente na totalidade das obras existencialistas, e, por assim dizer, juntamente com a liberdade
  • 13. individual dos pensadores existencialistas de escrever sem se ater a regras formais utilizando-se de formas e nuanças poéticas, é uma das principais características do Existencialismo. Sartre, como mera citação, além de filósofo, foi um grande dramaturgo e romancista, com uma produção lite- rária muito grande e de excelente qualidade. Foi inclusive indicado ao prêmio Nobel de Literatura no ano de 1964. No entanto, recusou-se a recebê-lo, afirmando: “Se eu tivesse aceitado, os outros diriam: ‘agora ele já é um dos nossos’. Eu jamais teria suportado algo assim”. Assim, para alguns autores, o Existencialismo seria menos uma doutri- na, no sentido estrito do termo, do que um filosofar, uma maneira de o homem expor a si mesmo, reconhecendo-se automaticamente nesse ato. Basicamente, portanto, o Existencialismo seria a expressão de uma expe- riência singular, individual, um pensamento motivado por uma situação muito particular9. Praticamente no eco de Kierkegaard surge Nietzsche, que propaga afirmações que questionam a estrutura filosófica de então. “O segredo da maior fecundidade e do gozo mais intenso da vida é viver perigosamen- te”10, ou ainda a expressão que tornou famosa e que foi acolhida em diversas ramificações do Existencialismo: “Deus está morto”11. Se a diferença entre os existencialistas ateus e religiosos torna-se míni- ma, por outro lado, faz-se secundária a questão de suprimir sua similarida- de essencial, afirmando que os existencialistas religiosos estão próximos do ateísmo ou que os existencialistas ateus são essencialmente religiosos. A contingência radical e a carência essencial de significação, tanto do homem quanto do mundo, levam o ser humano a uma angústia de ser, expressa nas reflexões dos pensadores existencialistas, de acordo com a peculiaridade individual de cada um. Dizer que o ser do homem é radi- calmente contingente e essencialmente sem sentido é dizer que o homem não sabe o que existe e não pode alar-se ao conhecimento do seu destino. Na linguagem de Heidegger, é como se o homem fosse “aban- donado” da mesma forma que Cristo foi abandonado na cruz12. A mesma idéia pode ser encontrada em diversos escritos existencialis- tas, mostrando uma maneira singular de reflexão sobre a existência a par- tir da própria existência. Entretanto, é errônea a idéia vulgar de que os existencialistas escre- vem apenas com o “coração”. Ao contrário, são essencialmente pensado- Psicoterapia existencial 8
  • 14. res. E não há como negar esse fato diante da forma como as obras exis- tencialistas são construídas: extremamente complexas em termos de refle- xões filosóficas, audácia arquitetônica com o uso de artifícios poéticos e extremamente dialéticas. O pensamento existencialista é aquele que se rebela contra o quietis- mo e a resignação propostos por certas correntes filosóficas. Os gritos de Kierkegaard e Nietzsche pareciam ter se exaurido nas entrelinhas do tempo e do espaço; suas obras demoraram a ter a devida ressonância, ficando isoladas nessa dimensão13. Somente depois da primeira grande guerra surge a obra do filósofo ale- mão Martin Heidegger, discípulo de Husserl, que cria o existencialismo alemão. Posteriormente, por ocasião da segunda grande guerra, surgem as teo- rias de outro pensador fortemente influenciado por Husserl, Jean-Paul Sartre, que dá novas vertentes ao pensamento existencialista, tornando-se, ao lado de Heidegger, um dos principais expoentes do movimento. Tanto pelo peso de suas obras como pela vida exemplar — paradigma de parti- cipação e coragem ponteado por tomadas de posição corajosas diante de lutas pelas causas de dignidade humana —, tornou-se um dos maiores destaques deste século. É Sartre testemunho moral contra o ultraje da História do século XX.14 Outras vozes existencialistas se fazem ouvir ganhando uma dimensão apaixonante e irreverente. A discussão de seus pressupostos transcende a área da Filosofia e torna-se igualmente eloqüente em outros campos. “Deus está morto”, mais do que contraponto a posições religiosas ou místicas, põe às claras a situação do homem abandonado a si mesmo e escravo da própria subjetividade, mergulhado nessa conseqüência extre- ma da Metafísica, que é o subjetivismo: as almas são desertas porque não passa por eles senão elas mesmas. Instalado nesse deserto, nesse vazio, o nada do ser do homem descortina todo um mundo lancinante e agônico. A grandeza da alma está aí: ela vislumbra uma totalidade de sentido, mas uma totalidade que morreu; tudo consegue ver, e tudo morreu. O homem de nosso tempo é esse homem que habita o intervalo de duas grandezas: um passado que se vai, irrepetível, e um futuro que permanece uma incógnita15. Valdemar Augusto Angerami – Camon 9
  • 15. Em seguida, descreveremos alguns dos principais conceitos existencialis- tas para, na seqüência, adentrarmos no campo específico da Psicoterapia. Notas 11 May, R. Peligros en la Relación entre el Existencialismo y la Psicoterapia, in H. M. Ruitembreek (org.) Psicoanálise y Filosofia Existencial. Buenos Aires: Paidós, 1965. 12 Giacoia Jr., O. Nietzsche. São Paulo: Publifolha, 2000. (Folha Explica). 13 Olson, R. G. Introdução ao Existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1970. 14 Ibid. Op. cit. 15 No capítulo “Temas Existenciais” é feita uma reflexão sobre a essência. 16 Penha, J. O Que é Existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1982. 17 Mounier, G. Introducción al Existencialismo. Madri: Rev. de Ocidente, 1957. 18 Seguim, C. A. Existencialismo y Psiquiatría. Buenos Aires: Paidós, 1960. 19 Introdução ao Existencialismo. Op. cit. 10 Nietzsche, F. Vontade de Potência. Porto Alegre: Livraria Globo, 1945. 11 Em termos de literatura, vamos encontrar vestígios da obra de Nietzsche na de Milan Kundera. Sua principal obra, A Insustentável Leveza do Ser, é pra- ticamente calcada nos escritos de Nietzsche. 12 Introdução ao Existencialismo. Op. cit. 13 Evidentemente nos referimos a obras estritamente filosóficas, pois, nesse espaço de tempo, gigantes da literatura, como Dostoiévski, Tolstói e outros, estavam produzindo os romances que dariam formas e contornos a outras manifestações existencialistas. 14 Danto, C. A. As Idéias de Sartre. São Paulo: Cultrix, 1978. 15 Bornheim, A. G. Sartre. São Paulo: Perspectiva, 1984. Psicoterapia existencial 10
  • 16. PARÊMIA DE INVERNO Sexta Lua do ano No céu, logo depois do Pôr-do-sol, surge a Arturus uma das mais brilhantes e lindas estrelas que se pode sonhar. Mais noitinha ainda surge a Constelação do Escorpião e a Antaris radiante e afirmando ser a própria essência da vida. E estamos novamente no Inverno. Deixe a tua dor um pouquinho de lado esquece dos problemas do cotidiano. Largue tua mágoa, teu desalento. Põe um sorriso na alegria, e viva o Inverno com sua florada exuberante. Veja o vermelho da suinã, o amarelo do girassol, o vermelho e amarelo do bico-de-papagaio, as cores vivas da azaléia, o esplendor do Ipê-Roxo e tantas outras flores e cores desse nosso momento de vida. Inverno com suas noites frias e estreladas. Inverno do luamento mais brilhante, mais intenso e harmonioso com o pulsar do coração. Inverno das fogueiras juninas aquecendo o coração, o corpo e a alma. Inverno das manhãs azuis, do sol radiante e das tardes frias. Inverno da vida que passa lá de fora pra dentro do coração acalentando a esperança e a ilusão. Inverno das noites aquecidas pelo orvalhar e pelo olor dos craveiros. E pelo brilho de um doce e meigo olhar. Valdemar Augusto Angerami