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Direito Comunitário

             Acto Único Europeu


                                               Trabalho realizado por:
                                                        Ana Pimentel
                                                           Vera Melo




  Antecedentes ao Acto Único Europeu

  Tratado de Roma (art. 8º) previa-se a construção de
                              previa-
  um mercado comum ao longo de um período
  transitório de 12 anos, dividido em 3 fases, com
  final previsto para 31 de Dezembro de 1969;

  União Aduaneira, que constituía o primeiro
  objectivo, foi realizada mais cedo que o previsto. O
  período transitório consagrado ao alargamento dos
  contingentes e à eliminação das fronteiras internas
  terminou em 1 de Julho de 1968;
Acto Único Europeu
     Durante esse período, foi adoptada na Europa uma tarifa
     externa comum (TEC), aplicável aos países terceiros;

     A Europa verde é o segundo grande plano da construção
     da Europa. Em 1962, foram adoptados os primeiros
     regulamentos sobre a PAC (Política Agrícola Comum) e
     o FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia
     Agrícola);

     O Tribunal de Justiça teve, como papel principal, garantir
     que o máximo de disposições do Tratado produzissem
     efeito directo no final desse período;




  Findo o período transitório existia ainda um número considerável
  de entraves à livre circulação, o mercado comum não estava
  concluído;

  Percurso das comunidades foi assinalado por um duplo
  processo: melhorias no plano institucional e os alargamentos
          :

- Alterações no plano institucional (Tratado de Fusão 8 Abril de
  1965; Decisão de Conselho de 21 de Abril de 1970; Tratado de
  Luxemburgo 22 de Abril de 1970; Tratado de Bruxelas de 22 de
  Julho de 1975; Acto de 20 Setembro de 1976; Conselho Europeu
  de 1979; Acordos de Fontainebleau de 1984).
- Alargamentos até ao Acto Único: Reino Unido, Dinamarca e
 Irlanda a 1 de Janeiro de 1973; Grécia em 1981; Espanha e
 Portugal em 1986.


        Acontecimentos mais Importantes:

Os primeiros êxitos alcançados com a Comunidade Económica
levaram a que no inicio da década de 60, o objectivo de criar
igualmente uma união política dos Estados-Membros voltasse a
                                  Estados-
ocupar o 1º plano;




Cimeira de Bona de 1961

 3ª fase do período de transição (França e a política do “lugar vazio”) em 1
de Janeiro de 1966

“Compromisso do Luxemburgo” 30 de Janeiro de 1966

Cimeira de Haia de 1 e 2 de Dezembro de 1969

Cimeira de Paris de Outubro de 1972

“Crise do Petróleo” de 1973

Cimeira de Fontainebleau de Dezembro de 1974

Criação do “Comité dos três sábios” em 1978

Sistema Monetário Europeu (SME) 1978
Preparação e Criação do Acto Único Europeu
    Proposta do “Acto Europeu”, no Conselho Europeu de Londres em 1981,
    pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e da Itália sobre
    variadas áreas tais como:

 - cooperação política e cultural;

 - direitos fundamentais;

 - harmonização das legislações não abrangidas pelos Tratados Comunitários;

 - luta contra a violência, terrorismo e criminalidade.

    Este projecto viria dar corpo ao Acto Único Europeu

    A novidade consistia em transferir novas competências em domínios
    fundamentais




   Exercício do poder legislativo através de um método muito semelhante ao
   de um Estado Federal.

   Criação de um Comité Dooge, encarregado de indicar sugestões, tendo
   como finalidade o aperfeiçoamento do funcionamento do sistema
   comunitário bem como da cooperação política.

   Junho 1985, Conselho Europeu de Milão aprova a reunião de uma
   Conferência Intergovernamental (com o objectivo de discutir os poderes
   das Instituições, o alargamento da Comunidade a novos campos de
   actividade e a criação de um verdadeiro mercado interno)

   O artigo 8º do Tratado da CEE, dada pelo artigo 13º do Acto Único,
   apresenta-nos a transformação do mercado comum do Tratado de Roma,
   num mercado único onde passa a existir um espaço sem fronteiras
   internas, no qual a livre circulação das mercadorias, das pessoas, dos
   serviços e dos capitais é garantida.
Desenvolveu-se, assim, um movimento que possibilitou a criação de
    políticas fora do Tratado, bem como a concepção de novas políticas e
    determinação de novos objectivos, entre as quais:

-   a união económica e monetária;

-   a institucionalização do Conselho Europeu;

-   a urgência da política externa comum e de defesa;

-   ampliar o leque das políticas europeias que de catorze, no Tratado de
    Roma, passaram a quarenta no Tratado da União Europeia;

-   dirigir-se para a moeda única;

-   reforçar os poderes do parlamento e da Comissão;

-   criar e dar conteúdo a uma cidadania europeia.




     Foi através de uma votação, (com a objecção de britânicos,
     dinamarqueses e gregos que mais tarde acabaram por
     cooperar activamente na preparação), que se deliberou a
     solicitação de uma conferência intergovernamental para a
     redacção de um Acto Único.

     Acordo de Schengen assinado por Benelux, França e
     Alemanha em 1985

     Jacques Delors, socialista francês que foi eleito presidente da
     Comissão Europeia, em 1985, teve como primeira medida
     permitir a aprovação, em 1986, do Acto Único Europeu.
O Acto Único Europeu

Segundo Jacques Delors: “O Acto Único é, numa
frase, a obrigação de realizar simultaneamente o
grande mercado sem fronteiras e também, a
coesão económica e social, uma política europeia
de investigação e tecnologia, o reforço do Sistema
Monetário Europeu, o começo de um espaço social
europeu e de acções significativas em relação ao
meio ambiente”.




  O Acto Único Europeu foi             E em Haia, em 28 de
  assinado no Luxemburgo em            Fevereiro do mesmo ano,
  17 de Fevereiro de 1986, por         pelos restantes Estados-
  nove Estados-Membros:                Membros:


- Bélgica                           - Dinamarca
- Alemanha                          - Itália
- Holanda                           - Grécia
- Espanha
- França
- Irlanda
- Luxemburgo
- Portugal
-Reino Unido



   Entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1987
O Acto Único Europeu:

- alargou as votações por maioria qualificada (especialmente no
  âmbito das medidas relativas ao Mercado Único);

- apareceu como a primeira revogação dos tratados fundadores
   das Comunidades Europeias;

- Marcou a transição de uma estrutura extremamente
   centralizada, para um novo modo de integração de mercados,
   combinando, supranacionalidade e descentralização

- Foi introduzido, em 1986, o conceito de coesão económica e
   social a fim de diminuir as diferenças entre os países e
   regiões comunitárias




   Introduziu políticas estruturais em beneficio das regiões com
   atrasos de desenvolvimento ou que tenham sido atingidas
   por mutações tecnológicas e industriais

   Promoveu a cooperação em matéria de investimento e de
   desenvolvimento

   Proposta de um Banco central comum

   Com a entrada em vigor do Tratado da União Europeia (1 de
   Novembro de 1993), o princípio da liberdade completa dos
   movimentos de capitais é aprovado no próprio tratado
Para concretização do mercado interno o Acto Único Europeu soleniza:

► desmantelamento das fronteiras físicas, técnicas e fiscais depois de 1992

► liberalização das trocas, dos movimentos de capitais, liberdade completa a partir de 1 de
     Julho de 1990

► livre prestação de serviços

► estabelece processo de decisão mais rápido → maioria qualificada

► Parlamento com lugar de maior importância no processo legislativo

► Em 1957 o Tratado de Roma estabelece a regra “por trabalho igual, salário igual”

► Dimensão social que foi consagrada pela Carta Comunitária dos Direitos Sociais
     Fundamentais dos Trabalhadores




                      Impacto do Mercado Único
 Camiões de mercadorias já não param nas fronteiras da CE, a não ser para
 inspecções sanitárias e de segurança;

 Não pode haver discriminação relativamente a indivíduos oriundos da CE a nível de
 trabalho por parte do governo;

 Os residentes na CE podem deslocar os seus fundos, assim como a si próprios, sem
 terem de se preocupar com medidas de controlo de capital e trabalhar sem
 necessitarem de autorização em qualquer país-membro

 Benefícios consideravelmente maiores dos que os que resultavam da simples união
 aduaneira

     Aspecto menos positivo: regulamentação mais dispendiosa

 Não pode haver transferência de capital para jurisdições com impostos mais baixos
Objectivos do Acto Único:

  Realização do grande mercado interno em 1 de Janeiro de
  1993;

  Promoção conjunta da democracia, solidariedade e paz;

  Reforço do papel do Parlamento Europeu para diminuir o
  défice democrático do sistema decisório comunitário;

  Melhoria da situação económica e social pelo
  aprofundamento das políticas comuns;

  Melhoria da capacidade de decisão do conselho;




Consagração de políticas importantes no texto do Tratado da
CEE;

O AUE institui igualmente um processo de cooperação no
domínio da politica externa;

Aprovação da reforma e do apoio financeiro dos Fundos
Estruturais (FEOGA; FSE; FEDER);
Instituições e Competências
    O Acto Único estabeleceu a existência do Conselho Europeu (reunião
    periódica dos chefes de Estado e do Governo normalmente conhecido por
    Conselho de Ministros);


    O Parlamento Europeu viu reforçados os seus poderes


-   Implementação das decisões adoptadas por maioria qualificada. Substitui
    a regra da unanimidade relativamente a 4 competências existentes:

      - alteração da pauta aduaneira comum;
      - livre prestação de serviços;
      - livre circulação de capitais;
      -politica comum de transportes marítimos e aéreos;




    Novas competências nos diferentes domínios:

          - mercado interno;
          - política social;
          - coesão económica e social;
          - investigação e desenvolvimento Tecnológico;
          - ambiente;

    No domínio legislativo, a instituição de um processo de cooperação entre
    o Parlamento e o Conselho conferem ao 1º verdadeiros poderes
    legislativos, apesar de restritos.

    O AUE constitui o Comité Monetário de carácter consultivo que tem
    como funções a formulação de pareceres e o acompanhamento da
    situação monetária e financeira dos Estados-Membros e da Comunidade.
Êxitos do Acto Único:
 Crescimento económico superior;
 Benefícios mais explícitos para consumidores e empresas;
 Acentuada redução do crónico desemprego na Europa;
 Movimento no lado da oferta com a anulação das limitações;
 Atenuação das dívidas públicas.


Contudo…
              deu-se o encerramento de algumas empresas pelo facto de
 não possuírem uma capacidade competitiva para se integrarem num
 mercado único e uma instabilidade das taxas de câmbio.




                        Conclusão
    É a primeira grande revisão dos tratados comunitários e
    estabeleceu entre os Estados-Membros as fases e o
    calendário das medidas necessárias para a realização do
    mercado interno em 1992;

    Instrumento institucional novo que alterou o Tratado de
    Roma, consagrando o regresso ao voto maioritário no
    Conselho Europeu, na medida em que alargava o campo das
    decisões maioritárias ao domínio do mercado interno;

     Representa vários anos de debates intensos sobre as formas
    de relançar e melhorar o processo de integração europeia
    após o alargamento das Comunidades Europeias à Grécia,
    Espanha e a Portugal nos anos 80
Bibliografia
-   Mota de Campos, João. Direito Comunitário, vol. I, 2ª edição,
    Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa;

-   Fontaine, Pascal. Sete dias que fizeram a Europa, A Europa em
    movimento, Comissão Europeia, 1997;

-   Cd 50 anos de Europa, os grandes textos da construção europeia,
    2ªedição revista e aumentada;

-   http://ue.eu.int

-   http://parleurop.pt

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Actounicoeuropeu

  • 1. Direito Comunitário Acto Único Europeu Trabalho realizado por: Ana Pimentel Vera Melo Antecedentes ao Acto Único Europeu Tratado de Roma (art. 8º) previa-se a construção de previa- um mercado comum ao longo de um período transitório de 12 anos, dividido em 3 fases, com final previsto para 31 de Dezembro de 1969; União Aduaneira, que constituía o primeiro objectivo, foi realizada mais cedo que o previsto. O período transitório consagrado ao alargamento dos contingentes e à eliminação das fronteiras internas terminou em 1 de Julho de 1968;
  • 2. Acto Único Europeu Durante esse período, foi adoptada na Europa uma tarifa externa comum (TEC), aplicável aos países terceiros; A Europa verde é o segundo grande plano da construção da Europa. Em 1962, foram adoptados os primeiros regulamentos sobre a PAC (Política Agrícola Comum) e o FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola); O Tribunal de Justiça teve, como papel principal, garantir que o máximo de disposições do Tratado produzissem efeito directo no final desse período; Findo o período transitório existia ainda um número considerável de entraves à livre circulação, o mercado comum não estava concluído; Percurso das comunidades foi assinalado por um duplo processo: melhorias no plano institucional e os alargamentos : - Alterações no plano institucional (Tratado de Fusão 8 Abril de 1965; Decisão de Conselho de 21 de Abril de 1970; Tratado de Luxemburgo 22 de Abril de 1970; Tratado de Bruxelas de 22 de Julho de 1975; Acto de 20 Setembro de 1976; Conselho Europeu de 1979; Acordos de Fontainebleau de 1984).
  • 3. - Alargamentos até ao Acto Único: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda a 1 de Janeiro de 1973; Grécia em 1981; Espanha e Portugal em 1986. Acontecimentos mais Importantes: Os primeiros êxitos alcançados com a Comunidade Económica levaram a que no inicio da década de 60, o objectivo de criar igualmente uma união política dos Estados-Membros voltasse a Estados- ocupar o 1º plano; Cimeira de Bona de 1961 3ª fase do período de transição (França e a política do “lugar vazio”) em 1 de Janeiro de 1966 “Compromisso do Luxemburgo” 30 de Janeiro de 1966 Cimeira de Haia de 1 e 2 de Dezembro de 1969 Cimeira de Paris de Outubro de 1972 “Crise do Petróleo” de 1973 Cimeira de Fontainebleau de Dezembro de 1974 Criação do “Comité dos três sábios” em 1978 Sistema Monetário Europeu (SME) 1978
  • 4. Preparação e Criação do Acto Único Europeu Proposta do “Acto Europeu”, no Conselho Europeu de Londres em 1981, pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e da Itália sobre variadas áreas tais como: - cooperação política e cultural; - direitos fundamentais; - harmonização das legislações não abrangidas pelos Tratados Comunitários; - luta contra a violência, terrorismo e criminalidade. Este projecto viria dar corpo ao Acto Único Europeu A novidade consistia em transferir novas competências em domínios fundamentais Exercício do poder legislativo através de um método muito semelhante ao de um Estado Federal. Criação de um Comité Dooge, encarregado de indicar sugestões, tendo como finalidade o aperfeiçoamento do funcionamento do sistema comunitário bem como da cooperação política. Junho 1985, Conselho Europeu de Milão aprova a reunião de uma Conferência Intergovernamental (com o objectivo de discutir os poderes das Instituições, o alargamento da Comunidade a novos campos de actividade e a criação de um verdadeiro mercado interno) O artigo 8º do Tratado da CEE, dada pelo artigo 13º do Acto Único, apresenta-nos a transformação do mercado comum do Tratado de Roma, num mercado único onde passa a existir um espaço sem fronteiras internas, no qual a livre circulação das mercadorias, das pessoas, dos serviços e dos capitais é garantida.
  • 5. Desenvolveu-se, assim, um movimento que possibilitou a criação de políticas fora do Tratado, bem como a concepção de novas políticas e determinação de novos objectivos, entre as quais: - a união económica e monetária; - a institucionalização do Conselho Europeu; - a urgência da política externa comum e de defesa; - ampliar o leque das políticas europeias que de catorze, no Tratado de Roma, passaram a quarenta no Tratado da União Europeia; - dirigir-se para a moeda única; - reforçar os poderes do parlamento e da Comissão; - criar e dar conteúdo a uma cidadania europeia. Foi através de uma votação, (com a objecção de britânicos, dinamarqueses e gregos que mais tarde acabaram por cooperar activamente na preparação), que se deliberou a solicitação de uma conferência intergovernamental para a redacção de um Acto Único. Acordo de Schengen assinado por Benelux, França e Alemanha em 1985 Jacques Delors, socialista francês que foi eleito presidente da Comissão Europeia, em 1985, teve como primeira medida permitir a aprovação, em 1986, do Acto Único Europeu.
  • 6. O Acto Único Europeu Segundo Jacques Delors: “O Acto Único é, numa frase, a obrigação de realizar simultaneamente o grande mercado sem fronteiras e também, a coesão económica e social, uma política europeia de investigação e tecnologia, o reforço do Sistema Monetário Europeu, o começo de um espaço social europeu e de acções significativas em relação ao meio ambiente”. O Acto Único Europeu foi E em Haia, em 28 de assinado no Luxemburgo em Fevereiro do mesmo ano, 17 de Fevereiro de 1986, por pelos restantes Estados- nove Estados-Membros: Membros: - Bélgica - Dinamarca - Alemanha - Itália - Holanda - Grécia - Espanha - França - Irlanda - Luxemburgo - Portugal -Reino Unido Entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1987
  • 7. O Acto Único Europeu: - alargou as votações por maioria qualificada (especialmente no âmbito das medidas relativas ao Mercado Único); - apareceu como a primeira revogação dos tratados fundadores das Comunidades Europeias; - Marcou a transição de uma estrutura extremamente centralizada, para um novo modo de integração de mercados, combinando, supranacionalidade e descentralização - Foi introduzido, em 1986, o conceito de coesão económica e social a fim de diminuir as diferenças entre os países e regiões comunitárias Introduziu políticas estruturais em beneficio das regiões com atrasos de desenvolvimento ou que tenham sido atingidas por mutações tecnológicas e industriais Promoveu a cooperação em matéria de investimento e de desenvolvimento Proposta de um Banco central comum Com a entrada em vigor do Tratado da União Europeia (1 de Novembro de 1993), o princípio da liberdade completa dos movimentos de capitais é aprovado no próprio tratado
  • 8. Para concretização do mercado interno o Acto Único Europeu soleniza: ► desmantelamento das fronteiras físicas, técnicas e fiscais depois de 1992 ► liberalização das trocas, dos movimentos de capitais, liberdade completa a partir de 1 de Julho de 1990 ► livre prestação de serviços ► estabelece processo de decisão mais rápido → maioria qualificada ► Parlamento com lugar de maior importância no processo legislativo ► Em 1957 o Tratado de Roma estabelece a regra “por trabalho igual, salário igual” ► Dimensão social que foi consagrada pela Carta Comunitária dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores Impacto do Mercado Único Camiões de mercadorias já não param nas fronteiras da CE, a não ser para inspecções sanitárias e de segurança; Não pode haver discriminação relativamente a indivíduos oriundos da CE a nível de trabalho por parte do governo; Os residentes na CE podem deslocar os seus fundos, assim como a si próprios, sem terem de se preocupar com medidas de controlo de capital e trabalhar sem necessitarem de autorização em qualquer país-membro Benefícios consideravelmente maiores dos que os que resultavam da simples união aduaneira Aspecto menos positivo: regulamentação mais dispendiosa Não pode haver transferência de capital para jurisdições com impostos mais baixos
  • 9. Objectivos do Acto Único: Realização do grande mercado interno em 1 de Janeiro de 1993; Promoção conjunta da democracia, solidariedade e paz; Reforço do papel do Parlamento Europeu para diminuir o défice democrático do sistema decisório comunitário; Melhoria da situação económica e social pelo aprofundamento das políticas comuns; Melhoria da capacidade de decisão do conselho; Consagração de políticas importantes no texto do Tratado da CEE; O AUE institui igualmente um processo de cooperação no domínio da politica externa; Aprovação da reforma e do apoio financeiro dos Fundos Estruturais (FEOGA; FSE; FEDER);
  • 10. Instituições e Competências O Acto Único estabeleceu a existência do Conselho Europeu (reunião periódica dos chefes de Estado e do Governo normalmente conhecido por Conselho de Ministros); O Parlamento Europeu viu reforçados os seus poderes - Implementação das decisões adoptadas por maioria qualificada. Substitui a regra da unanimidade relativamente a 4 competências existentes: - alteração da pauta aduaneira comum; - livre prestação de serviços; - livre circulação de capitais; -politica comum de transportes marítimos e aéreos; Novas competências nos diferentes domínios: - mercado interno; - política social; - coesão económica e social; - investigação e desenvolvimento Tecnológico; - ambiente; No domínio legislativo, a instituição de um processo de cooperação entre o Parlamento e o Conselho conferem ao 1º verdadeiros poderes legislativos, apesar de restritos. O AUE constitui o Comité Monetário de carácter consultivo que tem como funções a formulação de pareceres e o acompanhamento da situação monetária e financeira dos Estados-Membros e da Comunidade.
  • 11. Êxitos do Acto Único: Crescimento económico superior; Benefícios mais explícitos para consumidores e empresas; Acentuada redução do crónico desemprego na Europa; Movimento no lado da oferta com a anulação das limitações; Atenuação das dívidas públicas. Contudo… deu-se o encerramento de algumas empresas pelo facto de não possuírem uma capacidade competitiva para se integrarem num mercado único e uma instabilidade das taxas de câmbio. Conclusão É a primeira grande revisão dos tratados comunitários e estabeleceu entre os Estados-Membros as fases e o calendário das medidas necessárias para a realização do mercado interno em 1992; Instrumento institucional novo que alterou o Tratado de Roma, consagrando o regresso ao voto maioritário no Conselho Europeu, na medida em que alargava o campo das decisões maioritárias ao domínio do mercado interno; Representa vários anos de debates intensos sobre as formas de relançar e melhorar o processo de integração europeia após o alargamento das Comunidades Europeias à Grécia, Espanha e a Portugal nos anos 80
  • 12. Bibliografia - Mota de Campos, João. Direito Comunitário, vol. I, 2ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa; - Fontaine, Pascal. Sete dias que fizeram a Europa, A Europa em movimento, Comissão Europeia, 1997; - Cd 50 anos de Europa, os grandes textos da construção europeia, 2ªedição revista e aumentada; - http://ue.eu.int - http://parleurop.pt