2. Caso
• Uma paciente apresenta-se em uma clínica de atendimento particular, declarando
ter medo de viajar de avião e buscando um tratamento psicológico que fosse mais
rápido e solucionasse seu problema de imediato. Tem 32 anos, sexo feminino,
separada (em processo de divórcio), e com um filho de um ano e meio, terceiro grau
completo (pedagoga), nível socioeconômico médio-alto. É a filha mais velha de
família com três filhos. Mantém um bom relacionamento com a família, visitando
frequentemente pais e irmão. No trabalho, apresenta um bom desempenho, tendo
sido promovida recentemente a gerente de recursos humanos. Não usa drogas ou
medicamentos e bebe socialmente. Relatou que, devido à sua recente promoção,
está tendo que realizar viagens de avião a São Paulo. Tal promoção não a deixou
satisfeita, pois não era o que ela desejava. Diz que sente medo ao viajar de avião, se
sente ansiosa, passa mal; uma vez chorou ao embarcar. Disse preocupar-se mais
quando o avião balança, quando tem turbulência. O grau de ansiedade/mal-estar, na
decolagem ou no momento de turbulência, é maior. Nota o coração bater mais forte,
suor nas mãos, suor frio. O início dos sintomas ocorreu há mais ou menos dois anos,
quando se separou. Suas maiores preocupações atualmente são: o seu filho e sua
educação, deixar de aproveitar a vida, perder o controle, ter que se sujeitar aos
outros.
3. Introdução a teoria
• O prelúdio e foco principal da Psicoterapia Existencial Humanista são
de que todos os seres humanos têm uma força motriz interna, esta é
capaz de levar o indivíduo a uma plena realização, se não sofrer
influência de impedimento do ambiente. A partir disto, na Teoria os
transtornos psíquicos são provenientes deste conflito entre força
interna e impedimentos externos. Na psicoterapia a teoria é
aplicada visando às experiências tidas e procurando métodos de
desenvolver a capacidade do sujeito passar pelas dificuldades.
• Nesta concepção, que surgiu a partir do intuito de ir contra as
correntes mais fortes da época, Psicanálise e Comportamental, a
visão de homem pela Teoria Existencial Humanista é de um ser ativo
no mundo, com vontade própria e capacidade de escolher. Quanto a
sua consciência, esta ocorre pelas experiências, gerando sentidos e
desenvolvendo o sujeito em suas potencialidades. Sendo assim, a
subjetividade se caracteriza em um processo contínuo, não
dependendo apenas do sujeito, mas de tudo que ocorre ao seu
redor.
4. • Segundo Amatuzzi (2010), o ser
humano é concebido como detentor
de algum poder sobre as
determinações que o afetam. Baseado
nisso, foi constituídos meios
psicológicos relacionados com a
autonomia da pessoa e através do
diálogo.
• Ver o ser humano como mais do que
mais um, é essencial considerar sua
subjetividade. Objetiva resgatar o
respeito e a ênfase no ser humano,
enfatizando o ser humano, seus
sentimentos e experiências, tendo o
foco na relação interpessoal,
construindo condições psicológicas
adequadas ao desenvolvimento do
potencial de mudança daquele que
recorre a uma relação de ajuda.
5. • A essência da terapia é um encontro de duas
pessoas, durante a relação terapeuta/cliente a fala é
aberta e livre de preconceitos ou julgamentos. O
cliente precisa se sentir confirmado, não apenas no
que ele é, mas em suas potencialidades. Através do
processo psicoterapêutico é possível mostrar a
pessoa que ela é arquiteta de seu futuro, por suas
escolhas e consciência.
• Na psicoterapia é indispensável à reciprocidade,
como uma vivência temporal que envolve
intensamente o terapeuta e o cliente. Havendo
assim, a necessidade de colocar-se no lugar do outro,
respeitando os momentos e fraquezas do cliente.
6. Estresse e Ansiedade
• A Ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de
apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, ela
representa um contínuo estado de alerta e uma constante pressa em
terminar as coisas que ainda nem começamos. Desse jeito, nosso
domingo têm uma apreensão de segunda-feira e a pessoa antes de
dormir já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer. É
a corrida para não deixar nada para trás, além de nossos concorrentes.
É um estado de alarme contínuo e uma prontidão para o que der e
vier.
Diante de uma situação estressora, o tipo e o grau da resposta de cada
pessoa não dependerão apenas da força, importância e frequência do
evento de vida estressor. Dependerá sim da capacidade de cada um
em interpretar, avaliar e enfrentar as vivências estressoras. Essa
capacidade tem sido atribuída a determinadas características da
personalidade da pessoa.
7. • Apesar de ter seu perfil básico atrelado à personalidade, a
resposta ao estresse, chamada de capacidade de
enfrentamento do evento estressor, acaba fazendo parte do
arsenal cognitivo de cada um. Como se deduz esse arsenal
cognitivo não é estático e imutável ao longo da vida,
podendo ser dinamicamente alterado para melhor ou para
pior.
8. Paciente ou Cliente?
Paciente pode trazer a percepção de que o indivíduo é
passivo, sendo o Psicoterapeuta ativo sobre o que
acontece na Psicoterapia, o que não é real. Então na
Teoria Existencial Humanista o termo cliente é usado, de
maneira a dar margem que é alguém que está usando um
serviço Psicológico, sendo ativo no desenvolver do
mesmo.
9. Descobrir e Criar Possibilidades...
• É fundamental descobrir e criar
possibilidades para que se possa escolher, além de perceber o
fenômeno tal como
ele realmente é, permitindo que tenhamos o resgate da
coragem e da vontade de
viver, construindo-se a si mesmo nesta jornada.
• Sendo assim, no caso em questão, um dos métodos usados é
levar a cliente a refletir sobre as possibilidades de escolha e as
consequências que estas refletirão.
10. Escolhas e Liberdade
• Nesta forma de pensar, o homem é o responsável pelo
seu destino,
destino este que ocorre como consequência de escolhas
na construção de si
mesmo.
“Estamos condenados a liberdade” Sartre
11. Métodos
A Teoria Existencial Humanista tem o foco na forma de perceber o humano
através da sua própria existência.
Além da compreensão do problema como o cliente compreende, levar o
mesmo através de exercícios a superar o medo, angústia e ansiedade em
prol do objetivo que tem, ou seja, se a mulher do caso em questão quer
continuar trabalhando, terá que aceitar o fato de andar de avião,
construindo assim sua existência.
Entrar na situação problema do cliente é indispensável, ver o mundo da forma
que ele vê, dentro disto procurar levá-lo a refletir e a partir do momento em
que este ouve suas falas, muda suas atitudes em relação à situação
causadora de sofrimento. Sendo assim, o Psicoterapeuta leva a cliente a
relatar sua queixa, acolhe-a diante de todo e qualquer caso é a premissa
básica da Teoria Existencial Humanista, esmiúça o que lhe causa
sofrimento e se dispõe totalmente para ajudar.
Com isso, a cliente sentirá segurança no processo Psicoterapêutico e como
consequência fará os exercícios de imaginação, entenderá que ela é
detentora de seu destino e das causas de suas escolhas, finalmente decidirá
aquilo que é de acordo com sua essência.
Uma vez que não cabe ao Psicólogo escolher o que é certo ou errado para a
outra pessoa.