SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 83
Downloaden Sie, um offline zu lesen
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA: PESQUISA EM GEOGRAFIA
PROFESSOR: ALECIR ANTONIO MACIEL MOREIRA
Estudos Dos Impactos Ambientais Em Uma Área Monitorada e
Não Monitorada Da Serra Do Cipó
Nomes: Sidnei Passeli Dias Carvalho
Junior Carmo Braga
Alberto Pelliccione Filho
Gustavo Senra Coelho
Silmara Lopes Cortezão
Jeanne Cristina Silva
Eliana Márcia Pedroso
Belo Horizonte, 28 de junho de 2004
1
DEDICATÓRIA
Nós dedicamos este trabalho a todas as pessoas que
nos incentivaram a cada dia buscar a excelência no estudo,
compreensão e análise da Geografia, com o objetivo de
formar cidadãos críticos que valorizassem a sociedade com
vistas ao desenvolvimento de nosso país. Aproveitamos a
oportunidade para dedicarmos também a nossa professora Jony
e ao nosso professor Alecir pelo tempo que permanecemos
juntos durante esta jornada de quatro anos e pela
paciência, compreensão e perseverança em nos formar
profissionais do ensino da Geografia.
Também dedicamos este trabalho aos nossos pais pelo
apoio e incentivo para que a cada dia pudessem olhar para o
futuro – referindo-se aos dias atuais – e enxergar que seus
filhos conquistaram um grande triunfo de vitória... A todos
obrigado!!!
2
AGRADECIMENTOS
À Professora Kátia Ribeiro do IBAMA pelas indicações,
À ACM (Associação Cristã de Moços) pela receptividade e
confiança, aos nossos pais pelo apoio e paciência durante
esses quatro anos de graduação, a nós mesmos pelo esforço e
força de vontade e ao nosso mestre orientador e norteador,
Alecir Antônio Maciel Moreira.
3
POEMA
O pensamento mais profundo e honesto nada
mais é senão o esforço da alma em manter a
franca independência de seu mar, enquanto os
impetuosos ventos do céu e da terra conspiram
para lança-la na traiçoeira e aprisionante costa.
Herman Melville, Moby Dick
4
Sumário
Dedicatória..............................................01
Agradecimentos...........................................02
Poema....................................................03
Sumário..................................................04
Índice de figuras........................................05
Índice de tabelas........................................07
Lista de Siglas..........................................08
Hipótese.................................................09
Objetivo geral...........................................10
Objetivos específicos....................................11
Metas....................................................12
Justificativa............................................13
Metodologia..............................................14
Resumo...................................................15
Introdução...............................................16
Referencial Teórico......................................20
Caracterização histórico-cultural da Serra do Cipó.......34
Descrição das áreas a serem trabalhadas..................38
Análise dos gráficos da área monitorada..................52
Análise dos gráficos da área não monitorada..............58
Análise geral............................................64
Conclusão................................................79
Referências bibliográficas...............................81
5
Figuras
(ACM)
1. Sexo...............................................52
2. Idade..............................................52
3. Escolaridade.......................................52
4. Nível de renda.....................................53
5. Ocupação Principal.................................53
6. Estado civil.......................................54
7. Cidades............................................54
8. Meio de Transporte.................................55
9. Meio de hospedagem.................................55
10.Motivo de visita à área............................55
11.Indução de viagem..................................56
12.Residência UF/Exterior.............................56
13.Como viaja.........................................57
(Ponte da Usina)
14.Sexo...............................................58
15.Idade..............................................58
16.Escolaridade.......................................58
17.Nível de Renda.....................................58
18.Ocupação principal.................................59
19.Cidades............................................59
20.Estado civil.......................................59
21.Meio de transporte.................................60
22.Meio de hospedagem.................................60
23.Motivo de visita à área............................61
24.Indução de viagem..................................62
25.Residência UF/Exterior.............................62
26.Como viaja.........................................63
6
(Análise comparativa)
27.Idade..............................................68
28.Ocupação principal.................................69
29.Sexo...............................................69
30.Nível de renda.....................................70
31.Estado civil.......................................70
32.Cidades............................................71
33.Meio de hospedagem.................................72
34.Meio de transporte.................................72
35.Como viaja.........................................73
36.Indução de viagem..................................73
37.Motivo de visita à área............................74
38.Total em R$ (reais)................................75
39.O que faz com o lixo produzido.....................76
7
Tabelas
(ACM)
1. Quanto costuma gastar durante a viagem.............57
2. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......57
(Ponte da Usina)
3. Quanto costuma gastar durante a viagem............63
4. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......63
(Análise comparativa)
5. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......77
6. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......77
8
Lista de Siglas
OMT – Organização Mundial do Turismo.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura.
EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo
SISTUR – Sistema de Turismo
ACM – Associação Cristã de Moços
9
HIPÓTESE
As atividades turísticas embora considerada como
alternativa econômica para lugares com atrativos
ecológicos-paisagísticos, não se sustenta completamente nos
âmbitos natural e sócio-econômico.
10
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Analisar o caráter das atividades turísticas na região
da Serra do Cipó com vista à verificação de sua
sustentabilidade.
11
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Caracterizar as duas áreas de pesquisa do ponto de
vista de seus atrativos turísticos, populacional,
sócio-econômico e cultural;
 Criar mapas temáticos das áreas pesquisadas;
 Caracterizar o patrimônio paisagístico regional;
 Quantificar o fluxo turístico e caracterizar quanto
a sua origem, nível sócio-econômico e cultural;
 Identificar os pontos de deposição de lixo, sua
tipologia e destino final;
 Caracterizar o processo de ocupação do espaço
regional;
 “Selecionar” na região da Serra do Cipó duas áreas
e serem pesquisadas, sendo uma com o monitoramento
da atividade turística e outra sem o mesmo
monitoramento;
 Elaborar o diagnóstico ambiental pontual das áreas
de pesquisa.
12
METAS
Verificar que embora a atividade turística será
considerada como alternativa para lugares com atrativos
ecológicos-paisagísticos não se sustenta completamente nos
âmbitos natural e sócio-econômico.
13
JUSTIFICATIVA
A importância de escolha do objeto de pesquisa dá-se
pela necessidade da conscientização do uso sustentável dos
recursos ecológicos-paisagísticos da região da Serra do
Cipó.
O interesse principal do trabalho visa alertar quanto
a um monitoramento mais adequado nas regiões pesquisadas.
14
METODOLOGIA
A metodologia aplicada consiste em um método bastante
simples, na aplicação de 50 questionários na área
monitorada e 50 na área não monitorada, onde traça o perfil
dos turistas que visitam essas áreas da serra do cipó. As
entrevistas obedeceram a horários rígidos para a coleta dos
dados sobre os turistas, e posteriormente relacionados
dentro das condições aplicadas na base de amostragem. Serão
realizadas entrevistas com moradores dessas áreas num total
de 5 entrevistas em cada área. Foi feito o levantamento
fotográfico e a obtenção de carta topográfica na escala das
duas áreas.
A entrevista compreendeu o período do mês de maio de
2004 em um determinado dia do final de semana (sábado), com
coletas realizadas no horário compreendido entre 10:00 e
15:00 (Horário de Greenwich).
15
RESUMO
O turismo se tornou no cenário atual uma importante
atividade econômica e vem se firmando como a pioneira no
século XXI, visto que, possui um potencial enorme a ser
explorado. Deste modo, o presente trabalho traz um estudo
dos impactos ambientais em uma área monitorada e não
monitorada da Serra do Cipó, ACM e Ponte da Usina
respectivamente, a fim de traçar o perfil dos turistas de
ambas as áreas e o resultado da atividade turística no que
tange os impactos ambientais.
ABSTRACT
The tourism became in the current scenery an
important economical activity and it comes if as the
pioneer in the century XXI, because, it possesses an
enormous potential to be explored. This way, the present
work brings a study of the environmental impacts in a
monitored area and no monitored of the Serra do Curral, ACM
and Ponte da Usina respectively, in order to draw the
tourists' of both areas profile and the result of the
tourist activity in what it concerns the environmental
impacts.
16
INTRUDUÇÃO
Além de ser um dos mais belos cenários de Minas
Gerais, a Serra do Cipó é considerada uma das maiores áreas
de biodiversidade do planeta. Entre seus vales, grutas,
rios e campos, a Serra do Cipó guarda um importante
patrimônio natural devido ao endemismo de sua flora e
fauna.
A Serra do Cipó está localizada a 112 quilômetros da
capital mineira, logo depois da cidade de Lagoa Santa ao
sul da Cordilheira do Espinhaço. Na época dos bandeirantes,
a Serra do Cipó, que era conhecida como Serra da Vacaria,
foi um dos itinerários utilizados para a busca de riquezas
minerais. Era este percurso que levava os Bandeirantes até
a Vila do Serro Frio e Arraial do Tejuco, atuais cidades do
Serro e Diamantina respectivamente. Como marcos da época
colonial restam na região algumas edificações e um
interessante caminho de pedras construído pelos escravos. O
início deste caminho está localizado ao pé da Serra e segue
em direção às localidades acima mencionadas passando pelas
cabeceiras dos rios que formam a Cachoeira hoje denominada
Véu da Noiva.
A sua importância histórica é refletida na presença de
sítios arqueológicos com vestígios de comunidades
17
primitivas, comprovados em grutas e cavernas através de
desenhos e pinturas rupestres, com idade estimada entre 2
mil e 8 mil anos.
A Serra do Cipó é o divisor de águas para duas bacias
hidrográficas importantes: a do Rio São Francisco e a do
Rio Doce. O rio Cipó, que é o mais importante curso d’água
da região, nasce do encontro dos ribeirões Mascate e
Gavião, sendo que o ribeirão Mascate origina-se do Cânion
das Bandeirinhas enquanto o ribeirão Gavião nasce na serra
da Bocaina, ambos no interior do Parque Nacional.
O relevo acidentado favorece formação de cachoeiras,
corredeiras e piscinas naturais. Os cânions, formações
típicas da região, assim como as gargantas sinuosas e
profundas, abrigam cachoeiras em seu interior.
Para preservar este patrimônio natural, foi criado o
Parque Nacional da Serra do Cipó (PARNA Cipó) em 25 de
setembro de 1984. Após a sua criação e a pavimentação
asfáltica da Rodovia MG10, a transformação da Serra do Cipó
vem acontecendo de maneira rápida. Hoje a região conta com
uma gama de serviços como: estabelecimentos comerciais,
hotéis, pousadas, áreas de camping, sendo algumas
estruturadas, residências, propriedades rurais e sítios de
recreio. A população fixa é superior a 2.500 habitantes e
possui escola estadual, municipal, posto de saúde, serviço
de correio, cartório, associação comercial.
Devido ao fácil acesso, a Serra do Cipó, recebe um
fluxo turístico muito expressivo, o que por sua vez pode
acarretar grandes influências sobre o meio ambiente. O
18
apelo pelo ecologismo e pelo contato com a natureza faz com
que o turismo ecológico e o ecoturismo sejam atividades
marcantes na Serra do Cipó. Ultimamente, a sociedade no
geral vem buscando um contato maior com a natureza na
expectativa de encontrar uma qualidade de vida perdida com
o crescimento das cidades e a diminuição do contato com o
verde. Porém, esse seguimento do turismo não é somente
praticado pela admiração da natureza e lazer. O ecoturismo
e o turismo ecológico tem sido procurado para o
desenvolvimento de estudos específicos em determinadas
áreas do país.
Tendo em vista que tais aspectos como acessibilidade,
clima, fauna, flora dentre outros favorecem a visitação ao
local e que o desenvolvimento desordenado da recreação nas
áreas escolhidas (monitorada e não monitorada) podem
comprometer os objetivos para os quais elas foram
estabelecidas, o estudo sobre os impactos do uso recreativo
dessas áreas torna-se relevante pelo apelo de conservação
de áreas como as escolhidas e pela grande procura do
ecoturismo e turismo ecológico.
Tal trabalho visa contribuir para a ampliação da
discussão sobre a sustentabilidade e as formas de como se
desenvolvem as atividades turísticas.
19
Pensando na sustentabilidade das áreas, desenvolvemos a
hipótese de que as atividades turísticas embora
consideradas como alternativa econômica para lugares com
atrativos ecológicos-paisagísticos, não se sustenta
completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico. A
importância de escolha do objeto de pesquisa dá-se pela
necessidade da conscientização do uso sustentável dos
recursos ecológicos-paisagísticos das regiões escolhidas.
Este trabalho tem por objetivo geral analisar o
caráter das atividades turísticas na região da Serra do
Cipó com vista à verificação de sua sustentabilidade.
Constituem objetivos específicos são: caracterizar duas
áreas de pesquisa do ponto de vista de seus atrativos
turísticos, populacional, sócio-econômico e cultural; criar
mapas temáticos das áreas pesquisadas; caracterizar o
patrimônio paisagístico regional; quantificar o fluxo
turístico e caracterizar quanto a sua origem, nível sócio-
econômico e cultural; identificar os pontos de deposição de
lixo, sua tipologia e destino final; identificar as
principais fontes de renda regional e a participação da
atividade turística; caracterizar o processo de ocupação do
espaço regional e elaborar o diagnóstico ambiental pontual
das áreas de pesquisa.
20
REFERENCIAL TEÓRICO
A atividade turística é antiga, mas é na atualidade
que vem se desenvolvendo com maior intensidade, haja vista
que se encontra, hoje, entre as três atividades econômicas
que mais geram riqueza no mundo (Rodrigues, 1997).
O turismo surgiu quando as pessoas começaram a viajar
de um local a outro, movidas por algum interesse ou
necessidade. Os primeiros registros, do turismo, como
atividade econômica data do século XIX:
“O turismo teve origem no século XIX, quando o inglês
Thomas Cook, em 1841, organizou uma viagem de um dia
partindo de Lancaster para Loughborug, reunindo 570 pessoas
que iam participar de um congresso antiálcool e cobrou
pelos seus serviços”.(BENI, 2000, : 16).
Este fato criou o turismo e o primeiro profissional de
serviços de viagem. Thomas Cook ficou tão entusiasmado que
se transformou em empresário, montando um tipo de empresa
para desenvolver um sistema de funções e serviços para
viajantes que existe até hoje – as agências de viagem. Logo
depois surgiu a figura do guia de turismo. Como
21
conseqüência desta iniciativa expandiram-se as atividades
turísticas relacionadas ao alojamento e alimentação.
Segundo Faria e Carneiro1
(2001:12) o Turismo pode ser
definido:
“Do ponto de vista do indivíduo envolvido (turista),
turismo é todo o processo compreendido no deslocamento
humano para algum local for a de sua residência ou
trabalho, desde sua locomoção, hospedagem, recreação,
trabalho ou evento, até sua partida e todo sentimento de
satisfação ou frustração. Portanto, consiste num processo
mais pontual, de atuação mais imediata, voltada
principalmente para os aspectos individuais e mais
específicos do lazer. Do ponto de vista do local turístico,
o turismo é o processo de recepção de indivíduos para a
realização de atividades definidas explicitamente, ou não,
por um contrato próprio. A estabilidade da oferta turística
passa a ser interesse prioritário da comunidade envolvida,
como modo de garantir permanência do aporte financeiro, o
que faz com que o processo adquira uma perspectiva em longo
prazo, envolvendo não só os aspectos socioeconômicos, mas
também ambientais, naturais ou manejados, urbanos ou não”.
Conforme se pode observar, o turismo não pode ser
analisado a partir de um ponto de vista unilateral. Ele
deve ser analisado do ponto de vista do turista, da
sociedade, inserida ou não no processo da área em questão,
dos aspectos ambientais, econômicos e culturais. Em outras
palavras avaliações sobre o Turismo demandam pontos de
vista multifocais.
1
FARIA, Doris Santos de; CARNEIRO, Kátia Saraiva. Sustentabilidade Ecológica no Turismo –
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001, p 12.
22
Ainda segundo Faria e Carneiro (2001:12) o turismo é:
“um processo completo que vai desde a divulgação
correta da imagem do local a ser alcançado (paisagem), por
meios diversos, pelo turista, sua permanência e satisfação,
até a volta ao local de origem, de modo que a localidade
turística permaneça conservada, no longo prazo, para a
continuidade do atendimento qualificado, a garantia das
boas condições de vida para a população local e a
preservação do meio ambiente envolvido”
O turismo situa-se na atualidade como uma importante
atividade econômica e para que tenha condições de se
desenvolver em um determinado espaço é necessário que haja:
atrativos turísticos, serviços de apoio, equipamentos e
facilidades turísticas (tais como transporte, meios de
hospedagem, serviços de alimentação, etc) e infra-
estrutura de apoio (tais como vias de acesso, saneamento
básico, redes elétricas e de comunicações, etc.)Os
atrativos turísticos constituem a variável básica de todo
desenvolvimento turístico e são compostos pelos patrimônio
cultural e/ ou natural. Segundo a União das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) patrimônio
cultural.
“são os monumentos, grupos de edifícios ou sítios que
tenham valor histórico,estético, arqueológico, científico,
etnológico ou antropológico” e patrimônio natural “ são
as formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais,
habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas
que tenham valor científico, de conservação e estético
(UNESCO, 1972)”.
23
Para a Organização Mundial do Turismo (OMT) patrimônio
pode ser entendido como o conjunto potencial conhecido ou
desconhecido dos bens materiais ou imateriais existentes em
um determinado espaço ou território, que estão á disposição
do homem (OMT, 1998)
O turismo, ao fazer uso dos patrimônios culturais e
naturais, pode contribuir para a preservação ou maior
degradação desses patrimônios. Quando bem conservados e
observadas as normas de uso adequado: quando respeitada a
capacidade de exploração de cada área, o resultado é a
conservação dos patrimônios. Quando existe somente a
exploração sem nenhum cuidado, visando somente o ganho
imediato, o que se percebe é uma maior degradação desses
patrimônios.
A atividade turística está em franco desenvolvimento,
mas requer um planejamento adequado. Para planeja-lo
requer-se conhecimento do ambiente alvo, o levantamento e
análise do conjunto de recursos, e dos fatores de
atratividade, da oferta, das tendências da demanda,
objetivando a identificação das limitações e
potencialidades para um desenvolvimento sustentado dessa
atividade e proposição de alternativas concretas para esse
fim.
A região explorada pelo turismo deve ser analisada,
também sob os aspectos geográficos e histórico-culturais,
pois o a economia do turismo não pode substituir
atividades como a agricultura, a pesca, o artesanato, pelo
contrário, deve assegurar a sustentação da economia local
de modo eficaz e equilibrada.
24
“O turismo situa-se na atualidade, entre os três
maiores produtos geradores globais de riqueza” (Rodrigues,
1997) “.
Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o
faturamento mundial do turismo em 1999 foi da ordem de
U$3,4 trilhões, o que gerou de U$655 bilhões em impostos no
mundo todo e empregou 204 milhões de trabalhadores. O
Brasil, ainda segundo a Organização Mundial do Turismo,
ocupa a 29o
posição entre os países receptivos de turistas
no ranking da mesma organização, o que corresponde á
aproximadamente, cinco milhões de turistas estrangeiros no
país, sendo que as duas cidades brasileiras mais procuradas
pelos turistas estrangeiros são Rio de Janeiro e Salvador.
Em um cenário econômico global, de enfraquecimento do
poder econômico do Estado, crescimento de redes de
transnacionalização, unificação de mercados,
instabilidades, aumento dos níveis de poluição, de stress e
outros problemas sócio-ambientais, que tendem a incidir na
modernidade e na vida do homem contemporâneo, assiste-se a
uma crescente demanda por um contato maior com a natureza,
atividades que proporcionem descanso, lazer, integração,
etc. Tudo isso têm promovido uma reestruturação da
atividade turística, criando clientelas específicas em
torno de produtos segmentados. As alternativas são bastante
diversificadas: turismo de aventura, ecológico, eco-
turismo, cívico, cultural, esotérico, de negócios, da
melhor idade etc.
Os países centrais ainda são os roteiros mais
procurados pelos turistas, devido ao charme e requinte das
grandes cidades, mas os países periféricos levam vantagem
25
quando as opções do turista são os roteiros alternativos
que exploram a exuberância da natureza.
Visto que o homem moderno está em busca de maior
contato com a natureza em tese “pura”, cresce cada vez mais
a procura pelo chamados Turismo Ecológico que é definido
como “ o segmento no qual turistas e promotores de viagens
procuram o contato direto com os mais diferentes ambientes
naturais, entretanto, sem a preocupação com o equilíbrio
ecológico, ou mesmo com a compreensão dos fluxos e dinâmica
que são estabelecidos no ambiente”. (SELVA,V.S.F., e
COUTINHO,S.F.S. “Ecotourism X Ecological Tourism in
Brazil”, pp.26-28) e pelo Ecoturismo que é definido como “a
modalidade de turismo cujas bases estão fincadas nas
propostas do desenvolvimento sustentável: comprometimento
com as gerações futuras, justiça social e eficiência
econômica; considerando o ambiente nas suas múltiplas
conexões – natural, econômicas, sociais e culturais”.
(SELVA,V.S.F., e COUTINHO,S.F.S. “Ecotourism X Ecological
Tourism in Brazil”, pp.26-28)
Selva e Coutinho (2000) referindo-se ao impasse sobre
a utilização dos termos observam que a incompatibilidade
entre ecoturismo e turismo ecológico é a mesma entre teoria
e prática; ou ainda, esta incompatibilidade deve-se à
diferença entre o que é proposto pelo departamento
responsável pelo turismo (no Brasil, Embratur) e o que é
realizado na prática. A diferença residiria, então, nas
propostas, “especialmente no que concerne a questões
relacionadas com a comunidade local e aos requerimentos
básicos para efetivação da atividade: planejamento,
capacidade de carga, guias especializados, infra-estrutura
26
adequada, regulamentação, segurança, interação com a
comunidade, etc.” (p. 26).
O Ecoturismo é apontado como a modalidade de turismo
de crescimento mais acentuado dos últimos anos (SEBRAE,
1995). Face à tendência atual de combinar interesses por
questões ambientais, sociais e culturais ao prazer de
viajar, o Ecoturismo pode situar-se como força propulsora
de mudanças sociais, propugnando um novo tipo se consumo do
espaço e uma nova postura frente ao ambiente.
Dos benefícios originados pelo ecoturismo, emprego e
renda para as populações autóctones estão entre os mais
apregoados e por vezes alçados como bandeira da promoção do
crescimento socioeconômico, quando se sabe que,
freqüentemente, apenas uma pequena parcela do dinheiro
gasto pelos turistas permanece no próprio local ou próximo
a ele (Lindberg, 1991; Boo, 1990 cf. cit. Lindberg e Huber
Jr, 1995, p. 179). Vale salientar, ainda, que muito da
renda gerada pelo turismo para a população local advém de
empregos informais.
No Brasil, as modalidades turísticas mais praticadas
são o turismo de negócio, lazer, ecoturismo, ecológico,
científico e outros.
Por sua extensão territorial, e pela extrema
diversidade cultural, pode-se afirmar que o Brasil possui
um enorme potencial turístico. Em sua porção oriental, o
país dispõe de um litoral de aproximados 9000 km de
extensão com belas praias, um outback diversificado e
peculiaridades climáticas que potencializaram a existência
de uma grande diversidade biológica.
27
Entende-se por diversidade biológica:
(...) a variedade de vida no planeta Terra, incluindo
a variedade genética dentro das populações e espécies, a
variedade de espécies da flora, da fauna e de
microrganismos, a variedade de funções ecológicas
desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a
variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados
pelos organismos
(http://www.mma.gov.br/port/sbf/chm/biodiv/biodiv.html –
22/02/04)
Com uma vasta diversidade biológica, fauna exuberante
com grande número de espécies, riqueza cultural e uma
gastronomia bem variada, o Brasil tem atraído turistas do
mundo inteiro, muito embora ocupe um modesto lugar na
preferência dos viajantes mundiais nas várias modalidades
turísticas.
Estima-se que a exploração do potencial proporcionado
pela diversidade biológica brasileira esteja muito aquém de
suas reais possibilidades. O país poderá inserir-se de
maneira mais profunda nos mercados emissores internacionais
e procurar captar e redirecionar os investimentos que se
façam necessários para o fomento da atividade. Neste caso,
a própria forma de como o país se apropria e se relaciona
com seus recursos naturais deve ser questionada posto que,
historicamente o povo brasileiro acostumou-se a usá-los de
forma de indiscriminada e predatória. Trata-se, portanto,
de uma revisão de posturas, atitudes e políticas que
permitam que, de fato, a tão alardeada fartura de recursos
possa ser efetivamente utilizada em prol do povo
28
brasileiro. Somente o uso adequado, inteligente dos
recursos poderá assegurar que eles constituam fonte de
sustento, sobrevivência e bem estar para este povo.
Observa-se, também, a tendência das empresas incluírem, em
sua agenda de relações públicas e em seus novos mercados, a
questão do ambientalismo e seu conjugado – a
sustentabilidade – dado o crescente interesse que o tema
vem despertando nos mais diversificados segmentos da
sociedade.
O conceito de sustentabilidade, cuja origem remete às
relações entre os seres humanos e o meio ambiente (recursos
naturais), baseado em Mangel et.al.(1993) pode ser enfocado
sob três aspectos: a) uso sustentável, que ocorre quando os
seres humanos utilizam os recursos renováveis, permitindo
que os processos naturais de reposição ocorram e assim o
sistema poderá renovar-se indefinidamente; b) crescimento
sustentável, onde a questão básica que se impõe é se o
crescimento econômico leva ou não em consideração a
limitação de recursos, sem o que ocorrerá degradação do
ambiente pois não pode haver crescimento que seja
sustentável sem o controle do crescimento populacional e do
consumo per capta de recursos; e, por fim, c)
desenvolvimento sustentável, o termo mais usado e o de mais
difícil definição. De acordo com Mangel et. al.(1993) o
desenvolvimento sustentável tornar-se uma tarefa impossível
quando sinônimo de crescimento sustentável que envolva
crescimento da população e do consumo de recursos, mas não
quando tenha o significado de uso sustentável, tornando-se
então um imperativo. Ou seja, em se tratando de
desenvolvimento sustentável, o crescimento descontrolado
mina as possibilidades de promoção da melhoria social e
29
econômica da população do planeta, que poderia ser
promovida pelo uso sustentável de recursos renováveis.
Para que o turismo cresça com sustentabilidade é
necessário que haja um desenvolvimento de forma
equilibrada, respeitando os recursos físicos, bióticos,
abióticos, sócio-culturais e ambientais, das regiões
receptoras, ou seja, o turismo não pode ser estimulado
cegamente apenas com a finalidade de atender a busca dos
lucros imediatos dos investidores. A sustentabilidade do
turismo é uma questão mais política do que ambiental, ou
seja, é o reflexo dos conflitos, interesses e da
pluralidade dos atores envolvidos.
Para que haja a sustentabilidade da atividade
turística em um determinado espaço torna-se necessário a
atuação do Estado para fiscalizar, implementar políticas
públicas que viabilizem o uso adequado dos recursos
naturais e intermediar conflitos entre os atores sociais
que fazem uso desses recursos, seja para sua sobrevivência
seja para sua promoção econômica
A relação do turismo com o meio ambiente dá-se
principalmente por meio da paisagem, transformada em
produto a ser consumido, ou seja, é natureza “pura”
transformada em mercadoria pelos que exploram a atividade
turística.
Paisagens segundo Pierre George “é o sistema
geográfico formado pela influência dos processos naturais e
das atividades antrópicas e configurado na escala da
percepção humana”. (Pierre George, 1975: dictionnaire de la
géographie;).
30
Segundo a EMBRATUR “paisagem” é a porção de espaço da
superfície terrestre apreendida visualmente. Parte da
superfície terrestre que em sua imagem externa e na ação
conjunta dos fenômenos que a constituem, apresenta
características homogêneas de uma certa unidade espacial
básica (Embratur), ou seja, paisagem é a porção do espaço
analisada visualmente pelo homem.
A atividade turística transforma espaços e valoriza
determinadas paisagens. Tudo isso gera, á princípio,
benefícios para a população local que, passa a ter
oportunidades de vender seus serviços para a indústria do
turismo, mas também pode ocorrer uma super valorização
daquele espaço, o que irá dificultar ainda mais as
condições de sobrevivência da populações de baixa renda
daquele espaço, que não é compensada pela geração de renda
do turismo.
Ao produzir um espaço a indústria do turismo promove
não só mudanças econômicas, mas também mudanças culturais.
Quando há uma grande procura de determinados locais pelos
turistas, estes locais transformam-se em verdadeiras
mercadorias e para atender as exigências dos turistas,
pequenas cidades que antes tinham um pequeno comércio para
atender a população local vêem seus pequenos
estabelecimentos engolidos pelos grandes empreendimentos de
infra-estrutura turística como, por exemplo, grandes redes
hoteleiras, redes de fast food, agências especializadas em
explorar os recursos naturais, etc. Ou seja, a produção
desse espaço pode produzir muito mais impactos sócio -
culturais, econômicos e ambientais, do que benefícios para
31
a população local, que acaba muitas vezes excluídas desse
processo.
Com a transformação dos espaços em mercadorias e as
ações intensas de divulgação desses espaços pelo marketing
turístico, as paisagens naturais e habitas até então
preservados, passam e ser alvo de “desbravamentos
turísticos”.
Invariavelmente são observadas modificações onde
ocorre o turismo; e não somente no meio ambiente natural ou
nas paisagens, mas também na comunidade local. O impacto do
turismo pode ser identificado a partir dos custos
potenciais – degradação do meio ambiente, injustiças e
instabilidade econômicas, mudanças sócio - culturais
negativas – e dos benefícios potenciais – geração de
receita para as áreas protegidas, criação de empregos para
as pessoas que vivem próximas a essas áreas e promoção de
educação ambiental e de conscientização sobre conservação
(Boo, Elizabeth, 1995 p. 34).
É necessária uma análise dos impactos causados pelo
turismo, não só pelas perdas ambientais, mas também pelos
impactos causados a sociedade local. Para tanto as
abordagens sob a perspectiva sistêmica desempenham um papel
fundamental.
O autor Mario Carlos Beni em seu livro “Análise
Estrutural do Turismo” define bem a Teoria Geral de
Sistemas “Ludwig von Bertalanffy observou que a Teoria
Geral de Sistemas visa compreender os princípios da
integralidade e da auto-organização em todos os níveis. Ela
é sintomática de uma mudança em nossa visão geral. Suas
aplicações variam da biofísica dos processos celulares á
32
dinâmica das populações, dos problemas da física aos da
psiquiatria, da política, das unidades culturais, do
fenômeno do turismo e outros”. (BENI, Mário Carlos, 1998, p
19,20).
A Teoria Geral de Sistemas constituiu um enorme ganho
para a abordagem das questões ambientais, uma vez que
permitiu a compreensão dos processos de troca de energia e
matéria entre os vários elementos constituintes de um
sistema. A expressão ecossistema constitui um exemplo
prolixo da idéia de sistemas e expressa bem a forma de como
esta se encontra incorporada ao uso cotidiano do homem
comum.
O equilíbrio nos sistemas é vital para o funcionamento
e manutenção dos ambientes naturais. O turismo procura
utilizar-se da Teoria Geral de Sistemas na sua própria
versão, segundo Beni (1998).
A capacidade de suporte dos ecossistemas naturais deve
ser respeitada e também é fator determinante para a
expansão do turismo, segundo o SISTUR. SISTUR - Sistema de
Turismo –é definido pelo autor Mário Carlos Beni em seu
livro Análise Estrutural do Turismo como: “o SISTUR é
sistema aberto. Realiza trocas com o meio que o circunda e
por extensão, é interdependente, nunca auto-suficiente”
(BENI, Mário Carlo, 1998, pg 51.). Ou seja, o SISTUR é um
sistema capaz de analisar todos os conjuntos de atividades
e relações naturais ou antrópicas, nos espaços e nos meios
circundantes, onde ocorre a atividade turística.
33
O SISTUR é formado por três grandes conjuntos: o
conjunto das relações ambientais, o da organização
estrutural e das ações operacionais.
A interação desses três conjuntos é a base para a
formação do espaço á ser explorado pelo turismo. Para um
estudo sobre a atividade turística torna-se necessário uma
análise dos componentes dos três conjuntos, pois cada um
tem sua importância dentro do espaço estudado. Segundo o
autor Mário Carlos Beni “Cada componente desses três
conjuntos pode ser considerado um subsistema em si, já que
apresenta funções própias e específicas, assumindo
características individualizadas”. “(BENI, Mário Carlo,
1998, pg 44)”.
O turismo quando tem a finalidade de explorar de forma
adequada respeitando a capacidade de cada espaço, com
práticas conservacionistas, contribui para que os três
grandes conjuntos formadores do SISTUR funcionem de forma
que possibilite a exploração daquele espaço a médio e longo
prazo, o que poderá contribui para o desenvolvimento
econômico e social das regiões exploradas.
Para verificar se as atividades turísticas, embora
consideradas como alternativas econômicas para lugares com
atrativos ecológicos-paisagísticos, se sustentam
completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico, são
necessários estudos bem detalhados. Este estudo tem como
objetivo analisar o caráter das atividades turísticas na
região da Serra do Cipó com vista à verificação de sua
sustentabilidade.
34
CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL DA SERRA DO CIPÓ
A área de pesquisa, já apresentada, abrange uma área
pertencente ao município de Santana do Riacho,
especificamente o distrito de Cardeal Mota, centro de
atração, de apoio e dispersão dos visitantes da Serra do
Cipó e, principalmente, o centro econômico e social da
região. Os habitantes da região próximas às margens do rio
Cipó, em específico do Rio Paraúna, afluente do rio Cipó,
os funcionários do IBAMA e de todos os habitantes do
Município de Jaboticatubas, estão econômica e socialmente
ligados à Cardeal Mota.
Anteriormente conhecida como Serra da Vacaria, a
região, segundo informações de pessoas residentes na região
há mais de 60 anos, era um centro criador de gado bovino e
muar que servia não só as populações vizinhas como
contribuía para o abastecimento do até então Curral Del
Rey, futura Belo Horizonte, além dos municípios de Nova
Lima com carne, leite e mulas para transporte.
A região foi inicialmente a primeira via natural
utilizada pelos bandeirantes com destino ao distrito
diamantino do Tijuco, atual Diamantina, e da Vila do Serro
Frio do Príncipe, atual Serro.
35
Resquícios dessa época podem ser observados no Cipó
Velho, com casarões coloniais e capela com oratório e
imagens de santos antigas e no caminho dos escravos, que
sobe a serra a partir do km 100 da rodovia MG-10, ao lado
do camping da Associação Cristã de Moços, todo calçado por
grandes blocos de quartzito. Ele tem cerca de 400m de
extensão e desaparece gradativamente nas proximidades da
pousada Chapéu de Sol. Este caminho por sinal é bastante
utilizado pelos turistas para poderem atingir as cachoeiras
do córrego Vacaria, a montante da cachoeira Véu da Noiva.
A marca da escravidão ainda pode ser observada na
região, porém de forma muito sutil. Em antigas senzalas
transformadas em pousadas simples, no candomblé, dança
ancestral, e nos batuques e o boi da manta, que ainda
animam alguns encontros e festas populares, mas é na
condição sócio-econômica da maioria de seus descendentes
que a percebemos com mais clareza. Muitos vivem em
precárias condições como agregados em fazendas, sem posse
definida de propriedade e com elevado índice de
analfabetismo.
Com uma população de aproximadamente 1.500 pessoas
Cardeal Mota depende praticamente de atividade turística.
Possui 24 pousadas e cerca de 16 estabelecimentos
comerciais, que associam restaurante e bar, e 5 mercearias.
Estima-se que o número de leitos tem capacidade para 600
pessoas. Esse número é bastante instável, pois alguns
desses estabelecimentos mudam de dono ou fecham e abrem
suas portas com certa freqüência. Além destas existem cerca
de cinco áreas de camping nas imediações de Cardeal Mota
com infra-estrutura variável.
36
Os outros serviços existentes são bastante precários.
Existe uma borracharia, uma oficina mecânica, uma oficina
exclusiva para bicicletas, um telefone público e um posto
telefônico. Recentemente foi instalada uma torre para
telefonia celular. O posto de gasolina existente foi
desativado e especula-se a instalação de um novo. A
exploração de mármore existiu até cerca de oito anos atrás
e encontra-se atualmente desativada. Não existe posto de
saúde e apenas recentemente foi aberta uma pequena
farmácia. Antes alguns poucos remédios podiam ser
encontrados nos armazéns locais. Possui também um depósito
de material de construção, três igrejas e uma escola
estadual, a E. E. Dona Francisca Josina, que atende 250
alunos do ensino fundamental de uma ampla região. Além das
disciplinas básicas existe a disciplina Educação Ambiental
e Turismo, resultado de um trabalho sócio-cultural e
ecológico denominado Projeto Bandeirinhas, desenvolvido sob
a coordenação do geógrafo Márcio Spyer e por pesquisadores
de diversas áreas do conhecimento, visando a capacitação e
a participação de professores locais e comunidade na
preservação da terra.
O abastecimento local de gêneros de primeira
necessidade, como hortifrutigranjeiros tem a maior parte de
sua origem em Belo Horizonte e Lagoa Santa, pois nem o
distrito nem o município possuem produção que extrapole a
de mera subsistência.
A estrutura fundiária, não só do município como de uma
maneira geral de toda a região da Serra do Cipó é
constituída principalmente por pequenas e médias
propriedades, com atividades econômicas geralmente
inexpressivas de subsistência, de pecuária extensiva e
37
originária de partilhas de herança familiares, a partir de
inventários mal-resolvidos juridicamente. Este fato gera
uma contradição local, pois se de um lado, aliada a má
vontade governamental em resolver as questões fundiárias da
Serra do Cipó, sempre dificultou a plena e justa
desapropriação de suas terras, por outro facilitou a venda
de importantes áreas circunscritas a APA e que foram
negociadas com pessoas e grupos econômicos de Belo
Horizonte e até do Exterior por quantias irrisórias,
expulsando ainda mais a população nativa para as periferias
da capital.
A procura por terrenos para a construção da chamada
segunda moradia, por parte da população que descobre e se
apaixona pela serra do Cipó, além de inflacionar o preço da
terra fez surgir um verdadeiro “boom” imobiliário, com
abertura de loteamentos e áreas de chacramentos sem
planejamento técnico adequado.
Mais recentemente a Serra do Cipó tem atraído grupos
de pessoas que se reúnem para o desenvolvimento de cursos,
workshops, rallys, cavalgadas, passeios de bicicleta e
encontros diversos.
38
DESCRIÇÃO DAS ÁREAS A SEREM TRABALHADAS
Na Serra do Cipó existe uma intensa atividade
turística e tem crescido muito nos últimos anos devido o
local apresentar uma rica e diversificada paisagem natural
como suas belas montanhas, cachoeiras, rios e também a
própria fauna e flora. Devido a este fator, a procura por
estas atrações como mencionado é grande, principalmente nos
finais de semana e em feriados, tanto nacionais, como
estaduais. Esta procura pelo lazer e descanso na região da
Serra do Cipó provocou nos últimos anos várias
transformações no panorama paisagístico e estrutural da
região como a implementações de clubes, pousadas, hotéis,
chalés e também o crescimento populacional. Fatores como
estes provocam ao mesmo tempo o crescimento da região pela
atividade turística, mas também, impactos consideráveis
referentes ao equilíbrio ambiental. Para compreender melhor
estas transformações da atividade turística e em especial
na Serra do Cipó foram escolhidas duas áreas para a
pesquisa e compreensão com vistas a traçar não somente o
perfil dos visitantes, mas também o resultado de suas
presenças no que tangem as conseqüências ambientais. As
duas áreas especificamente são a ACM – Associação Cristã de
Moços – que se localiza no município de Cardeal Mota nas
coordenadas UTM 646416.1357 (longitude) e 7863714.1834
(latitude) e a outra se localiza no município de Santana do
39
Riacho nas coordenadas 643831.1907 (longitude) e
7867348.0128 (latitude). As duas áreas possuem
características distintas uma da outra devido ao modo como
são usadas na prática do turismo.
40
41
A ACM é uma área monitorada que se encontra no Parque
Nacional da Serra do Cipó, ou seja, um local delimitado e
controlado seja por órgãos públicos e privados com o
objetivo de manter a conservação do meio ambiente e ao
mesmo tempo, a integração do homem.
Na ACM existe a atuação da própria entidade e também
do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) no
controle da área a fim de mantê-la dentro das leis
existentes para a conservação do local evitando assim a sua
destruição através da atividade turística descontrolada,
das queimadas descontroladas nas matas, do lixo deixado no
local após as visitas e outras situações que possam de
maneira direta e indireta afetar o equilíbrio ambiental da
região. No município de Cardeal Mota os moradores vivem em
função do comércio e da atividade turística onde se
encontram vários estabelecimentos, como pousadas, bares,
restaurantes e supermercados, o que contribui de forma
significativa para a arrecadação de impostos para o
município e também para o aumento do nível de renda da
população que é aproveitada por esses estabelecimentos como
mão-de-obra. Em contrapartida ocorre um aumento acelerado
do crescimento numérico das pousadas, restaurantes, casas
de campo, etc. e isso está afetando a preservação do meio
ambiente local, já que as áreas que abrange este município
pertencem a APA (Área de preservação ambiental) e outra
parte ao Parque Nacional da Serra do Cipó.
Por outro lado, na área da Ponte da Usina que se
localiza no município de Santana do Riacho que por sua vez
pertence a APA (Área de Preservação Ambiental), não existe
monitoramento efetivo e eficaz no combate a degradação do
meio ambiente local.
42
Para compreender o processo da atividade turística em
ambas as áreas na Serra do Cipó foram coletados dados
referentes ao perfil dos turistas assim como registros em
fotografia das áreas freqüentadas e também a descrição
física das mesmas.
A partir de visitas às áreas pesquisadas foram
elaborados croquis e registros fotográficos dos principais
pontos, os quais facilitaram a visualização dos aspectos
identificados e interpretados pelas análises e gráficos já
relacionados.
O primeiro croqui representa a organização espacial da
área monitorada (ACM), a partir de seis pontos escolhidos
de acordo com as necessidades da pesquisa.
43
RODOVIA MG-10
BELO HORIZONTE
PORTARIA
ÁREADETRAYLERS
VESTIÁRIOS
ÁREA
DE
CAM
PING
REPRESAMENTO DO
ÁREA DE CAMPING
ÁREADECHALÉS
RESTAURANTE
RIBEIRÃO SOBERBO
BAR/QUISQUE
ESTACIONAMENTO
RIBEIRÃOSOBERBO
CACHOEIRA
VÉU DA NOIVA
SENTIDODORIO
CROQUI
ÁREA MONITORADA
A.C.M.
A
B
E
D
C
F
44
Ponto A: Consiste na entrada da ACM onde se observa ação
antrópica como forma de controle do acesso à
área.
Ponto B: Este ponto é caracterizado pela estrutura criada
para a adequação de trailers.
Ponto C: Área reservada ao camping.
45
Ponto D: Estrutura de cantina e vestiário criada para
atender a área de camping.
Ponto E: Represamento do curso d’água do Ribeirão Soberbo
formando uma piscina artificial.
46
Ponto F: Área ocupada por chalés. Hospedagens de 1, 2 ou 3
quartos.
Através destes registros fotográficos da organização
espacial da área monitorada (ACM) é possível perceber o
alto grau de intervenção antrópica que, apesar de estar em
uma área monitorada, as estruturas em concreto, vestiários
e áreas de lazer promovem uma profunda alteração do espaço
natural, o que também caracteriza a possibilidade de
consideráveis impactos ambientais.
O segundo croqui representa a organização espacial da
área não monitorada (Ponte da Usina) também a partir de
seis pontos escolhidos de acordo com as necessidades da
pesquisa.
47
PONTE DA USINA
ÁREA NÃO MONITORADA
CROQUI
ZX
H
T
R
ANASTAMOSSADO
RIO PARAÚNA
SENTIDO DO CURSO
PONTESOBREORIOPARAÚNA
DEC
Ponto Z: Entrada da área não monitorada sem qualquer
controle do fluxo de turistas.
48
Ponto X: Estacas que caracterizam um antigo cercamento da
área.
Ponto H: Área de ocupação de turistas sem preocupação com
preservação com o ambiente.
49
Ponto T: Vestígios da antiga ponte que ligava uma margem a
outra do Rio Paraúna.
Ponto R: Margem do Rio Paraúna.
50
Ponto S: Ocupação da margem direita do Rio Paraúna
caracterizada por erosões de áreas mais frágeis
provavelmente intensificadas por trilhas.
51
Pode-se verificar que na ponte da usina, não há uma
fiscalização efetiva no que tange a conservação do local e
diante disso, percebe-se muito lixo jogado pelo chão (ver
fotos ponte da usina), em certas partes do rio nesta área
já ocorre o assoreamento, muitos galhos de árvores foram
arrancados e também as próprias árvores. Também foi
verificado que neste local existe uma gruta com pinturas
rupestres e que a mesma se encontra completamente pichada
por vândalos, outro fator que contribui na interferência do
equilíbrio ambiental é a própria poluição sonora. Portanto
percebe-se que nesta área, conhecida como ponte da usina,
caracteriza a possibilidade de profundos impactos
ambientais.
Pode–se verificar a seguir através dos gráficos o
perfil dos turistas que freqüentam a ACM e a ponte da
usina.
52
ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÁREA MONITORADA
IDADE
15%
61%
15%
7% 2%
Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 41 a 50 Acima de 50
ESCOLARIDADE
4%
42%
30%
20%
4%
1º Grau 2º Grau 3º Grau 3º Grau Incomp. Outros
SEXO
52%
48%
Maculino Feminino
Na figura 2, da área pesquisada (ACM) o
maior número de turistas são do sexo masculino
correspondendo a 52% contra 48% das mulheres.
Na figura 1, 61% dos turistas estão na faixa
etária de 21 a 30 anos, seguidos de 15% com
idade até 20 anos e de 31 a 40. As pessoas com
idade entre 41 e 50 anos correspondem a 7% e
acima de cinquenta, 2%.
Na figura 3 referente a escolaridade, observa-se um maior nível de
escolaridade em relação aos turistas da área não monitorada. 30% das
pessoas possuem o terceiro grau completo, e 20% incompleto. As
pessoas que tem apenas o segundo grau a porcentagem é de 42%; o
grupo do primeiro grau com 4% e outros também 4%.
53
NÍVEL DE RENDA
26%
15%
7%17%
28%
7%
Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a 1500
De 1501 a 2000 Acima de 2000 Sem Renda
Na figura 4, referente ao nível de renda, os turistas da
ACM (área monitorada) possuem um maior poder aquisitivo
o que pode ser justificado pelo próprio acesso a educação. De
acordo com os dados, 28% possuem renda acima de R$
2000,00 reais, com renda entre R$1501,00 até 2000,00 são
17%. Rendimentos entre R$ 1001 a 1500,00 têm-se 7% dos
turistas.
Também com 7% existe o grupo de turistas que não
possuem renda e com rendimentos de até R$500, 00, 26%
dos entrevistados.
Ocupação Principal
0% 22%
4%
4%
0%
15%
20%
7%
28%
Ocupação Principal Estudante Professor
Bancário Militar Comerciante
Profissional Liberal Funcinário Público Outros
Na tabela 5, vinte turistas responderam que
preferem visitar a própria ACM devida às suas
riquezas locais e outras dez disseram que não
tem um local preferido. Os demais,
responderam como se pode observar acima.
54
ESTADO CIVIL
67%
33%
0%
Solteiro Casado Outros
Cidades
7%
2%2% 2% 2% 2%2%2%2%
77%
B. Horizonte Contagem Lagoa Santa Ribeirão das Neves
Londres Rio de Janeiro Nazaré Paulista Betim
Sta. Luzia Vespasiano
De acordo com a figura 6, 77% são de Belo Horizonte,
7% de Contagem e demais cidade mineiras 17%.
Referente ao turista estrangeiro (2%), o mesmo é da
cidade de Londres, capital inglesa. Da cidade do Rio de
Janeiro, também tem 2% assim como de Nazaré Paulista
(Estado de S. Paulo).
Na figura 7, pode-se observar que a maior
parte dos turistas são solteiros
correspondendo a 67%. No que tange os
casados, apenas 33%.
55
MEIO DE TRANSPORTE
91%
9% 0%
Carro Ônibus Outros
c
Na figura 8, o meio de transporte pode
ser justificado também pelo nível de
renda onde a grande maioria, ou seja,
91% se deslocaram para o local através
de veículos próprios e por meio de
ônibus apenas 9%.
Meio de Hospedagem
4%
26%
48%
0%
0% 22%
Hotel Pousada
Camping Monitorado Camping não Monitorado
Albergue Outros
Referentea figura 9, meio de hospedagem, 48% é
através de camping monitorado, 26% em
pousadas, 22% foram apenas para passar o dia e
4% ficaram em hotel.
MOTIVO DE VISITA À ÁREA
7
12 12
10
12
3
11
7
1
17
28
11
0
5
10
15
20
25
30
Acessibilidade
Aventura
Caminhada
CulturaLocal
Fauna
Férias
Flora
Fotografia
História
Qualidadede
Vida
Recreação
Relevância
Ecológica
Acessibilidade Aventura Caminhada Cultura Local
Fauna Férias Flora Fotografia
História Qualidade de Vida Recreação Relevância Ecológica
Na figura 10, o motivo que em que os turistas vieram a visitar a área, nota-se que 28
pessoas foram pela procura da recreação, 17 pela qualidade de vida. Pelos motivos da
fauna 12 pessoas, caminhada e aventura ambos também com 12. Relevância ecológica
foram 11, Pela flora 12 e cultura local, somam-se 10.
56
INDUÇÃO DE VIAGEM
4%
0%
53%
2%
11%
30%
Propaganda Agência
Amigos Artigos de Jornais e Revistas
Internet Outros
Na figura 11, a indução de viagem, observa-se que
53% foi através de amigos, 11% vieram através de
informações obtidas pela internet, 4% por propagandas
diversas e 2% através de artigos e jornais e revistas.
Através de outros motivos correspondem 30%.
Residência UF/Exterior
94%
4% 2%
Minas Gerais Outros Estados Exterior
Na figura 12, referente a origem dos turistas é
interessante observar que houve a ocorrência
estrangeiros, 2%, e de outros estados brasileiros, como
o Rio de Janeiro e São Paulo, 4%. Turistas de Minas
Gerais correspondem a 94%.
57
COMO VIAJA
17
0
20
2
13
0
5
10
15
20
25
Amigos Excursão Família Sozinho Outros
Amigos Excursão Família Sozinho Outros
Qual o seu local preferido na Serra do
Cipó
Local ACM
Serra Morena 3
ACM 20
Cachoeira Grande 3
Cachoeiras 2
IBAMA 1
Capivara 1
Bar do Nando 2
Não tem 10
Não sabe 3
Tudo 1
Quanto costuma gastar
durante sua viagem
ACM
Total em R$ 3470
Média 88,97
Na figura 13, o modo como viajaram, 38% foi em família,
seguido de 33% com amigos e 25% por outros motivos. Com 4%
está o grupo de pessoas que viajaram sozinhas e em excursão não
houve nenhuma ocorrência.
Na tabela 1 os turistas
da ACM gastaram
R$3470,00 reais
Na tabela 2 vinte turistas responderam que
preferem visitar a própria ACM devida às suas
riquezas locais e outras dez disseram que não
tem um local preferido. Os demais,
responderam como se pode observar acima.
58
Sexo
41%59%
Maculino Feminino
ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÁREA NÃO MONITORADA
Idade
15%
58%
12%
9% 6%
Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40
De 41 a 50 Acima de 50
Nível de Renda
32%
35%
24%
0%
6%
3%
Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a 1500
De 1501 a 2000 Acima de 2000 Sem Renda
A figura 14, na área não monitorada a
maioria das pessoas são do sexo masculino,
com 59% e as mulheres correspondem a
41%.
Na figura 15, a faixa etária é
bastante variada embora 58% estão com
idades entre 21 e 30 anos. Com 15%
estão as pessoas com até 20 anos, 12%
de 31 a 40 anos, 9% de 41 a 50 anos e
acima dos cinqüenta apenas 6%.
Na figura 16, pode-se verificar que na área não
Na área não monitorada a maior parte dos
turistas, 50%, possui apenas o segundo grau, logo
em seguida, 38% correspondem às pessoas com
apenas o primeiro grau. Referente ao nível
superior, tem-se 9% com o curso incompleto e os
3% restantes concluíram o curso.
Escolaridade
38%
50%
3% 9% 0%
1º Grau 2º Grau 3º Grau 3º Grau Incomp. Outros
Na figura 17, a distribuição de renda são 32% dos
turistas possuem uma renda de até R$500,00 reais, 35%
ganham de R$501,00 a 1000,00 reais. Os turistas com renda
superior a R$1000,00 até R$1501,00 são de 6% e acima
deste valor, 3%.
É interessante observar que o índice de turistas sem
renda é considerável, correspondendo a 24% do total de
entrevistados.
59
Ocupaçao Principal
61%
15%
6%3%12%
0%
3%
0%
Estudante Professor Bancário
Militar Comerciante Profissional Liberal
Funcinário Público Outros
Na figura 18, é importante observar que referente à
profissão, 15% são apenas estudantes não
proporcionando renda. Tem-se também que 12% são
pessoas que trabalham no comércio, no funcionalismo
público o número é menor, 6%, como professores o
valor é ainda menor com apenas 3% dos entrevistados.
O interessante é observar não houve a presença de
bancários e militares, mas a grande maioria, 61%
possuem ocupações diversificadas no mercado de
trabalho.
Na figura 20, os turistas solteiros
correspondem a 53% e os casados são
47%.
Estado Civil
53%
47%
Solteiro Casado
Na figura 19, a maioria dos turistas
entrevistados na área não monitorada são
provenientes de Belo Horizonte principalmente da
região de Venda Nova, zona norte, totalizando
46%. 21% são de Ribeirão das Neves, que por sua
vez, é a cidade mais pobre da região metropolitana
em condições sócio-econômicas, com 18% está a
cidade de Vespasiano logo em seguida tem-se
Contagem e Lagoa Santa e o menor valor
respectivamente, Santa Luzia.
60
Meio de Transporte
12%
88%
0%
Carro Ônibus Outros
Na figura 21, referente ao meio de transporte, a
grande maioria veio através de ônibus, o que
caracteriza realmente o perfil do turista da área não
monitorada. As pessoas devido a um menor poder
aquisitivo possuem menores chances de se deslocarem
através de carros. Por sua vez, o acesso ao local através
de carros próprios foi de apenas 12%.
Meio de Hospedagem
0%
0%
56%
0%
44%
0%
Hotel Pousada
Camping Monitorado Camping não Monitorado
Albergue Outros
Na figura 22, os turistas se estabeleceram em
camping não monitorado correspondendo a 56%.
Já os 44% são pertencentes outros modos de
hospedagem. Referente a hotel, pousada, camping
monitorado e albergue não houve nenhum registro
porque foram apenas para passar o dia.
61
Motivo de visita à área
4
11
9
7
4 4
9 9
3
17
14
8
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Acessibilidade
Aventura
Caminhada
CulturaLocal
Fauna
Férias
Flora
Fotografia
História
Qualidadede
Vida
Recreação
Relevância
Ecológica
Outros
Acessibilidade Aventura Caminhada Cultura Local Fauna
Férias Flora Fotografia História Qualidade de Vida
Recreação Relevância Ecológica Outros
Na figura 23, os dados no gráfico a respeito dos motivos que levaram a viagem na Serra do Cipó,
especificamente na área não monitorada mostram que, 17 pessoas foi devido à procura da qualidade
de vida, 14 pela recreação, 11 pelo motivo da aventura, logo em seguida pela opção da caminhada,
fotografia e flora local. Um outro fator de destaque no gráfico e a relevância ecológica que tem 8 dos
motivos a visitarem a área. Mesmo que a relevância ecológica esteja com este valor, pode-se
perceber que as pessoas entrevistadas não entenderam o que significava na sua essência este termo.
62
Indução de Viagem
3%
0%
0%
9%
0%
88%
Propaganda Agência
Amigos Artigos de Jornais e Revistas
Internet Outros
Residência UF/Exterior
0%
100%
0%
0%
UF/Exterior M inas Gerais Outros Estados Exterior
Na figura 24, a grande maioria dos turistas, cerca de 88% vieram através
de amigos, devido à própria característica sócio-econômica das pessoas. As
pessoas que vieram através de artigos de jornais e revistas correspondem a
apenas 9% e 3% através de agência. As outras variáveis analisadas como a
propaganda, internet e outras fontes não foram verificadas nas entrevistas.
Na figura 25, observa-se que todos os
turistas da Ponte da Usina são provenientes
de Minas Gerais.
63
Como Viaja
11
14
9
00
-1
2
5
8
11
14
17
20
Amigos Excursão Família Sozinho Outros
Amigos Excursão Família Sozinho Outros
Quanto costuma gastar
duarante sua viagem
Ponte da Usina
Total em R$ 869
Média 34,76
Qual o seu local preferido
na Serra do Cipó
Local Ponte da Usina
Bar 1
Véu da noiva 7
1 vez 9
Rio Paraúna 5
Serra Morena 2
Juquinha 2
Cachoeira 1
Usina 7
Na figura 26, o modo como viajaram também foi uma variável
importante dentro da análise. Como se pode observar 14 pessoas
disseram que vieram em excursão, uma característica importante no
perfil dos turistas, 11 vieram com amigos e 9 estavam acompanhados
da família. Viajam sozinhos ou outros não foram identificados nas
entrevistas.
Na tabela 3 pode-se verificar que
o valor total gasto pelos turistas
na Ponte da Usina não
ultrapassam os R$ 1000,00 reais,
e a média fica em R$ 34,76.
Na tabela 4 referente aos locais preferidos pelos turistas, observa-se que um
considerável número de turistas foi pela primeira vez, enquanto que, sete
disseram que preferem ir ao Véu da Noive e outros sete especificamente na área
da Usina.
64
Análise Geral
O processo de degradação ambiental, na Serra do Cipó,
não ocorreu por acaso, sendo a que a atividade turística
tem contribuído muito para o aumento destes impactos, que
possuem níveis diferenciados de degradação em diferentes
áreas.
Atraídos pela exuberância natural da Serra do Cipó,
grande parte dos turistas que ali freqüentam, não possuem
uma consciência de uso adequado dos recursos naturais.
O conjunto destes fatores foram e são condicionantes,
no que tange a conscientização dos turistas que freqüentam
locais onde os recursos naturais são os grandes atrativos
turísticos.
Com o objetivo de traçar o perfil dos turistas que
freqüentam as áreas, objeto deste estudo: ACM e Ponte da
Usina foi realizada no dia 01/05/2004 uma pesquisa de
campo, na qual foram aplicados questionários nas duas
áreas, no intervalo de tempo entre 10:30 e 15:00 horas.
65
Mediante análise dos dados coletados, observamos
vários fatores que favorecem o aumento dos impactos
ambientais, nas áreas pesquisadas, na Serra do Cipó.
O nível de escolaridade é um dos fatores que nos
permitem diferenciar os aspectos observados nas duas áreas,
uma vez que quanto maior o grau de instrução, maior é o
nível de conhecimento, o que favorece a formação de uma
conscientização ambiental, mas que muitas vezes não é
aplicada corretamente.
Observando o gráfico de escolaridade que compara
ambas as áreas (figura 28) verificamos que na área da Ponte
da Usina, o grau de instrução da maioria dos turistas varia
entre 1º e 2º grau. Nesta área verificamos que os turistas
deixam grande quantidade de lixo (papel, vidro, garrafas
pet, comida, etc.), como também destruição de fauna e
flora, principalmente as margens do rio Paraúna, causando
erosão e conseqüentemente assoreamento do rio, principal
local de concentração da população turística. A gruta com
suas pinturas rupestres totalmente pichadas e o alto índice
de poluição sonora também contribuem para o desequilíbrio
do meio ambiente desta área.
Apesar de não ser uma área destinada a receber fluxo
turístico, os órgãos responsáveis poderiam trabalhar de
forma mais consciente através de medidas simples como a
implantação de lixeira e recolhimento do lixo.
66
Em contrapartida, na ACM, o grau de escolaridade
varia entre 2º e 3º grau completo (fig 28), e neste caso
não podemos avaliar se o nível de escolaridade pode
interferir ou não no comportamento dos turistas, pois nesta
área existem regras e fiscalização por parte dos
organizadores. Existem muitas lixeiras espalhadas por toda
a área, sacolas são distribuídas na entrada para o
recolhimento do lixo juntamente com o regulamento do uso do
local.
Em contrapartida, verificamos outros tipos de
impactos ambientais, que não estão apenas relacionados com
a má utilização do local pelos turistas, mas também, com a
intervenção antrópica através da criação de estruturas
físicas, das quais podemos citar: contenção de água do
Ribeirão Soberbo, piscinas artificiais, estruturas em
concretos para áreas de trailers e chalés, vestiários,
quadras, parques infantis, áreas de lazer, estacionamentos
e trilhas, o que contribui para adensamento e a compactação
do solo comprometendo o abastecimento hídrico local.
Observamos também que os chalés foram construídos bem
próximos das margens do Ribeirão Soberbo, desrespeitando o
espaço mínimo destinado à mata ciliar.
67
Mata ciliar ao fundo
Referente a idade, (figura 27) é importante
ressaltar que a maioria dos turistas nas duas áreas estão
na faixa etária entre 21 e 30 anos, ou seja, de acordo com
os relatos dos entrevistados, são turistas que procuram
68
qualidade de vida, recreação, diversão e ao mesmo tempo
descanso.
Idade
5,88%
11,77%
58,82%
8,82%
14,71%
2,17%
60,87%
6,52%
15,22%
15,22%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 1 a 50 Acima de 50
Ponte da Usina ACM
Os turistas de ambas as áreas possuem ocupação
profissional diversificadas como professores, comerciantes,
funcionários públicos, estudantes, bancários, profissionais
liberais e dentre outros.
Em relação às outras ocupações acima citadas há uma
considerável diferença entre as duas áreas. Na ACM, as
ocupações principais dos turistas foram: estudantes
(21,74%), profissionais liberais (19,57%), comerciantes
(15,22%) e outros (28,25%)- não citados. Na Ponte da Usina
as principais ocupações foram: estudantes (14,71%),
comerciantes (11,77%) e outros (61,76%)- não citados.
69
Ocupação Principal
4,35%
19,57%
2,94%
0,00%
11,77%
0,00%2,94%
14,71%
5,88%
61,76%
0,00%
4,35%
21,74%
15,22%
6,51%
28,26%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Estudante Professor Bancário Militar Comerciante Profissional
Liberal
Funcinário
Público
Outros
Ponte da Usina ACM
Nas duas áreas pesquisadas, a incidência do sexo
masculino foi maior; ACM são 58,82% contra 41,18% do sexo
feminino; na Ponte da Usina são 52,17% contra 47,83% do
sexo feminino.
Sexo
58,82%
52,17%
47,83%
41,18%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Ponte da Usina ACM
Maculino Feminino
Com relação ao estado civil, o maior número de
turistas solteiros encontravam-se na ACM (67,39%) contra
(52,94%) na Ponte da Usina.
70
Estado Civil
67,39%
52,94%
32,61%
47,06%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Ponte da Usina ACM
Solteiro Casado
O nível de renda, explica-se de acordo com as
profissões. Rendas acima de R$ 2000,00 reais foram
encontradas apenas na ACM, e renda entre R$ 1001,00 a
2000,00 reais e maior incidência também nesta área.
Turistas sem renda, com rendas até R$ 500,00 e entre
R$ 501 e 1000,00 foram maiores na Ponte da Usina.
Nível de Renda
3 2 ,3 5 %
3 5 ,3 0 %
2 ,9 4 %
2 3 ,5 3 %
1 7 ,3 9 %
2 8 ,2 6 %
0 ,0 0 %
5 ,8 8 % 6 ,5 2 %
1 5 ,2 2 %
2 6 ,0 9 %
6 ,5 2 %
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a
1500
De 1501 a
2000
Acima de 2000 Sem Renda
Ponte da Usina ACM
Partindo para a análise da origem dos turistas,
observamos que a maioria é de Minas Gerais, um pequeno
71
número de outros estados e também provenientes de outros
países. Dentro de Minas Gerais o destaque fica para a
cidade de Belo Horizonte, onde na ACM são 76,09% e Ponte da
Usina 47,06%.
O maior número de turistas que visitaram a Ponte da
Usina são da região metropolitana de Belo Horizonte,
destacando-se principalmente Ribeirão das Neves e
Vespasiano, de onde são a maioria.
Turistas de outras cidades fora do estado e de
outros países são respectivamente, do Rio de Janeiro
(capital), Nazaré Paulista (São Paulo) e Londres
(Inglaterra).
Cidades
20,59% 17,95%
76,09%
2,20% 2,17% 2,17%
5,88%5,88% 2,64%
47,06%
6,52%
2,17%
2,17%
2,17%2,17% 2,17%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Belo
Horizonte
Betim
Contagem
LagoaSanta
Londres
Nazaré
Paulista
Ribeirãodas
Neves
Riode
Janeiro
Sta.Luzia
Vespasiano
Ponte da Usina ACM
Por ser a Ponte da Usina uma área não monitorada
possuindo um de perfil de turistas com menor grau de
escolaridade e baixo poder aquisitivo, o meio de hospedagem
verificado foi o camping na mesma área, uma vez que não há
cobrança de tarifas. Observamos também que muitos dos
72
turistas que ali se encontravam, foram com o intuito de
passar apenas o dia, retornando para suas residências no
final da tarde.
Ao contrário da ACM, a maioria hospedou-se em
locais pagos como pousadas, camping monitorado e hotéis.
Os turistas que se encontravam na ACM viajaram, em
sua maioria, de carro próprio. Ao contrário da Ponte da
Usina onde a sua maioria viajaram de ônibus.
Meio de Transporte
0,00%0,00%
11,76%
88,24%
8,70%
91,30%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Carro Ônibus Outros
Ponte da Usina ACM
73
O modo como viajaram também foi uma variável
analisada. Verifica-se que a maioria dos turistas da ACM
viajam com seus familiares e com amigos. Na Ponte da Usina,
a maioria viajou através de excursão (como pode ser
verificado pelos meios de transporte – fretam um ônibus),
outros em menor número foram com amigos e por ultimo com
familiares.
Como Viaja
11
14
9
0 0
17
0
20
2
13
0
5
10
15
20
25
Amigos Excursão Família Sozinho Outros
Númerodepessoas
Ponte da Usina ACM
No que se refere a indução da viagem, nas duas
áreas, a maioria respondeu que foram através da indicação
de amigos.
Indução da Viagem
0 1
31
3
0 02 0
25
1
5
14
0
10
20
30
40
50
Propaganda Agência Amigos Artigos de
Jornais e
Revistas
Internet Outros
Ponte da Usina ACM
74
Na questão sobre os motivos que levaram a visitar
as duas áreas, observamos vários aspectos com destaque para
a recreação e qualidade de vida.
Motivo de visita à área
4
7
11 12
9
12
7
10
4
12
4 3
9
11
9
7
3
1
17 17
14
8
11
1
28
0
5
10
15
20
25
30
Ponte da Usina ACM
A cessibilidade A ventura C aminhada
C ultura Lo cal F auna F érias
F lo ra F o to grafia H istória
Qualidade de Vida R ecreação R elevância Eco lógica
Outro s
Referente a questão de quanto gastaram indo às duas
áreas, verifica-se na figura 40 que na ACM o valor total em
reais ultrapassou R$3.000,00 reais enquanto que na Ponte da
Usina não chegou a R$1.000,00 reais. Esta grande diferença
é explicada pelo nível de renda entre os turistas, pois na
ACM um número significativo possui rendas superiores a
R$1.000,00 reais e em contrapartida na ponte da usina as
renda não superam R$500,00 e R$1.000,00 reais.
75
Total em R$ (reais)
869
3470
0
1000
2000
3000
4000
Ponte da Usina ACM
Ponte da Usina ACM
O lixo produzido possui vários destinos, a lixeira,
o chão, os rios e muito outros, e analisando
especificamente as duas áreas e de acordo com a figura 42
pode-se perceber que a maioria respondeu que recolhe e
deposita em locais apropriados. No caso da ACM existem
várias lixeiras espalhadas pelo local, o que facilita o
recolhimento e deposição em locais apropriados. Na ponte da
usina, vários turistas levaram sacos plásticos para o
recolhimento dos dejetos porque devido o local não ser
monitorado não existe a fixação de lixeiras para melhor
organização do recolhimento do lixo. O interessante é
observar que uma parcela dos turistas da ponte da usina
disse que joga o lixo pelo próprio local, ou seja, no chão
e/ou leito do rio Paraúna o que compromete de certa forma o
ecossistema local.
76
O que faz com o lixo produzido
5,88%
11,76%
0,00%
82,35%
0,00% 0,00% 4,00%
91,30%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Joga no chão Joga no curso d'água Recolhe e deposita
em locais adequados
Outros
Ponte da Usina ACM
Pode-se perceber nas duas tabelas que são vários os
lugares procurados pelos turistas, ou seja, as belezas
naturais como as próprias cachoeiras da região. O
interessante de observar, é que sete dos trinta e quatro
turistas que foram para a ponte da usina disseram que o
local preferido é o Véu da Noiva, uma grande queda d’água
que se localiza na ACM, local que cobra uma taxa para
entrar, onde através das taxas tem o objetivo de preservar
e fazer as devidas manutenções da área.
77
De acordo com a entrevista feita com os turistas nas
duas áreas, referente à contribuição para a conservação da
área, a maioria na ponte da usina disse que entendem que a
conservação da área depende da limpeza do local, e que os
visitantes não joguem lixo em locais indevidos preservando
assim a flora local. De acordo com os turistas da ACM, eles
disseram que acreditam que a conservação da área passa pelo
recolhimento adequado do lixo produzido e pela preservação
da natureza local.
A consciência ambiental também foi perguntada aos
turistas e os que estavam na ponte da usina disseram em sua
maioria que entendem como a preservação do local para uso
fruto futuro, e os que estavam na ACM disseram que é a não
degradação do meio ambiente, a preservação da fauna e da
flora com a finalidade de deixar o local do mesmo modo que
foi encontrado. Os entrevistados da ponte da usina dentro
dos problemas encontrados na área disseram que existem
lixos em locais inadequados, erosão as margens do rio,
“pedras” no rio, infra-estrutura precária (ponte antiga,
falta de lixeiras, áreas para refeições, etc) e falta de
fiscalização para uma melhor controle da área. Já na ACM a
maioria disse que os problemas encontrados foram o
Qual o seu local preferido na Serra
do Cipó
Local Ponte da Usina
Bar 1
Véu da noiva 7
1ª vez 9
Rio Paraúna 5
Serra Morena 2
Juquinha 2
Cachoeira 1
Usina 7
Qual o seu local preferido na
Serra do Cipó
Local ACM
Serra Morena 3
ACM 20
Cachoeira Grande 3
Cachoeiras 2
IBAMA 1
Capivara 1
Bar do Nando 2
Não tem 10
Não sabe 3
Tudo 1
78
desrespeito às normas do local (poluição sonora), excesso
de visitantes e a cobrança de taxas para a entrada e
permanência na área.
O modo como se diverte na Serra do Cipó também
foi perguntado e os turistas da ponte da usina disseram que
se divertem nadando no rio Paraúna, descansando, fazendo
caminhada e curtindo a natureza e na ACM, são as
caminhadas, fotografias, descanso e a apreciação da
natureza como meio de relaxamento.
79
Conclusão
Como se pode perceber é grande a diversidade dos
turistas que visitam a região em busca do lazer e do
descanso. Dentro deste panorama também a forma de ver,
compreender e atuar na Serra do Cipó se dá de maneira
diferenciada.
A Serra do Cipó dentro da sua área possui um
complexo paisagístico ambiental rico, o que torna a região
um centro atrativo que envolve a atividade turística e está
em amplo crescimento.
É importante ressaltar que todo esse crescimento
depende de um planejamento integrado que viabilize a
visitação dos turistas de maneira controlada e racional,
para que o desenvolvimento da região possa ocorrer não
apenas nos âmbitos natural e sócio-econômico, mas também no
que diz respeito a uma conscientização mútua do verdadeiro
valor que a Serra do Cipó possui. Agindo com racionalidade
através de órgãos governamentais e não-governametais e
também juntamente com toda a sociedade, os valores
ambientais, culturais e socioeconômicos poderão promover o
desenvolvimento sustentável de todas as áreas que compõem a
Serra do Cipó.
As variáveis pesquisadas contribuem para uma melhor
compreensão e análise da atividade turística na Serra do
80
Cipó, sendo que um estudo mais profundo e uma maior
conscientização por parte dos turistas, com melhores
práticas e um controle eficaz por parte dos órgãos
responsáveis, podem contribuir e ao mesmo tempo garantir
medidas que venham beneficiar os moradores locais e os
turistas que visitam ambas as áreas.
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
BERTALANFFY, Ludwing von. Teoria Geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1351p.
BOO, Elizabeth. “O planejamento Ecoturístico para Áreas Protegidas”. In:
LINDBERG, Kreg & HAWKINS, Donald E. (ed.) Ecoturismo; um guia para
planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, p. 31-58. 1995.
FARIA, Doris Santos de, CARNEIRO, Kátia Saraiva. Sustentabilidade Ecológica no
Turismo – Brasília: Universidade de Brasília. 2001.
GEORGE, Pierre. Dictionnaire de la géographie, 1998.
LINDBERG, Kreg. & HUBER Jr., Richard M.“Questões Econômicas na Gestão do
Ecoturismo” In: LINDBERG, Kreg & HAWKINS, Donald E. (ed.) Ecoturismo:
Um guia para planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, p.143-196. 1995.
MANGEL, Marc; HOFMAN, Robert J.; NORSE, Elliot. A. & TWISS Jr., John. R.
1993. “Sustainability and Ecological Research”. Ecological Application. V. 3
n. 4. 547-549
MOURA, Antônio Márcio Ferreira. Serra do Cipó MG. Ecoturismo e impactos sócio-
ambientais. Belo Horizontes. UFMG/IGC. 1999.
82
RODRIGUES, Adyr. B. Turismo e Espaço: Rumo a um conhecimento a um
conhecimento. Transdiciplinar. São Paulo: HUCITEC. 1997.
CNMAD. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.1992.
SELVA,Vanice. S. F. & COUTINHO, Solange F.S. “Ecotourism X Ecological
Tourism in Brazil: A necessary distinction?” Annals of Second International
Congress & Exihibition on Ecotourism. Salvador: Biosfera. p. 26-28. 2000.
VICENTE, Luiz Eduardo; PEREZ, Archimedes Filho. Abordagem sitêmica e
Geografia. Geografia. Rio Claro, v. 28, n.3, p. 323-344, set./dez.2003.
EMBRATUR – 2000.
OMT – Organização Mundial do Turismo – 1998.
UNESCO - União das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 1972.
SEBRAE. Ecoturismo na Bahia: Estudo analítico. Salvador: SEBRAE. 1995.
http://www.mma.gov.br/port/sbf/chm/biodiv/biodiv.html
http://www.embratur.gov.br

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas
9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas
9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadasJose Rodriguez
 
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...alcscens
 
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdf
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdfAula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdf
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdfViniciusCavalcante33
 
Inventário Florestal Nacional
Inventário Florestal NacionalInventário Florestal Nacional
Inventário Florestal NacionalPET. EAA
 
A nova política fitossanitária para Brasil
A nova política fitossanitária para  BrasilA nova política fitossanitária para  Brasil
A nova política fitossanitária para BrasilOxya Agro e Biociências
 
Trabalho determinaçao testura e extrutura solos
Trabalho determinaçao testura e extrutura solosTrabalho determinaçao testura e extrutura solos
Trabalho determinaçao testura e extrutura solosEvangela Gielow
 
Complexos agroindustriais emanuela
Complexos agroindustriais   emanuelaComplexos agroindustriais   emanuela
Complexos agroindustriais emanuelaGabriel Reis
 
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a InseticidasBases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a InseticidasIRAC-BR
 
Implantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoImplantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoKiller Max
 
Sistema agroflorestal andré rocha
Sistema agroflorestal andré rochaSistema agroflorestal andré rocha
Sistema agroflorestal andré rochaMESTRADOAMBIENTAL
 
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolasO potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolasIRAC-BR
 
Apresentação argissolo
Apresentação argissoloApresentação argissolo
Apresentação argissoloAnderson Santos
 
Novas tendências na produção de soja.
Novas tendências na produção de soja.Novas tendências na produção de soja.
Novas tendências na produção de soja.Geagra UFG
 
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e Agregação de Valor do Café Arábica
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e  Agregação de Valor do Café ArábicaFlávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e  Agregação de Valor do Café Arábica
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e Agregação de Valor do Café ArábicaRevista Cafeicultura
 

Was ist angesagt? (20)

IrrigaçãO Localizada 3º A
IrrigaçãO Localizada 3º AIrrigaçãO Localizada 3º A
IrrigaçãO Localizada 3º A
 
9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas
9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas
9. sistemas silvipastoris-recuperacao_pastagens_degradadas
 
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...
Os avanços na área do melhoramento convencional da cana e o papel do IAC ness...
 
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdf
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdfAula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdf
Aula 1 Definição e Campo da Olericultura (2022).pdf
 
Classificação dos Ecossistemas
Classificação dos EcossistemasClassificação dos Ecossistemas
Classificação dos Ecossistemas
 
Inventário Florestal Nacional
Inventário Florestal NacionalInventário Florestal Nacional
Inventário Florestal Nacional
 
Ecofiologia da canola
Ecofiologia da canolaEcofiologia da canola
Ecofiologia da canola
 
A nova política fitossanitária para Brasil
A nova política fitossanitária para  BrasilA nova política fitossanitária para  Brasil
A nova política fitossanitária para Brasil
 
Trabalho determinaçao testura e extrutura solos
Trabalho determinaçao testura e extrutura solosTrabalho determinaçao testura e extrutura solos
Trabalho determinaçao testura e extrutura solos
 
Complexos agroindustriais emanuela
Complexos agroindustriais   emanuelaComplexos agroindustriais   emanuela
Complexos agroindustriais emanuela
 
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a InseticidasBases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
 
Implantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoImplantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do Feijão
 
Sistema agroflorestal andré rocha
Sistema agroflorestal andré rochaSistema agroflorestal andré rocha
Sistema agroflorestal andré rocha
 
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolasO potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
 
Apresentação argissolo
Apresentação argissoloApresentação argissolo
Apresentação argissolo
 
Novas tendências na produção de soja.
Novas tendências na produção de soja.Novas tendências na produção de soja.
Novas tendências na produção de soja.
 
Contribuição do Sistema Plantio Direto para a Produção Sustentável de Grãos
Contribuição do Sistema Plantio Direto para a Produção Sustentável de GrãosContribuição do Sistema Plantio Direto para a Produção Sustentável de Grãos
Contribuição do Sistema Plantio Direto para a Produção Sustentável de Grãos
 
Topografia aula01
Topografia aula01Topografia aula01
Topografia aula01
 
Controle de Pragas na Jardinagem
Controle de Pragas na JardinagemControle de Pragas na Jardinagem
Controle de Pragas na Jardinagem
 
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e Agregação de Valor do Café Arábica
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e  Agregação de Valor do Café ArábicaFlávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e  Agregação de Valor do Café Arábica
Flávio Meira Borém - Melhoria da Qualidade e Agregação de Valor do Café Arábica
 

Ähnlich wie Monografia Serra do Cipó

TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOTCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOAline Camillato
 
Tome adala rico 2017
Tome adala rico 2017Tome adala rico 2017
Tome adala rico 2017Tome Rico
 
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...Ana Paula Walter
 
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...Sertãobras
 
Geografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismoGeografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismoMa Rina
 
Projeto Turismo nas Escolas.pdf
Projeto Turismo nas Escolas.pdfProjeto Turismo nas Escolas.pdf
Projeto Turismo nas Escolas.pdfAndrZeidam1
 
Análise dos impactos ocasionados pelo turismo
Análise dos impactos ocasionados pelo turismoAnálise dos impactos ocasionados pelo turismo
Análise dos impactos ocasionados pelo turismojailsongeografia
 
Es serta poster_tuktuk
Es serta poster_tuktukEs serta poster_tuktuk
Es serta poster_tuktukIlda Bicacro
 
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014André Ferreira Freitas
 
Por Trás do Céu Azul de Novo Hamburgo
Por Trás do Céu Azul de Novo HamburgoPor Trás do Céu Azul de Novo Hamburgo
Por Trás do Céu Azul de Novo HamburgoDaniela Menezes
 
3 projeto comparando paisagens 2013
3 projeto comparando paisagens 20133 projeto comparando paisagens 2013
3 projeto comparando paisagens 2013mauriliojr
 

Ähnlich wie Monografia Serra do Cipó (20)

TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOTCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
 
Tome adala rico 2017
Tome adala rico 2017Tome adala rico 2017
Tome adala rico 2017
 
PTDS - MEIO AMBIENTE
PTDS - MEIO AMBIENTEPTDS - MEIO AMBIENTE
PTDS - MEIO AMBIENTE
 
Projeto belezas de graomogol
Projeto belezas de graomogolProjeto belezas de graomogol
Projeto belezas de graomogol
 
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...
A Utilização do Planejamento como Instrumento de Desenvolvimento Turístico - ...
 
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...
QUEIJO ARTESANAL DE MINAS patrimônio cultural do Brasil VOLUME I Dossiê int...
 
Por que ensinar
Por que ensinarPor que ensinar
Por que ensinar
 
Turismo no Espaço Rural: Um Estudo de Caso no concelho de Baião
Turismo no Espaço Rural: Um Estudo de Caso no concelho de BaiãoTurismo no Espaço Rural: Um Estudo de Caso no concelho de Baião
Turismo no Espaço Rural: Um Estudo de Caso no concelho de Baião
 
O turismo
O turismoO turismo
O turismo
 
Geografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismoGeografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismo
 
Geografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismoGeografia e cartografia para o turismo
Geografia e cartografia para o turismo
 
Projeto Turismo nas Escolas.pdf
Projeto Turismo nas Escolas.pdfProjeto Turismo nas Escolas.pdf
Projeto Turismo nas Escolas.pdf
 
Análise dos impactos ocasionados pelo turismo
Análise dos impactos ocasionados pelo turismoAnálise dos impactos ocasionados pelo turismo
Análise dos impactos ocasionados pelo turismo
 
Es serta poster_tuktuk
Es serta poster_tuktukEs serta poster_tuktuk
Es serta poster_tuktuk
 
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014
IDF - Plano Anual de Atividades - 2013/2014
 
Vera cruz
Vera cruzVera cruz
Vera cruz
 
Por Trás do Céu Azul de Novo Hamburgo
Por Trás do Céu Azul de Novo HamburgoPor Trás do Céu Azul de Novo Hamburgo
Por Trás do Céu Azul de Novo Hamburgo
 
Turismo
 Turismo Turismo
Turismo
 
Natal ontem e_hoje
Natal ontem e_hojeNatal ontem e_hoje
Natal ontem e_hoje
 
3 projeto comparando paisagens 2013
3 projeto comparando paisagens 20133 projeto comparando paisagens 2013
3 projeto comparando paisagens 2013
 

Mehr von Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (10)

Os fluxos, redes, cidades globais e megacidades no espaço geografico
Os fluxos, redes, cidades globais e megacidades no espaço geograficoOs fluxos, redes, cidades globais e megacidades no espaço geografico
Os fluxos, redes, cidades globais e megacidades no espaço geografico
 
Os fluxos de pessoas
Os fluxos de pessoasOs fluxos de pessoas
Os fluxos de pessoas
 
Israel palestina
Israel palestinaIsrael palestina
Israel palestina
 
Divisão internacional do trabalho
Divisão internacional do trabalhoDivisão internacional do trabalho
Divisão internacional do trabalho
 
Dit classica e nova dit (Divisão Internacional do Trabalho)
Dit classica e nova dit (Divisão Internacional do Trabalho)Dit classica e nova dit (Divisão Internacional do Trabalho)
Dit classica e nova dit (Divisão Internacional do Trabalho)
 
Cidades a beira do precipício
Cidades a beira do precipícioCidades a beira do precipício
Cidades a beira do precipício
 
Estrutura interna da terra
Estrutura interna da terraEstrutura interna da terra
Estrutura interna da terra
 
Paisagens e espaço geográfico
Paisagens e espaço geográficoPaisagens e espaço geográfico
Paisagens e espaço geográfico
 
Relevo terrestre
Relevo terrestreRelevo terrestre
Relevo terrestre
 
Orientação e localizacao
Orientação e localizacaoOrientação e localizacao
Orientação e localizacao
 

Kürzlich hochgeladen

Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .WAGNERJESUSDACUNHA
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiMary Alvarenga
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974AnaRitaFreitas7
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalidicacia
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024gilmaraoliveira0612
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXHisrelBlog
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdfRitoneltonSouzaSanto
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxMarceloDosSantosSoar3
 
aula 1.pptx Ementa e Plano de ensino Filosofia
aula 1.pptx Ementa e  Plano de ensino Filosofiaaula 1.pptx Ementa e  Plano de ensino Filosofia
aula 1.pptx Ementa e Plano de ensino FilosofiaLucliaResende1
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdfKarinaSouzaCorreiaAl
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...Unidad de Espiritualidad Eudista
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .
 
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
 
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacionalarte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
arte retrato de um povo - Expressão Cultural e Identidade Nacional
 
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
 
aula 1.pptx Ementa e Plano de ensino Filosofia
aula 1.pptx Ementa e  Plano de ensino Filosofiaaula 1.pptx Ementa e  Plano de ensino Filosofia
aula 1.pptx Ementa e Plano de ensino Filosofia
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
 

Monografia Serra do Cipó

  • 1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE GEOGRAFIA DISCIPLINA: PESQUISA EM GEOGRAFIA PROFESSOR: ALECIR ANTONIO MACIEL MOREIRA Estudos Dos Impactos Ambientais Em Uma Área Monitorada e Não Monitorada Da Serra Do Cipó Nomes: Sidnei Passeli Dias Carvalho Junior Carmo Braga Alberto Pelliccione Filho Gustavo Senra Coelho Silmara Lopes Cortezão Jeanne Cristina Silva Eliana Márcia Pedroso Belo Horizonte, 28 de junho de 2004
  • 2. 1 DEDICATÓRIA Nós dedicamos este trabalho a todas as pessoas que nos incentivaram a cada dia buscar a excelência no estudo, compreensão e análise da Geografia, com o objetivo de formar cidadãos críticos que valorizassem a sociedade com vistas ao desenvolvimento de nosso país. Aproveitamos a oportunidade para dedicarmos também a nossa professora Jony e ao nosso professor Alecir pelo tempo que permanecemos juntos durante esta jornada de quatro anos e pela paciência, compreensão e perseverança em nos formar profissionais do ensino da Geografia. Também dedicamos este trabalho aos nossos pais pelo apoio e incentivo para que a cada dia pudessem olhar para o futuro – referindo-se aos dias atuais – e enxergar que seus filhos conquistaram um grande triunfo de vitória... A todos obrigado!!!
  • 3. 2 AGRADECIMENTOS À Professora Kátia Ribeiro do IBAMA pelas indicações, À ACM (Associação Cristã de Moços) pela receptividade e confiança, aos nossos pais pelo apoio e paciência durante esses quatro anos de graduação, a nós mesmos pelo esforço e força de vontade e ao nosso mestre orientador e norteador, Alecir Antônio Maciel Moreira.
  • 4. 3 POEMA O pensamento mais profundo e honesto nada mais é senão o esforço da alma em manter a franca independência de seu mar, enquanto os impetuosos ventos do céu e da terra conspiram para lança-la na traiçoeira e aprisionante costa. Herman Melville, Moby Dick
  • 5. 4 Sumário Dedicatória..............................................01 Agradecimentos...........................................02 Poema....................................................03 Sumário..................................................04 Índice de figuras........................................05 Índice de tabelas........................................07 Lista de Siglas..........................................08 Hipótese.................................................09 Objetivo geral...........................................10 Objetivos específicos....................................11 Metas....................................................12 Justificativa............................................13 Metodologia..............................................14 Resumo...................................................15 Introdução...............................................16 Referencial Teórico......................................20 Caracterização histórico-cultural da Serra do Cipó.......34 Descrição das áreas a serem trabalhadas..................38 Análise dos gráficos da área monitorada..................52 Análise dos gráficos da área não monitorada..............58 Análise geral............................................64 Conclusão................................................79 Referências bibliográficas...............................81
  • 6. 5 Figuras (ACM) 1. Sexo...............................................52 2. Idade..............................................52 3. Escolaridade.......................................52 4. Nível de renda.....................................53 5. Ocupação Principal.................................53 6. Estado civil.......................................54 7. Cidades............................................54 8. Meio de Transporte.................................55 9. Meio de hospedagem.................................55 10.Motivo de visita à área............................55 11.Indução de viagem..................................56 12.Residência UF/Exterior.............................56 13.Como viaja.........................................57 (Ponte da Usina) 14.Sexo...............................................58 15.Idade..............................................58 16.Escolaridade.......................................58 17.Nível de Renda.....................................58 18.Ocupação principal.................................59 19.Cidades............................................59 20.Estado civil.......................................59 21.Meio de transporte.................................60 22.Meio de hospedagem.................................60 23.Motivo de visita à área............................61 24.Indução de viagem..................................62 25.Residência UF/Exterior.............................62 26.Como viaja.........................................63
  • 7. 6 (Análise comparativa) 27.Idade..............................................68 28.Ocupação principal.................................69 29.Sexo...............................................69 30.Nível de renda.....................................70 31.Estado civil.......................................70 32.Cidades............................................71 33.Meio de hospedagem.................................72 34.Meio de transporte.................................72 35.Como viaja.........................................73 36.Indução de viagem..................................73 37.Motivo de visita à área............................74 38.Total em R$ (reais)................................75 39.O que faz com o lixo produzido.....................76
  • 8. 7 Tabelas (ACM) 1. Quanto costuma gastar durante a viagem.............57 2. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......57 (Ponte da Usina) 3. Quanto costuma gastar durante a viagem............63 4. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......63 (Análise comparativa) 5. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......77 6. Qual é o seu local preferido na Serra do Cipó......77
  • 9. 8 Lista de Siglas OMT – Organização Mundial do Turismo. UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo SISTUR – Sistema de Turismo ACM – Associação Cristã de Moços
  • 10. 9 HIPÓTESE As atividades turísticas embora considerada como alternativa econômica para lugares com atrativos ecológicos-paisagísticos, não se sustenta completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico.
  • 11. 10 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Analisar o caráter das atividades turísticas na região da Serra do Cipó com vista à verificação de sua sustentabilidade.
  • 12. 11 OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Caracterizar as duas áreas de pesquisa do ponto de vista de seus atrativos turísticos, populacional, sócio-econômico e cultural;  Criar mapas temáticos das áreas pesquisadas;  Caracterizar o patrimônio paisagístico regional;  Quantificar o fluxo turístico e caracterizar quanto a sua origem, nível sócio-econômico e cultural;  Identificar os pontos de deposição de lixo, sua tipologia e destino final;  Caracterizar o processo de ocupação do espaço regional;  “Selecionar” na região da Serra do Cipó duas áreas e serem pesquisadas, sendo uma com o monitoramento da atividade turística e outra sem o mesmo monitoramento;  Elaborar o diagnóstico ambiental pontual das áreas de pesquisa.
  • 13. 12 METAS Verificar que embora a atividade turística será considerada como alternativa para lugares com atrativos ecológicos-paisagísticos não se sustenta completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico.
  • 14. 13 JUSTIFICATIVA A importância de escolha do objeto de pesquisa dá-se pela necessidade da conscientização do uso sustentável dos recursos ecológicos-paisagísticos da região da Serra do Cipó. O interesse principal do trabalho visa alertar quanto a um monitoramento mais adequado nas regiões pesquisadas.
  • 15. 14 METODOLOGIA A metodologia aplicada consiste em um método bastante simples, na aplicação de 50 questionários na área monitorada e 50 na área não monitorada, onde traça o perfil dos turistas que visitam essas áreas da serra do cipó. As entrevistas obedeceram a horários rígidos para a coleta dos dados sobre os turistas, e posteriormente relacionados dentro das condições aplicadas na base de amostragem. Serão realizadas entrevistas com moradores dessas áreas num total de 5 entrevistas em cada área. Foi feito o levantamento fotográfico e a obtenção de carta topográfica na escala das duas áreas. A entrevista compreendeu o período do mês de maio de 2004 em um determinado dia do final de semana (sábado), com coletas realizadas no horário compreendido entre 10:00 e 15:00 (Horário de Greenwich).
  • 16. 15 RESUMO O turismo se tornou no cenário atual uma importante atividade econômica e vem se firmando como a pioneira no século XXI, visto que, possui um potencial enorme a ser explorado. Deste modo, o presente trabalho traz um estudo dos impactos ambientais em uma área monitorada e não monitorada da Serra do Cipó, ACM e Ponte da Usina respectivamente, a fim de traçar o perfil dos turistas de ambas as áreas e o resultado da atividade turística no que tange os impactos ambientais. ABSTRACT The tourism became in the current scenery an important economical activity and it comes if as the pioneer in the century XXI, because, it possesses an enormous potential to be explored. This way, the present work brings a study of the environmental impacts in a monitored area and no monitored of the Serra do Curral, ACM and Ponte da Usina respectively, in order to draw the tourists' of both areas profile and the result of the tourist activity in what it concerns the environmental impacts.
  • 17. 16 INTRUDUÇÃO Além de ser um dos mais belos cenários de Minas Gerais, a Serra do Cipó é considerada uma das maiores áreas de biodiversidade do planeta. Entre seus vales, grutas, rios e campos, a Serra do Cipó guarda um importante patrimônio natural devido ao endemismo de sua flora e fauna. A Serra do Cipó está localizada a 112 quilômetros da capital mineira, logo depois da cidade de Lagoa Santa ao sul da Cordilheira do Espinhaço. Na época dos bandeirantes, a Serra do Cipó, que era conhecida como Serra da Vacaria, foi um dos itinerários utilizados para a busca de riquezas minerais. Era este percurso que levava os Bandeirantes até a Vila do Serro Frio e Arraial do Tejuco, atuais cidades do Serro e Diamantina respectivamente. Como marcos da época colonial restam na região algumas edificações e um interessante caminho de pedras construído pelos escravos. O início deste caminho está localizado ao pé da Serra e segue em direção às localidades acima mencionadas passando pelas cabeceiras dos rios que formam a Cachoeira hoje denominada Véu da Noiva. A sua importância histórica é refletida na presença de sítios arqueológicos com vestígios de comunidades
  • 18. 17 primitivas, comprovados em grutas e cavernas através de desenhos e pinturas rupestres, com idade estimada entre 2 mil e 8 mil anos. A Serra do Cipó é o divisor de águas para duas bacias hidrográficas importantes: a do Rio São Francisco e a do Rio Doce. O rio Cipó, que é o mais importante curso d’água da região, nasce do encontro dos ribeirões Mascate e Gavião, sendo que o ribeirão Mascate origina-se do Cânion das Bandeirinhas enquanto o ribeirão Gavião nasce na serra da Bocaina, ambos no interior do Parque Nacional. O relevo acidentado favorece formação de cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais. Os cânions, formações típicas da região, assim como as gargantas sinuosas e profundas, abrigam cachoeiras em seu interior. Para preservar este patrimônio natural, foi criado o Parque Nacional da Serra do Cipó (PARNA Cipó) em 25 de setembro de 1984. Após a sua criação e a pavimentação asfáltica da Rodovia MG10, a transformação da Serra do Cipó vem acontecendo de maneira rápida. Hoje a região conta com uma gama de serviços como: estabelecimentos comerciais, hotéis, pousadas, áreas de camping, sendo algumas estruturadas, residências, propriedades rurais e sítios de recreio. A população fixa é superior a 2.500 habitantes e possui escola estadual, municipal, posto de saúde, serviço de correio, cartório, associação comercial. Devido ao fácil acesso, a Serra do Cipó, recebe um fluxo turístico muito expressivo, o que por sua vez pode acarretar grandes influências sobre o meio ambiente. O
  • 19. 18 apelo pelo ecologismo e pelo contato com a natureza faz com que o turismo ecológico e o ecoturismo sejam atividades marcantes na Serra do Cipó. Ultimamente, a sociedade no geral vem buscando um contato maior com a natureza na expectativa de encontrar uma qualidade de vida perdida com o crescimento das cidades e a diminuição do contato com o verde. Porém, esse seguimento do turismo não é somente praticado pela admiração da natureza e lazer. O ecoturismo e o turismo ecológico tem sido procurado para o desenvolvimento de estudos específicos em determinadas áreas do país. Tendo em vista que tais aspectos como acessibilidade, clima, fauna, flora dentre outros favorecem a visitação ao local e que o desenvolvimento desordenado da recreação nas áreas escolhidas (monitorada e não monitorada) podem comprometer os objetivos para os quais elas foram estabelecidas, o estudo sobre os impactos do uso recreativo dessas áreas torna-se relevante pelo apelo de conservação de áreas como as escolhidas e pela grande procura do ecoturismo e turismo ecológico. Tal trabalho visa contribuir para a ampliação da discussão sobre a sustentabilidade e as formas de como se desenvolvem as atividades turísticas.
  • 20. 19 Pensando na sustentabilidade das áreas, desenvolvemos a hipótese de que as atividades turísticas embora consideradas como alternativa econômica para lugares com atrativos ecológicos-paisagísticos, não se sustenta completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico. A importância de escolha do objeto de pesquisa dá-se pela necessidade da conscientização do uso sustentável dos recursos ecológicos-paisagísticos das regiões escolhidas. Este trabalho tem por objetivo geral analisar o caráter das atividades turísticas na região da Serra do Cipó com vista à verificação de sua sustentabilidade. Constituem objetivos específicos são: caracterizar duas áreas de pesquisa do ponto de vista de seus atrativos turísticos, populacional, sócio-econômico e cultural; criar mapas temáticos das áreas pesquisadas; caracterizar o patrimônio paisagístico regional; quantificar o fluxo turístico e caracterizar quanto a sua origem, nível sócio- econômico e cultural; identificar os pontos de deposição de lixo, sua tipologia e destino final; identificar as principais fontes de renda regional e a participação da atividade turística; caracterizar o processo de ocupação do espaço regional e elaborar o diagnóstico ambiental pontual das áreas de pesquisa.
  • 21. 20 REFERENCIAL TEÓRICO A atividade turística é antiga, mas é na atualidade que vem se desenvolvendo com maior intensidade, haja vista que se encontra, hoje, entre as três atividades econômicas que mais geram riqueza no mundo (Rodrigues, 1997). O turismo surgiu quando as pessoas começaram a viajar de um local a outro, movidas por algum interesse ou necessidade. Os primeiros registros, do turismo, como atividade econômica data do século XIX: “O turismo teve origem no século XIX, quando o inglês Thomas Cook, em 1841, organizou uma viagem de um dia partindo de Lancaster para Loughborug, reunindo 570 pessoas que iam participar de um congresso antiálcool e cobrou pelos seus serviços”.(BENI, 2000, : 16). Este fato criou o turismo e o primeiro profissional de serviços de viagem. Thomas Cook ficou tão entusiasmado que se transformou em empresário, montando um tipo de empresa para desenvolver um sistema de funções e serviços para viajantes que existe até hoje – as agências de viagem. Logo depois surgiu a figura do guia de turismo. Como
  • 22. 21 conseqüência desta iniciativa expandiram-se as atividades turísticas relacionadas ao alojamento e alimentação. Segundo Faria e Carneiro1 (2001:12) o Turismo pode ser definido: “Do ponto de vista do indivíduo envolvido (turista), turismo é todo o processo compreendido no deslocamento humano para algum local for a de sua residência ou trabalho, desde sua locomoção, hospedagem, recreação, trabalho ou evento, até sua partida e todo sentimento de satisfação ou frustração. Portanto, consiste num processo mais pontual, de atuação mais imediata, voltada principalmente para os aspectos individuais e mais específicos do lazer. Do ponto de vista do local turístico, o turismo é o processo de recepção de indivíduos para a realização de atividades definidas explicitamente, ou não, por um contrato próprio. A estabilidade da oferta turística passa a ser interesse prioritário da comunidade envolvida, como modo de garantir permanência do aporte financeiro, o que faz com que o processo adquira uma perspectiva em longo prazo, envolvendo não só os aspectos socioeconômicos, mas também ambientais, naturais ou manejados, urbanos ou não”. Conforme se pode observar, o turismo não pode ser analisado a partir de um ponto de vista unilateral. Ele deve ser analisado do ponto de vista do turista, da sociedade, inserida ou não no processo da área em questão, dos aspectos ambientais, econômicos e culturais. Em outras palavras avaliações sobre o Turismo demandam pontos de vista multifocais. 1 FARIA, Doris Santos de; CARNEIRO, Kátia Saraiva. Sustentabilidade Ecológica no Turismo – Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001, p 12.
  • 23. 22 Ainda segundo Faria e Carneiro (2001:12) o turismo é: “um processo completo que vai desde a divulgação correta da imagem do local a ser alcançado (paisagem), por meios diversos, pelo turista, sua permanência e satisfação, até a volta ao local de origem, de modo que a localidade turística permaneça conservada, no longo prazo, para a continuidade do atendimento qualificado, a garantia das boas condições de vida para a população local e a preservação do meio ambiente envolvido” O turismo situa-se na atualidade como uma importante atividade econômica e para que tenha condições de se desenvolver em um determinado espaço é necessário que haja: atrativos turísticos, serviços de apoio, equipamentos e facilidades turísticas (tais como transporte, meios de hospedagem, serviços de alimentação, etc) e infra- estrutura de apoio (tais como vias de acesso, saneamento básico, redes elétricas e de comunicações, etc.)Os atrativos turísticos constituem a variável básica de todo desenvolvimento turístico e são compostos pelos patrimônio cultural e/ ou natural. Segundo a União das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) patrimônio cultural. “são os monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham valor histórico,estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico” e patrimônio natural “ são as formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de conservação e estético (UNESCO, 1972)”.
  • 24. 23 Para a Organização Mundial do Turismo (OMT) patrimônio pode ser entendido como o conjunto potencial conhecido ou desconhecido dos bens materiais ou imateriais existentes em um determinado espaço ou território, que estão á disposição do homem (OMT, 1998) O turismo, ao fazer uso dos patrimônios culturais e naturais, pode contribuir para a preservação ou maior degradação desses patrimônios. Quando bem conservados e observadas as normas de uso adequado: quando respeitada a capacidade de exploração de cada área, o resultado é a conservação dos patrimônios. Quando existe somente a exploração sem nenhum cuidado, visando somente o ganho imediato, o que se percebe é uma maior degradação desses patrimônios. A atividade turística está em franco desenvolvimento, mas requer um planejamento adequado. Para planeja-lo requer-se conhecimento do ambiente alvo, o levantamento e análise do conjunto de recursos, e dos fatores de atratividade, da oferta, das tendências da demanda, objetivando a identificação das limitações e potencialidades para um desenvolvimento sustentado dessa atividade e proposição de alternativas concretas para esse fim. A região explorada pelo turismo deve ser analisada, também sob os aspectos geográficos e histórico-culturais, pois o a economia do turismo não pode substituir atividades como a agricultura, a pesca, o artesanato, pelo contrário, deve assegurar a sustentação da economia local de modo eficaz e equilibrada.
  • 25. 24 “O turismo situa-se na atualidade, entre os três maiores produtos geradores globais de riqueza” (Rodrigues, 1997) “. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o faturamento mundial do turismo em 1999 foi da ordem de U$3,4 trilhões, o que gerou de U$655 bilhões em impostos no mundo todo e empregou 204 milhões de trabalhadores. O Brasil, ainda segundo a Organização Mundial do Turismo, ocupa a 29o posição entre os países receptivos de turistas no ranking da mesma organização, o que corresponde á aproximadamente, cinco milhões de turistas estrangeiros no país, sendo que as duas cidades brasileiras mais procuradas pelos turistas estrangeiros são Rio de Janeiro e Salvador. Em um cenário econômico global, de enfraquecimento do poder econômico do Estado, crescimento de redes de transnacionalização, unificação de mercados, instabilidades, aumento dos níveis de poluição, de stress e outros problemas sócio-ambientais, que tendem a incidir na modernidade e na vida do homem contemporâneo, assiste-se a uma crescente demanda por um contato maior com a natureza, atividades que proporcionem descanso, lazer, integração, etc. Tudo isso têm promovido uma reestruturação da atividade turística, criando clientelas específicas em torno de produtos segmentados. As alternativas são bastante diversificadas: turismo de aventura, ecológico, eco- turismo, cívico, cultural, esotérico, de negócios, da melhor idade etc. Os países centrais ainda são os roteiros mais procurados pelos turistas, devido ao charme e requinte das grandes cidades, mas os países periféricos levam vantagem
  • 26. 25 quando as opções do turista são os roteiros alternativos que exploram a exuberância da natureza. Visto que o homem moderno está em busca de maior contato com a natureza em tese “pura”, cresce cada vez mais a procura pelo chamados Turismo Ecológico que é definido como “ o segmento no qual turistas e promotores de viagens procuram o contato direto com os mais diferentes ambientes naturais, entretanto, sem a preocupação com o equilíbrio ecológico, ou mesmo com a compreensão dos fluxos e dinâmica que são estabelecidos no ambiente”. (SELVA,V.S.F., e COUTINHO,S.F.S. “Ecotourism X Ecological Tourism in Brazil”, pp.26-28) e pelo Ecoturismo que é definido como “a modalidade de turismo cujas bases estão fincadas nas propostas do desenvolvimento sustentável: comprometimento com as gerações futuras, justiça social e eficiência econômica; considerando o ambiente nas suas múltiplas conexões – natural, econômicas, sociais e culturais”. (SELVA,V.S.F., e COUTINHO,S.F.S. “Ecotourism X Ecological Tourism in Brazil”, pp.26-28) Selva e Coutinho (2000) referindo-se ao impasse sobre a utilização dos termos observam que a incompatibilidade entre ecoturismo e turismo ecológico é a mesma entre teoria e prática; ou ainda, esta incompatibilidade deve-se à diferença entre o que é proposto pelo departamento responsável pelo turismo (no Brasil, Embratur) e o que é realizado na prática. A diferença residiria, então, nas propostas, “especialmente no que concerne a questões relacionadas com a comunidade local e aos requerimentos básicos para efetivação da atividade: planejamento, capacidade de carga, guias especializados, infra-estrutura
  • 27. 26 adequada, regulamentação, segurança, interação com a comunidade, etc.” (p. 26). O Ecoturismo é apontado como a modalidade de turismo de crescimento mais acentuado dos últimos anos (SEBRAE, 1995). Face à tendência atual de combinar interesses por questões ambientais, sociais e culturais ao prazer de viajar, o Ecoturismo pode situar-se como força propulsora de mudanças sociais, propugnando um novo tipo se consumo do espaço e uma nova postura frente ao ambiente. Dos benefícios originados pelo ecoturismo, emprego e renda para as populações autóctones estão entre os mais apregoados e por vezes alçados como bandeira da promoção do crescimento socioeconômico, quando se sabe que, freqüentemente, apenas uma pequena parcela do dinheiro gasto pelos turistas permanece no próprio local ou próximo a ele (Lindberg, 1991; Boo, 1990 cf. cit. Lindberg e Huber Jr, 1995, p. 179). Vale salientar, ainda, que muito da renda gerada pelo turismo para a população local advém de empregos informais. No Brasil, as modalidades turísticas mais praticadas são o turismo de negócio, lazer, ecoturismo, ecológico, científico e outros. Por sua extensão territorial, e pela extrema diversidade cultural, pode-se afirmar que o Brasil possui um enorme potencial turístico. Em sua porção oriental, o país dispõe de um litoral de aproximados 9000 km de extensão com belas praias, um outback diversificado e peculiaridades climáticas que potencializaram a existência de uma grande diversidade biológica.
  • 28. 27 Entende-se por diversidade biológica: (...) a variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos (http://www.mma.gov.br/port/sbf/chm/biodiv/biodiv.html – 22/02/04) Com uma vasta diversidade biológica, fauna exuberante com grande número de espécies, riqueza cultural e uma gastronomia bem variada, o Brasil tem atraído turistas do mundo inteiro, muito embora ocupe um modesto lugar na preferência dos viajantes mundiais nas várias modalidades turísticas. Estima-se que a exploração do potencial proporcionado pela diversidade biológica brasileira esteja muito aquém de suas reais possibilidades. O país poderá inserir-se de maneira mais profunda nos mercados emissores internacionais e procurar captar e redirecionar os investimentos que se façam necessários para o fomento da atividade. Neste caso, a própria forma de como o país se apropria e se relaciona com seus recursos naturais deve ser questionada posto que, historicamente o povo brasileiro acostumou-se a usá-los de forma de indiscriminada e predatória. Trata-se, portanto, de uma revisão de posturas, atitudes e políticas que permitam que, de fato, a tão alardeada fartura de recursos possa ser efetivamente utilizada em prol do povo
  • 29. 28 brasileiro. Somente o uso adequado, inteligente dos recursos poderá assegurar que eles constituam fonte de sustento, sobrevivência e bem estar para este povo. Observa-se, também, a tendência das empresas incluírem, em sua agenda de relações públicas e em seus novos mercados, a questão do ambientalismo e seu conjugado – a sustentabilidade – dado o crescente interesse que o tema vem despertando nos mais diversificados segmentos da sociedade. O conceito de sustentabilidade, cuja origem remete às relações entre os seres humanos e o meio ambiente (recursos naturais), baseado em Mangel et.al.(1993) pode ser enfocado sob três aspectos: a) uso sustentável, que ocorre quando os seres humanos utilizam os recursos renováveis, permitindo que os processos naturais de reposição ocorram e assim o sistema poderá renovar-se indefinidamente; b) crescimento sustentável, onde a questão básica que se impõe é se o crescimento econômico leva ou não em consideração a limitação de recursos, sem o que ocorrerá degradação do ambiente pois não pode haver crescimento que seja sustentável sem o controle do crescimento populacional e do consumo per capta de recursos; e, por fim, c) desenvolvimento sustentável, o termo mais usado e o de mais difícil definição. De acordo com Mangel et. al.(1993) o desenvolvimento sustentável tornar-se uma tarefa impossível quando sinônimo de crescimento sustentável que envolva crescimento da população e do consumo de recursos, mas não quando tenha o significado de uso sustentável, tornando-se então um imperativo. Ou seja, em se tratando de desenvolvimento sustentável, o crescimento descontrolado mina as possibilidades de promoção da melhoria social e
  • 30. 29 econômica da população do planeta, que poderia ser promovida pelo uso sustentável de recursos renováveis. Para que o turismo cresça com sustentabilidade é necessário que haja um desenvolvimento de forma equilibrada, respeitando os recursos físicos, bióticos, abióticos, sócio-culturais e ambientais, das regiões receptoras, ou seja, o turismo não pode ser estimulado cegamente apenas com a finalidade de atender a busca dos lucros imediatos dos investidores. A sustentabilidade do turismo é uma questão mais política do que ambiental, ou seja, é o reflexo dos conflitos, interesses e da pluralidade dos atores envolvidos. Para que haja a sustentabilidade da atividade turística em um determinado espaço torna-se necessário a atuação do Estado para fiscalizar, implementar políticas públicas que viabilizem o uso adequado dos recursos naturais e intermediar conflitos entre os atores sociais que fazem uso desses recursos, seja para sua sobrevivência seja para sua promoção econômica A relação do turismo com o meio ambiente dá-se principalmente por meio da paisagem, transformada em produto a ser consumido, ou seja, é natureza “pura” transformada em mercadoria pelos que exploram a atividade turística. Paisagens segundo Pierre George “é o sistema geográfico formado pela influência dos processos naturais e das atividades antrópicas e configurado na escala da percepção humana”. (Pierre George, 1975: dictionnaire de la géographie;).
  • 31. 30 Segundo a EMBRATUR “paisagem” é a porção de espaço da superfície terrestre apreendida visualmente. Parte da superfície terrestre que em sua imagem externa e na ação conjunta dos fenômenos que a constituem, apresenta características homogêneas de uma certa unidade espacial básica (Embratur), ou seja, paisagem é a porção do espaço analisada visualmente pelo homem. A atividade turística transforma espaços e valoriza determinadas paisagens. Tudo isso gera, á princípio, benefícios para a população local que, passa a ter oportunidades de vender seus serviços para a indústria do turismo, mas também pode ocorrer uma super valorização daquele espaço, o que irá dificultar ainda mais as condições de sobrevivência da populações de baixa renda daquele espaço, que não é compensada pela geração de renda do turismo. Ao produzir um espaço a indústria do turismo promove não só mudanças econômicas, mas também mudanças culturais. Quando há uma grande procura de determinados locais pelos turistas, estes locais transformam-se em verdadeiras mercadorias e para atender as exigências dos turistas, pequenas cidades que antes tinham um pequeno comércio para atender a população local vêem seus pequenos estabelecimentos engolidos pelos grandes empreendimentos de infra-estrutura turística como, por exemplo, grandes redes hoteleiras, redes de fast food, agências especializadas em explorar os recursos naturais, etc. Ou seja, a produção desse espaço pode produzir muito mais impactos sócio - culturais, econômicos e ambientais, do que benefícios para
  • 32. 31 a população local, que acaba muitas vezes excluídas desse processo. Com a transformação dos espaços em mercadorias e as ações intensas de divulgação desses espaços pelo marketing turístico, as paisagens naturais e habitas até então preservados, passam e ser alvo de “desbravamentos turísticos”. Invariavelmente são observadas modificações onde ocorre o turismo; e não somente no meio ambiente natural ou nas paisagens, mas também na comunidade local. O impacto do turismo pode ser identificado a partir dos custos potenciais – degradação do meio ambiente, injustiças e instabilidade econômicas, mudanças sócio - culturais negativas – e dos benefícios potenciais – geração de receita para as áreas protegidas, criação de empregos para as pessoas que vivem próximas a essas áreas e promoção de educação ambiental e de conscientização sobre conservação (Boo, Elizabeth, 1995 p. 34). É necessária uma análise dos impactos causados pelo turismo, não só pelas perdas ambientais, mas também pelos impactos causados a sociedade local. Para tanto as abordagens sob a perspectiva sistêmica desempenham um papel fundamental. O autor Mario Carlos Beni em seu livro “Análise Estrutural do Turismo” define bem a Teoria Geral de Sistemas “Ludwig von Bertalanffy observou que a Teoria Geral de Sistemas visa compreender os princípios da integralidade e da auto-organização em todos os níveis. Ela é sintomática de uma mudança em nossa visão geral. Suas aplicações variam da biofísica dos processos celulares á
  • 33. 32 dinâmica das populações, dos problemas da física aos da psiquiatria, da política, das unidades culturais, do fenômeno do turismo e outros”. (BENI, Mário Carlos, 1998, p 19,20). A Teoria Geral de Sistemas constituiu um enorme ganho para a abordagem das questões ambientais, uma vez que permitiu a compreensão dos processos de troca de energia e matéria entre os vários elementos constituintes de um sistema. A expressão ecossistema constitui um exemplo prolixo da idéia de sistemas e expressa bem a forma de como esta se encontra incorporada ao uso cotidiano do homem comum. O equilíbrio nos sistemas é vital para o funcionamento e manutenção dos ambientes naturais. O turismo procura utilizar-se da Teoria Geral de Sistemas na sua própria versão, segundo Beni (1998). A capacidade de suporte dos ecossistemas naturais deve ser respeitada e também é fator determinante para a expansão do turismo, segundo o SISTUR. SISTUR - Sistema de Turismo –é definido pelo autor Mário Carlos Beni em seu livro Análise Estrutural do Turismo como: “o SISTUR é sistema aberto. Realiza trocas com o meio que o circunda e por extensão, é interdependente, nunca auto-suficiente” (BENI, Mário Carlo, 1998, pg 51.). Ou seja, o SISTUR é um sistema capaz de analisar todos os conjuntos de atividades e relações naturais ou antrópicas, nos espaços e nos meios circundantes, onde ocorre a atividade turística.
  • 34. 33 O SISTUR é formado por três grandes conjuntos: o conjunto das relações ambientais, o da organização estrutural e das ações operacionais. A interação desses três conjuntos é a base para a formação do espaço á ser explorado pelo turismo. Para um estudo sobre a atividade turística torna-se necessário uma análise dos componentes dos três conjuntos, pois cada um tem sua importância dentro do espaço estudado. Segundo o autor Mário Carlos Beni “Cada componente desses três conjuntos pode ser considerado um subsistema em si, já que apresenta funções própias e específicas, assumindo características individualizadas”. “(BENI, Mário Carlo, 1998, pg 44)”. O turismo quando tem a finalidade de explorar de forma adequada respeitando a capacidade de cada espaço, com práticas conservacionistas, contribui para que os três grandes conjuntos formadores do SISTUR funcionem de forma que possibilite a exploração daquele espaço a médio e longo prazo, o que poderá contribui para o desenvolvimento econômico e social das regiões exploradas. Para verificar se as atividades turísticas, embora consideradas como alternativas econômicas para lugares com atrativos ecológicos-paisagísticos, se sustentam completamente nos âmbitos natural e sócio-econômico, são necessários estudos bem detalhados. Este estudo tem como objetivo analisar o caráter das atividades turísticas na região da Serra do Cipó com vista à verificação de sua sustentabilidade.
  • 35. 34 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL DA SERRA DO CIPÓ A área de pesquisa, já apresentada, abrange uma área pertencente ao município de Santana do Riacho, especificamente o distrito de Cardeal Mota, centro de atração, de apoio e dispersão dos visitantes da Serra do Cipó e, principalmente, o centro econômico e social da região. Os habitantes da região próximas às margens do rio Cipó, em específico do Rio Paraúna, afluente do rio Cipó, os funcionários do IBAMA e de todos os habitantes do Município de Jaboticatubas, estão econômica e socialmente ligados à Cardeal Mota. Anteriormente conhecida como Serra da Vacaria, a região, segundo informações de pessoas residentes na região há mais de 60 anos, era um centro criador de gado bovino e muar que servia não só as populações vizinhas como contribuía para o abastecimento do até então Curral Del Rey, futura Belo Horizonte, além dos municípios de Nova Lima com carne, leite e mulas para transporte. A região foi inicialmente a primeira via natural utilizada pelos bandeirantes com destino ao distrito diamantino do Tijuco, atual Diamantina, e da Vila do Serro Frio do Príncipe, atual Serro.
  • 36. 35 Resquícios dessa época podem ser observados no Cipó Velho, com casarões coloniais e capela com oratório e imagens de santos antigas e no caminho dos escravos, que sobe a serra a partir do km 100 da rodovia MG-10, ao lado do camping da Associação Cristã de Moços, todo calçado por grandes blocos de quartzito. Ele tem cerca de 400m de extensão e desaparece gradativamente nas proximidades da pousada Chapéu de Sol. Este caminho por sinal é bastante utilizado pelos turistas para poderem atingir as cachoeiras do córrego Vacaria, a montante da cachoeira Véu da Noiva. A marca da escravidão ainda pode ser observada na região, porém de forma muito sutil. Em antigas senzalas transformadas em pousadas simples, no candomblé, dança ancestral, e nos batuques e o boi da manta, que ainda animam alguns encontros e festas populares, mas é na condição sócio-econômica da maioria de seus descendentes que a percebemos com mais clareza. Muitos vivem em precárias condições como agregados em fazendas, sem posse definida de propriedade e com elevado índice de analfabetismo. Com uma população de aproximadamente 1.500 pessoas Cardeal Mota depende praticamente de atividade turística. Possui 24 pousadas e cerca de 16 estabelecimentos comerciais, que associam restaurante e bar, e 5 mercearias. Estima-se que o número de leitos tem capacidade para 600 pessoas. Esse número é bastante instável, pois alguns desses estabelecimentos mudam de dono ou fecham e abrem suas portas com certa freqüência. Além destas existem cerca de cinco áreas de camping nas imediações de Cardeal Mota com infra-estrutura variável.
  • 37. 36 Os outros serviços existentes são bastante precários. Existe uma borracharia, uma oficina mecânica, uma oficina exclusiva para bicicletas, um telefone público e um posto telefônico. Recentemente foi instalada uma torre para telefonia celular. O posto de gasolina existente foi desativado e especula-se a instalação de um novo. A exploração de mármore existiu até cerca de oito anos atrás e encontra-se atualmente desativada. Não existe posto de saúde e apenas recentemente foi aberta uma pequena farmácia. Antes alguns poucos remédios podiam ser encontrados nos armazéns locais. Possui também um depósito de material de construção, três igrejas e uma escola estadual, a E. E. Dona Francisca Josina, que atende 250 alunos do ensino fundamental de uma ampla região. Além das disciplinas básicas existe a disciplina Educação Ambiental e Turismo, resultado de um trabalho sócio-cultural e ecológico denominado Projeto Bandeirinhas, desenvolvido sob a coordenação do geógrafo Márcio Spyer e por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, visando a capacitação e a participação de professores locais e comunidade na preservação da terra. O abastecimento local de gêneros de primeira necessidade, como hortifrutigranjeiros tem a maior parte de sua origem em Belo Horizonte e Lagoa Santa, pois nem o distrito nem o município possuem produção que extrapole a de mera subsistência. A estrutura fundiária, não só do município como de uma maneira geral de toda a região da Serra do Cipó é constituída principalmente por pequenas e médias propriedades, com atividades econômicas geralmente inexpressivas de subsistência, de pecuária extensiva e
  • 38. 37 originária de partilhas de herança familiares, a partir de inventários mal-resolvidos juridicamente. Este fato gera uma contradição local, pois se de um lado, aliada a má vontade governamental em resolver as questões fundiárias da Serra do Cipó, sempre dificultou a plena e justa desapropriação de suas terras, por outro facilitou a venda de importantes áreas circunscritas a APA e que foram negociadas com pessoas e grupos econômicos de Belo Horizonte e até do Exterior por quantias irrisórias, expulsando ainda mais a população nativa para as periferias da capital. A procura por terrenos para a construção da chamada segunda moradia, por parte da população que descobre e se apaixona pela serra do Cipó, além de inflacionar o preço da terra fez surgir um verdadeiro “boom” imobiliário, com abertura de loteamentos e áreas de chacramentos sem planejamento técnico adequado. Mais recentemente a Serra do Cipó tem atraído grupos de pessoas que se reúnem para o desenvolvimento de cursos, workshops, rallys, cavalgadas, passeios de bicicleta e encontros diversos.
  • 39. 38 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS A SEREM TRABALHADAS Na Serra do Cipó existe uma intensa atividade turística e tem crescido muito nos últimos anos devido o local apresentar uma rica e diversificada paisagem natural como suas belas montanhas, cachoeiras, rios e também a própria fauna e flora. Devido a este fator, a procura por estas atrações como mencionado é grande, principalmente nos finais de semana e em feriados, tanto nacionais, como estaduais. Esta procura pelo lazer e descanso na região da Serra do Cipó provocou nos últimos anos várias transformações no panorama paisagístico e estrutural da região como a implementações de clubes, pousadas, hotéis, chalés e também o crescimento populacional. Fatores como estes provocam ao mesmo tempo o crescimento da região pela atividade turística, mas também, impactos consideráveis referentes ao equilíbrio ambiental. Para compreender melhor estas transformações da atividade turística e em especial na Serra do Cipó foram escolhidas duas áreas para a pesquisa e compreensão com vistas a traçar não somente o perfil dos visitantes, mas também o resultado de suas presenças no que tangem as conseqüências ambientais. As duas áreas especificamente são a ACM – Associação Cristã de Moços – que se localiza no município de Cardeal Mota nas coordenadas UTM 646416.1357 (longitude) e 7863714.1834 (latitude) e a outra se localiza no município de Santana do
  • 40. 39 Riacho nas coordenadas 643831.1907 (longitude) e 7867348.0128 (latitude). As duas áreas possuem características distintas uma da outra devido ao modo como são usadas na prática do turismo.
  • 41. 40
  • 42. 41 A ACM é uma área monitorada que se encontra no Parque Nacional da Serra do Cipó, ou seja, um local delimitado e controlado seja por órgãos públicos e privados com o objetivo de manter a conservação do meio ambiente e ao mesmo tempo, a integração do homem. Na ACM existe a atuação da própria entidade e também do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) no controle da área a fim de mantê-la dentro das leis existentes para a conservação do local evitando assim a sua destruição através da atividade turística descontrolada, das queimadas descontroladas nas matas, do lixo deixado no local após as visitas e outras situações que possam de maneira direta e indireta afetar o equilíbrio ambiental da região. No município de Cardeal Mota os moradores vivem em função do comércio e da atividade turística onde se encontram vários estabelecimentos, como pousadas, bares, restaurantes e supermercados, o que contribui de forma significativa para a arrecadação de impostos para o município e também para o aumento do nível de renda da população que é aproveitada por esses estabelecimentos como mão-de-obra. Em contrapartida ocorre um aumento acelerado do crescimento numérico das pousadas, restaurantes, casas de campo, etc. e isso está afetando a preservação do meio ambiente local, já que as áreas que abrange este município pertencem a APA (Área de preservação ambiental) e outra parte ao Parque Nacional da Serra do Cipó. Por outro lado, na área da Ponte da Usina que se localiza no município de Santana do Riacho que por sua vez pertence a APA (Área de Preservação Ambiental), não existe monitoramento efetivo e eficaz no combate a degradação do meio ambiente local.
  • 43. 42 Para compreender o processo da atividade turística em ambas as áreas na Serra do Cipó foram coletados dados referentes ao perfil dos turistas assim como registros em fotografia das áreas freqüentadas e também a descrição física das mesmas. A partir de visitas às áreas pesquisadas foram elaborados croquis e registros fotográficos dos principais pontos, os quais facilitaram a visualização dos aspectos identificados e interpretados pelas análises e gráficos já relacionados. O primeiro croqui representa a organização espacial da área monitorada (ACM), a partir de seis pontos escolhidos de acordo com as necessidades da pesquisa.
  • 44. 43 RODOVIA MG-10 BELO HORIZONTE PORTARIA ÁREADETRAYLERS VESTIÁRIOS ÁREA DE CAM PING REPRESAMENTO DO ÁREA DE CAMPING ÁREADECHALÉS RESTAURANTE RIBEIRÃO SOBERBO BAR/QUISQUE ESTACIONAMENTO RIBEIRÃOSOBERBO CACHOEIRA VÉU DA NOIVA SENTIDODORIO CROQUI ÁREA MONITORADA A.C.M. A B E D C F
  • 45. 44 Ponto A: Consiste na entrada da ACM onde se observa ação antrópica como forma de controle do acesso à área. Ponto B: Este ponto é caracterizado pela estrutura criada para a adequação de trailers. Ponto C: Área reservada ao camping.
  • 46. 45 Ponto D: Estrutura de cantina e vestiário criada para atender a área de camping. Ponto E: Represamento do curso d’água do Ribeirão Soberbo formando uma piscina artificial.
  • 47. 46 Ponto F: Área ocupada por chalés. Hospedagens de 1, 2 ou 3 quartos. Através destes registros fotográficos da organização espacial da área monitorada (ACM) é possível perceber o alto grau de intervenção antrópica que, apesar de estar em uma área monitorada, as estruturas em concreto, vestiários e áreas de lazer promovem uma profunda alteração do espaço natural, o que também caracteriza a possibilidade de consideráveis impactos ambientais. O segundo croqui representa a organização espacial da área não monitorada (Ponte da Usina) também a partir de seis pontos escolhidos de acordo com as necessidades da pesquisa.
  • 48. 47 PONTE DA USINA ÁREA NÃO MONITORADA CROQUI ZX H T R ANASTAMOSSADO RIO PARAÚNA SENTIDO DO CURSO PONTESOBREORIOPARAÚNA DEC Ponto Z: Entrada da área não monitorada sem qualquer controle do fluxo de turistas.
  • 49. 48 Ponto X: Estacas que caracterizam um antigo cercamento da área. Ponto H: Área de ocupação de turistas sem preocupação com preservação com o ambiente.
  • 50. 49 Ponto T: Vestígios da antiga ponte que ligava uma margem a outra do Rio Paraúna. Ponto R: Margem do Rio Paraúna.
  • 51. 50 Ponto S: Ocupação da margem direita do Rio Paraúna caracterizada por erosões de áreas mais frágeis provavelmente intensificadas por trilhas.
  • 52. 51 Pode-se verificar que na ponte da usina, não há uma fiscalização efetiva no que tange a conservação do local e diante disso, percebe-se muito lixo jogado pelo chão (ver fotos ponte da usina), em certas partes do rio nesta área já ocorre o assoreamento, muitos galhos de árvores foram arrancados e também as próprias árvores. Também foi verificado que neste local existe uma gruta com pinturas rupestres e que a mesma se encontra completamente pichada por vândalos, outro fator que contribui na interferência do equilíbrio ambiental é a própria poluição sonora. Portanto percebe-se que nesta área, conhecida como ponte da usina, caracteriza a possibilidade de profundos impactos ambientais. Pode–se verificar a seguir através dos gráficos o perfil dos turistas que freqüentam a ACM e a ponte da usina.
  • 53. 52 ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÁREA MONITORADA IDADE 15% 61% 15% 7% 2% Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 41 a 50 Acima de 50 ESCOLARIDADE 4% 42% 30% 20% 4% 1º Grau 2º Grau 3º Grau 3º Grau Incomp. Outros SEXO 52% 48% Maculino Feminino Na figura 2, da área pesquisada (ACM) o maior número de turistas são do sexo masculino correspondendo a 52% contra 48% das mulheres. Na figura 1, 61% dos turistas estão na faixa etária de 21 a 30 anos, seguidos de 15% com idade até 20 anos e de 31 a 40. As pessoas com idade entre 41 e 50 anos correspondem a 7% e acima de cinquenta, 2%. Na figura 3 referente a escolaridade, observa-se um maior nível de escolaridade em relação aos turistas da área não monitorada. 30% das pessoas possuem o terceiro grau completo, e 20% incompleto. As pessoas que tem apenas o segundo grau a porcentagem é de 42%; o grupo do primeiro grau com 4% e outros também 4%.
  • 54. 53 NÍVEL DE RENDA 26% 15% 7%17% 28% 7% Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a 1500 De 1501 a 2000 Acima de 2000 Sem Renda Na figura 4, referente ao nível de renda, os turistas da ACM (área monitorada) possuem um maior poder aquisitivo o que pode ser justificado pelo próprio acesso a educação. De acordo com os dados, 28% possuem renda acima de R$ 2000,00 reais, com renda entre R$1501,00 até 2000,00 são 17%. Rendimentos entre R$ 1001 a 1500,00 têm-se 7% dos turistas. Também com 7% existe o grupo de turistas que não possuem renda e com rendimentos de até R$500, 00, 26% dos entrevistados. Ocupação Principal 0% 22% 4% 4% 0% 15% 20% 7% 28% Ocupação Principal Estudante Professor Bancário Militar Comerciante Profissional Liberal Funcinário Público Outros Na tabela 5, vinte turistas responderam que preferem visitar a própria ACM devida às suas riquezas locais e outras dez disseram que não tem um local preferido. Os demais, responderam como se pode observar acima.
  • 55. 54 ESTADO CIVIL 67% 33% 0% Solteiro Casado Outros Cidades 7% 2%2% 2% 2% 2%2%2%2% 77% B. Horizonte Contagem Lagoa Santa Ribeirão das Neves Londres Rio de Janeiro Nazaré Paulista Betim Sta. Luzia Vespasiano De acordo com a figura 6, 77% são de Belo Horizonte, 7% de Contagem e demais cidade mineiras 17%. Referente ao turista estrangeiro (2%), o mesmo é da cidade de Londres, capital inglesa. Da cidade do Rio de Janeiro, também tem 2% assim como de Nazaré Paulista (Estado de S. Paulo). Na figura 7, pode-se observar que a maior parte dos turistas são solteiros correspondendo a 67%. No que tange os casados, apenas 33%.
  • 56. 55 MEIO DE TRANSPORTE 91% 9% 0% Carro Ônibus Outros c Na figura 8, o meio de transporte pode ser justificado também pelo nível de renda onde a grande maioria, ou seja, 91% se deslocaram para o local através de veículos próprios e por meio de ônibus apenas 9%. Meio de Hospedagem 4% 26% 48% 0% 0% 22% Hotel Pousada Camping Monitorado Camping não Monitorado Albergue Outros Referentea figura 9, meio de hospedagem, 48% é através de camping monitorado, 26% em pousadas, 22% foram apenas para passar o dia e 4% ficaram em hotel. MOTIVO DE VISITA À ÁREA 7 12 12 10 12 3 11 7 1 17 28 11 0 5 10 15 20 25 30 Acessibilidade Aventura Caminhada CulturaLocal Fauna Férias Flora Fotografia História Qualidadede Vida Recreação Relevância Ecológica Acessibilidade Aventura Caminhada Cultura Local Fauna Férias Flora Fotografia História Qualidade de Vida Recreação Relevância Ecológica Na figura 10, o motivo que em que os turistas vieram a visitar a área, nota-se que 28 pessoas foram pela procura da recreação, 17 pela qualidade de vida. Pelos motivos da fauna 12 pessoas, caminhada e aventura ambos também com 12. Relevância ecológica foram 11, Pela flora 12 e cultura local, somam-se 10.
  • 57. 56 INDUÇÃO DE VIAGEM 4% 0% 53% 2% 11% 30% Propaganda Agência Amigos Artigos de Jornais e Revistas Internet Outros Na figura 11, a indução de viagem, observa-se que 53% foi através de amigos, 11% vieram através de informações obtidas pela internet, 4% por propagandas diversas e 2% através de artigos e jornais e revistas. Através de outros motivos correspondem 30%. Residência UF/Exterior 94% 4% 2% Minas Gerais Outros Estados Exterior Na figura 12, referente a origem dos turistas é interessante observar que houve a ocorrência estrangeiros, 2%, e de outros estados brasileiros, como o Rio de Janeiro e São Paulo, 4%. Turistas de Minas Gerais correspondem a 94%.
  • 58. 57 COMO VIAJA 17 0 20 2 13 0 5 10 15 20 25 Amigos Excursão Família Sozinho Outros Amigos Excursão Família Sozinho Outros Qual o seu local preferido na Serra do Cipó Local ACM Serra Morena 3 ACM 20 Cachoeira Grande 3 Cachoeiras 2 IBAMA 1 Capivara 1 Bar do Nando 2 Não tem 10 Não sabe 3 Tudo 1 Quanto costuma gastar durante sua viagem ACM Total em R$ 3470 Média 88,97 Na figura 13, o modo como viajaram, 38% foi em família, seguido de 33% com amigos e 25% por outros motivos. Com 4% está o grupo de pessoas que viajaram sozinhas e em excursão não houve nenhuma ocorrência. Na tabela 1 os turistas da ACM gastaram R$3470,00 reais Na tabela 2 vinte turistas responderam que preferem visitar a própria ACM devida às suas riquezas locais e outras dez disseram que não tem um local preferido. Os demais, responderam como se pode observar acima.
  • 59. 58 Sexo 41%59% Maculino Feminino ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÁREA NÃO MONITORADA Idade 15% 58% 12% 9% 6% Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 41 a 50 Acima de 50 Nível de Renda 32% 35% 24% 0% 6% 3% Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a 1500 De 1501 a 2000 Acima de 2000 Sem Renda A figura 14, na área não monitorada a maioria das pessoas são do sexo masculino, com 59% e as mulheres correspondem a 41%. Na figura 15, a faixa etária é bastante variada embora 58% estão com idades entre 21 e 30 anos. Com 15% estão as pessoas com até 20 anos, 12% de 31 a 40 anos, 9% de 41 a 50 anos e acima dos cinqüenta apenas 6%. Na figura 16, pode-se verificar que na área não Na área não monitorada a maior parte dos turistas, 50%, possui apenas o segundo grau, logo em seguida, 38% correspondem às pessoas com apenas o primeiro grau. Referente ao nível superior, tem-se 9% com o curso incompleto e os 3% restantes concluíram o curso. Escolaridade 38% 50% 3% 9% 0% 1º Grau 2º Grau 3º Grau 3º Grau Incomp. Outros Na figura 17, a distribuição de renda são 32% dos turistas possuem uma renda de até R$500,00 reais, 35% ganham de R$501,00 a 1000,00 reais. Os turistas com renda superior a R$1000,00 até R$1501,00 são de 6% e acima deste valor, 3%. É interessante observar que o índice de turistas sem renda é considerável, correspondendo a 24% do total de entrevistados.
  • 60. 59 Ocupaçao Principal 61% 15% 6%3%12% 0% 3% 0% Estudante Professor Bancário Militar Comerciante Profissional Liberal Funcinário Público Outros Na figura 18, é importante observar que referente à profissão, 15% são apenas estudantes não proporcionando renda. Tem-se também que 12% são pessoas que trabalham no comércio, no funcionalismo público o número é menor, 6%, como professores o valor é ainda menor com apenas 3% dos entrevistados. O interessante é observar não houve a presença de bancários e militares, mas a grande maioria, 61% possuem ocupações diversificadas no mercado de trabalho. Na figura 20, os turistas solteiros correspondem a 53% e os casados são 47%. Estado Civil 53% 47% Solteiro Casado Na figura 19, a maioria dos turistas entrevistados na área não monitorada são provenientes de Belo Horizonte principalmente da região de Venda Nova, zona norte, totalizando 46%. 21% são de Ribeirão das Neves, que por sua vez, é a cidade mais pobre da região metropolitana em condições sócio-econômicas, com 18% está a cidade de Vespasiano logo em seguida tem-se Contagem e Lagoa Santa e o menor valor respectivamente, Santa Luzia.
  • 61. 60 Meio de Transporte 12% 88% 0% Carro Ônibus Outros Na figura 21, referente ao meio de transporte, a grande maioria veio através de ônibus, o que caracteriza realmente o perfil do turista da área não monitorada. As pessoas devido a um menor poder aquisitivo possuem menores chances de se deslocarem através de carros. Por sua vez, o acesso ao local através de carros próprios foi de apenas 12%. Meio de Hospedagem 0% 0% 56% 0% 44% 0% Hotel Pousada Camping Monitorado Camping não Monitorado Albergue Outros Na figura 22, os turistas se estabeleceram em camping não monitorado correspondendo a 56%. Já os 44% são pertencentes outros modos de hospedagem. Referente a hotel, pousada, camping monitorado e albergue não houve nenhum registro porque foram apenas para passar o dia.
  • 62. 61 Motivo de visita à área 4 11 9 7 4 4 9 9 3 17 14 8 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Acessibilidade Aventura Caminhada CulturaLocal Fauna Férias Flora Fotografia História Qualidadede Vida Recreação Relevância Ecológica Outros Acessibilidade Aventura Caminhada Cultura Local Fauna Férias Flora Fotografia História Qualidade de Vida Recreação Relevância Ecológica Outros Na figura 23, os dados no gráfico a respeito dos motivos que levaram a viagem na Serra do Cipó, especificamente na área não monitorada mostram que, 17 pessoas foi devido à procura da qualidade de vida, 14 pela recreação, 11 pelo motivo da aventura, logo em seguida pela opção da caminhada, fotografia e flora local. Um outro fator de destaque no gráfico e a relevância ecológica que tem 8 dos motivos a visitarem a área. Mesmo que a relevância ecológica esteja com este valor, pode-se perceber que as pessoas entrevistadas não entenderam o que significava na sua essência este termo.
  • 63. 62 Indução de Viagem 3% 0% 0% 9% 0% 88% Propaganda Agência Amigos Artigos de Jornais e Revistas Internet Outros Residência UF/Exterior 0% 100% 0% 0% UF/Exterior M inas Gerais Outros Estados Exterior Na figura 24, a grande maioria dos turistas, cerca de 88% vieram através de amigos, devido à própria característica sócio-econômica das pessoas. As pessoas que vieram através de artigos de jornais e revistas correspondem a apenas 9% e 3% através de agência. As outras variáveis analisadas como a propaganda, internet e outras fontes não foram verificadas nas entrevistas. Na figura 25, observa-se que todos os turistas da Ponte da Usina são provenientes de Minas Gerais.
  • 64. 63 Como Viaja 11 14 9 00 -1 2 5 8 11 14 17 20 Amigos Excursão Família Sozinho Outros Amigos Excursão Família Sozinho Outros Quanto costuma gastar duarante sua viagem Ponte da Usina Total em R$ 869 Média 34,76 Qual o seu local preferido na Serra do Cipó Local Ponte da Usina Bar 1 Véu da noiva 7 1 vez 9 Rio Paraúna 5 Serra Morena 2 Juquinha 2 Cachoeira 1 Usina 7 Na figura 26, o modo como viajaram também foi uma variável importante dentro da análise. Como se pode observar 14 pessoas disseram que vieram em excursão, uma característica importante no perfil dos turistas, 11 vieram com amigos e 9 estavam acompanhados da família. Viajam sozinhos ou outros não foram identificados nas entrevistas. Na tabela 3 pode-se verificar que o valor total gasto pelos turistas na Ponte da Usina não ultrapassam os R$ 1000,00 reais, e a média fica em R$ 34,76. Na tabela 4 referente aos locais preferidos pelos turistas, observa-se que um considerável número de turistas foi pela primeira vez, enquanto que, sete disseram que preferem ir ao Véu da Noive e outros sete especificamente na área da Usina.
  • 65. 64 Análise Geral O processo de degradação ambiental, na Serra do Cipó, não ocorreu por acaso, sendo a que a atividade turística tem contribuído muito para o aumento destes impactos, que possuem níveis diferenciados de degradação em diferentes áreas. Atraídos pela exuberância natural da Serra do Cipó, grande parte dos turistas que ali freqüentam, não possuem uma consciência de uso adequado dos recursos naturais. O conjunto destes fatores foram e são condicionantes, no que tange a conscientização dos turistas que freqüentam locais onde os recursos naturais são os grandes atrativos turísticos. Com o objetivo de traçar o perfil dos turistas que freqüentam as áreas, objeto deste estudo: ACM e Ponte da Usina foi realizada no dia 01/05/2004 uma pesquisa de campo, na qual foram aplicados questionários nas duas áreas, no intervalo de tempo entre 10:30 e 15:00 horas.
  • 66. 65 Mediante análise dos dados coletados, observamos vários fatores que favorecem o aumento dos impactos ambientais, nas áreas pesquisadas, na Serra do Cipó. O nível de escolaridade é um dos fatores que nos permitem diferenciar os aspectos observados nas duas áreas, uma vez que quanto maior o grau de instrução, maior é o nível de conhecimento, o que favorece a formação de uma conscientização ambiental, mas que muitas vezes não é aplicada corretamente. Observando o gráfico de escolaridade que compara ambas as áreas (figura 28) verificamos que na área da Ponte da Usina, o grau de instrução da maioria dos turistas varia entre 1º e 2º grau. Nesta área verificamos que os turistas deixam grande quantidade de lixo (papel, vidro, garrafas pet, comida, etc.), como também destruição de fauna e flora, principalmente as margens do rio Paraúna, causando erosão e conseqüentemente assoreamento do rio, principal local de concentração da população turística. A gruta com suas pinturas rupestres totalmente pichadas e o alto índice de poluição sonora também contribuem para o desequilíbrio do meio ambiente desta área. Apesar de não ser uma área destinada a receber fluxo turístico, os órgãos responsáveis poderiam trabalhar de forma mais consciente através de medidas simples como a implantação de lixeira e recolhimento do lixo.
  • 67. 66 Em contrapartida, na ACM, o grau de escolaridade varia entre 2º e 3º grau completo (fig 28), e neste caso não podemos avaliar se o nível de escolaridade pode interferir ou não no comportamento dos turistas, pois nesta área existem regras e fiscalização por parte dos organizadores. Existem muitas lixeiras espalhadas por toda a área, sacolas são distribuídas na entrada para o recolhimento do lixo juntamente com o regulamento do uso do local. Em contrapartida, verificamos outros tipos de impactos ambientais, que não estão apenas relacionados com a má utilização do local pelos turistas, mas também, com a intervenção antrópica através da criação de estruturas físicas, das quais podemos citar: contenção de água do Ribeirão Soberbo, piscinas artificiais, estruturas em concretos para áreas de trailers e chalés, vestiários, quadras, parques infantis, áreas de lazer, estacionamentos e trilhas, o que contribui para adensamento e a compactação do solo comprometendo o abastecimento hídrico local. Observamos também que os chalés foram construídos bem próximos das margens do Ribeirão Soberbo, desrespeitando o espaço mínimo destinado à mata ciliar.
  • 68. 67 Mata ciliar ao fundo Referente a idade, (figura 27) é importante ressaltar que a maioria dos turistas nas duas áreas estão na faixa etária entre 21 e 30 anos, ou seja, de acordo com os relatos dos entrevistados, são turistas que procuram
  • 69. 68 qualidade de vida, recreação, diversão e ao mesmo tempo descanso. Idade 5,88% 11,77% 58,82% 8,82% 14,71% 2,17% 60,87% 6,52% 15,22% 15,22% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 1 a 50 Acima de 50 Ponte da Usina ACM Os turistas de ambas as áreas possuem ocupação profissional diversificadas como professores, comerciantes, funcionários públicos, estudantes, bancários, profissionais liberais e dentre outros. Em relação às outras ocupações acima citadas há uma considerável diferença entre as duas áreas. Na ACM, as ocupações principais dos turistas foram: estudantes (21,74%), profissionais liberais (19,57%), comerciantes (15,22%) e outros (28,25%)- não citados. Na Ponte da Usina as principais ocupações foram: estudantes (14,71%), comerciantes (11,77%) e outros (61,76%)- não citados.
  • 70. 69 Ocupação Principal 4,35% 19,57% 2,94% 0,00% 11,77% 0,00%2,94% 14,71% 5,88% 61,76% 0,00% 4,35% 21,74% 15,22% 6,51% 28,26% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Estudante Professor Bancário Militar Comerciante Profissional Liberal Funcinário Público Outros Ponte da Usina ACM Nas duas áreas pesquisadas, a incidência do sexo masculino foi maior; ACM são 58,82% contra 41,18% do sexo feminino; na Ponte da Usina são 52,17% contra 47,83% do sexo feminino. Sexo 58,82% 52,17% 47,83% 41,18% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Ponte da Usina ACM Maculino Feminino Com relação ao estado civil, o maior número de turistas solteiros encontravam-se na ACM (67,39%) contra (52,94%) na Ponte da Usina.
  • 71. 70 Estado Civil 67,39% 52,94% 32,61% 47,06% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Ponte da Usina ACM Solteiro Casado O nível de renda, explica-se de acordo com as profissões. Rendas acima de R$ 2000,00 reais foram encontradas apenas na ACM, e renda entre R$ 1001,00 a 2000,00 reais e maior incidência também nesta área. Turistas sem renda, com rendas até R$ 500,00 e entre R$ 501 e 1000,00 foram maiores na Ponte da Usina. Nível de Renda 3 2 ,3 5 % 3 5 ,3 0 % 2 ,9 4 % 2 3 ,5 3 % 1 7 ,3 9 % 2 8 ,2 6 % 0 ,0 0 % 5 ,8 8 % 6 ,5 2 % 1 5 ,2 2 % 2 6 ,0 9 % 6 ,5 2 % 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Até 500 De 501 a 1000 De 1001 a 1500 De 1501 a 2000 Acima de 2000 Sem Renda Ponte da Usina ACM Partindo para a análise da origem dos turistas, observamos que a maioria é de Minas Gerais, um pequeno
  • 72. 71 número de outros estados e também provenientes de outros países. Dentro de Minas Gerais o destaque fica para a cidade de Belo Horizonte, onde na ACM são 76,09% e Ponte da Usina 47,06%. O maior número de turistas que visitaram a Ponte da Usina são da região metropolitana de Belo Horizonte, destacando-se principalmente Ribeirão das Neves e Vespasiano, de onde são a maioria. Turistas de outras cidades fora do estado e de outros países são respectivamente, do Rio de Janeiro (capital), Nazaré Paulista (São Paulo) e Londres (Inglaterra). Cidades 20,59% 17,95% 76,09% 2,20% 2,17% 2,17% 5,88%5,88% 2,64% 47,06% 6,52% 2,17% 2,17% 2,17%2,17% 2,17% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Belo Horizonte Betim Contagem LagoaSanta Londres Nazaré Paulista Ribeirãodas Neves Riode Janeiro Sta.Luzia Vespasiano Ponte da Usina ACM Por ser a Ponte da Usina uma área não monitorada possuindo um de perfil de turistas com menor grau de escolaridade e baixo poder aquisitivo, o meio de hospedagem verificado foi o camping na mesma área, uma vez que não há cobrança de tarifas. Observamos também que muitos dos
  • 73. 72 turistas que ali se encontravam, foram com o intuito de passar apenas o dia, retornando para suas residências no final da tarde. Ao contrário da ACM, a maioria hospedou-se em locais pagos como pousadas, camping monitorado e hotéis. Os turistas que se encontravam na ACM viajaram, em sua maioria, de carro próprio. Ao contrário da Ponte da Usina onde a sua maioria viajaram de ônibus. Meio de Transporte 0,00%0,00% 11,76% 88,24% 8,70% 91,30% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Carro Ônibus Outros Ponte da Usina ACM
  • 74. 73 O modo como viajaram também foi uma variável analisada. Verifica-se que a maioria dos turistas da ACM viajam com seus familiares e com amigos. Na Ponte da Usina, a maioria viajou através de excursão (como pode ser verificado pelos meios de transporte – fretam um ônibus), outros em menor número foram com amigos e por ultimo com familiares. Como Viaja 11 14 9 0 0 17 0 20 2 13 0 5 10 15 20 25 Amigos Excursão Família Sozinho Outros Númerodepessoas Ponte da Usina ACM No que se refere a indução da viagem, nas duas áreas, a maioria respondeu que foram através da indicação de amigos. Indução da Viagem 0 1 31 3 0 02 0 25 1 5 14 0 10 20 30 40 50 Propaganda Agência Amigos Artigos de Jornais e Revistas Internet Outros Ponte da Usina ACM
  • 75. 74 Na questão sobre os motivos que levaram a visitar as duas áreas, observamos vários aspectos com destaque para a recreação e qualidade de vida. Motivo de visita à área 4 7 11 12 9 12 7 10 4 12 4 3 9 11 9 7 3 1 17 17 14 8 11 1 28 0 5 10 15 20 25 30 Ponte da Usina ACM A cessibilidade A ventura C aminhada C ultura Lo cal F auna F érias F lo ra F o to grafia H istória Qualidade de Vida R ecreação R elevância Eco lógica Outro s Referente a questão de quanto gastaram indo às duas áreas, verifica-se na figura 40 que na ACM o valor total em reais ultrapassou R$3.000,00 reais enquanto que na Ponte da Usina não chegou a R$1.000,00 reais. Esta grande diferença é explicada pelo nível de renda entre os turistas, pois na ACM um número significativo possui rendas superiores a R$1.000,00 reais e em contrapartida na ponte da usina as renda não superam R$500,00 e R$1.000,00 reais.
  • 76. 75 Total em R$ (reais) 869 3470 0 1000 2000 3000 4000 Ponte da Usina ACM Ponte da Usina ACM O lixo produzido possui vários destinos, a lixeira, o chão, os rios e muito outros, e analisando especificamente as duas áreas e de acordo com a figura 42 pode-se perceber que a maioria respondeu que recolhe e deposita em locais apropriados. No caso da ACM existem várias lixeiras espalhadas pelo local, o que facilita o recolhimento e deposição em locais apropriados. Na ponte da usina, vários turistas levaram sacos plásticos para o recolhimento dos dejetos porque devido o local não ser monitorado não existe a fixação de lixeiras para melhor organização do recolhimento do lixo. O interessante é observar que uma parcela dos turistas da ponte da usina disse que joga o lixo pelo próprio local, ou seja, no chão e/ou leito do rio Paraúna o que compromete de certa forma o ecossistema local.
  • 77. 76 O que faz com o lixo produzido 5,88% 11,76% 0,00% 82,35% 0,00% 0,00% 4,00% 91,30% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Joga no chão Joga no curso d'água Recolhe e deposita em locais adequados Outros Ponte da Usina ACM Pode-se perceber nas duas tabelas que são vários os lugares procurados pelos turistas, ou seja, as belezas naturais como as próprias cachoeiras da região. O interessante de observar, é que sete dos trinta e quatro turistas que foram para a ponte da usina disseram que o local preferido é o Véu da Noiva, uma grande queda d’água que se localiza na ACM, local que cobra uma taxa para entrar, onde através das taxas tem o objetivo de preservar e fazer as devidas manutenções da área.
  • 78. 77 De acordo com a entrevista feita com os turistas nas duas áreas, referente à contribuição para a conservação da área, a maioria na ponte da usina disse que entendem que a conservação da área depende da limpeza do local, e que os visitantes não joguem lixo em locais indevidos preservando assim a flora local. De acordo com os turistas da ACM, eles disseram que acreditam que a conservação da área passa pelo recolhimento adequado do lixo produzido e pela preservação da natureza local. A consciência ambiental também foi perguntada aos turistas e os que estavam na ponte da usina disseram em sua maioria que entendem como a preservação do local para uso fruto futuro, e os que estavam na ACM disseram que é a não degradação do meio ambiente, a preservação da fauna e da flora com a finalidade de deixar o local do mesmo modo que foi encontrado. Os entrevistados da ponte da usina dentro dos problemas encontrados na área disseram que existem lixos em locais inadequados, erosão as margens do rio, “pedras” no rio, infra-estrutura precária (ponte antiga, falta de lixeiras, áreas para refeições, etc) e falta de fiscalização para uma melhor controle da área. Já na ACM a maioria disse que os problemas encontrados foram o Qual o seu local preferido na Serra do Cipó Local Ponte da Usina Bar 1 Véu da noiva 7 1ª vez 9 Rio Paraúna 5 Serra Morena 2 Juquinha 2 Cachoeira 1 Usina 7 Qual o seu local preferido na Serra do Cipó Local ACM Serra Morena 3 ACM 20 Cachoeira Grande 3 Cachoeiras 2 IBAMA 1 Capivara 1 Bar do Nando 2 Não tem 10 Não sabe 3 Tudo 1
  • 79. 78 desrespeito às normas do local (poluição sonora), excesso de visitantes e a cobrança de taxas para a entrada e permanência na área. O modo como se diverte na Serra do Cipó também foi perguntado e os turistas da ponte da usina disseram que se divertem nadando no rio Paraúna, descansando, fazendo caminhada e curtindo a natureza e na ACM, são as caminhadas, fotografias, descanso e a apreciação da natureza como meio de relaxamento.
  • 80. 79 Conclusão Como se pode perceber é grande a diversidade dos turistas que visitam a região em busca do lazer e do descanso. Dentro deste panorama também a forma de ver, compreender e atuar na Serra do Cipó se dá de maneira diferenciada. A Serra do Cipó dentro da sua área possui um complexo paisagístico ambiental rico, o que torna a região um centro atrativo que envolve a atividade turística e está em amplo crescimento. É importante ressaltar que todo esse crescimento depende de um planejamento integrado que viabilize a visitação dos turistas de maneira controlada e racional, para que o desenvolvimento da região possa ocorrer não apenas nos âmbitos natural e sócio-econômico, mas também no que diz respeito a uma conscientização mútua do verdadeiro valor que a Serra do Cipó possui. Agindo com racionalidade através de órgãos governamentais e não-governametais e também juntamente com toda a sociedade, os valores ambientais, culturais e socioeconômicos poderão promover o desenvolvimento sustentável de todas as áreas que compõem a Serra do Cipó. As variáveis pesquisadas contribuem para uma melhor compreensão e análise da atividade turística na Serra do
  • 81. 80 Cipó, sendo que um estudo mais profundo e uma maior conscientização por parte dos turistas, com melhores práticas e um controle eficaz por parte dos órgãos responsáveis, podem contribuir e ao mesmo tempo garantir medidas que venham beneficiar os moradores locais e os turistas que visitam ambas as áreas.
  • 82. 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. Belo Horizonte: UFMG, 1998. BERTALANFFY, Ludwing von. Teoria Geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1351p. BOO, Elizabeth. “O planejamento Ecoturístico para Áreas Protegidas”. In: LINDBERG, Kreg & HAWKINS, Donald E. (ed.) Ecoturismo; um guia para planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, p. 31-58. 1995. FARIA, Doris Santos de, CARNEIRO, Kátia Saraiva. Sustentabilidade Ecológica no Turismo – Brasília: Universidade de Brasília. 2001. GEORGE, Pierre. Dictionnaire de la géographie, 1998. LINDBERG, Kreg. & HUBER Jr., Richard M.“Questões Econômicas na Gestão do Ecoturismo” In: LINDBERG, Kreg & HAWKINS, Donald E. (ed.) Ecoturismo: Um guia para planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, p.143-196. 1995. MANGEL, Marc; HOFMAN, Robert J.; NORSE, Elliot. A. & TWISS Jr., John. R. 1993. “Sustainability and Ecological Research”. Ecological Application. V. 3 n. 4. 547-549 MOURA, Antônio Márcio Ferreira. Serra do Cipó MG. Ecoturismo e impactos sócio- ambientais. Belo Horizontes. UFMG/IGC. 1999.
  • 83. 82 RODRIGUES, Adyr. B. Turismo e Espaço: Rumo a um conhecimento a um conhecimento. Transdiciplinar. São Paulo: HUCITEC. 1997. CNMAD. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.1992. SELVA,Vanice. S. F. & COUTINHO, Solange F.S. “Ecotourism X Ecological Tourism in Brazil: A necessary distinction?” Annals of Second International Congress & Exihibition on Ecotourism. Salvador: Biosfera. p. 26-28. 2000. VICENTE, Luiz Eduardo; PEREZ, Archimedes Filho. Abordagem sitêmica e Geografia. Geografia. Rio Claro, v. 28, n.3, p. 323-344, set./dez.2003. EMBRATUR – 2000. OMT – Organização Mundial do Turismo – 1998. UNESCO - União das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 1972. SEBRAE. Ecoturismo na Bahia: Estudo analítico. Salvador: SEBRAE. 1995. http://www.mma.gov.br/port/sbf/chm/biodiv/biodiv.html http://www.embratur.gov.br