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SOLO GRAMPEADO
5
• Taludes existentes sem estabilidade
satisfatória (Figura 3).
• Taludes
rompidos
(Figura 4)
2 Norma
Não existe norma específica da ABNT.
3 Método construtivo
O solo grampeado tem início com
a execução de chumbadores verticais,
como medida de melhoria do solo, e o
corte descendente do solo na geometria
do projeto (Figuras 5 e 6), excetuando-se
os casos de taludes pré-existentes. Segue-
se com a execução da primeira linha de
chumbadores e aplicação do revestimen-
to de concreto projetado.
Caso o talude já esteja cortado pode-
se trabalhar de forma descendente ou
ascendente, conforme a conveniência. Si-
multaneamente ao avanço dos trabalhos,
são executados os drenos profundos e os
de paramento, assim como canaletas ou
Índice
1 Definição
2 Norma
3 Método construtivo
4 Chumbador
5 Concreto projetado
6 Drenagem
7 Equipe de trabalho
8 Controle executivo
9 Manutenção do solo grampeado
10 Modelo de boletim de execução
1 Definição
Solo grampeado é uma técnica de
melhoria de solos, que permite a con-
tenção de taludes por meio da execução
de chumbadores, concreto projetado e
drenagem. Os chumbadores promovem a
estabilização geral do maciço, o concreto
projetado dá estabilidade local junto ao
paramento e a drenagem age em ambos
os casos (Figura 1).
Esta técnica se aplica a:
• Cor-
tes para
implan-
tação de
subsolos ou
cortes com
geometria
instável
(Figura 2)
Figura 1 - Estabilidade geral do maciço
Figura 2 - Subsolo de edifícios
Figura 3 - Taludes instáveis
Figura 4 - Taludes rompidos
SOLO GRAMPEADO
6
sos, não há o tratamento do maciço fei-
to pela injeção de calda de cimento sob
pressão.
4.2 Perfuração
As perfurações são executadas por
equipamentos de fácil manuseio, pesan-
do entre 25 e 500 Kg, instaláveis sobre
qualquer talude. Como fluído de perfu-
ração e limpeza do furo pode ser utiliza-
da água, ar ou lama. Se a opção for por
trados, não é necessário o uso de fluídos.
Usualmente, é adotado o sistema de lava-
gem com água injetada pela haste, que é
dotada de elemento cortante na sua ex-
tremidade, do tipo tricone com vídea, e
diâmetro de 3”.
Conforme a profundidade e o diâme-
tro do furo, e a área de trabalho, pode-se
optar por perfuratrizes tipo sonda, cra-
wlair, wagon drill ou até mesmo manuais.
Quando a condição de trabalho permite
alta produtividade, são utilizadas carretas
perfuratrizes sobre esteiras, cujos pesos
variam entre 2.000 e 4.000 Kg. Os chum-
badores têm inclinação sub-horizontal,
entre 5º e 30º.
A escolha do método de perfuração
deve ser feita de modo que a cavidade
perfurada permaneça estável até a con-
clusão da injeção.
descidas d’água, conforme especificado
no projeto.
4 Chumbador
4.1 Definição
Chumbadores, conforme mostra a Fi-
gura 7, são peças moldadas no local por
meio de operações de perfuração feitas
com equipamento sobre carreta ou de
porte manual, e instalação e fixação de
armação metálica, com injeção de calda
de cimento sob pressão.
Eles também podem ser feitos pela
cravação de barras, cantoneiras ou tu-
bos de aço, com a utilização de martelos
pneumáticos ou manualmente. Porém,
esta não é a prática brasileira. Nestes ca-
1. Escavação
2. Execução do
chumbador 3. concreto
projetado
Figura 6 - Fases construtivas em corte.
Exemplo de escavação mecanizada
Figura 5 - Escavação manual com bermas
entre as partes escavadas
Figura 7 - Partes construtivas do chumba-
dor
Concreto projetado armado
com fibras ou telas
Centralizador
Barra de aço
com pintura
anticorrosiva
Tubos de injeção
multifases
Calda de cimento
Dobra do aço
com Ø ≤ 20 mm
Válvula de injeção
SOLO GRAMPEADO
7
4.3 Montagem
Depois da perfuração, é instalada e fi-
xada a armação metálica, que deve man-
ter suas características de resistência ao
longo do tempo. As nervuras recebem
tratamento anticorrosivo, feito usualmen-
te por meio de resinas poliméricas e calda
de cimento. Ao longo destes elementos
são instalados dispositivos centralizado-
res, que garantem o contínuo e constante
recobrimento com calda de cimento.
Usualmente, a barra de aço tem diâ-
metro entre 10 e 25 mm. Ela deve ter uma
dobra na sua extremidade (para diâme-
tros de, no máximo, 20 mm), com cerca de
20 cm, e centralizadores a cada 2 m. Po-
de-se aplicar placa e porca para proten-
são dos chumbadores. É comum também
a solda de um pedaço de barra de aço.
Adjacente à barra, é instalado um ou
mais tubos de injeção perdidos, feitos de
polietileno ou material similar, com diâ-
metros entre 8 e 15 mm, providos de vál-
vulas a cada 0,5 m, a até 1,5 m da boca
do furo. A quantidade de tubos depende
das fases de injeção previstas, e deve ser
considerado um tubo para cada fase.
4.4 Injeção
A bainha sofre injeção pelo tubo au-
xiliar removível, de forma ascendente,
com calda de cimento fator água/cimento
próximo a 0,5 (em peso), proveniente de
misturador de alta turbulência, até que a
calda extravase pela boca do furo. Uma
boa alternativa é o preenchimento do
furo com calda e a posterior introdução
da armação metálica. A bainha é a fase
inicial de injeção, com a qual se recompõe
a cavidade escavada.
Após um mínimo de 12 horas, o chum-
bador deve sofrer uma reinjeção por meio
do tubo de injeção perdido, anotando-se
a pressão de abertura máxima, de injeção
e o volume de calda absorvida. A quanti-
dade de injeções ou reinjeções depende
do número de tubos colocados, que de-
pende do terreno onde o trabalho é exe-
cutado.
Usualmente, a injeção é feita em três
fases, duas profundas e uma superficial,
esta nos dois metros iniciais.
5 Concreto projetado
5.1 Definição
Concreto projetado é a mistura de ci-
mento, areia, pedrisco, água e aditivos,
conduzidos por ar comprimido desde o
equipamento de projeção até o local de
aplicação, através de mangote.
Na extremidade do mangote há um
bico de projeção, onde é acrescentada
água. Esta mistura é lançada pelo ar-
comprimido, a grande velocidade, na su-
perfície a ser moldada. Ainda podem ser
adicionados ao traço: microssílica; fibras
ou outros componentes.
As peças podem receber ferragens
convencionais, telas eletrossoldadas ou fi-
bras, conforme a necessidade do projeto.
Existem duas maneiras de se obter o
concreto projetado: por via seca e por via
úmida. A diferença básica está no prepa-
ro e condução dos componentes do con-
creto:
• Via seca: preparo a seco. A adição de
água é feita junto ao bico de projeção, al-
guns instantes antes da aplicação;
• Via úmida: preparado com água e assim
conduzido até o local da aplicação.
Ambas as vias utilizam traços e equi-
pamentos com características especiais. O
equipamento utilizado para solo grampe-
ado é o de via seca, ao qual nos referire-
mos nos itens a seguir.
SOLO GRAMPEADO
8
5.2 Equipamentos
Para via seca são necessários, pelo me-
nos, os equipamentos e acessórios, con-
forme a montagem convencional mostra-
da na Figura 8.
• Bomba de projeção: recebe concreto
seco adequadamente misturado e o dis-
ponibiliza para aplicação. Os equipamen-
tos devem estar em perfeitas condições
de trabalho. Peças de consumo devem
estar com desgaste aceitável e a máquina
sempre bem ajustada.
• Compressor de ar: acoplado à bomba
de projeção, fornece ar comprimido em
vazão e pressão corretas para conduzir
o concreto até o local da aplicação. A
prática brasileira é de que para qualquer
diâmetro de mangueira ou vazão de tra-
balho, a pressão característica do com-
pressor seja de 0,7 MPa. Este valor lido
no compressor, quando da projeção do
concreto, não pode ser inferior a 0,3 MPa.
Desta forma, para distâncias de até 50 m
teremos, como condição mínima, os valo-
res expressos na Figura 9.
• Bomba de água: fornece água em vazão
e pressão junto ao bico de projeção. Pode
ser substituída pela rede pública de for-
necimento de água. Deve fornecer água
junto ao bico de projeção com pressão
pelo menos 0,1 MPa superior àquela dos
materiais em fluxo.
• Mangote: duto de borracha por onde o
concreto é conduzido desde a bomba até
o ponto de aplicação.
• Bico de projeção: peça instalada na ex-
tremidade de saída do mangote junto à
aplicação.
• Anel de água: componente do bico de
projeção pelo qual se adiciona água ao
concreto.
• Bico pré-umidificador: instalado a cerca
de 3 m do bico de projeção, visa fornecer
água ao concreto seco antes do ponto de
aplicação. Sua utilização é ocasional.
Acessórios como mangotes, bicos,
anéis d’água, pré-umidificadores e discos
devem estar em plenas condições de uso,
conforme especificação de fabricantes e
fornecedores.
5.3 O concreto
Normalmente, a resistência solicita-
da nos projetos é de 15 MPa, mas pode
atingir valores muito mais altos, de até 40
MPa. O concreto seco pode ser fornecido
usinado, em caminhões-betoneiras, ou
preparado no canteiro de obras.
O ideal é o preparo do concreto no
canteiro de obras, pois sempre haverá
concreto à disposição, na quantidade e
na hora em que for necessário.
• Agregados: como agregados, há o pe-
drisco ou pedra zero e a areia média. Tan-
to um quanto o outro devem ter umidade
mínima:
Figura 9 - Condição de operação do com-
pressor
Vazão do
compressor
(pcm)
Diâmetro do
mangote da
máquina de
projetado
Pressão de
ar necessária
(MPa) máx
350 1½” 0,7
600 2” 0,7
700 2½” 0,7
Figura 8 - Montagem da aplicação conve-
cional do concreto projetado
Compressor
de ar
Alimentação do
concreto a seco
Bomba de
projeção Mangote 100% água
Bico de
projeção
Anel d´água
SOLO GRAMPEADO
9
- A areia, em torno de 5%, e nunca infe-
rior a 3%, pois assim causa muita poeira,
e nem superior a 7%, pois isto ocasiona
entupimentos do mangote e o início de
hidratação do cimento.
- Para o pedrisco, a umidade de 2% é su-
ficiente.
A areia média não pode ter acima de
5% de grãos finos, e deve ser composta
por 60% de grãos médios e de até 35% de
grãos grossos.
• Cimento: pode ser Comum, Composto,
Pozolânico, Alto Forno, ARI ou ARI-RS,
dependendo das especificações do proje-
to. Podem ser utilizados aditivos acelera-
dores de pega, secos ou líquidos, confor-
me a necessidade da obra.
• Água: deve estar de acordo com o que
recomenda a tecnologia do concreto. Sua
dosagem é feita pelo mangoteiro, por
meio de registro, junto ao anel d’água, e
é resultado da sensibilidade e experiência
adquiridas noutras obras pelo operador.
• Controle: o controle da qualidade do
concreto é feito pela extração de corpos
de prova de placas moldadas na obra.
Existem algumas normas da ABNT para
este controle, que tiveram seu desenvol-
vimento impulsionado pelos serviços de
execução de Túneis NATM, são elas:
- NBR 13044
Concreto Projetado: Reconstituição da
mistura recém-projetada.
- NBR 13069
Concreto Projetado: Determinação dos
tempos de pega em pasta de cimento
Portland, com ou sem utilização de aditi-
vo acelerador de pega.
- NBR 13070
Moldagem de placas para ensaio de arga-
massa de concreto projetado.
- NBR 13371
Concreto Projetado: Determinação do ín-
dice de reflexão por medição direta.
- NBR 13354
Concreto Projetado: Determinação do ín-
dice de reflexão em placas.
5.4 Aplicação / Mangoteiro
Os aplicadores de concreto têm extre-
ma importância na qualidade do serviço.
Neste trabalho é usual termos dois espe-
cialistas: o mangoteiro e o bombeiro.
O bombeiro está sempre junto à bom-
ba de projeção, ajustando-a conforme os
desgastes ocorrem e verificando o corre-
to fornecimento do volume de ar do com-
pressor.
O mangoteiro é quem aplica o concre-
to, em movimentos contínuos, usualmen-
te circulares, dirigidos ortogonalmente à
superfície a uma distância de 1 m. Além
disso, o mangoteiro regula a água e tem
sensibilidade para perceber oscilações nas
características de vazão e pressão do ar.
5.5 Armação
As telas eletrossoldadas têm sido a ar-
mação convencional do concreto projeta-
do. Sua instalação é feita em uma ou duas
camadas, conforme especificado em pro-
jeto. Aplica-se a primeira camada com a
primeira tela, a segunda camada do pro-
jetado, a segunda tela e o concreto final.
Telas podem ser instaladas antes do
concreto. Entretanto, é preciso cuidado
especial para evitar que elas funcionem
como anteparo e ocorram vazios atrás
das mesmas, conforme mostra a Figura
10.
Em 1992, alternativamente às telas,
passamos a utilizar fibras de aço adicio-
nadas ao concreto diretamente na beto-
neira ou no caminhão-betoneira.
Em 2001, substituímos as fibras metá-
licas por fibras sintéticas (polietileno te-
reftalato), e obtivemos uma mistura per-
SOLO GRAMPEADO
10
feitamente homogênea. Isto não requer
qualquer mudança nos equipamentos e
promove redução na equipe de trabalho,
já que dispensa mão-de-obra para prepa-
ro e instalação das telas.
As fibras sintéticas se ajustam perfei-
tamente ao corte realizado no talude,
aceitando superfícies irregulares, com es-
pessura constante, como se vê na Figura
11.
O resultado é um concreto extrema-
mente tenaz. A presença das fibras pro-
duz concreto de baixa permeabilidade,
pois elas agem no combate às tensões de
tração durante o início da cura, homoge-
neamente, em todas as regiões da peça.
Não há cuidado especial com a cober-
tura da armação, pois a corrosão eventual
se limita àquela fibra que está em con-
tato com a atmosfera, não afetando as
outras, que ficam imersas no concreto. A
tendência é a total substituição das telas
por fibras sintéticas.
6 Drenagem
6.1 Definição
A prática usual recomenda sempre a
execução de serviços de drenagem pro-
funda e de superfície. Para drenagem pro-
funda usa-se o DHP (Dreno Sub-Horizon-
tal Profundo). Drenos de superfície são os
drenos de paramento e as canaletas.
6.2 Dreno sub-horizontal profundo
São elementos que captam as águas
distantes da face do talude antes que
nele aflorem. Ao captá-las, eles as con-
duzem ao paramento e despejam-nas nas
canaletas.
Drenos sub-horizontais profundos,
conforme ilustra a Figura 12, são tubos
plásticos drenantes, de 1¼” a 2”, instala-
dos em perfurações no solo, de 2½” a 4”.
Estes tubos são perfurados e recober-
tos por manta geotêxtil ou por tela de
nylon, no entanto, podem ter somente
microrranhuras (<0,4 mm), sem recobri-
Figura 11 - Detalhe da aplicação com
fibras
Figura 10 - Detalhe das “sombras” na apli-
cação do concreto
“Sombras” ou
região de menorcompactação
Detalhe
1,0 m
Figura 12 - Dreno Sub-Horizontal Profundo
Selo de argila ou solo-cimento
Tubo de PVC rígido
Ø 40 mm perfurado no
diâmetro de 8 mm a cada
5 cm envolto por tela
de nylon # 60 ou
bidim OP 20 ou
ranhurado
sem tela
Furo Ø 3”
SOLO GRAMPEADO
11
mento por manta ou tela.
São drenos lineares embutidos no ma-
ciço, cujos comprimentos se situam, nor-
malmente, entre 6 e 18 m.
6.3 Dreno de paramento
São peças que promovem o adequado
fluxo às águas vindas do talude que che-
gam ao paramento. Estão graficamente
apresentadas nas Figuras 13, 14 e 15.
Para os drenos de paramento, ou
aqueles atrás e adjacentes ao revestimen-
to de concreto, há o dreno linear contí-
nuo e o barbacã.
O dreno tipo barbacã é resultado da
escavação de cavidade com cerca de 20 x
20 x 20 cm, preenchida com material are-
noso e cuja saída é um tubo de PVC dre-
nante, partindo do seu interior para fora
do revestimento, com inclinação horizon-
tal descendente. Trata-se de uma drena-
gem pontual.
O dreno linear contínuo é resultado
da instalação, numa escavação, de calha
plástica drenante revestida por manta
geotêxtil ou por dreno fibroquímico. Ele
estende-se ao longo da direção vertical,
da crista até o pé do talude, aflora na ca-
naleta de pé e é considerado um dreno
linear. Trata-se de opção eficiente, reco-
mendável para o projeto.
6.4 Dreno de superfície
As canaletas de crista e pé, bem como
as de descida d’água, são moldadas no
local e depois revestidas com concreto
projetado. Deve ser analisado caso a caso
o eventual efeito erosivo no despejo cau-
sado por esta forma de captação e condu-
ção das águas.
Figura 14 - Fluxo da água nos drenos line-
ares contínuos
Figura 13 - Fluxo da água nos drenos
pontuais
Figura 15 - Detalhes dos drenos
Dreno pontual de
paramento - barbacã
Dreno linear
contínuo
Canaleta
de plástico
envolta por
geotêxtil ou dreno
fibroquímico
Geotêxtil
PVC
Areia
Tela de
nylon
SOLO GRAMPEADO
12
7 Equipe de trabalho
A equipe mínima para execução do
solo grampeado deve ser composta por:
7.1 Encarregado geral de serviços
a) Verifica: condições de entrada e movi-
mentação de equipamentos no canteiro
da obra; descarregamento de equipa-
mentos, utensílios e ferramentas; instala-
ção da central de trabalho e implantação
geral da obra.
b) Verifica programação de execução
(sequência executiva) de acordo com ca-
racterísticas da obra e necessidades do
cliente.
c) Coordena o DDS (diálogo diário de se-
gurança) antes do início das atividades
diárias e instrui em relação à segurança
durante a execução dos serviços.
d) Orienta a locação dos chumbadores,
bem como inclinação, direção e instala-
ção do equipamento.
e) Orienta em relação aos procedimentos
e acompanhamento de perfuração e in-
jeção.
f) Verifica condições de drenagem super-
ficial e retirada do material escavado da
obra, para permitir o livre trânsito dos
equipamentos e do pessoal na obra.
g) Obtém do responsável pela obra libe-
ração formal dos serviços a executar, no
tocante à sua locação e cotas, à medida
que os trabalhos são desenvolvidos.
h) Mantém contato com o representante
do cliente no campo com relação às solici-
tações e providências para a continuidade
normal da obra.
i) Aprova o boletim, que é elaborado pelo
perfurador e pelo injetador.
7.2 Operador de perfuratriz
a) Movimenta o equipamento de acordo
com a sequência executiva.
b) Instala o equipamento no furo, obser-
vando locação e inclinação.
c) Verifica quantidade e tamanho das
hastes ou dos tubos de revestimento colo-
cados para acompanhar a profundidade
perfurada.
d) Verifica mudanças de camadas do solo à
medida que a perfuração avança.
e) Verifica eventuais perdas d’água du-
rante a perfuração.
f) Elabora registro dos dados de perfura-
ção para inclusão no boletim.
g) Orienta auxiliares de perfuração na
utilização do ferramental necessário.
7.3 Injetador
a) Prepara calda de cimento, atendendo
determinação do projeto.
b) Coordena a conexão da mangueira
com o tubo de injeção.
c) Injeta calda em volumes e pressões de-
finidos no projeto.
d) Lança no Boletim os valores de pressão
e volumes injetados.
e) Monta e instala barbacãs, drenos de
paramento e DHPs.
7.4 Mangoteiro
a) Verifica instalação de mangotes, bico
projetor e mangueira d’água.
b) Posiciona o bico projetor para que este
fique perpendicular entre a superfície e
o jato de concreto, mantendo distância
da parede entre 1 e 1,5 metro, e fazendo
SOLO GRAMPEADO
13
sempre movimentos circulares.
c) Regula visualmente a água de hidrata-
ção do concreto.
d) Controla a espessura final da camada,
conforme o projeto.
7.5 Operador de bomba de projeção
a) Verifica a instalação adequada do equi-
pamento, conforme recomendação do fa-
bricante.
b) Regula a pressão de contato dos discos
e o abastecimento da bomba.
c) Regula a vazão de ar ideal para a proje-
ção do concreto.
d) Realiza procedimentos recomendados
tanto no início quanto no término da pro-
jeção.
e) Executa desentupimentos eventuais do
mangote.
f) Quando o concreto é produzido na
obra, fiscaliza a dosagem da mistura.
7.6 Auxiliar geral
Auxilia os especialistas nas atividades
principais.
7.7 Armador (Auxiliar geral)
Distribui, amarra e mantém os espaça-
mentos entre os ferros e a face do terre-
no, conforme especificado no projeto.
Obs. Devido à não simultaneidade das
tarefas, um mesmo funcionário pode
exercer várias funções, desde que esteja
qualificado.
8 Controle executivo
Não existe, até o momento, normali-
zação brasileira que regulamente os con-
troles de execução do solo grampeado.
Porém, é recomendada a medição diária
de deformação da contenção.
8.1 Chumbador
É aceitável que haja um deslocamento
de até 15%, tanto horizontal quanto ver-
tical, do ponto previsto para o posiciona-
mento do chumbador. Porém, a quanti-
dade de chumbadores prevista no projeto
para a área contida deve ser mantida.
É desnecessário o controle rigoroso
quanto à tolerância da inclinação, acei-
tando-se uma variação em torno de 5º.
A ferragem precisa ficar centralizada
e seu recobrimento deve ser totalmente
seguro.
É preciso garantir que não haja perda
de calda ou de resina, pela observação,
minutos após a injeção junto à boca do
chumbador, de que não houve decanta-
ção.
A calda de injeção deve atender as es-
pecificações do projeto, sem presença de
cimentos agressivos à armação do chum-
bador.
O fator água-cimento deve ser ajusta-
do em campo, em função das condições
de estabilidade da cavidade perfurada
assim como da sua permeabilidade.
Todo chumbador deve receber, pelo
menos, uma fase de injeção além da in-
jeção da bainha. Esta é a técnica mais se-
gura, pois minimiza erros operacionais,
assim como permite o adequado adensa-
mento do solo e, portanto, a melhor fi-
xação da barra ao solo. As injeções, além
de promoverem a melhor ancoragem do
chumbador, tratam o maciço, adensan-
do-o e preenchendo fissuras.
Para o local onde foram cravados ele-
mentos de aço, não é necessária a aplica-
ção de proteção anticorrosiva. Neste caso,
deve-se adotar um aço com maior espes-
SOLO GRAMPEADO
14
sura. Se o elemento cravado for tubular, é
possível a injeção posterior, desde que a
cravação seja feita com ponteiras.
A proteção anticorrosiva com tinta po-
limérica, pintura eletrolítica ou qualquer
processo de inibição da corrosão, deve ser
eficiente e se manter mesmo com o ma-
nejo das barras.
Como sugestão de proteção anticor-
rosiva, pode ser adotada a proposta da
NBR5629 “Tirantes Ancorados no Terre-
no”, publicada em 1996 pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
considerando o grampo como o trecho
ancorado de um tirante, de acordo com o
especificado na Figura 16.
O ensaio de tracionamento do chum-
bador pode ser realizado para se obter
dados para projeto. Porém, não há nor-
malização para isso. Sugerimos a execu-
ção de ensaios em, no mínimo, 10% das
ancoragens, ou em quantidade tal que
seja representativa do resultado.
Durante a perfuração devem ser ob-
servadas as posições estruturais das ca-
madas de solo em função do corte, ajus-
tando, se necessário, o posicionamento
dos chumbadores.
8.2 Concreto projetado
O concreto projetado deve ter a es-
pessura controlada por meio de marcos
aplicados a cada 4 m². Para sua aplicação,
devem ser seguidas as normas brasileiras
de concreto projetado, nos casos em que
couberem.
É necessário que se tenha especial
atenção na utilização do equipamento de
via seca em condições corretas de pressão
e vazão, no cálculo correto do volume de
aplicação da água e na cura. Como a ex-
posição atmosférica do concreto é muito
grande, durante a cura devem ser toma-
dos cuidados especiais de umidificação.
A utilização do pré-umidificador de
linha é recomendada para se obter con-
creto com menor reflexão, maior resistên-
cia, menor permeabilidade e com menos
poeira.
8.3 Drenagem
Durante a execução devem ser avalia-
das e determinadas as posições e fluxos
do lençol freático, que dificilmente o são
na fase do projeto. Desta forma haverá
um correto ajuste no sistema de drena-
gem.
8.4 Geral
Para se avançar na aplicação da técni-
ca do Solo Grampeado, bem como para
sua otimização, é fundamental que sejam
realizadas medidas de deformação do
maciço. Sugerimos que estas tomadas de
deformações sejam feitas da forma mais
simples e prática possível.
Uma sugestão é a instalação de ex-
Classes
Tipo de
chumbador Proteção
1
Permanentes em
meio agressivo*
ou provisórios
em meio muito
agressivo*.
Dupla, com
emprego
de pintura
anticorrosiva
e calda de
cimento.
2
Permanentes em
meio agressivo*
ou provisórios
em meio me-
dianamente
agressivo*.
Simples, com
injeção de
calda de
cimento.
3
Permanentes ou
provisórios em
meio não
agressivo*.
* A definição de agressividade é subjetiva e pode-se
adotar aquela proposta na NBR 5629.
Figura 16 - Proteção anticorrosiva
SOLO GRAMPEADO
15
tensômetros múltiplos nas posições onde
houver maior probabilidade de deforma-
ções (Figura 17). Os trechos livres das três
barras do extensômetro devem ter os se-
guintes comprimentos:
• a maior, com 3 m além do comprimento
do chumbador.
• a intermediária, com comprimento mé-
dio entre a maior e a menor.
• a menor com, pelo menos, 3 m de tre-
cho livre.
A instalação de dois conjuntos de ex-
tensômetros numa mesma linha vertical
(um a 2 metros da crista e o outro a 1,5 m
da base do paramento) pode nos indicar
o comportamento da cortina como um
todo.
As leituras dos extensômetros devem
ser diárias durante a escavação do solo e
semanal nos três primeiros meses após o
término dos trabalhos de contenção (Fi-
gura 18). Devem ser consideradas, no mí-
nimo, leituras de deformações de pinos,
por estação total, em três faixas verticais
do muro, que sejam representativas da
obra.
Convém posicionar os extensômetros
de tal forma que possam ser feitas leituras
dos mesmos ao longo da vida da obra.
Durante a execução da obra são fun-
damentais as visitas constantes do proje-
tista ou do consultor para que se observe
a qualidade executiva. Estas visitas visam
avaliar premissas de projeto bem como
analisar pressões e consumos das injeções
dos chumbadores, e ensaios realizados.
As propostas acima visam a compila-
ção de informações quando não há re-
comendações específicas no projeto em
execução.
9 Manutenção do solo grampeado
9.1 Paramento de concreto
A parede de concreto não exige manu-
tenção especial, só as usuais para o con-
creto comum.
As juntas devem ser limpas com aplica-
ção de mastique sempre que necessário.
Manchas eventuais de umidade no
concreto podem evidenciar uma possível
ineficiência da drenagem de paramento
ou da drenagem profunda. Inicialmente,
deve ser feita a manutenção preventiva.
Caso ocorram manchas de umidade
na superfície do concreto, este deve ser
perfurado para se verificar o motivo des-
ta ocorrência.
Pode ser instalado um dreno profun-
do adicional para eliminação da umidade
local.
Figura 17 - Hastes individuais ancoradas a diferentes
profundidades
Figura 18 - Medição de defor-
mação em obra
Hastes individuais ancoradas
a diferentes profundidades,
revestidas e engraxadas
Placa
de aço
Medidas de deformação
para cada profundidade
Revesti-
mento de
concreto
SOLO GRAMPEADO
16
9.2 Drenagem de paramento
As saídas destes drenos devem sofrer limpezas constantes, de forma a não interrom-
perem o caminho aberto para o fluxo de água.
9.3 Drenagem profunda
Os drenos profundos devem sofrer manutenção anual, da seguinte forma:
• Construa um êmbolo
que penetre no DHP (a
folga entre o êmbolo e
o PVC do dreno deve ter
cerca de 1 mm). Figura
19.
• Injete água pelo êm-
bolo e, simultaneamen-
te, introduza-o até o
final do dreno. Figura 20.
• Retire o êmbolo. Figura
21.
Esta operação deve ser repetida diversas vezes, até a água, que sai logo após a reti-
rada do êmbolo, estar translúcida.
9.4 Manutenção da drenagem do maciço
Deve haver especial atenção à manutenção dos drenos, para que estes trabalhem
eficientemente.
• DHPs: devem estar desobstruídos e sofrer limpezas, a cada 6 meses, de forma a eli-
minar o acúmulo de material fino ou de fungos no seu entorno, diminuindo sua capa-
cidade de drenagem.
• Drenos de paramento ou barbacãs: manter sempre suas saídas desobstruídas.
Figura 19 - Folga entre êmbolo e tubo de 1 mm
Figura 20 - Introdução do êmbolo e injeção de água
Figura 21 - Retirada do êmbolo
SOLO GRAMPEADO
17
10 Modelo de boletim de execução
Conforme boletim ilustrativo (Figura 22), são anotados todos os dados de execução
dos chumbadores.
Figura 22 - Modelo de boletim de execução dos chumbadores

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  • 1. SOLO GRAMPEADO 5 • Taludes existentes sem estabilidade satisfatória (Figura 3). • Taludes rompidos (Figura 4) 2 Norma Não existe norma específica da ABNT. 3 Método construtivo O solo grampeado tem início com a execução de chumbadores verticais, como medida de melhoria do solo, e o corte descendente do solo na geometria do projeto (Figuras 5 e 6), excetuando-se os casos de taludes pré-existentes. Segue- se com a execução da primeira linha de chumbadores e aplicação do revestimen- to de concreto projetado. Caso o talude já esteja cortado pode- se trabalhar de forma descendente ou ascendente, conforme a conveniência. Si- multaneamente ao avanço dos trabalhos, são executados os drenos profundos e os de paramento, assim como canaletas ou Índice 1 Definição 2 Norma 3 Método construtivo 4 Chumbador 5 Concreto projetado 6 Drenagem 7 Equipe de trabalho 8 Controle executivo 9 Manutenção do solo grampeado 10 Modelo de boletim de execução 1 Definição Solo grampeado é uma técnica de melhoria de solos, que permite a con- tenção de taludes por meio da execução de chumbadores, concreto projetado e drenagem. Os chumbadores promovem a estabilização geral do maciço, o concreto projetado dá estabilidade local junto ao paramento e a drenagem age em ambos os casos (Figura 1). Esta técnica se aplica a: • Cor- tes para implan- tação de subsolos ou cortes com geometria instável (Figura 2) Figura 1 - Estabilidade geral do maciço Figura 2 - Subsolo de edifícios Figura 3 - Taludes instáveis Figura 4 - Taludes rompidos
  • 2. SOLO GRAMPEADO 6 sos, não há o tratamento do maciço fei- to pela injeção de calda de cimento sob pressão. 4.2 Perfuração As perfurações são executadas por equipamentos de fácil manuseio, pesan- do entre 25 e 500 Kg, instaláveis sobre qualquer talude. Como fluído de perfu- ração e limpeza do furo pode ser utiliza- da água, ar ou lama. Se a opção for por trados, não é necessário o uso de fluídos. Usualmente, é adotado o sistema de lava- gem com água injetada pela haste, que é dotada de elemento cortante na sua ex- tremidade, do tipo tricone com vídea, e diâmetro de 3”. Conforme a profundidade e o diâme- tro do furo, e a área de trabalho, pode-se optar por perfuratrizes tipo sonda, cra- wlair, wagon drill ou até mesmo manuais. Quando a condição de trabalho permite alta produtividade, são utilizadas carretas perfuratrizes sobre esteiras, cujos pesos variam entre 2.000 e 4.000 Kg. Os chum- badores têm inclinação sub-horizontal, entre 5º e 30º. A escolha do método de perfuração deve ser feita de modo que a cavidade perfurada permaneça estável até a con- clusão da injeção. descidas d’água, conforme especificado no projeto. 4 Chumbador 4.1 Definição Chumbadores, conforme mostra a Fi- gura 7, são peças moldadas no local por meio de operações de perfuração feitas com equipamento sobre carreta ou de porte manual, e instalação e fixação de armação metálica, com injeção de calda de cimento sob pressão. Eles também podem ser feitos pela cravação de barras, cantoneiras ou tu- bos de aço, com a utilização de martelos pneumáticos ou manualmente. Porém, esta não é a prática brasileira. Nestes ca- 1. Escavação 2. Execução do chumbador 3. concreto projetado Figura 6 - Fases construtivas em corte. Exemplo de escavação mecanizada Figura 5 - Escavação manual com bermas entre as partes escavadas Figura 7 - Partes construtivas do chumba- dor Concreto projetado armado com fibras ou telas Centralizador Barra de aço com pintura anticorrosiva Tubos de injeção multifases Calda de cimento Dobra do aço com Ø ≤ 20 mm Válvula de injeção
  • 3. SOLO GRAMPEADO 7 4.3 Montagem Depois da perfuração, é instalada e fi- xada a armação metálica, que deve man- ter suas características de resistência ao longo do tempo. As nervuras recebem tratamento anticorrosivo, feito usualmen- te por meio de resinas poliméricas e calda de cimento. Ao longo destes elementos são instalados dispositivos centralizado- res, que garantem o contínuo e constante recobrimento com calda de cimento. Usualmente, a barra de aço tem diâ- metro entre 10 e 25 mm. Ela deve ter uma dobra na sua extremidade (para diâme- tros de, no máximo, 20 mm), com cerca de 20 cm, e centralizadores a cada 2 m. Po- de-se aplicar placa e porca para proten- são dos chumbadores. É comum também a solda de um pedaço de barra de aço. Adjacente à barra, é instalado um ou mais tubos de injeção perdidos, feitos de polietileno ou material similar, com diâ- metros entre 8 e 15 mm, providos de vál- vulas a cada 0,5 m, a até 1,5 m da boca do furo. A quantidade de tubos depende das fases de injeção previstas, e deve ser considerado um tubo para cada fase. 4.4 Injeção A bainha sofre injeção pelo tubo au- xiliar removível, de forma ascendente, com calda de cimento fator água/cimento próximo a 0,5 (em peso), proveniente de misturador de alta turbulência, até que a calda extravase pela boca do furo. Uma boa alternativa é o preenchimento do furo com calda e a posterior introdução da armação metálica. A bainha é a fase inicial de injeção, com a qual se recompõe a cavidade escavada. Após um mínimo de 12 horas, o chum- bador deve sofrer uma reinjeção por meio do tubo de injeção perdido, anotando-se a pressão de abertura máxima, de injeção e o volume de calda absorvida. A quanti- dade de injeções ou reinjeções depende do número de tubos colocados, que de- pende do terreno onde o trabalho é exe- cutado. Usualmente, a injeção é feita em três fases, duas profundas e uma superficial, esta nos dois metros iniciais. 5 Concreto projetado 5.1 Definição Concreto projetado é a mistura de ci- mento, areia, pedrisco, água e aditivos, conduzidos por ar comprimido desde o equipamento de projeção até o local de aplicação, através de mangote. Na extremidade do mangote há um bico de projeção, onde é acrescentada água. Esta mistura é lançada pelo ar- comprimido, a grande velocidade, na su- perfície a ser moldada. Ainda podem ser adicionados ao traço: microssílica; fibras ou outros componentes. As peças podem receber ferragens convencionais, telas eletrossoldadas ou fi- bras, conforme a necessidade do projeto. Existem duas maneiras de se obter o concreto projetado: por via seca e por via úmida. A diferença básica está no prepa- ro e condução dos componentes do con- creto: • Via seca: preparo a seco. A adição de água é feita junto ao bico de projeção, al- guns instantes antes da aplicação; • Via úmida: preparado com água e assim conduzido até o local da aplicação. Ambas as vias utilizam traços e equi- pamentos com características especiais. O equipamento utilizado para solo grampe- ado é o de via seca, ao qual nos referire- mos nos itens a seguir.
  • 4. SOLO GRAMPEADO 8 5.2 Equipamentos Para via seca são necessários, pelo me- nos, os equipamentos e acessórios, con- forme a montagem convencional mostra- da na Figura 8. • Bomba de projeção: recebe concreto seco adequadamente misturado e o dis- ponibiliza para aplicação. Os equipamen- tos devem estar em perfeitas condições de trabalho. Peças de consumo devem estar com desgaste aceitável e a máquina sempre bem ajustada. • Compressor de ar: acoplado à bomba de projeção, fornece ar comprimido em vazão e pressão corretas para conduzir o concreto até o local da aplicação. A prática brasileira é de que para qualquer diâmetro de mangueira ou vazão de tra- balho, a pressão característica do com- pressor seja de 0,7 MPa. Este valor lido no compressor, quando da projeção do concreto, não pode ser inferior a 0,3 MPa. Desta forma, para distâncias de até 50 m teremos, como condição mínima, os valo- res expressos na Figura 9. • Bomba de água: fornece água em vazão e pressão junto ao bico de projeção. Pode ser substituída pela rede pública de for- necimento de água. Deve fornecer água junto ao bico de projeção com pressão pelo menos 0,1 MPa superior àquela dos materiais em fluxo. • Mangote: duto de borracha por onde o concreto é conduzido desde a bomba até o ponto de aplicação. • Bico de projeção: peça instalada na ex- tremidade de saída do mangote junto à aplicação. • Anel de água: componente do bico de projeção pelo qual se adiciona água ao concreto. • Bico pré-umidificador: instalado a cerca de 3 m do bico de projeção, visa fornecer água ao concreto seco antes do ponto de aplicação. Sua utilização é ocasional. Acessórios como mangotes, bicos, anéis d’água, pré-umidificadores e discos devem estar em plenas condições de uso, conforme especificação de fabricantes e fornecedores. 5.3 O concreto Normalmente, a resistência solicita- da nos projetos é de 15 MPa, mas pode atingir valores muito mais altos, de até 40 MPa. O concreto seco pode ser fornecido usinado, em caminhões-betoneiras, ou preparado no canteiro de obras. O ideal é o preparo do concreto no canteiro de obras, pois sempre haverá concreto à disposição, na quantidade e na hora em que for necessário. • Agregados: como agregados, há o pe- drisco ou pedra zero e a areia média. Tan- to um quanto o outro devem ter umidade mínima: Figura 9 - Condição de operação do com- pressor Vazão do compressor (pcm) Diâmetro do mangote da máquina de projetado Pressão de ar necessária (MPa) máx 350 1½” 0,7 600 2” 0,7 700 2½” 0,7 Figura 8 - Montagem da aplicação conve- cional do concreto projetado Compressor de ar Alimentação do concreto a seco Bomba de projeção Mangote 100% água Bico de projeção Anel d´água
  • 5. SOLO GRAMPEADO 9 - A areia, em torno de 5%, e nunca infe- rior a 3%, pois assim causa muita poeira, e nem superior a 7%, pois isto ocasiona entupimentos do mangote e o início de hidratação do cimento. - Para o pedrisco, a umidade de 2% é su- ficiente. A areia média não pode ter acima de 5% de grãos finos, e deve ser composta por 60% de grãos médios e de até 35% de grãos grossos. • Cimento: pode ser Comum, Composto, Pozolânico, Alto Forno, ARI ou ARI-RS, dependendo das especificações do proje- to. Podem ser utilizados aditivos acelera- dores de pega, secos ou líquidos, confor- me a necessidade da obra. • Água: deve estar de acordo com o que recomenda a tecnologia do concreto. Sua dosagem é feita pelo mangoteiro, por meio de registro, junto ao anel d’água, e é resultado da sensibilidade e experiência adquiridas noutras obras pelo operador. • Controle: o controle da qualidade do concreto é feito pela extração de corpos de prova de placas moldadas na obra. Existem algumas normas da ABNT para este controle, que tiveram seu desenvol- vimento impulsionado pelos serviços de execução de Túneis NATM, são elas: - NBR 13044 Concreto Projetado: Reconstituição da mistura recém-projetada. - NBR 13069 Concreto Projetado: Determinação dos tempos de pega em pasta de cimento Portland, com ou sem utilização de aditi- vo acelerador de pega. - NBR 13070 Moldagem de placas para ensaio de arga- massa de concreto projetado. - NBR 13371 Concreto Projetado: Determinação do ín- dice de reflexão por medição direta. - NBR 13354 Concreto Projetado: Determinação do ín- dice de reflexão em placas. 5.4 Aplicação / Mangoteiro Os aplicadores de concreto têm extre- ma importância na qualidade do serviço. Neste trabalho é usual termos dois espe- cialistas: o mangoteiro e o bombeiro. O bombeiro está sempre junto à bom- ba de projeção, ajustando-a conforme os desgastes ocorrem e verificando o corre- to fornecimento do volume de ar do com- pressor. O mangoteiro é quem aplica o concre- to, em movimentos contínuos, usualmen- te circulares, dirigidos ortogonalmente à superfície a uma distância de 1 m. Além disso, o mangoteiro regula a água e tem sensibilidade para perceber oscilações nas características de vazão e pressão do ar. 5.5 Armação As telas eletrossoldadas têm sido a ar- mação convencional do concreto projeta- do. Sua instalação é feita em uma ou duas camadas, conforme especificado em pro- jeto. Aplica-se a primeira camada com a primeira tela, a segunda camada do pro- jetado, a segunda tela e o concreto final. Telas podem ser instaladas antes do concreto. Entretanto, é preciso cuidado especial para evitar que elas funcionem como anteparo e ocorram vazios atrás das mesmas, conforme mostra a Figura 10. Em 1992, alternativamente às telas, passamos a utilizar fibras de aço adicio- nadas ao concreto diretamente na beto- neira ou no caminhão-betoneira. Em 2001, substituímos as fibras metá- licas por fibras sintéticas (polietileno te- reftalato), e obtivemos uma mistura per-
  • 6. SOLO GRAMPEADO 10 feitamente homogênea. Isto não requer qualquer mudança nos equipamentos e promove redução na equipe de trabalho, já que dispensa mão-de-obra para prepa- ro e instalação das telas. As fibras sintéticas se ajustam perfei- tamente ao corte realizado no talude, aceitando superfícies irregulares, com es- pessura constante, como se vê na Figura 11. O resultado é um concreto extrema- mente tenaz. A presença das fibras pro- duz concreto de baixa permeabilidade, pois elas agem no combate às tensões de tração durante o início da cura, homoge- neamente, em todas as regiões da peça. Não há cuidado especial com a cober- tura da armação, pois a corrosão eventual se limita àquela fibra que está em con- tato com a atmosfera, não afetando as outras, que ficam imersas no concreto. A tendência é a total substituição das telas por fibras sintéticas. 6 Drenagem 6.1 Definição A prática usual recomenda sempre a execução de serviços de drenagem pro- funda e de superfície. Para drenagem pro- funda usa-se o DHP (Dreno Sub-Horizon- tal Profundo). Drenos de superfície são os drenos de paramento e as canaletas. 6.2 Dreno sub-horizontal profundo São elementos que captam as águas distantes da face do talude antes que nele aflorem. Ao captá-las, eles as con- duzem ao paramento e despejam-nas nas canaletas. Drenos sub-horizontais profundos, conforme ilustra a Figura 12, são tubos plásticos drenantes, de 1¼” a 2”, instala- dos em perfurações no solo, de 2½” a 4”. Estes tubos são perfurados e recober- tos por manta geotêxtil ou por tela de nylon, no entanto, podem ter somente microrranhuras (<0,4 mm), sem recobri- Figura 11 - Detalhe da aplicação com fibras Figura 10 - Detalhe das “sombras” na apli- cação do concreto “Sombras” ou região de menorcompactação Detalhe 1,0 m Figura 12 - Dreno Sub-Horizontal Profundo Selo de argila ou solo-cimento Tubo de PVC rígido Ø 40 mm perfurado no diâmetro de 8 mm a cada 5 cm envolto por tela de nylon # 60 ou bidim OP 20 ou ranhurado sem tela Furo Ø 3”
  • 7. SOLO GRAMPEADO 11 mento por manta ou tela. São drenos lineares embutidos no ma- ciço, cujos comprimentos se situam, nor- malmente, entre 6 e 18 m. 6.3 Dreno de paramento São peças que promovem o adequado fluxo às águas vindas do talude que che- gam ao paramento. Estão graficamente apresentadas nas Figuras 13, 14 e 15. Para os drenos de paramento, ou aqueles atrás e adjacentes ao revestimen- to de concreto, há o dreno linear contí- nuo e o barbacã. O dreno tipo barbacã é resultado da escavação de cavidade com cerca de 20 x 20 x 20 cm, preenchida com material are- noso e cuja saída é um tubo de PVC dre- nante, partindo do seu interior para fora do revestimento, com inclinação horizon- tal descendente. Trata-se de uma drena- gem pontual. O dreno linear contínuo é resultado da instalação, numa escavação, de calha plástica drenante revestida por manta geotêxtil ou por dreno fibroquímico. Ele estende-se ao longo da direção vertical, da crista até o pé do talude, aflora na ca- naleta de pé e é considerado um dreno linear. Trata-se de opção eficiente, reco- mendável para o projeto. 6.4 Dreno de superfície As canaletas de crista e pé, bem como as de descida d’água, são moldadas no local e depois revestidas com concreto projetado. Deve ser analisado caso a caso o eventual efeito erosivo no despejo cau- sado por esta forma de captação e condu- ção das águas. Figura 14 - Fluxo da água nos drenos line- ares contínuos Figura 13 - Fluxo da água nos drenos pontuais Figura 15 - Detalhes dos drenos Dreno pontual de paramento - barbacã Dreno linear contínuo Canaleta de plástico envolta por geotêxtil ou dreno fibroquímico Geotêxtil PVC Areia Tela de nylon
  • 8. SOLO GRAMPEADO 12 7 Equipe de trabalho A equipe mínima para execução do solo grampeado deve ser composta por: 7.1 Encarregado geral de serviços a) Verifica: condições de entrada e movi- mentação de equipamentos no canteiro da obra; descarregamento de equipa- mentos, utensílios e ferramentas; instala- ção da central de trabalho e implantação geral da obra. b) Verifica programação de execução (sequência executiva) de acordo com ca- racterísticas da obra e necessidades do cliente. c) Coordena o DDS (diálogo diário de se- gurança) antes do início das atividades diárias e instrui em relação à segurança durante a execução dos serviços. d) Orienta a locação dos chumbadores, bem como inclinação, direção e instala- ção do equipamento. e) Orienta em relação aos procedimentos e acompanhamento de perfuração e in- jeção. f) Verifica condições de drenagem super- ficial e retirada do material escavado da obra, para permitir o livre trânsito dos equipamentos e do pessoal na obra. g) Obtém do responsável pela obra libe- ração formal dos serviços a executar, no tocante à sua locação e cotas, à medida que os trabalhos são desenvolvidos. h) Mantém contato com o representante do cliente no campo com relação às solici- tações e providências para a continuidade normal da obra. i) Aprova o boletim, que é elaborado pelo perfurador e pelo injetador. 7.2 Operador de perfuratriz a) Movimenta o equipamento de acordo com a sequência executiva. b) Instala o equipamento no furo, obser- vando locação e inclinação. c) Verifica quantidade e tamanho das hastes ou dos tubos de revestimento colo- cados para acompanhar a profundidade perfurada. d) Verifica mudanças de camadas do solo à medida que a perfuração avança. e) Verifica eventuais perdas d’água du- rante a perfuração. f) Elabora registro dos dados de perfura- ção para inclusão no boletim. g) Orienta auxiliares de perfuração na utilização do ferramental necessário. 7.3 Injetador a) Prepara calda de cimento, atendendo determinação do projeto. b) Coordena a conexão da mangueira com o tubo de injeção. c) Injeta calda em volumes e pressões de- finidos no projeto. d) Lança no Boletim os valores de pressão e volumes injetados. e) Monta e instala barbacãs, drenos de paramento e DHPs. 7.4 Mangoteiro a) Verifica instalação de mangotes, bico projetor e mangueira d’água. b) Posiciona o bico projetor para que este fique perpendicular entre a superfície e o jato de concreto, mantendo distância da parede entre 1 e 1,5 metro, e fazendo
  • 9. SOLO GRAMPEADO 13 sempre movimentos circulares. c) Regula visualmente a água de hidrata- ção do concreto. d) Controla a espessura final da camada, conforme o projeto. 7.5 Operador de bomba de projeção a) Verifica a instalação adequada do equi- pamento, conforme recomendação do fa- bricante. b) Regula a pressão de contato dos discos e o abastecimento da bomba. c) Regula a vazão de ar ideal para a proje- ção do concreto. d) Realiza procedimentos recomendados tanto no início quanto no término da pro- jeção. e) Executa desentupimentos eventuais do mangote. f) Quando o concreto é produzido na obra, fiscaliza a dosagem da mistura. 7.6 Auxiliar geral Auxilia os especialistas nas atividades principais. 7.7 Armador (Auxiliar geral) Distribui, amarra e mantém os espaça- mentos entre os ferros e a face do terre- no, conforme especificado no projeto. Obs. Devido à não simultaneidade das tarefas, um mesmo funcionário pode exercer várias funções, desde que esteja qualificado. 8 Controle executivo Não existe, até o momento, normali- zação brasileira que regulamente os con- troles de execução do solo grampeado. Porém, é recomendada a medição diária de deformação da contenção. 8.1 Chumbador É aceitável que haja um deslocamento de até 15%, tanto horizontal quanto ver- tical, do ponto previsto para o posiciona- mento do chumbador. Porém, a quanti- dade de chumbadores prevista no projeto para a área contida deve ser mantida. É desnecessário o controle rigoroso quanto à tolerância da inclinação, acei- tando-se uma variação em torno de 5º. A ferragem precisa ficar centralizada e seu recobrimento deve ser totalmente seguro. É preciso garantir que não haja perda de calda ou de resina, pela observação, minutos após a injeção junto à boca do chumbador, de que não houve decanta- ção. A calda de injeção deve atender as es- pecificações do projeto, sem presença de cimentos agressivos à armação do chum- bador. O fator água-cimento deve ser ajusta- do em campo, em função das condições de estabilidade da cavidade perfurada assim como da sua permeabilidade. Todo chumbador deve receber, pelo menos, uma fase de injeção além da in- jeção da bainha. Esta é a técnica mais se- gura, pois minimiza erros operacionais, assim como permite o adequado adensa- mento do solo e, portanto, a melhor fi- xação da barra ao solo. As injeções, além de promoverem a melhor ancoragem do chumbador, tratam o maciço, adensan- do-o e preenchendo fissuras. Para o local onde foram cravados ele- mentos de aço, não é necessária a aplica- ção de proteção anticorrosiva. Neste caso, deve-se adotar um aço com maior espes-
  • 10. SOLO GRAMPEADO 14 sura. Se o elemento cravado for tubular, é possível a injeção posterior, desde que a cravação seja feita com ponteiras. A proteção anticorrosiva com tinta po- limérica, pintura eletrolítica ou qualquer processo de inibição da corrosão, deve ser eficiente e se manter mesmo com o ma- nejo das barras. Como sugestão de proteção anticor- rosiva, pode ser adotada a proposta da NBR5629 “Tirantes Ancorados no Terre- no”, publicada em 1996 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), considerando o grampo como o trecho ancorado de um tirante, de acordo com o especificado na Figura 16. O ensaio de tracionamento do chum- bador pode ser realizado para se obter dados para projeto. Porém, não há nor- malização para isso. Sugerimos a execu- ção de ensaios em, no mínimo, 10% das ancoragens, ou em quantidade tal que seja representativa do resultado. Durante a perfuração devem ser ob- servadas as posições estruturais das ca- madas de solo em função do corte, ajus- tando, se necessário, o posicionamento dos chumbadores. 8.2 Concreto projetado O concreto projetado deve ter a es- pessura controlada por meio de marcos aplicados a cada 4 m². Para sua aplicação, devem ser seguidas as normas brasileiras de concreto projetado, nos casos em que couberem. É necessário que se tenha especial atenção na utilização do equipamento de via seca em condições corretas de pressão e vazão, no cálculo correto do volume de aplicação da água e na cura. Como a ex- posição atmosférica do concreto é muito grande, durante a cura devem ser toma- dos cuidados especiais de umidificação. A utilização do pré-umidificador de linha é recomendada para se obter con- creto com menor reflexão, maior resistên- cia, menor permeabilidade e com menos poeira. 8.3 Drenagem Durante a execução devem ser avalia- das e determinadas as posições e fluxos do lençol freático, que dificilmente o são na fase do projeto. Desta forma haverá um correto ajuste no sistema de drena- gem. 8.4 Geral Para se avançar na aplicação da técni- ca do Solo Grampeado, bem como para sua otimização, é fundamental que sejam realizadas medidas de deformação do maciço. Sugerimos que estas tomadas de deformações sejam feitas da forma mais simples e prática possível. Uma sugestão é a instalação de ex- Classes Tipo de chumbador Proteção 1 Permanentes em meio agressivo* ou provisórios em meio muito agressivo*. Dupla, com emprego de pintura anticorrosiva e calda de cimento. 2 Permanentes em meio agressivo* ou provisórios em meio me- dianamente agressivo*. Simples, com injeção de calda de cimento. 3 Permanentes ou provisórios em meio não agressivo*. * A definição de agressividade é subjetiva e pode-se adotar aquela proposta na NBR 5629. Figura 16 - Proteção anticorrosiva
  • 11. SOLO GRAMPEADO 15 tensômetros múltiplos nas posições onde houver maior probabilidade de deforma- ções (Figura 17). Os trechos livres das três barras do extensômetro devem ter os se- guintes comprimentos: • a maior, com 3 m além do comprimento do chumbador. • a intermediária, com comprimento mé- dio entre a maior e a menor. • a menor com, pelo menos, 3 m de tre- cho livre. A instalação de dois conjuntos de ex- tensômetros numa mesma linha vertical (um a 2 metros da crista e o outro a 1,5 m da base do paramento) pode nos indicar o comportamento da cortina como um todo. As leituras dos extensômetros devem ser diárias durante a escavação do solo e semanal nos três primeiros meses após o término dos trabalhos de contenção (Fi- gura 18). Devem ser consideradas, no mí- nimo, leituras de deformações de pinos, por estação total, em três faixas verticais do muro, que sejam representativas da obra. Convém posicionar os extensômetros de tal forma que possam ser feitas leituras dos mesmos ao longo da vida da obra. Durante a execução da obra são fun- damentais as visitas constantes do proje- tista ou do consultor para que se observe a qualidade executiva. Estas visitas visam avaliar premissas de projeto bem como analisar pressões e consumos das injeções dos chumbadores, e ensaios realizados. As propostas acima visam a compila- ção de informações quando não há re- comendações específicas no projeto em execução. 9 Manutenção do solo grampeado 9.1 Paramento de concreto A parede de concreto não exige manu- tenção especial, só as usuais para o con- creto comum. As juntas devem ser limpas com aplica- ção de mastique sempre que necessário. Manchas eventuais de umidade no concreto podem evidenciar uma possível ineficiência da drenagem de paramento ou da drenagem profunda. Inicialmente, deve ser feita a manutenção preventiva. Caso ocorram manchas de umidade na superfície do concreto, este deve ser perfurado para se verificar o motivo des- ta ocorrência. Pode ser instalado um dreno profun- do adicional para eliminação da umidade local. Figura 17 - Hastes individuais ancoradas a diferentes profundidades Figura 18 - Medição de defor- mação em obra Hastes individuais ancoradas a diferentes profundidades, revestidas e engraxadas Placa de aço Medidas de deformação para cada profundidade Revesti- mento de concreto
  • 12. SOLO GRAMPEADO 16 9.2 Drenagem de paramento As saídas destes drenos devem sofrer limpezas constantes, de forma a não interrom- perem o caminho aberto para o fluxo de água. 9.3 Drenagem profunda Os drenos profundos devem sofrer manutenção anual, da seguinte forma: • Construa um êmbolo que penetre no DHP (a folga entre o êmbolo e o PVC do dreno deve ter cerca de 1 mm). Figura 19. • Injete água pelo êm- bolo e, simultaneamen- te, introduza-o até o final do dreno. Figura 20. • Retire o êmbolo. Figura 21. Esta operação deve ser repetida diversas vezes, até a água, que sai logo após a reti- rada do êmbolo, estar translúcida. 9.4 Manutenção da drenagem do maciço Deve haver especial atenção à manutenção dos drenos, para que estes trabalhem eficientemente. • DHPs: devem estar desobstruídos e sofrer limpezas, a cada 6 meses, de forma a eli- minar o acúmulo de material fino ou de fungos no seu entorno, diminuindo sua capa- cidade de drenagem. • Drenos de paramento ou barbacãs: manter sempre suas saídas desobstruídas. Figura 19 - Folga entre êmbolo e tubo de 1 mm Figura 20 - Introdução do êmbolo e injeção de água Figura 21 - Retirada do êmbolo
  • 13. SOLO GRAMPEADO 17 10 Modelo de boletim de execução Conforme boletim ilustrativo (Figura 22), são anotados todos os dados de execução dos chumbadores. Figura 22 - Modelo de boletim de execução dos chumbadores