2. O CLA (ácido linoléico conjugado – o mais utilizado)
é um ácido graxo e que está presente nas gorduras
(ou lipídeos). Trata-se de um composto natural,
existente em diferentes formas, de acordo com o
arranjo de suas moléculas. É um termo usado para a
mistura dos isômeros geométricos do ácido
linoléico (C18:2) que contém duas duplas ligações e
que está presente em diversos alimentos de origem
animal.
3.
4. O CLA é produzido naturalmente pelas bactérias
fermentativas presentes no estômago (rúmen) de
animais ruminantes e está presente em maiores
concentrações em carnes, leite e seus derivados.
Assim, a particularidade de CLA em produtos
alimentícios derivados dos ruminantes relaciona a
incompleta biohidrogenação dos ácidos graxos
insaturados da dieta do animal no rúmen. Um grande
número de espécies de bactérias do rúmen (o primeiro
compartimento do estômago de ruminantes)
produzem CLA a partir da biohidrogenação do ácido
linoléico e linolênico através de enzimas específicas.
5. O objetivo de se aumentar o CLA visa-se uma maior ingestão pelo
ser humano de produtos ricos nesses ácidos graxos. Nos últimos
anos o interesse por esse composto vem aumentando
principalmente em função de dois tipos de efeitos biológicos
demonstrados em pesquisas por diferentes grupos ao redor do
mundo: sua atividade anti-carcinogênica (que previne o câncer) e
sua propriedade repartidora de nutrientes.
A atividade anti-carcinogênica do CLA, em sua forma cis-9, trans-
11, foi a primeira propriedade a atrair interesse. Talvez este seja o
mais potente anti-carcinogênico de origem animal conhecido pelo
homem. O CLA cis-9, trans-11 não só previne, mas ataca as células
tumorais já presentes no organismo, reduzindo tumores
previamente formados.
6. O outro potente efeito identificado para o CLA foi a notável
capacidade de inibir a síntese de gorduras no organismo.
Observou-se que este efeito de modificador do metabolismo é
causado por uma molécula de CLA específica, conhecida como
CLA trans-10, 12. Esse segundo efeito permite reduzir o teor de
gordura no leite e na carne. Da mesma forma que o CLA inibe a
síntese de gordura no leite, a suplementação de CLA na dieta de
suínos e ratos reduz a síntese de tecido adiposo. Experimentos
conduzidos na Austrália demonstraram redução na espessura de
gordura de suínos que receberam doses crescentes de CLA. A
redução na espessura do toucinho nas doses mais altas chegou a
30%. Pesquisadores americanos, baseados em estudos com ratos,
já haviam pleiteado uma patente reivindicando o efeito
antiobesidade do CLA.
7. Estudos em animais indicam que o CLA apresenta efeitos positivos
sobre os fatores de risco relacionados com doenças
cardiovasculares, reduzindo o colesterol plasmático e os níveis de
triacilglicerois e melhorando a sensibilidade à insulina.
Os pesquisadores já encontraram uma forma de aumentar o CLA
no leite e na carne, através do enriquecimento da alimentação dos
animais com o próprio CLA. Essa é a maneira mais garantida de
aumentar a concentração do ácido linoleico conjugado e permite
aproveitar os benefícios metabólicos da molécula.
Apesar das vantagens apresentadas até aqui, o principal objetivo
do estudo é demonstrar a redução de gordura, bem como o
aumento da produção do leite e do teor de proteína no leite e
ainda a melhora da persistência da lactação.
8. Alguns experimentos foram feitos com o intuito de mostrar os
efeitos causados por esse ácido. (Mas são estudos menos
complexos, futuramente farão melhores pesquisas nos dando o
conjunto de benefícios e desvantagens trazidos por esse CLA).
Aqui estão alguns resultados:
A ingestão de CLA recomendada pelas empresas supera em mais
de vinte vezes as quantidades usualmente consumidas pela
população, o que levanta preocupações quanto à segurança de uso
desses produtos.
-Existem evidências científicas obtidas em animais de
experimentação e em humanos demonstrando que a
suplementação com CLA pode causar efeitos adversos.
9. Estudos experimentais conduzidos em animais e estudos de
revisão demonstraram que a suplementação de CLA pode
levar ao aumento do fígado, esteatose hepática,
hiperinsulinêmica e diminuição dos níveis séricos de leptina.
Indivíduos com diabetes tipo 2 suplementados com uma
mistura de isômeros de CLA por oito semanas
demonstraram uma diminuição dos níveis séricos de leptina.
Consumo mundial - Fontes comerciais como as cápsulas de
CLA representam uma fonte concentrada de CLA e tem sido
utilizadas para suplementar a dieta e/ou complementar as
quantidades presentes nos alimentos, muito embora não
existam recomendações nutricionais sobre a ingestão de
CLA.
10. Portanto, com o intuito de proteger e promover a saúde da
população, o ácido linoléico conjugado isolado ou como
ingrediente alimentar para ser adicionado em vários alimentos
não devem ser comercializados no Brasil como alimento até que
os requisitos legais que exigem a comprovação de sua segurança
de uso, mecanismos de ação e eficácia sejam atendidos.
Para que as preparações comerciais contendo CLA possam ser
comercializadas no Brasil como alimento é necessário que as
empresas apresentem documentação científica comprovando a
segurança de uso e eficácia das alegações dos produtos, uma vez
que essas substâncias serão utilizadas em níveis superiores aos
atualmente observados na alimentação da população brasileira.
11. A quantidade de CLA na carne bovina independe do
processamento e estocagem deste produto.
A ingestão de CLA durante a lactação resulta no aumento da
concentração de CLA no leite materno