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eduardo gomes de souza




palvras de um grão-mestre




         edição virtual
         rio de janeiro
          outubro 2011
introdução

     Neste livro estão reproduzidas as “Palavras do
Grão-Mestre” no período em que ocupei o cargo de
Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio de
Janeiro, junho 2007 – junho 2011, que foram publicadas
no órgão oficial de divulgação daquela Instituição
Maçônica – BOLETIM DO GOB-RJ.

     Não cogitamos nenhum retorno financeiro. Esta
despretensiosa compilação é editada em versão virtual,
em arquivo extensão pdf, cabendo ao próprio leitor
adquirir/baixar o adobe acrobat reader.

      Nosso propósito e esforços é proporcionar aos
leitores uma reflexão coloquial lúcida, madura e amena,
com conceitos filosóficos, escoimados de interpolações.

                             Eduardo Gomes e Souza
                                      Rio de Janeiro
                                       Outubro-2011
Quem É eduardo gomes de souza

      Nascido na Cidade do Rio de Janeiro, casado com
a Psicopedagoga e Professora Lígia Gomes de Souza,
pai de duas Professoras Universitárias: uma Psicóloga,
Dra. em Psicologia Social e uma Química Industrial. Seu
filho é Administrador de Empresas. Avô de um neto
espetacular e duas lindas netas.

     Diplomado pela Escola Superior de Guerra.
Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais.
Administrador Escolar. Pós-graduado em Metodologia
do Ensino Superior, Antropologia, Biologia, Antropologia
Médica e Filosofia, Doutor “Honoris Causa” em Teologia
e Ciência da História, Philosophy Doctor in Philosophy
of Religion, Professor Titular de Antropologia, Sociologia
e Metodologia da Pesquisa Ciência, dedicou-se por mais
de 30 anos a Causa da Educação; Técnico de Nível
Superior em Planejamento, no Governo do Estado do
Rio de Janeiro, atuando no planejamento de projetos
educacionais e sociais.

     Exerceu no período de junho de 2007 a junho de
2011 o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do
Brasil no Rio de Janeiro- GOB-RJ.

     Patrono da Cadeira 31, Categoria Letras, da
Academia de Letras e Artes de Plácido de Castro –
Estado do Acre.
Fundador e Membro Efetivo da Academia Maçônica
de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro,
onde ocupada a cadeira nº 16, patronímica de Hipólito
José da Costa Furtado Pereira de Mendonça e da
Academia do Centro de Estudos Maçônicos da Zona
Oeste do Rio de Janeiro.

     Membro Efetivo da Academia de Letras e Artes de
Paranapuã –ALAP, e da Academia de Santo Estêvão de
Jerusalém dos Arameus e dos Auranitas, de Ciências,
Letras e Artes - Araraquara, SP.

     Presidente de Honra da II diretoria do Instituto
Brasileiro de Culturas Internacionais - InBrasCI.

     Membro Honorário da vários sodalícios. Entre os
quais:
     Academia Pan-Americana de Letras e Artes –
APALA.
     Academia de Letras do Brasil – MARIANA-MG.
Academia Brasileira de Meio Ambiente – ABMA.
     Academia Maçônica Serrana de Artes, Ciências e
Letras – Nova Friburgo, RJ.
     Academia Guanabarina de Letras.

Mantém o blog Baronato em
           http://elgsouza.blogspot.com/

Esse é o Autor.
                                             Elvandro Burity
                                              Escritor e Poeta
                                        AMACLERJ – Cad. 19
                              Patronímica de Joaquim Nabuco
indiCe
SER E ESTAR .................................... 10
ESTRELA E SATÉLITES .................. 12
VIVER EM GRUPO .......................... 14
æ ï í ðïëéôéêü í ............................. 16
 ó
EU VOS DOU A MINHA PAZ .......... 19
ESQUEÇAM TUDO QUE EU .......... 22
JAMAIS HAVERÁ ............................. 22
LIBERDADE ...................................... 26
SEGURANÇA PÚBLICA .................. 29
EDUCAÇÃO ...................................... 33
ESQUERCER O PASSADO .............. 37
COMO COMBATER E .................... 40
DEVER CUMPRIDO ......................... 43
DESEJAMOS SUCESSO................... 46
RESPOSTAS ADEQUADAS ............. 49
NOVAS E ESPAÇOSAS .................... 52
COMO ALCANÇAR A PAZ .............. 54
ANO NOVO - VIDA NOVA .............. 57
QUEM SOU EU? ............................... 60
VIVER ................................................ 62
LIBERDADE DE PENSAR ............... 65
RAZÃO DE VIVER ........................... 68
EQUILIBRIO EMOCIONAL ............ 72
AÇÃO POLÍTICA .............................. 76
MORAL E ÉTICA .............................. 80
EGOCENTRISMO ............................. 85
TUDO TEM UM LIMITE ................. 88
MENTIRAS VIRAM.......................... 91
SER FELIZ ......................................... 94
NO ANO-RECOMEÇO ..................... 96
SOLIDARIEDADE ............................ 99
GRATIDÃO ........................................ 102
O PIOR CEGO ................................... 104
MEUS ÚTIMOS PENSAMENTOS....107
JUSTIÇA E EQUIDADE ................... 109
ADEUS NÃO! ATÉ LOGO ................ 113
Maio 2008
                      SER E ESTAR
Um dos maiores problemas do Homem e controlar suas
próprias ansiedades e expectativas. Quando desejamos
muito e conseguimos algo, existe uma tendência natural
no comportamento humano, de buscar a preservação e
a permanência do que muito almejamos e conseguimos
alcançar.Na filosofia oriental essa tendência é
denominada “apego”. Quando somos despojados de
algo que conseguimos alcançar e consideramos ser de
nossa propriedade ou poder, a sensação da perda é
muito forte, e interfere inclusive em nossa forma de ver
e sentir as coisas, criando situações em que nosso
comportamento não condiz em nada com nossas
palavras e até com pensamentos e ideias anteriores.A
sensação da perda produz um vazio, parece estar
faltando algo dentro de nós, sentimos a falta de algo
que muitas vezes não está nem em nosso consciente, o
que de certa forma mascara até o nosso comportamento,
dando justificativas para ações que nunca seriamos
capazes de nos vermos realizando, pois contradiz tudo
o que pregamos e dissemos em um passado, muitas
vezes não muito distante. Mas como superar essa
situação, sendo ele entendida como um comportamento
natural e normal, inerente a nossa condição de seres
humanos? Ensina a tradição e o pensamento oriental,
que o cultivo de outra forma de ver nossas conquistas,
sentindo e entendendo que tudo é efêmero e temporário,
até o maior dos bens humanos, a vida, é temporária,
poderá nos liberar do “apego”. Quando entendermos
que não somos, mas estamos; entendermos que não

                                                     10
possuímos, mas guardamos; que não somos donos, mas
guardiões dos bens que nos foram entregues para
usarmos e guardarmos, então alcançaremos a libertação
do “apego”. Essa outra forma de ver e entender as coisas
e a vida é denominada “desapego”. O “desapego” nos
liberta dessa terrível sensação de vazio quando
perdemos ou deixamos algum valor ou posição. O
grande valor do doar é o “desapego”! Quando você doa
algo sentindo como se estivesse perdendo, é melhor
não doar, pois doar não é perder, mas entregar algo
que está em seu poder mais não lhe pertence. Assim
também é importante sempre nos lembrarmos de que
quando ocupamos um cargo ou posição, estamos e não
somos, para quando deixarmos o cargo ou a posição
não venhamos a sentir a sensação de perda e o vazio
da ausência da condição que vivenciávamos.
Vivamos em paz e harmonia.




                                                     11
Junho 2008
              ESTRELAS E SATÉLITES

As estrelas são corpos celestes que possuem brilho
próprio, e com sua luz e calor alimentam outros corpos
celestes. Os satélites são corpos que além de não
possuir brilho próprio, necessitam de outros corpos
celestes para gravitarem em seu derredor.
Assim também são as características da personalidade
de algumas pessoas. Existem pessoas que irradiam luz
e calor, são brilhantes em suas atitudes e calorosas em
suas relações, são capazes de iluminar e aquecer todo
o ambiente em seu redor. Outras, ao contrário, são como
os satélites, além de necessitarem de luz e calor,
precisam ainda de outros em que possam sustentar a
sua trajetória, são dependentes, incapazes de caminhar
sem estar amparados por um paradigma.
Os Maçons são considerados estrelas, a sociedade
acredita que nós somos lideres, e formadores de opinião,
mas os Maçons são realmente lideres? Quando
observamos o comportamento de alguns Maçons, sua
dependência e submissão ao brilho de outros, ficamos
preocupados com essa credibilidade que nossa Ordem
possui na sociedade.
Um Maçom deve pautar seu comportamento e suas
atitudes em uma consciência adquirida pela sua forma
de ver e sentir a Ordem e o Mundo, não deve ser
submisso ou se dobrar a vontade alheia, nem agir sob o
comando da vontade alheia. O Maçom é um Homem
Livre, e os Homens Livres não se submetem a vontade


                                                     12
ou pressão de ninguém. Assim tem sido na história de
nossa Ordem, Irmãos morreram ou foram presos por
não se dobrarem ou submeterem ao domínio da
opressão e dos déspotas, e hoje não podemos jamais
tolerar que algum Maçom seja dominado e subjugado a
vontade de pseudo-lideranças.
Cada Maçom tem que ser um Sol, uma estrela brilhante,
e não um satélite a girar em torno de outro, com um
parasita se alimentando e vivendo de sua luz e calor.
Estamos envidando todos os esforços para, através de
um processo educacional, dar aos Maçons do Grande
Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, condições de
brilharem e espargirem suas Luzes.
Que possamos receber de nosso Mestre Hiram um
pouco de sua sabedoria, para que possamos ser
verdadeiramente um Sol a brilhar.




                                                  13
Julho 2008
                  VIVER EM GRUPO

Uma das maiores dificuldades do Ser Humano é Viver
em Grupo. Submeter suas vontades e colocar acima de
sua individualidade as necessidades da Comunidade.
A Sociedade é individualista e competitiva, desde
pequenos somos treinados para a competição, a própria
vida é uma competição. Por isso temos uma dificuldade
muito grande em vencer o egoísmo, a vaidade e a
individualidade, e viver o espírito de grupo.
As religiões, em geral, apresentam compensações
divinas e graças que serão alcançadas além da vida
terrestre, pela prática do compartilhamento de bens e
valores com os necessitados. Existe ainda a ostentação
social da generosidade vaidosa, interessada e
jactanciosa, que é fruto do jogo político, das relações
de poder ou de consciências culpadas.
Os valores apregoados pela Ordem Maçônica, não estão
associados a essa vida após a morte ou a um jogo de
poder e domínio dos necessitados, nem tal pouco a
expiação de consciências sobrecarregadas pelo peso
da desigualdade social ou pelo acúmulo de riquezas
amealhadas de forma ilícita.
O ideário maçônico apresenta o “espírito de corpo” como
uma necessidade real e não somente ideal das
sociedades humanas, para os Maçons essa necessidade
do espírito de grupo é valorizado logo na ritualística da
iniciação, onde o neófito é conclamado a auxiliar os
órfãos e as viúvas, e exortado que essa ajuda deve ser
anônima e desinteressada.

                                                      14
Outra lição sempre ensinada pela Ordem é a valorização
do outro. Numa sociedade individualista e injusta, em
que os indivíduos são excluídos sem qualquer análise
de suas qualidades, potencialidades ou essências,
julgados por fatores efêmeros tais como: raça, credo,
escolaridade, posição social, etc., os Maçons são
levados a compreensão da igualdade e da solidariedade
como forma correta de comportamento social. E
conscientizados de que todos são iguais e Irmãos, filhos
da Terra e elevados pelo “sopro divino”.
Vivemos uma época em que essa valorização do espírito
de grupo é subjugada aos orgulhos, as vaidades e ao
medo. E esse medo é fruto da insegurança, criada pela
exclusão de uma parte significativa do grupo social,
através do expurgo material e cultural. Hoje parte da
comunidade é vítima do pânico social, que aterroriza o
indivíduo e o segrega da vida social.
O trabalho da Ordem é difícil, nossa tarefa é árdua, essa
valorização do grupo, para os Maçons, vai além da visão
religiosa ou de marketing pessoal, ela deve ser fruto da
transformação da consciência individual. Somente a
transformação da personalidade do indivíduo, poderá
desenvolver um processo de crescimento pessoal
através da força coletiva, que será capaz de transformar
o mundo, emergindo uma nova realidade social que leva
o sentido de comunidade a transcender ao
individualismo, extraindo o verdadeiro sentido do espírito
de grupo: “a Solidariedade Humana”.
O verdadeiro Maçom é capaz de sublimar seu orgulho
e sua vaidade aos interesses maiores do grupo social
no qual está inserido.

                                                       15
Agosto 2008
                     æ ï í ðïëéôéêü í
                      ó

O Homem é por natureza um Animal Político – Zoon
Politikon – assim afirmou o filósofo Aristóteles. O objetivo
de Aristóteles foi o de analisar a Política, como o modo
que as pessoas podem fazer suas mudanças e de seu
meio ambiente, para alcançar os objetivos estabelecidos
pela comunidade para o bem estar social.
A Ordem Maçônica é uma Instituição Social composta
por Seres Humanos, e possui em sua organização
características representativas dos Homens que a
compõem, portanto, podemos afirmar, sem qualquer
dúvida, que a Maçonaria é uma Instituição Política.
É obvio que não podemos entendê-la como uma
Instituição Político-Partidária, pois se assumisse tal
característica estaria descumprindo um de seus
princípios básicos, que é a Igualdade. Pois caso a Ordem
viesse a optar por uma determinada corrente ou
pensamento Partidário, estaria excluindo, aqueles que
optassem pelas correntes ou pensamentos rejeitados,
da oportunidade de pleitearem juntos aos seus Irmãos
o apoio a suas pretensões políticas.
Estamos nos aproximando de mais um momento de
escolha daqueles que deverão conduzir os destinos de
nossas cidades nos próximos quatro anos. E vemos com
preocupação o processo eleitoral que se avizinha, muitas
são as variáveis negativas que se apresentam, estamos,
a cada dia, sendo surpreendidos por fatos e decisões
que expõem a fragilidade e a inconsequência de nossa
ordenação j urídica eleitoral. Candidatos sem a menor

                                                         16
qualificação ética e moral se apresentam e são aceitos,
mesmo contra a vontade de parte do Poder Judiciário,
que se vê algemada a uma legislação arcaica e
inconsequente, a qual garante inscrição eleitoral,
aqueles que apresentam uma vida pregressa e uma ficha
criminal, que os impossibilitaria a ingressar até em
alguns seguimentos mais simples da organização
publica.
Como pode a Ordem Maçônica reagir a este Status quo?
- Através de uma ação individual. Onde cada Maçom,
pelo do exercício de sua liderança, buscará conscientizar
aqueles que estão em seu círculo de relações pessoais,
da necessidade de realizarmos uma escolha consciente,
fundamentada na busca do candidato que apresente as
melhores condições morais e uma proposta de governo
voltada para o atendimento das principais necessidades
da comunidade.
- Através de uma ação coletiva. Procurando identificar
e divulgar as ações administrativas e organizacionais
que poderão atacar os principais problemas que se
apresentam em nossos Municípios, como também as
qualidades positivas e negativas daqueles que se
apresentam candidatos, divulgando interna e
externamente os resultados dessa análise imparcial e
exaustiva.
Dentro dessa linha de ação, dando continuidade ao
trabalho de inserção política da Ordem Maçônica,
realizado pelos Eminentes ex-Grão-Mestres, Irmãos
Sylvio Claudio e José Coêlho da Silva, e principalmente
pelos Irmãos Domingos Teixeira Neto e Sergio Tavares
Romay, que além desse trabalho se colocaram a
disposição da ordem como candidatos, estaremos


                                                      17
realizando e estimulando reuniões internas e abertas,
para debatermos a posição da Maçonaria Fluminense
em relação aos parâmetros morais e programáticos que
apresentam os diversos candidatos dos Municípios
Fluminenses, procurando estabelecer uma linha
comportamental e administrativa, que represente as
expectativas dos Maçons, estabelecidas a partir dos
paradigmas representativos da Ordem Maçônica.
E, a partir desse consenso e dessa análise, apresentar
a sociedade o posicionamento da Maçonaria em relação
aos diversos candidatos e ao processo eleitoral
municipal que se aproxima.
Ciência Política tem o potencial de tornar o mundo
melhor. Sendo um dos objetivos da Ordem Maçônica
fazer o mundo melhor, compete, portanto a Maçonaria,
trabalhar pelas mudanças políticas e sociais, mesmo
que sejam duras, abrir mão, nesse seu trabalho, de todos
os seus princípios e paradigmas, que a qualificam como
um dos últimos Sodalícios da Moral e da Ética.
Finalizando lembramos. Você quer mudar o Mundo? –
A melhor forma de fazer isso é: “Seja a mudança que
você deseja ver no mundo.”




                                                     18
Setembro 2008
          “EU VOS DOU A MINHA PAZ”

A Maçonaria não é uma Religião. Mesmo que algumas
pessoas ainda acreditem ser a Ordem uma Religião,
nós, os Maçons, sabemos que a Maçonaria não pode
ser considerada uma Religião, mesmo que para alguns
Maçons ela seja uma verdadeira e única Religião, mas
esse não é o objetivo de nosso raciocínio nesse
momento.
Mesmo não sendo uma Religião, a Ordem vai buscar
em todas as Religiões, os fundamentos básicos e os
ensinamentos que possam ser transmitidos aos seus
membros, buscando a integração e a construção social
individual, dentro de padrões que possam fazer dessa
vida social, algo de útil e progressivo para a
Humanidade. Dentro dessa linha de raciocínio nos
declaramos: “Homens Livres e de Bons Costumes”.
O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regras
de Comportamento, estabelecido e aceito pelo Grupo
Social, que busca tornar a Vida Social mais agradável e
saudável.
O Comportamento do Homem em sociedade é
controlado por três níveis básicos de Padrões
Comportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidas
pelo grupo, controlam ostensivamente o comportamento
do indivíduo. Possuem um alto poder de coerção, as
sansões vão da pena pecuniária a privação da liberdade;
- Os Mores (Moral), que estão em geral associados aos
aspectos religiosos ou tradições profundamente


                                                    19
arraigadas a personalidade do grupo social. Possuem
também um forte poder de coerção, pois a sua
transgressão atinge o Ser em sua estrutura moral e ética,
ocasionando o remorso, a contrição e o pesar. O dever
moral não é exigível a ninguém, no entanto caracteriza-
se por um dever de consciência. Os Mores são
caracterizados pelos Valores Sociais, assimilados pelo
indivíduo através de um processo educacional. Esse é
um dos principais afazeres da Ordem; - Os Folkways
(Etiqueta Social), que são padrões de conduta social
exterior, constituem os modos coletivos de
comportamento, convencionais ou espontâneos,
reconhecidos e aceitos pelo grupo, conduzem a maior
parte da vida diária. Possuem um baixo poder de
coerção, mas são impostos pelas relações interpessoais,
podendo ocasionar o afastamento do indivíduo de um
grupo social.
Então, estabelecida à relação Maçônica com as
Religiões no desenvolvimento de seus membros,
podemos lançar mão de um texto bíblico sem qualquer
restrição, para conduzir o nosso raciocínio. Em Jó 14,
23, encontramos: “Eu vos dou a minha paz. Não vô-la
dou como o mundo a dá”.
Sabemos que um dos princípios fundamentais da Ordem
é a Luta constante e incansável pela Paz Mundial! Mas
como pode alguém falar e lutar pela Paz, quando seu
coração está pleno de Ódio? O que vemos em nossa
Ordem, é a verdadeira negação do que é dito e afirmado
como uma verdade real e insofismável.
Quando temos o menor de nossos anseios contrariado,


                                                      20
partimos para uma luta fratricida, olvidando todas as
belas palavras que ouvimos ou pronunciamos em nossos
Templos sobre a Paz e a Fraternidade. Colocamos
nossos interesses e nossa vontade acima dos interesses
da Ordem e do Grupo. Nosso orgulho e arrogância
jamais aceitarão que nossa vontade seja subjugada a
quem quer que seja ou a qualquer interesse, mesmo
que seja para o bem da Ordem ou do Grupo.
Como viver em Paz, com o ódio no coração? Como lutar
pela Paz, com o ódio no coração?
A Paz que o Grande Mestre ofereceu não é a Paz das
palavras. Não é a Paz do mundo! Mas ele nos oferece a
Verdadeira Paz, a Paz Interior. Somente tendo a Paz
em nossos corações, poderemos ser verdadeiramente
Agentes da Paz. Então não precisaremos falar em Paz,
pois estaremos aptos, como o Cristo, em transmitir a
Paz! A verdadeira Paz, a Paz do Espírito!
Diz também o texto mais usado na Ordem: “Oh! quão
bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. E
como poderemos viver em União sem a Paz em nossos
corações?
Portanto vivamos em Paz Espiritual, submetendo nossa
vontade e nossas paixões, para obtermos ampla
evolução em nossa Vida Maçônica.




                                                   21
Outubro 2008

   ESQUEÇAM TUDO QUE EU FALEI E ESCREVI

Várias vezes já ouvimos esta frase. O comportamento
humano é caracterizado por uma flexibilidade, que
possibilita sua adaptação as mais diversas situações e
realidades, que lhes são apresentadas. Porque, sendo
uma característica humana a flexibilidade de conduta,
cobramos das pessoas um comportamento perene frente
às diversas situações que enfrentam em sua dia-a-dia?
Poderíamos pensar em uma racionalidade, que somente
seria possível se pudéssemos eliminar totalmente a
emoção da personalidade do Ser Humano. Somente um
Ser totalmente despido da emoção, poderia manter uma
coerência permanente em tudo que fala e escreve. Pois
em cada situação que enfrentamos, muitas são as
variáveis que formam o cenário, e várias são as
percepções que temos naquele momento.
Pelo raciocínio desenvolvido, podemos aceitar
perfeitamente que o Ser Humano tenha seu
comportamento e suas ações pautados pela posição que
ele ocupa, em um dado momento, em determinada
situação. Não sendo então considerada anormal a
mudança de opinião ou comportamento pelo Ser
Humano.
E um Maçom pode mudar de opinião? Pode em um dado
momento, se posicionar a favor ou contra uma situação
ou comportamento, e em seguida mudar sua posição
em relação a uma idêntica situação?
Certamente esperamos que um Maçom tivesse um

                                                   22
equilíbrio emocional suficiente, para não permitir que a
emoção dominasse o seu comportamento e suas ações,
porém não devemos esquecer que os Maçons são Seres
Humanos e, portanto, seu comportamento é
caracterizado pelos mesmos fatores, que determinam o
comportamento de todos os Seres Humanos.
Portanto, devemos ter Tolerância com as mudanças dos
pontos de vista e opiniões de outras pessoas, pois a
flexibilidade é uma característica importante de qualquer
personalidade.
Outro aspecto é que, em geral, a sociedade universal
não tolera muito “posições fixas” ou imutáveis. O
intransigente é considerado “um chato”. A sociedade
valoriza aqueles cujos canais de comunicação estão
abertos a discussão e as mudanças de opinião.
Assim não devemos estranhar ou criticar alguém por
mudar suas opiniões ou comportamento, em função de
uma nova situação que está vivenciando. Devemos nos
lembrar de que, quando temos nossos anseios e
expectativas frustrados, a emoção passa a comandar
nosso modo de ver e sentir a realidade, e nessa situação
é normal negarmos tudo o dissemos e escrevemos. E a
frase: “Você vai acreditar se eu te disser que fulano
mudou?”, não deve ser vista como uma critica, mas como
uma constatação de uma realidade perfeitamente
plausível.
Meus Irmãos, para que possamos conviver em Paz e
Fraternidade, é importante procurarmos compreender
e aceitar o outro, com todas as suas contradições e
idiossincrasias, sempre lembrando que o Maçom, antes
de tudo é um Ser Humano.
Fraternalmente.

                                                      23
Novembro 2008

      “JAMAIS HAVERÁ ANO NOVO, SE
CONTINUARMOS A COPIAR OS ERROS DOS ANOS
        VELHOS.” - Luís de Camões

De repente, num instante fugaz, os fogos de artifício
anunciam que o Ano Novo está presente e o Ano Velho
ficou para trás. De repente, num instante fugaz, as taças
de champagne se tocam e o vinho borbulhante anuncia
que o Ano Velho se foi e o Ano Novo chegou. De repente,
os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os seres
humanos, num abraço caloroso, num só pensamento,
exprimem um só desejo e uma só aspiração: Paz e
Felicidade. De repente, não importa a nacionalidade,
não importa a língua, não importa a cor, não importa a
origem, porque todos somos Seres Humanos e
descendentes de um só Pai, os homens lembram-se
apenas de um só verbo: Amar. De repente, sem mágoa,
sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma só
canção, um só hino, o hino da fraternidade. De repente,
os homens esquecem o passado, lembram-se do futuro
venturoso, de como é bom viver.
Quando nos olhamos no espelho, sempre vemos as
marcas que o tempo se incumbe de nos ofertar, linhas
que o próprio tempo traça. Vemos também olhos que
exprimem sofrimento, alegria, tristeza, satisfação,
decepção, sucesso, enfim, vemos a matéria, ou seja, o
resultado de nossa vida em forma física. Isso que vemos
em nós mesmos, também podemos ver nos outros. Mas
a alma, ah, essa somente nós podemos ver e sentir,
pois se trata de uma imagem interior de nós mesmos.

                                                      24
Neste final de ano, olhe para dentro de si e tente lembrar-
se do que foi feito de bom ou ruim. Procure repetir as
coisas boas, muitas e muitas vezes. Erros? Não os
esqueça, para não repeti-los. Acontecimentos ruins,
involuntários, esqueça-os e pense que no futuro virão
muitas coisas boas, e que você é forte para enfrentar
quaisquer situações complicadas ou embaraçosas que
possam aparecer. Seja positivo, afinal há o livre arbítrio
e você é quem decide como quer viver a sua vida.
Escolha o melhor!
A razão e a sabedoria são fatores que nos tornam
humanos. Nós somos os únicos seres que têm
consciência de possuir uma vida, e aquilo que fazemos
com as nossas vidas depende de nossa vontade e da
sabedoria. Nesse milênio, com a bagunça deste planeta,
está na sabedoria à fonte de equilíbrio que precisamos
mais do que nunca. Criar um ponto de equilíbrio com a
natureza e manter a ética em nosso comportamento,
são fatores muito relevantes para alcançarmos a
felicidade. Estas são as lições que podemos aprender
com essa maravilha que é a vida.
Os fogos anunciam a chegada de um Ano Novo! É hora
de refazer seus sonhos ainda não realizados e acreditar
que irá concretizá-los. Soltar um olhar solidário e
acalentador para os seus amigos e bocejar
displicentemente para os desafetos. Aprender com os
erros do ano já ido e brindar com um sorriso o ano bem
vindo. Correr ao encontro daquele sonho ainda não
perdido ou regozijar-se mais uma vez o sonho já
conquistado.
Então, Feliz Ano Novo, aproveite a festa. Cultivem a
Alegria e a Felicidade que são consideradas como
grandes forças positivas que engrandecem os espíritos.
Essa é a razão pela qual desejo a você um ano repleto
de luz, amor, saúde e prosperidade.

                                                        25
Dezembro 2008

      LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE

A Liberdade, a partir de uma perspectiva existencial,
não pode ser separada da responsabilidade. Pois a
verdadeira liberdade implica em responsabilidade. No
entanto, é comum que algumas pessoas procurem
exercer a liberdade tentando evitar a correlata
responsabilidade. Embora, às vezes, pareça que estas
pessoas possam lograr êxito no presente, no futuro
verificar-se uma consequência psicológica. Esta
consequência muitas vezes não é muito perceptível, mas
que pode expressar-se através da culpa, ansiedade,
depressão, ou até mesmo pela ira e agressividade.
Mas a liberdade é responsabilidade. Quando você
estiver livre, você estará automaticamente responsável
por seu próprio futuro. Para exercer a sua Liberdade
implica que você tem que reconhecer as consequências
dos seus próprios atos. Você deve assumir a
responsabilidade por qualquer situação que esteja
vivendo hoje, você não deve culpar outros por aquilo
que você não gosta em sua vida. Você tem que tomar
suas próprias decisões, para que possa ser responsável
pelo seu próprio futuro, e tem fazer isso sem medo das
consequências ruins que possam advir. Você não pode
ter medo.
Nós devemos ser capazes de aprender com nossos
próprios erros e nos tornarmos pessoas melhores.
Pessoas Livres, como nós, querem aprender com seus
erros, mudar e crescer no processo.

                                                   26
O processo de mudança não começa até que a pessoa
aceite a responsabilidade pelos seus atos e
comportamento. Este é um dos mais difíceis desafios
do crescimento da personalidade. A fim de crescer, a
pessoa tem de aceitar a responsabilidade por aquilo
que tem feito para contribuir com o meio onde está
vivendo. Se você não tem qualquer responsabilidade
com os seus atos, então tem pouca capacidade de
mudança e crescimento.
Desde que veio luta pelas liberdades que prezamos hoje,
incluindo a liberdade de culto, de expressão, da
imprensa, na humanidade evoluiu a consciência da
responsabilidade civil. Inicialmente essa consciência
evoluiu num engajamento da sociedade nesse anseio
pela liberdade. Mas posteriormente, essa consciência
social caminhou no sentido da necessidade da correlata
responsabilidade com a liberdade conquistada. Nunca
na história da humanidade tinham sido alcançados tão
generalizados poderes para o indivíduo, e nunca antes
havia tantas pessoas desfrutando tal grau de liberdade
pessoal.
O jornalista é membro de uma profissão importantíssima,
representa uma instituição que deve possuir
credibilidade, liberdade e responsabilidade. Ao falar ou
escrever como um profissional, o jornalista deve estar
isento de qualquer censura institucional, nas não pode
estar livre da disciplina e da responsabilidade pelo que
produz.
Sua posição especial na comunidade, de informar e
comunicar o que está acontecendo, impõe-lhe
obrigações especiais. Como uma pessoa de
comunicação e de membro de uma importante instituição

                                                     27
social, o jornalista deve se lembrar de que o público
poderá apreciar a sua profissão, respeitar e crer na
instituição que ele representa de acordo com a isenção
das suas afirmações e a forma como manipula as
informações.
Daí o jornalista deve mostrar a todo o momento respeito
pela opinião dos outros, isenção em suas posições e
deverá indicar sempre que quando ele ou ela está
falando ou escrevendo, o faz como instituição e não
como indivíduo, procurando respeitar e engrandecer a
instituição que representa, abandonando seus
interesses individuais, frustrações, ódios e angústias.
Mas, caso seu comportamento não esteja de acordo com
a ética que se espera de qualquer profissional, deverá
ser responsabilizado por seus atos, principalmente pela
credibilidade da instituição que representa.




                                                    28
Janeiro e Fevereiro 2009

    SEGURANÇA PÚBLICA DEVER DE TODOS

É um princípio social fundamental, que a primeira missão
do Estado é, historicamente, garantir a segurança de
todos os cidadãos e lhes permitir viver em um ambiente
saudável, onde todos possam ter a chance de evoluir
livremente, de acordo com as suas potencialidades. É
necessário que os cidadãos confiem no Estado para
garantir sua segurança, e tenham a sensação de que
aqueles que violam as leis, realmente vão pagar a sua
dívida com a sociedade. Que as vítimas obtenham o
apoio necessário, que a justiça seja acessível a todos e
esteja ao seu serviço.
O Estado deve sempre ter no centro das suas prioridades
o bem-estar e à segurança dos seus cidadãos.
Embora as relativas questões de segurança pública e
da vida privada, por vezes, possam parecer estar
distanciadas, em verdade estão estreitamente
interligadas. E nós podemos testemunhar isso em nossa
vida quotidiana. Isso explica porque as questões da
segurança pública e da justiça são uma grande
preocupação para nós.
Questões de segurança estão sempre presentes. A
segurança é uma preocupação de longo prazo. Por esta
razão, o incremento do planejamento das ações para
aumentar a segurança e privacidade é vital para o curto
e longo prazo.
A experiência mostrou como é importante continuar a
trabalhar em conjunto: Sociedade/Estado, para criação

                                                     29


Para concluir, gostaria de repetir que não podemos viver
sem liberdade e direitos fundamentais, não podemos
viver sem segurança.
A confiança das pessoas nos Órgãos de Segurança é
fundamental. Não podemos arriscar perder esta
confiança. Isto significa que as medidas necessárias
para fazer exercer segurança devem ser sempre
acompanhadas de salvaguardas adequadas para
assegurar a fiscalização, responsabilização e
de um verdadeiro espaço sociocultural de justiça,
liberdade e segurança. Um espaço de justiça, liberdade
e segurança não é baseado apenas em medidas
legislativas, mas também, e mais importante, na
confiança das pessoas de que os seus direitos
fundamentais serão respeitados, e sua segurança será
garantida. Essa confiança é o princípio fundamental de
toda a relação do indivíduo com os Órgãos de
segurança.
Na verdade, temos de trabalhar juntos, e em todos os
níveis. Isto não pode ser feito sem um forte apoio dos
Cidadãos ao Estado.
Atualmente, as diversas partes envolvidas na questão,
nem sempre se comunicam, ou não se comunicam
suficiente e eficientemente. Isso deve melhorar. Temos
que ter um claro e compartilhado projeto com vistas à
segurança pública, com uma eficiente investigação e
determinação de prioridades, necessidades e limites.
Sociedade Civil, Governo, Empresas, Instituições e
Universidades, para citar alguns, devem participar das
discussões e pesquisar soluções para os diversos
problemas relativos à Segurança. Temos de evitar ações
de forma isoladas e partir para um trabalho integrado.
Para atingir este objetivo, temos que propor medidas
destinadas a encontrar um justo equilíbrio entre a
prevenção, a educação dos cidadãos e a repressão. A
melhor maneira de prevenir a desobediência envolve
educação, mas não é necessário abandonar todas as
regras estritamente dissuasivas e austeras de punições,
que, afinal, é um grande fator preventivo.


                                                    30
Por isso que defendemos um necessário reforço de
justiça para os criminosos e mais direitos para as vítimas.
Temos que sempre exigir as mais severas punições para
os agressores e autores de crimes violentos, propondo,
por outro lado, mais meios para ajudar as vítimas, que
poderá ser a adoção de um Estatuto dos Direitos das
Vítimas.
Quando os cidadãos tiverem a sensação de estar
realmente seguros, que os criminosos pagarão o preço
justo por suas ações e quando o destino das vítimas for
considerado como deve ser, poderemos dizer que um
grande passo terá sido dado, e que viveremos em uma
sociedade melhor e mais pacífica.
A segurança pública tornou-se uma prioridade
importante para as democracias ocidentais e uma grande
preocupação para o Estado, Sociedade Civil, Instituições
e Empresas. Uma questão importante para o futuro da
sociedade é como organizar a sua proteção, integrando
os esforços desses atores. Uma maneira para coordená-
los é através das suas participações em Fóruns e
Conselhos, que visem à regulação da segurança e das
suas diferentes atividades, pela discussão e elaboração
de um planejamento integrado.
Sociedade, Setor Público, Trabalhadores, Empresas,
etc., devem participar de um diálogo para trocar ideais
e desenvolver um plano de ação, crucial para que a
segurança pública possa satisfatoriamente alcançar
seus objetivos. Em agosto, a primeira Conferência
Nacional de Segurança Pública – 1ª CONSEG será
realizada em Brasília. O Fórum, juntando a Sociedade


                                                        31
Civil, Setor Público e Trabalhadores da área, uma
inovação no Setor, deverá assegurar a relevância da
participação de todos os agentes envolvidos na busca
de resultados e sua utilização no processo de decisão
política. Se cada um dos participantes usar o melhor da
sua experiência sobre segurança na formulação das
propostas, podemos alcançar políticas mais eficazes e,
em última instância, isso significa uma melhor segurança
para todos os cidadãos.




                                                     32
Março 2009

  EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PESSOAL

A Ordem Maçônica é uma organização sem fins
lucrativos, dedicada ao desenvolvimento do potencial
humano através da educação.
Educação, Liderança e Crescimento Individual são
objetivos da Ordem, desenvolvidos através de um
processo educacional Universal. Não é nenhum segredo
que a educação é a chave para o auto aperfeiçoamento.
O objetivo central do processo educacional desenvolvido
pela Ordem é a promoção de meios e recursos para o
desenvolvimento pessoal de seus membros, através da
aprendizagem incrementada ao longo da vida maçônica.
Esse processo é orientado para que os Maçons possam
alcançar um desenvolvimento equilibrado nos domínios
da ética, do intelecto, do social e das competências, e
assim possam ampliar o pensamento crítico e
exploratório, inovando e adaptando-se às mudanças,
sem perder as tradições, visando prepará-los para
satisfazer todos os desafios da vida maçônica.
Uma análise das características da Ordem revela que
em todos os países ela detém a mesma visão sobre a
necessidade do crescimento individual de seus
membros. Buscando alcançar esse objetivo, ela tem
perseguido ativamente o crescimento pessoal de seus
membros, através da educação desenvolvida nas Lojas
Maçônicas.
Esse processo deve buscar o domínio de
conhecimentos, habilidades e atitudes, bem como

                                                    33
permitir a plena utilização dos pontos fortes e suavizar
as fraquezas de cada um, desenvolvendo habilidades
que poderão ser aplicadas na resolução de problemas
e para enfrentar os desafios da vida, além de oferecer
informações para ajudar ainda mais a sua educação para
o crescimento e desenvolvimento pessoal.
Preparar os Maçons, como membros da nossa
coletividade, para contribuir com o sucesso de nossa
sociedade através do trabalho comunitário, também
deve ser um dos principais objetivos da educação dos
Maçons para a Ordem.
Para alcançar o desenvolvimento social do Maçom, esse
processo educacional tem que conscientizá-lo da
necessidade de respeitar e aceitar outros, e deve
também levá-lo a compreender seus papéis e
responsabilidades na família, na ordem e na sociedade,
e como também desenvolver as habilidades de
comunicação para construir um bom relacionamento
interpessoal.
Em relação à Ordem esse processo deve conscientizar
o Maçom da necessidade de adaptar sua vida pessoal
aos planos e objetivos da Ordem, levando-o a assumir
uma atitude positiva em relação ao trabalho maçônico,
e da necessidade de adquirir informações, de forma a
compreender a relação entre o domínio do conhecimento
e o sucesso maçônico.
Deve conduzir o Maçom a estabelecer uma relação
caracterizada por afinidade, intimidade, reciprocidade
e continuidade levando-o a sentir que ele faz parte de
uma família. Este sentimento não é baseado em fatores
como a partilha de um lar comum ou de possuírem os


                                                     34
mesmos pais. Pelo contrário, baseia-se no processo de
aceitação e na relação que ele e outros têm em função
das quatro características citadas.
Deve ser também objetivo desse programa,
principalmente voltado para os Maçons mais recentes,
crescer e desenvolver a capacidade de liderança dos
Maçons. Esse programa, no entanto, em seu
desenvolvimento, não deve esquecer-se de analisar a
relação entre Liderança e Ética.
As diferentes correntes da psicologia dão ênfase à teoria
que o crescimento pessoal é alcançado combinando o
cognitivo (ideia ou imagem que concebemos do mundo
ou de alguma coisa), o social (o papel da sociedade, da
cultura e da dinâmica social), e as diferenças individuais
(a inteligência, habilidades e características da
personalidade). Mas temos ainda que considerar as
emoções sentidas, e analisá-las como podem ser um
desafio - e que delicioso desafio! - ao crescimento
pessoal. O truque é ser inteligente com os sentimentos.
A Inteligência Emocional é um ingrediente essencial para
o crescimento pessoal, e está em, sem perder a aptidão
de emocionar-se, ser capaz de não se deixar dominar
por ela, esta habilidade faz uma enorme diferença no
trabalho, na Loja, em casa, em fim na vida.
Em muitos momentos da minha vida, eu sou o navio
estável. Não importa quão tempestuosos sejam os
mares, eu sigo em meu curso com confiança, através
do caminho áspero das águas revoltas, com habilidade
e tranquilidade. É importante preparar os Maçons para
que possam habilidosa e tranquilamente enfrentar
desafios a cada dia.

                                                       35
Finalmente esse processo educacional desenvolvido
pela Ordem deve contemplar a Educação para a Paz,
abrangendo questões de segurança humana, da
equidade, da justiça e da compreensão intercultural, pois
esse é um capítulo de importância primordial. Pois a
educação também reduz a criminalidade. As carências
do ambiente social levam a um deficiente desempenho
igualitário, ao absentismo comunitário, e ao abandono
dos paradigmas sociais, gerando a delinquência e o
comportamento violento, o processo educacional é um
importante agente para reduzir essas consequências
dessa omissão da sociedade.




                                                      36
Abril 2009

 ESQUECER O PASSADO E NÃO PENSAR SOBRE
               O FUTURO?

Num livro que li recentemente, o escritor incentivou-nos
a concentrar-se no hoje, esquecer o passado e não
pensar sobre o futuro.
Estou de acordo sobre este ponto de vista do autor, no
que diz respeito ao fato de que nem o passado e nem o
futuro estão totalmente dentro do nosso controle. O único
dia que temos sob nosso controle é hoje, portanto, faz
sentido que devemos concentrar os nossos
pensamentos sobre ele, e não se preocupar com coisas
que aconteceram ou coisas que podem ou não vir
acontecer.
Mas não concordo com a ideia de que deveríamos
esquecer totalmente o passado. E discordo com a ideia
de que não devemos pensar em nada para o futuro.
O passado contém muitas lições para nós. O passado é
composto de erros que cometemos, e torna-se
necessário refletirmos sobre ele, para que lembrando-
nos dessas coisas, não venhamos a repetir os mesmos
erros novamente no presente e no futuro. Somos o que
somos por causa do nosso passado. E o que nós
seremos no futuro depende muito se aprendemos ou
não com o que aconteceu nos dias que já passaram.
No passado, fizemos promessas e as promessas não
são supostos para serem esquecidos. Estão para serem
lembradas e para serem cumpridas, sempre que você
decidiu estar indo para o seu cumprimento, só porque

                                                      37
hoje é a realidade de tudo o que você alcançou, não
significa que você deve esquecer as promessas feitas
no passado. Também não devemos esquecer o bem que
alguém pode nos ter feito. Qualquer bem que seja feito
a ti deve ser devolvido com algo melhor. Não é algo que
você deve esquecer, apenas porque está no passado.
Como seria muito conveniente esquecer!
É fácil para o homem esquecer o bem que é feito para
ele. Não é estranho que quando ele usa dinheiro de um
amigo, esquecê-lo, mas quando ele empresta dinheiro
a um amigo, ele sempre se lembra, não é mesmo?
Quanto ao futuro, não podemos dizer que não devemos
pensar nele. Enfrentamos nossas dificuldades hoje, mas
temos esperança de que amanhã o GADU irá nos enviar
alívio. Não há nada de errado em termos esperanças
para o futuro. O presente será melhor no futuro, se
aprendermos e lutarmos para nos tornarmos melhores
seres humanos. Não há nada de errado em esperar que
o GADU vá conceder-nos tempo para fazermos o bem
e ajudarmos outras pessoas.
Nós não podemos viver nossa vida presente e descurar
o futuro. Temos que nos preparar para ele. Nós não
sabemos se vamos morrer hoje, mas se não acontecer,
teremos um dia seguinte, que vem, e que ira fazer muitas
exigências sobre nós, e que poderá nos causar muita
dor e sofrimento, se não estivermos preparados para
ele. Assim, o aluno deve estudar hoje, para que ele possa
ter bom resultado no teste amanhã. O homem deve
trabalhar hoje, para que ele possa pagar suas contas
amanhã.


                                                      38
Então, em minha opinião, devemos viver hoje,
lembrando-se das lições do passado e planejando o
nosso futuro, de modo que cada dia venha a torna-se
uma grande bênção, para os maçons fiéis servidores
do GADU.




                                                39
Maio 2009

  COMO COMBATER A REVOLTA E A REBELDIA
              INTERIOR?

Pela revolução interior, pela revolução do íntimo, pela
mudança dos costumes, valores e do modo de ver o
mundo.
A Revolução Interior supõe o domínio de si mesmo pela
renúncia às paixões, a vaidade, a soberba, etc., pelo
esforço reflexivo que procura descobrir no Homem, seu
semelhante, à verdadeira grandeza humana. O problema
é este: descobrir o Homem no homem.
Reconstruir o Homem é levar o próprio Homem a
reconquistar-se. Dominar a vaidade, a soberba, o
ceticismo, a desilusão, a impetuosidade, o egoísmo, o
apego às glórias falazes, convencido de que ninguém
tem o direito de pretender controlar a vida dos outros,
quando não é capaz de governar nem a si próprio. O
problema do mundo é um egoísmo imenso, em que não
somos capazes de aceitar as pessoas como elas são.
Sempre queremos que o outro seja a nossa própria
imagem projetada em um espelho. Não somos capazes
de entender, que como os dedos de nossas mãos, somos
todos diferentes. E que nós não somos sempre o melhor
paradigma para o ser humano.
Compreender nossas falhas e erros é o primeiro passo
para dominarmos esse egoísmo. Aceitar nossa condição
humana de imperfeição é essencial para o crescimento
e desenvolvimento do Homem e da Humanidade.
Porém as Instituições (a Maçonaria, por exemplo)


                                                    40
crescem e se desenvolvem coletivamente, se cada um
dos seus componentes não procurar aprimorar-se nas
virtudes da tolerância e da humildade, através de
sacrifício do egoísmo e do egocentrismo.
Porque para combatermos o mal da sociedade e dos
outros, precisamos primeiro, combater o mal em nós
mesmos.
É preciso dominar a intolerância, a agressividade, a
rebeldia e a revolta. Sem dominá-las não teremos
homens dignos. Sem homens dignos não teremos uma
sociedade correta, nem mesmo por mais belos que sejam
os planos maçônicos.
Precisamos cultivar constantemente, coragem para
reconhecer nossos erros e falhas, paciência para aceitá-
las, fortaleza para corrigi-las e inspiração para evitá-
las; além das virtudes: da energia e da bondade, da
severidade sem alarde, da bravura sem ostentação, da
pureza sem orgulho puritanista, da humildade com
dignidade e da dignidade sem egolatria. Cultivar o amor
ao próximo e a generosidade para os que se manifestam
incapazes de compreender o ideal proposto.
O nosso combate ao erro e a mediocridade deve,
portanto, principiar em nós mesmos. E é somente por
esta Revolução Interior que se poderá salvar a
fraternidade, vivificar a liberdade, enobrecer a Pessoa
Humana, engrandecer a Ordem; transmitir à posteridade
um patrimônio moral com que ela se defenda, se afirme
e se engrandeça, realizando a Sociedade dos nossos
sonhos. Isto porque no próprio Homem, considerado
maçonicamente, lutam dois homens: o velho e o novo,
aquele trazendo a tendência ao Mal, este a iluminar-se


                                                     41
com a própria luz que de si mesmo tira, do seu eu interior,
e que é a aspiração ao Bem. Portanto, para combater o
mal da sociedade e dos outros, precisamos primeiro,
combater o mal em nós mesmos. Combatendo todos os
sentimentos e comportamentos negativos, tais como a
revolta, o egoísmo, a soberba, a luxúria, a rebeldia, a
violência, o sarcasmo, o escárnio, etc., e procurando
dominar nossas paixões, desenvolver sentimentos e
comportamentos positivos, como humildade, tolerância,
benevolência, amor fraternal, paciência, respeito ao
próximo, etc..
Vivamos em Paz e sempre procuremos praticar o bem e
as boas ações.




                                                        42
Junho 2009
                  DEVER CUMPRIDO

Cada Maçom tem cumprido as suas obrigações, uma
vez que a Ordem prossegue sua caminhada através do
tempo e da história. E hoje os Veneráveis Mestres que
concluem os seus mandatos podem afirmar: “Temos
certeza que cumprimos as promessas que fizemos”.
Do ponto de vista pessoal, existe uma ideia de atitude
vital, que vai do modo de viver e de trabalhar, ao sentido
da vida, descoberto através de toda a história do ser
humano, que é a intencionalidade e a busca do Sucesso.
Em uma palavra, o que o homem está procurando na
sua vida, o que dá sentido e valor a sua existência, em
última instância é a Realização Pessoal. A Sensação
do Dever Cumprido. Isto é o que dá sentido à existência,
o que rompe a ociosidade, se não fosse à busca do
cumprimento do dever, da auto realização, o que iria
preencher a alma, a psique humana.
Quando qualificado biologicamente, o homem é
concebido como uma máquina quase perfeita. A Ordem
guia-nos na busca da alma humana e espiritual do ser
pré-existente nele. Por meio do seu pensamento e da
sua prática como Instituição Humanística a Ordem
desenvolve a nossa capacidade de compreender a
humanidade e a nós mesmo, para respeitar as
convicções e crenças de cada individuo, alcançar o
sofrimento dos outros, e desenvolver a capacidade para
ajudá-los. A Maçonaria nos instiga a conceber o Universo
como uma criação maravilhosa, e pragmaticamente a


                                                       43
perceber que “o todo está em todas as suas partes”. Ela
é a fonte dos valores que norteiam os nossos deveres
para com o Supremo Arquiteto do Universo, a
Humanidade, a Pátria, a Família e para com nós
mesmos. Afinal vamos encontrar no seu corolário e
substancial conhecimento, todo o conteúdo
imprescindível para a concepção de um projeto de vida
saudável e rica em realizações. Esse conhecimento
extraordinário não é genérico, ele é sempre novo,
especial e individual, orientado particularmente a cada
Maçom.
A Ordem ministra um correto Sistema de Boas Práticas
para a Felicidade da Humanidade, a cada passo é
ampliada uma etapa da evolução do Ser, desde a
iniciação até a extinção, tanto para o próprio benefício
do Maçom, como em benefício dos outros.
A verdadeira realização não é material, mas é um
sistema de ação consciente e sábio que
maravilhosamente acalorado dentro do coração dos
seres humanos, como uma chama de beleza e
esplendor, ilumina o caminho da Felicidade do Homem.
Em suma, Maçonaria é dever, para com o Verdadeiro
Deus e com o nosso Semelhante.
Para alguns esses valores são enfatizados, enquanto
para outros são rejeitados, dependendo se eles afinam-
se com a ideia, o sentido, a intenção e a finalidade de
sua vida.
Sabemos que existiram dificuldades que foram
superadas. Mas continuamos a avançar com grande
paciência e persistência. A responsabilidade recai agora
sobre aqueles que darão continuidade a obra iniciada a
quase 300 (trezentos) anos.

                                                     44
Eu tenho certeza que todos estão em paz ao terminar
seus mandatos como um Venerável Mestre, porque
conseguiram cumprir os seus destinos. Este é o melhor
legado que podemos deixar para as gerações futuras.
Para concluir: Parabéns e Obrigado meus Amados
Veneráveis Mestres que com muito carinho e desvelo
concluíram seus mandados. Que Deus os recompense.




                                                  45
Julho 2009

DESEJAMOS SUCESSO EM SUA ADMINISTRAÇÃO

Porque é que o sucesso parece vir tão fácil para algumas
pessoas e tão difícil para outros? Creio que estamos
todos intrinsecamente nos esforçando para sermos bem
sucedidos em algumas áreas da nossa vida, quer seja
no nosso trabalho, em nossos relacionamentos, nas
nossas finanças, em nosso esporte favorito, em nossos
hobbies, ou seja, no que for. Mas para alguns se trata
de forma natural das coisas acontecerem, enquanto
outros lutam sua vida inteira procurando sucesso. Será
a faculdade ou universidade que frequentaram? Será
que algumas pessoas possuem apenas sorte? Ou existe
uma fórmula que podemos seguir, e que conduzirá ao
sucesso? Qual é a chave do sucesso? Será que você
sabe?
Como orientar a gestão dos administradores, que foram
desafiados a conduzir, dentro da nossa organização,
as suas Lojas?
Não possuímos a chave, mas podemos analisar alguns
fatores que podem conduzir ao sucesso.
- Para alcançar o sucesso é necessário um olhar atento
para o que as pessoas de sucesso fazem.
- As pessoas, em geral, têm muita pressa para obter os
frutos do seu trabalho e se eles não veem o suficiente
rápido, por vezes, elas tornam-se frustradas e desistem.
- Uma fórmula de sucesso é buscar sempre
RESULTADOS. Os resultados são produzidos somente
após se fazer alguma coisa, e fazê-lo bem, por muitas e
muitas vezes, até que o resultado desejado seja atingido.

                                                      46
Então, a fim de ter o que nós queremos, temos que fazer
algo, a fim de alcançarmos os resultados desejados. A
busca dos resultados poderia ser resumida em uma frase
ou afirmação, que seria: “Você pode alcançar o que
quiser”. A parte difícil é descobrir o que exatamente que
você quer alcançar.
- A fórmula do sucesso é AÇÃO. Não somente ações,
mas fazer as coisas certas, ações corretas e direitas.
Às vezes leva um tempo para aprender o que são as
coisas certas, por isso, a necessidade de conduzirmos
as nossas ações, a fim de atingir os resultados
desejados. Mas não fazer nada, ou não estarmos
dispostos a mudar a direção das coisas que estamos
fazendo, quando necessário, certamente irá limitar a
nossa capacidade para encontrar o sucesso.
- A coisa mais importante que diferencia uma pessoa de
sucesso, das que ainda estão buscando o sucesso, é o
que está entre as suas orelhas. Isso mesmo! É como
elas pensam.
A fórmula do sucesso é a forma de PENSAR. Para ser
uma pessoa de sucesso, você tem que aprender a
pensar como uma pessoa de sucesso. Você deve
desenvolver a identidade, crenças e valores de uma
pessoa bem sucedida. Já ouvimos falar de vencedores
das loterias que, em cerca de cinco anos, perderam os
vários milhões que ganharam. Eles não se tornaram
“milionários”, continuaram a pensar como antes de
ganharem seus milhões. A fim de ter uma administração
forte, você tem de aprender a pensar como os grandes
administradores pensam, a fazer as coisas que fazem
os grandes administradores, e desenvolver as suas
ações para espelhar outros grandes líderes.
- Mas você não será um grande administrador sozinho,
mesmo fazendo as coisas direito, você precisa da
                                                      47
cooperação de sua equipe. Trabalhar como uma equipe
que não quer apenas atingir, mas também ultrapassar
os objetivos, ir além das expectativas.
A equipe tem que estar comprometida com as metas e a
Ordem, por sua vez, a sua administração tem que estar
comprometida com seus Irmãos, e com seus
crescimentos pessoais e maçônicos.
- Existe outra coisa muito importante sobre o sucesso, o
desejo de alcançá-lo. Se você não desejar realmente o
sucesso, não terá qualquer possibilidade de alcançá-
lo.
Finalmente para encontrar o equilíbrio e a harmonia em
nossa vida, e a nossa felicidade, temos que nos dedicar
a causa que escolhemos e temos definido para servir. E
ela nos conduz a um desejo de fazer algo além das
coisas que fazemos para nós mesmos. Como disse
Albert Schwitzer: “aqueles dentre nós que são
verdadeiramente felizes, são aqueles que procuraram
e encontraram como servir”.
Meu Caro Venerável Mestre, você vai encontrar tanto
alegrias, bem como frustrações durante essa viagem,
mas, no seu conjunto, você vai constatar que todos os
aspectos desta viagem, farão de você uma pessoa
melhor e mais confiante.
Estou torcendo e desejando o seu sucesso! Conte
conosco.




                                                     48
Agosto 2009

     RESPOSTAS ADEQUADAS À VIOLÊNCIA

A Ordem Maçônica explora a dinâmica problemática da
relação entre os sistemas sociais e os indivíduos, com
especial referência a adaptação do indivíduo ao meio
social. O indivíduo que “se recusa” a aceitar e
compreender esses preceitos, muitas vezes encontra
na violência uma resposta para sua inadaptação, e essa
violência ainda deve ser entendida como relacionada a
uma resposta a um grave transtorno de personalidade.
A apregoada e discutível tolerância maçônica, em
presença da violência e da agressão, apresenta a
existência de quatro operações discursivas que tentam:
“(1) dissimular a violência, (2) atenuar a
responsabilidade dos agressores, (3) contrafazer a
resistência das vítimas, e (4) culpar as vítimas ou
possíveis patologias das vítimas” (Coates & Wade,
2004). Essas quatro justificativas produzem
representações incorretas da violência e ignoram a
natureza unilateral dos atos violentos, e procuram
minimizar as responsabilidades dos agressores.
No caso de um incidente de violência, procedimentos e
responsabilidades devem ser explícitos em uma política
de tolerância zero para a violência. Essa política deve
abordar uma resposta imediata aos atos de violência.
Se uma ameaça iminente de violência ocorreu,
específica ou geral, a ameaça não deve ser ignorada,
mas, providências devem ser tomadas, sejam elas
jurídicas ou institucionais.

                                                    49
Uma vez que um evento traumático ocorreu, a resposta
da Ordem irá desempenhar um papel significativo no
processo de Recuperação do Agressor. Devemos ter
sempre em mente que a Ordem é uma Instituição
eminentemente Psico-educacional.
Quando a Ordem não é percebida como uma “proteção”
em si, e não está pronta para entender e responder às
necessidades dos Maçons que podem ter sido “vítimas”,
isso pode causar um trauma adicional. Para satisfazer
as necessidades das vítimas, a Ordem deve
proporcionar conforto imediato, através de uma resposta
rápida, e apoio dos pares, da comunidade maçônica,
expresso pela repulsa e crítica ao ato violento.
Distúrbios afetivos são normais e devem ser esperados.
Normalmente, a maioria das vítimas vai internalizar
(depressão, prevenção e retirada) as respostas
emocionais e psicológicas. É importante para o Grupo,
ser capaz de tolerar o silêncio quando a vítima precisar
de um tempo quieta.
Considerando todos os méritos do modelo de
comunidade democrática da Ordem, vemos a violência
como um dos perigos iminentes a este modelo, entre
outros, pois a violência poderá afastar aqueles que não
estão prontos para conviver em um ambiente violento,
onde todos e tudo é ganho no grito e nas agressões
psicológicas ou físicas.
Concluindo, nós todos temos testemunhos e
experiências de violências em nossas vidas. Nós nos
tornamos habituados à violência, consciente ou
inconscientemente, a julgar quem está certo e errado
em relação à violência. Para entendermos a violência

                                                     50
precisamos nos situar em relação a ela e reconhecer,
refletir e trabalhar com os aspectos de nossas
experiências que são replicadas em nosso julgamento
de violência nos outros. Vamos aproveitar a
oportunidade para parar e refletir sobre a violência e,
como estou sugerindo, aproveitar a oportunidade para
fazermos algo sobre ela.




                                                    51
Setembro 2009

      NOVAS E ESPAÇOSAS INSTALAÇÕES

A Administração do GOB-RJ estava funcionando em um
pequeno espaço (um corredor) no prédio do Palácio do
Lavradio nos últimos dez anos. Todos os dias dezenas
de Maçons visitavam as Secretarias do GOB-RJ para
tratar de assuntos de seus interesses e de suas Lojas.
Este espaço era insuficiente para atender a um número
tão grande de Irmãos. Além disso, também não havia
espaço suficiente para os funcionários cuidarem dos
registros, encaminhamentos, recebimentos, etc..
O atual Grão-Mestrado buscou várias alternativas para
solucionar o problema, mas sempre esbarrava em uma
questão primária, onde no Palácio sobrecarregado de
Templos e Lojas, encontrar uma área que pudesse
ampliar o espaço ocupado pelas Secretarias?
Quando o comodato foi denunciado pelo GOB,
considerando as notificações do INEPAC (Órgão
tombador do Palácio) para que a área ocupada pelas
Secretarias fosse desmontada e fossem realizadas obras
de restaurações de custo elevado no imóvel, a
Administração do GOB-RJ teve que tomar a iniciativa
de mudar o centro administrativo do GOB-RJ, aproveitou
então para buscar uma área espaçosa, que pudesse
dar aos Maçons mais conforto e aos funcionários
melhores condições para desenvolverem suas
atividades.
O Grão-Mestrado procurou um lugar mais elegante,
bem como mais espaçoso, encontrou uma área de

                                                   52
aproximadamente 350 m2, ocupando todo um andar. O
novo espaço tem toda a infraestrutura necessária para
que possa exercer todas as suas atividades
corretamente.
Estamos muito felizes com o resultado alcançado, tendo-
se atingido os nossos objetivos quanto a espaço, local
e infraestrutura. Além disso, conseguimos tudo com
custos bastante reduzidos, graças a grandes Irmãos que
nunca nos faltaram, desde o início de nossa
administração.
É sempre um momento emocionante quando se inicia o
trabalho de reconstrução. É este projeto continuará
durante os próximos meses, quando estaremos
reforçando o nosso compromisso de levar os serviços
superiores, marcados pela eficiência, mais perto dos
nossos Irmãos.
Gostaríamos de agradecer a todos nossos Irmãos por
seus apoios contínuos e compreensão com o
desconforto que viveram ao longo da nossa estadia no
Lavradio e também agradecer ao Irmão Falcão que nos
ajudou incansavelmente ao longo do caminho que
trilhamos até conseguirmos nos instalar em nossa nova
sede.
Estamos ansiosos para receber nossos Irmãos em nossa
nova sede.
Continuaremos a trabalhar no sentido de um crescimento
forte e equilibrado do Grande Oriente do Brasil no Rio
de Janeiro, não podemos nos acomodar novamente, nós
vamos lutar pela implementação da estratégia de
aquisição de nossa sede Própria.
O Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro merece
uma Sede Própria, e nós Maçons Fluminenses vamos
realizar esse sonho!

                                                    53
Outubro 2009

      COMO ALCANÇAR A PAZ INTERIOR E A
                FELICIDADE

Um mendigo estava sentado à entrada de uma Igreja
há mais de trinta anos. Um dia, um desconhecido entrou
na Igreja. “Uma esmola pelo Amor de Deus.” Resmungou
o mendigo, estendendo mecanicamente seu velho
chapéu. “Não tenho nada para lhe dar.” Disse o estranho.
Então ele perguntou: “Em que você está sentado?” “Em
nada.” Respondeu o mendigo. “É apenas uma caixa
velha... Estou sentado sobre ela há muito tempo”. “E
nunca olhou dentro dela?” Perguntou o estranho. “Não!”
Disse o mendigo. “Porque olhar? Não há nada dentro”.
“Você tem que olhar dentro dela!” Insistiu o estranho. O
mendigo resolveu abrir a tampa. Com espanto,
incredulidade e excitação, ele viu que a caixa estava
cheia de antigas moedas de ouro.
Muitas vezes buscamos incessantemente a Paz e a
Felicidade, procuramos na riqueza, no poder, nas
relações sociais, etc., mas esquecemos de buscar onde
sempre estiveram ao nosso dispor. Dentro de nós
mesmo!
A Paz Interior (ou paz da mente) se refere a um estado
de estar mental e espiritualmente em tranquilidade, para
manter-se forte diante da insegurança, da discórdia ou
do estresse. Estar “em paz” é fundamental para ser
saudável e o oposto, ficar estressado ou ansioso, é
prejudicial à saúde. A paz de espírito está geralmente
associada à bem-aventurança e a felicidade.

                                                     54
Para encontrar a Paz, basta levantar a tampa da caixa
em estivemos sentados sobre ela durante muito tempo,
a caixa somos nós e a tampa a consciência e a
introspecção.
Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, enfatiza a importância
da paz interior, para a paz no mundo: “A questão real,
as preocupações do mundo com uma paz duradoura
dos seres humanos, são sentimentos básicos da
humanidade, e também estão nas suas raízes. Através
de paz interior, a paz no mundo real poderá ser
alcançada. Assim a importância da responsabilidade
individual é bastante clara, uma atmosfera de paz deve
ser criada, primeiro dentro de nós mesmos, e então,
gradualmente expandida para incluir as nossas famílias,
nossas comunidades e, finalmente, todo o planeta.”
A maioria das pessoas é preparada, através de nossos
sentidos, para interagir com o mundo fora de nós
mesmos. Na verdade os nossos sentidos parecem
especificamente concebidos para ligar-nos às coisas do
mundo. Raramente nós vamos para dentro, nós
continuamente nos movemos para fora através dos
sentidos.
É por isso que a introspecção pode ser tão útil. Através
da introspecção, nós vamos para dentro, para o nosso
interior. Se nós olhamos por trás dos sentidos,
poderemos encontrar um mundo bonito e alegre oculto
dentro de nós.
A chave desse segredo nos foi dada na nossa
iniciação, ela está no VITRIOL, abreviatura das
palavras da frase em latim: “Visita           Interiorem
Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem”,

                                                     55
ao pé da letra isto significa: “visita o interior da terra e,
retificando-te, encontrarás a pedra oculta”. O verdadeiro
iniciado sabe onde encontrar a pedra oculta, e assim
viver em verdadeira Paz e Felicidade.




                                                          56
Novembro 2009
            ANO NOVO - VIDA NOVA

A aproximação do Ano Novo é para muitos de nós um
motivo para mudar algo em nossas vidas. Se você olhar
em revistas, em anúncios na mídia ou na web, existe
opções em toda parte: melhorar sua imagem, perder
peso, melhorar a sua dieta, parar de fumar, frequentar
uma academia, iniciar um novo hobby, aprender uma
nova língua, etc.
Mas, se queremos manter as nossas resoluções, é
preciso tomá-las inteligentemente.
Um fator muito importante é “por que” nós decidimos
fazer alguma coisa. O “porque” determina a motivação,
é o que nos permitirá continuar mesmo quando as coisas
ficarem difíceis.
Se tomarmos uma resolução porque todo mundo o faz,
ou se tomamos uma resolução porque as chances
conseguirmos sucesso é grande, é porque não estamos
realmente motivados para mantê-la. E se nós não a
mantemos, talvez estejamos iniciando um momento de
baixa autoestima, as chances são de que nós
caminhemos para isso, e isso não vai nos fazer nenhum
bem.
Assim, a fim de fazer uma boa resolução, é muito
importante como e por que nós decidimos fazer essa
escolha.
Então, vamos arregaçar as mangas e começar a
trabalhar! Você já fez a sua resolução? Por que você
decidiu fazer essa mudança em particular? Você
escolheu para fazê-la para si mesmo ou por alguém que

                                                   57
lhe agrada muito? Você acha que para agradar alguém,
será capaz de alcançar a sua resolução?
Se você tiver escolhido fazer a resolução por si mesmo,
como você a escolheu? Vamos considerar, por exemplo,
caminhar diariamente pela manhã. Alguma vez você
pensou realmente em começar a caminhar ou é porque
todo mundo faz? Você escolheu porque caminhar está
em seu plano de vida?
Se você decidir fazer alguma coisa, porque outras
pessoas estão fazendo, você acha que vai ter a
motivação de longo prazo para segui-la completamente?
A verdade é que, se queremos real motivação para
alcançar algo, isso tem que ser parte da visão global do
nosso ideal de vida, da vida que nos fará realmente
feliz e realizado.
Então, o que você quer? Se você não sabe o que quer,
você precisa obter clareza sobre os verdadeiros desejos
do seu coração, porque somente sabendo o que quer
você poderá alcançá-lo. Você tem uma imagem mental
de sua vida ideal? Se você não tiver, deve criá-la e
imaginar que você está olhando para ela, e determinar
o que você quer em todas as áreas diferentes de sua
vida - espiritual, emocional, mental, física, relacional,
financeira, etc. Agora, se você tem essa imagem mental,
o que você precisa fazer é simplesmente modificar a
sua vida presente, para que essa imagem se transforme
em realidade.
E, além disso, se você sabe que sua vida ideal seria
diferente, e sabe quais as mudanças que precisa fazer
a fim de alcançá-la, é hora de decidir se você quer fazer
essas alterações, e o quão forte você está motivado
para realizá-las?

                                                      58
Assim, a receita para a verdadeira realização é: decidir
o que você quer em sua vida, ter com a maior clareza a
visão de sua vida ideal, criar uma imagem mental dessa
vida, ter consciência de como você se sente ao ver-se a
viver a sua vida ideal, sentir como se o sua vida ideal
esteja acontecendo agora, e decidir fazer as mudanças
necessárias para que essa imagem se transforme em
realidade.
Você pode fazê-lo, na verdade você pode realizar
qualquer coisa que você realmente queira.
Escolha seu destino! Seja Feliz! Feliz Ano Novo! Feliz
Vida Nova!




                                                     59
Dezembro 2009

    QUEM SOU EU? MAS, QUEM SOMOS NÓS?

A humanidade não teceu a teia da vida. Somos apenas
um segmento dentro dela. Tudo o que fazemos para os
outros, nós fazemos a nós mesmos. Todas as coisas
estão interligadas. Todas as coisas se conectam.
Compreender o nosso mundo, e seu lugar no mundo é
importante. Temos de fazer escolhas que não são fáceis,
mas são absolutamente necessárias.
Na medida em que eu ainda estou na caminhada, estou
mudando minha direção. Eu mudei desde que comecei
a minha caminhada.
A passagem pela Universidade foi, de fato, o momento
alto na minha caminhada e carreira. Eu sou professor
titular de sociologia (antropologia) e filosofia da ciência,
sou um homem voltado para a educação e para a
formação dos jovens, pelo que a minha passagem pela
Universidade permitiu-me complementar o entendimento
da problemática da educação hoje, no mundo. Além de
outras áreas de competência da Universidade, que não
estão direcionadas apenas para a educação, mas
promovem também a preservação e a conservação do
patrimônio cultural. Volta-se, a Universidade, também,
para a informação, além do debate das questões mais
candentes da atualidade. Por isso a Universidade é, e
sempre foi, o fórum mais privilegiado para a abordagem
dos vários problemas e desafios da Humanidade,
principalmente agora no século XXI.


                                                         60
Para dizer quem sou Eu, preciso falar das coisas que
me move. Concentrar-me sobre os projetos que estou
desenvolvendo. Estou trabalhando e passando algum
tempo investigando sobre educação, cultura popular e
os produtos dela.
A Consciência é o conhecimento do ser, é o do seu
próprio ser. A consciência do mundo não é baseada
somente na autoconsciência, pois os Seres são
estritamente contemporâneos. Portanto, a consciência
universal é o somatório das consciências dos Seres
universais. Há um mundo para mim, porque sou
consciente de mim, e eu não estou escondido de mim,
porque eu tenho um mundo em mim.
Seguindo a partir deste ponto, pode-se afirmar que para
se ter uma identidade, é necessária ter existencialmente
uma “presença” no mundo. Embora quando a
funcionalidade do corpo é reduzida a nada, como em
termos espiritualistas, acreditamos que o “corpo” não
pode sozinho ser elegível para reivindicar algum tipo
de presença na espacialidade. Porque, se ativamente
ou não, ele ocupa um espaço material, não
essencialmente podemos sugerir que ter uma identidade
é ter um corpo. Porém para saber se está no nível da
corporeidade imanente ou desincorporação
transcendental, o corpo é ainda o ponto de partida em
si, e o ponto de retorno a si mesmo. Assim,
ostensivamente, sou um Ser! Pois além de uma
consciência, um ponto de ser em si mesma, ocupo um
corpo que garante a materialização dessa consciência.
“Eu Sou o que Sou”, e não o que Eu ou os “outros”
querem que eu seja!

                                                     61
Janeiro e Fevereiro 2010
                       VIVER

Hoje ao acordar percebi o quanto é efêmero o maior
bem que possuímos, a nossa Vida.
Como no retroceder de um velho filme, em um turbilhão,
imagens passaram em minha frente, fatos e pessoas,
cenas e rostos. Trouxeram ao presente sensações de
extrema alegria e profundo sofrimento, foram perdas e
ganhos, alguns saindo outros entrando, alguns saíram
prematuramente, partiram até sem despedirem-se,
outros chegaram de surpresa, não eram esperados, mas
saindo do nada, apareceram e marcaram de forma
indelével essa história, minha vida.
Passamos parte de nossa vida tentando entendê-la,
buscamos explicações dos porquês que assombram os
nossos vazios. Tentamos buscar no passado entender
o que é a vida, mas cada dia esse passado vai ficando
mais distante, pois assim como nós, nossa história
também envelhece, e quando encontramos algo
marcante e significativo, surge o enigma do futuro, e
novamente nos encontramos frente a incógnitas
indecifráveis, mas mesmo sem entendê-la, nos
agarramos ao liame tênue que nos prende a ela e nos
afasta da eternidade.
E o que estamos fazendo com ela e dela? Ela é tão
efêmera, tão temporária, assim como quando
embarcamos, também apeamos, algumas vezes nós que
continuamos acreditamos prematuramente, mas o que
é prematuro? Como definir o momento certo? Como
entender o princípio e o fim, se não conseguimos

                                                   62
compreender o momento, esse pequeno espaço de
tempo entre eles, que é a vida.
Tomamos grande parte, desse mínimo tempo, em
amealhar e conquistar bens, acumulamos e
armazenamos muito mais do que realmente
necessitamos para ela. E nem chegamos, muitas vezes,
a usá-los, nosso tempo é encerrado.
Como viver então? Nossa maior preocupação não é
entendê-la? Buscar o porquê dela. Então porque
simplesmente não usufruí-la. Mas assim ela não ficaria
vazia, sem objetivo e razão? Não é essa a proposta, o
que estamos sugerindo é vivê-la plenamente, sorver
cada momento que nos é dado a mais, torná-la útil e
preciosa, não deixar escapar um momento de torná-la
significativa.
Viver sem estar de mal com a vida, procurar sempre o
lado bom e positivo dos fatos, procurar a felicidade
através da pratica constante da solidariedade e da
fraternidade. Porque essa cara feia e esse mau humor?
Sorria! Busque a alegria, ela geralmente está em coisas
aparentemente simples e não significativas.
Você pode ser feliz mesmo que aparentemente a vida
não esteja lhe proporcionando oportunidades, basta
você querer, quando tudo aparentemente está dando
errado, lembre-se você está vivo, está usufruindo o maior
bem que podemos almejar. A Vida! E porque despedaçá-
la nutrindo todos esses sentimentos negativos? O ódio,
a prepotência, o mau humor, a vingança, etc., são
sentimentos que além de tornarem sua vida não
significativa, aqueles que nos sucederem verão em você
um exemplo de mau caráter, ainda prejudicam a sua
própria vida, pois irão destruindo o seu Ser e minando
sua saúde.
                                                      63
O Homem nasceu para ser feliz! É só querer, basta
cultivar o Amor e a Paz Interior. Liberdade esse é o
segredo, liberdade dos preconceitos, dos sentimentos
negativos. Ter a capacidade de projetar-se no outro, e
agir para com o outro como deseja que ajam com você.
Antes de agir, pensar, será que eu ficaria feliz se
fizessem isso comigo?
E assim, viver de tal forma que na hora de partir, seja
ela considerada prematura ou não, deixe na memória
dos que continuarem no caminho, boas lembranças e
saudade, pois a pior coisa que poderia acontecer a você
é muitos pensarem: - ainda bem que ele partiu!




                                                    64
Março 2010
              LIBERDADE DE PENSAR

Quando falamos em Liberdade, todos acreditam que
possuímos, com certeza, a Liberdade. Se analisarmos
então todas as formas de liberdade, vamos refletir sobre
uma forma de liberdade que a maioria de nós pensa
que têm, mas podemos não ter, a Liberdade de Pensar.
Não estamos falando de restrições impostas por outras
pessoas diretamente sobre a forma e o que você vai
pensar em sua mente. Estamos falando sobre as
restrições que nós mesmos, como indivíduos, impomos,
indiretamente influenciados por outras pessoas ao redor
de nós, algo que poderíamos chamar de normas sociais.
Você às vezes restringe seus pensamentos de certos
fatos e eventos simplesmente porque acredita, ensinado
por outros ao seu redor, que esses pensamentos são
muito escandaloso, tolos ou inúteis para explorar? Você
faz censura para si mesmo? Acreditamos que todos nós
fazemos esse controle sobre nossos pensamentos.
Dentro dessa linha de raciocínio nos declaramos:
“Homens Livres e de Bons Costumes”, porque somos
capazes de manter nosso comportamento e nossos
pensamentos dentro dos “bons costumes”.
O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regras
de Comportamento, estabelecido e aceito pelo Grupo
Social, que busca tornar a Vida Social mais agradável e
saudável.
O Comportamento do Homem em sociedade é
controlado por três níveis básicos de Padrões
Comportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidas

                                                     65
pelo grupo, e controlam ostensivamente o
comportamento do indivíduo. Possuem um alto poder
de coerção, as sansões vão da pena pecuniária a
privação da liberdade; - Os Mores (Moral), que estão
em geral associados aos aspectos religiosos ou
tradições profundamente arraigadas a personalidade do
grupo social. Possuem também um forte poder de
coerção, pois a sua transgressão atinge o Ser em sua
estrutura moral e ética, ocasionando o remorso, a
contrição e o pesar. O dever moral não é exigível a
ninguém, no entanto caracteriza-se por um dever de
consciência. Os Mores são caracterizados pelos Valores
Sociais, assimilados pelo indivíduo através de um
processo educacional. Esse é um dos principais afazeres
da Escola; - Os Folkways (Etiqueta Social), que são
padrões de conduta social exterior, constituem os modos
coletivos de comportamento, convencionais ou
espontâneos, reconhecidos e aceitos pelo grupo,
conduzem a maior parte da vida diária. Possuem um
baixo poder de coerção, mas são impostos pelas
relações interpessoais, podendo ocasionar o
afastamento do indivíduo de um grupo social.
Por isso acreditamos ser importante nos mantermos
dentro dessas normas sociais?
Acreditamos que a Liberdade de Pensamento é mais
importante do que podemos avaliar, e podemos
perceber isso cada vez mais quando os seres humanos
caminham rumo à evolução.
O pensamento é a ferramenta que faz os seres
humanos serem quem são e evoluir para além do ponto
em que eles estão em um dado momento no tempo.

                                                    66
O pensamento é uma chave para a evolução. No
entanto, se um pensamento estiver confinado em uma
jaula de normas e analogias do que já sabemos, ele
não pode nos fazer evoluir. Em vez disso, nos faz correr
em círculos e não conseguimos avançar.
Mas quando você libertá-lo, tudo o que você imaginar
pode se tornar possível, em sua mente e na sua vida.
Você começa a procurar formas de experimentar a sua
própria imaginação em maneiras novas e mais
completas, como um cientista que tem uma ideia abstrata
e se esforça para testá-la e explicar seus resultados a
comunidade científica. Cedo ou tarde você vai encontrar
uma maneira adequada de expressá-la e alcançá-la, e
fazer outras experiências, tornando suas experiências
cada vez mais reais, até que alcança o conhecimento
que conduz à realização do que anteriormente era irreal,
transformando a “imaginação” em realidade.
Por isso a Liberdade de Pensamento é tão importante.
Um pensamento livre é o alicerce do processo de
conversão da abstração pura, mera magia e imaginação
em realidade. Tudo é Possível, é só você sonhar.




                                                     67
Abril 2010
                  RAZÃO DE VIVER

O empirista inglês John Locke, em seu livro “Ensaio
Acerca do Entendimento Humano”, afirmou que todas
as pessoas ao nascer são uma “Tabula Rasa”, isto do
latim: - tabula, pedra para escrever, e - rasa, feminino
de rasus, apagado; portanto podemos aceitar como “uma
folha de papel em branco”. No dia em que nós nascemos,
inicia-se um processo de aprendizagem que continuará
pelo resto de nossas vidas. Somos, desde o início de
nossas vidas, moldados pelo meio em que estamos
inseridos. Todas as nossas atitudes, ideias, valores e
crenças são fruto das relações com quem entramos em
contato: pais, parentes, colegas, professores, etc., foram
os nossos paradigmas.
Quando crescemos ampliamos o meio com qual nos
relacionamos, e as primeiras experiências são afetadas
e alteradas, consciente e inconscientemente, e o que
sentimos e assimilamos, poderá não mais satisfazer ao
nosso dia a dia, poderá não mais ser útil para satisfazer
as coisas que acontecem ao nosso redor. Cada novo
ano de vida adicionado ao nosso passado, muda à
maneira que visualizamos e sentimos os nossos novos
dias, influenciando o modo como reagimos a tudo, desde
as mais simples rotinas diárias aos eventos complexos.
Tudo está em constante mutação, em você, na sua
família e no mundo que você vive.
Quanto mais crescemos, mais interagimos com pessoas
diferentes, de origens diversas e com diferentes ideias
sobre a vida. Desses encontros passamos ativamente
a defender, modificar ou abandonar as nossas crenças
precocemente adquiridas, e assim adaptamos as várias
                                                       68
ideias que entramos em contato anteriormente, para
ajustarmos nossa percepção da vida. Talvez novas ideias
nos sejam apresentadas por pessoas com
personalidades dinâmicas, que adotam uma filosofia de
vida diversa da nossa. Confrontados com o desafio
dessas novas ideias, podemos defender tenazmente
nossas crenças, descartando os novos conceitos,
recorrendo, com uma facilidade alarmante, a engenhosa
desculpa, que não são sólidos os novos argumentos.
Por outro lado, podemos abandonar completamente o
nosso passado e adotar novas crenças, opostas ao que
anteriormente acreditamos.
No entanto, como a maioria das pessoas, você
provavelmente pertence a esse grande rio da
humanidade que parece mover-se longitudinalmente em
um sentido bastante perceptível, sem buscar a qualquer
momento desviar o sentido dado pela vida, seguindo o
caminho no momento mais fácil, seguindo da maneira
mais agradável possível. Se assim for, você foi e é mais
ou menos capaz, de combinar ideias, sentimentos,
filosofias, desejos e realidades para justificar o que você
não quer fazer. Junto com a maioria das pessoas, que
foram e são bons em desviar perguntas e ideias sobre
o sentido da vida e da morte, bem como pensamentos e
sentimentos sobre o que é bom e mau, certo e errado,
justo e injusto, sem coragem de mergulhar no profundo
nublado das regiões da sua mente.
Quer percebamos ou não, a maioria de nós está presa,
voluntária ou involuntariamente, ao que acreditamos ser
destino, não nos dispomos a questionar quem somos e
em que acreditamos, buscando a felicidade
simplesmente em rolar ao longo da vida. A maioria de
nós vai viver a partir do nascimento até a morte, em um
mundo que temos à moda do nosso passado, para se

                                                        69
adequar ao nosso presente. Muitos vão encontrar o
conforto na aceitação inquestionável da herança de
sua família, do modelo de um amigo, da crença religiosa
ou dos pré-conceitos. No entanto, poucos vão ficar
livres de suas crenças presentes e passadas, e de suas
vidas diárias, para perguntar o que é a vida? Quem
sou eu? O que devo fazer? O que vou fazer? Se há um
sentido na vida, e uma razão para viver? E essas
questões certamente devem ser respondidas.
Se há um verdadeiro significado à vida, nada que você
faça vai mudar essa verdade. Que bom é viver a vida
acreditando estar fazendo o que é certo. E se as suas
crenças são falsas e o que você está fazendo é errado?
Uma compreensão da vida é o que buscamos, é uma
busca por algo na vida que comprove vale a pena viver.
Se você quer encontrar o sentido da vida, deve estar
disposto a reconhecê-lo quando encontrá-lo. Para fazer
isso, você precisa abrir sua mente e aceitar tudo o que
você descobrir, mesmo que isso seja totalmente oposto
as suas experiências, crenças e desejos. Se você quer
compreender a vida, não pode se esconder no conforto
da vida diária, nublando sua mente para evitar
desconforto. Você não deve rejeitar o que você descobrir,
mesmo se não encaixar-se no que foi, é ou que você
quer que seja sua vida.
Desde início de nossa discussão sobre o propósito da
vida, se o que estamos dizendo é verdade, e você se
propõe encontrar esse propósito, a sua vontade de
entendê-la já é uma razão de sua vida. Se você encontrar
respostas que são diferentes daquelas que você tem

                                                      70
moldado para si mesmo, você deve decidir se quer
continuar no caminho onde se encontra ou ir para outro
caminho, a um novo caminho em direção a algo que
pode ser muito diferente do que até hoje você acreditou.




                                                     71
Maio 2010
             EQUILÍBRIO EMOCIONAL

Vamos cultivá-lo? Em nossa vida agitada, todos nós,
ocasionalmente, nos sentimos fora de equilíbrio. Alguns
de nós, às vezes podemos até nos sentir a beira de
perder o controle. É comum, para a maioria de nós,
chegarmos muito próximos de perder algumas
perspectivas de nossas vidas depois de um dia ocupado
ou difícil, particularmente quando nos sentimos
sobrecarregados e estressados.
O estresse significa tudo que interfere com a inter-
relação harmoniosa que temos com a vida. Quando
somos confrontados com situações que são
desconfortáveis, e temos dúvidas de como podemos
lidar com elas, nós criamos o estresse em nossas vidas.
A ideia de manter o equilíbrio emocional, não é
simplesmente se livrar das emoções negativas, mas em
vez disso, aprender a experimentá-las, enfrentá-las e
mantê-las sob um controle moderado. As Emoções,
sejam elas positivas ou negativas, são respostas
significativas para eventos internos ou externos, que
transmitem informações para nós, bem como para os
outros, sobre quem somos e o como estamos lidando
com nossa vida.
As emoções também devem ser compreendidas como
energia em movimento. Elas são todos os eventos que
sentimos sem o controle do pensamento consciente, são
os sentimentos que nos dirigem sem o controle da razão.
A maneira como lidamos com elas é o que importa. A
emoção tem o poder de criar mudanças fisiológicas, e é

                                                    72
extremamente importante que nós dominemos nossas
emoções para criar as mudanças que nós escolhemos
e desejamos em nossas vidas.
Um dos primeiros passos para obter a capacidade de
experimentar as emoções de uma forma equilibrada é
reduzir a nossa vulnerabilidade a extremos emocionais.
Fazemos isso cuidando de nós mesmos, tendo em mente
que as emoções são as respostas físicas de nossos
corpos aos eventos da vida, mas se vamos ou não nos
sentir saudáveis, depende do quanto temos de controle
e sentimos esses eventos.
Embora a perda de um ente querido seja uma experiência
dolorosa, podemos aprender, por exemplo, a sentir essa
emoção particular, mas não precisamos nos tornar
escravos dessa emoção.
Consideremos ainda, por exemplo, a situação em que
um colega de trabalho realize uma atividade destinada a
nós, em geral nos sentimos imensamente zangados com
isso. Se ao contrário agradecermos pela ajuda e
encararmos a ação do colega como uma vontade de
colaborar, certamente estaremos controlando nossas
emoções primárias e assumindo uma postura de
equilíbrio.
O importante é sempre procurarmos nos despir dos
preconceitos e da predisposição de encarar todas as
ações e palavras dos outros como uma tentativa de nos
ofender ou prejudicar. Viver e sentir as relações
interpessoais com bom humor e alegria é o grande
segredo da felicidade.
Lembrando a música Epitáfio dos Titãs – “O acaso vai
me proteger. Enquanto eu andar distraído.” – então,
vamos andar distraídos.

                                                    73
Junho 2010
       A AÇÃO POLÍTICA DA MAÇONARIA

Todo dia lemos e ouvimos Irmãos reclamando da falta
de ação política da Maçonaria em nossos dias.
Logo de início é importante que tenhamos consciência
que a Maçonaria nada faz. A Maçonaria é uma Instituição
Social, e as instituições sociais nada fazem. Quem faz,
quem realiza, é o Homem. Se as instituições fossem
capazes de atender as necessidades e demandas da
Sociedade, não haveria necessidade do Homem. As
instituições são estáticas, o Homem é dinâmico.
Portanto, quem construiu a história da Ordem no
passado, que tanto admiramos e louvamos, foram os
Maçons! Os Maçons foram a mola propulsora e a
ferramenta da ação política da Maçonaria no passado.
Bem, agora podemos comparar a realidade dos anos
1800 e início de 1900, com os dias atuais. Quem eram
os Maçons naquela época? Autoridades
Governamentais, Nobres, Grandes Proprietários de
Terras, Grandes Comerciantes, Altos Oficiais das Forças
Armadas, Pensadores, Escritores, etc., era na verdade
uma elite. Uma Elite Política, Econômica, do
Pensamento Social, do Controle da Sociedade e da
Administração Pública. Os Maçons estavam presentes,
e em grande número, em todos os pontos importantes
da Estrutura Social. Os Maçons, em número significativo,
ostentavam Títulos de Nobreza, que lhes dava prestígio,
possuíam o controle da produção rural e do comércio,
ocupavam os principais postos administrativos e
militares, o que lhes dava o Poder. Eram os grandes

                                                     74
pensadores e escritores, que cunhavam e cultivavam
os valores e dominavam a comunicação social.
E como era o Povo? Primitivo e Dominado! Pela força,
pela nobreza, pelas ideias e pelos meios de
comunicação.
E hoje quem são os Maçons? Muitos de nós se
vivêssemos naquela época, certamente não seríamos
Maçons.
E o Povo, como é hoje? Bem mais esclarecido, mais
participativo, muito mais organizado e bastante mais
livre. Mas continua dominado pelas ideologias, pelos
meios de comunicação e pelo assistencialismo.
Então, os Maçons do passado construíram uma ação
política, porque possuíam três condições básicas e
fundamentais para essa ação: Vontade, Competência e
Recursos!
Mas a Sociedade mudou, o Homem conquistou a
Liberdade. Várias instituições sociais nascerem e
cresceram para lutar e defender essa liberdade
conquistada. Sindicatos, Entidades Profissionais,
Organizações Não Governamentais, etc. A Maçonaria
perdeu pouco a pouco sua condição de única instituição
social de defesa da Sociedade e dos valores sociais.
Durante a 1ª República os Maçons ainda participaram
das principais decisões políticas, pois ainda ocupavam
os principais cargos governamentais. O golpe
institucional, a implantação da ditadura, afastou grande
parte dos Maçons do poder político. A Ordem continuou
seu caminho, mas alguns Maçons foram abatidos pela
ditadura, e os que acenderam ou permaneceram no
poder, não fizeram questão de ostentar sua condição
de Maçom.
                                                      75
A Ordem, ou melhor, os Maçons recolheram-se as suas
Lojas, passaram a preocuparem-se muito mais com a
ritualística, com as práticas litúrgicas, detalhes de alfaias
e trajes, e com as posturas no Templo, coisas que não
eram o foco da ação maçônica anteriormente. E a cada
dia mais foram se afastando das lides políticas.
Amparados nos princípios maçônicos de que não se
discute Política e Religião em Loja, os Maçons foram
pouco a pouco criando a ideia que política e maçonaria
não pode se misturar, alguns Maçons criaram uma
grande aversão a política e outros acabaram
transformando a Ordem em sua religião. Nada contra o
Maçom possuir uma religião, ao contrário, tudo a favor.
As religiões devem ser estudadas e analisadas,
encontramos, em todas elas, ensinamentos que
poderemos usar em nossa vida, nos transformando em
pessoas melhores, de bons costumes. Porém, as
questões relativas aos dogmas e formas de cultivar a
fé, são características específicas de cada uma delas,
e devem ser respeitadas e não devem ser discutidas
por quem não as pratica, pois são dogmas.
Em nossos dias alguns Maçons estão tentando retomar
essa ação política da maçonaria. E porque não
alcançamos sucesso?
Primeiro, porque falta Vontade a um número significativo
de Maçons! Ainda sob o pensamento de que não se
discute política em Loja, esses Maçons não aceitam
qualquer envolvimento político da Maçonaria. É
importante, nesse caso analisar o que é Política? Do
grego politikós (pólis) se refere ao que é urbano, civil,
público, ao que é da cidade, enfim, é a ciência que busca
estabelecer mecanismos que permitam a construção

                                                          76
coletiva do bem comum e o atendimento das
necessidades do povo! Dentro dessa perspectiva não
pode existir qualquer óbice a participação dos Maçons
nas lides políticas. O que não podemos é confundir a
política em sua essência, com a política partidária. O
que os Maçons não podem discutir em Loja, é a
participação, a filiação partidária e a ideologia política
dos seus membros, pois isso certamente geraria conflitos
e desentendimentos.
Em segundo lugar falhamos porque não temos
Competência! Hoje as grandes forças eleitorais são: o
Assistencialismo! E somos muito fracos em nossas
ações beneficentes. Fazemos muito pouco, e quando
fazemos não sabemos explorar. O Corporativismo! E
não podemos ser corporativistas, pois não podemos
defender direitos e interesses de uma categoria, classe
ou grupo específico de nossa sociedade, pois na Ordem
temos membros de todas as categorias, classes e grupos
sociais. Como vamos defender os direitos e interesses
dos empregados, se temos em nossa Ordem muitos
empregadores. Como vamos lutar contra os privilégios
dos funcionários públicos, se temos em nossas Lojas
vários funcionários estatais. Os objetivos da Ordem são
genéricos e amplos, o bem estar da sociedade, a
liberdade, a igualdade, etc., e sabemos que objetivos
amplos e gerais não são práticos e alcançáveis. Portanto
é muito difícil pedir aos Maçons abandonarem seus
interesses imediatos, deixarem de votar em alguém que
lute por melhores salários ou melhores condições de
trabalho para sua categoria profissional, ou ainda um
representante de sua classe social que vai defender os
interesses dessa classe, para votarem em um
representante da Ordem que, teoricamente, vai lutar
por interesses genéricos e amplos, que nada de
prático trarão para o seu dia-a-dia, para os seus
interesses imediatos. A Fé! E bradamos a Ordem não


                                                       77
Palavras de um Grão-Mestre sobre Liberdade, Educação e Desapego
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  • 1.
  • 2. eduardo gomes de souza palvras de um grão-mestre edição virtual rio de janeiro outubro 2011
  • 3. introdução Neste livro estão reproduzidas as “Palavras do Grão-Mestre” no período em que ocupei o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, junho 2007 – junho 2011, que foram publicadas no órgão oficial de divulgação daquela Instituição Maçônica – BOLETIM DO GOB-RJ. Não cogitamos nenhum retorno financeiro. Esta despretensiosa compilação é editada em versão virtual, em arquivo extensão pdf, cabendo ao próprio leitor adquirir/baixar o adobe acrobat reader. Nosso propósito e esforços é proporcionar aos leitores uma reflexão coloquial lúcida, madura e amena, com conceitos filosóficos, escoimados de interpolações. Eduardo Gomes e Souza Rio de Janeiro Outubro-2011
  • 4. Quem É eduardo gomes de souza Nascido na Cidade do Rio de Janeiro, casado com a Psicopedagoga e Professora Lígia Gomes de Souza, pai de duas Professoras Universitárias: uma Psicóloga, Dra. em Psicologia Social e uma Química Industrial. Seu filho é Administrador de Empresas. Avô de um neto espetacular e duas lindas netas. Diplomado pela Escola Superior de Guerra. Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais. Administrador Escolar. Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, Antropologia, Biologia, Antropologia Médica e Filosofia, Doutor “Honoris Causa” em Teologia e Ciência da História, Philosophy Doctor in Philosophy of Religion, Professor Titular de Antropologia, Sociologia e Metodologia da Pesquisa Ciência, dedicou-se por mais de 30 anos a Causa da Educação; Técnico de Nível Superior em Planejamento, no Governo do Estado do Rio de Janeiro, atuando no planejamento de projetos educacionais e sociais. Exerceu no período de junho de 2007 a junho de 2011 o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro- GOB-RJ. Patrono da Cadeira 31, Categoria Letras, da Academia de Letras e Artes de Plácido de Castro – Estado do Acre.
  • 5. Fundador e Membro Efetivo da Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro, onde ocupada a cadeira nº 16, patronímica de Hipólito José da Costa Furtado Pereira de Mendonça e da Academia do Centro de Estudos Maçônicos da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Membro Efetivo da Academia de Letras e Artes de Paranapuã –ALAP, e da Academia de Santo Estêvão de Jerusalém dos Arameus e dos Auranitas, de Ciências, Letras e Artes - Araraquara, SP. Presidente de Honra da II diretoria do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais - InBrasCI. Membro Honorário da vários sodalícios. Entre os quais: Academia Pan-Americana de Letras e Artes – APALA. Academia de Letras do Brasil – MARIANA-MG. Academia Brasileira de Meio Ambiente – ABMA. Academia Maçônica Serrana de Artes, Ciências e Letras – Nova Friburgo, RJ. Academia Guanabarina de Letras. Mantém o blog Baronato em http://elgsouza.blogspot.com/ Esse é o Autor. Elvandro Burity Escritor e Poeta AMACLERJ – Cad. 19 Patronímica de Joaquim Nabuco
  • 6. indiCe SER E ESTAR .................................... 10 ESTRELA E SATÉLITES .................. 12 VIVER EM GRUPO .......................... 14 æ ï í ðïëéôéêü í ............................. 16 ó EU VOS DOU A MINHA PAZ .......... 19 ESQUEÇAM TUDO QUE EU .......... 22 JAMAIS HAVERÁ ............................. 22 LIBERDADE ...................................... 26 SEGURANÇA PÚBLICA .................. 29 EDUCAÇÃO ...................................... 33 ESQUERCER O PASSADO .............. 37 COMO COMBATER E .................... 40 DEVER CUMPRIDO ......................... 43 DESEJAMOS SUCESSO................... 46 RESPOSTAS ADEQUADAS ............. 49 NOVAS E ESPAÇOSAS .................... 52 COMO ALCANÇAR A PAZ .............. 54 ANO NOVO - VIDA NOVA .............. 57 QUEM SOU EU? ............................... 60 VIVER ................................................ 62 LIBERDADE DE PENSAR ............... 65 RAZÃO DE VIVER ........................... 68 EQUILIBRIO EMOCIONAL ............ 72 AÇÃO POLÍTICA .............................. 76 MORAL E ÉTICA .............................. 80 EGOCENTRISMO ............................. 85 TUDO TEM UM LIMITE ................. 88 MENTIRAS VIRAM.......................... 91 SER FELIZ ......................................... 94 NO ANO-RECOMEÇO ..................... 96 SOLIDARIEDADE ............................ 99 GRATIDÃO ........................................ 102 O PIOR CEGO ................................... 104 MEUS ÚTIMOS PENSAMENTOS....107 JUSTIÇA E EQUIDADE ................... 109 ADEUS NÃO! ATÉ LOGO ................ 113
  • 7. Maio 2008 SER E ESTAR Um dos maiores problemas do Homem e controlar suas próprias ansiedades e expectativas. Quando desejamos muito e conseguimos algo, existe uma tendência natural no comportamento humano, de buscar a preservação e a permanência do que muito almejamos e conseguimos alcançar.Na filosofia oriental essa tendência é denominada “apego”. Quando somos despojados de algo que conseguimos alcançar e consideramos ser de nossa propriedade ou poder, a sensação da perda é muito forte, e interfere inclusive em nossa forma de ver e sentir as coisas, criando situações em que nosso comportamento não condiz em nada com nossas palavras e até com pensamentos e ideias anteriores.A sensação da perda produz um vazio, parece estar faltando algo dentro de nós, sentimos a falta de algo que muitas vezes não está nem em nosso consciente, o que de certa forma mascara até o nosso comportamento, dando justificativas para ações que nunca seriamos capazes de nos vermos realizando, pois contradiz tudo o que pregamos e dissemos em um passado, muitas vezes não muito distante. Mas como superar essa situação, sendo ele entendida como um comportamento natural e normal, inerente a nossa condição de seres humanos? Ensina a tradição e o pensamento oriental, que o cultivo de outra forma de ver nossas conquistas, sentindo e entendendo que tudo é efêmero e temporário, até o maior dos bens humanos, a vida, é temporária, poderá nos liberar do “apego”. Quando entendermos que não somos, mas estamos; entendermos que não 10
  • 8. possuímos, mas guardamos; que não somos donos, mas guardiões dos bens que nos foram entregues para usarmos e guardarmos, então alcançaremos a libertação do “apego”. Essa outra forma de ver e entender as coisas e a vida é denominada “desapego”. O “desapego” nos liberta dessa terrível sensação de vazio quando perdemos ou deixamos algum valor ou posição. O grande valor do doar é o “desapego”! Quando você doa algo sentindo como se estivesse perdendo, é melhor não doar, pois doar não é perder, mas entregar algo que está em seu poder mais não lhe pertence. Assim também é importante sempre nos lembrarmos de que quando ocupamos um cargo ou posição, estamos e não somos, para quando deixarmos o cargo ou a posição não venhamos a sentir a sensação de perda e o vazio da ausência da condição que vivenciávamos. Vivamos em paz e harmonia. 11
  • 9. Junho 2008 ESTRELAS E SATÉLITES As estrelas são corpos celestes que possuem brilho próprio, e com sua luz e calor alimentam outros corpos celestes. Os satélites são corpos que além de não possuir brilho próprio, necessitam de outros corpos celestes para gravitarem em seu derredor. Assim também são as características da personalidade de algumas pessoas. Existem pessoas que irradiam luz e calor, são brilhantes em suas atitudes e calorosas em suas relações, são capazes de iluminar e aquecer todo o ambiente em seu redor. Outras, ao contrário, são como os satélites, além de necessitarem de luz e calor, precisam ainda de outros em que possam sustentar a sua trajetória, são dependentes, incapazes de caminhar sem estar amparados por um paradigma. Os Maçons são considerados estrelas, a sociedade acredita que nós somos lideres, e formadores de opinião, mas os Maçons são realmente lideres? Quando observamos o comportamento de alguns Maçons, sua dependência e submissão ao brilho de outros, ficamos preocupados com essa credibilidade que nossa Ordem possui na sociedade. Um Maçom deve pautar seu comportamento e suas atitudes em uma consciência adquirida pela sua forma de ver e sentir a Ordem e o Mundo, não deve ser submisso ou se dobrar a vontade alheia, nem agir sob o comando da vontade alheia. O Maçom é um Homem Livre, e os Homens Livres não se submetem a vontade 12
  • 10. ou pressão de ninguém. Assim tem sido na história de nossa Ordem, Irmãos morreram ou foram presos por não se dobrarem ou submeterem ao domínio da opressão e dos déspotas, e hoje não podemos jamais tolerar que algum Maçom seja dominado e subjugado a vontade de pseudo-lideranças. Cada Maçom tem que ser um Sol, uma estrela brilhante, e não um satélite a girar em torno de outro, com um parasita se alimentando e vivendo de sua luz e calor. Estamos envidando todos os esforços para, através de um processo educacional, dar aos Maçons do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, condições de brilharem e espargirem suas Luzes. Que possamos receber de nosso Mestre Hiram um pouco de sua sabedoria, para que possamos ser verdadeiramente um Sol a brilhar. 13
  • 11. Julho 2008 VIVER EM GRUPO Uma das maiores dificuldades do Ser Humano é Viver em Grupo. Submeter suas vontades e colocar acima de sua individualidade as necessidades da Comunidade. A Sociedade é individualista e competitiva, desde pequenos somos treinados para a competição, a própria vida é uma competição. Por isso temos uma dificuldade muito grande em vencer o egoísmo, a vaidade e a individualidade, e viver o espírito de grupo. As religiões, em geral, apresentam compensações divinas e graças que serão alcançadas além da vida terrestre, pela prática do compartilhamento de bens e valores com os necessitados. Existe ainda a ostentação social da generosidade vaidosa, interessada e jactanciosa, que é fruto do jogo político, das relações de poder ou de consciências culpadas. Os valores apregoados pela Ordem Maçônica, não estão associados a essa vida após a morte ou a um jogo de poder e domínio dos necessitados, nem tal pouco a expiação de consciências sobrecarregadas pelo peso da desigualdade social ou pelo acúmulo de riquezas amealhadas de forma ilícita. O ideário maçônico apresenta o “espírito de corpo” como uma necessidade real e não somente ideal das sociedades humanas, para os Maçons essa necessidade do espírito de grupo é valorizado logo na ritualística da iniciação, onde o neófito é conclamado a auxiliar os órfãos e as viúvas, e exortado que essa ajuda deve ser anônima e desinteressada. 14
  • 12. Outra lição sempre ensinada pela Ordem é a valorização do outro. Numa sociedade individualista e injusta, em que os indivíduos são excluídos sem qualquer análise de suas qualidades, potencialidades ou essências, julgados por fatores efêmeros tais como: raça, credo, escolaridade, posição social, etc., os Maçons são levados a compreensão da igualdade e da solidariedade como forma correta de comportamento social. E conscientizados de que todos são iguais e Irmãos, filhos da Terra e elevados pelo “sopro divino”. Vivemos uma época em que essa valorização do espírito de grupo é subjugada aos orgulhos, as vaidades e ao medo. E esse medo é fruto da insegurança, criada pela exclusão de uma parte significativa do grupo social, através do expurgo material e cultural. Hoje parte da comunidade é vítima do pânico social, que aterroriza o indivíduo e o segrega da vida social. O trabalho da Ordem é difícil, nossa tarefa é árdua, essa valorização do grupo, para os Maçons, vai além da visão religiosa ou de marketing pessoal, ela deve ser fruto da transformação da consciência individual. Somente a transformação da personalidade do indivíduo, poderá desenvolver um processo de crescimento pessoal através da força coletiva, que será capaz de transformar o mundo, emergindo uma nova realidade social que leva o sentido de comunidade a transcender ao individualismo, extraindo o verdadeiro sentido do espírito de grupo: “a Solidariedade Humana”. O verdadeiro Maçom é capaz de sublimar seu orgulho e sua vaidade aos interesses maiores do grupo social no qual está inserido. 15
  • 13. Agosto 2008 æ ï í ðïëéôéêü í ó O Homem é por natureza um Animal Político – Zoon Politikon – assim afirmou o filósofo Aristóteles. O objetivo de Aristóteles foi o de analisar a Política, como o modo que as pessoas podem fazer suas mudanças e de seu meio ambiente, para alcançar os objetivos estabelecidos pela comunidade para o bem estar social. A Ordem Maçônica é uma Instituição Social composta por Seres Humanos, e possui em sua organização características representativas dos Homens que a compõem, portanto, podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que a Maçonaria é uma Instituição Política. É obvio que não podemos entendê-la como uma Instituição Político-Partidária, pois se assumisse tal característica estaria descumprindo um de seus princípios básicos, que é a Igualdade. Pois caso a Ordem viesse a optar por uma determinada corrente ou pensamento Partidário, estaria excluindo, aqueles que optassem pelas correntes ou pensamentos rejeitados, da oportunidade de pleitearem juntos aos seus Irmãos o apoio a suas pretensões políticas. Estamos nos aproximando de mais um momento de escolha daqueles que deverão conduzir os destinos de nossas cidades nos próximos quatro anos. E vemos com preocupação o processo eleitoral que se avizinha, muitas são as variáveis negativas que se apresentam, estamos, a cada dia, sendo surpreendidos por fatos e decisões que expõem a fragilidade e a inconsequência de nossa ordenação j urídica eleitoral. Candidatos sem a menor 16
  • 14. qualificação ética e moral se apresentam e são aceitos, mesmo contra a vontade de parte do Poder Judiciário, que se vê algemada a uma legislação arcaica e inconsequente, a qual garante inscrição eleitoral, aqueles que apresentam uma vida pregressa e uma ficha criminal, que os impossibilitaria a ingressar até em alguns seguimentos mais simples da organização publica. Como pode a Ordem Maçônica reagir a este Status quo? - Através de uma ação individual. Onde cada Maçom, pelo do exercício de sua liderança, buscará conscientizar aqueles que estão em seu círculo de relações pessoais, da necessidade de realizarmos uma escolha consciente, fundamentada na busca do candidato que apresente as melhores condições morais e uma proposta de governo voltada para o atendimento das principais necessidades da comunidade. - Através de uma ação coletiva. Procurando identificar e divulgar as ações administrativas e organizacionais que poderão atacar os principais problemas que se apresentam em nossos Municípios, como também as qualidades positivas e negativas daqueles que se apresentam candidatos, divulgando interna e externamente os resultados dessa análise imparcial e exaustiva. Dentro dessa linha de ação, dando continuidade ao trabalho de inserção política da Ordem Maçônica, realizado pelos Eminentes ex-Grão-Mestres, Irmãos Sylvio Claudio e José Coêlho da Silva, e principalmente pelos Irmãos Domingos Teixeira Neto e Sergio Tavares Romay, que além desse trabalho se colocaram a disposição da ordem como candidatos, estaremos 17
  • 15. realizando e estimulando reuniões internas e abertas, para debatermos a posição da Maçonaria Fluminense em relação aos parâmetros morais e programáticos que apresentam os diversos candidatos dos Municípios Fluminenses, procurando estabelecer uma linha comportamental e administrativa, que represente as expectativas dos Maçons, estabelecidas a partir dos paradigmas representativos da Ordem Maçônica. E, a partir desse consenso e dessa análise, apresentar a sociedade o posicionamento da Maçonaria em relação aos diversos candidatos e ao processo eleitoral municipal que se aproxima. Ciência Política tem o potencial de tornar o mundo melhor. Sendo um dos objetivos da Ordem Maçônica fazer o mundo melhor, compete, portanto a Maçonaria, trabalhar pelas mudanças políticas e sociais, mesmo que sejam duras, abrir mão, nesse seu trabalho, de todos os seus princípios e paradigmas, que a qualificam como um dos últimos Sodalícios da Moral e da Ética. Finalizando lembramos. Você quer mudar o Mundo? – A melhor forma de fazer isso é: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” 18
  • 16. Setembro 2008 “EU VOS DOU A MINHA PAZ” A Maçonaria não é uma Religião. Mesmo que algumas pessoas ainda acreditem ser a Ordem uma Religião, nós, os Maçons, sabemos que a Maçonaria não pode ser considerada uma Religião, mesmo que para alguns Maçons ela seja uma verdadeira e única Religião, mas esse não é o objetivo de nosso raciocínio nesse momento. Mesmo não sendo uma Religião, a Ordem vai buscar em todas as Religiões, os fundamentos básicos e os ensinamentos que possam ser transmitidos aos seus membros, buscando a integração e a construção social individual, dentro de padrões que possam fazer dessa vida social, algo de útil e progressivo para a Humanidade. Dentro dessa linha de raciocínio nos declaramos: “Homens Livres e de Bons Costumes”. O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regras de Comportamento, estabelecido e aceito pelo Grupo Social, que busca tornar a Vida Social mais agradável e saudável. O Comportamento do Homem em sociedade é controlado por três níveis básicos de Padrões Comportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidas pelo grupo, controlam ostensivamente o comportamento do indivíduo. Possuem um alto poder de coerção, as sansões vão da pena pecuniária a privação da liberdade; - Os Mores (Moral), que estão em geral associados aos aspectos religiosos ou tradições profundamente 19
  • 17. arraigadas a personalidade do grupo social. Possuem também um forte poder de coerção, pois a sua transgressão atinge o Ser em sua estrutura moral e ética, ocasionando o remorso, a contrição e o pesar. O dever moral não é exigível a ninguém, no entanto caracteriza- se por um dever de consciência. Os Mores são caracterizados pelos Valores Sociais, assimilados pelo indivíduo através de um processo educacional. Esse é um dos principais afazeres da Ordem; - Os Folkways (Etiqueta Social), que são padrões de conduta social exterior, constituem os modos coletivos de comportamento, convencionais ou espontâneos, reconhecidos e aceitos pelo grupo, conduzem a maior parte da vida diária. Possuem um baixo poder de coerção, mas são impostos pelas relações interpessoais, podendo ocasionar o afastamento do indivíduo de um grupo social. Então, estabelecida à relação Maçônica com as Religiões no desenvolvimento de seus membros, podemos lançar mão de um texto bíblico sem qualquer restrição, para conduzir o nosso raciocínio. Em Jó 14, 23, encontramos: “Eu vos dou a minha paz. Não vô-la dou como o mundo a dá”. Sabemos que um dos princípios fundamentais da Ordem é a Luta constante e incansável pela Paz Mundial! Mas como pode alguém falar e lutar pela Paz, quando seu coração está pleno de Ódio? O que vemos em nossa Ordem, é a verdadeira negação do que é dito e afirmado como uma verdade real e insofismável. Quando temos o menor de nossos anseios contrariado, 20
  • 18. partimos para uma luta fratricida, olvidando todas as belas palavras que ouvimos ou pronunciamos em nossos Templos sobre a Paz e a Fraternidade. Colocamos nossos interesses e nossa vontade acima dos interesses da Ordem e do Grupo. Nosso orgulho e arrogância jamais aceitarão que nossa vontade seja subjugada a quem quer que seja ou a qualquer interesse, mesmo que seja para o bem da Ordem ou do Grupo. Como viver em Paz, com o ódio no coração? Como lutar pela Paz, com o ódio no coração? A Paz que o Grande Mestre ofereceu não é a Paz das palavras. Não é a Paz do mundo! Mas ele nos oferece a Verdadeira Paz, a Paz Interior. Somente tendo a Paz em nossos corações, poderemos ser verdadeiramente Agentes da Paz. Então não precisaremos falar em Paz, pois estaremos aptos, como o Cristo, em transmitir a Paz! A verdadeira Paz, a Paz do Espírito! Diz também o texto mais usado na Ordem: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. E como poderemos viver em União sem a Paz em nossos corações? Portanto vivamos em Paz Espiritual, submetendo nossa vontade e nossas paixões, para obtermos ampla evolução em nossa Vida Maçônica. 21
  • 19. Outubro 2008 ESQUEÇAM TUDO QUE EU FALEI E ESCREVI Várias vezes já ouvimos esta frase. O comportamento humano é caracterizado por uma flexibilidade, que possibilita sua adaptação as mais diversas situações e realidades, que lhes são apresentadas. Porque, sendo uma característica humana a flexibilidade de conduta, cobramos das pessoas um comportamento perene frente às diversas situações que enfrentam em sua dia-a-dia? Poderíamos pensar em uma racionalidade, que somente seria possível se pudéssemos eliminar totalmente a emoção da personalidade do Ser Humano. Somente um Ser totalmente despido da emoção, poderia manter uma coerência permanente em tudo que fala e escreve. Pois em cada situação que enfrentamos, muitas são as variáveis que formam o cenário, e várias são as percepções que temos naquele momento. Pelo raciocínio desenvolvido, podemos aceitar perfeitamente que o Ser Humano tenha seu comportamento e suas ações pautados pela posição que ele ocupa, em um dado momento, em determinada situação. Não sendo então considerada anormal a mudança de opinião ou comportamento pelo Ser Humano. E um Maçom pode mudar de opinião? Pode em um dado momento, se posicionar a favor ou contra uma situação ou comportamento, e em seguida mudar sua posição em relação a uma idêntica situação? Certamente esperamos que um Maçom tivesse um 22
  • 20. equilíbrio emocional suficiente, para não permitir que a emoção dominasse o seu comportamento e suas ações, porém não devemos esquecer que os Maçons são Seres Humanos e, portanto, seu comportamento é caracterizado pelos mesmos fatores, que determinam o comportamento de todos os Seres Humanos. Portanto, devemos ter Tolerância com as mudanças dos pontos de vista e opiniões de outras pessoas, pois a flexibilidade é uma característica importante de qualquer personalidade. Outro aspecto é que, em geral, a sociedade universal não tolera muito “posições fixas” ou imutáveis. O intransigente é considerado “um chato”. A sociedade valoriza aqueles cujos canais de comunicação estão abertos a discussão e as mudanças de opinião. Assim não devemos estranhar ou criticar alguém por mudar suas opiniões ou comportamento, em função de uma nova situação que está vivenciando. Devemos nos lembrar de que, quando temos nossos anseios e expectativas frustrados, a emoção passa a comandar nosso modo de ver e sentir a realidade, e nessa situação é normal negarmos tudo o dissemos e escrevemos. E a frase: “Você vai acreditar se eu te disser que fulano mudou?”, não deve ser vista como uma critica, mas como uma constatação de uma realidade perfeitamente plausível. Meus Irmãos, para que possamos conviver em Paz e Fraternidade, é importante procurarmos compreender e aceitar o outro, com todas as suas contradições e idiossincrasias, sempre lembrando que o Maçom, antes de tudo é um Ser Humano. Fraternalmente. 23
  • 21. Novembro 2008 “JAMAIS HAVERÁ ANO NOVO, SE CONTINUARMOS A COPIAR OS ERROS DOS ANOS VELHOS.” - Luís de Camões De repente, num instante fugaz, os fogos de artifício anunciam que o Ano Novo está presente e o Ano Velho ficou para trás. De repente, num instante fugaz, as taças de champagne se tocam e o vinho borbulhante anuncia que o Ano Velho se foi e o Ano Novo chegou. De repente, os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os seres humanos, num abraço caloroso, num só pensamento, exprimem um só desejo e uma só aspiração: Paz e Felicidade. De repente, não importa a nacionalidade, não importa a língua, não importa a cor, não importa a origem, porque todos somos Seres Humanos e descendentes de um só Pai, os homens lembram-se apenas de um só verbo: Amar. De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma só canção, um só hino, o hino da fraternidade. De repente, os homens esquecem o passado, lembram-se do futuro venturoso, de como é bom viver. Quando nos olhamos no espelho, sempre vemos as marcas que o tempo se incumbe de nos ofertar, linhas que o próprio tempo traça. Vemos também olhos que exprimem sofrimento, alegria, tristeza, satisfação, decepção, sucesso, enfim, vemos a matéria, ou seja, o resultado de nossa vida em forma física. Isso que vemos em nós mesmos, também podemos ver nos outros. Mas a alma, ah, essa somente nós podemos ver e sentir, pois se trata de uma imagem interior de nós mesmos. 24
  • 22. Neste final de ano, olhe para dentro de si e tente lembrar- se do que foi feito de bom ou ruim. Procure repetir as coisas boas, muitas e muitas vezes. Erros? Não os esqueça, para não repeti-los. Acontecimentos ruins, involuntários, esqueça-os e pense que no futuro virão muitas coisas boas, e que você é forte para enfrentar quaisquer situações complicadas ou embaraçosas que possam aparecer. Seja positivo, afinal há o livre arbítrio e você é quem decide como quer viver a sua vida. Escolha o melhor! A razão e a sabedoria são fatores que nos tornam humanos. Nós somos os únicos seres que têm consciência de possuir uma vida, e aquilo que fazemos com as nossas vidas depende de nossa vontade e da sabedoria. Nesse milênio, com a bagunça deste planeta, está na sabedoria à fonte de equilíbrio que precisamos mais do que nunca. Criar um ponto de equilíbrio com a natureza e manter a ética em nosso comportamento, são fatores muito relevantes para alcançarmos a felicidade. Estas são as lições que podemos aprender com essa maravilha que é a vida. Os fogos anunciam a chegada de um Ano Novo! É hora de refazer seus sonhos ainda não realizados e acreditar que irá concretizá-los. Soltar um olhar solidário e acalentador para os seus amigos e bocejar displicentemente para os desafetos. Aprender com os erros do ano já ido e brindar com um sorriso o ano bem vindo. Correr ao encontro daquele sonho ainda não perdido ou regozijar-se mais uma vez o sonho já conquistado. Então, Feliz Ano Novo, aproveite a festa. Cultivem a Alegria e a Felicidade que são consideradas como grandes forças positivas que engrandecem os espíritos. Essa é a razão pela qual desejo a você um ano repleto de luz, amor, saúde e prosperidade. 25
  • 23. Dezembro 2008 LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE A Liberdade, a partir de uma perspectiva existencial, não pode ser separada da responsabilidade. Pois a verdadeira liberdade implica em responsabilidade. No entanto, é comum que algumas pessoas procurem exercer a liberdade tentando evitar a correlata responsabilidade. Embora, às vezes, pareça que estas pessoas possam lograr êxito no presente, no futuro verificar-se uma consequência psicológica. Esta consequência muitas vezes não é muito perceptível, mas que pode expressar-se através da culpa, ansiedade, depressão, ou até mesmo pela ira e agressividade. Mas a liberdade é responsabilidade. Quando você estiver livre, você estará automaticamente responsável por seu próprio futuro. Para exercer a sua Liberdade implica que você tem que reconhecer as consequências dos seus próprios atos. Você deve assumir a responsabilidade por qualquer situação que esteja vivendo hoje, você não deve culpar outros por aquilo que você não gosta em sua vida. Você tem que tomar suas próprias decisões, para que possa ser responsável pelo seu próprio futuro, e tem fazer isso sem medo das consequências ruins que possam advir. Você não pode ter medo. Nós devemos ser capazes de aprender com nossos próprios erros e nos tornarmos pessoas melhores. Pessoas Livres, como nós, querem aprender com seus erros, mudar e crescer no processo. 26
  • 24. O processo de mudança não começa até que a pessoa aceite a responsabilidade pelos seus atos e comportamento. Este é um dos mais difíceis desafios do crescimento da personalidade. A fim de crescer, a pessoa tem de aceitar a responsabilidade por aquilo que tem feito para contribuir com o meio onde está vivendo. Se você não tem qualquer responsabilidade com os seus atos, então tem pouca capacidade de mudança e crescimento. Desde que veio luta pelas liberdades que prezamos hoje, incluindo a liberdade de culto, de expressão, da imprensa, na humanidade evoluiu a consciência da responsabilidade civil. Inicialmente essa consciência evoluiu num engajamento da sociedade nesse anseio pela liberdade. Mas posteriormente, essa consciência social caminhou no sentido da necessidade da correlata responsabilidade com a liberdade conquistada. Nunca na história da humanidade tinham sido alcançados tão generalizados poderes para o indivíduo, e nunca antes havia tantas pessoas desfrutando tal grau de liberdade pessoal. O jornalista é membro de uma profissão importantíssima, representa uma instituição que deve possuir credibilidade, liberdade e responsabilidade. Ao falar ou escrever como um profissional, o jornalista deve estar isento de qualquer censura institucional, nas não pode estar livre da disciplina e da responsabilidade pelo que produz. Sua posição especial na comunidade, de informar e comunicar o que está acontecendo, impõe-lhe obrigações especiais. Como uma pessoa de comunicação e de membro de uma importante instituição 27
  • 25. social, o jornalista deve se lembrar de que o público poderá apreciar a sua profissão, respeitar e crer na instituição que ele representa de acordo com a isenção das suas afirmações e a forma como manipula as informações. Daí o jornalista deve mostrar a todo o momento respeito pela opinião dos outros, isenção em suas posições e deverá indicar sempre que quando ele ou ela está falando ou escrevendo, o faz como instituição e não como indivíduo, procurando respeitar e engrandecer a instituição que representa, abandonando seus interesses individuais, frustrações, ódios e angústias. Mas, caso seu comportamento não esteja de acordo com a ética que se espera de qualquer profissional, deverá ser responsabilizado por seus atos, principalmente pela credibilidade da instituição que representa. 28
  • 26. Janeiro e Fevereiro 2009 SEGURANÇA PÚBLICA DEVER DE TODOS É um princípio social fundamental, que a primeira missão do Estado é, historicamente, garantir a segurança de todos os cidadãos e lhes permitir viver em um ambiente saudável, onde todos possam ter a chance de evoluir livremente, de acordo com as suas potencialidades. É necessário que os cidadãos confiem no Estado para garantir sua segurança, e tenham a sensação de que aqueles que violam as leis, realmente vão pagar a sua dívida com a sociedade. Que as vítimas obtenham o apoio necessário, que a justiça seja acessível a todos e esteja ao seu serviço. O Estado deve sempre ter no centro das suas prioridades o bem-estar e à segurança dos seus cidadãos. Embora as relativas questões de segurança pública e da vida privada, por vezes, possam parecer estar distanciadas, em verdade estão estreitamente interligadas. E nós podemos testemunhar isso em nossa vida quotidiana. Isso explica porque as questões da segurança pública e da justiça são uma grande preocupação para nós. Questões de segurança estão sempre presentes. A segurança é uma preocupação de longo prazo. Por esta razão, o incremento do planejamento das ações para aumentar a segurança e privacidade é vital para o curto e longo prazo. A experiência mostrou como é importante continuar a trabalhar em conjunto: Sociedade/Estado, para criação 29 Para concluir, gostaria de repetir que não podemos viver sem liberdade e direitos fundamentais, não podemos viver sem segurança. A confiança das pessoas nos Órgãos de Segurança é fundamental. Não podemos arriscar perder esta confiança. Isto significa que as medidas necessárias para fazer exercer segurança devem ser sempre acompanhadas de salvaguardas adequadas para assegurar a fiscalização, responsabilização e
  • 27. de um verdadeiro espaço sociocultural de justiça, liberdade e segurança. Um espaço de justiça, liberdade e segurança não é baseado apenas em medidas legislativas, mas também, e mais importante, na confiança das pessoas de que os seus direitos fundamentais serão respeitados, e sua segurança será garantida. Essa confiança é o princípio fundamental de toda a relação do indivíduo com os Órgãos de segurança. Na verdade, temos de trabalhar juntos, e em todos os níveis. Isto não pode ser feito sem um forte apoio dos Cidadãos ao Estado. Atualmente, as diversas partes envolvidas na questão, nem sempre se comunicam, ou não se comunicam suficiente e eficientemente. Isso deve melhorar. Temos que ter um claro e compartilhado projeto com vistas à segurança pública, com uma eficiente investigação e determinação de prioridades, necessidades e limites. Sociedade Civil, Governo, Empresas, Instituições e Universidades, para citar alguns, devem participar das discussões e pesquisar soluções para os diversos problemas relativos à Segurança. Temos de evitar ações de forma isoladas e partir para um trabalho integrado. Para atingir este objetivo, temos que propor medidas destinadas a encontrar um justo equilíbrio entre a prevenção, a educação dos cidadãos e a repressão. A melhor maneira de prevenir a desobediência envolve educação, mas não é necessário abandonar todas as regras estritamente dissuasivas e austeras de punições, que, afinal, é um grande fator preventivo. 30
  • 28. Por isso que defendemos um necessário reforço de justiça para os criminosos e mais direitos para as vítimas. Temos que sempre exigir as mais severas punições para os agressores e autores de crimes violentos, propondo, por outro lado, mais meios para ajudar as vítimas, que poderá ser a adoção de um Estatuto dos Direitos das Vítimas. Quando os cidadãos tiverem a sensação de estar realmente seguros, que os criminosos pagarão o preço justo por suas ações e quando o destino das vítimas for considerado como deve ser, poderemos dizer que um grande passo terá sido dado, e que viveremos em uma sociedade melhor e mais pacífica. A segurança pública tornou-se uma prioridade importante para as democracias ocidentais e uma grande preocupação para o Estado, Sociedade Civil, Instituições e Empresas. Uma questão importante para o futuro da sociedade é como organizar a sua proteção, integrando os esforços desses atores. Uma maneira para coordená- los é através das suas participações em Fóruns e Conselhos, que visem à regulação da segurança e das suas diferentes atividades, pela discussão e elaboração de um planejamento integrado. Sociedade, Setor Público, Trabalhadores, Empresas, etc., devem participar de um diálogo para trocar ideais e desenvolver um plano de ação, crucial para que a segurança pública possa satisfatoriamente alcançar seus objetivos. Em agosto, a primeira Conferência Nacional de Segurança Pública – 1ª CONSEG será realizada em Brasília. O Fórum, juntando a Sociedade 31
  • 29. Civil, Setor Público e Trabalhadores da área, uma inovação no Setor, deverá assegurar a relevância da participação de todos os agentes envolvidos na busca de resultados e sua utilização no processo de decisão política. Se cada um dos participantes usar o melhor da sua experiência sobre segurança na formulação das propostas, podemos alcançar políticas mais eficazes e, em última instância, isso significa uma melhor segurança para todos os cidadãos. 32
  • 30. Março 2009 EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PESSOAL A Ordem Maçônica é uma organização sem fins lucrativos, dedicada ao desenvolvimento do potencial humano através da educação. Educação, Liderança e Crescimento Individual são objetivos da Ordem, desenvolvidos através de um processo educacional Universal. Não é nenhum segredo que a educação é a chave para o auto aperfeiçoamento. O objetivo central do processo educacional desenvolvido pela Ordem é a promoção de meios e recursos para o desenvolvimento pessoal de seus membros, através da aprendizagem incrementada ao longo da vida maçônica. Esse processo é orientado para que os Maçons possam alcançar um desenvolvimento equilibrado nos domínios da ética, do intelecto, do social e das competências, e assim possam ampliar o pensamento crítico e exploratório, inovando e adaptando-se às mudanças, sem perder as tradições, visando prepará-los para satisfazer todos os desafios da vida maçônica. Uma análise das características da Ordem revela que em todos os países ela detém a mesma visão sobre a necessidade do crescimento individual de seus membros. Buscando alcançar esse objetivo, ela tem perseguido ativamente o crescimento pessoal de seus membros, através da educação desenvolvida nas Lojas Maçônicas. Esse processo deve buscar o domínio de conhecimentos, habilidades e atitudes, bem como 33
  • 31. permitir a plena utilização dos pontos fortes e suavizar as fraquezas de cada um, desenvolvendo habilidades que poderão ser aplicadas na resolução de problemas e para enfrentar os desafios da vida, além de oferecer informações para ajudar ainda mais a sua educação para o crescimento e desenvolvimento pessoal. Preparar os Maçons, como membros da nossa coletividade, para contribuir com o sucesso de nossa sociedade através do trabalho comunitário, também deve ser um dos principais objetivos da educação dos Maçons para a Ordem. Para alcançar o desenvolvimento social do Maçom, esse processo educacional tem que conscientizá-lo da necessidade de respeitar e aceitar outros, e deve também levá-lo a compreender seus papéis e responsabilidades na família, na ordem e na sociedade, e como também desenvolver as habilidades de comunicação para construir um bom relacionamento interpessoal. Em relação à Ordem esse processo deve conscientizar o Maçom da necessidade de adaptar sua vida pessoal aos planos e objetivos da Ordem, levando-o a assumir uma atitude positiva em relação ao trabalho maçônico, e da necessidade de adquirir informações, de forma a compreender a relação entre o domínio do conhecimento e o sucesso maçônico. Deve conduzir o Maçom a estabelecer uma relação caracterizada por afinidade, intimidade, reciprocidade e continuidade levando-o a sentir que ele faz parte de uma família. Este sentimento não é baseado em fatores como a partilha de um lar comum ou de possuírem os 34
  • 32. mesmos pais. Pelo contrário, baseia-se no processo de aceitação e na relação que ele e outros têm em função das quatro características citadas. Deve ser também objetivo desse programa, principalmente voltado para os Maçons mais recentes, crescer e desenvolver a capacidade de liderança dos Maçons. Esse programa, no entanto, em seu desenvolvimento, não deve esquecer-se de analisar a relação entre Liderança e Ética. As diferentes correntes da psicologia dão ênfase à teoria que o crescimento pessoal é alcançado combinando o cognitivo (ideia ou imagem que concebemos do mundo ou de alguma coisa), o social (o papel da sociedade, da cultura e da dinâmica social), e as diferenças individuais (a inteligência, habilidades e características da personalidade). Mas temos ainda que considerar as emoções sentidas, e analisá-las como podem ser um desafio - e que delicioso desafio! - ao crescimento pessoal. O truque é ser inteligente com os sentimentos. A Inteligência Emocional é um ingrediente essencial para o crescimento pessoal, e está em, sem perder a aptidão de emocionar-se, ser capaz de não se deixar dominar por ela, esta habilidade faz uma enorme diferença no trabalho, na Loja, em casa, em fim na vida. Em muitos momentos da minha vida, eu sou o navio estável. Não importa quão tempestuosos sejam os mares, eu sigo em meu curso com confiança, através do caminho áspero das águas revoltas, com habilidade e tranquilidade. É importante preparar os Maçons para que possam habilidosa e tranquilamente enfrentar desafios a cada dia. 35
  • 33. Finalmente esse processo educacional desenvolvido pela Ordem deve contemplar a Educação para a Paz, abrangendo questões de segurança humana, da equidade, da justiça e da compreensão intercultural, pois esse é um capítulo de importância primordial. Pois a educação também reduz a criminalidade. As carências do ambiente social levam a um deficiente desempenho igualitário, ao absentismo comunitário, e ao abandono dos paradigmas sociais, gerando a delinquência e o comportamento violento, o processo educacional é um importante agente para reduzir essas consequências dessa omissão da sociedade. 36
  • 34. Abril 2009 ESQUECER O PASSADO E NÃO PENSAR SOBRE O FUTURO? Num livro que li recentemente, o escritor incentivou-nos a concentrar-se no hoje, esquecer o passado e não pensar sobre o futuro. Estou de acordo sobre este ponto de vista do autor, no que diz respeito ao fato de que nem o passado e nem o futuro estão totalmente dentro do nosso controle. O único dia que temos sob nosso controle é hoje, portanto, faz sentido que devemos concentrar os nossos pensamentos sobre ele, e não se preocupar com coisas que aconteceram ou coisas que podem ou não vir acontecer. Mas não concordo com a ideia de que deveríamos esquecer totalmente o passado. E discordo com a ideia de que não devemos pensar em nada para o futuro. O passado contém muitas lições para nós. O passado é composto de erros que cometemos, e torna-se necessário refletirmos sobre ele, para que lembrando- nos dessas coisas, não venhamos a repetir os mesmos erros novamente no presente e no futuro. Somos o que somos por causa do nosso passado. E o que nós seremos no futuro depende muito se aprendemos ou não com o que aconteceu nos dias que já passaram. No passado, fizemos promessas e as promessas não são supostos para serem esquecidos. Estão para serem lembradas e para serem cumpridas, sempre que você decidiu estar indo para o seu cumprimento, só porque 37
  • 35. hoje é a realidade de tudo o que você alcançou, não significa que você deve esquecer as promessas feitas no passado. Também não devemos esquecer o bem que alguém pode nos ter feito. Qualquer bem que seja feito a ti deve ser devolvido com algo melhor. Não é algo que você deve esquecer, apenas porque está no passado. Como seria muito conveniente esquecer! É fácil para o homem esquecer o bem que é feito para ele. Não é estranho que quando ele usa dinheiro de um amigo, esquecê-lo, mas quando ele empresta dinheiro a um amigo, ele sempre se lembra, não é mesmo? Quanto ao futuro, não podemos dizer que não devemos pensar nele. Enfrentamos nossas dificuldades hoje, mas temos esperança de que amanhã o GADU irá nos enviar alívio. Não há nada de errado em termos esperanças para o futuro. O presente será melhor no futuro, se aprendermos e lutarmos para nos tornarmos melhores seres humanos. Não há nada de errado em esperar que o GADU vá conceder-nos tempo para fazermos o bem e ajudarmos outras pessoas. Nós não podemos viver nossa vida presente e descurar o futuro. Temos que nos preparar para ele. Nós não sabemos se vamos morrer hoje, mas se não acontecer, teremos um dia seguinte, que vem, e que ira fazer muitas exigências sobre nós, e que poderá nos causar muita dor e sofrimento, se não estivermos preparados para ele. Assim, o aluno deve estudar hoje, para que ele possa ter bom resultado no teste amanhã. O homem deve trabalhar hoje, para que ele possa pagar suas contas amanhã. 38
  • 36. Então, em minha opinião, devemos viver hoje, lembrando-se das lições do passado e planejando o nosso futuro, de modo que cada dia venha a torna-se uma grande bênção, para os maçons fiéis servidores do GADU. 39
  • 37. Maio 2009 COMO COMBATER A REVOLTA E A REBELDIA INTERIOR? Pela revolução interior, pela revolução do íntimo, pela mudança dos costumes, valores e do modo de ver o mundo. A Revolução Interior supõe o domínio de si mesmo pela renúncia às paixões, a vaidade, a soberba, etc., pelo esforço reflexivo que procura descobrir no Homem, seu semelhante, à verdadeira grandeza humana. O problema é este: descobrir o Homem no homem. Reconstruir o Homem é levar o próprio Homem a reconquistar-se. Dominar a vaidade, a soberba, o ceticismo, a desilusão, a impetuosidade, o egoísmo, o apego às glórias falazes, convencido de que ninguém tem o direito de pretender controlar a vida dos outros, quando não é capaz de governar nem a si próprio. O problema do mundo é um egoísmo imenso, em que não somos capazes de aceitar as pessoas como elas são. Sempre queremos que o outro seja a nossa própria imagem projetada em um espelho. Não somos capazes de entender, que como os dedos de nossas mãos, somos todos diferentes. E que nós não somos sempre o melhor paradigma para o ser humano. Compreender nossas falhas e erros é o primeiro passo para dominarmos esse egoísmo. Aceitar nossa condição humana de imperfeição é essencial para o crescimento e desenvolvimento do Homem e da Humanidade. Porém as Instituições (a Maçonaria, por exemplo) 40
  • 38. crescem e se desenvolvem coletivamente, se cada um dos seus componentes não procurar aprimorar-se nas virtudes da tolerância e da humildade, através de sacrifício do egoísmo e do egocentrismo. Porque para combatermos o mal da sociedade e dos outros, precisamos primeiro, combater o mal em nós mesmos. É preciso dominar a intolerância, a agressividade, a rebeldia e a revolta. Sem dominá-las não teremos homens dignos. Sem homens dignos não teremos uma sociedade correta, nem mesmo por mais belos que sejam os planos maçônicos. Precisamos cultivar constantemente, coragem para reconhecer nossos erros e falhas, paciência para aceitá- las, fortaleza para corrigi-las e inspiração para evitá- las; além das virtudes: da energia e da bondade, da severidade sem alarde, da bravura sem ostentação, da pureza sem orgulho puritanista, da humildade com dignidade e da dignidade sem egolatria. Cultivar o amor ao próximo e a generosidade para os que se manifestam incapazes de compreender o ideal proposto. O nosso combate ao erro e a mediocridade deve, portanto, principiar em nós mesmos. E é somente por esta Revolução Interior que se poderá salvar a fraternidade, vivificar a liberdade, enobrecer a Pessoa Humana, engrandecer a Ordem; transmitir à posteridade um patrimônio moral com que ela se defenda, se afirme e se engrandeça, realizando a Sociedade dos nossos sonhos. Isto porque no próprio Homem, considerado maçonicamente, lutam dois homens: o velho e o novo, aquele trazendo a tendência ao Mal, este a iluminar-se 41
  • 39. com a própria luz que de si mesmo tira, do seu eu interior, e que é a aspiração ao Bem. Portanto, para combater o mal da sociedade e dos outros, precisamos primeiro, combater o mal em nós mesmos. Combatendo todos os sentimentos e comportamentos negativos, tais como a revolta, o egoísmo, a soberba, a luxúria, a rebeldia, a violência, o sarcasmo, o escárnio, etc., e procurando dominar nossas paixões, desenvolver sentimentos e comportamentos positivos, como humildade, tolerância, benevolência, amor fraternal, paciência, respeito ao próximo, etc.. Vivamos em Paz e sempre procuremos praticar o bem e as boas ações. 42
  • 40. Junho 2009 DEVER CUMPRIDO Cada Maçom tem cumprido as suas obrigações, uma vez que a Ordem prossegue sua caminhada através do tempo e da história. E hoje os Veneráveis Mestres que concluem os seus mandatos podem afirmar: “Temos certeza que cumprimos as promessas que fizemos”. Do ponto de vista pessoal, existe uma ideia de atitude vital, que vai do modo de viver e de trabalhar, ao sentido da vida, descoberto através de toda a história do ser humano, que é a intencionalidade e a busca do Sucesso. Em uma palavra, o que o homem está procurando na sua vida, o que dá sentido e valor a sua existência, em última instância é a Realização Pessoal. A Sensação do Dever Cumprido. Isto é o que dá sentido à existência, o que rompe a ociosidade, se não fosse à busca do cumprimento do dever, da auto realização, o que iria preencher a alma, a psique humana. Quando qualificado biologicamente, o homem é concebido como uma máquina quase perfeita. A Ordem guia-nos na busca da alma humana e espiritual do ser pré-existente nele. Por meio do seu pensamento e da sua prática como Instituição Humanística a Ordem desenvolve a nossa capacidade de compreender a humanidade e a nós mesmo, para respeitar as convicções e crenças de cada individuo, alcançar o sofrimento dos outros, e desenvolver a capacidade para ajudá-los. A Maçonaria nos instiga a conceber o Universo como uma criação maravilhosa, e pragmaticamente a 43
  • 41. perceber que “o todo está em todas as suas partes”. Ela é a fonte dos valores que norteiam os nossos deveres para com o Supremo Arquiteto do Universo, a Humanidade, a Pátria, a Família e para com nós mesmos. Afinal vamos encontrar no seu corolário e substancial conhecimento, todo o conteúdo imprescindível para a concepção de um projeto de vida saudável e rica em realizações. Esse conhecimento extraordinário não é genérico, ele é sempre novo, especial e individual, orientado particularmente a cada Maçom. A Ordem ministra um correto Sistema de Boas Práticas para a Felicidade da Humanidade, a cada passo é ampliada uma etapa da evolução do Ser, desde a iniciação até a extinção, tanto para o próprio benefício do Maçom, como em benefício dos outros. A verdadeira realização não é material, mas é um sistema de ação consciente e sábio que maravilhosamente acalorado dentro do coração dos seres humanos, como uma chama de beleza e esplendor, ilumina o caminho da Felicidade do Homem. Em suma, Maçonaria é dever, para com o Verdadeiro Deus e com o nosso Semelhante. Para alguns esses valores são enfatizados, enquanto para outros são rejeitados, dependendo se eles afinam- se com a ideia, o sentido, a intenção e a finalidade de sua vida. Sabemos que existiram dificuldades que foram superadas. Mas continuamos a avançar com grande paciência e persistência. A responsabilidade recai agora sobre aqueles que darão continuidade a obra iniciada a quase 300 (trezentos) anos. 44
  • 42. Eu tenho certeza que todos estão em paz ao terminar seus mandatos como um Venerável Mestre, porque conseguiram cumprir os seus destinos. Este é o melhor legado que podemos deixar para as gerações futuras. Para concluir: Parabéns e Obrigado meus Amados Veneráveis Mestres que com muito carinho e desvelo concluíram seus mandados. Que Deus os recompense. 45
  • 43. Julho 2009 DESEJAMOS SUCESSO EM SUA ADMINISTRAÇÃO Porque é que o sucesso parece vir tão fácil para algumas pessoas e tão difícil para outros? Creio que estamos todos intrinsecamente nos esforçando para sermos bem sucedidos em algumas áreas da nossa vida, quer seja no nosso trabalho, em nossos relacionamentos, nas nossas finanças, em nosso esporte favorito, em nossos hobbies, ou seja, no que for. Mas para alguns se trata de forma natural das coisas acontecerem, enquanto outros lutam sua vida inteira procurando sucesso. Será a faculdade ou universidade que frequentaram? Será que algumas pessoas possuem apenas sorte? Ou existe uma fórmula que podemos seguir, e que conduzirá ao sucesso? Qual é a chave do sucesso? Será que você sabe? Como orientar a gestão dos administradores, que foram desafiados a conduzir, dentro da nossa organização, as suas Lojas? Não possuímos a chave, mas podemos analisar alguns fatores que podem conduzir ao sucesso. - Para alcançar o sucesso é necessário um olhar atento para o que as pessoas de sucesso fazem. - As pessoas, em geral, têm muita pressa para obter os frutos do seu trabalho e se eles não veem o suficiente rápido, por vezes, elas tornam-se frustradas e desistem. - Uma fórmula de sucesso é buscar sempre RESULTADOS. Os resultados são produzidos somente após se fazer alguma coisa, e fazê-lo bem, por muitas e muitas vezes, até que o resultado desejado seja atingido. 46
  • 44. Então, a fim de ter o que nós queremos, temos que fazer algo, a fim de alcançarmos os resultados desejados. A busca dos resultados poderia ser resumida em uma frase ou afirmação, que seria: “Você pode alcançar o que quiser”. A parte difícil é descobrir o que exatamente que você quer alcançar. - A fórmula do sucesso é AÇÃO. Não somente ações, mas fazer as coisas certas, ações corretas e direitas. Às vezes leva um tempo para aprender o que são as coisas certas, por isso, a necessidade de conduzirmos as nossas ações, a fim de atingir os resultados desejados. Mas não fazer nada, ou não estarmos dispostos a mudar a direção das coisas que estamos fazendo, quando necessário, certamente irá limitar a nossa capacidade para encontrar o sucesso. - A coisa mais importante que diferencia uma pessoa de sucesso, das que ainda estão buscando o sucesso, é o que está entre as suas orelhas. Isso mesmo! É como elas pensam. A fórmula do sucesso é a forma de PENSAR. Para ser uma pessoa de sucesso, você tem que aprender a pensar como uma pessoa de sucesso. Você deve desenvolver a identidade, crenças e valores de uma pessoa bem sucedida. Já ouvimos falar de vencedores das loterias que, em cerca de cinco anos, perderam os vários milhões que ganharam. Eles não se tornaram “milionários”, continuaram a pensar como antes de ganharem seus milhões. A fim de ter uma administração forte, você tem de aprender a pensar como os grandes administradores pensam, a fazer as coisas que fazem os grandes administradores, e desenvolver as suas ações para espelhar outros grandes líderes. - Mas você não será um grande administrador sozinho, mesmo fazendo as coisas direito, você precisa da 47
  • 45. cooperação de sua equipe. Trabalhar como uma equipe que não quer apenas atingir, mas também ultrapassar os objetivos, ir além das expectativas. A equipe tem que estar comprometida com as metas e a Ordem, por sua vez, a sua administração tem que estar comprometida com seus Irmãos, e com seus crescimentos pessoais e maçônicos. - Existe outra coisa muito importante sobre o sucesso, o desejo de alcançá-lo. Se você não desejar realmente o sucesso, não terá qualquer possibilidade de alcançá- lo. Finalmente para encontrar o equilíbrio e a harmonia em nossa vida, e a nossa felicidade, temos que nos dedicar a causa que escolhemos e temos definido para servir. E ela nos conduz a um desejo de fazer algo além das coisas que fazemos para nós mesmos. Como disse Albert Schwitzer: “aqueles dentre nós que são verdadeiramente felizes, são aqueles que procuraram e encontraram como servir”. Meu Caro Venerável Mestre, você vai encontrar tanto alegrias, bem como frustrações durante essa viagem, mas, no seu conjunto, você vai constatar que todos os aspectos desta viagem, farão de você uma pessoa melhor e mais confiante. Estou torcendo e desejando o seu sucesso! Conte conosco. 48
  • 46. Agosto 2009 RESPOSTAS ADEQUADAS À VIOLÊNCIA A Ordem Maçônica explora a dinâmica problemática da relação entre os sistemas sociais e os indivíduos, com especial referência a adaptação do indivíduo ao meio social. O indivíduo que “se recusa” a aceitar e compreender esses preceitos, muitas vezes encontra na violência uma resposta para sua inadaptação, e essa violência ainda deve ser entendida como relacionada a uma resposta a um grave transtorno de personalidade. A apregoada e discutível tolerância maçônica, em presença da violência e da agressão, apresenta a existência de quatro operações discursivas que tentam: “(1) dissimular a violência, (2) atenuar a responsabilidade dos agressores, (3) contrafazer a resistência das vítimas, e (4) culpar as vítimas ou possíveis patologias das vítimas” (Coates & Wade, 2004). Essas quatro justificativas produzem representações incorretas da violência e ignoram a natureza unilateral dos atos violentos, e procuram minimizar as responsabilidades dos agressores. No caso de um incidente de violência, procedimentos e responsabilidades devem ser explícitos em uma política de tolerância zero para a violência. Essa política deve abordar uma resposta imediata aos atos de violência. Se uma ameaça iminente de violência ocorreu, específica ou geral, a ameaça não deve ser ignorada, mas, providências devem ser tomadas, sejam elas jurídicas ou institucionais. 49
  • 47. Uma vez que um evento traumático ocorreu, a resposta da Ordem irá desempenhar um papel significativo no processo de Recuperação do Agressor. Devemos ter sempre em mente que a Ordem é uma Instituição eminentemente Psico-educacional. Quando a Ordem não é percebida como uma “proteção” em si, e não está pronta para entender e responder às necessidades dos Maçons que podem ter sido “vítimas”, isso pode causar um trauma adicional. Para satisfazer as necessidades das vítimas, a Ordem deve proporcionar conforto imediato, através de uma resposta rápida, e apoio dos pares, da comunidade maçônica, expresso pela repulsa e crítica ao ato violento. Distúrbios afetivos são normais e devem ser esperados. Normalmente, a maioria das vítimas vai internalizar (depressão, prevenção e retirada) as respostas emocionais e psicológicas. É importante para o Grupo, ser capaz de tolerar o silêncio quando a vítima precisar de um tempo quieta. Considerando todos os méritos do modelo de comunidade democrática da Ordem, vemos a violência como um dos perigos iminentes a este modelo, entre outros, pois a violência poderá afastar aqueles que não estão prontos para conviver em um ambiente violento, onde todos e tudo é ganho no grito e nas agressões psicológicas ou físicas. Concluindo, nós todos temos testemunhos e experiências de violências em nossas vidas. Nós nos tornamos habituados à violência, consciente ou inconscientemente, a julgar quem está certo e errado em relação à violência. Para entendermos a violência 50
  • 48. precisamos nos situar em relação a ela e reconhecer, refletir e trabalhar com os aspectos de nossas experiências que são replicadas em nosso julgamento de violência nos outros. Vamos aproveitar a oportunidade para parar e refletir sobre a violência e, como estou sugerindo, aproveitar a oportunidade para fazermos algo sobre ela. 51
  • 49. Setembro 2009 NOVAS E ESPAÇOSAS INSTALAÇÕES A Administração do GOB-RJ estava funcionando em um pequeno espaço (um corredor) no prédio do Palácio do Lavradio nos últimos dez anos. Todos os dias dezenas de Maçons visitavam as Secretarias do GOB-RJ para tratar de assuntos de seus interesses e de suas Lojas. Este espaço era insuficiente para atender a um número tão grande de Irmãos. Além disso, também não havia espaço suficiente para os funcionários cuidarem dos registros, encaminhamentos, recebimentos, etc.. O atual Grão-Mestrado buscou várias alternativas para solucionar o problema, mas sempre esbarrava em uma questão primária, onde no Palácio sobrecarregado de Templos e Lojas, encontrar uma área que pudesse ampliar o espaço ocupado pelas Secretarias? Quando o comodato foi denunciado pelo GOB, considerando as notificações do INEPAC (Órgão tombador do Palácio) para que a área ocupada pelas Secretarias fosse desmontada e fossem realizadas obras de restaurações de custo elevado no imóvel, a Administração do GOB-RJ teve que tomar a iniciativa de mudar o centro administrativo do GOB-RJ, aproveitou então para buscar uma área espaçosa, que pudesse dar aos Maçons mais conforto e aos funcionários melhores condições para desenvolverem suas atividades. O Grão-Mestrado procurou um lugar mais elegante, bem como mais espaçoso, encontrou uma área de 52
  • 50. aproximadamente 350 m2, ocupando todo um andar. O novo espaço tem toda a infraestrutura necessária para que possa exercer todas as suas atividades corretamente. Estamos muito felizes com o resultado alcançado, tendo- se atingido os nossos objetivos quanto a espaço, local e infraestrutura. Além disso, conseguimos tudo com custos bastante reduzidos, graças a grandes Irmãos que nunca nos faltaram, desde o início de nossa administração. É sempre um momento emocionante quando se inicia o trabalho de reconstrução. É este projeto continuará durante os próximos meses, quando estaremos reforçando o nosso compromisso de levar os serviços superiores, marcados pela eficiência, mais perto dos nossos Irmãos. Gostaríamos de agradecer a todos nossos Irmãos por seus apoios contínuos e compreensão com o desconforto que viveram ao longo da nossa estadia no Lavradio e também agradecer ao Irmão Falcão que nos ajudou incansavelmente ao longo do caminho que trilhamos até conseguirmos nos instalar em nossa nova sede. Estamos ansiosos para receber nossos Irmãos em nossa nova sede. Continuaremos a trabalhar no sentido de um crescimento forte e equilibrado do Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro, não podemos nos acomodar novamente, nós vamos lutar pela implementação da estratégia de aquisição de nossa sede Própria. O Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro merece uma Sede Própria, e nós Maçons Fluminenses vamos realizar esse sonho! 53
  • 51. Outubro 2009 COMO ALCANÇAR A PAZ INTERIOR E A FELICIDADE Um mendigo estava sentado à entrada de uma Igreja há mais de trinta anos. Um dia, um desconhecido entrou na Igreja. “Uma esmola pelo Amor de Deus.” Resmungou o mendigo, estendendo mecanicamente seu velho chapéu. “Não tenho nada para lhe dar.” Disse o estranho. Então ele perguntou: “Em que você está sentado?” “Em nada.” Respondeu o mendigo. “É apenas uma caixa velha... Estou sentado sobre ela há muito tempo”. “E nunca olhou dentro dela?” Perguntou o estranho. “Não!” Disse o mendigo. “Porque olhar? Não há nada dentro”. “Você tem que olhar dentro dela!” Insistiu o estranho. O mendigo resolveu abrir a tampa. Com espanto, incredulidade e excitação, ele viu que a caixa estava cheia de antigas moedas de ouro. Muitas vezes buscamos incessantemente a Paz e a Felicidade, procuramos na riqueza, no poder, nas relações sociais, etc., mas esquecemos de buscar onde sempre estiveram ao nosso dispor. Dentro de nós mesmo! A Paz Interior (ou paz da mente) se refere a um estado de estar mental e espiritualmente em tranquilidade, para manter-se forte diante da insegurança, da discórdia ou do estresse. Estar “em paz” é fundamental para ser saudável e o oposto, ficar estressado ou ansioso, é prejudicial à saúde. A paz de espírito está geralmente associada à bem-aventurança e a felicidade. 54
  • 52. Para encontrar a Paz, basta levantar a tampa da caixa em estivemos sentados sobre ela durante muito tempo, a caixa somos nós e a tampa a consciência e a introspecção. Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, enfatiza a importância da paz interior, para a paz no mundo: “A questão real, as preocupações do mundo com uma paz duradoura dos seres humanos, são sentimentos básicos da humanidade, e também estão nas suas raízes. Através de paz interior, a paz no mundo real poderá ser alcançada. Assim a importância da responsabilidade individual é bastante clara, uma atmosfera de paz deve ser criada, primeiro dentro de nós mesmos, e então, gradualmente expandida para incluir as nossas famílias, nossas comunidades e, finalmente, todo o planeta.” A maioria das pessoas é preparada, através de nossos sentidos, para interagir com o mundo fora de nós mesmos. Na verdade os nossos sentidos parecem especificamente concebidos para ligar-nos às coisas do mundo. Raramente nós vamos para dentro, nós continuamente nos movemos para fora através dos sentidos. É por isso que a introspecção pode ser tão útil. Através da introspecção, nós vamos para dentro, para o nosso interior. Se nós olhamos por trás dos sentidos, poderemos encontrar um mundo bonito e alegre oculto dentro de nós. A chave desse segredo nos foi dada na nossa iniciação, ela está no VITRIOL, abreviatura das palavras da frase em latim: “Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem”, 55
  • 53. ao pé da letra isto significa: “visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta”. O verdadeiro iniciado sabe onde encontrar a pedra oculta, e assim viver em verdadeira Paz e Felicidade. 56
  • 54. Novembro 2009 ANO NOVO - VIDA NOVA A aproximação do Ano Novo é para muitos de nós um motivo para mudar algo em nossas vidas. Se você olhar em revistas, em anúncios na mídia ou na web, existe opções em toda parte: melhorar sua imagem, perder peso, melhorar a sua dieta, parar de fumar, frequentar uma academia, iniciar um novo hobby, aprender uma nova língua, etc. Mas, se queremos manter as nossas resoluções, é preciso tomá-las inteligentemente. Um fator muito importante é “por que” nós decidimos fazer alguma coisa. O “porque” determina a motivação, é o que nos permitirá continuar mesmo quando as coisas ficarem difíceis. Se tomarmos uma resolução porque todo mundo o faz, ou se tomamos uma resolução porque as chances conseguirmos sucesso é grande, é porque não estamos realmente motivados para mantê-la. E se nós não a mantemos, talvez estejamos iniciando um momento de baixa autoestima, as chances são de que nós caminhemos para isso, e isso não vai nos fazer nenhum bem. Assim, a fim de fazer uma boa resolução, é muito importante como e por que nós decidimos fazer essa escolha. Então, vamos arregaçar as mangas e começar a trabalhar! Você já fez a sua resolução? Por que você decidiu fazer essa mudança em particular? Você escolheu para fazê-la para si mesmo ou por alguém que 57
  • 55. lhe agrada muito? Você acha que para agradar alguém, será capaz de alcançar a sua resolução? Se você tiver escolhido fazer a resolução por si mesmo, como você a escolheu? Vamos considerar, por exemplo, caminhar diariamente pela manhã. Alguma vez você pensou realmente em começar a caminhar ou é porque todo mundo faz? Você escolheu porque caminhar está em seu plano de vida? Se você decidir fazer alguma coisa, porque outras pessoas estão fazendo, você acha que vai ter a motivação de longo prazo para segui-la completamente? A verdade é que, se queremos real motivação para alcançar algo, isso tem que ser parte da visão global do nosso ideal de vida, da vida que nos fará realmente feliz e realizado. Então, o que você quer? Se você não sabe o que quer, você precisa obter clareza sobre os verdadeiros desejos do seu coração, porque somente sabendo o que quer você poderá alcançá-lo. Você tem uma imagem mental de sua vida ideal? Se você não tiver, deve criá-la e imaginar que você está olhando para ela, e determinar o que você quer em todas as áreas diferentes de sua vida - espiritual, emocional, mental, física, relacional, financeira, etc. Agora, se você tem essa imagem mental, o que você precisa fazer é simplesmente modificar a sua vida presente, para que essa imagem se transforme em realidade. E, além disso, se você sabe que sua vida ideal seria diferente, e sabe quais as mudanças que precisa fazer a fim de alcançá-la, é hora de decidir se você quer fazer essas alterações, e o quão forte você está motivado para realizá-las? 58
  • 56. Assim, a receita para a verdadeira realização é: decidir o que você quer em sua vida, ter com a maior clareza a visão de sua vida ideal, criar uma imagem mental dessa vida, ter consciência de como você se sente ao ver-se a viver a sua vida ideal, sentir como se o sua vida ideal esteja acontecendo agora, e decidir fazer as mudanças necessárias para que essa imagem se transforme em realidade. Você pode fazê-lo, na verdade você pode realizar qualquer coisa que você realmente queira. Escolha seu destino! Seja Feliz! Feliz Ano Novo! Feliz Vida Nova! 59
  • 57. Dezembro 2009 QUEM SOU EU? MAS, QUEM SOMOS NÓS? A humanidade não teceu a teia da vida. Somos apenas um segmento dentro dela. Tudo o que fazemos para os outros, nós fazemos a nós mesmos. Todas as coisas estão interligadas. Todas as coisas se conectam. Compreender o nosso mundo, e seu lugar no mundo é importante. Temos de fazer escolhas que não são fáceis, mas são absolutamente necessárias. Na medida em que eu ainda estou na caminhada, estou mudando minha direção. Eu mudei desde que comecei a minha caminhada. A passagem pela Universidade foi, de fato, o momento alto na minha caminhada e carreira. Eu sou professor titular de sociologia (antropologia) e filosofia da ciência, sou um homem voltado para a educação e para a formação dos jovens, pelo que a minha passagem pela Universidade permitiu-me complementar o entendimento da problemática da educação hoje, no mundo. Além de outras áreas de competência da Universidade, que não estão direcionadas apenas para a educação, mas promovem também a preservação e a conservação do patrimônio cultural. Volta-se, a Universidade, também, para a informação, além do debate das questões mais candentes da atualidade. Por isso a Universidade é, e sempre foi, o fórum mais privilegiado para a abordagem dos vários problemas e desafios da Humanidade, principalmente agora no século XXI. 60
  • 58. Para dizer quem sou Eu, preciso falar das coisas que me move. Concentrar-me sobre os projetos que estou desenvolvendo. Estou trabalhando e passando algum tempo investigando sobre educação, cultura popular e os produtos dela. A Consciência é o conhecimento do ser, é o do seu próprio ser. A consciência do mundo não é baseada somente na autoconsciência, pois os Seres são estritamente contemporâneos. Portanto, a consciência universal é o somatório das consciências dos Seres universais. Há um mundo para mim, porque sou consciente de mim, e eu não estou escondido de mim, porque eu tenho um mundo em mim. Seguindo a partir deste ponto, pode-se afirmar que para se ter uma identidade, é necessária ter existencialmente uma “presença” no mundo. Embora quando a funcionalidade do corpo é reduzida a nada, como em termos espiritualistas, acreditamos que o “corpo” não pode sozinho ser elegível para reivindicar algum tipo de presença na espacialidade. Porque, se ativamente ou não, ele ocupa um espaço material, não essencialmente podemos sugerir que ter uma identidade é ter um corpo. Porém para saber se está no nível da corporeidade imanente ou desincorporação transcendental, o corpo é ainda o ponto de partida em si, e o ponto de retorno a si mesmo. Assim, ostensivamente, sou um Ser! Pois além de uma consciência, um ponto de ser em si mesma, ocupo um corpo que garante a materialização dessa consciência. “Eu Sou o que Sou”, e não o que Eu ou os “outros” querem que eu seja! 61
  • 59. Janeiro e Fevereiro 2010 VIVER Hoje ao acordar percebi o quanto é efêmero o maior bem que possuímos, a nossa Vida. Como no retroceder de um velho filme, em um turbilhão, imagens passaram em minha frente, fatos e pessoas, cenas e rostos. Trouxeram ao presente sensações de extrema alegria e profundo sofrimento, foram perdas e ganhos, alguns saindo outros entrando, alguns saíram prematuramente, partiram até sem despedirem-se, outros chegaram de surpresa, não eram esperados, mas saindo do nada, apareceram e marcaram de forma indelével essa história, minha vida. Passamos parte de nossa vida tentando entendê-la, buscamos explicações dos porquês que assombram os nossos vazios. Tentamos buscar no passado entender o que é a vida, mas cada dia esse passado vai ficando mais distante, pois assim como nós, nossa história também envelhece, e quando encontramos algo marcante e significativo, surge o enigma do futuro, e novamente nos encontramos frente a incógnitas indecifráveis, mas mesmo sem entendê-la, nos agarramos ao liame tênue que nos prende a ela e nos afasta da eternidade. E o que estamos fazendo com ela e dela? Ela é tão efêmera, tão temporária, assim como quando embarcamos, também apeamos, algumas vezes nós que continuamos acreditamos prematuramente, mas o que é prematuro? Como definir o momento certo? Como entender o princípio e o fim, se não conseguimos 62
  • 60. compreender o momento, esse pequeno espaço de tempo entre eles, que é a vida. Tomamos grande parte, desse mínimo tempo, em amealhar e conquistar bens, acumulamos e armazenamos muito mais do que realmente necessitamos para ela. E nem chegamos, muitas vezes, a usá-los, nosso tempo é encerrado. Como viver então? Nossa maior preocupação não é entendê-la? Buscar o porquê dela. Então porque simplesmente não usufruí-la. Mas assim ela não ficaria vazia, sem objetivo e razão? Não é essa a proposta, o que estamos sugerindo é vivê-la plenamente, sorver cada momento que nos é dado a mais, torná-la útil e preciosa, não deixar escapar um momento de torná-la significativa. Viver sem estar de mal com a vida, procurar sempre o lado bom e positivo dos fatos, procurar a felicidade através da pratica constante da solidariedade e da fraternidade. Porque essa cara feia e esse mau humor? Sorria! Busque a alegria, ela geralmente está em coisas aparentemente simples e não significativas. Você pode ser feliz mesmo que aparentemente a vida não esteja lhe proporcionando oportunidades, basta você querer, quando tudo aparentemente está dando errado, lembre-se você está vivo, está usufruindo o maior bem que podemos almejar. A Vida! E porque despedaçá- la nutrindo todos esses sentimentos negativos? O ódio, a prepotência, o mau humor, a vingança, etc., são sentimentos que além de tornarem sua vida não significativa, aqueles que nos sucederem verão em você um exemplo de mau caráter, ainda prejudicam a sua própria vida, pois irão destruindo o seu Ser e minando sua saúde. 63
  • 61. O Homem nasceu para ser feliz! É só querer, basta cultivar o Amor e a Paz Interior. Liberdade esse é o segredo, liberdade dos preconceitos, dos sentimentos negativos. Ter a capacidade de projetar-se no outro, e agir para com o outro como deseja que ajam com você. Antes de agir, pensar, será que eu ficaria feliz se fizessem isso comigo? E assim, viver de tal forma que na hora de partir, seja ela considerada prematura ou não, deixe na memória dos que continuarem no caminho, boas lembranças e saudade, pois a pior coisa que poderia acontecer a você é muitos pensarem: - ainda bem que ele partiu! 64
  • 62. Março 2010 LIBERDADE DE PENSAR Quando falamos em Liberdade, todos acreditam que possuímos, com certeza, a Liberdade. Se analisarmos então todas as formas de liberdade, vamos refletir sobre uma forma de liberdade que a maioria de nós pensa que têm, mas podemos não ter, a Liberdade de Pensar. Não estamos falando de restrições impostas por outras pessoas diretamente sobre a forma e o que você vai pensar em sua mente. Estamos falando sobre as restrições que nós mesmos, como indivíduos, impomos, indiretamente influenciados por outras pessoas ao redor de nós, algo que poderíamos chamar de normas sociais. Você às vezes restringe seus pensamentos de certos fatos e eventos simplesmente porque acredita, ensinado por outros ao seu redor, que esses pensamentos são muito escandaloso, tolos ou inúteis para explorar? Você faz censura para si mesmo? Acreditamos que todos nós fazemos esse controle sobre nossos pensamentos. Dentro dessa linha de raciocínio nos declaramos: “Homens Livres e de Bons Costumes”, porque somos capazes de manter nosso comportamento e nossos pensamentos dentro dos “bons costumes”. O que são “bons costumes”? É um conjunto de Regras de Comportamento, estabelecido e aceito pelo Grupo Social, que busca tornar a Vida Social mais agradável e saudável. O Comportamento do Homem em sociedade é controlado por três níveis básicos de Padrões Comportamentais: - As Leis, juridicamente estabelecidas 65
  • 63. pelo grupo, e controlam ostensivamente o comportamento do indivíduo. Possuem um alto poder de coerção, as sansões vão da pena pecuniária a privação da liberdade; - Os Mores (Moral), que estão em geral associados aos aspectos religiosos ou tradições profundamente arraigadas a personalidade do grupo social. Possuem também um forte poder de coerção, pois a sua transgressão atinge o Ser em sua estrutura moral e ética, ocasionando o remorso, a contrição e o pesar. O dever moral não é exigível a ninguém, no entanto caracteriza-se por um dever de consciência. Os Mores são caracterizados pelos Valores Sociais, assimilados pelo indivíduo através de um processo educacional. Esse é um dos principais afazeres da Escola; - Os Folkways (Etiqueta Social), que são padrões de conduta social exterior, constituem os modos coletivos de comportamento, convencionais ou espontâneos, reconhecidos e aceitos pelo grupo, conduzem a maior parte da vida diária. Possuem um baixo poder de coerção, mas são impostos pelas relações interpessoais, podendo ocasionar o afastamento do indivíduo de um grupo social. Por isso acreditamos ser importante nos mantermos dentro dessas normas sociais? Acreditamos que a Liberdade de Pensamento é mais importante do que podemos avaliar, e podemos perceber isso cada vez mais quando os seres humanos caminham rumo à evolução. O pensamento é a ferramenta que faz os seres humanos serem quem são e evoluir para além do ponto em que eles estão em um dado momento no tempo. 66
  • 64. O pensamento é uma chave para a evolução. No entanto, se um pensamento estiver confinado em uma jaula de normas e analogias do que já sabemos, ele não pode nos fazer evoluir. Em vez disso, nos faz correr em círculos e não conseguimos avançar. Mas quando você libertá-lo, tudo o que você imaginar pode se tornar possível, em sua mente e na sua vida. Você começa a procurar formas de experimentar a sua própria imaginação em maneiras novas e mais completas, como um cientista que tem uma ideia abstrata e se esforça para testá-la e explicar seus resultados a comunidade científica. Cedo ou tarde você vai encontrar uma maneira adequada de expressá-la e alcançá-la, e fazer outras experiências, tornando suas experiências cada vez mais reais, até que alcança o conhecimento que conduz à realização do que anteriormente era irreal, transformando a “imaginação” em realidade. Por isso a Liberdade de Pensamento é tão importante. Um pensamento livre é o alicerce do processo de conversão da abstração pura, mera magia e imaginação em realidade. Tudo é Possível, é só você sonhar. 67
  • 65. Abril 2010 RAZÃO DE VIVER O empirista inglês John Locke, em seu livro “Ensaio Acerca do Entendimento Humano”, afirmou que todas as pessoas ao nascer são uma “Tabula Rasa”, isto do latim: - tabula, pedra para escrever, e - rasa, feminino de rasus, apagado; portanto podemos aceitar como “uma folha de papel em branco”. No dia em que nós nascemos, inicia-se um processo de aprendizagem que continuará pelo resto de nossas vidas. Somos, desde o início de nossas vidas, moldados pelo meio em que estamos inseridos. Todas as nossas atitudes, ideias, valores e crenças são fruto das relações com quem entramos em contato: pais, parentes, colegas, professores, etc., foram os nossos paradigmas. Quando crescemos ampliamos o meio com qual nos relacionamos, e as primeiras experiências são afetadas e alteradas, consciente e inconscientemente, e o que sentimos e assimilamos, poderá não mais satisfazer ao nosso dia a dia, poderá não mais ser útil para satisfazer as coisas que acontecem ao nosso redor. Cada novo ano de vida adicionado ao nosso passado, muda à maneira que visualizamos e sentimos os nossos novos dias, influenciando o modo como reagimos a tudo, desde as mais simples rotinas diárias aos eventos complexos. Tudo está em constante mutação, em você, na sua família e no mundo que você vive. Quanto mais crescemos, mais interagimos com pessoas diferentes, de origens diversas e com diferentes ideias sobre a vida. Desses encontros passamos ativamente a defender, modificar ou abandonar as nossas crenças precocemente adquiridas, e assim adaptamos as várias 68
  • 66. ideias que entramos em contato anteriormente, para ajustarmos nossa percepção da vida. Talvez novas ideias nos sejam apresentadas por pessoas com personalidades dinâmicas, que adotam uma filosofia de vida diversa da nossa. Confrontados com o desafio dessas novas ideias, podemos defender tenazmente nossas crenças, descartando os novos conceitos, recorrendo, com uma facilidade alarmante, a engenhosa desculpa, que não são sólidos os novos argumentos. Por outro lado, podemos abandonar completamente o nosso passado e adotar novas crenças, opostas ao que anteriormente acreditamos. No entanto, como a maioria das pessoas, você provavelmente pertence a esse grande rio da humanidade que parece mover-se longitudinalmente em um sentido bastante perceptível, sem buscar a qualquer momento desviar o sentido dado pela vida, seguindo o caminho no momento mais fácil, seguindo da maneira mais agradável possível. Se assim for, você foi e é mais ou menos capaz, de combinar ideias, sentimentos, filosofias, desejos e realidades para justificar o que você não quer fazer. Junto com a maioria das pessoas, que foram e são bons em desviar perguntas e ideias sobre o sentido da vida e da morte, bem como pensamentos e sentimentos sobre o que é bom e mau, certo e errado, justo e injusto, sem coragem de mergulhar no profundo nublado das regiões da sua mente. Quer percebamos ou não, a maioria de nós está presa, voluntária ou involuntariamente, ao que acreditamos ser destino, não nos dispomos a questionar quem somos e em que acreditamos, buscando a felicidade simplesmente em rolar ao longo da vida. A maioria de nós vai viver a partir do nascimento até a morte, em um mundo que temos à moda do nosso passado, para se 69
  • 67. adequar ao nosso presente. Muitos vão encontrar o conforto na aceitação inquestionável da herança de sua família, do modelo de um amigo, da crença religiosa ou dos pré-conceitos. No entanto, poucos vão ficar livres de suas crenças presentes e passadas, e de suas vidas diárias, para perguntar o que é a vida? Quem sou eu? O que devo fazer? O que vou fazer? Se há um sentido na vida, e uma razão para viver? E essas questões certamente devem ser respondidas. Se há um verdadeiro significado à vida, nada que você faça vai mudar essa verdade. Que bom é viver a vida acreditando estar fazendo o que é certo. E se as suas crenças são falsas e o que você está fazendo é errado? Uma compreensão da vida é o que buscamos, é uma busca por algo na vida que comprove vale a pena viver. Se você quer encontrar o sentido da vida, deve estar disposto a reconhecê-lo quando encontrá-lo. Para fazer isso, você precisa abrir sua mente e aceitar tudo o que você descobrir, mesmo que isso seja totalmente oposto as suas experiências, crenças e desejos. Se você quer compreender a vida, não pode se esconder no conforto da vida diária, nublando sua mente para evitar desconforto. Você não deve rejeitar o que você descobrir, mesmo se não encaixar-se no que foi, é ou que você quer que seja sua vida. Desde início de nossa discussão sobre o propósito da vida, se o que estamos dizendo é verdade, e você se propõe encontrar esse propósito, a sua vontade de entendê-la já é uma razão de sua vida. Se você encontrar respostas que são diferentes daquelas que você tem 70
  • 68. moldado para si mesmo, você deve decidir se quer continuar no caminho onde se encontra ou ir para outro caminho, a um novo caminho em direção a algo que pode ser muito diferente do que até hoje você acreditou. 71
  • 69. Maio 2010 EQUILÍBRIO EMOCIONAL Vamos cultivá-lo? Em nossa vida agitada, todos nós, ocasionalmente, nos sentimos fora de equilíbrio. Alguns de nós, às vezes podemos até nos sentir a beira de perder o controle. É comum, para a maioria de nós, chegarmos muito próximos de perder algumas perspectivas de nossas vidas depois de um dia ocupado ou difícil, particularmente quando nos sentimos sobrecarregados e estressados. O estresse significa tudo que interfere com a inter- relação harmoniosa que temos com a vida. Quando somos confrontados com situações que são desconfortáveis, e temos dúvidas de como podemos lidar com elas, nós criamos o estresse em nossas vidas. A ideia de manter o equilíbrio emocional, não é simplesmente se livrar das emoções negativas, mas em vez disso, aprender a experimentá-las, enfrentá-las e mantê-las sob um controle moderado. As Emoções, sejam elas positivas ou negativas, são respostas significativas para eventos internos ou externos, que transmitem informações para nós, bem como para os outros, sobre quem somos e o como estamos lidando com nossa vida. As emoções também devem ser compreendidas como energia em movimento. Elas são todos os eventos que sentimos sem o controle do pensamento consciente, são os sentimentos que nos dirigem sem o controle da razão. A maneira como lidamos com elas é o que importa. A emoção tem o poder de criar mudanças fisiológicas, e é 72
  • 70. extremamente importante que nós dominemos nossas emoções para criar as mudanças que nós escolhemos e desejamos em nossas vidas. Um dos primeiros passos para obter a capacidade de experimentar as emoções de uma forma equilibrada é reduzir a nossa vulnerabilidade a extremos emocionais. Fazemos isso cuidando de nós mesmos, tendo em mente que as emoções são as respostas físicas de nossos corpos aos eventos da vida, mas se vamos ou não nos sentir saudáveis, depende do quanto temos de controle e sentimos esses eventos. Embora a perda de um ente querido seja uma experiência dolorosa, podemos aprender, por exemplo, a sentir essa emoção particular, mas não precisamos nos tornar escravos dessa emoção. Consideremos ainda, por exemplo, a situação em que um colega de trabalho realize uma atividade destinada a nós, em geral nos sentimos imensamente zangados com isso. Se ao contrário agradecermos pela ajuda e encararmos a ação do colega como uma vontade de colaborar, certamente estaremos controlando nossas emoções primárias e assumindo uma postura de equilíbrio. O importante é sempre procurarmos nos despir dos preconceitos e da predisposição de encarar todas as ações e palavras dos outros como uma tentativa de nos ofender ou prejudicar. Viver e sentir as relações interpessoais com bom humor e alegria é o grande segredo da felicidade. Lembrando a música Epitáfio dos Titãs – “O acaso vai me proteger. Enquanto eu andar distraído.” – então, vamos andar distraídos. 73
  • 71. Junho 2010 A AÇÃO POLÍTICA DA MAÇONARIA Todo dia lemos e ouvimos Irmãos reclamando da falta de ação política da Maçonaria em nossos dias. Logo de início é importante que tenhamos consciência que a Maçonaria nada faz. A Maçonaria é uma Instituição Social, e as instituições sociais nada fazem. Quem faz, quem realiza, é o Homem. Se as instituições fossem capazes de atender as necessidades e demandas da Sociedade, não haveria necessidade do Homem. As instituições são estáticas, o Homem é dinâmico. Portanto, quem construiu a história da Ordem no passado, que tanto admiramos e louvamos, foram os Maçons! Os Maçons foram a mola propulsora e a ferramenta da ação política da Maçonaria no passado. Bem, agora podemos comparar a realidade dos anos 1800 e início de 1900, com os dias atuais. Quem eram os Maçons naquela época? Autoridades Governamentais, Nobres, Grandes Proprietários de Terras, Grandes Comerciantes, Altos Oficiais das Forças Armadas, Pensadores, Escritores, etc., era na verdade uma elite. Uma Elite Política, Econômica, do Pensamento Social, do Controle da Sociedade e da Administração Pública. Os Maçons estavam presentes, e em grande número, em todos os pontos importantes da Estrutura Social. Os Maçons, em número significativo, ostentavam Títulos de Nobreza, que lhes dava prestígio, possuíam o controle da produção rural e do comércio, ocupavam os principais postos administrativos e militares, o que lhes dava o Poder. Eram os grandes 74
  • 72. pensadores e escritores, que cunhavam e cultivavam os valores e dominavam a comunicação social. E como era o Povo? Primitivo e Dominado! Pela força, pela nobreza, pelas ideias e pelos meios de comunicação. E hoje quem são os Maçons? Muitos de nós se vivêssemos naquela época, certamente não seríamos Maçons. E o Povo, como é hoje? Bem mais esclarecido, mais participativo, muito mais organizado e bastante mais livre. Mas continua dominado pelas ideologias, pelos meios de comunicação e pelo assistencialismo. Então, os Maçons do passado construíram uma ação política, porque possuíam três condições básicas e fundamentais para essa ação: Vontade, Competência e Recursos! Mas a Sociedade mudou, o Homem conquistou a Liberdade. Várias instituições sociais nascerem e cresceram para lutar e defender essa liberdade conquistada. Sindicatos, Entidades Profissionais, Organizações Não Governamentais, etc. A Maçonaria perdeu pouco a pouco sua condição de única instituição social de defesa da Sociedade e dos valores sociais. Durante a 1ª República os Maçons ainda participaram das principais decisões políticas, pois ainda ocupavam os principais cargos governamentais. O golpe institucional, a implantação da ditadura, afastou grande parte dos Maçons do poder político. A Ordem continuou seu caminho, mas alguns Maçons foram abatidos pela ditadura, e os que acenderam ou permaneceram no poder, não fizeram questão de ostentar sua condição de Maçom. 75
  • 73. A Ordem, ou melhor, os Maçons recolheram-se as suas Lojas, passaram a preocuparem-se muito mais com a ritualística, com as práticas litúrgicas, detalhes de alfaias e trajes, e com as posturas no Templo, coisas que não eram o foco da ação maçônica anteriormente. E a cada dia mais foram se afastando das lides políticas. Amparados nos princípios maçônicos de que não se discute Política e Religião em Loja, os Maçons foram pouco a pouco criando a ideia que política e maçonaria não pode se misturar, alguns Maçons criaram uma grande aversão a política e outros acabaram transformando a Ordem em sua religião. Nada contra o Maçom possuir uma religião, ao contrário, tudo a favor. As religiões devem ser estudadas e analisadas, encontramos, em todas elas, ensinamentos que poderemos usar em nossa vida, nos transformando em pessoas melhores, de bons costumes. Porém, as questões relativas aos dogmas e formas de cultivar a fé, são características específicas de cada uma delas, e devem ser respeitadas e não devem ser discutidas por quem não as pratica, pois são dogmas. Em nossos dias alguns Maçons estão tentando retomar essa ação política da maçonaria. E porque não alcançamos sucesso? Primeiro, porque falta Vontade a um número significativo de Maçons! Ainda sob o pensamento de que não se discute política em Loja, esses Maçons não aceitam qualquer envolvimento político da Maçonaria. É importante, nesse caso analisar o que é Política? Do grego politikós (pólis) se refere ao que é urbano, civil, público, ao que é da cidade, enfim, é a ciência que busca estabelecer mecanismos que permitam a construção 76
  • 74. coletiva do bem comum e o atendimento das necessidades do povo! Dentro dessa perspectiva não pode existir qualquer óbice a participação dos Maçons nas lides políticas. O que não podemos é confundir a política em sua essência, com a política partidária. O que os Maçons não podem discutir em Loja, é a participação, a filiação partidária e a ideologia política dos seus membros, pois isso certamente geraria conflitos e desentendimentos. Em segundo lugar falhamos porque não temos Competência! Hoje as grandes forças eleitorais são: o Assistencialismo! E somos muito fracos em nossas ações beneficentes. Fazemos muito pouco, e quando fazemos não sabemos explorar. O Corporativismo! E não podemos ser corporativistas, pois não podemos defender direitos e interesses de uma categoria, classe ou grupo específico de nossa sociedade, pois na Ordem temos membros de todas as categorias, classes e grupos sociais. Como vamos defender os direitos e interesses dos empregados, se temos em nossa Ordem muitos empregadores. Como vamos lutar contra os privilégios dos funcionários públicos, se temos em nossas Lojas vários funcionários estatais. Os objetivos da Ordem são genéricos e amplos, o bem estar da sociedade, a liberdade, a igualdade, etc., e sabemos que objetivos amplos e gerais não são práticos e alcançáveis. Portanto é muito difícil pedir aos Maçons abandonarem seus interesses imediatos, deixarem de votar em alguém que lute por melhores salários ou melhores condições de trabalho para sua categoria profissional, ou ainda um representante de sua classe social que vai defender os interesses dessa classe, para votarem em um representante da Ordem que, teoricamente, vai lutar por interesses genéricos e amplos, que nada de prático trarão para o seu dia-a-dia, para os seus interesses imediatos. A Fé! E bradamos a Ordem não 77