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Primeira Guerra Mundial
Combatentes em uma trincheira (imagem coletada de:
http://historiablog.wordpress.com/2008/10/02/a-primeira-guerra-mundial/)
A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra
antes de 1939, Guerra das Guerras ou ainda como a Última Guerra
Feudal) foi um conflito mundial ocorrido entre 28 de Julho de 1914 e
11 de Novembro de 1918.
A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império
Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a
partir de 1917) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império
Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano), e
causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o
mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.
No início da guerra (1914), a Itália era aliada dos Impérios Centrais
na Tríplice Aliança, mas, considerando que a aliança tinha carácter
defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não
havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra,
o governo italiano afirmou não sentir vinculado à aliança e que,
portanto, permaneceria neutro. Mais tarde, as pressões diplomáticas
da Grã-Bretanha e da França a fizeram firmar em 26 de abril de 1915
um pacto secreto contra o aliado austríaco, chamado Pacto de
Londres, no qual a Itália se empenharia a entrar em guerra em um
mês em troca de algumas conquistas territoriais que obtivesse ao fim
da guerra: o Trentino, o Tirol Meridional, Trieste, Gorizia, Ístria (com
exceção da cidade de Fiume), parte da Dalmácia, um protetorado
sobre a Albânia, sobre algumas ilhas do Dodecaneso e alguns
territórios do Império Turco, além de uma expansão das colônias
africanas, às custas da Alemanha (a Itália já possuía na África: a
Líbia, a Somália e a Eritréia). O não-cumprimento das promessas
feitas à Itália foi um dos fatores que a levaram a aliar-se ao Eixo na
Segunda Guerra Mundial.
Em 1917, a Rússia abandonou a guerra em razão do início da
Revolução. No mesmo ano, os EUA, que até então só participavam da
guerra como fornecedores, ao ver os seus investimentos em perigo,
entram militarmente no conflito, mudando totalmente o destino da
guerra e garantindo a vitória da Tríplice Entente.
Primeira Guerra Mundial
De cima para baixo e da esquerda para a
direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o
avião bi-planador Albatros D.III; um tanque
britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma
metralhadora automática comandada por um
soldado com uma máscara de gás; o
afundamento do navio de guerra Real HMS
Irresistible após bater em uma mina.
Data 28 de julho de 1914–11
de novembro de 1918
Local Oceano Pacífico, Oceano
Atlântico, Oceano Índico,
Europa, África, Oriente
Médio
Desfecho
Intervenientes
Tríplice Entente:
Sérvia
Império Russo
(até 1917)
França
Império Britânico
Portugal
Itália (a partir de
1915)
Estados Unidos (a
partir de 1917)
Japão
e outros
Tríplice Aliança:
Império Alemão
Império Austro-
Húngaro
Bulgária
Itália (até 1915,
porém neutra)
Império Turco-
Otomano
Principais líderes
Ferdinand Foch
Georges
Clemenceau
Nicolau II
Aleksei Brusilov
Jorge V
Douglas Haig
John Jellicoe
Woodrow Wilson
John Pershing
Vítor Manuel III
Luigi Cadorna
Guilherme II
Paul von
Hindenburg
Reinhard Scheer
Francisco José I
Conrad von
Hötzendorf
İsmail Enver
Fernando I
Vítimas
Mortes
militares: 5
milhões
Mortes civis: 6
milhões
Total: 11 milhões
Mortes
militares: 4
milhões
Mortes civis: 4
milhões
Total: 8 milhões
Introdução
Muitos dos combates na Primeira Guerra Mundial ocorreram nas
frentes ocidentais, em trincheiras e fortificações (separadas pelas
"Terras de Ninguém", que era o espaço entre cada trincheira, onde
vários cadáveres ficavam a espera do recolhimento) do Mar do Norte
até a Suíça. As batalhas se davam em invasões dinâmicas, em
confrontos no mar, e pela primeira vez na história, no ar.
O saldo foi de mais de 19 milhões de mortos, dos quais 5% eram
civis. Na Segunda Guerra Mundial, este número aumentou em 60%.
O conflito rompeu definitivamente com a antiga ordem mundial criada
após as Guerras Napoleônicas, marcando a derrubada do absolutismo
monárquico na Europa.
Três impérios europeus foram destruídos e conseqüentemente
desmembrados: Alemão, o Austro-Húngaro e o Russo. Nos Bálcãs e
no Médio Oriente o mesmo ocorreu com o Império Turco-Otomano.
Dinastias imperiais européias como as das famílias Habsburgos,
Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a
Europa e cujo poder tinha raízes nas Cruzadas, também caíram
durante os quatro anos de guerra.
O fracasso da Rússia na guerra acabou contribuindo para a queda do
sistema czariano, servindo de catalisador para a Revolução Russa que
inspirou outras em países tão diferentes como China e Cuba, e que
serviu também, após a Segunda Guerra Mundial, como base para a
Guerra Fria. No Médio Oriente o Império Turco-Otomano foi
substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a
região acabaram em mãos inglesas e francesas. Na Europa Central os
novos estados Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Estônia e
Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria,
Hungria e Polônia foram redefinidos. Pouco tempo depois da guerra,
em 1923, os Fascistas tomaram o poder na Itália. A derrota da
Alemanha na guerra e o fracasso em resolver assuntos pendentes no
período pós-guerra, alguns dos quais haviam sido causas da Primeira
Guerra, acabaram criando condições para a ascensão do Nazismo
quatorze anos depois e para a Segunda Guerra Mundial em 1939,
vinte anos depois.
Causas
Segundo os mais recentes estudos e análises históricas, os
historiadores tendem a afirmar que as causas da Primeira Guerra
Mundial são extremamente complexas, tendo sido debatidas desde
1914, quando do início da mesma. A causa imediata apontada é o
assassinato em Sarajevo do Arquiduque Austro-Húngaro Francisco
Ferdinando pelo sérvio nacionalista Gavrillo Princip. Contudo, a
questão não se resume somente a este fato, tendo diversos eventos
ao longo da história com significativa contribuição para o início do
conflito.
Francisco Ferdinando, Arquiduque Austro-Húngaro (imagem coletada de:
http://www.rodadotempo.com.br/ntc/default.asp?Cod=429).
Gavrilo Princip, sérvio que assassinou Francisco Ferdinando e iniciou a Primeira
Guerra Mundial.
Uma Visão Superficial das Causas
Em 28 de Junho de 1914 o Arquiduque Francisco Ferdinando,
sobrinho do Imperador Francisco José e herdeiro do trono Austro-
Húngaro e sua esposa Sofia, duquesa de Hohenburg, foram
assassinados em Sarajevo, então parte do Império Austro-Húngaro. A
conspiração envolveu Gavrilo Princip, um estudante sérvio que fazia
parte de um grupo de quinze assaltantes que formavam o grupo
Bósnia Jovem, que atuava em conjunto com o grupo ultra-
nacionalista Mão Negra.
Após o assassinato, o governo Austro-Húngaro apoiado por seus
aliados alemães enviou, em 23 de Julho, um ultimato contendo várias
requisições, dentre as quais que o governo sérvio seria o
responsabilizado pelo atentado e que agentes austríacos fariam parte
das investigações. Esta última requisição acabou sendo negada pela
Sérvia, já que constituía na opinião do Estado uma afronta a sua
soberania. Tal recusa sérvia também se deu pela esperança do apoio
russo no caso de uma eventual guerra, pela política do Pan-
eslavismo. Com isso o Império Austro-Húngaro declarou guerra à
Sérvia em 28 de Julho. Os russos então mobilizaram suas tropas em
apoio aos sérvios. Inicialmente fora apenas uma mobilização parcial
em direção a fronteira Austro-Húngara. Em 31 de Julho, após o alto
comando russo ter dito ao Império que tal movimentação era
logisticamente impossível, uma mobilização geral foi ordenada. O
Plano Schlieffen, estratégia militar alemã previa um rápido ataque a
Rússia, aliada da França, enquanto suas tropas ainda estivessem no
início da mobilização para evitar um ataque ao oeste. Portanto, a
Alemanha declarou guerra à Rússia em 1 de Agosto e a França dois
dias depois, invadindo imediatamente Luxemburgo e Bélgica para
dominar fortificações ao longo da fronteira francesa. A invasão da
Bélgica levou à declaração de guerra britânica contra a Alemanha em
4 de Agosto. Com essa declaração cinco das seis grande potências
européias se envolveram na primeira guerra européia desde as
Guerras Napoleónicas.
Apesar da Primeira Guerra Mundial ter sido desencadeada após a
cadeia de acontecimentos que se seguiram a este assassinato, as
origens da guerra são muito mais profundas, envolvendo uma série
de questões em torno de políticas nacionais, culturas, economia e
uma teia de complexas alianças e contrabalanças que se
desenvolveram entre as diferentes potências européias ao longo do
século XIX após a derrota final de Napoleão Bonaparte em 1815 e o
Congresso de Viena.
As razões para a eclosão da I Guerra Mundial são uma questão
complexa uma vez que decorrem de uma multiplicidade de fatores
tais como:
• Imperialismo
• Disputas prévias não resolvidas
• Um complexo sistema de alianças
• Governos não-unificados
• Atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas
• Corrida armamentista
• Planejamento militar rígido
• Movimentos Ultra-nacionalistas, como o Irredentismo.
• Nota:O atentado de Sarajevo é considerado hoje como o
estopim da guerra, ou seja, o pretexto que era necessário para
o inicio das batalhas, e não como uma causa direta.
Causas Ideológicas
Algumas das origens do conflito tiveram origem em ideologias
específicas que influenciaram a conduta de populações e políticos
durante os anos que levariam à guerra.
Ascenção do Sentimento Nacionalista
O sistema de estados soberanos, por vezes referido como o sistema
de Vestfália, foi desenvolvido na Europa desde meados do século
XVII. O Nacionalismo ou Patriotismo podem, em parte, ser encarados
como uma expressão ideológica popular deste sistema. Para se
entender o porquê de as populações europeias estarem predispostas
a uma guerra em 1914, muitos historiadores acreditam ser
necessário analisar as origens dessas ideologias.
No seguimento da Revolução Francesa (1789-1799), Napoleão
Bonaparte tomou o poder na França. Os exércitos de Napoleão
marcharam sobre toda a Europa, trazendo a mesma não só um
domínio efetivo francês mas também suas idéias. O surgimento de
ideais nacionalistas, devoção e amor pelas idéias de uma massa
colectiva de pessoas tornou-se cada vez maior durante as Guerras
Napoleónicas. Napoleão encorajou a difusão do nacionalismo, o que
no seu entender "oleava" a grande "máquina de guerra" francesa. A
população francesa começou a ter orgulho na sua cultura e etnia. O
Mundo assistiu então pela primeira vez ao fenômeno nacionalista e
assistiu ao enorme poder que os franceses dele retiraram.
O Darwinismo Social
No final do séc. XIX, uma nova forma de pensamento surgia,
emergindo do Nacionalismo. Enquanto que formas anteriores de
nacionalismo tinham dado ênfase na comunidade e auto-
determinação, uma nova forma, o Darwinismo Social emergia com
uma tônica na competição entre diferentes grupos étnicos. Inspirado
nas teorias de Charles Darwin e Herbert Spencer, o Darwinismo
Social foi muito influente entre as elites políticas européias. A nova
ideologia punha a tônica na violenta luta pela existência entre "raças"
e "nações" na qual as mais fracas seriam destruídas pelas mais
fortes. Muitos dos líderes Germânicos e Austro-Húngaros temiam
uma inevitável batalha entre os "eslavos" e a "civilização germânica".
O Darwinismo social foi igualmente exercer influências na competição
entre os estados pelas colônias. A Expansão Colonial era vista como
sendo de fundamental importância no assegurar de uma vantagem
econômica e militar face aos rivais.
Um aspecto importante do Darwinismo Social do séc. XIX, é o
sentimento de desespero que o mesmo provocava. Para uma nação,
o fato de ser vista como não crescente quando comparada com os
seus vizinhos e rivais era como se de uma sentença de morte se
tratasse. Assim sendo, o Darwininismo Social injectou uma urgência,
desespero e forte ansiedade sobre a derrota nas relações
internacionais. A competição pelas colônias e a corrida ao poderio
militar naval do princípio do séc. XX foram, em parte, derivados deste
desespero.
As Políticas Domésticas do Império Alemão
Partidos de esquerda, especialmente o Partido Social-Democrata da
Alemanha, tiveram grandes ganhos na eleição de 1912. Na época o
governo alemão ainda era dominado pela classe dos Junkers, que
temiam um crescimento da esquerda no país. Alguns historiadores
sustentam que a Alemanha teria iniciado o conflito para distrair a
população e fazer aumentar o sentimento patriótico e o apoio ao
governo. Já outros historiadores argumentam que para a direita do
país a guerra poderia ser tanto positiva quanto negativa: a derrota
poderia trazer conseqüências desastrosas, e uma vitória poderia
servir como forma de alienação da população.
As Políticas Domésticas da França
A situação na França era a oposta, com os mesmos resultados. Mais
de um século depois da Revolução Francesa ainda havia uma feroz
batalha entre a direita que estava no poder e a esquerda. Uma
guerra externa era vista por ambos os lados como um jeito de
resolver a crise. Todos acreditavam que a guerra seria rápida e de
fácil vitória. A esquerda considerava o conflito como uma boa
oportunidade de implementar reformas sociais; já a direita acreditava
que suas ligações com o exército poderiam lhe permitir uma
possibilidade de assumir o poder.
Eventos Específicos
Ascenção do Kaiser Guilherme II
Debaixo do comando político do seu primeiro chanceler, Otto von
Bismarck, a Alemanha assegurou a sua posição na Europa através de
uma aliança com o Império Austro-Húngaro e um entendimento
diplomático com a Rússia. Bismarck iniciou uma "corrida" a inúmeras
alianças e tratados de paz. De fato, assinou a paz com quase todas
as nações europeias, exceto com a França. Sentia pois, que uma
guerra poderia destruir a nação recém-nascida que ele criara na
década de 1860. Quando da morte de Guilherme I, um sistema de
alianças assegurava a paz na Europa.
1ª Foto: Kaiser Guilherme II e 2ª Foto: Otto von Bismarck, chanceler do Império
Alemão.
A ascensão, em 1888, do Kaiser Guilherme II, trouxe ao trono
Germânico um governante mais jovem, determinado a comandar a
política diretamente, apesar da sua imprudente análise diplomática.
Após as eleições de 1890, nas quais os partidos do centro e de
esquerda obtiveram ganhos consideráveis, e em parte também ao
desagrado de herdar um Chanceler que guiara o seu avô durante a
maior parte da sua carreira, Guilherme II engendrou a demissão de
Bismarck.
Muito do trabalho de Bismarck foi desfeito nas décadas seguintes,
uma vez que Guiherme II não conseguiu renovar o tratado de 1887
com a Rússia, deixando que a França republicana firmasse uma
aliança com o Império Russo. No entanto, o pior ainda estaria para
vir, uma vez que Guilherme II encetou esforços para a criação de
uma marinha Germânica que fosse capaz de ameaçar o domínio
Britânico dos mares, abrindo caminho para a Entente Cordiale de
1904 entre a França e Inglaterra e a sua expansão para com os
Russos em 1907, formando a (Tripla) Entente (em oposição à Tríplice
Aliança, de 1914 entre a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália).
Assim, com Guilherme II surge a Weltpolitik, a concepção Germânica
de geoestratégia. Os seus aspectos nucleares baseados na raça
Germânica e espaço económico demonstram uma continuidade desde
a Alemanha Imperial até ao Terceiro Reich de Hitler. No entanto, os
geoestrategistas imperiais, geopolíticos alemães e estrategistas nazis
não possuíram grandes contatos entre si, sugerindo que a Weltpolitik
não foi copiada ou passada através sucessivos contatos, refletindo-se
sim em aspectos permanentes da geografia alemã, geografia política
e geografia cultural. Estiveram pois na sua origem os escritos de
Friedrich Ratzel, Rudolf Kjellén e do general Karl Hausfofer,
encontrando-se a sua máxima (e final) expressão em Adolf Hitler.
As características que a definem, e diferenciam das escolas
Americana, Britânica ou Francesa de geopolítica, são a inclusão de
uma teoria orgânica do estado e um choque de civilizações imposto
pelo Darwinismo Social. É, talvez, a escola de geoestratégia mais
próxima de uma noção de geoestratégia puramente nacionalista.
A Cláusula de Culpa
As primeiras explicações para os motivos da I Guerra Mundial, muito
usadas na década de 20, tinham como versão a ênfase oficial tida na
Cláusula de Culpa de Guerra, ou Artigo 231 do Tratado de Versalhes
e Tratado de St.Germain, que acusava tanto a Alemanha quanto o
Império Austro-Húngaro pela responsabilidade da guerra. A
explicação para tal não era completamente infundada; era um fato
que o Império Austro-Húngaro, apoiado por Berlim, tinha atacado a
Sérvia em 29 de julho e que a Alemanha tinha invadido a Bélgica em
3 de agosto. Sendo assim, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro
tinham sido os primeiros a atacar, o que teria levado à guerra. A
Alemanha foi considerada culpada e teve que pagar as reparações
pela guerra e todos os custos futuros, além de pensões para todos os
veteranos da Tríplice Entente, num valor total estimado em trinta
bilhões de dólares. O valor foi sendo renegociado por toda a década
de 20, até ser extinto em 1931.
Muitos importantes pensadores britânicos, como o economista John
Maynard Keynes, não aceitam a Cláusula de Culpa que a França tanto
apoiou. Desde 1960 a idéia de que a Alemanha foi a responsável pela
guerra foi revivida por acadêmicos como Fritz Fischer, Imanuel Geiss,
Hans-Ulrich Wehler, Wolfgang Mommsen, e V.R. Berghahn.
Corrida Armamentista
A corrida naval entre Inglaterra e Alemanha foi intensificada em 1906
pelo surgimento do HMS Dreadnought, revolucionário navio de
guerra. Uma evidente corrida armamentista na construção de navios
desdobrava-se entre as duas nações. O historiador Paul Kennedy
argumenta que ambas as nações acreditavam nas teorias de Alfred
Thayer Mahan, de que o controle do mar era vital a uma nação.
HMS Dreadnought, símbolo da corrida armamentista.
O também historiador David Stevenson descreve a corrida como um
"auto reforço de um ciclo de elevada prontidão militar", enquanto
David Herrman via a rivalidade naval como parte de um grande
movimento para a guerra. Contudo, Niall Ferguson argumenta que a
superioridade britânica na produção naval acabou por transformar tal
corrida armamentista em um fator que não contribuiu para a
movimentação em direção a guerra.
Este período, entre 1885 e 1914, ficou conhecido como a Paz
Armada.
O poder naval das grandes nações em 1914
Nação Tripulação Maiores navios Tonelagem
Rússia 54.000 4 328.000
França 68.000 10 731.000
Grã-Bretanha 209.000 29 2.205.000
Total 331.000 43 3.264.000
Alemanha 79.000 17 1.019.000
Áustria-Hungria 16.000 3 249.000
Total 95.000 20 1.268.000
Fonte: Ferguson 1999 p 85
Militarismo e Autocracia
O presidente dos EUA Woodrow Wilson e outros observadores
americanos culpam o militarismo pela guerra. A tese é que a
aristocracia e a elite militar tinham um controle grande demais sobre
a Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro, e que a guerra seria
a consequência de seus desejos pelo poder militar e o desprezo pela
democracia. Consequentemente, os partidários dessa teoria pediram
pela abdicação de tais soberanos, o fim do sistema aristocrático e o
fim do militarismo - tudo isso justificou a entrada americana na
guerra depois que a Rússia czarista abandonou a Tríplice Entente.
Wilson esperava que a Liga das Nações e um desarmamento
universal poderia resultar numa paz, admitindo-se algumas variantes
do militarismo como nos sistemas políticos da Inglaterra e França.
Imperialismo Econômico
Lênin era um famoso defensor de que o sistema imperialista vigente
no mundo era o responsável pela guerra. Para corroborar as suas
idéias ele usou as teorias econômicas de Karl Marx e do economista
inglês John A. Hobson, que antes já tinha previsto as consequências
do imperialismo econômico na luta interminável por novos mercados,
que levaria a um conflito global, em seu livro de 1902 chamado
"Imperialismo". Tal argumento provou-se convincente no início
imediato da guerra e ajudou no crescimento do Marxismo e
Comunismo no desenrolar do conflito. Os panfletos de Lênin de 1917,
"Imperialismo: O Último Estágio do Capitalismo", tinham como
argumento que os interesses dos bancos em várias das nações
capitalistas/imperialistas tinham levado à guerra.
Nacionalismo, Romantismo e a “Nova Era”
Os líderes civis das nações européias estavam na época enfrentando
uma onda de fervor nacionalista que estava se espalhando pela
Europa há anos, como memórias de guerras enfraquecidas e
rivalidades entre povos, apoiados por uma mídia sensacionalista e
nacionalista. Os frenéticos esforços diplomáticos para mediar a rixa
entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia foram irrelevantes, já que
a opinião pública naquelas nações pediam pela guerra para defender
a chamada honra nacional. Já a aristocracia exercia também forte
influência pela guerra, acreditando que ela poderia consolidar
novamente seu poder doméstico. A maioria dos beligerantes
pressentiam uma rápida vitória com conseqüências gloriosas. O
entusiasmo patriótico e a euforia presentes no chamado Espírito de
1914 revelavam um grande otimismo para o período pós-guerra.
A Culminação da História Européia
A guerra localizada entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia teve
como principal (e quase único) motivo o Pan-eslavismo, o movimento
separatista dos Bálcãs. O Pan-eslavismo influenciava a política
externa russa, principalmente pelos cidadãos eslavos no país e os
desejos econômicos de um porto em águas quentes. O desenrolar da
Guerra dos Balcãs refletia essas novas tendências de poder das
nações européias. Para os germânicos, tanto as Guerras Napoleónicas
quanto a Guerra dos Trinta Anos foram caracterizados por invasões
que tiveram um grande efeito psicológico; era a posição precária da
Alemanha no centro da Europa que tinha levado a um plano ativo de
defesa como o Plano Schlieffen. Ao mesmo tempo a transferência da
disputada Alsácia e Lorena e a derrota na Guerra franco-prussiana
influenciaram a política francesa, dando origem ao chamado
revanchismo. Após a Liga dos Três Impérios ter se desmanchado, a
França formou uma aliança com a Rússia, e a guerra por duas frentes
começou a se tornar uma preocupação para o exército alemão.
A Crise de Julho e as Declarações de
Guerra
Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 28 de
Junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de
decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de
que grande parte do efetivo militar estava na ajuda a colheita, o que
impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de Julho,
graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império
Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, foi-se mandando um ultimato
a Sérvia que continha várias requisições, entre elas a que agentes
austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a
culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do
ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que
na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania.
Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de Julho,
o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com
o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o
bombardeio à Belgrado (capital sérvia) em 29 de Julho. No dia
seguinte, a Rússia, que sempre tinha sido uma aliada da Sérvia, deu
a ordem de locomoção a suas tropas. Os alemães, que tinham
garantido o apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma
eventual guerra mandaram um ultimato ao governo russo para parar
a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeira
dia de Agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A
Alemanha então declarou guerra a ela. Em 2 de Agosto a Alemanha
ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do
Plano Schlieffen (que previa a invasão da França e da Rússia). A
Alemanha tinha enviado outro ultimato, dessa vez à Bélgica,
requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França.
Como tal pedido foi recusado, foi-se declarado guerra à Bélgica.
Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra a França, e no dia
seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que
Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos
a garantir fez com que o Império Britânico saísse de sua posição
neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.
O Início dos Confrontos
Alianças militares européias em 1915. A Tríplice Aliança está representada em
castanho, a Tríplice Entente em cinza e as nações neutras em amarelo
Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no
continente africano e no Oceano Pacífico, nas colônias e territórios
das nações européias. Em Agosto de 1914 um combinado da França e
do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no
Togo. Pouco depois, em 10 de Agosto, as forças alemães baseadas na
Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico.
Em 30 de Agosto a Nova Zelândia invadiu a Samoa, da Alemanha;
em 11 de Setembro a Força Naval e Expedicionária Australiana
desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova
Britânia), que fazia parte da chamada Nova Guinéa Alemã. O Japão
invadiu as colônias micronésias e o porto alemão de abastecimento
de carvão de Qingdao na península chinesa de Shandong. Com isso,
em poucos meses, a Tríplice Entente tinha dominado todos os
territórios alemães no Pacífico. Batalhas esporádicas, porém, ainda
ocorriam na África.
Na Europa, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma
mútua falta de comunicação e desconhecimento dos planos de cada
exército. A Alemanha tinha garantido o apoio à invasão Austro-
Húngara a Sérvia, mas a interpretação prática para cada um dos
lados tinha sido diferente. Os líderes do Austro-Húngaros acreditavam
que a Alemanha daria cobertura ao flanco setentrional contra a
Rússia. A Alemanha, porém, tinha planejado que o Império Austro-
Húngaro focasse a maioria de suas tropas na luta contra a Rússia
enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou
o exército Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das
tropas foram combater os russos na fronteira, enquanto um pequeno
grupo foi deslocado para invadir e conquistar a Sérvia.
A Batalha Sérvia
O exército sérvio lutou em uma batalha defensiva para conter os
invasores austro-húngaros. Os sérvios ocuparam posições defensivas
no lado sul do rio Drina. Nas duas primeiras semanas os ataques
austro-húngaros foram repelidos causando grandes perdas ao
exército da Tríplice Aliança. Essa foi a primeira grande vitória da
Tríplice Entente na guerra. As expectativas austro-húngaras de uma
vitória fácil e rápida não foram realizadas e como resultado o Império
Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma grande força na fronteira
sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra a Rússia.
Alemanha na Bélgica e França
Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou
resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter
continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão gêrmanica
tinha provocado a decisião britânica de intervir em ajuda a Tríplice
Entente. Como signatário do Tratado de Londres, o Império Britânico
estava comprometido a preservar a soberania belga. Para a Grã-
Bretanha os portos de Antwerp e Ostend eram importantes demais
para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao país[9].
Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando o avanço
alemão.
Inicialmente os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha das
Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto, 1914). A Rússia, porém,
atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas
alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A
Alemanha derrotou a Rússia em uma série de confrontos chamados
da Segunda Batalha de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro,
1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém,
acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças
francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu
caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de
1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo
se postou numa posição defensiva dentro da França e conseguiu
incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.
Fim da Guerra
A partir de 1917 a situação começou a alterar-se, quer com a entrada
em cena de novos meios, como o carro de combate e a aviação
militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das
forças norte-americanas ou a substituição de comandantes por outros
com nova visão da guerra e das táticas e estratégias mais
adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas,
que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando
por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua
derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego
quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista,
chefiado por Lênin, prontamente assina a paz sem condições, assim
anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente
para evitar a derrocada. O armistício que põe fim à guerra é assinado
a 11 de Novembro de 1918. Às 11h do 11º dia do 11 mês.
A Guerra das Trincheiras
Os avanços na tecnologia militar significaram na prática um poder de
fogo defensivo mais poderoso que as capacidades ofensivas, tornando
a guerra extremamente mortífera. O arame farpado era um constante
obstáculo para os avanços da infantaria; a artilharia, muito mais letal
que no século XIX, armada com poderosas metralhadoras. Os
alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e logo depois,
ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos lados
ganhou a guerra pelo uso de tal artíficio, mas eles tornaram a vida
nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se um dos mais
temidos e lembrados horrores de guerra.
Nas trincheiras: Infantaria com mascáras de gás, Ypres, 1917.
Numa nota curiosa, temos que no início da guerra, chegado a
primeira época natalícia, se encontram relatos de os soldados de
ambos os lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem das
trincheiras e cumprimentarem-se. Isto ocorreu sem o consentimento
do comando, no entanto, foi um evento único. Não se repetiu
posteriormente por diversas razões: o número demasiado elevado de
baixas aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e o comando,
dados os acontecimentos do primeiro ano, tentou usar esta altura
para fazer propaganda, o que levou os soldados a desconfiar ainda
mais uns dos outros.
A alimentação era sobretudo à base de carne e vegetais enlatados e
biscoitos, sendo os alimentos frescos uma raridade.
Crimes de Guerra
A limpeza étnica da população armênica durante os anos finais do
Império Turco-Otomano é amplamente considerada como um
genocídio. Com a guerra em curso, os turcos acusaram toda a
população armênica, cristãos em sua maioria, de serem aliados da
Rússia, utilizando-se disso como pretexto para lidar com toda a
minoria considerando-a inimiga do império. É dificil definir o número
exato de mortos do período, sendo estimado por diversas fontes para
quase um milhão de pessoas mortas em campos de concentração,
excluindo-se as que morreram por outros motivos. Desde o evento os
governos turcos têm sistematicamente negado as acusações de
genocídio, argumentando que os armênicos morreram por uma
guerra estar em curso ou que sua matança foi justificada pelo apoio
dado aos inimigos do país.
Tecnologia
T
anque de guerra britânico capturado pelos Alemães durante a Primeira Guerra
Mundial.
A Primeira Guerra Mundial foi uma mistura de tecnologia do século XX
com táticas do século XIX.
Muitos dos combates durante a guerra envolveram a guerra das
trincheiras, onde milhares de soldados por vezes morriam só para
ganhar um metro de terra. Muitas das batalhas mais sangrentas da
história ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial. Tais batalhas
incluiam Ypres, Vimy Ridge, Marne, Cambrai, Somme, Verdun, e de
Gallipoli. A artilharia foi a responsável pelo maior número de baixas
durante a guerra.
Neste conflito estiveram envolvidos cerca de 65 milhões de soldados
e destacaram-se algumas figuras militares, como o estrategia da
Batalha de Marne, o general francês Joffre, o general Ferdinand Foch,
também da mesma nacionalidade, que veio a assumir o controle das
forças aliadas, o general alemão Von Klück, que esteve às portas de
Paris, general britânico John French, comandante do Corpo
Expedicionário Britânico e o comandante otomano Kemal Ataturk,
vencedor na Batalha de Gallipoli contra a Inglaterra e o ANZAC
(Austrália e Nova Zelândia).
A guerra química e o bombardeamento aéreo foram utilizados pela
primeira vez em massa na Primeira Guerra Mundial. Ambos tinham
sido tornados ilegais após a Convenção Hague de 1907.
Os aviões foram utilizados pela primeira vez com fins militares
durante a Primeira Guerra Mundial. Inicialmente a sua utilização
consistia principalmente em missões de reconhecimento, embora
tenha depois se expandido para ataque ar-terra e atividades ar-ar,
como caças. Foram desenvolvidos bombardeiros estratégicos
principalmente pelos alemães e pelos britânicos, já tendo os alemães
utilizado Zeppelins para bombardeamento aéreo.
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Causas_da_primeira_guerra_mu
ndial
http://indoafundo.com

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Primeira Guerra Mundial

  • 1. Primeira Guerra Mundial Combatentes em uma trincheira (imagem coletada de: http://historiablog.wordpress.com/2008/10/02/a-primeira-guerra-mundial/) A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra antes de 1939, Guerra das Guerras ou ainda como a Última Guerra Feudal) foi um conflito mundial ocorrido entre 28 de Julho de 1914 e 11 de Novembro de 1918. A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano), e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente. No início da guerra (1914), a Itália era aliada dos Impérios Centrais na Tríplice Aliança, mas, considerando que a aliança tinha carácter defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra, o governo italiano afirmou não sentir vinculado à aliança e que, portanto, permaneceria neutro. Mais tarde, as pressões diplomáticas da Grã-Bretanha e da França a fizeram firmar em 26 de abril de 1915 um pacto secreto contra o aliado austríaco, chamado Pacto de
  • 2. Londres, no qual a Itália se empenharia a entrar em guerra em um mês em troca de algumas conquistas territoriais que obtivesse ao fim da guerra: o Trentino, o Tirol Meridional, Trieste, Gorizia, Ístria (com exceção da cidade de Fiume), parte da Dalmácia, um protetorado sobre a Albânia, sobre algumas ilhas do Dodecaneso e alguns territórios do Império Turco, além de uma expansão das colônias africanas, às custas da Alemanha (a Itália já possuía na África: a Líbia, a Somália e a Eritréia). O não-cumprimento das promessas feitas à Itália foi um dos fatores que a levaram a aliar-se ao Eixo na Segunda Guerra Mundial. Em 1917, a Rússia abandonou a guerra em razão do início da Revolução. No mesmo ano, os EUA, que até então só participavam da guerra como fornecedores, ao ver os seus investimentos em perigo, entram militarmente no conflito, mudando totalmente o destino da guerra e garantindo a vitória da Tríplice Entente. Primeira Guerra Mundial De cima para baixo e da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática comandada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistible após bater em uma mina.
  • 3. Data 28 de julho de 1914–11 de novembro de 1918 Local Oceano Pacífico, Oceano Atlântico, Oceano Índico, Europa, África, Oriente Médio Desfecho Intervenientes Tríplice Entente: Sérvia Império Russo (até 1917) França Império Britânico Portugal Itália (a partir de 1915) Estados Unidos (a partir de 1917) Japão e outros Tríplice Aliança: Império Alemão Império Austro- Húngaro Bulgária Itália (até 1915, porém neutra) Império Turco- Otomano Principais líderes Ferdinand Foch Georges Clemenceau Nicolau II Aleksei Brusilov Jorge V Douglas Haig John Jellicoe Woodrow Wilson John Pershing Vítor Manuel III Luigi Cadorna Guilherme II Paul von Hindenburg Reinhard Scheer Francisco José I Conrad von Hötzendorf İsmail Enver Fernando I Vítimas Mortes militares: 5 milhões Mortes civis: 6 milhões Total: 11 milhões Mortes militares: 4 milhões Mortes civis: 4 milhões Total: 8 milhões Introdução
  • 4. Muitos dos combates na Primeira Guerra Mundial ocorreram nas frentes ocidentais, em trincheiras e fortificações (separadas pelas "Terras de Ninguém", que era o espaço entre cada trincheira, onde vários cadáveres ficavam a espera do recolhimento) do Mar do Norte até a Suíça. As batalhas se davam em invasões dinâmicas, em confrontos no mar, e pela primeira vez na história, no ar. O saldo foi de mais de 19 milhões de mortos, dos quais 5% eram civis. Na Segunda Guerra Mundial, este número aumentou em 60%. O conflito rompeu definitivamente com a antiga ordem mundial criada após as Guerras Napoleônicas, marcando a derrubada do absolutismo monárquico na Europa. Três impérios europeus foram destruídos e conseqüentemente desmembrados: Alemão, o Austro-Húngaro e o Russo. Nos Bálcãs e no Médio Oriente o mesmo ocorreu com o Império Turco-Otomano. Dinastias imperiais européias como as das famílias Habsburgos, Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a Europa e cujo poder tinha raízes nas Cruzadas, também caíram durante os quatro anos de guerra. O fracasso da Rússia na guerra acabou contribuindo para a queda do sistema czariano, servindo de catalisador para a Revolução Russa que inspirou outras em países tão diferentes como China e Cuba, e que serviu também, após a Segunda Guerra Mundial, como base para a Guerra Fria. No Médio Oriente o Império Turco-Otomano foi substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a região acabaram em mãos inglesas e francesas. Na Europa Central os novos estados Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria, Hungria e Polônia foram redefinidos. Pouco tempo depois da guerra, em 1923, os Fascistas tomaram o poder na Itália. A derrota da Alemanha na guerra e o fracasso em resolver assuntos pendentes no período pós-guerra, alguns dos quais haviam sido causas da Primeira Guerra, acabaram criando condições para a ascensão do Nazismo quatorze anos depois e para a Segunda Guerra Mundial em 1939, vinte anos depois. Causas Segundo os mais recentes estudos e análises históricas, os historiadores tendem a afirmar que as causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas, tendo sido debatidas desde 1914, quando do início da mesma. A causa imediata apontada é o assassinato em Sarajevo do Arquiduque Austro-Húngaro Francisco
  • 5. Ferdinando pelo sérvio nacionalista Gavrillo Princip. Contudo, a questão não se resume somente a este fato, tendo diversos eventos ao longo da história com significativa contribuição para o início do conflito. Francisco Ferdinando, Arquiduque Austro-Húngaro (imagem coletada de: http://www.rodadotempo.com.br/ntc/default.asp?Cod=429). Gavrilo Princip, sérvio que assassinou Francisco Ferdinando e iniciou a Primeira Guerra Mundial. Uma Visão Superficial das Causas
  • 6. Em 28 de Junho de 1914 o Arquiduque Francisco Ferdinando, sobrinho do Imperador Francisco José e herdeiro do trono Austro- Húngaro e sua esposa Sofia, duquesa de Hohenburg, foram assassinados em Sarajevo, então parte do Império Austro-Húngaro. A conspiração envolveu Gavrilo Princip, um estudante sérvio que fazia parte de um grupo de quinze assaltantes que formavam o grupo Bósnia Jovem, que atuava em conjunto com o grupo ultra- nacionalista Mão Negra. Após o assassinato, o governo Austro-Húngaro apoiado por seus aliados alemães enviou, em 23 de Julho, um ultimato contendo várias requisições, dentre as quais que o governo sérvio seria o responsabilizado pelo atentado e que agentes austríacos fariam parte das investigações. Esta última requisição acabou sendo negada pela Sérvia, já que constituía na opinião do Estado uma afronta a sua soberania. Tal recusa sérvia também se deu pela esperança do apoio russo no caso de uma eventual guerra, pela política do Pan- eslavismo. Com isso o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia em 28 de Julho. Os russos então mobilizaram suas tropas em apoio aos sérvios. Inicialmente fora apenas uma mobilização parcial em direção a fronteira Austro-Húngara. Em 31 de Julho, após o alto comando russo ter dito ao Império que tal movimentação era logisticamente impossível, uma mobilização geral foi ordenada. O Plano Schlieffen, estratégia militar alemã previa um rápido ataque a Rússia, aliada da França, enquanto suas tropas ainda estivessem no início da mobilização para evitar um ataque ao oeste. Portanto, a Alemanha declarou guerra à Rússia em 1 de Agosto e a França dois dias depois, invadindo imediatamente Luxemburgo e Bélgica para dominar fortificações ao longo da fronteira francesa. A invasão da Bélgica levou à declaração de guerra britânica contra a Alemanha em 4 de Agosto. Com essa declaração cinco das seis grande potências européias se envolveram na primeira guerra européia desde as Guerras Napoleónicas. Apesar da Primeira Guerra Mundial ter sido desencadeada após a cadeia de acontecimentos que se seguiram a este assassinato, as origens da guerra são muito mais profundas, envolvendo uma série de questões em torno de políticas nacionais, culturas, economia e uma teia de complexas alianças e contrabalanças que se desenvolveram entre as diferentes potências européias ao longo do século XIX após a derrota final de Napoleão Bonaparte em 1815 e o Congresso de Viena. As razões para a eclosão da I Guerra Mundial são uma questão complexa uma vez que decorrem de uma multiplicidade de fatores tais como: • Imperialismo • Disputas prévias não resolvidas • Um complexo sistema de alianças • Governos não-unificados
  • 7. • Atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas • Corrida armamentista • Planejamento militar rígido • Movimentos Ultra-nacionalistas, como o Irredentismo. • Nota:O atentado de Sarajevo é considerado hoje como o estopim da guerra, ou seja, o pretexto que era necessário para o inicio das batalhas, e não como uma causa direta. Causas Ideológicas Algumas das origens do conflito tiveram origem em ideologias específicas que influenciaram a conduta de populações e políticos durante os anos que levariam à guerra. Ascenção do Sentimento Nacionalista O sistema de estados soberanos, por vezes referido como o sistema de Vestfália, foi desenvolvido na Europa desde meados do século XVII. O Nacionalismo ou Patriotismo podem, em parte, ser encarados como uma expressão ideológica popular deste sistema. Para se entender o porquê de as populações europeias estarem predispostas a uma guerra em 1914, muitos historiadores acreditam ser necessário analisar as origens dessas ideologias. No seguimento da Revolução Francesa (1789-1799), Napoleão Bonaparte tomou o poder na França. Os exércitos de Napoleão marcharam sobre toda a Europa, trazendo a mesma não só um domínio efetivo francês mas também suas idéias. O surgimento de ideais nacionalistas, devoção e amor pelas idéias de uma massa colectiva de pessoas tornou-se cada vez maior durante as Guerras Napoleónicas. Napoleão encorajou a difusão do nacionalismo, o que no seu entender "oleava" a grande "máquina de guerra" francesa. A população francesa começou a ter orgulho na sua cultura e etnia. O Mundo assistiu então pela primeira vez ao fenômeno nacionalista e assistiu ao enorme poder que os franceses dele retiraram. O Darwinismo Social No final do séc. XIX, uma nova forma de pensamento surgia, emergindo do Nacionalismo. Enquanto que formas anteriores de nacionalismo tinham dado ênfase na comunidade e auto- determinação, uma nova forma, o Darwinismo Social emergia com uma tônica na competição entre diferentes grupos étnicos. Inspirado nas teorias de Charles Darwin e Herbert Spencer, o Darwinismo Social foi muito influente entre as elites políticas européias. A nova
  • 8. ideologia punha a tônica na violenta luta pela existência entre "raças" e "nações" na qual as mais fracas seriam destruídas pelas mais fortes. Muitos dos líderes Germânicos e Austro-Húngaros temiam uma inevitável batalha entre os "eslavos" e a "civilização germânica". O Darwinismo social foi igualmente exercer influências na competição entre os estados pelas colônias. A Expansão Colonial era vista como sendo de fundamental importância no assegurar de uma vantagem econômica e militar face aos rivais. Um aspecto importante do Darwinismo Social do séc. XIX, é o sentimento de desespero que o mesmo provocava. Para uma nação, o fato de ser vista como não crescente quando comparada com os seus vizinhos e rivais era como se de uma sentença de morte se tratasse. Assim sendo, o Darwininismo Social injectou uma urgência, desespero e forte ansiedade sobre a derrota nas relações internacionais. A competição pelas colônias e a corrida ao poderio militar naval do princípio do séc. XX foram, em parte, derivados deste desespero. As Políticas Domésticas do Império Alemão Partidos de esquerda, especialmente o Partido Social-Democrata da Alemanha, tiveram grandes ganhos na eleição de 1912. Na época o governo alemão ainda era dominado pela classe dos Junkers, que temiam um crescimento da esquerda no país. Alguns historiadores sustentam que a Alemanha teria iniciado o conflito para distrair a população e fazer aumentar o sentimento patriótico e o apoio ao governo. Já outros historiadores argumentam que para a direita do país a guerra poderia ser tanto positiva quanto negativa: a derrota poderia trazer conseqüências desastrosas, e uma vitória poderia servir como forma de alienação da população. As Políticas Domésticas da França A situação na França era a oposta, com os mesmos resultados. Mais de um século depois da Revolução Francesa ainda havia uma feroz batalha entre a direita que estava no poder e a esquerda. Uma guerra externa era vista por ambos os lados como um jeito de resolver a crise. Todos acreditavam que a guerra seria rápida e de fácil vitória. A esquerda considerava o conflito como uma boa oportunidade de implementar reformas sociais; já a direita acreditava que suas ligações com o exército poderiam lhe permitir uma possibilidade de assumir o poder. Eventos Específicos
  • 9. Ascenção do Kaiser Guilherme II Debaixo do comando político do seu primeiro chanceler, Otto von Bismarck, a Alemanha assegurou a sua posição na Europa através de uma aliança com o Império Austro-Húngaro e um entendimento diplomático com a Rússia. Bismarck iniciou uma "corrida" a inúmeras alianças e tratados de paz. De fato, assinou a paz com quase todas as nações europeias, exceto com a França. Sentia pois, que uma guerra poderia destruir a nação recém-nascida que ele criara na década de 1860. Quando da morte de Guilherme I, um sistema de alianças assegurava a paz na Europa. 1ª Foto: Kaiser Guilherme II e 2ª Foto: Otto von Bismarck, chanceler do Império Alemão. A ascensão, em 1888, do Kaiser Guilherme II, trouxe ao trono Germânico um governante mais jovem, determinado a comandar a política diretamente, apesar da sua imprudente análise diplomática. Após as eleições de 1890, nas quais os partidos do centro e de esquerda obtiveram ganhos consideráveis, e em parte também ao desagrado de herdar um Chanceler que guiara o seu avô durante a maior parte da sua carreira, Guilherme II engendrou a demissão de Bismarck. Muito do trabalho de Bismarck foi desfeito nas décadas seguintes, uma vez que Guiherme II não conseguiu renovar o tratado de 1887 com a Rússia, deixando que a França republicana firmasse uma
  • 10. aliança com o Império Russo. No entanto, o pior ainda estaria para vir, uma vez que Guilherme II encetou esforços para a criação de uma marinha Germânica que fosse capaz de ameaçar o domínio Britânico dos mares, abrindo caminho para a Entente Cordiale de 1904 entre a França e Inglaterra e a sua expansão para com os Russos em 1907, formando a (Tripla) Entente (em oposição à Tríplice Aliança, de 1914 entre a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália). Assim, com Guilherme II surge a Weltpolitik, a concepção Germânica de geoestratégia. Os seus aspectos nucleares baseados na raça Germânica e espaço económico demonstram uma continuidade desde a Alemanha Imperial até ao Terceiro Reich de Hitler. No entanto, os geoestrategistas imperiais, geopolíticos alemães e estrategistas nazis não possuíram grandes contatos entre si, sugerindo que a Weltpolitik não foi copiada ou passada através sucessivos contatos, refletindo-se sim em aspectos permanentes da geografia alemã, geografia política e geografia cultural. Estiveram pois na sua origem os escritos de Friedrich Ratzel, Rudolf Kjellén e do general Karl Hausfofer, encontrando-se a sua máxima (e final) expressão em Adolf Hitler. As características que a definem, e diferenciam das escolas Americana, Britânica ou Francesa de geopolítica, são a inclusão de uma teoria orgânica do estado e um choque de civilizações imposto pelo Darwinismo Social. É, talvez, a escola de geoestratégia mais próxima de uma noção de geoestratégia puramente nacionalista. A Cláusula de Culpa As primeiras explicações para os motivos da I Guerra Mundial, muito usadas na década de 20, tinham como versão a ênfase oficial tida na Cláusula de Culpa de Guerra, ou Artigo 231 do Tratado de Versalhes e Tratado de St.Germain, que acusava tanto a Alemanha quanto o Império Austro-Húngaro pela responsabilidade da guerra. A explicação para tal não era completamente infundada; era um fato que o Império Austro-Húngaro, apoiado por Berlim, tinha atacado a Sérvia em 29 de julho e que a Alemanha tinha invadido a Bélgica em 3 de agosto. Sendo assim, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro tinham sido os primeiros a atacar, o que teria levado à guerra. A Alemanha foi considerada culpada e teve que pagar as reparações pela guerra e todos os custos futuros, além de pensões para todos os veteranos da Tríplice Entente, num valor total estimado em trinta bilhões de dólares. O valor foi sendo renegociado por toda a década de 20, até ser extinto em 1931. Muitos importantes pensadores britânicos, como o economista John Maynard Keynes, não aceitam a Cláusula de Culpa que a França tanto apoiou. Desde 1960 a idéia de que a Alemanha foi a responsável pela
  • 11. guerra foi revivida por acadêmicos como Fritz Fischer, Imanuel Geiss, Hans-Ulrich Wehler, Wolfgang Mommsen, e V.R. Berghahn. Corrida Armamentista A corrida naval entre Inglaterra e Alemanha foi intensificada em 1906 pelo surgimento do HMS Dreadnought, revolucionário navio de guerra. Uma evidente corrida armamentista na construção de navios desdobrava-se entre as duas nações. O historiador Paul Kennedy argumenta que ambas as nações acreditavam nas teorias de Alfred Thayer Mahan, de que o controle do mar era vital a uma nação. HMS Dreadnought, símbolo da corrida armamentista. O também historiador David Stevenson descreve a corrida como um "auto reforço de um ciclo de elevada prontidão militar", enquanto David Herrman via a rivalidade naval como parte de um grande movimento para a guerra. Contudo, Niall Ferguson argumenta que a superioridade britânica na produção naval acabou por transformar tal corrida armamentista em um fator que não contribuiu para a movimentação em direção a guerra. Este período, entre 1885 e 1914, ficou conhecido como a Paz Armada.
  • 12. O poder naval das grandes nações em 1914 Nação Tripulação Maiores navios Tonelagem Rússia 54.000 4 328.000 França 68.000 10 731.000 Grã-Bretanha 209.000 29 2.205.000 Total 331.000 43 3.264.000 Alemanha 79.000 17 1.019.000 Áustria-Hungria 16.000 3 249.000 Total 95.000 20 1.268.000 Fonte: Ferguson 1999 p 85 Militarismo e Autocracia O presidente dos EUA Woodrow Wilson e outros observadores americanos culpam o militarismo pela guerra. A tese é que a aristocracia e a elite militar tinham um controle grande demais sobre a Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro, e que a guerra seria a consequência de seus desejos pelo poder militar e o desprezo pela democracia. Consequentemente, os partidários dessa teoria pediram pela abdicação de tais soberanos, o fim do sistema aristocrático e o fim do militarismo - tudo isso justificou a entrada americana na guerra depois que a Rússia czarista abandonou a Tríplice Entente. Wilson esperava que a Liga das Nações e um desarmamento universal poderia resultar numa paz, admitindo-se algumas variantes do militarismo como nos sistemas políticos da Inglaterra e França. Imperialismo Econômico Lênin era um famoso defensor de que o sistema imperialista vigente no mundo era o responsável pela guerra. Para corroborar as suas idéias ele usou as teorias econômicas de Karl Marx e do economista inglês John A. Hobson, que antes já tinha previsto as consequências do imperialismo econômico na luta interminável por novos mercados, que levaria a um conflito global, em seu livro de 1902 chamado "Imperialismo". Tal argumento provou-se convincente no início imediato da guerra e ajudou no crescimento do Marxismo e Comunismo no desenrolar do conflito. Os panfletos de Lênin de 1917, "Imperialismo: O Último Estágio do Capitalismo", tinham como argumento que os interesses dos bancos em várias das nações capitalistas/imperialistas tinham levado à guerra. Nacionalismo, Romantismo e a “Nova Era”
  • 13. Os líderes civis das nações européias estavam na época enfrentando uma onda de fervor nacionalista que estava se espalhando pela Europa há anos, como memórias de guerras enfraquecidas e rivalidades entre povos, apoiados por uma mídia sensacionalista e nacionalista. Os frenéticos esforços diplomáticos para mediar a rixa entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia foram irrelevantes, já que a opinião pública naquelas nações pediam pela guerra para defender a chamada honra nacional. Já a aristocracia exercia também forte influência pela guerra, acreditando que ela poderia consolidar novamente seu poder doméstico. A maioria dos beligerantes pressentiam uma rápida vitória com conseqüências gloriosas. O entusiasmo patriótico e a euforia presentes no chamado Espírito de 1914 revelavam um grande otimismo para o período pós-guerra. A Culminação da História Européia A guerra localizada entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia teve como principal (e quase único) motivo o Pan-eslavismo, o movimento separatista dos Bálcãs. O Pan-eslavismo influenciava a política externa russa, principalmente pelos cidadãos eslavos no país e os desejos econômicos de um porto em águas quentes. O desenrolar da Guerra dos Balcãs refletia essas novas tendências de poder das nações européias. Para os germânicos, tanto as Guerras Napoleónicas quanto a Guerra dos Trinta Anos foram caracterizados por invasões que tiveram um grande efeito psicológico; era a posição precária da Alemanha no centro da Europa que tinha levado a um plano ativo de defesa como o Plano Schlieffen. Ao mesmo tempo a transferência da disputada Alsácia e Lorena e a derrota na Guerra franco-prussiana influenciaram a política francesa, dando origem ao chamado revanchismo. Após a Liga dos Três Impérios ter se desmanchado, a França formou uma aliança com a Rússia, e a guerra por duas frentes começou a se tornar uma preocupação para o exército alemão. A Crise de Julho e as Declarações de Guerra Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 28 de Junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de que grande parte do efetivo militar estava na ajuda a colheita, o que impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de Julho, graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, foi-se mandando um ultimato a Sérvia que continha várias requisições, entre elas a que agentes austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a
  • 14. culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania. Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o bombardeio à Belgrado (capital sérvia) em 29 de Julho. No dia seguinte, a Rússia, que sempre tinha sido uma aliada da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. Os alemães, que tinham garantido o apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra mandaram um ultimato ao governo russo para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeira dia de Agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou guerra a ela. Em 2 de Agosto a Alemanha ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do
  • 15. Plano Schlieffen (que previa a invasão da França e da Rússia). A Alemanha tinha enviado outro ultimato, dessa vez à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, foi-se declarado guerra à Bélgica. Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra a França, e no dia seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir fez com que o Império Britânico saísse de sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto. O Início dos Confrontos Alianças militares européias em 1915. A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em cinza e as nações neutras em amarelo Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e no Oceano Pacífico, nas colônias e territórios das nações européias. Em Agosto de 1914 um combinado da França e do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no Togo. Pouco depois, em 10 de Agosto, as forças alemães baseadas na Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico. Em 30 de Agosto a Nova Zelândia invadiu a Samoa, da Alemanha; em 11 de Setembro a Força Naval e Expedicionária Australiana desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova Britânia), que fazia parte da chamada Nova Guinéa Alemã. O Japão
  • 16. invadiu as colônias micronésias e o porto alemão de abastecimento de carvão de Qingdao na península chinesa de Shandong. Com isso, em poucos meses, a Tríplice Entente tinha dominado todos os territórios alemães no Pacífico. Batalhas esporádicas, porém, ainda ocorriam na África. Na Europa, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma mútua falta de comunicação e desconhecimento dos planos de cada exército. A Alemanha tinha garantido o apoio à invasão Austro- Húngara a Sérvia, mas a interpretação prática para cada um dos lados tinha sido diferente. Os líderes do Austro-Húngaros acreditavam que a Alemanha daria cobertura ao flanco setentrional contra a Rússia. A Alemanha, porém, tinha planejado que o Império Austro- Húngaro focasse a maioria de suas tropas na luta contra a Rússia enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou o exército Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das tropas foram combater os russos na fronteira, enquanto um pequeno grupo foi deslocado para invadir e conquistar a Sérvia. A Batalha Sérvia O exército sérvio lutou em uma batalha defensiva para conter os invasores austro-húngaros. Os sérvios ocuparam posições defensivas no lado sul do rio Drina. Nas duas primeiras semanas os ataques austro-húngaros foram repelidos causando grandes perdas ao exército da Tríplice Aliança. Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice Entente na guerra. As expectativas austro-húngaras de uma vitória fácil e rápida não foram realizadas e como resultado o Império Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma grande força na fronteira sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra a Rússia. Alemanha na Bélgica e França Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão gêrmanica tinha provocado a decisião britânica de intervir em ajuda a Tríplice Entente. Como signatário do Tratado de Londres, o Império Britânico estava comprometido a preservar a soberania belga. Para a Grã- Bretanha os portos de Antwerp e Ostend eram importantes demais para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao país[9]. Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando o avanço alemão. Inicialmente os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto, 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas
  • 17. alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A Alemanha derrotou a Rússia em uma série de confrontos chamados da Segunda Batalha de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro, 1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo se postou numa posição defensiva dentro da França e conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos. Fim da Guerra A partir de 1917 a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como o carro de combate e a aviação militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças norte-americanas ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das táticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista, chefiado por Lênin, prontamente assina a paz sem condições, assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrocada. O armistício que põe fim à guerra é assinado a 11 de Novembro de 1918. Às 11h do 11º dia do 11 mês. A Guerra das Trincheiras Os avanços na tecnologia militar significaram na prática um poder de fogo defensivo mais poderoso que as capacidades ofensivas, tornando a guerra extremamente mortífera. O arame farpado era um constante obstáculo para os avanços da infantaria; a artilharia, muito mais letal que no século XIX, armada com poderosas metralhadoras. Os alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e logo depois, ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra pelo uso de tal artíficio, mas eles tornaram a vida nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores de guerra.
  • 18. Nas trincheiras: Infantaria com mascáras de gás, Ypres, 1917. Numa nota curiosa, temos que no início da guerra, chegado a primeira época natalícia, se encontram relatos de os soldados de ambos os lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem das trincheiras e cumprimentarem-se. Isto ocorreu sem o consentimento do comando, no entanto, foi um evento único. Não se repetiu posteriormente por diversas razões: o número demasiado elevado de baixas aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e o comando, dados os acontecimentos do primeiro ano, tentou usar esta altura para fazer propaganda, o que levou os soldados a desconfiar ainda mais uns dos outros. A alimentação era sobretudo à base de carne e vegetais enlatados e biscoitos, sendo os alimentos frescos uma raridade. Crimes de Guerra A limpeza étnica da população armênica durante os anos finais do Império Turco-Otomano é amplamente considerada como um genocídio. Com a guerra em curso, os turcos acusaram toda a população armênica, cristãos em sua maioria, de serem aliados da
  • 19. Rússia, utilizando-se disso como pretexto para lidar com toda a minoria considerando-a inimiga do império. É dificil definir o número exato de mortos do período, sendo estimado por diversas fontes para quase um milhão de pessoas mortas em campos de concentração, excluindo-se as que morreram por outros motivos. Desde o evento os governos turcos têm sistematicamente negado as acusações de genocídio, argumentando que os armênicos morreram por uma guerra estar em curso ou que sua matança foi justificada pelo apoio dado aos inimigos do país. Tecnologia T anque de guerra britânico capturado pelos Alemães durante a Primeira Guerra Mundial. A Primeira Guerra Mundial foi uma mistura de tecnologia do século XX com táticas do século XIX. Muitos dos combates durante a guerra envolveram a guerra das trincheiras, onde milhares de soldados por vezes morriam só para ganhar um metro de terra. Muitas das batalhas mais sangrentas da história ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial. Tais batalhas incluiam Ypres, Vimy Ridge, Marne, Cambrai, Somme, Verdun, e de Gallipoli. A artilharia foi a responsável pelo maior número de baixas durante a guerra. Neste conflito estiveram envolvidos cerca de 65 milhões de soldados e destacaram-se algumas figuras militares, como o estrategia da Batalha de Marne, o general francês Joffre, o general Ferdinand Foch,
  • 20. também da mesma nacionalidade, que veio a assumir o controle das forças aliadas, o general alemão Von Klück, que esteve às portas de Paris, general britânico John French, comandante do Corpo Expedicionário Britânico e o comandante otomano Kemal Ataturk, vencedor na Batalha de Gallipoli contra a Inglaterra e o ANZAC (Austrália e Nova Zelândia). A guerra química e o bombardeamento aéreo foram utilizados pela primeira vez em massa na Primeira Guerra Mundial. Ambos tinham sido tornados ilegais após a Convenção Hague de 1907. Os aviões foram utilizados pela primeira vez com fins militares durante a Primeira Guerra Mundial. Inicialmente a sua utilização consistia principalmente em missões de reconhecimento, embora tenha depois se expandido para ataque ar-terra e atividades ar-ar, como caças. Foram desenvolvidos bombardeiros estratégicos principalmente pelos alemães e pelos britânicos, já tendo os alemães utilizado Zeppelins para bombardeamento aéreo. Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial http://pt.wikipedia.org/wiki/Causas_da_primeira_guerra_mu ndial http://indoafundo.com