2. O antes
A maioria dos fundadores do PSDB participou do
chamado “PMDB histórico”, grupo que lutou pela
redemocratização no país e pelo movimento
Diretas Já. Porém,
acreditavam que o tempo
autoritário já havia
passado e que o PMDB
deveria atualizar-se em
sua ação política e
tornar-se um partido
com um programa partidário com ideias para o futuro.
3. Em 1986, esse grupo, entretanto, viu seu sonho
despedaçar-se após a decisão de Sarney de manter o
Plano Cruzado sem nenhum ajuste, necessários mas
impopulares no curto prazo, fazendo com que o PMDB
tivesse uma vitória esmagadora nas eleições e
possibilitando a entrada de políticos oportunistas que
pouca identificação tinham com o grupo histórico. A
partir desse momento, passou a ser avaliada a
possibilidade de criar um novo partido.
4. Rumo ao novo partido
Existia um forte receio por parte dos “históricos” de
formar um novo partido, pois a Constituinte seria
iniciada em fevereiro de 1987 e abandonar o PMDB
poderia significar reduzir seu poder de decisão
sobre a nova constituição.
5. Os atritos com o governo, todavia, tornaram-se cada
vez mais evidentes principalmente pela defesa do
parlamentarismo e pelo mandato de 4 anos do
presidente de Sarney, sendo ambas propostas
preteridas pelo presidencialismo e pelo mandato
de 5 anos do então presidente. Isso fez com que a
ideia da criação de um novo partido ficasse cada vez
mais madura a partir do final de 1987, mas ainda sendo
discutida sobre o momento de fazê-la.
6. Alguns defendiam a criação imediata do partido, para a
maior desenvoltura parlamentar de seus integrantes,
por outro lado, outros defendiam a criação do novo
partido após a constituinte, proposta que acabou
por prevalecer.
7. Nasce o novo partido
Embora a decisão de se criar o novo partido após a
promulgação da nova Carta Magna, essa decisão foi
adiantada em virtude da nova Lei Eleitoral, que
permitia a participação de candidatos de novos
partidos já para as eleições de 1989, desde que estes
contassem com representantes em pelo menos cinco
Estados no Congresso, e a tensão política que vinha
intensificando-se.
8. Com isso, o partido foi fundado no dia 24 de junho de
1988 com a seguinte epígrafe: “Longe das benesses
oficiais, mas perto
do pulsar das ruas,
nasce o novo partido.”
Entre seus fundadores,
destacam-se Franco
Montoro - SP; Geraldo
Alckmin – SP; Fernando
Henrique Cardoso – SP; Afonso Arinos – RJ; José Serra
– SP; Mário Covas – SP e Euclides Scalco – PR.
9. A ideologia e a identidade visual
O PSDB nasceu com diversas vertentes ideológicas,
como por exemplo, liberais progressistas, democratas
cristãos, socialistas democráticos e social-democratas,
sendo considerado um partido de centro-esquerda.
10. Quanto a identidade visual, a
escolha de um tucano surge
com a identificação de seus
fundadores com o
movimento Direitas Já,
sendo representado pelo peito
amarelo do tucano. Além
disso, a escolha de um tucano
traz o tom ecológico no
programa partidário, tema
recorrente atualmente. Por
fim, a vontade de
representar um partido
autenticamente brasileiro,
sendo, portanto, representado
por uma ave brasileira
11. As primeiras eleições
Já em 1989, o PSDB lançou o senador Mário Covas para
pleito presidencial, que acabou por
ser derrotado ainda no primeiro turno
e por apoiar o candidato Lula no
segundo turno, mesmo tendo
deixando expressas
as diferenças partidárias.
Em 1990, no entanto, é que foi vencida
a primeira batalha eleitoral, sendo eleitos 38 deputados
federais, 1 senador (aumentando a bancada para 9), 1
governador e 67 deputados estaduais (contra 30 que
possuía anteriormente).
12. O governo Collor e a oposição
Com a vitória de Collor, diversas promessas de
campanha foram quebradas, como o confisco aos
depósitos e aplicações financeiras como parte de um
plano de estabilização que incluía ainda o
congelamento de preços e salários, também conhecido
como Plano Collor. Diante da crescente crise que
assolava seu governo e o fracasso do Plano Collor, o
então presidente tentou atrair o PSDB ao seu governo.
13. Fiéis ao seu ideário de manter-se longe do poder
enquanto isso não significasse a aplicação de seu
programa partidário, os tucanos recusaram a
proposta, repetindo a negativa pouco antes do
impeachment, este sendo apoiado veementemente
pelos congressistas tucanos.
14. A governabilidade
Ao assumir a vaga deixada por Collor, Itamar Franco
buscou compor uma base partidário ampla com o
intuito de preservar as instituições democráticas, base
a qual o PSDB aceitou participar, indicando alguns
de seus mais qualificados líderes partidários.
Durante o governo Itamar, uma das bandeiras mais
importantes para o PSDB, o parlamentarismo, acabou
por ser derrotado em plebiscito previsto na
Constituição para ser realizado em 1993.
15. O Plano Real
Nem mesmo uma derrota tão cara quanto a do
parlamentarismo abateu os tucanos, que assumiram
crescentes responsabilidades no governo
Itamar, particularmente na área econômica,
onde os fracassos para vencer a inflação
eram sucessivos. Esse paradigma foi
quebrado quando a junho de 1993, a pasta
da Fazenda foi entregue ao então Ministro
das Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso.
16. Junto a uma equipe ousada e preocupada em acabar
com a inflação, Fernando Henrique decidiu fazer um
plano gradual, que só seria efetivado definitivamente
mais de um ano depois. Ao invés de buscar resultados
espetaculares a curto prazo, mas desastrosos após
alguns meses, Fernando Henrique
e sua equipe inovaram,
com a inequívoca marca
do PSDB. O Plano Real não
significou apenas
estabilização econômica,
e sim, além disso,
estabilização social e
política, pilares fundamentais para uma democracia bem
sucedida.
17. Um tucano no Planalto
Com o sucesso alcançado pelo Plano Real,
o então Ministro da Fazenda, Fernando
Henrique Cardoso, candidatou-se a
presidência em 1994, acabando por vencer o
pleito presidencial ainda em primeiro turno, e iniciando o
apogeu político do PSDB não apenas na esfera federal,
mas sim nas esferas regionais e legislativas com a conquista
do governo de 6 estados, de 11 senadores, 63 deputados
federais e 97 deputados estaduais.
18. Medidas impopulares, mas necessárias, comprovaram
a seriedade com que o PSDB comandou a nação, com a
contenção dos gastos públicos para enfrentar as
crises que ocorriam fora do Brasil, a privatização de
estatais, com o objetivo de dar qualidade a
serviços tão essenciais a população, como a
telefonia. Com reformas essenciais em andamento,
colocou-se em questão a possibilidade de reeleição
para cargos executivos, uma tendência internacional,
proposta aprovada em meados de 1997.
19. A reeleição Mesmo com uma forte crise
financeira internacional
iniciada no Sudeste Asiático
atingindo o país em plena
campanha eleitoral e
obrigando o governo a elevar
as taxas de juros e cortar
gastos, Fernando Henrique
tornou-se o primeiro
presidente a reeleger-se
para um segundo mandato.
20. Vitória conquistada em primeiro turno, mais uma vez
atestando a confiança no governo tucano. Além disso, o
PSDB elegeu 7 governadores, 99 deputados federais e 152
deputados estaduais, além de aumentar sua bancada no
Senado para 16 senadores, mantendo sua trajetória
ascendente estabelecida desde sua fundação. Durante
o segundo mandato de FHC, foram implantados os
programas sociais, como o Bolsa Escola, o Vale Gás e o
Bolsa Alimentação. Na área da saúde foi criada a lei de
incentivo aos medicamentos genéricos, que facilitou o
acesso aos medicamentos para a população mais carente.
Buscando reformar o Estado, foi criada a Lei da
Responsabilidade Fiscal, que buscava limitar as dívidas
públicas de estados e municípios.
21. Os frutos do governo tucano
Foi durante o governo de FHC que foram colocados em
práticas inúmeros projetos que mudaram a vida dos
brasileiros.
A criação do Fundef, que colocou todas as crianças na
escola;
A queda crescente da mortalidade infantil;
A privatização de setores que tornaram
seus serviços mais eficientes e expandiu seu
acesso, como a telefonia;
A criação dos genéricos, que aproximou
os mais pobres da medicação adequada;
22. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que acabou com o
gasto desenfreado dos governos estaduais;
A criação da melhor campanha anti-AIDS do mundo em
desenvolvimento, reconhecida pela OMS;
A criação da Bolsa Escola, do Vale Gás e da Bolsa
Alimentação, programas que acabaram transformando-se
no Bolsa Família durante o governo Lula.
Essas são apenas algumas das mais importantes reformas
promovidas durante o governo FHC, durante um momento
delicado da política internacional, mas
que permitiu o Brasil alçar voos mais
altos nos anos que sucederam o governo
do PSDB.
23. Um novo desafio
Em 2002, José Serra candidatou-se para suceder FHC
no governo federal, entretanto, o PSDB acaba por
perder a eleição em uma disputa que foi decidida no
segundo turno para o então candidato do PT, Lula.
Mesmo assim, conseguiu manter relativa força,
conquistando o governo de importantes estados da
federação, como Goiás, com Marconi Perillo, São
Paulo, com Geraldo Alckmin e Minas Gerais com Aécio
Neves.
24. Durante o primeiro mandato do presidente Lula, o
PSDB manteve-se no campo da oposição, tendo seu
ápice de atuação quando insurgiram graves denúncias
contra o governo federal de pagamentos mensais para
parlamentares da base governista para aprovar os
projetos enviados ao Congresso, escândalo conhecido
como Mensalão.
25. A tentativa de um recomeço
Já em 2006, munido de acusações de corrupção contra
o governo federal, o PSDB tentou novamente chegar ao
poder federal através do então governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin. Novamente, o PSDB chegou
ao segundo turno, porém, tornou a perder para Lula a
eleição. O PSDB saiu das eleições de 2006 com 66
deputados federais, 14 senadores e 6 governadores.
26. A terceira tentativa
Pela terceira vez seguida, o PSDB volta a perder as
eleições para presidente, dessa vez, sob a candidatura
de José Serra. A derrota veio novamente em segundo
turno, dessa vez para a candidata petista Dilma
Rousseff.
27. Embora tenha perdido pela terceira vez consecutiva as
eleições presidenciais, o PSDB conquistou o governo
de 8 estados, sendo assim, governa 47% da população
brasileira. Em São Paulo, por exemplo, o PSDB
completará 20 anos de governo estadual com a vitória
de Geraldo Alckmin. Após as eleições, conta com 53
deputados federais e 11 senadores, sendo que com a
criação do PSD, provavelmente cairá para a quarta
maior bancada da Câmara dos Deputados e se manterá
como a terceira maior do Senado.
28. A nova agenda
Atento às mudanças que têm ocorrido na política e na
sociedade brasileira, o PSDB busca retomar o seu
norte, atualizar a a ação política que guiou o partido
desde o seu ato de fundação e aproximar-se da
sociedade brasileira como um todo.
29. Esse será o foco do partido para os próximos anos,
sendo organizados diversos seminários através do
Instituto Teotônio Vilela, instituto de formação
política do partido, sendo o primeiro desses dia 07 de
novembro de 2011, no Rio de Janeiro, evento
denominado “A nova agenda – Desafios e
oportunidades para o Brasil” e contará com a palavra e
visão de diversos economistas e cientistas sociais com
o intuito de repensar o passado, o presente e o futuro
da “legenda da esperança”.