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Mercados e Qualidade
Trabalho
realizado por:
-Diogo Meira
-Tiago
Almeida
FEUP, 2013
A Evolução das
Condições de
Elegibilidade em
Portugal
continental e da
dimensão
do Mercado Livre
História do Mercado de
Electricidade
São 3 os pilares da organização tradicional do
sector eléctrico
Grandes centrais afastadas dos centros de
consumo
Concessão monopolista para financiar, construir e
explorar o sistema
Impossibilidade de escolher o fornecedor pelo
cliente final
Electricidade passou a ser encarada como um
serviço público, da responsabilidade dos governos,
através de empresas privadas ou públicas
História do Mercado de
Electricidade
 Como sucedeu noutros sectores fortemente
regulados, o sector eléctrico foi fortemente
reestruturado à escala global, com o objectivo
de criar mercados competitivos.
 Isto devido à intervenção do poder politico,
resultante da comprovação de que um
ambiente concorrencial é a chave para
ganhos de eficiência, e aumento do bem-estar
do consumidor.
Motivações para a mudança
 Choque petrolífero dos anos 70 – aumento do
preço combustíveis fosseis.
 Sobre investimento em capacidade de produção
- Empresa monopolista privada: Efeito de Averch-
Johnson
- Empresa monopolista pública: Má gestão pública
 Criação de mercados competitivos de forma a
acabar com monopólios.
 reflexos ao nível dos preços e da melhoria da
qualidade de serviço.
Motivações para a mudança
 Iniciativa na UE para criação de mercado
único europeu
 Obtenção de ganhos de eficiência – produção
descentralizada
 Desregulamentação de outros sectores
importantes
 Liberalização do comércio internacional
 Preocupações ambientais e com a
conservação do ambiente
 Poder do consumidor poder escolher o seu
A experiência Internacional na
liberalização do sector eléctrico
 1978 – EUA (PURPA)
 1982 – Chile
 1983 – Grã-Bretanha (Energy Act)
 1990 – Inglaterra e Gales (1ª Bolsa a nível mundial, Pool)
 1991 – Noruega
 1992 – EUA (Energy Policy Act) e Argentina
 1996 – Nova-Zelandia; Suécia e Noruega (Finlândia e
Dinamarca posteriormente ) formam o NordPool
 1997 – Austrália (Victoria 1994 + Nova Gales do Sul)
 1998 – Espanha e alguns estados dos EUA (Califórnia)
 1999 – Holanda
 2001 – Grã-Bretanha (NETA, elimina Pool obrigatória)
Novas estruturas e modelos
 Pool / Operador de mercado
 Simétrico
 Assimétrico
 Executar despachos centralizados baseados em
propostas de compra/venda (leilão)
 Bolsa de electricidade
 Contractos Bilaterais
 Produtores e clientes finais são livres para negociar
 A oferta e a procura têm que procurar os melhores
contractos
 Na maior parte dos países coexistem com o pool
 Estruturas mistas – Pool e Contractos Bilaterais
Modelo 1 - Monopolista
 Modelo que prevaleceu até relativamente
pouco tempo.
 Não existe competição a nenhum nível.
 Uma única empresa detém o exclusivo de
produção, transporte e distribuição ao cliente
final.
 Modelo de integração vertical.
 Permitiu o desenvolvimento de centrais
geradoras e redes de transporte e distribuição
de grande porte.
 Permitiu pelo poder politico, implementar
Modelo 1 - Monopolista
Produtor
Transportador
Distribuidor
Cliente
Modelo 2 – Comprador Único
 Há competição entre produtores.
 Um único agente que compra energia
eléctrica aos vários produtores, alguns dos
quais podem ser propriedade do próprio
comprador.
 Comprador único detém o monopólio das
redes e dos clientes finais.
 Relação entre produtores e comprador único
implementada através de contractos de longo
prazo, com o risco de investimento a ser
suportado pelos clientes finais e não pelos
investidores.
Modelo 2 – Comprador Único
Produtor
Independente
Produtor
Integrado
Produtor
Independente
Comprador
Único
DistribuidorDistribuidorDistribuidor
Cliente Cliente Cliente
Modelo 3 – Competição no
grosso
 Competição entre produtores que oferecem a
sua energia numa bolsa (pool), em ambiente
concorrencial.
 Autorização a vender directamente aos
distribuidores ou clientes elegíveis através de
contractos bilaterais.
 Clientes elegíveis podem adquirir a energia no
mercado ou directamente aos produtores.
 Distribuidores mantêm monopólio sobre
clientes finais.
Modelo 3 – Competição no
grosso
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Distribuidor Distribuidor
Cliente
Cliente
elegível
Cliente
Cliente
elegível
Rede de Transporte
Me rcado Gro ssista
Modelo 4 – Competição no
retalho
 Todos os consumidores podem escolher o
fornecedor.
 Fornecedor pode ser um produtor, para
clientes de maior dimensão, ou um
comercializador, que compra a energia por
grosso e a vende a retalho.
 Custos de transacção aumentam, umas vez
que existem novo intermediários e arranjos
comerciais mais complexos, devendo ser
compensados pelos ganhos de eficiência
proporcionados pelo ambiente competitivo
Modelo 4 – Competição no
retalho
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Produtor
Independente
Cliente Cliente Cliente Cliente
Distribuidor/
comercializado
r
Comercializado
r
Comercializado
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Distribuidor/
comercializador
Rede de Distribuição
Me rcado Re talhista
Rede de Transporte
Me rcado Gro ssista
Resumo Modelos de mercado
Evolução do mercado liberalizado em
Portugal
 Antes de 1988 – Modelo monopolista por empresa
pública exclusiva. Modelo 1.
 1988 - Abertura para produtores independentes
usando fontes renováveis ou cogeração. Modelo 2.
 1995 – Modelo dual, Sistema Eléctrico de Serviço
Publico (SEP), Modelo 2, e Sistema Eléctrico
Independente (SEI), Contractos bilaterais
liberalizados.
 2006 – Abertura total ao mercado retalhista. Modelo
4.
 2007 – Entrada no MIBEL, Mercado Ibérico de
Electricidade, centrado numa bolsa ibérica onde são
Directivas da UE para mercado
livre
 1996 - Directiva 92/96/CE
 Contexto para criação de mercado único europeu
 Iniciativa de dinamizar o processo de liberalização do
sector eléctrico
 Estipulou patamares anuais para o cliente elegível
 Directiva contempla dois modelos aos Estados-
membros:
 Acesso negociado – contractos bilaterais.
 Comprador único. Modelo 2.
 2003 – Directiva 2003/54/CE
 Visava acelerar a abertura do mercado de
electricidade
 Elimina a figura do comprador único, apontando para
a implementação do modelo 4 – liberalização total dos
Evolução das Condições de
Elegibilidade
 Definição – Cliente que atinge determinado patamar de
consumo.
 Maior abertura a clientes elegíveis impulsionada pelas
directivas europeias e nacionais de liberalização do sector
eléctrico.
Evolução de Clientes no ML
Evolução de Clientes no ML
Análise gráfica – Grandes clientes,
industriais e pequenos negócios
 No ano de 2008, o ML em Portugal passou a ser
praticamente residual, situação explicada pelas
diferenças nos preços de energia no ML e no
MR.
 Tarifas do MR de 2008 calculadas no final de
2007 não preverão a acentuada subida dos
preços de combustíveis fosseis.
 Regresso de praticamente todos os clientes ao
MR, excepto clientes residenciais.
 No primeiro trimestre de 2009 verifica-se um
retomar progressivo e acentuado do ML.
Panorama actual do ML
 1 milhão e 647 mil clientes
 65% do consumo total de electricidade é no ML
 27% do número total de clientes
 mais do que triplicou desde Abril de 2012
 Impulsionada pela grande entrada de consumidores
domésticos
 97% do consumo dos grandes consumidores já se encontram
no ML
 Clientes domésticos
 representam perto de 97% dos clientes do ML
 28% do consumo total do ML
 Clientes industriais representam a maior parte do consumo do
ML com 44%
 EDP Comercial lidera a cota de mercado
Evolução ML 2012-2013
Composição do ML
Composição do consumo de energia no
ML
Cotas das empresas
comercializadoras do mercado
liberalizado em BTN
Cotas das empresas
comercializadoras do ML do ramo
industrial
O futuro do Sector Eléctrico
Reestruturação do sector eléctrico levantou várias
questões pertinentes:
Que novas estruturas devem de ser implantadas
para promover competição ?
Quem deverá possuir e controlar os activos fixos ?
Quantos órgãos são necessários para assegurar
uma competição efectiva e transparente ?
Como devem ser recuperados os custos incorridos
pelos monopólios naturais no transporte e distribuição
?
Como se determinam os níveis de investimento
apropriados e como devem ser financiados ?
Bibliografia
 Tomé Saraiva, J, Evolução Internacional, FEUP, 2013
 Tomé Saraiva, J, Mercados de Electricidade, FEUP, 2013
 Tomé Saraiva, J, Organização de Mercados de Electricidade,
FEUP, 2013
 Tomé Saraiva, J, Tarifas em Portugal Continental Parte I,
FEUP, 2013
 Sucena Paiva, JP, Redes de Energia Eléctrica: Análise
Sistémica, IST Press, 2011, ISBN: 978-989-8481-06-1;
 Mendes de Sousa, JA, A liberalização do sector eléctrico e o
Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL), ISEL
 ERSE, RELATÓRIO ANUAL PARA A COMISSÃO
EUROPEIA, Julho 2009
 ERSE, RELATÓRIO ANUAL PARA A COMISSÃO
EUROPEIA, Agosto 2012
 ERSE, Resumo Informativo, Mercado Liberalizado, Abril 2013

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Evolução do mercado elétrico em Portugal e modelos de mercado

  • 1. Mercados e Qualidade Trabalho realizado por: -Diogo Meira -Tiago Almeida FEUP, 2013 A Evolução das Condições de Elegibilidade em Portugal continental e da dimensão do Mercado Livre
  • 2. História do Mercado de Electricidade São 3 os pilares da organização tradicional do sector eléctrico Grandes centrais afastadas dos centros de consumo Concessão monopolista para financiar, construir e explorar o sistema Impossibilidade de escolher o fornecedor pelo cliente final Electricidade passou a ser encarada como um serviço público, da responsabilidade dos governos, através de empresas privadas ou públicas
  • 3. História do Mercado de Electricidade  Como sucedeu noutros sectores fortemente regulados, o sector eléctrico foi fortemente reestruturado à escala global, com o objectivo de criar mercados competitivos.  Isto devido à intervenção do poder politico, resultante da comprovação de que um ambiente concorrencial é a chave para ganhos de eficiência, e aumento do bem-estar do consumidor.
  • 4. Motivações para a mudança  Choque petrolífero dos anos 70 – aumento do preço combustíveis fosseis.  Sobre investimento em capacidade de produção - Empresa monopolista privada: Efeito de Averch- Johnson - Empresa monopolista pública: Má gestão pública  Criação de mercados competitivos de forma a acabar com monopólios.  reflexos ao nível dos preços e da melhoria da qualidade de serviço.
  • 5. Motivações para a mudança  Iniciativa na UE para criação de mercado único europeu  Obtenção de ganhos de eficiência – produção descentralizada  Desregulamentação de outros sectores importantes  Liberalização do comércio internacional  Preocupações ambientais e com a conservação do ambiente  Poder do consumidor poder escolher o seu
  • 6. A experiência Internacional na liberalização do sector eléctrico  1978 – EUA (PURPA)  1982 – Chile  1983 – Grã-Bretanha (Energy Act)  1990 – Inglaterra e Gales (1ª Bolsa a nível mundial, Pool)  1991 – Noruega  1992 – EUA (Energy Policy Act) e Argentina  1996 – Nova-Zelandia; Suécia e Noruega (Finlândia e Dinamarca posteriormente ) formam o NordPool  1997 – Austrália (Victoria 1994 + Nova Gales do Sul)  1998 – Espanha e alguns estados dos EUA (Califórnia)  1999 – Holanda  2001 – Grã-Bretanha (NETA, elimina Pool obrigatória)
  • 7. Novas estruturas e modelos  Pool / Operador de mercado  Simétrico  Assimétrico  Executar despachos centralizados baseados em propostas de compra/venda (leilão)  Bolsa de electricidade  Contractos Bilaterais  Produtores e clientes finais são livres para negociar  A oferta e a procura têm que procurar os melhores contractos  Na maior parte dos países coexistem com o pool  Estruturas mistas – Pool e Contractos Bilaterais
  • 8. Modelo 1 - Monopolista  Modelo que prevaleceu até relativamente pouco tempo.  Não existe competição a nenhum nível.  Uma única empresa detém o exclusivo de produção, transporte e distribuição ao cliente final.  Modelo de integração vertical.  Permitiu o desenvolvimento de centrais geradoras e redes de transporte e distribuição de grande porte.  Permitiu pelo poder politico, implementar
  • 9. Modelo 1 - Monopolista Produtor Transportador Distribuidor Cliente
  • 10. Modelo 2 – Comprador Único  Há competição entre produtores.  Um único agente que compra energia eléctrica aos vários produtores, alguns dos quais podem ser propriedade do próprio comprador.  Comprador único detém o monopólio das redes e dos clientes finais.  Relação entre produtores e comprador único implementada através de contractos de longo prazo, com o risco de investimento a ser suportado pelos clientes finais e não pelos investidores.
  • 11. Modelo 2 – Comprador Único Produtor Independente Produtor Integrado Produtor Independente Comprador Único DistribuidorDistribuidorDistribuidor Cliente Cliente Cliente
  • 12. Modelo 3 – Competição no grosso  Competição entre produtores que oferecem a sua energia numa bolsa (pool), em ambiente concorrencial.  Autorização a vender directamente aos distribuidores ou clientes elegíveis através de contractos bilaterais.  Clientes elegíveis podem adquirir a energia no mercado ou directamente aos produtores.  Distribuidores mantêm monopólio sobre clientes finais.
  • 13. Modelo 3 – Competição no grosso Produtor Independente Produtor Independente Produtor Independente Produtor Independente Distribuidor Distribuidor Cliente Cliente elegível Cliente Cliente elegível Rede de Transporte Me rcado Gro ssista
  • 14. Modelo 4 – Competição no retalho  Todos os consumidores podem escolher o fornecedor.  Fornecedor pode ser um produtor, para clientes de maior dimensão, ou um comercializador, que compra a energia por grosso e a vende a retalho.  Custos de transacção aumentam, umas vez que existem novo intermediários e arranjos comerciais mais complexos, devendo ser compensados pelos ganhos de eficiência proporcionados pelo ambiente competitivo
  • 15. Modelo 4 – Competição no retalho Produtor Independente Produtor Independente Produtor Independente Produtor Independente Cliente Cliente Cliente Cliente Distribuidor/ comercializado r Comercializado r Comercializado r Distribuidor/ comercializador Rede de Distribuição Me rcado Re talhista Rede de Transporte Me rcado Gro ssista
  • 16. Resumo Modelos de mercado
  • 17. Evolução do mercado liberalizado em Portugal  Antes de 1988 – Modelo monopolista por empresa pública exclusiva. Modelo 1.  1988 - Abertura para produtores independentes usando fontes renováveis ou cogeração. Modelo 2.  1995 – Modelo dual, Sistema Eléctrico de Serviço Publico (SEP), Modelo 2, e Sistema Eléctrico Independente (SEI), Contractos bilaterais liberalizados.  2006 – Abertura total ao mercado retalhista. Modelo 4.  2007 – Entrada no MIBEL, Mercado Ibérico de Electricidade, centrado numa bolsa ibérica onde são
  • 18. Directivas da UE para mercado livre  1996 - Directiva 92/96/CE  Contexto para criação de mercado único europeu  Iniciativa de dinamizar o processo de liberalização do sector eléctrico  Estipulou patamares anuais para o cliente elegível  Directiva contempla dois modelos aos Estados- membros:  Acesso negociado – contractos bilaterais.  Comprador único. Modelo 2.  2003 – Directiva 2003/54/CE  Visava acelerar a abertura do mercado de electricidade  Elimina a figura do comprador único, apontando para a implementação do modelo 4 – liberalização total dos
  • 19. Evolução das Condições de Elegibilidade  Definição – Cliente que atinge determinado patamar de consumo.  Maior abertura a clientes elegíveis impulsionada pelas directivas europeias e nacionais de liberalização do sector eléctrico.
  • 22. Análise gráfica – Grandes clientes, industriais e pequenos negócios  No ano de 2008, o ML em Portugal passou a ser praticamente residual, situação explicada pelas diferenças nos preços de energia no ML e no MR.  Tarifas do MR de 2008 calculadas no final de 2007 não preverão a acentuada subida dos preços de combustíveis fosseis.  Regresso de praticamente todos os clientes ao MR, excepto clientes residenciais.  No primeiro trimestre de 2009 verifica-se um retomar progressivo e acentuado do ML.
  • 23. Panorama actual do ML  1 milhão e 647 mil clientes  65% do consumo total de electricidade é no ML  27% do número total de clientes  mais do que triplicou desde Abril de 2012  Impulsionada pela grande entrada de consumidores domésticos  97% do consumo dos grandes consumidores já se encontram no ML  Clientes domésticos  representam perto de 97% dos clientes do ML  28% do consumo total do ML  Clientes industriais representam a maior parte do consumo do ML com 44%  EDP Comercial lidera a cota de mercado
  • 26. Composição do consumo de energia no ML
  • 27. Cotas das empresas comercializadoras do mercado liberalizado em BTN
  • 28. Cotas das empresas comercializadoras do ML do ramo industrial
  • 29. O futuro do Sector Eléctrico Reestruturação do sector eléctrico levantou várias questões pertinentes: Que novas estruturas devem de ser implantadas para promover competição ? Quem deverá possuir e controlar os activos fixos ? Quantos órgãos são necessários para assegurar uma competição efectiva e transparente ? Como devem ser recuperados os custos incorridos pelos monopólios naturais no transporte e distribuição ? Como se determinam os níveis de investimento apropriados e como devem ser financiados ?
  • 30. Bibliografia  Tomé Saraiva, J, Evolução Internacional, FEUP, 2013  Tomé Saraiva, J, Mercados de Electricidade, FEUP, 2013  Tomé Saraiva, J, Organização de Mercados de Electricidade, FEUP, 2013  Tomé Saraiva, J, Tarifas em Portugal Continental Parte I, FEUP, 2013  Sucena Paiva, JP, Redes de Energia Eléctrica: Análise Sistémica, IST Press, 2011, ISBN: 978-989-8481-06-1;  Mendes de Sousa, JA, A liberalização do sector eléctrico e o Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL), ISEL  ERSE, RELATÓRIO ANUAL PARA A COMISSÃO EUROPEIA, Julho 2009  ERSE, RELATÓRIO ANUAL PARA A COMISSÃO EUROPEIA, Agosto 2012  ERSE, Resumo Informativo, Mercado Liberalizado, Abril 2013