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CAMPINAS | 2012




     A NOVA VILA DA MOGIANA
Novas Maneiras de Morar | Incorporando o Espaço Semipúblico na
                   Habitação Multifamiliar
UNIP – Universidade Paulista | Campinas
                                   TFG | Arquitetura e Urbanismo 2012




                         A NOVA VILA DA MOGIANA
                  Novas Maneiras de Morar | Incorporando o Espaço Semipúblico na
                                     Habitação Multifamiliar




Orientanda Prof. a M.a Maria Cláudia Oliveira                              Orientado Diego Cia Zazeri
AGRADECIMENTO


Agradeço aos fieis amigos, familiares e colegas de classe
que me apoiaram durante todo o curso, cada qual à sua
maneira; à todos os meus professores, em especial
Cláudia Maria Lima Ribeiro, Siomara Barbosa Stroppa de
Lima Milanezi e minha orientadora Maria Cláudia Oliveira
por terem me instigado a vontade de aprender sobre os
assuntos que lecionaram devido ao nível de discussão que
propuseram; e, principalmente à Deus por ter me permitido
completar este ciclo.
ÍNDICE



Introdução.......................................................................................................     05
Justificativa......................................................................................................   06
Temática..........................................................................................................    07
Projeto de Referência 1...................................................................................            21
Projeto de Referência 2...................................................................................            23
Projeto de Referência 3...................................................................................            24
Visita Técnica...............................................................................................         25
Terreno de Intervenção...................................................................................             26
Partido Arquitetônico......................................................................................           27
O projeto......................................................................................................       30
Referências Bibliográficas..............................................................................              38
INTRODUÇÃO


Este trabalho objetiva propor novas maneiras de morar à
partir do reconhecimento dos núcleos familiares
contemporâneos e da análise crítica das habitações
coletivas oferecidas em larga escala para a classe média,
das relações estabelecidas entre a cidade e os
condomínios fechados, bem como da expressão
arquitetônica apresentada pelos mesmos.




                                                            05
JUSTIFICATIVA
A História do urbanismo ensina que o movimento Moderno pretendia planejar uma cidade funcionalista compatível com a nova
era da máquina, compreendendo a cidade como organismo social onde se aplicariam as teorias do wellfare state e o problema
da habitação seria, de uma vez por todas, resolvido. O resultado desse pensamento foi uma grande Haussmanização1 de
muitas cidades existentes e, no Brasil, o surgimento de Brasília.

O urbanismo Pós-Moderno compreendeu que seria impossível projetar cidades à partir do zero por reconhecerem a
importância das pré existências das mesmas, que tiverem suas formações espontâneas, porém não obteve êxito ao observar a
cidade como “coisa independente e autônoma a ser moldada segundo objetivos e princípios estéticos que não tem
necessariamente nenhuma relação com algum objetivo social abrangente”. (HARVEY, DAVID, 1992, p.70)

A conseqüência dessa sucessão antagônica fez consolidar cidades que possuem uma malha urbana completamente
fragmentada e com desigual, e muitas vezes rarefeita, oferta de infra-estrutura, cuja única herança Moderna está no
formalismo pastiche da retícula da malha viária que subordina as quadras, onde as distâncias entre o trabalho, a habitação, a
educação e o lazer ficam progressivamente maiores.

Tendo a história como maior orientadora, o urbanismo Contemporâneo é bem sucedido ao analisar as cidades à partir do
reconhecimento de peculiaridades de fragmentos menores, porém, inverte valores ao aplicar planos de revitalização em áreas
supridas grande infraestrutura à partir da gentrificação, conceito elucidado por Otília Arantes no seu livro Urbanismo em fim de
linha, que diz respeito aos planos que, à partir da banalização da cultura e do uso habitacional, promovem a revitalização de
áreas decadentes e sua consequente valorização imobiliária, atraindo uma nova e rica população e repelindo moradores
tradicionais, que geralmente pertencem a classes sociais menos favorecidas.

Em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades, Jane Jacobs fala, dentre outros assuntos, sobre o papel benéfico das janelas
das moradias, e dos perigos da escassez de diversidade de usos.

É por diversificar o uso do solo e por trazer à tona o papel social da cidade que o uso habitacional é tão pertinente a essa
região que teve seu plano diretor de ocupação embasado em conceitos do urbanismo contemporâneo.

1 Fenômeno urbano baseado no arquétipo de cidade sadia oriundo das reformas na Paris no século XIX realizadas por Haussmann,

que à partir da ideia de uma cidade doente realizou uma série de intervenções através da demolição do traçado medieval e de muitos   06
edifícios, e da intenção disciplinadora dada ao novo tecido urbano, às edificações, e aos parques e jardins.
TEMÁTICA

AS UNIDADES HABITACIONAIS E AS RELAÇÕES DOS CONDOMÍNIOS COM AS CIDADES.

Atualmente, o que o mercado da construção civil oferece para a habitação de classe média objetiva apenas o máximo lucro
das construtoras e incorporadoras, acarretando no surgimento de conjuntos de blocos repetidos que, perimetralmente
murados, se isolam da cidade e abrigam tipologias de unidades habitacionais que oferecem flexibilidade espacial quase nula e
não refletem os vários modos de vida contemporâneos.

O desprezo das particularidades, potencialidades e fragilidades das diferentes localidades potencializam seus reflexos
destrutivos quando somados ao apelo do marketing sobre os equipamentos de uso coletivo voltados ao lazer; sejam estes
implantados nos espaços residuais do terreno, ou sejam os blocos implantados dentro de clubes. Esse exacerbado enfoque ao
lazer não passa de estratégia bem sucedida dos detentores do capital deste mercado para usufruir do problema da má
qualidade e da falta de equipamentos públicos de lazer, ou das distâncias entre esses equipamentos e as moradias.

Essas ocorrências são disfuncionais para as cidades e funcionais para as construtoras e incorporadoras, fomentando ainda
mais a especulação imobiliária, pois a partir do momento que o condomínio fechado oferece o que na cidade falta, faz
sucumbir qualquer iniciativa, pública ou privada, de conceber novos ou melhorar antigos equipamentos públicos; e, por sua
vez, a falta e/ou má qualidade desses espaços das cidades faz os condomínios que os incorporaram às suas áreas privadas
parecerem oásis aos olhos de uma população que urge por melhor qualidade de vida.

Elementar que ao oferecer o que na cidade falta e ao se fechar para ela, os condomínios estão anulando sua interação com a
cidade. Somando tal fato a setorização extrema dos usos do solo, os condôminos precisam progressivamente menos dos
espaços públicos e têm as ruas apenas como mecanismo de transporte, que permite os seus deslocamentos entre o trabalho,
o estudo, o lazer e a moradia, deixando as cidades, ou parte delas, à mercê dos perigos da escassez de diversidade de usos.


As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades                                                   07
A coexistência de tais fatos com a alta demanda por habitação torna-se fator exponencial do valor do metro quadrado de
unidades habitacionais que são concebidas à partir de soluções arquitetônicas próximas de medíocres que variam entre as
construtoras, cujos espaços de baixíssima qualidade são compensados pelos equipamentos de uso coletivo que são ofertados
à partir de nomes embasados em modismos, que enfatizados pelo marketing imprimem status aos moradores, compensando
suas pequenas dimensões.

Não satisfeitos ao fazerem dos problemas da cidade um trampolim para o sucesso de seus negócios, os empreendedores
desse mercado se apoiam na falta de diversificação de oferta para mascararem seus altos índices de venda como boa
aceitação de seus produtos. Esse pensamento sucumbe através da elementar análise de que a escolha está diretamente
ligada a oferta de opções, e que, portanto, a inexistência dessa última ligada a alta demanda leva ao sucesso qualquer produto
que seja ofertado, sendo ele possuidor, ou não, de boas soluções arquitetônicas.

O programa do apartamento ofertado atualmente é uma reformulação do programa da antiga casa burguesa, onde atividades
específicas ocorriam em ambientes específicos, que compartimentados, serviam de moradia para o patriarca, sua esposa,
filhos e empregados. A incompatibilidade com a realidade está presente em vários aspectos. Primeiramente é impossível
repetir, com qualidade espacial, o programa da casa burguesa nos atuais 70 metros quadrados dos apartamentos de 3
dormitórios. Segundo, o tipo familiar que serviu de base para tal programa não é único.

Os casais com filhos parecem ser o único tipo de estrutura familiar reconhecida por essas construtoras durante a concepção
da unidade de morar. Desconsiderados por essas empresas, mas presentes nas estatísticas, estão as pessoas que coabitam
sem vínculo familiar, os pais e mães solteiras e os casais sem filhos.




As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades                                                     08
A falta de flexibilidade espacial elucida um mundo paralelo onde famílias possuidoras de uma super estagnação financeira
surgem prontas, com um número exato e invariável de integrantes que sempre desejarão as mesmas coisas e desenvolverão
as mesmas atividades, para sempre, na mesma moradia. Elementar que mudanças quanto ao número de integrantes ocorram
em todas as famílias, por isso, aos moradores de tais residências resta recorrer somente à troca de mobília para adequar seus
rígidos espaços a nova família. Recurso que não atende, por exemplo, a uma família formada por um casal e um filho de dois
anos, residentes num apartamento de dois quartos, que estão prestes a ganhar uma nova integrante. Nenhuma mobília será
capaz de responder às necessidades tão díspares dos filhos desta família, que terão que dividir o mesmo dormitório.

Somando esse leque de estruturas familiares à própria evolução familiar e financeira às novas tecnologias incorporadas nas
habitações e ao estilo de vida agitado imposto pela globalização, elementar se torna o fato de que é passada a iminência de
revisar as tipologias das unidades habitacionais, as formas de agrupamento das mesmas, bem como a expressão arquitetônica
adotada como única.




As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades                                                    09
A ARQUITETURA E A EXPRESSÃO ARQUITETÔNICA

Em seu livro Arquitetura da Felicidade, e documentário de mesmo título, o filósofo Alain de Botton suscita a discussão sobre o
que é belo, e afirma que gosto se discute ao elucidar que o julgamento pelo que é ou deixa de ser belo nasce de razões
lógicas que, em suma, estão no subconsciente de quem faz o julgamento, e ainda mostra que a beleza ou a feiura incidem
sobre o estado de espírito das pessoas, e afirma que “parecemos divididos entre a necessidade de atropelar nossos sentidos e
nos adaptar anestesiados aos nossos ambientes, e o impulso contraditório de reconhecer o quanto as nossas identidades
estão indelevelmente associadas ao lugar onde vivemos, e junto com ele se transformarão.”2 Afirma, ainda que “um quarto feio
pode coagular vagas desconfianças quanto ao que está faltando na vida, enquanto outro ensolarado, revestido com pedras
calcárias cor de mel, é capaz de dar sustentação às nossas maiores esperanças.”3

Continuando, o autor explica que o gosto pela arquitetura clássica se dá pelo valor moral positivo depositado na sociedade
greco-romana, cuja história é familiar e concreta para todos. Consequentemente, qualquer expressão arquitetônica que esteja
fundamentada ou reflita o presente ou o futuro recebe menor valor de julgamento pela sensação de incerteza que a sociedade
tem para com o presente e o futuro. Dessa forma, representações pastiches de modelos antigos são recorrentes em
civilizações ultramodernas. Alain de Botton deixa claro que essa negação do estilo contemporâneo reflete a negação do futuro
nascida do medo causado pela incerteza, e é reforçado pela ausência de arquitetura que é confundida com o estilo Moderno, e
pelos traumas causados pela mudança de paradigma impostas pela industrialização.

O autor elucida o fato de que a expressão arquitetônica contemporânea pode influenciar positivamente a aceitação da
sociedade aos novos estilos de vida impostos pela industrialização e pela globalização, e que a aceitação da realidade causará
apropriação,reconhecimento e , portanto, sua transformação.




2,3   BOTTON, ALAIN DE, 2010, p. 12
                                                                                                                           10
Analisando que os gregos e romanos faziam sua arquitetura refletir o que sua sociedade almejava ser, e que a estética
contemporânea reflete os idealismos da sociedade atual, é urgente que a arquitetura se apresente como tal. A expressão
arquitetônica contemporânea já está presente em edifícios de usos institucional, comercial e de serviços, e em poucas e
isoladas habitações uni familiares, é passada a hora dessa expressão ser empregada em habitações multifamiliares.

Nenhuma oferta por habitação é tão grande quanto a ocasionada pela demanda da classe média, que representava
aproximadamente 50% da população campineira em 2010, segundo o último senso realizado pelo IBGE.

Portanto, a melhor maneira de inserir a arquitetura contemporânea em larga escala é aplicando sua expressão em edifícios de
habitação coletiva destinados a classe média, para que espalhadas na cidade, implantadas à partir de conceitos
contemporâneos façam as pessoas vivenciarem os benefícios do urbanismo e da arquitetura contemporânea, aceitarem a
sociedade como tal, apropriarem-se dela, e então transformá-la.




A Arquitetura e a Expressão Arquitetônica                                                                               11
PRODUÇÃO HABITACIONAL DO MERCADO FORMAL EM ALGUMAS CIDADES BRASILEIRAS

À seguir serão apresentados 7 projetos de habitação multifamiliar, sendo 5 comercializados na cidade de Campinas / SP, e
outros 2, nas cidades de Goiânia / GO, e Salvador / BA, respectivamente. Para tanto, foram escolhidas as duas construtoras
mais atuantes na região metropolitana de Campinas, se não do país: a MRV, e a Goldfarb, que foi incorporada pela PDG.

Como este trabalho objetiva propor novas maneiras de morar à partir do reconhecimento dos núcleos familiares
contemporâneos, da análise das relações estabelecidas entre a cidade e os condomínios, bem como da expressão
arquitetônica apresentada pelos mesmos, cada projeto apresentado abordará, de maneira objetiva, os seguintes assuntos:
- a implantação do projeto,
- as unidades habitacionais,
- os equipamentos de uso comum, e
- a fachada.

Para que, devido a pobreza e monotonia arquitetônica desses empreendimentos, não se desvie o foco deste trabalho, a
análise quanto à implantação observará se o projeto possui, ou não, permeabilidade espacial que resulte em espaços
semipúblicos, e quanto às unidades habitacionais apontará quais as opções de planta e se elas apresentam, ou não,
flexibilidade espacial.

Para que se observe a expressão arquitetônica, uma imagem da fachada de cada projeto será mostrada.

Para que se observe o apelo do marketing sobre os equipamentos de uso comum, os nomes dos mesmos serão listados.




Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras                                                 12
Análise:
                                                                        Quanto à implantação:
                                                                        Não permeável, com 4 blocos.

                                                                        Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                        Duas opções de plantas não flexíveis, sempre para
                                                                        2 dormitórios.



Apartamento de 47,5 m2 com 2 dormitórios.




Apartamento de 49,15 m2 com                 Implantação
2 dormitórios.
Espaços privados de uso comum: praça dos encontros, salão de
jogos, praça dos jogos, play dog, churrasqueira coberta, pomar, salão   Projeto: Ambience Residence II
de festas adulto, quadra esportiva, quadra de street ball, salão de     Localização: Alphaville, Campinas / São Paulo
festas infantil, praça das crianças, play baby e brinquedoteca.         Construtora: PDG, 2011.

Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012

 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras                                                 13
Análise:
                                                                    Quanto à implantação:
                                                                    Não permeável, com 4 blocos.

                                                                    Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                    Três opções de plantas não flexíveis, sempre para
                                                                    2 dormitórios.
                                                                    Espaços privados de uso comum:
                                                                    Alameda das palmeiras, brinquedoteca, play
                                                                    adventure 1 e 2, salões de festas infantil e adulto,
                                                                    praça das babás, das frutas, dos meninos, das
                                                                    meninas, das cores, dos aromas, do recanto, da
                                                                    contemplação, dos esportes, das 4 estações, das
                                                                    flores, dos pássaros, e salão de jogos adulto.

Apartamento de 48m2 com 2                 Apartamento de 48m2 com
dormitórios                               1 dormitório e 1 suíte




                                                                    Projeto: Poema Residencial
                                                                    Localização: Vila Mimosa, Campinas / São Paulo
Apartamento de 53m2 com                   Implantação
                                                                    Construtora: PDG, 2011.
2 dormitórios
Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012

Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras                                                14
Análise:
                                                                         Quanto à implantação:
                                                                         Não permeável, com 4 blocos.

                                                                         Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                         Quatro opções de plantas não flexíveis, para 2 e 3
                                                                         dormitórios.

Apartamento de 64 m2 com 2             Apartamento de 64 m2 com 2
dormitórios com sala ampliada.         dormitórios e 1 suíte.




Apartamento de 52 m2 com 2
dormitórios.                           Apartamento de 52 m2 com1
                                       dormitório e 1 suíte.


                                       Espaços privados de uso
                                       comum:
                                       2 churrasqueiras, 1 forno de
                                       pizza, piscina adulto e
                                       infantil, play baby, play kids,
                                       pomar, praça dos jogos,           Projeto: Torres do Bonfim
Implantação                            salões de jogos e de festas.      Localização: Bonfim, Campinas / São Paulo
                                                                         Construtora: PDG, 2011.

Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012

 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras                                                 15
Análise:
                                                                                Quanto à implantação:
                                                                                Não permeável, com 4 blocos.

                                                                                Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                                Quatro opções de plantas não flexíveis, para 2
                                                                                ou 3 dormitórios.
Apartamento de 70,44 m2 com             Apartamento de 51,93 m2 com
2 dormitórios e 1 suíte.                1 dormitório e 1 suíte.




Apartamento de 51,93 m2 com 1           Apartamento de 51,93 m2 com 1
dormitórios e 1 suíte.                  dormitório e 1 suíte.


                                        Espaços privados de uso comum:
                                        Brinquedoteca, pomar, alameda
                                        das Palmeiras, play baby, play
                                        aventura, salões de festas adulto e
                                        infantil, piscinas adulto e infantil,
                                        solarium, deck molhado, praças
                                        da criança, dos esportes, da
Implantação
                                        amizade, dos encontros e central,       Projeto: Residencial Brisas do Parque
                                        churrasqueira, salão de jogos e         Localização: Fama, Goiânia / Goiás
                                        mini quadra.                            Construtora: PDG, 2011.

Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012

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Análise:
                                                                            Quanto à implantação:
                                                                            Não permeável,com 4 blocos.

                                                                            Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                            Três opções de plantas não flexíveis, para 2 ou 3
                                                                            dormitórios.
                                                                            Espaços privados de uso comum:
                      Apartamento de 50,78m2 com 2 dormitórios e 1 suíte    Salão de Festas, Playground, Espaço Fitness,
                                                                            Solarium, Salão de Jogos, Quadra Gramada,
                                                                            Espaço Gourmet, Cyber Space, Espaço Zen,
                                                                            Piscinas Adulto e Infantil, e Kids Place.




                      Apartamento de 49 m2 com1 dormitório e 1 suíte.




                                                                            Projeto: Crystal Ville
 Implantação          Apartamento de 43,99 m2 com 1 dormitório e 1 suíte.
                                                                            Localização: Parque Prado, Campinas / São Paulo
                                                                            Construtora: MRV, 2011.

Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012

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Análise:
                                                                       Quanto à implantação:
                                                                       Não permeável, com 6 blocos.

                                                                       Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                       Cinco opções de plantas não flexíveis, para 2 ou 3
                                                                       dormitórios.
Apartamento de 43,99m2 com 2    Apartamento de 43,99m2 com 2           Espaços privados de uso comum:
dormitórios                     dormitórios                            Salão de jogos, espaço fitnnes, praça de encontro,
Térreo
                                                                       playground, espaço zen, salão de festas, espaço
                                                                       gourmet, lan house, kid’s place e home cinema.




Apartamento de 46,78m2 com 1            Apartamento de 50,78m2 com 2
dormitório e 1 suíte                    dormitórios e 1 suíte




                                                                       Projeto: Park Contempornium
                                                                       Localização: Santa Lúcia, Campinas / São Paulo
Implantação                            Apartamento de 46,78m2 com 1    Construtora: MRV, 2011.
                                       dormitório e 1 suíte
Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012

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Análise:
                                                                                  Quanto à implantação:
                                                                                  Não permeável, com 9 blocos.

                                                                                  Quanto às Unidades Habitacionais:
                                                                                  Quatro opções de plantas não flexíveis, sempre
                                                                                  para 2 dormitórios.

                                                                                  Espaços privados de uso comum:
                                                                                  Salão de Festas, Playground, Espaço Fitness,
                                                                                  Gazebo, Espaço Gourmet, Piscina e Espaço Lual.




Apartamento de 44,89 m2     Apartamento de 44,89 m2     Apartamento de 45,68 m2
com 2 dormitórios.          com 2 dormitórios.          com 1 dorm. e 1 suíte.




                                                                                  Projeto: Summer Ville
                                                                                  Localização: Suçuarana, Salvador / Bahia
   Implantação                                  Apartamento de 45,68 m2 com 2     Construtora: MRV, 2011.
                                                dormitórios.
Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012

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A análise desses projetos causa, de imediato, certa repugnância à arquitetura, que logo se dissolve e dá lugar à urgência por
ela à partir do reconhecimento da sua ausência. Fica explícito que nenhum projetista se preocupou com a construção de uma
bela paisagem e boa legibilidade urbana, nem levou em consideração nenhuma peculiaridade local; e muito menos pretendeu
estabelecer as relações necessárias entre os edifícios e a cidade, cuja ausência vêm levando à falência essa última entidade.

Os blocos, em alguns casos, idênticos, são espalhados pelos terrenos de partes distintas das cidades, ocasionando, à longo
prazo, desorientação pela perda da característica importantíssima da formação daquilo que é chamado de lugar: a diferença.
Mesmo que os projetos das unidades habitacionais apresentem opções de plantas para famílias com diferentes números de
pessoas, as diferenças entre elas são mínimas, e como não foi prevista nenhuma flexibilidade espacial, nenhuma parede
poderá ser demolida ou construída e, por isso, quando possível, a decisão de retirar um dormitório para ampliar a sala deve ser
tomada antes da construção do edifício. Além disso, os tão evidenciados espaços privados de uso comum disputam terreno
com os estacionamentos espremendo-se entre os blocos.

O desprezo das diferenças é tão acentuado que se observa projetos muito semelhantes sendo construídos em Campinas/SP,
Goiânia/GO e Salvador/BA. Como pode o mesmo projeto atender com eficácia e eficiência usuários e cidades e tão distintas?
Fica claro que tal repetição é fruto da ausência do reconhecimento das características culturais e da morfologia urbana dos
diferentes locais onde os projetos são construídos, que por sua vez, além de causar a perda de identidade de um povo, inibe o
esboço de qualquer tentativa de estabelecer relações entre as cidades e os blocos criados que, por isso, são cercados
perimetralmente por muros, isolando-se das cidades. Certamente descolar os condomínios das cidades como se fossem
organismos autônomos é ação que nada o contribui para o aproveitamento de nenhuma potencialidade e acentua qualquer
fragilidade urbana, podendo transportar a imagem das cidades contemporâneas ao arquétipo das cidades medievais.

É o desejo do máximo lucro que impulsiona tal repetição e desloca o arquiteto-urbanista do papel de agente ativo da
(re)qualificação dos espaços, sejam eles urbanos, privados, internos ou externos, para o papel de agente passivo do desejo
dos detentores do capital do mercado da habitação. O lucro máximo que, para ser obtido, diminui ao máximo os custos com
projetos, excluindo as fazes de reconhecimento da morfologia urbana e de pesquisas sobre a cultura local, levando ao ajuste
de um mesmo projeto aos índices de ocupação e aproveitamento do terreno que variam entre os bairros e cidades.

Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras                                                      20
PROJETO DE REFERÊNCIA 1

Este é um exemplo de um projeto de habitação que incorpora a reflexão sobre a cidade contemporânea, que, além de possuir
entorno com características similares as encontradas nos setores 1 e 2 deste TFG, é uma ótima referência de como apropriar-
se de um terreno para erguer um edifício de uso misto (habitação e comércio) contemplando uma boa variedade de tipologias,
respeitando a indicação solar, aproveitando as potencialidades da topografia, e principalmente por garantir privacidade aos
moradores e usuários sem isolar o edifício da cidade, promovendo várias conexões e integração com a mesma ao levar os
passeios para alguns pavimentos do edifício.




                                                                             FICHA TÉCNICA
                                                                             Projeto: 8 TALLET
                                                                             Escritório: B.I.G. - Bjarke Ingels Group
                                                                             Localização: Copenhagen, Dinamarca.
                                                                             Data: 2010




Fonte: www.big.dk/projects/8/ , acessado em 28/09/011

Projeto de Referência 1                                                                                                 21
A EVOLUÇÃO DA FORMA E PARTIDOS ADOTADOS



                                                                O arquiteto Bjarke explica que          o edifício
                                                                estabelece diferentes relações com a cidade pela
                                                                vertical (3), e não pela horizontal (2), por isso
                                                                diferencia os usos desse edifício pelos andares, e
                                                                não por sessões verticais, como é usual.
                                                                Aproveita as diferenças de áreas do programa de
1                                           6                   cada uso e cria jardins sobre a cobertura do nível
                                                                comercial. O plano de massas previa uma
                                                                conexão entre as dois extremos do terreno (3), o
                                                                que o leva a cruzar as laterais do edifício (4).
                                                                Contente por ter criado duas praças com a
                                                                intersecção dos lados, mas descontente quanto a
                                                                insolação, o arquiteto eleva alguns vértices do
                                                                conjunto e abaixa outros(5). Para não estabelecer
                                                                o edifício como um bloco monolítico e
                                                                impenetrável, faz dos jardins calçadas semi-
2                                           5
                                                                públicas (6), que levam os moradores das
                                                                coberturas até suas portas de entrada, deixando o
                                                                teto como único jardim não circulável.




3                                           4
Fonte: www.big.dk/projects/8/ , acessado em 28/09/011

Projeto de Referência 1                                                                                        22
PROJETO DE REFERÊNCIA 2

Este projeto um exemplo de flexibilidade evolutiva, que ,apesar de ser destinado às classes de baixa renda, seu conceito de
flexibilidade pode ser aplicado em projetos de outras camadas sociais. A flexibilidade evolutiva pressupõe mudanças à longo
prazo, à partir da evolução financeira ou familiar. Neste caso, os espaços vazios contidos entre os eixos construtivos podem
ser edificados.




                                                                                                  FICHA TÉCNICA
                                                                                                  Projeto: Elemental
                                                                                                  Arquiteto: Alejandro Aravena
                                                                                                  Localização: Iquique, Chile
                                                                                                  Data: 2007

                                                  Zonas a serem edificadas posteriormente.




Fonte: http://www.alejandroaravena.com/obras/vivienda-housing/elemental/, acessado em 28/09/011

Projeto de referência 2                                                                                                          23
PROJETO DE REFERÊNCIA 3

Apesar dessa construtora fazer uso das tradicionais torres e isolar seus condomínios da cidade, o
projeto de suas unidades habitacionais e alguns de seus pensamentos são de alto valor para esse
trabalho, como por exemplo a de que o “fato é que a nossa época está mudando. O
Contemporâneo de hoje não é o mesmo de ontem, e a singularidade de cada pessoa se tornou




                                                                                                                                                 Localização das paredes que poderão ser edificadas.
valiosa. Só o jeito de morar parece não ter seguido essa mudança (...)”. O projeto de suas
unidades parte do conceito de arquitetura aberta, onde tudo é pensado para dar flexibilidade ao
apartamento, possibilitando que o morador crie quantos cômodos quiser e quando ele quiser, à




                                                                                                    Exemplo de divisão interna do módulo base.
partir do posicionamento das janelas e da posição fixa do banheiro.
Os infográficos abaixo elucidam o agrupamento, e a figura ao lado mostra um exemplo de divisão
interna do módulo base (MB) de 70m2.

Agrupamento horizontal dos módulos base:




Sem agrupar         2x MB                 3x MB                 4x MB

Agrupamento vertical dos módulos base:

                                                                                                    FICHA TÉCNICA
                                                                                                    Projeto: Anália Franco
Sem agrupar         2x MB                 3x MB                 4x MB                               Construtora: MaxHaus
                                                                                                    Localização: São Paulo, SP
Fonte: http://www.maxhaus.com.br/escolha-o-seu/analia-franco.aspx#, acessado em 09/03/2012          Data: 2012

Projeto de referência 3                                                                                                                          24
VISITA TÉCNICA

Apesar de não ser um projeto de habitação, esse projeto foi escolhido pelas relações espaciais formadas à partir da
implantação dos edifícios, de usos distintos entre si, que originaram a praça que teve sua área liberada para o uso público. O
complexo Brascan Century Plaza proporciona ao bairro do Itaim Bibi uma nova centralidade que oferece um espaço de lazer e
serviços com qualidade urbana, comodidade, conveniência e segurança.
Esta iniciativa de retirar os muros ou grades afim ampliar o espaço público através do território privado, criando espaços
semipúblicos, configura-se como um importante passo rumo a melhoria da qualidade de vida urbana dos grandes centros e é
de altíssimo valor para esse trabalho.




                                                Território privado como
                                                extensão do espaço público.
                                                Passeio.
                                                                                         FICHA TÉCNICA
                                                                                         Projeto: Brascan Century Plaza
                                                                                         Construtora: Brascan
                                                                                         Localização: São Paulo, SP
                                                                                         Data: 2003


Fonte: http://www.npiapartamentosaopaulo.com.br/detalhes.asp?item1=2047&zona=sul&loca=Itaim acessado em 09/04/2012.

Visita Técnica                                                                                                             25
TERRENO DE INTERVENÇÃO
Como definido no plano diretor de ocupação, que visa a        Contextualização e Legislação
reintegração urbana do vazio deixado pela desativação
da Estação do Guanabara, o terreno de intervenção
possui aproximadamente 40mil m2, e está localizado no                             Corredor Cultural
setor B, dentro de uma área transformada em parque
que servirá como elemento articulador de vários usos,                                            Terreno de intervenção
bem como dos setores 1 e 2, que possuem urbanidades
                                                                                                         Corredor Comercial
diferentes.

O plano dispõe dois importantes
vizinhos imediatos para esta área: um
corredor cultural ocorrente no setor C, e
um corredor comercial, que fará a
conexão entre os setores A e B.

Características   que,   somadas    à
permeabilidade exigida e ao potencial
imobiliário da região, imprimem certa
complexidade ao terreno.



Quanto à legislação, o terreno encontra-se inserido dentro da
Zona 03, que não permite a ocupação de habitação                                                               Av. Brasil
multifamiliar vertical, nem o uso misto do solo.
Por isso, seu zoneamento deve ser alterado para Zona 13, cujo                                  I.A.C.
Setor 1 está inserido. Dessa forma, o T.O.4, T.E.5 e C.A.6. serão,   Av. Barão de Itapura
respectivamente, 0,30; 0,45; e 1,8.
4 T.O.: Taxa máxima de ocupação dos pavimentos .
5 T.E.: Taxa máxima de ocupação do pavimento térreo.
6 C.A.; Coeficiente máximo de aproveitamento.
                                                                                                                              26
1
                                                                                          TERRENO DE INTERVENÇÃO
                                                            3                              Entorno, Topografia e Posição Geográfica
                               2
 CURVAS DE NÍVEL




                                                                4


                                                        5           6
                         TERRENO


                                                                                             1                                               3




                                                                                                                                             4


   2

     1.            Entorno – Rua Padre Joaquim Gomes.
     2.            Potencial Cênico visto à partir daquela cota*.
     3.            Entorno – Rua Professor João Lourenço Rodrigues.
     4.            Entorno – Rua Felipe dos Santos.
     5.            Interior do terreno.
     6.            Entorno – Desnível entre o terreno e a Av. Brasil.                        5                                               6
* Há uma pequena concentração de pessoas que se aproveitam dessa região pra usos transgressores, que demonstraram-se muito agitados com a presença de
forasteiros, por isso a imagem mostrada não foi fotografada à partir daquele ponto, porém, a paisagem observada dali será muito próxima dessa, visto o gabarito   27
alto que foi observado no Setor 1.
PARTIDO ARQUITETÔNICO

                        Como foi observado nos projetos 8 Tallet e Brascan Century
                        Plaza, o térreo será parcialmente ocupado e não haverá
                        muros delimitando a área do terreno para garantir a
                        permeabilidade espacial.

                        Dessa forma, todo espaço térreo não edificado será tratado
                        para servir às interações sociais ampliando o espaço
                        público através do território privado. Para intensificar as
                        relações entre a cidade e o(s) edifício(s), o uso comercial
                        deixará de seu um corredor, como proposto no plano diretor
                        de ocupação, e será espalhado pelo térreo, servindo de
                        elemento convidativo e como forma de garantir o fluxo de
                        pessoas por toda sua extensão. Visando maximizar a
                        diversificação de usos, o uso de serviços será adicionado.

                        Os espaços privados de uso comum dos edifícios
                        habitacionais, cuja a privacidade requisitada e a
                        necessidade de controle sejam maiores, estarão localizados
                        em qualquer outro pavimento que não seja o térreo.

                        Visando atender aos vários tipos familiares, à evolução
                        familiar e à miscigenação social, haverá variação tipológica
                        de unidades habitacionais que serão concebidas à partir
                        dos conceitos de flexibilidade evolutiva e de arquitetura
                        aberta, observados nos projetos de Alejandro Aravena e da
                        MaxHaus, respectivamente.

Partido Arquitetônico                                                                  28
PARTIDO ARQUITETÔNICO
                                                                                                      A Unidade Habitacional Básica e seu Agrupamento

                                                                                                      A unidade habitacional básica (U.H.) é um módulo de 5,00 x
(U.H. básica )                            (A)                             (B)                         8,00 que abrigará uma pessoa solteira ou um casal sem
                                                                                                      filhos.

                                                                                                      Visando atender aos vários tipos familiares e à evolução
                                                                                                      familiar, pensou-se, à partir do conceito de flexibilidade
                                                                                                      evolutiva, em agrupamentos reversíveis que foram obtidos
                      (C)                                                 (D)                         pelas junções horizontais observadas em (A) e (C). Como o
                                                                                                      nome sugere, a intenção é que, por exemplo, a unidade (A)
                                                                                                      possa evoluir para a unidade (C) ou reverter-se na U.H.
                                                                                                      básica.

  (E) =                            +                           =                                      Para garantir a miscigenação social e para impedir que o
                                                                                                      edifício se transformasse num conjunto de kitchenettes7,
                                                                                                      pensou-se em agrupamentos irreversíveis, que foram
                                                                                                      obtidos pelas junções verticais e/ou horizontais observadas
                                                                                                      em (B), (D), e (E). Do agrupamento delas surgirá a lâmina,
                                                                                                      observada em (F).

                                                                                                      Para assegurar a flexibilidade espacial, o conceito de
                                                                                                      arquitetura aberta será aplicado para projetar o interior da
                                                                                                      unidades, que terão os banheiros fixados em posição
 (F)                                                                                                  estratégica, para que somado ao posicionamento das
                                                                                                      janelas permita a divisão do espaço. Essa divisão deverá
                                                                                                      ocorrer por meio do sistema drywall, para que se possa
                                                                                                      facilmente reverter a divisão quando desejado.
 7   O termo deriva da língua inglesa e significa cozinha muito pequena. Popularmente é aplicado para designar apartamentos conjugados cujos espaços são bem reduzidos.
                                                                                                                                                                          29
PARTIDO ARQUITETÔNICO
                                                                                      A Implantação

                                                                                      Para garantir que o térreo (A) seja convidativo às interações
                                                                                      sociais, pensou-se em organizar as lâminas residenciais e
                                                                                      de serviços, cujos térreos se destinarão ao uso comercial,
                                                                                      com o objetivo de criar espaços cujas características
                   LÂMINA A                                                           remetessem a espacialidade formadora das praças da
                                                                                      cidade tradicional.
                                                                                      Intencionando criar um sentido de fluxo de pessoas e a
                                                                                      integração visual dos extremos do terreno , pensou-se num
                                                                                      corredor que, permeando as praças, faça a conexão do
                       Instituto agronômico de Campinas (IAC)                         projeto com o Hotel Design projetado pela aluna Fabiana
                                                                                      Marquezi e os equipamentos culturais projetados pelo aluno
                                                                                      Marcelo Meneghetti Filho.
                                                                                      Com o objetivo de conectar ao máximo o projeto com o
                                                                                      entorno consolidado, aproveitou-se o desnível natural do
                                                                                      terreno para semienterrar o estacionamento (B) da lâmina
                                                                                      A, fazendo surgir outro nível térreo (C), permitindo que,
                                                                                      além da Rua Felipe dos Santos (D) o projeto seja acessado,
POTENCIAL CÊNICO




                                                                                      em nível, pela rua Prof. João Lourenço Rodrigues (E). Para
                                                                                      conectar o projeto à Av. Brasil um equipamento será
                                                                                      responsável por vencer o desnível de aproximadamente 3
                                                                B   C   D   E         metros.
                                                                                      Para aproveitar o potencial cênico visto à partir da rua Prof.
                                         A
                                                                                      João Lourenço Rodrigues (E) e do segundo nível térreo (C),
                                                                                      optou-se por elevar a cota de início dos pisos das unidades
CORTE
                                                                                      habitacionais.

   IMPORTANTE: Para que não perca o foco desse trabalho, apenas as lâminas residenciais serão projetadas. As lâminas de serviços, bem como o elemento
   transposição do desnível não serão projetados, tornando-se diretrizes de projeto.                                                                    30
O PROJETO



                                                      6




        1




                                                                                                                                                3




2




    Os volumes em branco mostram as edificações do entorno. As setas numeradas são uma representação do observador das imagens que serão
    apresentadas à seguir. As sombras são projetadas pelo sol das 14:30 no solstício de inverno.                                           31
O PROJETO




Imagem 1               32
O PROJETO




Imagem 2               33
O PROJETO




Imagem 3               34
O PROJETO




Imagem 4               35
O PROJETO




Imagem 5               36
PROGRAMA                                                             DENSIDADE
                         LÂMINA A        LÂMINA B         LÂMINA C                               Número máximo de Total de hab. /
USO HABITACIONAL                                                          Total de U.H. por tipo habitantes / U.H.   Tipo de U.H.
U.H básica               201 unidades    277 unidades     60 unidades     538 unidades           2 habitantes        1.076 hab.
U.H tipo 2               3 unidades      3 unidades       -               6 unidades             6 habitantes        36 hab.
U.H tipo 3               3 unidades      3 unidades       -               6 unidades             6 habitantes        36 hab.
U.H tipo 4               3 unidades      3 unidades       -               6 unidades             4 habitantes        24 hab.
U.H tipo 5               10 unidades     19 unidades      6 unidades      35 unidades            8 habitantes        280 hab.
U.H tipo 6               -               1                6 unidades      7 unidades             6 habitantes        42 hab.
Total de U.H             220 unidades    306 unidades     72 unidades     598 unidades           Total de habitantes 1.494 hab.
Piscina e Solário        1.315,00 m2     2.055,80 m2      455,00 m2       3.825,80 m 2           Densidade           280 hab./ha
Saunas e Vestiários      590,00 m2       590,00 m2        215,00 m2       1395,00 m2           T.O permitido: 0,30 T.O. obtido: 0,21
Academia Aberta          -               563,00 m2        -               563,00 m2            T.E. permitido: 0,45 T.E. obtido: 0,07
Lavanderias Coletivas    231,00 m2       438,00 m2        115,50 m2       784,50 m2            C.A permitido: 1,80 C.A. obtido: 1,37
Total construído         16.525,00 m2    25.244,70 m2     7.956,30 m2     49.726,00 m2               ÍNDICES URBANÍSTICOS
USO COMERCIAL                                                                                  T.E.: taxa máxima de ocupação do térreo.
                                                                                               T.O.: taxa máxima de ocupação dos demais
Lojas                    1.703,20   m2   -                554,00   m2     2.257,20   m2        pavimentos.
                                                                                               C.A.: coeficiente máximo de aproveitamento.
Restaurantes             -               1.388,65 m2      -               1.388,65 m2
Galeria de Arte          1.585,00 m2     -                -               1.585,00 m2          Lâminas de serviço:
Total construído         3.288,20 m2     1.388,65 m2      554,00 m2       5.230,85 m2          Considerando        os      índices
ESTACIONAMENTOS                                                                                urbanísticos permitidos e obtidos,
Vagas Residenciais       251 vagas                     491 vagas          742 vagas            verifica-se   que      as     áreas
                                                                                               construídas destas lâminas deverão
M2 Construído            6868,30 m2               12.129,20 m2            18.997,50 m2
                                                                                               somar 17mil m2. Cada lâmina de
Vagas Comerciais         256 vagas                         -              256 vagas            proposta    ocupará     650     m2.
M2 Construído            6868,30 m2                        -              6868,30 m2           Considerando que se construa
Total construído         13.736,60 m2             12.129,20 m2            25.865,80 m2         pavimentos de mesma área, as
                                                    Total Geral Construído 80.822,65 m2        lâminas poderão ter até 6
          Total Construído Considerado nos Cálculos dos Índices T.O e C.A. 54.956,85 m2        pavimentos mais térreo.

O Projeto – Programa e Índices Urbanísticos                                                                                        37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-ARANTES, Otília. Cultura da Cidade: animação sem frase. In: ARANTES, Otília. Urbanismo em fim de linha. São Paulo:
EDUSP, 2011. p. 153-178.

-BOTTON, Alain de. Arquitetura da Felicidade. London: Penguin Uk, 2006.

-HARVEY, David. O pós modernismo na cidade: arquitetura e projeto urbano. In: HARVEY, David. Condição Pós-Moderna.
São Paulo: Loyola, 1992. p. 70-96.

-HOLSTON, James. O projeto modernista. In: HOLSTON, James. A Cidade Modernista. São Paulo: Cia das Letras, 1993. p.
47-65.

-HOLSTON, James. A morte da rua. In: HOLSTON, James. A Cidade Modernista. São Paulo: Cia das Letras, 1993. p. 109-
126.

-JACOBS, Jane. Morte e Vida das Grandes Cidades. São Paulo: Wf Martins Fontes, 2009.

-OLIVEIRA, Maria Cláudia. A valorização da arquitetura. Projetos de habitação: a experiência da PMSP nos anos de
1989/1992. 184 f. Dissertação (Mestrado) - USP, São Carlos, 1999.

-REBELLO, Yopanan. A concepção estrutural e a arquitetura. São Paulo: Zigurate Editora e Comercial Ltda, 2007.

-TRAMONTANO, Marcelo. Novos modos de vida: Novos espaços de morar. São Carlos: USP, 1993.




Referências Bibliográficas                                                                                       38

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A Nova Vila da Mogiana_Temática

  • 1. CAMPINAS | 2012 A NOVA VILA DA MOGIANA Novas Maneiras de Morar | Incorporando o Espaço Semipúblico na Habitação Multifamiliar
  • 2. UNIP – Universidade Paulista | Campinas TFG | Arquitetura e Urbanismo 2012 A NOVA VILA DA MOGIANA Novas Maneiras de Morar | Incorporando o Espaço Semipúblico na Habitação Multifamiliar Orientanda Prof. a M.a Maria Cláudia Oliveira Orientado Diego Cia Zazeri
  • 3. AGRADECIMENTO Agradeço aos fieis amigos, familiares e colegas de classe que me apoiaram durante todo o curso, cada qual à sua maneira; à todos os meus professores, em especial Cláudia Maria Lima Ribeiro, Siomara Barbosa Stroppa de Lima Milanezi e minha orientadora Maria Cláudia Oliveira por terem me instigado a vontade de aprender sobre os assuntos que lecionaram devido ao nível de discussão que propuseram; e, principalmente à Deus por ter me permitido completar este ciclo.
  • 4. ÍNDICE Introdução....................................................................................................... 05 Justificativa...................................................................................................... 06 Temática.......................................................................................................... 07 Projeto de Referência 1................................................................................... 21 Projeto de Referência 2................................................................................... 23 Projeto de Referência 3................................................................................... 24 Visita Técnica............................................................................................... 25 Terreno de Intervenção................................................................................... 26 Partido Arquitetônico...................................................................................... 27 O projeto...................................................................................................... 30 Referências Bibliográficas.............................................................................. 38
  • 5. INTRODUÇÃO Este trabalho objetiva propor novas maneiras de morar à partir do reconhecimento dos núcleos familiares contemporâneos e da análise crítica das habitações coletivas oferecidas em larga escala para a classe média, das relações estabelecidas entre a cidade e os condomínios fechados, bem como da expressão arquitetônica apresentada pelos mesmos. 05
  • 6. JUSTIFICATIVA A História do urbanismo ensina que o movimento Moderno pretendia planejar uma cidade funcionalista compatível com a nova era da máquina, compreendendo a cidade como organismo social onde se aplicariam as teorias do wellfare state e o problema da habitação seria, de uma vez por todas, resolvido. O resultado desse pensamento foi uma grande Haussmanização1 de muitas cidades existentes e, no Brasil, o surgimento de Brasília. O urbanismo Pós-Moderno compreendeu que seria impossível projetar cidades à partir do zero por reconhecerem a importância das pré existências das mesmas, que tiverem suas formações espontâneas, porém não obteve êxito ao observar a cidade como “coisa independente e autônoma a ser moldada segundo objetivos e princípios estéticos que não tem necessariamente nenhuma relação com algum objetivo social abrangente”. (HARVEY, DAVID, 1992, p.70) A conseqüência dessa sucessão antagônica fez consolidar cidades que possuem uma malha urbana completamente fragmentada e com desigual, e muitas vezes rarefeita, oferta de infra-estrutura, cuja única herança Moderna está no formalismo pastiche da retícula da malha viária que subordina as quadras, onde as distâncias entre o trabalho, a habitação, a educação e o lazer ficam progressivamente maiores. Tendo a história como maior orientadora, o urbanismo Contemporâneo é bem sucedido ao analisar as cidades à partir do reconhecimento de peculiaridades de fragmentos menores, porém, inverte valores ao aplicar planos de revitalização em áreas supridas grande infraestrutura à partir da gentrificação, conceito elucidado por Otília Arantes no seu livro Urbanismo em fim de linha, que diz respeito aos planos que, à partir da banalização da cultura e do uso habitacional, promovem a revitalização de áreas decadentes e sua consequente valorização imobiliária, atraindo uma nova e rica população e repelindo moradores tradicionais, que geralmente pertencem a classes sociais menos favorecidas. Em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades, Jane Jacobs fala, dentre outros assuntos, sobre o papel benéfico das janelas das moradias, e dos perigos da escassez de diversidade de usos. É por diversificar o uso do solo e por trazer à tona o papel social da cidade que o uso habitacional é tão pertinente a essa região que teve seu plano diretor de ocupação embasado em conceitos do urbanismo contemporâneo. 1 Fenômeno urbano baseado no arquétipo de cidade sadia oriundo das reformas na Paris no século XIX realizadas por Haussmann, que à partir da ideia de uma cidade doente realizou uma série de intervenções através da demolição do traçado medieval e de muitos 06 edifícios, e da intenção disciplinadora dada ao novo tecido urbano, às edificações, e aos parques e jardins.
  • 7. TEMÁTICA AS UNIDADES HABITACIONAIS E AS RELAÇÕES DOS CONDOMÍNIOS COM AS CIDADES. Atualmente, o que o mercado da construção civil oferece para a habitação de classe média objetiva apenas o máximo lucro das construtoras e incorporadoras, acarretando no surgimento de conjuntos de blocos repetidos que, perimetralmente murados, se isolam da cidade e abrigam tipologias de unidades habitacionais que oferecem flexibilidade espacial quase nula e não refletem os vários modos de vida contemporâneos. O desprezo das particularidades, potencialidades e fragilidades das diferentes localidades potencializam seus reflexos destrutivos quando somados ao apelo do marketing sobre os equipamentos de uso coletivo voltados ao lazer; sejam estes implantados nos espaços residuais do terreno, ou sejam os blocos implantados dentro de clubes. Esse exacerbado enfoque ao lazer não passa de estratégia bem sucedida dos detentores do capital deste mercado para usufruir do problema da má qualidade e da falta de equipamentos públicos de lazer, ou das distâncias entre esses equipamentos e as moradias. Essas ocorrências são disfuncionais para as cidades e funcionais para as construtoras e incorporadoras, fomentando ainda mais a especulação imobiliária, pois a partir do momento que o condomínio fechado oferece o que na cidade falta, faz sucumbir qualquer iniciativa, pública ou privada, de conceber novos ou melhorar antigos equipamentos públicos; e, por sua vez, a falta e/ou má qualidade desses espaços das cidades faz os condomínios que os incorporaram às suas áreas privadas parecerem oásis aos olhos de uma população que urge por melhor qualidade de vida. Elementar que ao oferecer o que na cidade falta e ao se fechar para ela, os condomínios estão anulando sua interação com a cidade. Somando tal fato a setorização extrema dos usos do solo, os condôminos precisam progressivamente menos dos espaços públicos e têm as ruas apenas como mecanismo de transporte, que permite os seus deslocamentos entre o trabalho, o estudo, o lazer e a moradia, deixando as cidades, ou parte delas, à mercê dos perigos da escassez de diversidade de usos. As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades 07
  • 8. A coexistência de tais fatos com a alta demanda por habitação torna-se fator exponencial do valor do metro quadrado de unidades habitacionais que são concebidas à partir de soluções arquitetônicas próximas de medíocres que variam entre as construtoras, cujos espaços de baixíssima qualidade são compensados pelos equipamentos de uso coletivo que são ofertados à partir de nomes embasados em modismos, que enfatizados pelo marketing imprimem status aos moradores, compensando suas pequenas dimensões. Não satisfeitos ao fazerem dos problemas da cidade um trampolim para o sucesso de seus negócios, os empreendedores desse mercado se apoiam na falta de diversificação de oferta para mascararem seus altos índices de venda como boa aceitação de seus produtos. Esse pensamento sucumbe através da elementar análise de que a escolha está diretamente ligada a oferta de opções, e que, portanto, a inexistência dessa última ligada a alta demanda leva ao sucesso qualquer produto que seja ofertado, sendo ele possuidor, ou não, de boas soluções arquitetônicas. O programa do apartamento ofertado atualmente é uma reformulação do programa da antiga casa burguesa, onde atividades específicas ocorriam em ambientes específicos, que compartimentados, serviam de moradia para o patriarca, sua esposa, filhos e empregados. A incompatibilidade com a realidade está presente em vários aspectos. Primeiramente é impossível repetir, com qualidade espacial, o programa da casa burguesa nos atuais 70 metros quadrados dos apartamentos de 3 dormitórios. Segundo, o tipo familiar que serviu de base para tal programa não é único. Os casais com filhos parecem ser o único tipo de estrutura familiar reconhecida por essas construtoras durante a concepção da unidade de morar. Desconsiderados por essas empresas, mas presentes nas estatísticas, estão as pessoas que coabitam sem vínculo familiar, os pais e mães solteiras e os casais sem filhos. As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades 08
  • 9. A falta de flexibilidade espacial elucida um mundo paralelo onde famílias possuidoras de uma super estagnação financeira surgem prontas, com um número exato e invariável de integrantes que sempre desejarão as mesmas coisas e desenvolverão as mesmas atividades, para sempre, na mesma moradia. Elementar que mudanças quanto ao número de integrantes ocorram em todas as famílias, por isso, aos moradores de tais residências resta recorrer somente à troca de mobília para adequar seus rígidos espaços a nova família. Recurso que não atende, por exemplo, a uma família formada por um casal e um filho de dois anos, residentes num apartamento de dois quartos, que estão prestes a ganhar uma nova integrante. Nenhuma mobília será capaz de responder às necessidades tão díspares dos filhos desta família, que terão que dividir o mesmo dormitório. Somando esse leque de estruturas familiares à própria evolução familiar e financeira às novas tecnologias incorporadas nas habitações e ao estilo de vida agitado imposto pela globalização, elementar se torna o fato de que é passada a iminência de revisar as tipologias das unidades habitacionais, as formas de agrupamento das mesmas, bem como a expressão arquitetônica adotada como única. As unidades habitacionais e as relações dos condomínios com as cidades 09
  • 10. A ARQUITETURA E A EXPRESSÃO ARQUITETÔNICA Em seu livro Arquitetura da Felicidade, e documentário de mesmo título, o filósofo Alain de Botton suscita a discussão sobre o que é belo, e afirma que gosto se discute ao elucidar que o julgamento pelo que é ou deixa de ser belo nasce de razões lógicas que, em suma, estão no subconsciente de quem faz o julgamento, e ainda mostra que a beleza ou a feiura incidem sobre o estado de espírito das pessoas, e afirma que “parecemos divididos entre a necessidade de atropelar nossos sentidos e nos adaptar anestesiados aos nossos ambientes, e o impulso contraditório de reconhecer o quanto as nossas identidades estão indelevelmente associadas ao lugar onde vivemos, e junto com ele se transformarão.”2 Afirma, ainda que “um quarto feio pode coagular vagas desconfianças quanto ao que está faltando na vida, enquanto outro ensolarado, revestido com pedras calcárias cor de mel, é capaz de dar sustentação às nossas maiores esperanças.”3 Continuando, o autor explica que o gosto pela arquitetura clássica se dá pelo valor moral positivo depositado na sociedade greco-romana, cuja história é familiar e concreta para todos. Consequentemente, qualquer expressão arquitetônica que esteja fundamentada ou reflita o presente ou o futuro recebe menor valor de julgamento pela sensação de incerteza que a sociedade tem para com o presente e o futuro. Dessa forma, representações pastiches de modelos antigos são recorrentes em civilizações ultramodernas. Alain de Botton deixa claro que essa negação do estilo contemporâneo reflete a negação do futuro nascida do medo causado pela incerteza, e é reforçado pela ausência de arquitetura que é confundida com o estilo Moderno, e pelos traumas causados pela mudança de paradigma impostas pela industrialização. O autor elucida o fato de que a expressão arquitetônica contemporânea pode influenciar positivamente a aceitação da sociedade aos novos estilos de vida impostos pela industrialização e pela globalização, e que a aceitação da realidade causará apropriação,reconhecimento e , portanto, sua transformação. 2,3 BOTTON, ALAIN DE, 2010, p. 12 10
  • 11. Analisando que os gregos e romanos faziam sua arquitetura refletir o que sua sociedade almejava ser, e que a estética contemporânea reflete os idealismos da sociedade atual, é urgente que a arquitetura se apresente como tal. A expressão arquitetônica contemporânea já está presente em edifícios de usos institucional, comercial e de serviços, e em poucas e isoladas habitações uni familiares, é passada a hora dessa expressão ser empregada em habitações multifamiliares. Nenhuma oferta por habitação é tão grande quanto a ocasionada pela demanda da classe média, que representava aproximadamente 50% da população campineira em 2010, segundo o último senso realizado pelo IBGE. Portanto, a melhor maneira de inserir a arquitetura contemporânea em larga escala é aplicando sua expressão em edifícios de habitação coletiva destinados a classe média, para que espalhadas na cidade, implantadas à partir de conceitos contemporâneos façam as pessoas vivenciarem os benefícios do urbanismo e da arquitetura contemporânea, aceitarem a sociedade como tal, apropriarem-se dela, e então transformá-la. A Arquitetura e a Expressão Arquitetônica 11
  • 12. PRODUÇÃO HABITACIONAL DO MERCADO FORMAL EM ALGUMAS CIDADES BRASILEIRAS À seguir serão apresentados 7 projetos de habitação multifamiliar, sendo 5 comercializados na cidade de Campinas / SP, e outros 2, nas cidades de Goiânia / GO, e Salvador / BA, respectivamente. Para tanto, foram escolhidas as duas construtoras mais atuantes na região metropolitana de Campinas, se não do país: a MRV, e a Goldfarb, que foi incorporada pela PDG. Como este trabalho objetiva propor novas maneiras de morar à partir do reconhecimento dos núcleos familiares contemporâneos, da análise das relações estabelecidas entre a cidade e os condomínios, bem como da expressão arquitetônica apresentada pelos mesmos, cada projeto apresentado abordará, de maneira objetiva, os seguintes assuntos: - a implantação do projeto, - as unidades habitacionais, - os equipamentos de uso comum, e - a fachada. Para que, devido a pobreza e monotonia arquitetônica desses empreendimentos, não se desvie o foco deste trabalho, a análise quanto à implantação observará se o projeto possui, ou não, permeabilidade espacial que resulte em espaços semipúblicos, e quanto às unidades habitacionais apontará quais as opções de planta e se elas apresentam, ou não, flexibilidade espacial. Para que se observe a expressão arquitetônica, uma imagem da fachada de cada projeto será mostrada. Para que se observe o apelo do marketing sobre os equipamentos de uso comum, os nomes dos mesmos serão listados. Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 12
  • 13. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 4 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Duas opções de plantas não flexíveis, sempre para 2 dormitórios. Apartamento de 47,5 m2 com 2 dormitórios. Apartamento de 49,15 m2 com Implantação 2 dormitórios. Espaços privados de uso comum: praça dos encontros, salão de jogos, praça dos jogos, play dog, churrasqueira coberta, pomar, salão Projeto: Ambience Residence II de festas adulto, quadra esportiva, quadra de street ball, salão de Localização: Alphaville, Campinas / São Paulo festas infantil, praça das crianças, play baby e brinquedoteca. Construtora: PDG, 2011. Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 13
  • 14. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 4 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Três opções de plantas não flexíveis, sempre para 2 dormitórios. Espaços privados de uso comum: Alameda das palmeiras, brinquedoteca, play adventure 1 e 2, salões de festas infantil e adulto, praça das babás, das frutas, dos meninos, das meninas, das cores, dos aromas, do recanto, da contemplação, dos esportes, das 4 estações, das flores, dos pássaros, e salão de jogos adulto. Apartamento de 48m2 com 2 Apartamento de 48m2 com dormitórios 1 dormitório e 1 suíte Projeto: Poema Residencial Localização: Vila Mimosa, Campinas / São Paulo Apartamento de 53m2 com Implantação Construtora: PDG, 2011. 2 dormitórios Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 14
  • 15. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 4 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Quatro opções de plantas não flexíveis, para 2 e 3 dormitórios. Apartamento de 64 m2 com 2 Apartamento de 64 m2 com 2 dormitórios com sala ampliada. dormitórios e 1 suíte. Apartamento de 52 m2 com 2 dormitórios. Apartamento de 52 m2 com1 dormitório e 1 suíte. Espaços privados de uso comum: 2 churrasqueiras, 1 forno de pizza, piscina adulto e infantil, play baby, play kids, pomar, praça dos jogos, Projeto: Torres do Bonfim Implantação salões de jogos e de festas. Localização: Bonfim, Campinas / São Paulo Construtora: PDG, 2011. Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 15
  • 16. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 4 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Quatro opções de plantas não flexíveis, para 2 ou 3 dormitórios. Apartamento de 70,44 m2 com Apartamento de 51,93 m2 com 2 dormitórios e 1 suíte. 1 dormitório e 1 suíte. Apartamento de 51,93 m2 com 1 Apartamento de 51,93 m2 com 1 dormitórios e 1 suíte. dormitório e 1 suíte. Espaços privados de uso comum: Brinquedoteca, pomar, alameda das Palmeiras, play baby, play aventura, salões de festas adulto e infantil, piscinas adulto e infantil, solarium, deck molhado, praças da criança, dos esportes, da Implantação amizade, dos encontros e central, Projeto: Residencial Brisas do Parque churrasqueira, salão de jogos e Localização: Fama, Goiânia / Goiás mini quadra. Construtora: PDG, 2011. Fonte: www.pdg.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 16
  • 17. Análise: Quanto à implantação: Não permeável,com 4 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Três opções de plantas não flexíveis, para 2 ou 3 dormitórios. Espaços privados de uso comum: Apartamento de 50,78m2 com 2 dormitórios e 1 suíte Salão de Festas, Playground, Espaço Fitness, Solarium, Salão de Jogos, Quadra Gramada, Espaço Gourmet, Cyber Space, Espaço Zen, Piscinas Adulto e Infantil, e Kids Place. Apartamento de 49 m2 com1 dormitório e 1 suíte. Projeto: Crystal Ville Implantação Apartamento de 43,99 m2 com 1 dormitório e 1 suíte. Localização: Parque Prado, Campinas / São Paulo Construtora: MRV, 2011. Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 17
  • 18. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 6 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Cinco opções de plantas não flexíveis, para 2 ou 3 dormitórios. Apartamento de 43,99m2 com 2 Apartamento de 43,99m2 com 2 Espaços privados de uso comum: dormitórios dormitórios Salão de jogos, espaço fitnnes, praça de encontro, Térreo playground, espaço zen, salão de festas, espaço gourmet, lan house, kid’s place e home cinema. Apartamento de 46,78m2 com 1 Apartamento de 50,78m2 com 2 dormitório e 1 suíte dormitórios e 1 suíte Projeto: Park Contempornium Localização: Santa Lúcia, Campinas / São Paulo Implantação Apartamento de 46,78m2 com 1 Construtora: MRV, 2011. dormitório e 1 suíte Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 18
  • 19. Análise: Quanto à implantação: Não permeável, com 9 blocos. Quanto às Unidades Habitacionais: Quatro opções de plantas não flexíveis, sempre para 2 dormitórios. Espaços privados de uso comum: Salão de Festas, Playground, Espaço Fitness, Gazebo, Espaço Gourmet, Piscina e Espaço Lual. Apartamento de 44,89 m2 Apartamento de 44,89 m2 Apartamento de 45,68 m2 com 2 dormitórios. com 2 dormitórios. com 1 dorm. e 1 suíte. Projeto: Summer Ville Localização: Suçuarana, Salvador / Bahia Implantação Apartamento de 45,68 m2 com 2 Construtora: MRV, 2011. dormitórios. Fonte: www.mrv.com.br acessado em 08 de março de 2012 Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 19
  • 20. A análise desses projetos causa, de imediato, certa repugnância à arquitetura, que logo se dissolve e dá lugar à urgência por ela à partir do reconhecimento da sua ausência. Fica explícito que nenhum projetista se preocupou com a construção de uma bela paisagem e boa legibilidade urbana, nem levou em consideração nenhuma peculiaridade local; e muito menos pretendeu estabelecer as relações necessárias entre os edifícios e a cidade, cuja ausência vêm levando à falência essa última entidade. Os blocos, em alguns casos, idênticos, são espalhados pelos terrenos de partes distintas das cidades, ocasionando, à longo prazo, desorientação pela perda da característica importantíssima da formação daquilo que é chamado de lugar: a diferença. Mesmo que os projetos das unidades habitacionais apresentem opções de plantas para famílias com diferentes números de pessoas, as diferenças entre elas são mínimas, e como não foi prevista nenhuma flexibilidade espacial, nenhuma parede poderá ser demolida ou construída e, por isso, quando possível, a decisão de retirar um dormitório para ampliar a sala deve ser tomada antes da construção do edifício. Além disso, os tão evidenciados espaços privados de uso comum disputam terreno com os estacionamentos espremendo-se entre os blocos. O desprezo das diferenças é tão acentuado que se observa projetos muito semelhantes sendo construídos em Campinas/SP, Goiânia/GO e Salvador/BA. Como pode o mesmo projeto atender com eficácia e eficiência usuários e cidades e tão distintas? Fica claro que tal repetição é fruto da ausência do reconhecimento das características culturais e da morfologia urbana dos diferentes locais onde os projetos são construídos, que por sua vez, além de causar a perda de identidade de um povo, inibe o esboço de qualquer tentativa de estabelecer relações entre as cidades e os blocos criados que, por isso, são cercados perimetralmente por muros, isolando-se das cidades. Certamente descolar os condomínios das cidades como se fossem organismos autônomos é ação que nada o contribui para o aproveitamento de nenhuma potencialidade e acentua qualquer fragilidade urbana, podendo transportar a imagem das cidades contemporâneas ao arquétipo das cidades medievais. É o desejo do máximo lucro que impulsiona tal repetição e desloca o arquiteto-urbanista do papel de agente ativo da (re)qualificação dos espaços, sejam eles urbanos, privados, internos ou externos, para o papel de agente passivo do desejo dos detentores do capital do mercado da habitação. O lucro máximo que, para ser obtido, diminui ao máximo os custos com projetos, excluindo as fazes de reconhecimento da morfologia urbana e de pesquisas sobre a cultura local, levando ao ajuste de um mesmo projeto aos índices de ocupação e aproveitamento do terreno que variam entre os bairros e cidades. Produção Habitacional do Mercado Formal em Algumas Cidades Brasileiras 20
  • 21. PROJETO DE REFERÊNCIA 1 Este é um exemplo de um projeto de habitação que incorpora a reflexão sobre a cidade contemporânea, que, além de possuir entorno com características similares as encontradas nos setores 1 e 2 deste TFG, é uma ótima referência de como apropriar- se de um terreno para erguer um edifício de uso misto (habitação e comércio) contemplando uma boa variedade de tipologias, respeitando a indicação solar, aproveitando as potencialidades da topografia, e principalmente por garantir privacidade aos moradores e usuários sem isolar o edifício da cidade, promovendo várias conexões e integração com a mesma ao levar os passeios para alguns pavimentos do edifício. FICHA TÉCNICA Projeto: 8 TALLET Escritório: B.I.G. - Bjarke Ingels Group Localização: Copenhagen, Dinamarca. Data: 2010 Fonte: www.big.dk/projects/8/ , acessado em 28/09/011 Projeto de Referência 1 21
  • 22. A EVOLUÇÃO DA FORMA E PARTIDOS ADOTADOS O arquiteto Bjarke explica que o edifício estabelece diferentes relações com a cidade pela vertical (3), e não pela horizontal (2), por isso diferencia os usos desse edifício pelos andares, e não por sessões verticais, como é usual. Aproveita as diferenças de áreas do programa de 1 6 cada uso e cria jardins sobre a cobertura do nível comercial. O plano de massas previa uma conexão entre as dois extremos do terreno (3), o que o leva a cruzar as laterais do edifício (4). Contente por ter criado duas praças com a intersecção dos lados, mas descontente quanto a insolação, o arquiteto eleva alguns vértices do conjunto e abaixa outros(5). Para não estabelecer o edifício como um bloco monolítico e impenetrável, faz dos jardins calçadas semi- 2 5 públicas (6), que levam os moradores das coberturas até suas portas de entrada, deixando o teto como único jardim não circulável. 3 4 Fonte: www.big.dk/projects/8/ , acessado em 28/09/011 Projeto de Referência 1 22
  • 23. PROJETO DE REFERÊNCIA 2 Este projeto um exemplo de flexibilidade evolutiva, que ,apesar de ser destinado às classes de baixa renda, seu conceito de flexibilidade pode ser aplicado em projetos de outras camadas sociais. A flexibilidade evolutiva pressupõe mudanças à longo prazo, à partir da evolução financeira ou familiar. Neste caso, os espaços vazios contidos entre os eixos construtivos podem ser edificados. FICHA TÉCNICA Projeto: Elemental Arquiteto: Alejandro Aravena Localização: Iquique, Chile Data: 2007 Zonas a serem edificadas posteriormente. Fonte: http://www.alejandroaravena.com/obras/vivienda-housing/elemental/, acessado em 28/09/011 Projeto de referência 2 23
  • 24. PROJETO DE REFERÊNCIA 3 Apesar dessa construtora fazer uso das tradicionais torres e isolar seus condomínios da cidade, o projeto de suas unidades habitacionais e alguns de seus pensamentos são de alto valor para esse trabalho, como por exemplo a de que o “fato é que a nossa época está mudando. O Contemporâneo de hoje não é o mesmo de ontem, e a singularidade de cada pessoa se tornou Localização das paredes que poderão ser edificadas. valiosa. Só o jeito de morar parece não ter seguido essa mudança (...)”. O projeto de suas unidades parte do conceito de arquitetura aberta, onde tudo é pensado para dar flexibilidade ao apartamento, possibilitando que o morador crie quantos cômodos quiser e quando ele quiser, à Exemplo de divisão interna do módulo base. partir do posicionamento das janelas e da posição fixa do banheiro. Os infográficos abaixo elucidam o agrupamento, e a figura ao lado mostra um exemplo de divisão interna do módulo base (MB) de 70m2. Agrupamento horizontal dos módulos base: Sem agrupar 2x MB 3x MB 4x MB Agrupamento vertical dos módulos base: FICHA TÉCNICA Projeto: Anália Franco Sem agrupar 2x MB 3x MB 4x MB Construtora: MaxHaus Localização: São Paulo, SP Fonte: http://www.maxhaus.com.br/escolha-o-seu/analia-franco.aspx#, acessado em 09/03/2012 Data: 2012 Projeto de referência 3 24
  • 25. VISITA TÉCNICA Apesar de não ser um projeto de habitação, esse projeto foi escolhido pelas relações espaciais formadas à partir da implantação dos edifícios, de usos distintos entre si, que originaram a praça que teve sua área liberada para o uso público. O complexo Brascan Century Plaza proporciona ao bairro do Itaim Bibi uma nova centralidade que oferece um espaço de lazer e serviços com qualidade urbana, comodidade, conveniência e segurança. Esta iniciativa de retirar os muros ou grades afim ampliar o espaço público através do território privado, criando espaços semipúblicos, configura-se como um importante passo rumo a melhoria da qualidade de vida urbana dos grandes centros e é de altíssimo valor para esse trabalho. Território privado como extensão do espaço público. Passeio. FICHA TÉCNICA Projeto: Brascan Century Plaza Construtora: Brascan Localização: São Paulo, SP Data: 2003 Fonte: http://www.npiapartamentosaopaulo.com.br/detalhes.asp?item1=2047&zona=sul&loca=Itaim acessado em 09/04/2012. Visita Técnica 25
  • 26. TERRENO DE INTERVENÇÃO Como definido no plano diretor de ocupação, que visa a Contextualização e Legislação reintegração urbana do vazio deixado pela desativação da Estação do Guanabara, o terreno de intervenção possui aproximadamente 40mil m2, e está localizado no Corredor Cultural setor B, dentro de uma área transformada em parque que servirá como elemento articulador de vários usos, Terreno de intervenção bem como dos setores 1 e 2, que possuem urbanidades Corredor Comercial diferentes. O plano dispõe dois importantes vizinhos imediatos para esta área: um corredor cultural ocorrente no setor C, e um corredor comercial, que fará a conexão entre os setores A e B. Características que, somadas à permeabilidade exigida e ao potencial imobiliário da região, imprimem certa complexidade ao terreno. Quanto à legislação, o terreno encontra-se inserido dentro da Zona 03, que não permite a ocupação de habitação Av. Brasil multifamiliar vertical, nem o uso misto do solo. Por isso, seu zoneamento deve ser alterado para Zona 13, cujo I.A.C. Setor 1 está inserido. Dessa forma, o T.O.4, T.E.5 e C.A.6. serão, Av. Barão de Itapura respectivamente, 0,30; 0,45; e 1,8. 4 T.O.: Taxa máxima de ocupação dos pavimentos . 5 T.E.: Taxa máxima de ocupação do pavimento térreo. 6 C.A.; Coeficiente máximo de aproveitamento. 26
  • 27. 1 TERRENO DE INTERVENÇÃO 3 Entorno, Topografia e Posição Geográfica 2 CURVAS DE NÍVEL 4 5 6 TERRENO 1 3 4 2 1. Entorno – Rua Padre Joaquim Gomes. 2. Potencial Cênico visto à partir daquela cota*. 3. Entorno – Rua Professor João Lourenço Rodrigues. 4. Entorno – Rua Felipe dos Santos. 5. Interior do terreno. 6. Entorno – Desnível entre o terreno e a Av. Brasil. 5 6 * Há uma pequena concentração de pessoas que se aproveitam dessa região pra usos transgressores, que demonstraram-se muito agitados com a presença de forasteiros, por isso a imagem mostrada não foi fotografada à partir daquele ponto, porém, a paisagem observada dali será muito próxima dessa, visto o gabarito 27 alto que foi observado no Setor 1.
  • 28. PARTIDO ARQUITETÔNICO Como foi observado nos projetos 8 Tallet e Brascan Century Plaza, o térreo será parcialmente ocupado e não haverá muros delimitando a área do terreno para garantir a permeabilidade espacial. Dessa forma, todo espaço térreo não edificado será tratado para servir às interações sociais ampliando o espaço público através do território privado. Para intensificar as relações entre a cidade e o(s) edifício(s), o uso comercial deixará de seu um corredor, como proposto no plano diretor de ocupação, e será espalhado pelo térreo, servindo de elemento convidativo e como forma de garantir o fluxo de pessoas por toda sua extensão. Visando maximizar a diversificação de usos, o uso de serviços será adicionado. Os espaços privados de uso comum dos edifícios habitacionais, cuja a privacidade requisitada e a necessidade de controle sejam maiores, estarão localizados em qualquer outro pavimento que não seja o térreo. Visando atender aos vários tipos familiares, à evolução familiar e à miscigenação social, haverá variação tipológica de unidades habitacionais que serão concebidas à partir dos conceitos de flexibilidade evolutiva e de arquitetura aberta, observados nos projetos de Alejandro Aravena e da MaxHaus, respectivamente. Partido Arquitetônico 28
  • 29. PARTIDO ARQUITETÔNICO A Unidade Habitacional Básica e seu Agrupamento A unidade habitacional básica (U.H.) é um módulo de 5,00 x (U.H. básica ) (A) (B) 8,00 que abrigará uma pessoa solteira ou um casal sem filhos. Visando atender aos vários tipos familiares e à evolução familiar, pensou-se, à partir do conceito de flexibilidade evolutiva, em agrupamentos reversíveis que foram obtidos (C) (D) pelas junções horizontais observadas em (A) e (C). Como o nome sugere, a intenção é que, por exemplo, a unidade (A) possa evoluir para a unidade (C) ou reverter-se na U.H. básica. (E) = + = Para garantir a miscigenação social e para impedir que o edifício se transformasse num conjunto de kitchenettes7, pensou-se em agrupamentos irreversíveis, que foram obtidos pelas junções verticais e/ou horizontais observadas em (B), (D), e (E). Do agrupamento delas surgirá a lâmina, observada em (F). Para assegurar a flexibilidade espacial, o conceito de arquitetura aberta será aplicado para projetar o interior da unidades, que terão os banheiros fixados em posição (F) estratégica, para que somado ao posicionamento das janelas permita a divisão do espaço. Essa divisão deverá ocorrer por meio do sistema drywall, para que se possa facilmente reverter a divisão quando desejado. 7 O termo deriva da língua inglesa e significa cozinha muito pequena. Popularmente é aplicado para designar apartamentos conjugados cujos espaços são bem reduzidos. 29
  • 30. PARTIDO ARQUITETÔNICO A Implantação Para garantir que o térreo (A) seja convidativo às interações sociais, pensou-se em organizar as lâminas residenciais e de serviços, cujos térreos se destinarão ao uso comercial, com o objetivo de criar espaços cujas características LÂMINA A remetessem a espacialidade formadora das praças da cidade tradicional. Intencionando criar um sentido de fluxo de pessoas e a integração visual dos extremos do terreno , pensou-se num corredor que, permeando as praças, faça a conexão do Instituto agronômico de Campinas (IAC) projeto com o Hotel Design projetado pela aluna Fabiana Marquezi e os equipamentos culturais projetados pelo aluno Marcelo Meneghetti Filho. Com o objetivo de conectar ao máximo o projeto com o entorno consolidado, aproveitou-se o desnível natural do terreno para semienterrar o estacionamento (B) da lâmina A, fazendo surgir outro nível térreo (C), permitindo que, além da Rua Felipe dos Santos (D) o projeto seja acessado, POTENCIAL CÊNICO em nível, pela rua Prof. João Lourenço Rodrigues (E). Para conectar o projeto à Av. Brasil um equipamento será responsável por vencer o desnível de aproximadamente 3 B C D E metros. Para aproveitar o potencial cênico visto à partir da rua Prof. A João Lourenço Rodrigues (E) e do segundo nível térreo (C), optou-se por elevar a cota de início dos pisos das unidades CORTE habitacionais. IMPORTANTE: Para que não perca o foco desse trabalho, apenas as lâminas residenciais serão projetadas. As lâminas de serviços, bem como o elemento transposição do desnível não serão projetados, tornando-se diretrizes de projeto. 30
  • 31. O PROJETO 6 1 3 2 Os volumes em branco mostram as edificações do entorno. As setas numeradas são uma representação do observador das imagens que serão apresentadas à seguir. As sombras são projetadas pelo sol das 14:30 no solstício de inverno. 31
  • 37. PROGRAMA DENSIDADE LÂMINA A LÂMINA B LÂMINA C Número máximo de Total de hab. / USO HABITACIONAL Total de U.H. por tipo habitantes / U.H. Tipo de U.H. U.H básica 201 unidades 277 unidades 60 unidades 538 unidades 2 habitantes 1.076 hab. U.H tipo 2 3 unidades 3 unidades - 6 unidades 6 habitantes 36 hab. U.H tipo 3 3 unidades 3 unidades - 6 unidades 6 habitantes 36 hab. U.H tipo 4 3 unidades 3 unidades - 6 unidades 4 habitantes 24 hab. U.H tipo 5 10 unidades 19 unidades 6 unidades 35 unidades 8 habitantes 280 hab. U.H tipo 6 - 1 6 unidades 7 unidades 6 habitantes 42 hab. Total de U.H 220 unidades 306 unidades 72 unidades 598 unidades Total de habitantes 1.494 hab. Piscina e Solário 1.315,00 m2 2.055,80 m2 455,00 m2 3.825,80 m 2 Densidade 280 hab./ha Saunas e Vestiários 590,00 m2 590,00 m2 215,00 m2 1395,00 m2 T.O permitido: 0,30 T.O. obtido: 0,21 Academia Aberta - 563,00 m2 - 563,00 m2 T.E. permitido: 0,45 T.E. obtido: 0,07 Lavanderias Coletivas 231,00 m2 438,00 m2 115,50 m2 784,50 m2 C.A permitido: 1,80 C.A. obtido: 1,37 Total construído 16.525,00 m2 25.244,70 m2 7.956,30 m2 49.726,00 m2 ÍNDICES URBANÍSTICOS USO COMERCIAL T.E.: taxa máxima de ocupação do térreo. T.O.: taxa máxima de ocupação dos demais Lojas 1.703,20 m2 - 554,00 m2 2.257,20 m2 pavimentos. C.A.: coeficiente máximo de aproveitamento. Restaurantes - 1.388,65 m2 - 1.388,65 m2 Galeria de Arte 1.585,00 m2 - - 1.585,00 m2 Lâminas de serviço: Total construído 3.288,20 m2 1.388,65 m2 554,00 m2 5.230,85 m2 Considerando os índices ESTACIONAMENTOS urbanísticos permitidos e obtidos, Vagas Residenciais 251 vagas 491 vagas 742 vagas verifica-se que as áreas construídas destas lâminas deverão M2 Construído 6868,30 m2 12.129,20 m2 18.997,50 m2 somar 17mil m2. Cada lâmina de Vagas Comerciais 256 vagas - 256 vagas proposta ocupará 650 m2. M2 Construído 6868,30 m2 - 6868,30 m2 Considerando que se construa Total construído 13.736,60 m2 12.129,20 m2 25.865,80 m2 pavimentos de mesma área, as Total Geral Construído 80.822,65 m2 lâminas poderão ter até 6 Total Construído Considerado nos Cálculos dos Índices T.O e C.A. 54.956,85 m2 pavimentos mais térreo. O Projeto – Programa e Índices Urbanísticos 37
  • 38. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -ARANTES, Otília. Cultura da Cidade: animação sem frase. In: ARANTES, Otília. Urbanismo em fim de linha. São Paulo: EDUSP, 2011. p. 153-178. -BOTTON, Alain de. Arquitetura da Felicidade. London: Penguin Uk, 2006. -HARVEY, David. O pós modernismo na cidade: arquitetura e projeto urbano. In: HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Loyola, 1992. p. 70-96. -HOLSTON, James. O projeto modernista. In: HOLSTON, James. A Cidade Modernista. São Paulo: Cia das Letras, 1993. p. 47-65. -HOLSTON, James. A morte da rua. In: HOLSTON, James. A Cidade Modernista. São Paulo: Cia das Letras, 1993. p. 109- 126. -JACOBS, Jane. Morte e Vida das Grandes Cidades. São Paulo: Wf Martins Fontes, 2009. -OLIVEIRA, Maria Cláudia. A valorização da arquitetura. Projetos de habitação: a experiência da PMSP nos anos de 1989/1992. 184 f. Dissertação (Mestrado) - USP, São Carlos, 1999. -REBELLO, Yopanan. A concepção estrutural e a arquitetura. São Paulo: Zigurate Editora e Comercial Ltda, 2007. -TRAMONTANO, Marcelo. Novos modos de vida: Novos espaços de morar. São Carlos: USP, 1993. Referências Bibliográficas 38