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Seleção e preparo de material de plantio

O plantio da mandioca é realizado com manivas ou manivas-sementes, também
denominadas manaíba ou toletes ou rebolos, que são partes das hastes ou ramas do
terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento e com 5 a 7 gemas.
Devido a multiplicação vegetativa a seleção das ramas e o preparo das manivas são
pontos importantes para o sucesso da plantação.

A seleção e preparo do material de plantio são determinantes para um ótimo
desenvolvimento da cultura da mandioca, resultando em aumento de produção com
pequenos custos. Nesta fase alguns aspectos de ordem fitossanitária e agronômica
devem ser considerados. Dentro do aspecto fitossanitário vale ressaltar que o material
de plantio deve estar sadio, ou seja, livre de pragas e doenças, considerando que a
disseminação de patógenos é maior nas culturas propagadas vegetativamente do que
nas espécies propagadas por meio de sementes sexuais. Sendo necessário,
entretanto, inspeção constante da área com o plantio de onde serão retiradas as
ramas para avaliar sua sanidade. Devendo ser evitados mandiocais com alta
ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros, percevejo de renda, ou que sofreram
granizos ou geadas.

Outros aspectos a serem observados são os agronômicos, que apesar de simples
resultam em aumento de produção do mandiocal, e às vezes, sem acréscimo ao custo
de produção:

a) Escolha da cultivar: A escolha da cultivar deverá ser realizada de acordo com o
objetivo da exploração, se para alimentação humana in natura, uso industrial ou
forrageiro, e a que melhor se adapte às condições da região. É sempre indicado o
plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares.
Necessitando-se usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras
separadas.

b) Seleção de ramas: As ramas devem ser maduras, provenientes de plantas com 10
a 14 meses de idade, e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea
superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas
geralmente inviáveis ou "cegas". É importante verificar o teor de umidade da rama, o
que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte.

c) Conservação de ramas: A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os
novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de
produtor, e muitas vezes resulta na perda de material de alto valor agronômico.
Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a
colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a
viabilidade. Recomenda-se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área
a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto
protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de
conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas, serem dispostas vertical
ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as
ramificações e a maniva-mãe, tendo a suas bases enterradas, cerca de 5 cm, em solo
previamente afofado e molhado durante o período do armazenamento. Quando
armazenadas na posição horizontal (Foto 7), as ramas devem conservar a cepa ou
maniva-mãe e serem empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O
armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em
regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas.
Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área, com cerca de 20% do mandiocal,
como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos
plantios, exceto em áreas com riscos de geadas.




                   Foto 7. Armazenamento de ramas de
                   mandioca na posição vertical, a forma mais
                   comum na Região Centro Sul do Brasil.
                   (foto: José Osmar Lorenzi)

d) Seleção e preparo das manivas: As manivas-semente devem ter 20 cm de
comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a
medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um
facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as
existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no
qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte em bisel. No caso da
utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão dando-lhe um
golpe com o facão de um lado, gira a rama 180 graus, e dá outro golpe no outro lado
da rama cortando a maniva; evitando, assim, apoiar a rama em qualquer superfície,
para não esmagar as gemas das manivas.

e) Quantidade de manivas: A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é
de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz
hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa
aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm
de comprimento.



Época de plantio

Em todo o Brasil, o mais tradicional é plantar-se a mandioca no início da estação
chuvosa, a qual coincide com o reinício ou o prosseguimento de um período quente. É
que nessas condições, reúnem-se as duas condições essenciais de natureza climática
- umidade e calor - para brotação e o enraizamento das estacas plantadas, ponto de
partida para o estabelecimento da cultura.

Na região Centro-Sul do Brasil, onde os plantios normais sempre foram efetuados no
início da estação chuvosa e quente (setembro - outubro), as pesquisa demonstraram
que o plantio antecipado (maio - agosto) apresenta ponderáveis vantagens,
principalmente as ligadas à menor incidência de ervas daninhas, melhor controle de
erosão, maior controle de pragas e moléstias e aumento da produtividade (Tabela 14).
Nessa região, quando os plantios são realizados entre outubro/novembro é comum
aumentarem certos problemas fitossanitários operacionais, ocasionando maior
incidência de larva dos brotos e o favorecimento à propagação da bacteriose. Além da
utilização de um material de propagação mais esgotado de reservas, proveniente de
conservação ou não.

     Tabela 14. Efeito da época de plantio na produção de raízes de mandioca
     no Estado de São Paulo.
                                                   Diferença sobre o plantio de
     Época deplantio     Produção de raízes (t/ha)
                                                   outubro (%)
     Maio                25,8                      +66,4
     Junho               23,4                      +50,9
     Julho               27,1                      +74,8
     Agosto              23,4                      +49,7
     Setembro            16,6                      +7,1
     Outubro             15,5                      0,0
     Fonte: Normanha & Pereira (1950) citados por Lorenzi & Dias (1993).

Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com
os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento
contínuo de matéria-prima para o processamento industrial.



Espaçamento e plantio

O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da
variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de
colheita (manual ou mecanizada).

De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m,
em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis
deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m.

Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se
um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas.
Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m,
para facilitar o movimento da máquina colhedeira.

Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar
espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas;
nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de
tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores.

O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a
produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo
de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela
alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a
inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos.

Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, sendo em solos
não sujeitos a encharcamento pode ser feito em covas preparadas com enxada ou em
sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal (foto 8) ou
motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm
de profundidade.




                    Foto 8. Abertura de sulco de plantio com
                    tração                            animal.
                    (Foto José Osmar Lorenzi)

Quando em grande áreas, para fins industriais, utiliza-se plantadeiras mecanizadas
disponíveis no mercado que fazem de uma só vez as operações de sulcamento,
adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Nesse caso, há
plantadeiras com duas linhas de plantio, com capacidade para plantar até 5 ha/dia e
mais recentemente surgiu as de quatro linhas, com o dobro da capacidade de plantio
da anterior, porém, com necessidade de tratores com alta potência para sua operação.
Nas regiões produtoras da região Centro Sul do Brasil, é significativo o uso dessas
máquinas para a operação de plantio (Foto 9).




      Foto 9. Plantadeira mecanizadas de mandioca: duas linhas (esquerda) e
      quatro linhas (direita).

Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em
cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica,
construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas
de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras.

Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio,
a mais indicada é a horizontal, porque facilita a colheita das raízes, colocando-se as
manivas no fundo das covas ou dos sulcos. Quando se usa a plantadeira mecanizada,
as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições inclinada e
vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam mais, dificultando a
colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para plantios em matumbos ou camalhões.
Consorciação e rotação de culturas

Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras,
agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais,
pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens
apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover
maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração
de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência
no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e
disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Neste contexto, a mandioca é
importante como cultura consorte pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial
lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio,
caracterizadando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais.
O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser
feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando
uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e
nutrientes. Esta distribuição das linhas de plantio dependerá das características
agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o
ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas.

Na Região Centro Sul Brasileira, apesar de boa parte da produção ser obtida de
grandes cultivos, com lavouras conduzidas com visão empresarial, é altamente
significativo o cultivo realizados por pequenos produtores, em particular, os de
assentamentos rurais. Nessas condições onde a força de trabalho, basicamente, é
composta pela mão-de-obra familiar, e as áreas são minifúndios, os cultivos múltiplos
revestem de maior importância, porque otimizam o uso mais intensivo dos recursos
escassos, representados pela mão-de-obra, terra e capital.

De um modo geral, as culturas a serem consorciadas ou os sistemas a serem
utilizados pelo produtor, são determinados por aspectos econômicos regionais e as
próprias atividades produtivas na propriedade. A mandioca pode ser utilizada em
policultivos com culturas anuais, perenes, agroflorestas e agrosilvipastotis.

Com culturas anuais o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser em
fileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição
das plantas em forma retangular com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e
0,60 a 0,80 m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras
alternadas com as de mandioca. Neste caso, recomenda-se o plantio de uma a duas
fileiras da cultura intercalar a depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a
distribuição das plantas é realizada reduzindo o espaçamento entre duas fileiras
simples para 0,60 m , deixando um espaço maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas
fileiras simples, também espaçadas de 0,60 m; onde o espaçamento das fileiras
duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a 3,00 m. Sendo recomendado, para este
caso, de duas a quatro fileiras da cultura consorciada a depender do porte da mesma.

Quanto ao consórcio com cultura perene e em sistemas agroflorestais, as culturas
intercalares são utilizadas, além das vantagens já mencionadas, com o objetivo de
propiciar retorno econômico durante o período de crescimento das culturas perenes,
contribuindo para o custo de implantação das mesmas. Nestas condições, a mandioca
é utilizada como cultura intercalar, onde o número de fileiras a ser utilizada estará em
função da cultura perene e do espaçamento e arranjo espacial de plantio da mesma.
Vale ressaltar, que nos plantios de sistemas de policultivos ou consorciados deverão
ser utilizadas as tecnologias recomendadas para cada cultura componente do
sistema.

Na cultura da mandioca, em condições de Cerrado, a utilização da prática de rotação
de culturas, além de outras vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e
a depauperação do solo. Assim, recomenda-se que seja realizada pelo menos a cada
dois cultivos da mandioca, utilizando outras culturas como gramíneas ou leguminosas
para produção de grãos, ou leguminosas para adubação verde, ou deixando a área
em pousio. Nesse particular, o sistema de plantio em fileiras duplas da mandioca em
consorciação, reveste de importância para pequenas áreas por permitir a rotação das
culturas em uma mesma área. Outro ponto a destacar é o aproveitamento da
adubação residual realizado pela cultura da mandioca.

Adubação na cultura da mandi oca

Mário Takahashi (  )

Sistema sol o-plant a
O solo e as plant as f ormam um sistema onde os elem entos são
constant emente rem ovidos da f ase sólida do solo e acum ulados nas
plantas. Ao mesmo t empo as plantas, na sua decomposição, depositam
nutrientes que retornam para a f ase sólida do solo compondo um
sistema dinâmico.


  Fase sólida                  Solução                                              Parte
    do solo                    do solo                    Raízes                    aérea


      Um adubo qualquer aplicado ao solo, primeiramente, entr a em
contato com a f ase sólida do solo e passa para a solução.
Poster iormente o elemento pr esent e no adubo entra na planta através
das raízes translocando -se para a parte aérea. O adubo não é
absor vido diret amente pelas plantas necessitando ser solubil izado no
solo.


Extração de nutrientes

A mandioca extrai elevadas quantidades de nutrientes do solo e se não
adequadamente adubada pode conduzir ao esgotamento do t erreno. Tal
af irmativa é correta, mas também se aplica para outras cult uras como
pode ser visto na tabela 1.
Na comparação com as culturas da cana e do milho, a mandioca
promoveu uma menor extração com relação ao nitrogênio, ao f ósf oro e
ao potássio.
Em termos percentuais, o milho extrai 286% mais nitrogênio e 139%
mais potássio do que a mandioca . A cana extrai 40% mais f ósf oro e
237% mais potássio que a mandioca.
Por est es resultados, é possível obser var não ser ver dadeiro o mito que
a mandioca esgota o terreno desde que adequadamente manejada
através da adubação e rotação com outras culturas.
Tabela 1. Extração de nutr ientes pelas cultur as da m andioca, cana e
   milho (alqueires).


           Parte da planta    Produção    Nitrogênio       Fósforo          Potássio
Cultura
                                          |--------------kg-------------|

           Raiz               60 t        82               30               76
Mandioca
           Total                          121              97               132

Cana       Colmo              250 t       218              74               189

           Total                          363              136              445

Milho      Grãos              300 sc      270              54               59

           Total                          467              98               316



   Análise de solo

   Um aspecto import ant íssimo que poderá orient ar a necessidade de
   adubação é a análise de solo. Porém, um detalhe que precede a análise
   no laborat ório, de vital importância, é a coleta adequada das amostras
   de solo. Uma colet a de amostra mal f eita compromete toda a análise
   Em área, anter iormente, ocupada por pastagem, dependendo do número
   de amostras coletadas, ocorreram var iações de 80% para o potássio e
   de até 176% para o f ósf oro. Portanto em uma área de solo homogêneo é
   importante a coleta de pelo menos 20 sub -amostras por alqueire que
   deverão ser bem misturadas para compor uma am ostra a ser
   encam inhada para o laboratór io.
   Outro aspecto importante é que cada su b-amostra seja coletada na
   prof undidade de zer o a 20 cm que é a região de cr escimento principal
   das raízes de mandioca que absor vem nutrientes.


   Calagem

   A mandioca não necessita de grandes quantidades de calcár io para
   obter boas produt ividades existindo dif erenças na quantidade devido ao
   tipo de solo e o seu manejo.

   A quantidade a ser utilizada será calculada mediant e os resultados da
   análise de solo, devendo o pr odutor consultar um técnico capacitado
   para tal.
   O excesso de calagem é mais prejudicial que a f alta desta par a a
   cultura da mandioca.


   Respostas à adubação
A resposta da cultura da mandioca à adubação depender á dos teor es
iniciais dos nutr ientes presentes no solo. Quanto menores os teores dos
nutrientes maiores as chances de resposta devido à adu bação.
O resultado da adubação também dependerá da qualidade da rama
utilizada, da variedade de mandioca, da época de plant io, do
espaçamento, do controle adequado das pragas e das plantas daninhas.
Ou seja, a adubação de f orma isolada pouco resultará no i ncr emento da
produt ividade.
Outro aspecto importante é que a adubação, af ora o ganho em
produt ividade de raízes poderá melhorar a qualidade industr ial destas,
com relação a maior rendimento em f arinha ou f écula.
Baseados em result ados exper imentais é possí vel est imar ganhos na
produt ividade de 4% a 38%. Por exemplo, numa produtividade de 80
toneladas por alqueire com dois ciclos, será possível obter ganhos de
produt ividade da ordem de 3,2 t oneladas até 25,6 toneladas.
Evidentemente a relação custo benef ício da adubação dependerá dos
preços do adubo e da raiz de mandioca.

Adubação com nitrogênio
A aplicação de nitrogênio na cultura da mandioca não tem propiciado
aumento de pr odut ividade de raízes em exper iment os realizados em
vár ios locais do Par aná. Na maior ia das vezes o que ocorre é somente o
incremento da parte aérea, o que não int eressa para o produt or.
Portanto o nitrogênio deverá ser aplicado somente em casos de
def iciência visual extrema durant e o desenvolvimento inicial das
plantas, na quantidade máxima de 100 kg/alqueire de nitrogênio, 40 a
60 dias após a brotação das mudas.
Como f onte de nitrogênio evit ar o uso da uréia, pr incipalmente em solos
arenosos.


Adubação com fósf oro e potássio
A adubação com fósf oro e potássio deve ser f eita seguindo o s
resultados obtidos na análise de solo. Em experimentos realizados em
vár ias regiões e tipos de solo no Paraná f oram determinadas as
classif icações par a o f ósf oro e o potássio em teor es desde muito baixo
até alto.
As adubações com fósf oro, segundo estas r ecomendações poderão ir de
400 a 1.000 kg/alqueire e para o potássio de 150 a 650 kg/alqueire,
dependendo da f onte que será utilizada bem como o teor do elemento
presente no adubo.
A adequada recomendação da quantidade de f ósf oro e pot ássio a ser
aplicada deverá ser f eita por técnicos agr ícolas e engenheiros
agrônomos mediante o uso dos resultados da análise de solo.

Época de aplicação
A época de aplicação dos f ertilizantes é importante devido a mobilidade
dos elementos e ao t ipo de solo.
O f ósf oro deve ser aplicado todo no sulco de plantio. Este elemento é
muito pouco aproveit ado se f or aplicado em cobertura.
O potássio pode ser aplicado no sulco de plantio e em cobertura. Em
solos arenosos é recomendável que o potássio seja aplicado em
cobertura. Em sol os mais argilosos o potássio pode ser parcelado
devido às menores perdas por lixiviação.
Quando o teor de potássio no solo est iver muito baixo recomenda -se a
aplicação da metade da dose no sulco de plantio e o restante em
cobertura seja o solo argiloso ou ar enoso.
      No sulco de plantio, evitar o contato das mudas com o adubo
principalmente os f ormulados que contêm potássio e nitrogênio.




MANDIOCA

O cultivo da mandioca é de grande relevância econômica como principal fonte de
carboidratos para milhões de pessoas, essencialmente nos países em
desenvolvimento. O Brasil possui aproximadamente dois milhões de hectares é um
dos maiores produtores mundiais, com produção 23 milhões de toneladas de raízes
frescas de mandioca. A região Nordeste tradicionalmente caracteriza-se pelo sistema
de policultivo, ou seja, mistura de mandioca com outras espécies alimentares de ciclo
curto, principalmente feijão, milho e amendoim.
Atualmente a demanda de amido de mandioca (fécula) tem crescido de forma
substancial, principalmente pelo setor industrial a exemplo da utilização de fécula na
mistura de farinha de trigo para fabricação de pães, objetivando reduzir as
importações de trigo, gerando divisas para o país.
A mandioca, Manihot esculenta Crantz, é uma planta perene, arbustiva, pertencente a
família das Euforbiáceas. A parte mais importante da planta é a raiz. Rica em fécula,
utilizadas na alimentação humana e animal ou como matéria prima para diversas
indústrias. Originária do continente americano, provavelmente do Brasil, a mandioca já
era cultivada pelos índios, por ocasião da descoberta do país. Este trabalho reúne
informações técnicas simplificadas, necessárias ao cultivo da mandioca, de resultados
de pesquisas geradas pelos principais órgãos do Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária.
CLIMA E SOLO
É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação pluviométrica
variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura média de
em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudica o desenvolvimento
vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível
do mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais
variadas condições de clima e solo. Os solos mais recomendados são os profundos
com textura média de boa drenagem. Deve-se evitar solos muito arenosos e os
permanentemente alagados.
PLANTIO
Normalmente se recomenda o plantio de maio a outubro. Entretanto o plantio pode ser
recomendado em qualquer época, desde que haja umidade suficiente para garantir a
brotação das hastes.
O espaçamento é definido como a distância entre as fileiras de plantas e entre plantas
na fileira e variam de 1,0m x 0,60m, em fileiras simples, e 2.0m x 0.60m x 0,60m em
fileiras duplas. A posição do tolete na cova é horizontal a uma profundidade de cinco a
dez centímetros, cobrindo-o com uma leve camada de terra.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo. Entretanto, os
solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados adequadamente,
conforme os resultados de análise química. As adubações orgânicas e fosfatadas
respondem de forma bastante positiva no aumento da produtividade.
TRATOS CULTURAIS
São recomendadas em média cinco capinas do mato, sendo três no primeiro ano e
duas no segundo ano.
PRAGAS E DOENÇAS
As principais pragas são: mandarovás, ácaros, percevejo de renda, mosca branca,
mosca do broto, broca do caule, cupins e formigas. As doenças mais comuns são:
Podridão de raiz, Bacteriose, superbrotamento, viroses. Ao ser constatada qualquer
alteração no estado fitossanitário, consultar o órgão competente mais próximo.
COLHEITA E RENDIMENTO
A colheita deve ser iniciada de acordo com o ciclo da variedade utilizada no plantio e é
feita manualmente, através do arranquio das raízes. As raízes colhidas deverão ser
processadas pela indústria durante as primeiras vinte e quatro horas, para não
comprometer a qualidade dos seus produtos. A produtividade varia de acordo com as
variedades utilizadas, espaçamento e os tratos culturais empregados na cultura. A
produtividade média varia de 15 a 20 toneladas por hectare. O rendimento industrial
varia de 25 a 30%, ou seja uma tonelada de raízes produz cerca de 300 quilos de
farinha.
VARIEDADES
A cultura da mandioca apresenta uma grande variabilidade genética, possibilitando um
grande número de variedades disponíveis para recomendação de plantio. As
variedades são recomendadas de acordo com a finalidade de exploração. As
principais cultivares recomendadas para a Bahia são: Cigana, Cidade Rica,
Maragogipe, Manteiga, Saracura e Casca Roxa.
PRODUTOS
Os produtos das raízes para alimentação humana são a farinha, a fécula, o beiju, o
carimã, dentre outros. A fécula é bastante utilizada nas indústrias de alimentos como
em outras indústrias.

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  • 1. Seleção e preparo de material de plantio O plantio da mandioca é realizado com manivas ou manivas-sementes, também denominadas manaíba ou toletes ou rebolos, que são partes das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento e com 5 a 7 gemas. Devido a multiplicação vegetativa a seleção das ramas e o preparo das manivas são pontos importantes para o sucesso da plantação. A seleção e preparo do material de plantio são determinantes para um ótimo desenvolvimento da cultura da mandioca, resultando em aumento de produção com pequenos custos. Nesta fase alguns aspectos de ordem fitossanitária e agronômica devem ser considerados. Dentro do aspecto fitossanitário vale ressaltar que o material de plantio deve estar sadio, ou seja, livre de pragas e doenças, considerando que a disseminação de patógenos é maior nas culturas propagadas vegetativamente do que nas espécies propagadas por meio de sementes sexuais. Sendo necessário, entretanto, inspeção constante da área com o plantio de onde serão retiradas as ramas para avaliar sua sanidade. Devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros, percevejo de renda, ou que sofreram granizos ou geadas. Outros aspectos a serem observados são os agronômicos, que apesar de simples resultam em aumento de produção do mandiocal, e às vezes, sem acréscimo ao custo de produção: a) Escolha da cultivar: A escolha da cultivar deverá ser realizada de acordo com o objetivo da exploração, se para alimentação humana in natura, uso industrial ou forrageiro, e a que melhor se adapte às condições da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares. Necessitando-se usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras separadas. b) Seleção de ramas: As ramas devem ser maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade, e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou "cegas". É importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. c) Conservação de ramas: A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta na perda de material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda-se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas, serem dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo a suas bases enterradas, cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal (Foto 7), as ramas devem conservar a cepa ou maniva-mãe e serem empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área, com cerca de 20% do mandiocal,
  • 2. como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em áreas com riscos de geadas. Foto 7. Armazenamento de ramas de mandioca na posição vertical, a forma mais comum na Região Centro Sul do Brasil. (foto: José Osmar Lorenzi) d) Seleção e preparo das manivas: As manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte em bisel. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão dando-lhe um golpe com o facão de um lado, gira a rama 180 graus, e dá outro golpe no outro lado da rama cortando a maniva; evitando, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas. e) Quantidade de manivas: A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento. Época de plantio Em todo o Brasil, o mais tradicional é plantar-se a mandioca no início da estação chuvosa, a qual coincide com o reinício ou o prosseguimento de um período quente. É que nessas condições, reúnem-se as duas condições essenciais de natureza climática - umidade e calor - para brotação e o enraizamento das estacas plantadas, ponto de partida para o estabelecimento da cultura. Na região Centro-Sul do Brasil, onde os plantios normais sempre foram efetuados no início da estação chuvosa e quente (setembro - outubro), as pesquisa demonstraram que o plantio antecipado (maio - agosto) apresenta ponderáveis vantagens,
  • 3. principalmente as ligadas à menor incidência de ervas daninhas, melhor controle de erosão, maior controle de pragas e moléstias e aumento da produtividade (Tabela 14). Nessa região, quando os plantios são realizados entre outubro/novembro é comum aumentarem certos problemas fitossanitários operacionais, ocasionando maior incidência de larva dos brotos e o favorecimento à propagação da bacteriose. Além da utilização de um material de propagação mais esgotado de reservas, proveniente de conservação ou não. Tabela 14. Efeito da época de plantio na produção de raízes de mandioca no Estado de São Paulo. Diferença sobre o plantio de Época deplantio Produção de raízes (t/ha) outubro (%) Maio 25,8 +66,4 Junho 23,4 +50,9 Julho 27,1 +74,8 Agosto 23,4 +49,7 Setembro 16,6 +7,1 Outubro 15,5 0,0 Fonte: Normanha & Pereira (1950) citados por Lorenzi & Dias (1993). Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima para o processamento industrial. Espaçamento e plantio O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, sendo em solos não sujeitos a encharcamento pode ser feito em covas preparadas com enxada ou em
  • 4. sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal (foto 8) ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Foto 8. Abertura de sulco de plantio com tração animal. (Foto José Osmar Lorenzi) Quando em grande áreas, para fins industriais, utiliza-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Nesse caso, há plantadeiras com duas linhas de plantio, com capacidade para plantar até 5 ha/dia e mais recentemente surgiu as de quatro linhas, com o dobro da capacidade de plantio da anterior, porém, com necessidade de tratores com alta potência para sua operação. Nas regiões produtoras da região Centro Sul do Brasil, é significativo o uso dessas máquinas para a operação de plantio (Foto 9). Foto 9. Plantadeira mecanizadas de mandioca: duas linhas (esquerda) e quatro linhas (direita). Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais indicada é a horizontal, porque facilita a colheita das raízes, colocando-se as manivas no fundo das covas ou dos sulcos. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições inclinada e vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para plantios em matumbos ou camalhões.
  • 5. Consorciação e rotação de culturas Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras, agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais, pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Neste contexto, a mandioca é importante como cultura consorte pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizadando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Esta distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas. Na Região Centro Sul Brasileira, apesar de boa parte da produção ser obtida de grandes cultivos, com lavouras conduzidas com visão empresarial, é altamente significativo o cultivo realizados por pequenos produtores, em particular, os de assentamentos rurais. Nessas condições onde a força de trabalho, basicamente, é composta pela mão-de-obra familiar, e as áreas são minifúndios, os cultivos múltiplos revestem de maior importância, porque otimizam o uso mais intensivo dos recursos escassos, representados pela mão-de-obra, terra e capital. De um modo geral, as culturas a serem consorciadas ou os sistemas a serem utilizados pelo produtor, são determinados por aspectos econômicos regionais e as próprias atividades produtivas na propriedade. A mandioca pode ser utilizada em policultivos com culturas anuais, perenes, agroflorestas e agrosilvipastotis. Com culturas anuais o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser em fileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição das plantas em forma retangular com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e 0,60 a 0,80 m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras alternadas com as de mandioca. Neste caso, recomenda-se o plantio de uma a duas fileiras da cultura intercalar a depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a distribuição das plantas é realizada reduzindo o espaçamento entre duas fileiras simples para 0,60 m , deixando um espaço maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas fileiras simples, também espaçadas de 0,60 m; onde o espaçamento das fileiras duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a 3,00 m. Sendo recomendado, para este caso, de duas a quatro fileiras da cultura consorciada a depender do porte da mesma. Quanto ao consórcio com cultura perene e em sistemas agroflorestais, as culturas intercalares são utilizadas, além das vantagens já mencionadas, com o objetivo de propiciar retorno econômico durante o período de crescimento das culturas perenes, contribuindo para o custo de implantação das mesmas. Nestas condições, a mandioca é utilizada como cultura intercalar, onde o número de fileiras a ser utilizada estará em função da cultura perene e do espaçamento e arranjo espacial de plantio da mesma.
  • 6. Vale ressaltar, que nos plantios de sistemas de policultivos ou consorciados deverão ser utilizadas as tecnologias recomendadas para cada cultura componente do sistema. Na cultura da mandioca, em condições de Cerrado, a utilização da prática de rotação de culturas, além de outras vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e a depauperação do solo. Assim, recomenda-se que seja realizada pelo menos a cada dois cultivos da mandioca, utilizando outras culturas como gramíneas ou leguminosas para produção de grãos, ou leguminosas para adubação verde, ou deixando a área em pousio. Nesse particular, o sistema de plantio em fileiras duplas da mandioca em consorciação, reveste de importância para pequenas áreas por permitir a rotação das culturas em uma mesma área. Outro ponto a destacar é o aproveitamento da adubação residual realizado pela cultura da mandioca. Adubação na cultura da mandi oca Mário Takahashi (  ) Sistema sol o-plant a O solo e as plant as f ormam um sistema onde os elem entos são constant emente rem ovidos da f ase sólida do solo e acum ulados nas plantas. Ao mesmo t empo as plantas, na sua decomposição, depositam nutrientes que retornam para a f ase sólida do solo compondo um sistema dinâmico. Fase sólida Solução Parte do solo do solo Raízes aérea Um adubo qualquer aplicado ao solo, primeiramente, entr a em contato com a f ase sólida do solo e passa para a solução. Poster iormente o elemento pr esent e no adubo entra na planta através das raízes translocando -se para a parte aérea. O adubo não é absor vido diret amente pelas plantas necessitando ser solubil izado no solo. Extração de nutrientes A mandioca extrai elevadas quantidades de nutrientes do solo e se não adequadamente adubada pode conduzir ao esgotamento do t erreno. Tal af irmativa é correta, mas também se aplica para outras cult uras como pode ser visto na tabela 1. Na comparação com as culturas da cana e do milho, a mandioca promoveu uma menor extração com relação ao nitrogênio, ao f ósf oro e ao potássio. Em termos percentuais, o milho extrai 286% mais nitrogênio e 139% mais potássio do que a mandioca . A cana extrai 40% mais f ósf oro e 237% mais potássio que a mandioca. Por est es resultados, é possível obser var não ser ver dadeiro o mito que a mandioca esgota o terreno desde que adequadamente manejada através da adubação e rotação com outras culturas.
  • 7. Tabela 1. Extração de nutr ientes pelas cultur as da m andioca, cana e milho (alqueires). Parte da planta Produção Nitrogênio Fósforo Potássio Cultura |--------------kg-------------| Raiz 60 t 82 30 76 Mandioca Total 121 97 132 Cana Colmo 250 t 218 74 189 Total 363 136 445 Milho Grãos 300 sc 270 54 59 Total 467 98 316 Análise de solo Um aspecto import ant íssimo que poderá orient ar a necessidade de adubação é a análise de solo. Porém, um detalhe que precede a análise no laborat ório, de vital importância, é a coleta adequada das amostras de solo. Uma colet a de amostra mal f eita compromete toda a análise Em área, anter iormente, ocupada por pastagem, dependendo do número de amostras coletadas, ocorreram var iações de 80% para o potássio e de até 176% para o f ósf oro. Portanto em uma área de solo homogêneo é importante a coleta de pelo menos 20 sub -amostras por alqueire que deverão ser bem misturadas para compor uma am ostra a ser encam inhada para o laboratór io. Outro aspecto importante é que cada su b-amostra seja coletada na prof undidade de zer o a 20 cm que é a região de cr escimento principal das raízes de mandioca que absor vem nutrientes. Calagem A mandioca não necessita de grandes quantidades de calcár io para obter boas produt ividades existindo dif erenças na quantidade devido ao tipo de solo e o seu manejo. A quantidade a ser utilizada será calculada mediant e os resultados da análise de solo, devendo o pr odutor consultar um técnico capacitado para tal. O excesso de calagem é mais prejudicial que a f alta desta par a a cultura da mandioca. Respostas à adubação
  • 8. A resposta da cultura da mandioca à adubação depender á dos teor es iniciais dos nutr ientes presentes no solo. Quanto menores os teores dos nutrientes maiores as chances de resposta devido à adu bação. O resultado da adubação também dependerá da qualidade da rama utilizada, da variedade de mandioca, da época de plant io, do espaçamento, do controle adequado das pragas e das plantas daninhas. Ou seja, a adubação de f orma isolada pouco resultará no i ncr emento da produt ividade. Outro aspecto importante é que a adubação, af ora o ganho em produt ividade de raízes poderá melhorar a qualidade industr ial destas, com relação a maior rendimento em f arinha ou f écula. Baseados em result ados exper imentais é possí vel est imar ganhos na produt ividade de 4% a 38%. Por exemplo, numa produtividade de 80 toneladas por alqueire com dois ciclos, será possível obter ganhos de produt ividade da ordem de 3,2 t oneladas até 25,6 toneladas. Evidentemente a relação custo benef ício da adubação dependerá dos preços do adubo e da raiz de mandioca. Adubação com nitrogênio A aplicação de nitrogênio na cultura da mandioca não tem propiciado aumento de pr odut ividade de raízes em exper iment os realizados em vár ios locais do Par aná. Na maior ia das vezes o que ocorre é somente o incremento da parte aérea, o que não int eressa para o produt or. Portanto o nitrogênio deverá ser aplicado somente em casos de def iciência visual extrema durant e o desenvolvimento inicial das plantas, na quantidade máxima de 100 kg/alqueire de nitrogênio, 40 a 60 dias após a brotação das mudas. Como f onte de nitrogênio evit ar o uso da uréia, pr incipalmente em solos arenosos. Adubação com fósf oro e potássio A adubação com fósf oro e potássio deve ser f eita seguindo o s resultados obtidos na análise de solo. Em experimentos realizados em vár ias regiões e tipos de solo no Paraná f oram determinadas as classif icações par a o f ósf oro e o potássio em teor es desde muito baixo até alto. As adubações com fósf oro, segundo estas r ecomendações poderão ir de 400 a 1.000 kg/alqueire e para o potássio de 150 a 650 kg/alqueire, dependendo da f onte que será utilizada bem como o teor do elemento presente no adubo. A adequada recomendação da quantidade de f ósf oro e pot ássio a ser aplicada deverá ser f eita por técnicos agr ícolas e engenheiros agrônomos mediante o uso dos resultados da análise de solo. Época de aplicação A época de aplicação dos f ertilizantes é importante devido a mobilidade dos elementos e ao t ipo de solo. O f ósf oro deve ser aplicado todo no sulco de plantio. Este elemento é muito pouco aproveit ado se f or aplicado em cobertura. O potássio pode ser aplicado no sulco de plantio e em cobertura. Em solos arenosos é recomendável que o potássio seja aplicado em cobertura. Em sol os mais argilosos o potássio pode ser parcelado devido às menores perdas por lixiviação.
  • 9. Quando o teor de potássio no solo est iver muito baixo recomenda -se a aplicação da metade da dose no sulco de plantio e o restante em cobertura seja o solo argiloso ou ar enoso. No sulco de plantio, evitar o contato das mudas com o adubo principalmente os f ormulados que contêm potássio e nitrogênio. MANDIOCA O cultivo da mandioca é de grande relevância econômica como principal fonte de carboidratos para milhões de pessoas, essencialmente nos países em desenvolvimento. O Brasil possui aproximadamente dois milhões de hectares é um dos maiores produtores mundiais, com produção 23 milhões de toneladas de raízes frescas de mandioca. A região Nordeste tradicionalmente caracteriza-se pelo sistema de policultivo, ou seja, mistura de mandioca com outras espécies alimentares de ciclo curto, principalmente feijão, milho e amendoim. Atualmente a demanda de amido de mandioca (fécula) tem crescido de forma substancial, principalmente pelo setor industrial a exemplo da utilização de fécula na mistura de farinha de trigo para fabricação de pães, objetivando reduzir as importações de trigo, gerando divisas para o país. A mandioca, Manihot esculenta Crantz, é uma planta perene, arbustiva, pertencente a família das Euforbiáceas. A parte mais importante da planta é a raiz. Rica em fécula, utilizadas na alimentação humana e animal ou como matéria prima para diversas indústrias. Originária do continente americano, provavelmente do Brasil, a mandioca já era cultivada pelos índios, por ocasião da descoberta do país. Este trabalho reúne informações técnicas simplificadas, necessárias ao cultivo da mandioca, de resultados de pesquisas geradas pelos principais órgãos do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária. CLIMA E SOLO É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura média de em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudica o desenvolvimento vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível do mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais variadas condições de clima e solo. Os solos mais recomendados são os profundos com textura média de boa drenagem. Deve-se evitar solos muito arenosos e os permanentemente alagados. PLANTIO Normalmente se recomenda o plantio de maio a outubro. Entretanto o plantio pode ser recomendado em qualquer época, desde que haja umidade suficiente para garantir a brotação das hastes. O espaçamento é definido como a distância entre as fileiras de plantas e entre plantas na fileira e variam de 1,0m x 0,60m, em fileiras simples, e 2.0m x 0.60m x 0,60m em fileiras duplas. A posição do tolete na cova é horizontal a uma profundidade de cinco a dez centímetros, cobrindo-o com uma leve camada de terra. ADUBAÇÃO E CALAGEM Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo. Entretanto, os solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados adequadamente, conforme os resultados de análise química. As adubações orgânicas e fosfatadas respondem de forma bastante positiva no aumento da produtividade. TRATOS CULTURAIS
  • 10. São recomendadas em média cinco capinas do mato, sendo três no primeiro ano e duas no segundo ano. PRAGAS E DOENÇAS As principais pragas são: mandarovás, ácaros, percevejo de renda, mosca branca, mosca do broto, broca do caule, cupins e formigas. As doenças mais comuns são: Podridão de raiz, Bacteriose, superbrotamento, viroses. Ao ser constatada qualquer alteração no estado fitossanitário, consultar o órgão competente mais próximo. COLHEITA E RENDIMENTO A colheita deve ser iniciada de acordo com o ciclo da variedade utilizada no plantio e é feita manualmente, através do arranquio das raízes. As raízes colhidas deverão ser processadas pela indústria durante as primeiras vinte e quatro horas, para não comprometer a qualidade dos seus produtos. A produtividade varia de acordo com as variedades utilizadas, espaçamento e os tratos culturais empregados na cultura. A produtividade média varia de 15 a 20 toneladas por hectare. O rendimento industrial varia de 25 a 30%, ou seja uma tonelada de raízes produz cerca de 300 quilos de farinha. VARIEDADES A cultura da mandioca apresenta uma grande variabilidade genética, possibilitando um grande número de variedades disponíveis para recomendação de plantio. As variedades são recomendadas de acordo com a finalidade de exploração. As principais cultivares recomendadas para a Bahia são: Cigana, Cidade Rica, Maragogipe, Manteiga, Saracura e Casca Roxa. PRODUTOS Os produtos das raízes para alimentação humana são a farinha, a fécula, o beiju, o carimã, dentre outros. A fécula é bastante utilizada nas indústrias de alimentos como em outras indústrias.