1. Escola Bíblica
Comunidade Evangélica Cristo para as Nações
O Cristão e o Feedback
Eis uma afirmação contundente, mais verídica: não há ninguém que viva, tão somente
de forma passiva. Por mais simples que eu você sejamos, pelo menos uma vez na vida
faremos algo, criaremos algo, seremos seres ativos. E esta verdade também é real na
vida dos cristãos. Até mesmo o maior dos “esquenta bancos”, em algum momento da
caminhada, irá realizar algo. E isto pode ser um grande evento na igreja, uma
programação de uma sociedade ou ministério, uma pregação ou até mesmo o simples
ato de levar uma cadeira de plástico de um canto para o outro, ou simplesmente
aconselhar outro irmão. Se na sua vida cristã toda, você nunca fez nada, mais nada
mesmo, então pare de ler esse texto, pois talvez o título de vida cristã não seja
adequado para você. Não fomos resgatados das trevas para vegetar.
Enfim, mas diante de nossas ações, de nossos planos e execuções, devemos sempre
estar preparados para os “feedbacks”, que significa dar retorno, e ter a capacidade de
dar opiniões, críticas e sugestões sobre alguma coisa. Em tudo que formos fazer,
certamente, receberemos varias críticas, de diferentes pessoas, e nós deveremos estar
preparados para discernir quais destas opiniões devem ser motivos de avaliações.
Porém essa tarefa não é fácil, pois muitos irão nos julgar de forma inadequada e
destrutiva. Mas também, devemos ter o cuidado de não destacar as opiniões que não
nos agradam, pois ali pode haver verdade.
Como então, saberemos que tipos de respostas, conselhos, orientações, feedbacks,
devem ser ouvidos e absorvidos, e quais devem ser repelidos ou ignorados? Há bons
conselhos sobre este assunto na Bíblia, nossa regra de fé e prática.
Uma primeira observação importante é essa: não podemos rejeitar as repreensões! Se
tivermos nossa opinião como inquestionável, daremos vazão a nosso coração vaidoso e
orgulho, que se acha superior aos outros. Devemos evitar esta síndrome da
autossuficiência, considerando sempre que podemos estar errado e que nosso irmão
pode nos ajudar corrigindo-nos. O feedback de seu pastor, de um líder, ou de um irmão
confiável é uma oportunidade que Deus dá para que cresçamos. Podemos observar
isto em Provérbios e Eclesiastes:
Provérbios 9. 8 – 9
Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te
amará. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá
em prudência.
Provérbios 15.12
O homem vaidoso não gosta de quem o corrige; ele nunca pede conselhos aos sábios.
Provérbios 17.10
Mais fundo entra a repreensão no prudente do que cem açoites no insensato.
1
Professor Daniel de Carvalho Luz
2. Escola Bíblica
Comunidade Evangélica Cristo para as Nações
Eclesiastes 7.5
Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato
Agora outra questão extremamente relevante é esta: as observações dos impiedosos
devem ser rejeitadas! Não devemos ouvir conselhos, ou feedbacks, de pessoas que se
guiam por convicções antibíblicas. E por mais que isso pareça obvio muitos ainda caem
nesta armadilha, pois até mesmo dentro da igreja encontramos pessoas assim. Este
conselho é primariamente para termos cuidados com opiniões dos “de fora”, mas sem
esquecer nas igrejas também há resquícios de mundanismo e até mesmo o joio.
São exemplos deste tipo de feedbacks: a programação não foi boa porque atraiu poucas
pessoas, precisamos ser mais atrativos. Seu discurso é muito duro e por isso as pessoas são
afastadas, deixe a doutrina de lado, fale só de coisas agradáveis. Ou então, muitas vezes,
são pessoas movidas por inveja, e até mesmo cobiça, que só irão criticar para tentar
atrapalhar a obra de Deus.
Afaste-se destas pessoas, não dê ouvidos a elas, pois o nome na lista de membros de
uma igreja, não significa que aquela pessoa é piedosa e nascida de novo. Tenha
discernimento para identificar pessoas assim, pois estas precisam de oração, e não de
aprovação. Seus feedbacks são venenosos e inúteis, como afirmam as escrituras:
Provérbios 12.5-6
Os pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano.
As palavras dos ímpios são ciladas para derramar sangue, mas a boca dos retos os livrará.
Salmos 26.4
Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores.
Por fim, um último conselho válido, a palavra de Deus deve ser o termômetro de
validade de qualquer feedback2 Timóteo 3:16. Ela é nosso filtro de todas as
informações, desde uma pregação até mesmo um conselho. Ou seja, sempre corra para
a bíblia, e veja se aquilo que recebeste é coerente com ela. Se for, acate, reflita e cresça.
Se não for? Ignore, olhe para o alvo que é Cristo, e siga em frente, para louvor e glória
do nome Daquele que o arregimentou.
JANELA DE JOHARI
1. O que é uma janela de Johari
A Janela de Johari é um instrumento prático para se analisar a maneira como
uma pessoa se relaciona com as outras, em seu grupo de trabalho ou de
relacionamento. Foi criada por dois pesquisadores americanos., e de seus próprios
nomes se deriva o nome que deram a esse modelo: Joseph Luft e Harry Ingham. Esse
modelo foi pela pela primeira vez apresentado por Joseph Luft, “JohariWindow”, in
“Humanrelations training New”,
2
Professor Daniel de Carvalho Luz
3. Escola Bíblica
Comunidade Evangélica Cristo para as Nações
vol.5, 1961, E.U.A, p.6.A Janela de Johari consiste num quadro composto de quatro
partes, que pode ser visto na figura abaixo:
A Janela de Johari
EU
Conhecido para mim Desconhecido para mim
para os outros
ÁREA ÁREA
Conhecido
LIVRE CEGA
OUTROS
ÁREA
Para os outros
Desconhecido
ÁREA
OCULTA
DESCONHECIDA
(“fachada”)
Escola Bíblica – Comunidade Evangélica Cristo para as Nações 7
1.1 Duas dimensões básicas
Esse quadro mostra o que se pode chamar o “espaço interpessoal” de uma pessoa no
grupo de trabalho, ou seja, a sua maneira pessoal de relacionar-se com as outras
pessoas. Pode-se ver que essa maneira depende, em relação à informação que a pessoa
tem sobre ela própria, (a) de informações que são conhecidas; e (b) informações que
não são conhecidas pela pessoa. Essa é uma das duas dimensões em que se baseia a
Janela de Johari. A outra dimensão é a fonte dessa informação.
1.2 Quatro Áreas
Isso nos leva a quatro quadrantes ou áreas na janela de Johari, que são explicadas a
seguir:
1.2.1 Área 1- Arena - “Eu Aberto”
Esta área inclui aquelas informações (positivas ou negativas, não importa), que são
conhecidas tanto pela pessoa em questão, quanto pelas outras pessoas. Chama-se
ARENA, porque é onde efetivamente se dá o relacionamento interpessoal produtivo. É
uma área de conhecimento comum, partilhado por todos, sobre a pessoa que está
sendo analisada. Na ARENA ocorre uma efetiva troca de informações; quanto maior é
essa área, mais produtivo e mais útil é o relacionamento, porque é aí que os problemas
são conhecidos e de fato enfrentados, para serem resolvidos de uma vez por todas.
1.2.2 Área 2- Ponto Cego – “Eu Cego”
Esta é a área de informações sobre a pessoa que é desconhecida por ela mesma,
embora seja conhecida pelas outras pessoas (a expressão “ponto cego”, quando de
dirige um automóvel e o auto que vinha atrás ultrapassa o nosso, indica aquele ponto
em que, por um momento, não podemos vê-lo nem pelo espelho retrovisor, nem pelo
espelho lateral e nem mesmo voltando a cabeça para trás).
O Ponto Cego é, portanto, aquilo que os outros vêem em nós, e que nós mesmos não
somos capazes de ver. Representa uma desvantagem no relacionamento com as outras
3
Professor Daniel de Carvalho Luz
4. Escola Bíblica
Comunidade Evangélica Cristo para as Nações
pessoas, porque, quanto mais não conseguimos perceber tais pontos, quanto mais não
conseguimos perceber porque as outras pessoas agem de determinadas maneiras em
relação a nós.
1.2.3 Área 3- Fachada – “Eu Secreto”
A Fachada é uma parte de nós que apresentamos publicamente e que, no
entanto, esconde algo por trás. É nessa parte da Janela de Johari que estão as
informações sobre nós mesmos que conhecemos, mas que não damos a conhecer aos
outros. É onde, portanto, ficamos na defensiva. Frequentemente temos dificuldades
em mostrar certas informações sobre nós, ou porque nos sentimos vulneráveis demais
se os outros as conhecerem, ou porque nos envergonhamos delas, ou por muitas
outras razões. A Fachada, como o Ponto Cego, representa também uma área em que a
eficácia do nosso relacionamento interpessoal está diminuída.
1.2.4 Área 4- Desconhecido – “Eu Desconhecido”
Esta área é ao mesmo tempo desconhecida por nós mesmos e pelas outras
pessoas. Pode incluir qualquer tipo de dados, aquilo que ainda não foi explorado em
nós, que permanece latente ou inconsciente em nós. É provável que, como essa área
inclui a maior parte das informações sobre nós mesmos, crescer frequentemente possa
se referir como “desvendar a área do DESCONHECIDO”.
É claro que essa área 4 pode ser descoberta e trazida à luz. Podemos, assim,
ampliar a Arena, aumentando nossa produtividade interpessoal.
4
Professor Daniel de Carvalho Luz