O documento apresenta uma avaliação do desempenho no mercado de trabalho de participantes na Iniciativa Novas Oportunidades. A avaliação inclui dois estudos: um sobre os processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e outro sobre cursos de educação e formação de adultos e formações modulares. O objetivo é medir o impacto destas modalidades na empregabilidade e remunerações dos participantes.
Participantes Iniciativa Novas Oportunidades Avaliação Mercado Trabalho
1. Participantes na Iniciativa Novas Oportunidades
Avaliação do desempenho no mercado de trabalho
- Eixo Adultos -
Francisco Lima
Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa
e
CEG-IST, Centro de Estudos de Gestão do IST
18-05-2012
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2. Estrutura da Avaliação
• Avaliação separada em dois estudos
Os Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências e o Desempenho no Mercado de Trabalho
Avaliação dos Cursos de Educação e Formação de Adultos e
Formações Modulares: Empregabilidade e Remunerações
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3. Equipa
• Centro de Estudos de Gestão do IST (CEG-IST)
• Coordenação: Francisco Lima
– Professor do Departamento de Engenharia e Gestão do Instituto
Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa e Investigador do
CEG-IST, Centro de Estudos de Gestão do IST
• Colaboraram no tratamento de dados estatísticos: Hugo Silva
e Tiago Fonseca do Instituto Superior Técnico e do CEG-IST
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4. Objetivos
• Avaliação do desempenho no mercado de trabalho
• Medir o impacto da participação em
– Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências (RVCC)
– Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) e Formações
Modulares (FM)
• Duas dimensões de desempenho
– Empregabilidade
– Remunerações
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5. Metodologia
• Comparação do desempenho no mercado de trabalho entre
participantes e não participantes nas diferentes modalidades
• O grupo de não participantes é ajustado para ter
características semelhantes aos participantes
– Características demográficas
– Situação no mercado de trabalho antes da participação
• A estimação do efeito da empregabilidade
– Aumenta a probabilidade de transitar para o emprego, reduzindo a
duração da experiência de desemprego?
• Estimação no efeito nas remunerações
– Aumenta a remuneração um ano depois? Dois anos depois?
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6. Bases de Dados
• Fontes de informação - microdados
– Ficheiros de remunerações dos trabalhadores e dos beneficiários de
subsídios de desemprego e de outras prestações sociais, do Instituto
de Informática do MSSS
– informação sobre os formandos adultos - Sistema de Informação e
Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO)
• Dados cruzados através de um número encriptado
• Período coberto: 1.º trimestre de 2005 – 2.º trimestre de 2011
• Período anterior ao início dos dados do SIGO – 2005/2006 –
permite construir o historial do trabalhador anterior à
participação
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7. Estudo 1
Os Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências e o Desempenho no Mercado de Trabalho
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8. Processos RVCC
• Avaliar o impacto dos processos RVCC no desempenho no
mercado de trabalho
• Adultos que se inscreveram e completaram um processo de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
(RVCC) entre 2007 e 2011
• O RVCC tem a particularidade de atribuir um nível de
escolaridade sem implicar a aquisição de novos
conhecimentos no decorrer do processo de certificação
• O RVCC terá um efeito positivo no mercado de trabalho
– Se reduzir a assimetria de informação sobre as qualificações do
trabalhador
– Se o mercado reconhecer o processo de certificação como credível
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9. Processos RVCC
• RVCC
– RVCC B12 – Certificação com equivalência ao 1.º ou 2.º ciclo do nível
básico de escolaridade (pelo menos um dos ciclos)
– RVCC B3 – Certificação com equivalência ao 3.º ciclo do nível básico de
escolaridade
– RVCC S – Certificação com equivalência ao nível secundário de
escolaridade
– RVCC P – Pessoas certificadas no processo RVCC Profissional
– Cruzamento entre RVCC e Formações Modulares (FM) e entre RVCC e
cursos EFA
• Estrutura do Estudo
– Enquadramento
– Dados e Metodologia
– Caracterização dos participantes em processos RVCC e comparação com
não participantes
– Estimação do impacto na empregabilidade e remunerações
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10. 50 45
40 39
40 37 37 Os participantes são, em
30
média, mais novos do que
os não participantes,
20 exceto os RVCC B12
10
0
Não part. RVCC B12 RVCC B3 RVCC S RVCC P
20 18
17
Os participantes detêm 14 15 14
15
mais anos de experiência
profissional quando 10
comparados com os não
5
participantes
0
Não part. RVCC B12 RVCC B3 RVCC S RVCC P
10
11. Trabalhadores por conta de outrem são oriundos essencialmente de
sectores da indústria de menor intensidade tecnológica e dos serviços
de menor intensidade de conhecimento
RVCC - 2010
Indústria - High-Tech
Indústria - Medium-High-Tech
Indústria - Medium-Low-Tech
Indústria - Low-Tech
Servi - High-Tech KIS
ços
Servi - Market KIS
ços
Servi - Financial KIS
ços
Servi - Other KIS
ços
Servi - Market Less KIS
ços
Servi - Other Less KIS
ços
Agricultura e Pescas
Extração
ção
Constru
Água e Energia
Outros
40 30 20 10 0 10 20 30 40
%
Homens Mulheres
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12. A percentagem de inscritos em processos RVCC desempregados aumentou
entre 2007 e 2011
A duração do desempego dos participantes é superior à dos não
participantes e é mais longa para menores nível de escolaridade
As remunerações 950
médias (ilíquidas) Remunerações
900
dos participantes são
850 Não part.
menores
800 RVCC B12
750 RVCC B3
Participantes em 700 RVCC S
desvantagem no RVCC P
650
mercado de
trabalho 600
2005200620072008200920102011
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13. RVCC: impacto empregabilidade e nas remunerações
• Impacto na empregabilidade medido pela probabilidade de
transitar para o emprego
– Reduz a duração da experiência de desemprego
– A participação no processo RVCC ocorre no momento de entrada no
desemprego ou em data posterior
• Estimação do impacto nas remunerações para
– diferentes transições entre condições perante o trabalho (desemprego
e emprego), antes e depois da conclusão de um RVCC
– considerando variações das remunerações de um e dois anos
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14. RVCC: Conclusões do Estudo 1
• Os processos RVCC tiveram mais impacto no aumento da
probabilidade de emprego, para um desempregado, quando
estiveram associados a
– RVCC Profissionais ou
– a Formações Modulares Certificadas, se estas tiverem sido
combinadas com RVCC Escolares de nível básico (do 1.º ao 3.º ciclo)
• O impacto dos processos RVCC sobre as remunerações, por
seu lado, é geralmente nulo, exceto em casos específicos:
– quando os processos tiverem estado associados a um nível maior de
escolaridade no momento em que se inicia o processo (RVCC S), ou
– se ocorreu conjugação entre RVCC B12 e Formações Modulares
Certificadas
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15. Estudo 2
Avaliação dos Cursos de Educação e Formação de Adultos e
Formações Modulares: Empregabilidade e Remunerações
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16. Cursos EFA e Formações Modulares
• Avaliação de duas modalidades formativas
– Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA)
– Formações Modulares (FM)
• Adultos que se inscreveram e completaram uma das duas
modalidade formativas entre 2007 e 2011
• Investimento na aquisição de novas competências –
acumulação de capital humano
• Estrutura do Estudo
– Enquadramento
– Dados
– Caracterização dos participantes nas duas modalidades formativas e
comparação com não participantes
– Metodologia e estimação do impacto na empregabilidade e
remunerações
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17. 50 41 Os participantes nos cursos
39 40 39
40 33 35
EFA são, em média, mais
30
novos do que os não
20
participantes e com menor
10
0
experiência profissional
20
15 16 16
Idades dos participantes em FM 15 13 14
12
aproximam-se da idades de não 10
participantes, mas têm mais 5
experiência profissional
0
17
18. 1000
Remunerações por
900
modalidade de formação
800 (nos trimestres até ao
700 Não part momento da inscrição) –
EFA Homens
600
FM
500
400
1000
Remunerações por
900
modalidade de formação
(nos trimestres até ao 800
momento da inscrição) – 700 Não part
Mulheres EFA
600
FM
500
400
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19. Caracterização dos participantes e não participantes
em curos EFA e FM
• Maior incidência de desemprego entre os participantes EFA
• Desemprego menos expressivo nas FM (mas superior ao dos
não participantes)
• As duas dimensões – empregabilidade e remunerações –
demostram que o grupo de participantes está em clara
desvantagem no mercado de trabalho
• Esta desvantagem é mais evidente no caso dos participantes
em cursos EFA, dada a maior incidência de desemprego e
menores remunerações
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20. EFA e FM: Impacto na empregabilidade
• A duração do EFA implica que o efeito no momento da
inscrição e diferente do efeito no momento após a conclusão
Homens - EFA após conclusão
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Permanência no
desemprego por
participação nos cursos
EFA (medido a partir do
trimestre de conclusão)
0 4 8 12 16 20 24
Duração do desemprego (trimestres)
Não participantes Participantes
20
21. EFA e FM: Impacto na empregabilidade
• Quando se mede o impacto da participação após a conclusão
do curso, a probabilidade de transição do desemprego para o
emprego aumenta em 14% para os homens e 2% para as
mulheres
• Participação nas FM aumenta a probabilidade de transição em
3% para os homens e em 1% para as mulheres
– As FM têm uma duração menor, entre 25h e 600h (os EFA podem
chegar às 2000h)
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22. EFA e FM: impacto nas remunerações
• A conclusão de um curso EFA associada a um aumento da
remuneração (em 4%) no caso dos homens
– Face à sua situação oito trimestres antes, quando se encontravam
desempregados
• A estimativa é superior quando este inclui uma componente
formativa em áreas técnicas/tecnológicas, por oposição a
áreas de ciências sociais e serviços
– Efeito significativo para ambos os sexos
• As FM estão associadas a um crescimento na remuneração de
3,1% para empregados com pelo menos um trimestre sem
emprego
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23. EFA e FM: Conclusões do Estudo 2
• Os cursos EFA estão associados a um aumento da probabilidade de
transição do desemprego para o emprego
• O efeito da FM na redução da duração do desemprego é também
positiva, mas o efeito é menor
• Relação positiva entre a evolução da remuneração e a conclusão de
um curso EFA, nos casos em que o trabalhador estava
desempregado
– A relação é mais forte quando a formação incide sobre áreas técnicas,
com uma maior componente tecnológica (ciência, incluindo informática,
engenharia e áreas afins)
• Quando o trabalhador passa por uma experiência de desemprego
curta, as FM permitem gerar uma variação positiva na remuneração
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24. Participantes na Iniciativa Novas Oportunidades
Avaliação do desempenho no mercado de trabalho
- Eixo Adultos -
Francisco Lima
Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa
e
CEG-IST, Centro de Estudos de Gestão do IST
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