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O Sufismo
       Através de um documentário na TV ou num site belamente projectado, a maioria
das pessoas já ouviu algo sobre “sufis” e “Sufismo”. Programas na TV têm-no divulgado,
anfitriões de programas de entrevista fazem menção deles e os políticos passaram a ter
um forte interesse nesse grupo... Basta apenas escrever a palavra “sufi” em qualquer
programa de busca para se ser sobterrado com vídeos e fotos disponíveis.
      No espaço cibernético podem-se ver imagens e vídeos de místicos e anciões sufis a
dançar em formas rítmicas ao som de melodias vibrantes. Imagens perturbadoras de
anciões místicos sufis a furar as suas cabeças com facas ou a submeterem-se a várias
formas de tortura são muito comuns também.
      Uma pessoa interessada no Islam pode ter uma ideia errada sobre o Islam e os
muçulmanos, porque para o ocidente “sufis” e “Sufismo” é apenas um sinónimo de
"muçulmanos" e "Islam".
      A pergunta que surge é se eles são realmente muçulmanos e se estão a praticar o
Islam. Existem muitos sites, artigos e livros que foram escritos e compilados, mas a
maioria fala sobre Sufismo de forma emotiva, dando a impressão que são imparciais.
Nessa humilde empreitada analisaremos o “Sufismo” de maneira informativa, longe de
qualquer preconceito.
       Embora sejam somente uma pequena minoria, os sufis podem ser encontrados em
muitos países, islâmicos e não-islâmicos, como por exemplo no Egipto. Mas contrário à
crença de que o Sufismo é um “grupo”, o sufismo é dividido em “ordens”. Cada uma
difere da outra em termos de crença e prática. Alguns grupos são maiores do que outros
e alguns grupos acabaram com a passagem do tempo. Entre os grupos sobreviventes hoje
existe a ordem Tijani, a ordem Naqshabandi, a ordem Cadirita e a ordem Chatili.



                                  Origem do Sufismo


       Na sua forma inicial os ensinamentos do Sufismo salientavam que um indivíduo
deve dar mais ênfase aos aspectos espirituais do Islam, como resultado de muitos
perderem de vista esse grande objectivo do Islam. Depois de um período de tempo,
entretanto, anciões infames sufis introduziram práticas estranhas ao Islam que foram
bem recebidas pelos seus seguidores. Práticas introduzidas incluíam dançar, tocar música
e até consumir haxixe.
      O sábio Ibn al-Jawzi escreveu no seu livro ‘Talbis Iblis’ sobre a origem do nome
usado por este grupo, dizendo: “São chamados por esse nome em referência à
primeira pessoa que dedicou a sua vida à adoração ao redor da Kaaba, cujo nome
era Sufah.”
De acordo com isso, aqueles que queriam imitá-lo chamavam-se “sufis”.
      Ibn al-Jawzi também menciona outra razão: “usavam roupas feitas de lã.”
Lã em árabe é chamado “soof” e roupas de lã eram o sinal de um asceta naquela época,
uma vez que a lã era a forma mais barata de vestimenta e era muito áspera sobre a
pele; em resumo, era um símbolo de ascetismo.
Em qualquer caso, a palavra "sufi" não estava presente na época do Profeta
Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) e dos seus companheiros e apareceu pela
primeira vez por volta do ano 200 da Hijrah (200 anos depois da migração do Profeta de
Meca para Medina).
      Ibn Taymiyyah, o sábio bem conhecido, menciona que o primeiro surgimento do
Sufismo foi em Basrah, no Iraque, onde algumas pessoas foram a extremos na adoração e
no afastamento da vida mundana, como não era visto noutras terras.[1]



                               Então, o que é Sufismo?


        O Sufismo é uma série de conceitos e práticas que passam pela pobreza, reclusão,
ilusão, privação da alma, cantar e dançar. É baseado numa mistura de muitas religiões e
filosofias diferentes, como a filosofia grega, Zoroastrismo, Budismo, Hinduísmo e
também o Islam.
      Frequentemente os próprios sufis ou os orientalistas referem-se ao Sufismo como
o “misticismo islâmico”, para dar a impressão de que o Islam é num todo ou em parte
uma religião dogmática com um conjunto de rituais sem sentido.
A própria natureza do Sufismo (ou Tasawwuf) opõe-se ao que um muçulmano deve
acreditar, o que será explicado mais adiante quando forem mencionadas as crenças sufis
em geral.



                           Características de um Muçulmano


       Um muçulmano sempre recorre ao Alcorão e às narrações do Profeta Muhammad
(salAllahu 'alayhi wa salam) ou seja, a Sunnah, em questões de religião.


Deus diz-nos no Alcorão:
“Não é dado ao crente, nem à crente, agir conforme o seu arbítrio, quando Deus e o
Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao
Seu Mensageiro desviar-se-á evidentemente.” (Alcorão 33:36)


       O Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) enfatizou a importância de
seguir o Alcorão e a Sunnah e o perigo de introduzir quaisquer inovações no Islam.


O Profeta disse: “Aquele que fizer um acto que não esteja de acordo com os meus
comandos (ou seja, a Lei Islâmica), deve ser rejeitado.” (Saheeh Muslim)


Ibn Mas’ood (um companheiro do Profeta (salaAllahu 'alayhi wa salam)) disse:
“O Mensageiro de Deus (salAllahu 'alayhi wa salam) fez uma linha reta no chão com a sua
mão e então disse: “Esta é a senda reta de Deus.” Depois ele fez uma linha curta de
cada lado da linha reta e então disse: “Em cada uma dessas linhas curtas existe um
demónio convidando as pessoas para elas.” Então ele recitou o versículo do Alcorão:
“Este é o Meu caminho reto. Segui-o e não sigais os demais, para que estes não vos
desviem do Meu caminho.” (Alcorão 6:153)
(Hadith Saheeh: relatado por Ahmad e an-Nasaae’e)


      Um muçulmano, portanto, deve obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro. Esta é a
autoridade mais alta no Islam. Não se deve seguir cegamente líderes religiosos, pelo
contrário, como humanos devemos usar as faculdades que nos foram dadas por Deus,
para pensar e raciocinar.
O Sufismo, por outro lado, é uma ordem que retira da pessoa o livre pensar e o critério
pessoal e a coloca à mercê do sheikh da ordem... como foi dito por alguns anciões sufis,
“deve-se comportar com o seu sheikh como uma pessoa morta se comporta ao ser
lavada”, ou seja, não deve argumentar nem opor-se à opinião do sheikh, e deve
demonstrar obediência e submissão totais a ele.


Os verdadeiros muçulmanos estão satisfeitos com o nome “muçulmano” dado a eles por
Deus Todo-Poderoso, como Ele diz:
“E não vos impôs dificuldade alguma na religião, porque é o credo de vosso pai,
Abraão. Ele vos denominou muçulmanos, antes (nas escrituras sagradas anteriores) e
neste livro (Alcorão)...” (Alcorão 22:78)


Os sufis podem insistir que são muçulmanos, mas ao mesmo tempo alguns insistem em se
identificarem como sufis em vez de como muçulmanos.



Crenças Islâmicas num Relance: Crença em Deus


Resumidamente, um muçulmano acredita na unicidade de Deus. Ele não tem parceiros e
nada e ninguém é semelhante a Ele. Deus, Todo-Poderoso, diz:
“Nada é igual a Ele [2], e Ele é Omniouvinte, Omnividente.” (Alcorão 42:11)


Deus é separado da Sua criação e não uma parte dela. Ele é o Criador e o resto é a Sua
criação.


Os sufis têm uma variedade de crenças em relação a Deus, Todo-Poderoso. Entre essas
crenças estão as seguintes:
   a) Al-Hulool: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, habita na Sua Criação.
   b) Al-It’tihaad: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, e a criação são uma
      presença única, unida.
   c) Wahdatul-Wujood: Essa crença denota que não se deve diferenciar entre o
      Criador e a criação, porque ambos, Criador e criação, são uma entidade.
Mansur al-Hallaaj, uma figura muito reverenciada pelos sufis, disse: “Sou Aquele a Quem
amo”, exclamou, “Aquele a Quem amo sou eu; somos duas almas que coabitam num
corpo. Se me vir a mim, O verá, e se O ver, verme-á.”[3]
Muhiyddin Ibn 'Arabi, outra figura reverenciada no Sufismo, foi infame pelas suas
declarações: “O que está sob a minha vestimenta não é nada, excepto Deus”, “O servo
é o Senhor e o Senhor é o servo.”[4]
Essas crenças acima contradizem fortemente a crença islâmica na unicidade de Deus,
porque o Islam é um estrito monoteísmo. Essas doutrinas cardinais sufis não estão
distantes de algumas das crenças cristãs ou da crença hindu da reencarnação.
      Sharda no seu livro “Sufi Thought” (Pensamento Sufi) disse: “A literatura sufi do
período pós-Tamerlão mostra uma mudança significativa na essência de
pensamento. É panteísta. Depois da queda do poder da ortodoxia muçulmana no
centro da Índia por aproximadamente um século, devido à invasão de Tamerlão, o
Sufismo ficou livre do controle da ortodoxia muçulmana e associou-se com santos
hindus, que os influenciaram a uma extensão surpreendente. Os sufis adoptaram o
monismo, a devoção extrema e práticas Bhakti e iogues da escola vedântica
Vaishnava. Naquela época a popularidade do panteísmo vedântico entre os sufis
alcançou o seu apogeu.”



                              Crença no Profeta de Deus


      Um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) foi o
profeta final e mensageiro de Deus. Não era divino e não é para ser adorado, mas é para
ser obedecido. Não se pode adorar Deus excepto da forma que foi mencionada pelo
Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam).
      As ordens sufis adoptam uma ampla variedade de crenças em relação ao Profeta
Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam). Entre eles existem os que crêem que ele
ignorava o conhecimento que os anciões sufis possuem.
Al-Bustami, um sheikh sufi, disse: “Entramos num mar de conhecimento na margem em
que os profetas e mensageiros pararam.”
Outros sufis atribuem algum tipo de divindade ao Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam)
dizendo que toda a criação foi criada da “luz” do Profeta Muhammad.
Alguns até acreditam que ele foi a primeira criação e que está a descansar sobre o trono
de Deus, que é a crença de Ibn 'Arabi e outros sufis que vieram depois dele.
Crença no Paraíso e Inferno


       De forma resumida, os muçulmanos acreditam que o Inferno e Paraíso existem
agora e são duas moradas reais. O Inferno é onde uma pessoa pecadora será punida e o
Paraíso é onde uma pessoa piedosa será recompensada.
       Os sufis em geral acreditam que ninguém deve pedir a Deus que lhes garanta o
Paraíso. Até alegam que o Wali (guardião) não deve buscar o Paraíso, porque é um sinal
de falta de intelecto. Para eles “Paraíso” tem um significado imaterial, que é o de
receber o conhecimento do oculto de Deus e se apaixonar por Ele.
      Quanto ao Inferno, os sufis acreditam que ninguém deve tentar escapar dele. De
acordo com eles, um verdadeiro sufi não deve temer o Fogo. Alguns até acreditam que
se um ancião sufi cuspir sobre o Fogo ele será apagado, como Abu Yazid al-Bustami
alegou.



                                Princípios do Sufismo


       “Submissão total e voluntária ao sheikh” é provavelmente o lema do Sufismo.
Num relance, é claro que um laço especial e completo é formado entre o líder da ordem
sufi (o “sheikh”) e o murid (seguidor).
      O entendimento dos princípios do Sufismo reside no entendimento da sua
estrutura básica. E qual é essa estrutura?
       Basicamente o seguidor faz um voto de aliança no qual se compromete a obedecer
ao sheikh e, por sua vez, o sheikh promete livrar o seguidor de todos os problemas ou
calamidades que recairem sobre ele. O sheikh também oferece ao seguidor sincero
benefícios adicionais lucrativos. Uma vez que o seguidor concorde, ele é abençoado e é-
lhe designado um conjunto de Dhikr (cânticos). O seguidor também deve viver a sua vida
de uma maneira especificada pela ordem sufi. Se surgir um conflito entre os seus
deveres com a ordem e os seus deveres externos, o seguidor deve agir de acordo com as
instruções do sheikh. Dessa forma, o controle do sheikh sobre o seguidor se torna
absoluto.
De todas as maneiras o seguidor é separado do mundo exterior e é explorado de várias
formas.
      Como muçulmanos acreditamos que nenhum humano tem um poder ou habilidade
especial para nos livrar das calamidades do túmulo ou da Vida Eterna. Cada um de nós se
apresentará perante Deus e será julgado individualmente.


Deus diz-nos:
“Nenhuma alma receberá outra recompensa que não for a merecida, e nenhum
pecador arcará com culpas alheias.” (Alcorão 6:164)


Também acreditamos que como muçulmanos não devemos submeter-nos ou entregar-nos
a ninguém além de Deus, Todo-Poderoso. Além do Criador, o resto está sujeito a cometer
erros.
O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) afirmou:
“Todos os filhos de Adão cometem erros e o melhor deles é aquele que se
arrepende.” (Tirmidhi)



                                        O Sheikh


Ele é a “autoridade suprema”, o líder de distribuição de “tarefas” dentro da ordem e dá
a cada um dos seguidores o seu Dhikr necessário. É a esse indivíduo que o seguidor
promete obediência total e plena. Consequentemente, as duas leis universais do elo
sheikh-seguidor entrarão em efeito:
   •   O seguidor não deve argumentar nunca com o sheikh, nem pedir-lhe uma prova
       em relação aos actos que ele faz.
   •   Quem quer que se oponha ao sheikh terá quebrado a “aliança” e fica assim
       privado de todos os benefícios adicionais oferecidos pelo sheikh, mesmo se for um
       amigo próximo dele.


      Como muçulmanos acreditamos que todos os actos de adoração são
“Tawqeefiyah”, ou seja, não são sujeitos a opinião. Estes devem ser substanciados com
evidências textuais que são autênticas e decisivas.


Deus, Todo-Poderoso, diz-nos:
“Mostrai a vossa prova se estiverdes certos.” (Alcorão 2:111)


       Acreditamos que não existe intermediário entre Deus e os Seus servos. Dirigimos-
nos a Ele directamente. Deus diz-nos:
“E o vosso Senhor disse: Invocai-Me, que vos atenderei! Em verdade, aqueles que se
ensoberbecerem, ao Me invocarem, entrarão, humilhados, no inferno.” (Alcorão
40:60)


      No Sufismo considera-se o sheikh como “o homem inspirado para cujos olhos os
mistérios do oculto foram desvelados, porque os sheikhs vêem com a luz de Deus e
sabem quais são os pensamentos e confusões que estão nos corações dos homens. Nada
lhes pode ser ocultado.” [5]
      Ibn 'Arabi alegou que costumava receber revelação directa de Deus, semelhante à
forma como o Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) fazia, e as suas palavras foram
citadas: “Alguns trabalhos que escrevi no comando de Deus me foram enviados durante
o sono ou através de revelações místicas.” (M. Ibn Arabi, “The Bezels of Wisdom,” pp.3)


      Acreditamos que o conhecimento do oculto é restrito somente a Deus. Quem quer
que reivindique o conhecimento do oculto, mente. Deus diz-nos no Alcorão:
“Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus, ou do que
quem diz 'Sou inspirado!' quando nada lhe foi inspirado?” (Alcorão 6:93)
O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) afirmou:
“Não forjem mentiras contra mim, porque aquele que o faz entrará no Inferno.”
(Saheeh Muslim)



                                        A Aliança


       Esta é uma cerimónia interessante que, de longe, é o princípio mais importante
do Sufismo já que é comum entre todas as ordens sufis. Aqui o sheikh e o seguidor dão as
mãos e fecham os seus olhos em meditação solene. O seguidor espontaneamente e de
todo o coração promete respeitar o sheikh como o seu líder e guia para o caminho de
Deus. Ele também promete aderir aos rituais da ordem ao longo da sua vida e nunca se
afastar dela. Junto com isso o seguidor promete fidelidade completa e incondicional,
obediência e lealdade ao sheikh. Depois disso o sheikh recita (tirando o verso fora do
contexto):
“Em verdade, aqueles que te juram fidelidade, juram fidelidade a Deus.” (Alcorão
48:10)
      Então é dado ao seguidor o seu Dhikr específico. O sheikh pergunta ao seguidor:
“Aceitou-me como seu sheikh e guia espiritual perante Deus, Todo Poderoso?”. Em
resposta, o seguidor deve dizer “aceitei” e o sheikh responde dizendo “nós aceitamos.”
Ambos recitam o Testemunho de Fé e a cerimónia termina com o seguidor beijando a
mão do sheikh.
      A cerimónia inteira era desconhecida durante a vida do Profeta (salAllahu 'alayhi
wa salam) e as três melhores gerações que o sucederam. O Profeta (salAllahu 'alayhi wa
salam) afirmou:
“Quem quer que viva depois de mim verá muitas diferenças (ou seja, inovações
religiosas); então que se apeguem à minha Sunnah e à Sunnah dos meus Califas Bem
Guiados.” (Abu Dawood)


O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) também afirmou:
“Em verdade, o melhor dos discursos é o Livro de Deus e a melhor das orientações é
a orientação do Profeta Muhammad e o mal de todos os assuntos religiosos são as
inovações. Toda a inovação (em religião) é uma bid'ah e cada bid'ah é desorientação,
e toda a desorientação levará ao Inferno.” (Saheeh Muslim)


O Imam Malik, que Allah lhe conceda Sua Misericórdia, disse: “Aquele que introduz
uma inovação na religião do Islam e a considera uma coisa boa de facto alega que
Muhammad traiu (a confiança de transmitir) a Mensagem Divina.”
O Dhikr


       Também é conhecido como “Wird” e no Sufismo é a prática de repetir o nome de
Deus e a repetição de um número estabelecido de invocações. Essas invocações podem
incluir suplicar aos mortos ou buscar a ajuda de outros além de Deus para necessidades
que somente Deus Todo-Poderoso pode conceder.
     Ahmad at-Tijani, um ancião sufi, alegou que o wird era realizado pelo Profeta
Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam), mas que ele não o ensinou a nenhum dos seus
Companheiros.
At-Tijani alegou que o Profeta sabia que chegaria uma época em que o wird seria
tornado público, mas a pessoa que faria isso ainda não existia. Como consequência, os
sufis acreditam que existe uma cadeia de transmissão em andamento entre o Profeta
Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) e o seu sheikh actual.


O Dhikr é categorizado pelos anciões sufis em três categorias:
   •   Dhikr do homem comum, em que repetem ‘La ilaaha ill-Allah Muhammad-ur-
       Rasoolullah’ (ou seja, não existe outra divindade merecedora de adoração
       excepto Allah e Muhammad é o servo de Deus.)
   •   Dhikr da alta classe, que é repetir o nome de Deus, “Allah”.
   •   Dhikr da elite, que é repetir o pronome divino “Hu” (ou seja, Ele).


      Às vezes o Dhikr é cantado em hinos melódicos com os olhos fechados, música rica
pode ser tocada (para alguns isso é essencial). Além disso, alguns dançam perante o
sheikh enquanto recitam o Dhikr. Muitas vezes o Dhikr inclui politeísmo notório (o maior
pecado no Islam).


Deus diz:
“Já te foi revelado, assim como aos teus antepassados: Se idolatrares, certamente
tornar-se-á sem efeito a tua obra, e te contarás entre os desventurados.” (Alcorão
39:65)

Interpretação do Alcorão
        No Sufismo estudar a exegese do Alcorão ou ponderar sobre os significados dos
seus versículos é desencorajado e, às vezes, até proibido. Os sufis alegam que todos os
versículos do Alcorão têm um significado manifesto e um significado interior. O
significado interior é conhecido somente pelos anciões sufis (o que é muito
conveniente). Com base nisso os sufis introduziram conceitos e palavras que são
totalmente estranhos aos ensinamentos do Islam.
      No Alcorão, Deus Todo-Poderoso encoraja-nos a entender correctamente as Suas
palavras. Deus diz:
“(Eis) um Livro Bendito, que te revelamos, para que os sensatos recordem os seus
versículos e neles meditem.” (Alcorão 38:29)
A exegese do Alcorão é realizada pelo estudo do Alcorão e a Sunnah. Estas duas
fontes da lei islâmica devem ser consideradas uma unidade integral. Compreendemos e
interpretamos o Alcorão e a Sunnah da forma que foram compreendidos pelas primeiras
gerações.




                                               Conclusão


Como pode ser visto no que foi mencionado, o Sufismo difere de forma muito drástica do
verdadeiro espírito do Islam. O Sufismo impõe ao seguidor a vontade de parar de usar as
faculdades básicas dadas a ele por Deus, o Criador do mundo, e a submeter-se a uma
forma de escravidão.
O Islam, por outro lado, é muito simples; não há necessidade de intermediários ou
quaisquer santos entre o homem e Deus e só se deve submeter e entregar a Deus, Todo-
Poderoso.


Footnotes:
[1] Al-Fataawaa (11/6)
[2] Não existe qualquer semelhança entre o Criador e Sua criação em essência, em atributos ou ações.
[3] At-Tawaaseen de Al-Hallaj
[4] Al-Fatoohaatul-Makkiyyah & Al-Fatoohaat
[5] Saif an-Nasr, Seera of Hamidiyyeh, 1956

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O sufismo

  • 1. O Sufismo Através de um documentário na TV ou num site belamente projectado, a maioria das pessoas já ouviu algo sobre “sufis” e “Sufismo”. Programas na TV têm-no divulgado, anfitriões de programas de entrevista fazem menção deles e os políticos passaram a ter um forte interesse nesse grupo... Basta apenas escrever a palavra “sufi” em qualquer programa de busca para se ser sobterrado com vídeos e fotos disponíveis. No espaço cibernético podem-se ver imagens e vídeos de místicos e anciões sufis a dançar em formas rítmicas ao som de melodias vibrantes. Imagens perturbadoras de anciões místicos sufis a furar as suas cabeças com facas ou a submeterem-se a várias formas de tortura são muito comuns também. Uma pessoa interessada no Islam pode ter uma ideia errada sobre o Islam e os muçulmanos, porque para o ocidente “sufis” e “Sufismo” é apenas um sinónimo de "muçulmanos" e "Islam". A pergunta que surge é se eles são realmente muçulmanos e se estão a praticar o Islam. Existem muitos sites, artigos e livros que foram escritos e compilados, mas a maioria fala sobre Sufismo de forma emotiva, dando a impressão que são imparciais. Nessa humilde empreitada analisaremos o “Sufismo” de maneira informativa, longe de qualquer preconceito. Embora sejam somente uma pequena minoria, os sufis podem ser encontrados em muitos países, islâmicos e não-islâmicos, como por exemplo no Egipto. Mas contrário à crença de que o Sufismo é um “grupo”, o sufismo é dividido em “ordens”. Cada uma difere da outra em termos de crença e prática. Alguns grupos são maiores do que outros e alguns grupos acabaram com a passagem do tempo. Entre os grupos sobreviventes hoje existe a ordem Tijani, a ordem Naqshabandi, a ordem Cadirita e a ordem Chatili. Origem do Sufismo Na sua forma inicial os ensinamentos do Sufismo salientavam que um indivíduo deve dar mais ênfase aos aspectos espirituais do Islam, como resultado de muitos perderem de vista esse grande objectivo do Islam. Depois de um período de tempo, entretanto, anciões infames sufis introduziram práticas estranhas ao Islam que foram bem recebidas pelos seus seguidores. Práticas introduzidas incluíam dançar, tocar música e até consumir haxixe. O sábio Ibn al-Jawzi escreveu no seu livro ‘Talbis Iblis’ sobre a origem do nome usado por este grupo, dizendo: “São chamados por esse nome em referência à primeira pessoa que dedicou a sua vida à adoração ao redor da Kaaba, cujo nome era Sufah.” De acordo com isso, aqueles que queriam imitá-lo chamavam-se “sufis”. Ibn al-Jawzi também menciona outra razão: “usavam roupas feitas de lã.” Lã em árabe é chamado “soof” e roupas de lã eram o sinal de um asceta naquela época, uma vez que a lã era a forma mais barata de vestimenta e era muito áspera sobre a pele; em resumo, era um símbolo de ascetismo.
  • 2. Em qualquer caso, a palavra "sufi" não estava presente na época do Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) e dos seus companheiros e apareceu pela primeira vez por volta do ano 200 da Hijrah (200 anos depois da migração do Profeta de Meca para Medina). Ibn Taymiyyah, o sábio bem conhecido, menciona que o primeiro surgimento do Sufismo foi em Basrah, no Iraque, onde algumas pessoas foram a extremos na adoração e no afastamento da vida mundana, como não era visto noutras terras.[1] Então, o que é Sufismo? O Sufismo é uma série de conceitos e práticas que passam pela pobreza, reclusão, ilusão, privação da alma, cantar e dançar. É baseado numa mistura de muitas religiões e filosofias diferentes, como a filosofia grega, Zoroastrismo, Budismo, Hinduísmo e também o Islam. Frequentemente os próprios sufis ou os orientalistas referem-se ao Sufismo como o “misticismo islâmico”, para dar a impressão de que o Islam é num todo ou em parte uma religião dogmática com um conjunto de rituais sem sentido. A própria natureza do Sufismo (ou Tasawwuf) opõe-se ao que um muçulmano deve acreditar, o que será explicado mais adiante quando forem mencionadas as crenças sufis em geral. Características de um Muçulmano Um muçulmano sempre recorre ao Alcorão e às narrações do Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) ou seja, a Sunnah, em questões de religião. Deus diz-nos no Alcorão: “Não é dado ao crente, nem à crente, agir conforme o seu arbítrio, quando Deus e o Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se-á evidentemente.” (Alcorão 33:36) O Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) enfatizou a importância de seguir o Alcorão e a Sunnah e o perigo de introduzir quaisquer inovações no Islam. O Profeta disse: “Aquele que fizer um acto que não esteja de acordo com os meus comandos (ou seja, a Lei Islâmica), deve ser rejeitado.” (Saheeh Muslim) Ibn Mas’ood (um companheiro do Profeta (salaAllahu 'alayhi wa salam)) disse: “O Mensageiro de Deus (salAllahu 'alayhi wa salam) fez uma linha reta no chão com a sua mão e então disse: “Esta é a senda reta de Deus.” Depois ele fez uma linha curta de cada lado da linha reta e então disse: “Em cada uma dessas linhas curtas existe um
  • 3. demónio convidando as pessoas para elas.” Então ele recitou o versículo do Alcorão: “Este é o Meu caminho reto. Segui-o e não sigais os demais, para que estes não vos desviem do Meu caminho.” (Alcorão 6:153) (Hadith Saheeh: relatado por Ahmad e an-Nasaae’e) Um muçulmano, portanto, deve obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro. Esta é a autoridade mais alta no Islam. Não se deve seguir cegamente líderes religiosos, pelo contrário, como humanos devemos usar as faculdades que nos foram dadas por Deus, para pensar e raciocinar. O Sufismo, por outro lado, é uma ordem que retira da pessoa o livre pensar e o critério pessoal e a coloca à mercê do sheikh da ordem... como foi dito por alguns anciões sufis, “deve-se comportar com o seu sheikh como uma pessoa morta se comporta ao ser lavada”, ou seja, não deve argumentar nem opor-se à opinião do sheikh, e deve demonstrar obediência e submissão totais a ele. Os verdadeiros muçulmanos estão satisfeitos com o nome “muçulmano” dado a eles por Deus Todo-Poderoso, como Ele diz: “E não vos impôs dificuldade alguma na religião, porque é o credo de vosso pai, Abraão. Ele vos denominou muçulmanos, antes (nas escrituras sagradas anteriores) e neste livro (Alcorão)...” (Alcorão 22:78) Os sufis podem insistir que são muçulmanos, mas ao mesmo tempo alguns insistem em se identificarem como sufis em vez de como muçulmanos. Crenças Islâmicas num Relance: Crença em Deus Resumidamente, um muçulmano acredita na unicidade de Deus. Ele não tem parceiros e nada e ninguém é semelhante a Ele. Deus, Todo-Poderoso, diz: “Nada é igual a Ele [2], e Ele é Omniouvinte, Omnividente.” (Alcorão 42:11) Deus é separado da Sua criação e não uma parte dela. Ele é o Criador e o resto é a Sua criação. Os sufis têm uma variedade de crenças em relação a Deus, Todo-Poderoso. Entre essas crenças estão as seguintes: a) Al-Hulool: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, habita na Sua Criação. b) Al-It’tihaad: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, e a criação são uma presença única, unida. c) Wahdatul-Wujood: Essa crença denota que não se deve diferenciar entre o Criador e a criação, porque ambos, Criador e criação, são uma entidade.
  • 4. Mansur al-Hallaaj, uma figura muito reverenciada pelos sufis, disse: “Sou Aquele a Quem amo”, exclamou, “Aquele a Quem amo sou eu; somos duas almas que coabitam num corpo. Se me vir a mim, O verá, e se O ver, verme-á.”[3] Muhiyddin Ibn 'Arabi, outra figura reverenciada no Sufismo, foi infame pelas suas declarações: “O que está sob a minha vestimenta não é nada, excepto Deus”, “O servo é o Senhor e o Senhor é o servo.”[4] Essas crenças acima contradizem fortemente a crença islâmica na unicidade de Deus, porque o Islam é um estrito monoteísmo. Essas doutrinas cardinais sufis não estão distantes de algumas das crenças cristãs ou da crença hindu da reencarnação. Sharda no seu livro “Sufi Thought” (Pensamento Sufi) disse: “A literatura sufi do período pós-Tamerlão mostra uma mudança significativa na essência de pensamento. É panteísta. Depois da queda do poder da ortodoxia muçulmana no centro da Índia por aproximadamente um século, devido à invasão de Tamerlão, o Sufismo ficou livre do controle da ortodoxia muçulmana e associou-se com santos hindus, que os influenciaram a uma extensão surpreendente. Os sufis adoptaram o monismo, a devoção extrema e práticas Bhakti e iogues da escola vedântica Vaishnava. Naquela época a popularidade do panteísmo vedântico entre os sufis alcançou o seu apogeu.” Crença no Profeta de Deus Um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) foi o profeta final e mensageiro de Deus. Não era divino e não é para ser adorado, mas é para ser obedecido. Não se pode adorar Deus excepto da forma que foi mencionada pelo Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam). As ordens sufis adoptam uma ampla variedade de crenças em relação ao Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam). Entre eles existem os que crêem que ele ignorava o conhecimento que os anciões sufis possuem. Al-Bustami, um sheikh sufi, disse: “Entramos num mar de conhecimento na margem em que os profetas e mensageiros pararam.” Outros sufis atribuem algum tipo de divindade ao Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) dizendo que toda a criação foi criada da “luz” do Profeta Muhammad. Alguns até acreditam que ele foi a primeira criação e que está a descansar sobre o trono de Deus, que é a crença de Ibn 'Arabi e outros sufis que vieram depois dele.
  • 5. Crença no Paraíso e Inferno De forma resumida, os muçulmanos acreditam que o Inferno e Paraíso existem agora e são duas moradas reais. O Inferno é onde uma pessoa pecadora será punida e o Paraíso é onde uma pessoa piedosa será recompensada. Os sufis em geral acreditam que ninguém deve pedir a Deus que lhes garanta o Paraíso. Até alegam que o Wali (guardião) não deve buscar o Paraíso, porque é um sinal de falta de intelecto. Para eles “Paraíso” tem um significado imaterial, que é o de receber o conhecimento do oculto de Deus e se apaixonar por Ele. Quanto ao Inferno, os sufis acreditam que ninguém deve tentar escapar dele. De acordo com eles, um verdadeiro sufi não deve temer o Fogo. Alguns até acreditam que se um ancião sufi cuspir sobre o Fogo ele será apagado, como Abu Yazid al-Bustami alegou. Princípios do Sufismo “Submissão total e voluntária ao sheikh” é provavelmente o lema do Sufismo. Num relance, é claro que um laço especial e completo é formado entre o líder da ordem sufi (o “sheikh”) e o murid (seguidor). O entendimento dos princípios do Sufismo reside no entendimento da sua estrutura básica. E qual é essa estrutura? Basicamente o seguidor faz um voto de aliança no qual se compromete a obedecer ao sheikh e, por sua vez, o sheikh promete livrar o seguidor de todos os problemas ou calamidades que recairem sobre ele. O sheikh também oferece ao seguidor sincero benefícios adicionais lucrativos. Uma vez que o seguidor concorde, ele é abençoado e é- lhe designado um conjunto de Dhikr (cânticos). O seguidor também deve viver a sua vida de uma maneira especificada pela ordem sufi. Se surgir um conflito entre os seus deveres com a ordem e os seus deveres externos, o seguidor deve agir de acordo com as instruções do sheikh. Dessa forma, o controle do sheikh sobre o seguidor se torna absoluto. De todas as maneiras o seguidor é separado do mundo exterior e é explorado de várias formas. Como muçulmanos acreditamos que nenhum humano tem um poder ou habilidade especial para nos livrar das calamidades do túmulo ou da Vida Eterna. Cada um de nós se apresentará perante Deus e será julgado individualmente. Deus diz-nos: “Nenhuma alma receberá outra recompensa que não for a merecida, e nenhum pecador arcará com culpas alheias.” (Alcorão 6:164) Também acreditamos que como muçulmanos não devemos submeter-nos ou entregar-nos a ninguém além de Deus, Todo-Poderoso. Além do Criador, o resto está sujeito a cometer erros.
  • 6. O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) afirmou: “Todos os filhos de Adão cometem erros e o melhor deles é aquele que se arrepende.” (Tirmidhi) O Sheikh Ele é a “autoridade suprema”, o líder de distribuição de “tarefas” dentro da ordem e dá a cada um dos seguidores o seu Dhikr necessário. É a esse indivíduo que o seguidor promete obediência total e plena. Consequentemente, as duas leis universais do elo sheikh-seguidor entrarão em efeito: • O seguidor não deve argumentar nunca com o sheikh, nem pedir-lhe uma prova em relação aos actos que ele faz. • Quem quer que se oponha ao sheikh terá quebrado a “aliança” e fica assim privado de todos os benefícios adicionais oferecidos pelo sheikh, mesmo se for um amigo próximo dele. Como muçulmanos acreditamos que todos os actos de adoração são “Tawqeefiyah”, ou seja, não são sujeitos a opinião. Estes devem ser substanciados com evidências textuais que são autênticas e decisivas. Deus, Todo-Poderoso, diz-nos: “Mostrai a vossa prova se estiverdes certos.” (Alcorão 2:111) Acreditamos que não existe intermediário entre Deus e os Seus servos. Dirigimos- nos a Ele directamente. Deus diz-nos: “E o vosso Senhor disse: Invocai-Me, que vos atenderei! Em verdade, aqueles que se ensoberbecerem, ao Me invocarem, entrarão, humilhados, no inferno.” (Alcorão 40:60) No Sufismo considera-se o sheikh como “o homem inspirado para cujos olhos os mistérios do oculto foram desvelados, porque os sheikhs vêem com a luz de Deus e sabem quais são os pensamentos e confusões que estão nos corações dos homens. Nada lhes pode ser ocultado.” [5] Ibn 'Arabi alegou que costumava receber revelação directa de Deus, semelhante à forma como o Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) fazia, e as suas palavras foram citadas: “Alguns trabalhos que escrevi no comando de Deus me foram enviados durante o sono ou através de revelações místicas.” (M. Ibn Arabi, “The Bezels of Wisdom,” pp.3) Acreditamos que o conhecimento do oculto é restrito somente a Deus. Quem quer que reivindique o conhecimento do oculto, mente. Deus diz-nos no Alcorão: “Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus, ou do que quem diz 'Sou inspirado!' quando nada lhe foi inspirado?” (Alcorão 6:93)
  • 7. O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) afirmou: “Não forjem mentiras contra mim, porque aquele que o faz entrará no Inferno.” (Saheeh Muslim) A Aliança Esta é uma cerimónia interessante que, de longe, é o princípio mais importante do Sufismo já que é comum entre todas as ordens sufis. Aqui o sheikh e o seguidor dão as mãos e fecham os seus olhos em meditação solene. O seguidor espontaneamente e de todo o coração promete respeitar o sheikh como o seu líder e guia para o caminho de Deus. Ele também promete aderir aos rituais da ordem ao longo da sua vida e nunca se afastar dela. Junto com isso o seguidor promete fidelidade completa e incondicional, obediência e lealdade ao sheikh. Depois disso o sheikh recita (tirando o verso fora do contexto): “Em verdade, aqueles que te juram fidelidade, juram fidelidade a Deus.” (Alcorão 48:10) Então é dado ao seguidor o seu Dhikr específico. O sheikh pergunta ao seguidor: “Aceitou-me como seu sheikh e guia espiritual perante Deus, Todo Poderoso?”. Em resposta, o seguidor deve dizer “aceitei” e o sheikh responde dizendo “nós aceitamos.” Ambos recitam o Testemunho de Fé e a cerimónia termina com o seguidor beijando a mão do sheikh. A cerimónia inteira era desconhecida durante a vida do Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) e as três melhores gerações que o sucederam. O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) afirmou: “Quem quer que viva depois de mim verá muitas diferenças (ou seja, inovações religiosas); então que se apeguem à minha Sunnah e à Sunnah dos meus Califas Bem Guiados.” (Abu Dawood) O Profeta (salAllahu 'alayhi wa salam) também afirmou: “Em verdade, o melhor dos discursos é o Livro de Deus e a melhor das orientações é a orientação do Profeta Muhammad e o mal de todos os assuntos religiosos são as inovações. Toda a inovação (em religião) é uma bid'ah e cada bid'ah é desorientação, e toda a desorientação levará ao Inferno.” (Saheeh Muslim) O Imam Malik, que Allah lhe conceda Sua Misericórdia, disse: “Aquele que introduz uma inovação na religião do Islam e a considera uma coisa boa de facto alega que Muhammad traiu (a confiança de transmitir) a Mensagem Divina.”
  • 8. O Dhikr Também é conhecido como “Wird” e no Sufismo é a prática de repetir o nome de Deus e a repetição de um número estabelecido de invocações. Essas invocações podem incluir suplicar aos mortos ou buscar a ajuda de outros além de Deus para necessidades que somente Deus Todo-Poderoso pode conceder. Ahmad at-Tijani, um ancião sufi, alegou que o wird era realizado pelo Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam), mas que ele não o ensinou a nenhum dos seus Companheiros. At-Tijani alegou que o Profeta sabia que chegaria uma época em que o wird seria tornado público, mas a pessoa que faria isso ainda não existia. Como consequência, os sufis acreditam que existe uma cadeia de transmissão em andamento entre o Profeta Muhammad (salAllahu 'alayhi wa salam) e o seu sheikh actual. O Dhikr é categorizado pelos anciões sufis em três categorias: • Dhikr do homem comum, em que repetem ‘La ilaaha ill-Allah Muhammad-ur- Rasoolullah’ (ou seja, não existe outra divindade merecedora de adoração excepto Allah e Muhammad é o servo de Deus.) • Dhikr da alta classe, que é repetir o nome de Deus, “Allah”. • Dhikr da elite, que é repetir o pronome divino “Hu” (ou seja, Ele). Às vezes o Dhikr é cantado em hinos melódicos com os olhos fechados, música rica pode ser tocada (para alguns isso é essencial). Além disso, alguns dançam perante o sheikh enquanto recitam o Dhikr. Muitas vezes o Dhikr inclui politeísmo notório (o maior pecado no Islam). Deus diz: “Já te foi revelado, assim como aos teus antepassados: Se idolatrares, certamente tornar-se-á sem efeito a tua obra, e te contarás entre os desventurados.” (Alcorão 39:65) Interpretação do Alcorão No Sufismo estudar a exegese do Alcorão ou ponderar sobre os significados dos seus versículos é desencorajado e, às vezes, até proibido. Os sufis alegam que todos os versículos do Alcorão têm um significado manifesto e um significado interior. O significado interior é conhecido somente pelos anciões sufis (o que é muito conveniente). Com base nisso os sufis introduziram conceitos e palavras que são totalmente estranhos aos ensinamentos do Islam. No Alcorão, Deus Todo-Poderoso encoraja-nos a entender correctamente as Suas palavras. Deus diz: “(Eis) um Livro Bendito, que te revelamos, para que os sensatos recordem os seus versículos e neles meditem.” (Alcorão 38:29)
  • 9. A exegese do Alcorão é realizada pelo estudo do Alcorão e a Sunnah. Estas duas fontes da lei islâmica devem ser consideradas uma unidade integral. Compreendemos e interpretamos o Alcorão e a Sunnah da forma que foram compreendidos pelas primeiras gerações. Conclusão Como pode ser visto no que foi mencionado, o Sufismo difere de forma muito drástica do verdadeiro espírito do Islam. O Sufismo impõe ao seguidor a vontade de parar de usar as faculdades básicas dadas a ele por Deus, o Criador do mundo, e a submeter-se a uma forma de escravidão. O Islam, por outro lado, é muito simples; não há necessidade de intermediários ou quaisquer santos entre o homem e Deus e só se deve submeter e entregar a Deus, Todo- Poderoso. Footnotes: [1] Al-Fataawaa (11/6) [2] Não existe qualquer semelhança entre o Criador e Sua criação em essência, em atributos ou ações. [3] At-Tawaaseen de Al-Hallaj [4] Al-Fatoohaatul-Makkiyyah & Al-Fatoohaat [5] Saif an-Nasr, Seera of Hamidiyyeh, 1956