1) O documento discute as dificuldades de licenciamento de projetos turísticos em Portugal e como isso atrasa o desenvolvimento do setor.
2) Foi criticado o estatuto PIN por supostamente não ajudar a acelerar os processos, e o golfe foi debatido como um segmento com potencial de crescimento, apesar de ainda haver poucos jogadores em Portugal.
3) Diversificar os produtos turísticos para explorar todos os recursos do país, como cultura e património, foi defendido como forma de aument
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ID: 30745113 24-06-2010 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3
CONFERÊNCIA TURISMO COMO MOTOR DO CRESCIMENTO ECONÓMICO
Turismo sofre
com demoras
no licenciamento
Atrasos nos processos exigem reformulação dos projectos
turísticos. Nem o estatuto de projecto PIN ajuda a resolver.
Marina Conceição O estatuto PIN (Potencial Inte- a ideia passada na intervenção de
marina.conceicao@economico.pt resse Nacional), criado pelo AICEP, João Soeiro, da Full Services, uma
nasceu como um instrumento fa- empresa que contou com o apoio
“No projecto do Centro de Con- cilitador dos custos de contexto, do Montepio para lançar o negó-
gressos dos Hotéis Vila Galé, em ou seja, do tempo desperdiçado cio. Montepio que , segundo reve-
Caxias, que seria o maior da re- em burocracias para quem queira lou Álvaro Dâmaso, administra-
gião de Lisboa, a Câmara de Oei- investir. Maria João Gomes, do dor da instituição, já tem no sec-
ras exigiu que o urbanizador fi- AICEP sublinhou que “conseguir
, tor turístico “ 10% do total de
zesse três viadutos para aprovar a poupar um ano ou dois é muito clientes empresariais”.
urbanização. Os viadutos iam sair bom; é menos dinheiro que o in-
nos terrenos do Estádio Nacional vestidor gasta”. Mas, conforme os Investir e sem esperar
que, em vez de disponibilizar gra- anos vão passando, o projecto pelo Estado
tuitamente o terreno, resolveu fa- perde o sentido e a viabilidade Jorge Rebelo de Almeida chegou à
zer uma hasta pública dessas pe- com que foi pensado. Batalha rouco de “tantas reu-
quenas faixas por 2,5 milhões de Jorge Catarino, secretário-ge- niões com quadros intermédios
euros. Ainda se fez um escândalo ral da Confederação do Turismo para ver se os hotéis dão a volta à
por causa de uma obra que seria Português avançou na conferên- situação difícil do País”.
suportada pelo urbanizador e de- cia que “muitas vezes um projecto Para o empresário, “vale, de-
pois entregue ao Estado”. Esta foi elaborado há três anos tem de ser cididamente, a pena fazer inves- Aspecto da conferência que decorreu na
uma história real que Jorge Rebelo revisto porque o mercado é muito timento agora. Temos de dar Batalha, quando usava da palavra Maria João
de Almeida, presidente do Vila dinâmico, principalmente do corda aos sapatos para sair desta Gomes, da AICEP. Os outros intervenientes
foram João Soeiro, da Full Services; Jorge
Galé, escolheu para exemplificar lado da procura”. Esta foi também situação e fazer coisas”, sublinha Rebelo de Almeida, da Vila Galé; Álvaro
as dificuldades para licenciar um o presidente da cadeia que, há Dâmaso, do Montepio; Francisco Ferreira da
Silva, do Diário Económico; António Carneiro
projecto que será positivo para a A melhor resposta à mais de 20 anos, tem aberto um
da Associação das Entidades Regionais
economia portuguesa. hotel por ano.
Na conferência Monte- crise é o investimento Segundo Rebelo de Almeida,
de Turismo; e Jorge Aníbal Catarino,
da Confederação do Turismo português.
pio/Diário Económico sob o tema com mais atenção ao “o investimento privado é o mais
“Turismo - Motor de Crescimen- controlo de custos e à importante para o País”. No en-
to da Economia Nacional”, que tanto, os desafios em tempo de
decorreu terça-feira na Batalha, gestão apertada, diz crise são maiores. “O desafio diá-
as dificuldades de licenciamento, Jorge Rebelo de rio é o da rentabilidade através de Diversificar e aproveitar todos os recursos
que ainda funcionam como um Almeida, presidente mais receitas e redução de cus-
dos maiores entraves ao desen- tos”, completou Jorge Catarino. Monumentos, fortes militares, turismo é dos dos sectores mais
volvimento turístico do País, foi dos Hotéis Vila Galé. Maria João Gomes defendeu parques temáticos sobre transversais, pois fala-se de
um dos assuntos quentes. também que “o investidor não descobrimentos, religião, entre turismo quando se bebe vinho
António Carneiro, presidente pode estar à espera que o Estado outros pólos de atracção que português ou quando se lê um
da Assembleia-geral da Associa- faça tudo”. E é por isso mesmo possam ser aproveitados numa artigo que fale de Portugal num
ção Nacional de Entidades Regio- que Jorge Rebelo de Almeida óptica de exploração turística, jornal estrangeiro”. Uma questão
nais de Turismo, afirmou na con- critica o estatuto PIN. “Os PIN Portugal deve fazê-lo. Maria João relacionada com a promoção de
ferência que existem “projectos de são a pior coisa em que um em- Gomes conta, a título de exemplo, Portugal lá fora, um tema
investimento em ‘resorts’ turísti- presário se pode envolver. Do que uma das principais atracções polémico entre os protagonistas
cos parados por dificuldades liga- plano de urbanização da Meia turísticas de St. Louis, nos EUA, é do sector. Rebelo de Almeida
das aos licenciamentos, que são Praia, em Lagos, o Vila Galé foi o a visita à fábrica da Budweiser. “A disse que “somos muito
muito demorados. São casos de único que não concorreu aos es- fábrica Bordalo Pinheiro podia individualistas” e que para as
criação de riqueza que deveriam tatuto PIN e é o único que já fazer o mesmo”, afirmou. Para campanhas serem eficazes, “os
ser analisados mais rapidamente.” abriu”, afirmou. ■ Jorge Catarino, da CTP, “o investidores têm de dar dinheiro”.
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PONTOS-CHAVE O estatuto PIN (Potencial A região Oeste vai duplicar Portugal deve apostar em
Interesse Nacional) o número de campos de golfe todos os segmentos de
é muito criticado. Rebelo de cinco para dez nos próximos turismo que explorem as mais-
de Almeida diz mesmo que anos. Mas os empresários dizem -valias do País: desporto,
“é a pior coisa em que um que são muitos para os golfistas religião, cultura, militar, rural,
empresário se pode envolver”. existentes. entre muitos outros.
João Paulo Dias
OS ORADORES
António Carneiro
Presidente da AG da ANERT
O presidente do Turismo do Oeste
considera que o “turismo
residencial é o parente pobre do
turismo nacional”, pois não se
gasta “um cêntimo” na promoção.
Maria João Gomes
Assessora da AICEP
A assessora da AICEP considera
que “se os PIN conseguirem
poupar um ou dois anos é muito
bom; é menos dinheiro que o
investidor gasta”.
Jorge Rebelo de Almeida
Presidente do Vila Galé
O presidente da cadeia hoteleira
sublinhou que está “com
dificuldades em contratar pessoal
Portugal ainda está longe nos hotéis Vila Galé do Algarve,
do Porto e do Alentejo”.
de ser um destino de golfe
Região Oeste vai duplicar Catarino, secretário-geral da Para Jorge Rebelo de Almeida,
o número de campos de golfe,
mas jogadores não chegam
para encher os actuais.
Há 120 golfistas para cada um dos
70 campos de golfe existentes em
Portugal. Num outro país euro-
peu com tradição neste despor-
Confederação do Turismo Por-
tuguês (CTP).
Segundo aquele responsável
da CTP “o golfe é muito impor-
,
tante em termos de quebra da
sazonalidade turística”. Além
disso, “é um dos poucos produ-
tos em que oferta adicional traz
“
Para haver mais
golfistas nacionais,
os especialistas
defendem que
presidente da Vila Galé, “o golfe
nasceu para alavancar uma
construção imobiliária”, um ce-
nário que mudou com o facto das
infra-estruturas terem ganho
massa crítica. “No Algarve, o
golfe já tem um peso muito gran-
de”, disse.
Jorge Aníbal Catarino
Secretário-geral da CTP
O turismo é um negócio
complexo, difícil, e é claramente
para profissionais. Um projecto
elaborado há três anos tem de ser
to, a Holanda, o número é de procura adicional”, continuou. deveriam ser Além disso, o golfe está sem- revisto”, avançou o responsável.
1.800 jogadores por campo de Sob as críticas da plateia sobre criadas academias pre inserido em ‘resorts’, que
golfe. Será Portugal um destino a viabilidade de tantos campos “têm um enorme efeito multi-
de golfe? “Não, mas para lá ca- de golfe para uma região que tem de golfe. plicador”, avançou António
minha” foi a reposta da maior os actuais cinco campos pratica- Carneiro. presidente da Assem-
parte dos oradores. mente vazios, Jorge Catarino bleia-geral da Associação Na-
Com a conferência Monte- afirmou que “um destino para cional de Entidades Regionais
pio/Diário Económico subordi- ser considerado de golfe precisa de Turismo. “Além do emprego,
nada ao tema “Turismo - Motor de 15 campos”, pois “um golfista criam massa crítica para outras
de Crescimento da Economia joga em cinco ou seis campos di- estruturas das regiões onde se
Nacional” a decorrer na região ferentes numa semana”. inserem poderem desenvolver- Álvaro Dâmaso
Oeste do País, o golfe foi um A aposta de Portugal, segundo se”, continuou. Administrador do Montepio
tema incontornável. o responsável da CTP devia ser
, Já Maria João Gomes, assesso-
Cinco campos de golfe em na formação de novos golfistas ra do presidente do conselho de “As empresas de turismo
funcionamento na região, com nacionais através de “academias administração da AICEP consi-
, representam cerca de 10%
mais cinco em ‘pipeline’, vão de golfe e de campos de golfe dera que se deve fazer “tudo o do total de clientes empresariais
permitir duplicar a oferta de ‘re- municipais, com preços mais que for para diversificar os pro- do Montepio”, sendo um
sorts na região”, referiu Jorge acessíveis”, disse Jorge Catarino. dutos turísticos”. ■ “segmento estratégico”, afirmou.
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CONFERÊNCIA TURISMO COMO MOTOR DO CRESCIMENTO ECONÓMICO
Fotos: João Paulo Dias
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3
4 1 Aspecto da 7
assistência que juntou
quase 150 pessoas na
conferência que
decorreu no Hotel Villa
Batalha, na Batalha.
2 Carlos João Pereira
da Fonseca, da
Companhia Agrícola do
Sanguinhal.
3 José Alberti, da
Hipicaça, durante o
cocktail que se seguiu
à conferência..
4 Álvaro Dâmaso,
administrador do
Montepio, conversa com
José Murtinha e Sofia
Sousa, também do 8
Montepio.
5 Sofia Spínola e Ana
Pifre, ambas da Westur.
6 Arlindo Maia e Rui
Maia, durante o cocktail.
7 Alexandre Patrício
Gouveia, da Fundação
5 6 Batalha de Aljubarrota,
e João Carlos Duarte,
da Câmara Municipal
do Bombarral.
8 José Frazão, do Hotel
Mestre Afonso
Domingues, à conversa
com Célia Freire, da
Câmara de Ansião,
Cíntia Silva, da Câmara 9
da Batalha, e Ana
Gonçalves da Câmara de
Pombal.
9 Jorge Rebelo de
Almeida, dos Hotéis Vila
Galé, e Jorge Aníbal
Catarino, da
Confederação do
Turismo Português,
conversam com Orlando
Henrique e Isabel
Queirós Henrique,
ambos da OIH.