O documento discute obesidade, definindo-a como um desequilíbrio no balanço energético que resulta no acúmulo excessivo de gordura corporal. Apresenta fatores de risco para obesidade como genéticos, sociais, comportamentais e culturais. Também descreve a avaliação clínica, antropométrica e bioquímica de indivíduos com obesidade, bem como objetivos e recomendações para o tratamento nutricional visando a redução ponderal e gestão de comorbidades.
2. Obesidade
Agravo Multifatorial
Balanço Energético positivo
Acúmulo Excessivo de Gordura
Definida em termos de excesso de peso
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)
BRASIL (2014); BRESSAN & HERMSODRFF (2008); CARVALHO et al (2009) .
5. Classificação Etiológica da
Obesidade
Obesidade genética
Autossômica recessiva
Autossômica dominante
Ligada ao cromossoma X
Obesidade neuroendócrina
Hipotireoidismo
Síndrome de ovários policísticos
Deficiência do hormônio do
crescimento
Obesidade iatrogênica
Drogas (psicotrópicos e corticóides)
Cirurgia hipotalâmica
Obesidade causada por desequilíbrio
nutricional
Dieta hiperlipídica -gordura saturada
Dieta de confeitaria - carboidratos /fast
food
Tamanho e número de porções
Obesidade causada por inatividade
física
Inatividade forçada
Inatividade do envelhecimento
BRESSAN & HERMSDORFF (2008)
6. Obesidade e os ciclos da vida
* A partir do primeiro ano de vida: forte correlação entre obesidade
infantil e na vida adulta.
* Baixo peso ao nascer: associação com o desenvolvimento de hiperfagia,
obesidade, resistência insulínica , HAS e DCV Expressão gênica
alterada na deficiência nutricional durante a vida uterina;
*Primeiro ano de vida : crescimento do tamanho dos adipócitos
(Hipertofria), com pouco aumento do número de células (Hiperplasia)
Parece não predispor decisivamente à obesidade na vida adulta
* Idoso: alterações fisiológicas próprias do processo de envelhecimento:
da massa magra e da massa gorda;
Hábitos alimentares e o estilo de vida mantidos ao longo da vida
Principais preditores de
obesidade e comorbidades na fase adulta e na idosa.
BRESSAN & HERMSDORFF (2008)
7. Idade Adulta
Fatores Associados
* Ganho de peso gestacional
* Número de filhos
* Duração da amamentação
* Menopausa
* Casamento, Viuvez, Separação
* Determinadas situações de violência
* Fatores psicológicos (estresse, ansiedade, depressão e compulsão
alimentar
* Alguns tratamentos medicamentosos (psicofármacos e corticóides)
* Suspensão do hábito de fumar
* Redução drástica de atividade física
BRASIL (2006)
9. Avaliação do indivíduo com obesidade
Anamnese: Atenção no registro dos detalhes
deve conter as seguintes informações:
Identificação do paciente: nome, sexo, idade, estado
civil, etnia, profissão, residência, e telefone;
Queixa principal: motivo pelo qual procurou
assistência;
História da doença atual: idade de início do excesso
de peso tentativas prévias de redução ponderal;
Doenças preexistentes e medicamentos em uso;
Identificação de hábitos de vida: atividade física,
tabagismo, etc;
Avaliação do consumo alimentar habitual.
BRASIL (2006); CARVALHO et al (2009)
10. Avaliação Clínica e Bioquímica
• Verificação de sinais de deficiência de micronutrientes;
• Avaliação dos resultados de exames bioquímicos, se necessários:
Hemograma completo
Glicemia de jejum
Colesterol total e frações
Triglicérides
TSH e T4
Creatinina
Ureia
Ácido úrico
BRASIL (2006); CARVALHO et al. (2009)
Atenção: Nem todos os exames acima citados devem ser
solicitados a todas as pessoas com obesidade. A solicitação de
exames específicos vai depender da presença de outras
comorbidades e do histórico clínico da pessoa com obesidade.
Atenção: Nem todos os exames acima citados devem ser
solicitados a todas as pessoas com obesidade. A solicitação de
exames específicos vai depender da presença de outras
comorbidades e do histórico clínico da pessoa com obesidade.
Você sabe o que é Prevenção Quaternária?
Para saber mais sobre esse assunto, consulte o caso Joana!
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11. Avaliação Antropométrica
IMC (KG/m²) Classificação
< 16 Magreza grau III
16 a 16,9 Magreza grau II
17 a 18,4 Magreza grau I
18,5 a 24,9 Eutrofia
25 a 29,9 Pré-obeso
30 a 39,9 Obesidade grau I
35 a 39,9 Obesidade grau II
≥ 40 Obesidade grau III
Fonte: SISVAN (2004)
Fórmula IMC:
Peso
(altura)²
Fórmula IMC:
Peso
(altura)²
Quadro 1. Classificação do estado nutricional de adultos segundo o
índice de massa Corporal (IMC)
12. Avaliação Antropométrica
Índice de Massa Corporal (Kg/m²) Classificação
<22 Magreza
22 a 27 Eutrofia
>27 Sobrepeso
Fonte: SISVAN(2004)
Fórmula IMC:
Peso
(altura)²
Fórmula IMC:
Peso
(altura)²
Quadro 2. Classificação do estado nutricional de idosos
segundo o índice de massa Corporal (IMC).
13. Vantagens/Desvantagens IMC
DesvantagensVantagens
Simplicidade de aplicação e
interpretação
Praticidade
Boa correlação com medidas
de morbidade e mortalidade
Baixa correlação com a massa
corporal magra
Não fornece informações
sobre composição corporal e
distribuição de gordura
corporal
Modificações que ocorrem na
estatura e composição corporal
no envelhecimento podem
comprometer sua aplicabilidade
GIGANTE et al (2008) DUCHINI et al (2010)
14. Distribuição da gordura corporal
Quadro 4. Classificação do risco de complicações metabólicas associadas
à obesidade em adultos de acordo com a circunferência da cintura (CC).
Risco de complicações metabólicas associadas à obesidade
Elevado Muito elevado
Homem ≥ 94 cm ≥ 102 cm
Mulher ≥ 80 cm ≥ 88 cm
Medida antropométrica melhor
relacionada à quantidade de tecido
adiposo visceral
(OLINTO et al. 2006)
Aferição na menor curvatura localizada entre as costelas e
a crista ilíaca (SISVAN, 2004)
Circunferência
da Cintura
(CC)
15. Como medir?
1. Tire a camisa e afrouxe o cinto
2. Posicione a fita métrica entre a borda inferior
das costelas e a borda superior do osso do
quadril
3. Relaxe o abdômen e
expire no momento
de medir
4. Registre a medida
16. Avaliação Antropométrica
Inexiste um único método de avaliação nutricional capaz de diagnosticar
com precisão, isoladamente, alterações do estado nutricional
Necessária a realização conjunta de diferentes procedimentos para sua análise
Grau de excesso de peso IMC
Distribuição da gordura corporal Percentual de gordura corporal Dobras cutâneas
DUCHINI et al (2010)
Apesar de o IMC não ser bem correlacionado ao percentual de
gordura corporal, é o indicador com melhor custo efetividade
para avaliar obesidade.
18. Excesso de peso e Doenças
Crônicas
1. Doença isquêmica do coração
Excesso
de Peso
5° maior fator
de risco de
mortalidade
Entre 7 e 41 %
da carga de
Câncer
23% da
carga de
DIC ¹
44% da
carga
global de
Diabetes
19. Obesidade e Doenças Crônicas
Apnéia do sono
Cálculos biliares
Esteatose hepática
Diabetes Mellitus
Osteoartrose
Gota
Acidente Vascular
Cerebral
aterotrombose
Refluxo gastroesofágico
Hipertensão arterial
sistêmica
Infarto agudo do
miocárdio
Problemas
circulatórios
20. Obesidade e Saúde Mental
• Distúrbios psicológicos
• Depressão
• Distúrbios alimentares
• Imagem corporal distorcida
• Baixa autoestima
Associados ao excesso de
peso
Prevalência de ansiedade e
de depressão é três a
quatro vezes maior entre
indivíduos obesos
ATLANTIS & BAKER (2008); CAVALCANTI et al (2011)
22. Aconselhamento em saúde
Aconselhamento
em Saúde
Fomentar
reflexões
Fomentar
reflexões
Identificar
barreiras
Identificar
barreiras
Estimular a
autonomia
Estimular a
autonomia
Mudanças de
comportamento
Mudanças de
comportamento
BASSICHETTO & REA (20078) GUIDON et al (2009) ; SIQUEIRA et al (2009)
Relação de confiança
entre os interlocutores
Possibilita que o
paciente se reconheça
como sujeito de sua
própria saúde.
23. Aconselhamento nutricional
• Análise do problema alimentar em seu
contexto biopscossociocultural
• Enfrentamento das dificuldades
Aconselhamento nutricional
Mudanças permanentes e efetivas nos
hábitos de vida
Mudanças permanentes e efetivas nos
hábitos de vida
RODRIGUES et al (2005)
24. Aconselhamento nutricional
Aspectos potencialmente limitantes
Efetividade do aconselhamento
nutricional
DuraçãoDuração
InfraestruturaInfraestrutura
Condições
Financeiras
Condições
Financeiras
Suporte
Social
Suporte
SocialIntensidadeIntensidade
Tempo de
espera
Tempo de
espera
Presteza da
equipe
Presteza da
equipe
SANTOS et al ; RODRIGUES & BOOG (2006)
25. Diagnóstico Nutricional
Deve ser realizado com base na análise conjunta de todas as informações
escritas anteriormente
Identificar, junto com o usuário, os aspectos passíveis de modificações e
as estratégias necessárias para promoção de sua saúde;
Abordagem inicial: princípios e orientações básicas
As metas de emagrecimento devem ser pactuadas junto com o usuário, e
o profissional deve reforçar o apoio ao autocuidado.
26. Objetivos do tratamento Nutricional
• Promover balanço energético negativo;
• Para indivíduos com o IMC > 30 kg/m²:
redução ponderal de 10% do peso atual;
Redução de no máximo 0,5 kg por semana
(WHO 1996, 2004)
• Diminuir os depósitos de gordura abdominal;
• Reduzir o risco de comorbidades associadas
ou se já presentes, obter sua estabilização;
BRASIL (2006) ; CARVALHO et al (2009)
27. Objetivos do tratamento Nutricional
• A redução de 1 kg de massa corporal leva à redução de
1,2 a 1,6 mmHg na pressão arterial sistólica e de 1,0 a
1,3 mmHg na pressão arterial diastólica;
• Promoção de hábitos alimentares saudáveis (redução
do consumo total de gorduras, de açucares simples e
sódio; e aumentar a ingestão de vitaminas, minerais e
fibras);
• Incentivo à prática de atividade física;
Brasil (2006); ABESO (2009); Carvalho et al (2009).
28. ÁCIDOS GRAXOS DA DIETA
• Ácidos Graxos Saturados (AGS)
– Aumentam o risco de doença cardiovasculares,
incluindo doenças coronarianas e AVC;
– Aumenta a lipogênese hepática;
– Aumenta o risco de desenvolvimento de
dislipidemias;
• Ácidos Graxos (AG) Trans
– Em comparação com os AGS acarretam maior
risco para DCV;
– Também provocam queda de HDL;
29. • Ácidos Graxos monoinsaturados (AGM)
– Melhoria dos níveis de TG;
– Queda do colesterol total;
• Ácidos Graxos Poliinsaturados (AGP)
– Queda da massa de gordura e da hipertrofia
dos adipócitos;
– Efeitos positivos sobre CT, LDL e TG;
Fontes: óleos vegetais (oliva e canola); azeitona, abacate,
oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas)
Fontes: óleos vegetais (oliva e canola); azeitona, abacate,
oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas)
Fontes: óleos vegetais (soja, canola e linhaça), peixes de
águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque).
Fontes: óleos vegetais (soja, canola e linhaça), peixes de
águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque).
SBC, 2001; SBC, 2007; FAGHERAZZI et al, 2008.
30. Outras Recomendações
• Realizar pelo menos 3 refeições e 2 lanches saudáveis
diariamente;
• Consumir diariamente 3 porções de vegetais;
• Acrescentar leguminosas às refeições;
• Consumir todos os dias 3 porções do grupo do leite
preferir desnatado;
• Consumir diariamente 1 porção de carnes, aves, peixes ou
ovos;
• Evitar alimentos ricos em açúcar, sal, gorduras saturas e
trans;
• Ingerir 2 litros ou mais de água por dia
• Consumir peixes de 1 a 2 vezes por semana Reduz o risco
de morte coronária em 36%;
(BRASIL, 2006)
31. • Orientar os usuários com relação ao planejamento da
alimentação cotidiana;
Exemplos de cardápios;
Receitas saudáveis;
Orientação de compra, armazenamento e preparo dos
alimentos;
• Podem também ser utilizados nas consultas individuais
e nos grupos alguns materiais educativos;
• Finalização da consulta: pequeno resumo do que foi
conversado e pactuado
– Momento apropriado para convidar o usuário a
participar de atividades em grupo;
– Caso seja necessário apoio especializado, referenciar
para outros profissionais.
Outras recomendações
BRASIL, 2006
33. Indicações
•Indivíduos que apresentem IMC ≥50 Kg/m²;
•Indivíduos que apresentem IMC ≥40 Kg/m², com ou sem
comorbidades, sem sucesso em tratamento clínico realizado na
Atenção Básica e/ou na Atenção Ambulatorial Especializada durante
dois anos;
•Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e afetado por comorbidades (doenças
agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada
de forma eficaz) que ameacem a vida, tais como Diabetes Mellitus tipo
2, apneia do sono, Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle,
dislipidemia grave, doença coronariana, doenças articulares
degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico durante pelo menos
dois anos.
(BRASIL, 2013)
Cirurgia bariátrica
34. Pós-operatório manutenção de dietas com
restrição calórica Podendo levar a distúrbios
metabólicos como:
• Desidratação;
• Desequilíbrio hidroeletrolítico;
• Hipotensão ortostática;
• Aumento da concentração de ácido úrico;
• Carências vitamínicas-minerais;
• Até desnutrição energética-protéica.
(FARIAS et al., 2006)
Cirurgia bariátrica
35. Contra indicações para cirurgia bariátrica
•Presença de quadros psicóticos ou demências graves ou
moderadas;
•Uso de drogas ilícitas ou alcoolismo;
•Pacientes com depressão grave e com história recente de tentativa
de suicídio,
•Quadros bulímicos que não estejam em acompanhamento;
•Pacientes com doença cardiopulmonar grave e descompensada
que influenciem a relação risco-benefício;
•Pacientes com hipertensão portal, com varizes esofagogástricas;
doenças imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo superior
que venham a predispor o indivíduo a sangramento digestivo ou
outras condições de risco;
•Portadores de doença endócrina (Síndrome de Cushing decorrente
de hiperplasia na suprarrenal não tratada e tumores secretores);
(BRASIL, 2013)
38. • Indivíduos obesos subestimam a quantidade
de energia ingerida 70% dos obesos
informam valores fisiologicamente improváveis
de energia ingerida;
• Mulheres sub-relato com ocorre com maior
freqüência maiores pressões culturais e
sociais;
• Soluções disponíveis para combater a
obesidade são limitadas.
(BERNARDI et al., 2005; NONINO-BORGES et al., 2006)
40. DislipidemiasDislipidemias
Modificações no metabolismo lipídico desencadeiam
alterações nas concentrações das lipoproteínas plasmáticas
Modificações no metabolismo lipídico desencadeiam
alterações nas concentrações das lipoproteínas plasmáticas
Elevação dos níveis de lipoproteína aterogênicas (LDL, IDL,
VLDL, remanescentes de quilomícrons)
Elevação dos níveis de lipoproteína aterogênicas (LDL, IDL,
VLDL, remanescentes de quilomícrons)
e/oue/ou
Níveis sanguíneos aumentados de triglicéridesNíveis sanguíneos aumentados de triglicérides
e/oue/ou
Níveis sanguíneos reduzidos de HDLNíveis sanguíneos reduzidos de HDL
41. Obesidade e Dislipidemias
Crianças: Associação positiva entre incidência de obesidade e de
dislipidemias
Crianças: Associação positiva entre incidência de obesidade e de
dislipidemias
Prevalência de dislipidemias em turno de 50% em crianças
com IMC/ idade maior que percentil 99
Prevalência de dislipidemias em turno de 50% em crianças
com IMC/ idade maior que percentil 99
Adultos: indivíduos obesos apresentam 1.5 vezes mais propensão
ao desenvolvimento de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia
em comparação com indivíduos eutróficos.
Adultos: indivíduos obesos apresentam 1.5 vezes mais propensão
ao desenvolvimento de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia
em comparação com indivíduos eutróficos.
BRASIL (2006)
42. Lipídeos sanguíneos
Formam a estrutura básica das membranas celulares
Juntamente com o colesterol livre e as apolipoproteínas
conferem a solubilidade às particulas transporte
Formam a estrutura básica das membranas celulares
Juntamente com o colesterol livre e as apolipoproteínas
conferem a solubilidade às particulas transporte
Fosfolípides
Precursor dos hormônios esteróides dos ácidos brilhantes e
da vitamina D
Constituintes das membranas – fluidez e ativação de enzimas
Precursor dos hormônios esteróides dos ácidos brilhantes e
da vitamina D
Constituintes das membranas – fluidez e ativação de enzimas
Saturados , Monoinsaturados ou Poliinsaturados
Participam na ativação ou na inibição gênica
Ligação a fatores de transcrição
Saturados , Monoinsaturados ou Poliinsaturados
Participam na ativação ou na inibição gênica
Ligação a fatores de transcrição
Três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol
Importantes forma de armazenamento energético tecido
adiposo e muscular
Três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol
Importantes forma de armazenamento energético tecido
adiposo e muscular
Colesterol
Triglicérides
Ácidos
graxos
DUPLUS et al (2000); SBC (2007).
43. Etiologia das Dislipidemias
Primárias
Classificação genotípica
Monogênicas poligênicas
Causas: Defeitos na síntese de LDL, no
transporte do retículo plasmático e
complexo de Golgi, na ligação ao
receptor, internalização e dissociação
da LDL.
Classificação Fenotípica
Hipercolesterolem
ia
IsoladaHipertrigliceridem
ia
IsoladaHiperlipidem
iaM
ista
HDLBaixo
Secundárias
Causas: Hipotireoidismo, Obesidade, DM, Síndrome
nefrótica, insuficiência renal crônica, sedentarismo, uso
indiscriminado de determinados medicamentos
SBC,2001; SBC, 2007.
44. Outros Fatores de risco para as Dislipidemias
Hábitos
alimentares
inadequados
Hábitos
alimentares
inadequados
IdadeIdadeSexoSexo
DislipidemiasDislipidemias
Ingestão excessiva de gorduras e carboidratos
simples
Aumento da prevalência progressiva com a idade
Maior prevalência entre as mulheres
AHA (2001); RIQUE et al (2002) OLIVEIRA & MANCINI FILHO (2005)
45. Uso de medicação na
dislipidemia
Uso de medicação na
dislipidemia
46. Dislipidemia é um fator de risco
• Dislipidemia não deve ser abordada
isoladamente, exceto em casos genéticos
raros e hipertrigliceridemia isolada acima
de 1000 mg/dL
• Dislipidemia é um fator de risco, assim
como hipertensão, obesidade e tabagismo
– Precisa calcular o Risco Cardiovascular (
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/ca
pgs 43 a 47)
48. Qual remédio iniciar?
• Única estatina disponível na Farmácia
Básica é a Sinvastatina
– Sinvastatina 10-40 mg/dia
• A dose de 80 mg/dia não é recomendada devido
ao risco de miopatia and rabdomiólise (American
College of Cardiology/American Heart Association)
– Administrar à noite (devido à biossíntese do
colesterol)
– Sempre orientar mudança de estilo de vida
associada à medicação
• http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf
49. Quando iniciar?
• ≤ 75 anos com doença cardiovascular aterosclerótica (história de
infarto do miocárdio, síndrome coronariana aguda, angina estável
ou instável, revascularização coronariana, AVE, ataque isquêmico
transitório e doença arterial periférica) Grau de recomendação (GR) A, nível de
evidência I
• Pacientes com LDL ≥ 190 mg/dL GR A, nível I
• entre 40-75 anos com diabetes diabetes (tipo 1 ou 2) e LDL ≥ 70
mg/dL GR A, nível I
• entre 40-75 com risco cardiovascular ≥ 7.5% e LDL ≥ 70 mg/dL
(calcular: risco CV AHA) GR A, nível I
• Stone et al. 2013 ACC/AHA guideline
50. Quando iniciar?
• Prevenção primária para doença cardiovascular
– adultos que tenham risco de desenvolver doença cardíaca ≥
10% . Calcule aqui: QRISK2
• Prevenção secundária para doença cardiovascular
– Não se deve demorar para iniciar estatina
– Iniciar com atorvastatina 80 mg/dia ou sinvastatina 40 mg/dia
• Doses menores podem ser iniciadas se:
– possíveis interações medicamentosas
– alto risco de efeitos adversos (hepatopatias, hipotireoidismo,
doenças autoimunes, transplantados)
– preferência do paciente
• National Institute for Health and Care Excellence (NICE). 2014 guideline.
51. Cuidados durante o uso
• Solicitar transaminases hepáticas (AST,
ALT)
– Antes do início da medicação
– 6 a 12 semanas após o início
– Quando aumentar a dose
• Solicitar creatinoquinase (CK)
– Apenas em caso de sintomas de mialgia
• http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf
52. Quando suspender a
medicação?
• Valores de AST e ALT maiores que 3x os
valores basais
• Hepatites agudas
• Valor de CK maior que 10x o valor basal,
ou elevado e associado à mialgia
• Obs: não suspender em casos de
esteatose hepática isolada.
• http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf
54. Hipercolesterolemia
• Reduzir o consumo de alimentos fontes de
gorduras saturadas:
– Carnes gordurosas
– Pele de aves
– Leite e derivados integrais;
– Alguns óleos vegetais como de coco e dendê;
• Reduzir o consumo de alimentos ricos em
colesterol:
– Frios e embutidos;
– Frutos do mar
– Pele de aves;
– Leite e derivados integrais;
SBC (2007)
55. Hipertrigliceridemia
• TERAPÊUTICA NUTRICIONAL
• Dieta hipocalórica Redução ponderal
• Adequação no consumo de carboidratos e
gorduras
Terapia mais eficaz na redução dos
lipídios e das lipoproteínas plasmáticas;
Terapia mais eficaz na redução dos
lipídios e das lipoproteínas plasmáticas;
Indivíduos com níveis muito elevados de
triglicérides devem ingerir no máximo 15% do
VET na forma de gordura
Indivíduos com níveis muito elevados de
triglicérides devem ingerir no máximo 15% do
VET na forma de gordura
Restringir o consumo de açúcares simples a 5%
do VET
Restringir o consumo de açúcares simples a 5%
do VET
SBC (2007)
56. Hipertrigliceridemia
• Controle da hiperglicemia;
• Restrição total do consumo de álcool;
• Incentivo à prática de exercícios físicos;
SBC (2007)
57. Proteínas da soja
• Ingestão de 25 gramas/dia pode reduzir o
colesterol plasmático (-6% do LDL-C).
• Dados disponíveis são contraditórios quanto aos
efeitos do TG e HDL;
• Principais fontes de soja na alimentação são:
SBC (2007)
• Queijo de soja (Tofu);
• Leite de soja;
• Feijão de soja (Grãos);
• Concentrado protéico de soja
• Proteína texturizada de soja (PTS)
• Queijo de soja (Tofu);
• Leite de soja;
• Feijão de soja (Grãos);
• Concentrado protéico de soja
• Proteína texturizada de soja (PTS)
58. Antioxidantes
• Podem potencialmente estar envolvidos na
prevenção da aterosclerose por inibirem a oxidação
da LDL, reduzindo sua aterogenecidade;
• Não há evidências de que a suplementação de
antioxidantes previnam manifestações clínicas da
aterosclerose, portanto não são recomendadas.
A alimentação rica em frutas e vegetais
diversificados fornece doses apropriadas de
substâncias antioxidantes.
A alimentação rica em frutas e vegetais
diversificados fornece doses apropriadas de
substâncias antioxidantes.
SBC (2007)
59. Considerações finais
• Embora o tema abordado seja discutido amplamente,
ainda persistem muitos desafios à prevenção e ao
controle da obesidade e dislipidemias, assim como
de suas complicações em todo o mundo;
• É preciso que o conhecimento se reflita em educação
e ação de modo que a questão seja trabalhada de
forma ampla e resolutiva;
• Para isso a atualização dos profissionais é essencial,
bem como a abordagem multidisciplinar do paciente,
o qual deve ser considerado em seu contexto
biopsicossocialcultural.
60. Referências Bibliográficas
• Associação Brasileira Para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica - Abeso. Diretriz
Brasileira de obesidade. São Paulo. 3ed,2009, 85p.
• BASSICHETTO, K.C; REA, M.F. Aconselhamento infantil: um estudo de intervenção J Pediatr, v. 840,
n1, p75-82, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v84n1/v84n1a13.pdf
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Brasília: Ministério da Saúde,
2014 (Cadernos de Atenção Básica, n. 38). Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_obesidade_cab38.p
df
• BRASIL. Portaria Nº 424, de 19 de março de 2013. Redefine as diretrizes para a organização da
prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de
Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0424_19_03_2013.html
• BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Secretaria de gestão Estratégica e
Participativa. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de fatores de risco para doenças crônicas por inquérito
telefônico. Brasília. 2011
• BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de atenção Básica. Coordenação Geral da política de
alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população Brasileira. Brasília. 2006B.210p.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 12). Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad12.pdf
• BRASIL. Ministério da saúde. Vigilância alimentar e Nutricional.-SISVAN.. Orientações Básicas para a
coleta, o processamento, a análise de dados e a informação em serviços de Saúde. Brasília,
2004.B.123p
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