A inteligência coletiva é uma inteligência distribuída por toda parte que resulta em uma mobilização efetiva das competências através da coordenação em tempo real. As tecnologias da informação e comunicação permitem coordenar as habilidades dos indivíduos em prol da coletividade. A inteligência coletiva existe na natureza e nas pessoas, e as linguagens e tecnologias ampliam essa inteligência ao possibilitar o compartilhamento de conhecimentos.
2. O que é inteligência coletiva?
“É uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo
real, que resulta em uma mobilização efetiva das
competências.”
(LÉVY, Pierre. 2007)
3. Podemos acrescentar a esta definição ...
“… o reconhecimento das habilidades que se
distribuem nos indivíduos, a fim de coordená-las
para serem usadas em prol da coletividade. A
coordenação dos inteligentes coletivos ocorre
com a utilização das tecnologias da informação e
comunicação.” (BEMBEM; SANTOS, 2013.)
4. “... mesmo que eu deva me informar e
dialogar, mesmo que possa aprender do
outro, jamais saberei tudo o que
ele sabe”
(Pierre Levy, 2007)
5. A inteligência coletiva não tem que ser criada, ela já
existe e está por toda parte...
A inteligência coletiva existe na natureza, nos
pássaros, abelhas, peixes, formigas, etc. Há nos seres
vivos cooperação para solucionar problemas em
conjunto.
7. E nas pessoas?
A inteligência coletiva das pessoas é
especial porque existe a linguagem que
nos permite perguntar, dialogar, contar
histórias e a consciência, que nos
possibilita refletir sobre nós mesmos e
nossas relações.
8. A humanidade inventou diferentes linguagens e
tecnologias para expressar as suas formas de sentir,
pensar, compartilhar conhecimentos e aumentar a
inteligência coletiva.
Vamos refletir sobre algumas delas?
11. Imprensa
Também criamos a imprensa que
possibilitou que os saberes produzidos
pudessem ser compartilhados com um
número maior de pessoas. A partir dela
foi possível produzir (e reproduzir)
livros, jornais e revistas.
12. Digital
Agora manipulamos os bits e bytes* nas
plataformas digitais colaborativas. Nossa
possibilidade de compartilhar o que
pensamos, fazemos, sentimos e
produzimos é ampliada ainda mais com
as novas tecnologias.
*As capacidades de armazenamento dos suportes de memória
são medidas em bits (unidade de codificação elementar: 0 ou 1)
ou em bytes (8 bits). O byte corresponde ao espaço de memória
necessário para codificar um caracter alfabético. Um kilobyte
(Kb) = 1.000 bytes. Um megabyte (Mb) = 1.000.000 bytes. Um
gigabyte (Gb) = 1.000.000.000 bytes (LÉVY, Pierre. O Que é
Virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996).
13. A relação com as tecnologias de
comunicação podem melhorar
nossos processos cognitivos
A escrita, a imprensa e a internet contribuem para
aumentar nossa capacidade de percepção,
inteligência e memória, por exemplo.
14. Percepção
Quando acessamos músicas
produzidas em todo o Planeta, em
jornais de todos os países ou
quando temos a possibilidade de
conversar com pessoas de
qualquer continente, temos a
oportunidade de ampliar os
sentidos que construímos para
nossa realidade. Isso amplia nossa
percepção.
15. A cada nova tecnologia inventada para
ampliação dos processos de
comunicação, a humanidade torna-se
mais inteligente! Isso por que elas
possibilitam ampliação da capacidade
reflexiva e da consciência das pessoas e
das comunidades. As máquinas são
apenas um meio para
isso ocorrer.
Inteligência
16. Memória
O registro e o compartilhamento das
ideias e das experiências das pessoas e
dos coletivos vêm possibilitando um
aumento da memória da humana. O
acesso a produção de saberes
construídos ao longo da história
possibilitou a invenção de conhecimentos
cada vez mais poderosos. A construção
da ciência é um exemplo disso.
18. Os computadores distribuem nossa
inteligência pela rede. Quando
interagimos pelas plataformas digitais,
ampliamos as possibilidades de conexão.
E nas comunidades virtuais, podemos
influenciar a prática do outro.
Redes Virtuais
19. Relação
O saber está na humanidade, e todos as pessoas participam
oferecendo e produzindo conhecimento; todos são autores,
editores, críticos e bibliotecários. As relações são baseadas na
valorização dos sujeitos e de suas habilidades.
20. Relação
Nossas ações podem influenciar e ser
percebidas pelo outro por meio de
palavras-chave, conhecidas como tags
e hashtags, pelos links que
compartilhamos, pelas nossas curtidas
e até mesmo pelas compras que
fazemos.
21. Empoderamento
Toda ação que realizamos na rede
transforma o sistema de relações dessa
rede. Essa interdependência confere poder
aos usuários que têm a possibilidade de
influenciar a prática dos demais.
22. Propósito
Quando você faz alguma coisa online,
você faz para si, mas organiza para os
demais. Por isso, verifique as fontes de
informação antes de compartilhar e
verifique se não há plágio. Você
também é responsável pelo conteúdo
que compartilha.
23. Ética
Em uma rede nunca estamos sós e de
alguma forma o que fazemos pode
contribuir para construção de
conhecimentos e memória comum ou
dificultá-la. Dessa forma é muito
importante considerar o que os outros
dizem ou já disseram nos ambientes em
que você participa e promover o diálogo.
24. “A inteligência coletiva possui um aspecto
teórico que exige pensamento crítico e
reflexivo para compreender o todo. Em
paralelo, há o aspecto prático que exige
habilidades particulares a serem
adquiridas.”
Pierre Levy
25. Propostas de Pierre Lévy para
contribuírmos com a construção da
inteligência coletiva comprometida com o
desenvolvimento das pessoas e das
comunidades por meio das redes virtuais.
26. * O modelo está detalhado no módulo gestão do conhecimento.
Ciclo de Aprendizado
27. Comunidade de Práticas e inteligência
coletiva
As redes não possuem centro.
A plataforma Comunidade de Práticas possui uma
presença digital central, que permite aproximar os
trabalhadores do SUS, fomentar a comunicação e a
aprendizagem a partir do compartilhamento das
experiências nessa construção de inteligência coletiva.
28. Prática implícita torna-se explícita.
Ao compartilhar a prática incorporada aos
nossos hábitos (implícita) com os outros
pares da comunidade, tornamos essa
prática explícita.
29. Prática explícita torna-se implícita
Também há uma transformação do que é explícito
em implícito. Ou seja, você aprende a partir do que
foi explicado, exposto e compartilhado na rede...
33. “Postulemos explícita, aberta e
publicamente o aprendizado
recíproco como mediação das
relações entre os homens
(...)
quem é o outro? É alguém que sabe.
E que sabe as coisas que eu não sei
(...)
Poderei associar minhas
competências às suas, de tal modo
que atuemos melhor juntos que
separados ”
Pierre Levy (2007. pg 27)
35. Baseado na palestra Diálogos sobre Inteligência Coletiva, de Pierre Levy
Disponível em: http://goo.gl/c4Tv3S
Referência Bibliográfica:
LEVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do
ciberespaço. São Paulo, Edições Loyola, 2007
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