O documento discute a importância da aprendizagem colaborativa, que ocorre no encontro com o outro, nos desafios de ensino-aprendizagem provocados pelas relações, e na análise coletiva da prática. Comunidades de prática e novas tecnologias podem facilitar a colaboração, mas é necessário que sejam usadas para construir situações que possibilitem aprendizagens colaborativas.
2. “...todos fazem, todos
sabem e todos governam
algo nas organizações”
Mehry
“Ninguém educa
ninguém, ninguém
educa a si mesmo,
os homens educam
entre si,
mediatizados pelo
mundo.”
Paulo Freire
“Não há saber mais ou saber menos: há saberes
diferentes.”
Paulo Freire
“Sozinho
a gente
vai mais
rápido,
junto a
gente vai
mais
longe”
Você já ouviu coisas assim por aí?!
4. Mas como a aprendizagem
colaborativa acontece ?
● No encontro com o outro.
● Nos desafios e necesidades de ensino-aprendizagem que a relação entre as pessoas
provoca em nós.
● Na análise coletiva que fazemos da nossa prática e que pode ampliar os pontos de vista
e as possibilidade de agir diferente.
5. Mas não basta que essas ferramentas
tecnológicas existam, é preciso que elas
sejam utilizadas com a intenção de
construir situações que possibilitem uma
aprendizagem colaborativa!
6. Quando compartilhamos as experiências da vida
cotidiana por meio da interação temos a possibilidade
de construir processos colaborativos de aprendizagem
entre os trabalhadores da saúde.
Ao relatar uma experiência do cotidiano de trabalho na Comunidade de
Práticas, podemos colocar em análise e problematizar nossa prática. O
processo de sistematização das experiências pessoais e a provocação de
novas abordagens para ela constroem processos de aprendizagem
colaborativa no processo de troca de ideias sobre o tema.
7. A colaboração acontece quando provoca a necessidade dos participantes de
expressarem seu entendimento do significado que está sendo construído no
processo de interação.
“Colaborar com outros na tentativa de resolver um problema permite [...] confrontar
o seu repertório de estratégias cognitivas com os demais, possibilitando o
enriquecimento mutuo “ (Tractenberg & Struchiner, 2010, p. 73).
Colaboração
8. A aprendizagem colaborativa problematiza as
relações verticais entre quem ensina e quem
aprende colocadas pelas perspectivas tradicionais
de educação.
Nela há necessidade do desenvolvimento de um
processo de interação que reconhece os saberes
de todos os envolvidos no processo educativo e a
potência do encontro desses saberes para
produzir novos conhecimentos.
9. Em uma comunidade de prática, os membros trocam informações e
experiências sobre o domínio da comunidade, envolvem-se em reflexões e
discussões, ajudam-se. Os membros desenvolvem assim um
relacionamento, que permite que aprendam uns com os outros. Por essa
característica essencial, Wenger (2008) afirma que um grupo de colegas de
trabalho ou um grupo de formandos em uma universidade não podem ser
considerados parte de uma comunidade de prática a menos que interajam
e aprendam uns com os outros
Aprendizagem Colaborativa e Comunidade de
Práticas
10. Aprendizagem Colaborativa e Comunidade de
Práticas
As novas tecnologias da informação permitem formas de acessar e produzir
conhecimentos que tem ampliado a capacidade humana de se comunicar, gerar,
armazenar e operar conteúdos colaborativamente.
As comunidades de práticas oferecem diferentes ferramentas para facilitar a
colaboração:
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11. A experiência do “comum” se dá no
grupo!
Um grupo não é a soma de indivíduos!
Várias pessoas se tornam um GRUPO quando sentem
que tem algo em comum entre elas. Isso não
significa que as pessoas tem que pensar e praticar
as mesmas coisas para fazer parte dele.
Geralmente dá espaço para todos os tipos de
interação e sentimentos. Eles são permeados por
conflitos e opiniões divergentes. Colocar essas
questões em análise pode produzir processos de
desenvolvimento e aprendizagens colaborativa.
12. Formas de utilizar a Aprendizagem
Colaborativa para produzir Educação
Permanente em Saúde:
• Instigar a argumentação dos participantes sobre seus pontos de
vista.
• Provocar processos de análise.
• Debater os comentários e as práticas.
13. Há diversos usos dessas práticas de colaboração e nem sempre elas
contribuem para produção de relações de educação e trabalho
transformadoras.
Então...atenção, Facilitador!
• O discurso da colaboração também tem servido para mascarar as
diversidades de opiniões e homogeneizar práticas.
• O trabalho em equipe também tem sido usado como forma de controle
dos trabalhadores: a vigilância deixa de ser do chefe e passa a ser de
todo o grupo.
”Nem tudo que reluz é ouro!”
14. Desafios para o facilitador contribuir
com a criação de aprendizagens
colaborativas:
• debater sobre situações problema
• fomentar a conversa sobre os temas debatidos na perspectiva de
identificar quais os significados comuns que vão sendo produzidos na
interação
• provocar as trocas de experiência entre os participantes
• promover processos de análise sobre as práticas compartilhadas
• valorizar o protagonismo dos participantes no processo de debate, por
isso não é aconselhável dar respostas prontas, em geral elas acabam
com a troca de ideias
• assumir o papel de facilitador implica sempre em muitos aprendizados
colaborativos
15. Referências
FREIRE, Paulo (1996). Pedagogia do oprimido. 23a reimpressão. São Paulo, Editora Paz e Terra.
KIRKWOOD, K. If They Build It, They Will Come: Creating Opportunities for E-learning Communities of Practice. In
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MEHRY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec, 2002.
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RIBEIRO, A.C.L. A psicologia e o cuidado nos serviços de saúde: formação e trabalho. Curitiba: Appris. 2014.
STAHL, G. ; KOSCHMANN, T. & SUTHERS, D. (2006). Aprendizagem colaborativa com suporte computacional:
Uma perspectiva histórica. In R.K. Sawyer (Ed.), Cambrindge handbook of the learning sciences (pp. 409-426).
[Traduzido por Hugo Fuks & Tatiana Escovedo]. Cambridge: Cambrindge University Press. Disponível em
http://gerrystahl.net/cscl/CSCL_Portuguese.pdf
TRACTENBERG, L., & STRUCHINER, M. (2010). A emergência da colaboração na educação e as
transformações na sociedade pós-industrial: Em busca de uma compreensão problematizadora. B. Téc. Senac
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