Não sei porque gosto de ti
Cátia Camacho, 11º I
Não sei porque gosto de ti, quando tu só me fazes chorar...
Gostava de poder mudar-te, mas assim não serias tu. E é de ti que gosto!
Da tua personalidade forte, do teu sorriso...
Gosto em ti, de tudo o que não gosto nos outros.
A forma como o sol se reflecte no teu rosto é uma imagem que não me sai da cabeça.
Mas eu quero que saia, quero esquecer-te!
Apagar-te...
Quero-te comigo, no entanto sei que só me fazes mal.
Preferia não te ver, não falar contigo...
Preferia até que eu nunca soubesse o que é ser feliz ao lado de alguém, pois tudo o que
começa, termina.
Termina de alguma forma, de algum jeito...
E depois de terminado, isto a que chamam amor, só machuca, só destrói.
Amor? O que é isso, no fim das contas?
É dar tudo pela felicidade do outro, é querer melhor ao outro que a ti mesmo!
Amor é uma caixa que se quer fechada.
Seria melhor conseguir estabelecer uma relação connosco próprio do que com outrem.
Refugiados numa montanha, onde a Natureza é a única beleza que nos rodeia, onde a
Natureza é a nossa única companhia...
Falando em Amor e Natureza, temos aqui um bom exemplo...
Amor é aquilo que a Mãe-Natureza representa.
Ela dá-nos tudo. Tudo o que é, ou seria, suficiente para vivermos felizes, tranquilos, em
harmonia...
Se não fosse este nosso desejo destruidor com o único fim de produzir aquilo que
conhecemos por dinheiro, que afinal não passa de papel.
Se a Mãe-Natureza representa o Amor, e o Homem a destruição... Eu e tu somos assim.
Tu és a poluição que corrói a minha mente... És quem me enfraquece.
Quem me derruba!
No entanto, com tanta coisa má à nossa volta continuo aqui para ti...
Tal e qual como a Natureza para nós!
Neste amor não há impossíveis...
Há a chuva junta com o fogo.
Há um céu de outra cor... Roxo, a tua preferida!
Há o colher das estrelas
Há o saquear de todos os navios no fundo do mar...
Há uma viagem à linha do horizonte.
Contigo há um ganhar asas e voar.
Contigo há sempre um Tudo, mas quem ganhou foi mesmo o Nada!
De tudo o que tínhamos optaste por ir embora.
E com a bagagem levaste o meu sorriso.
Contudo deixaste-me uma simples coisa, o teu cheiro...
O teu cheiro leve e fresco, quase como uma lufada de ar num campo pleno de girassóis.
O teu cheiro inesquecível e perturbador.
Esse cheiro que me traz tantas recordações.
Recordações que nunca me deixam descansar.
Se me deixaste só, sem nada, deixavas-me também sem isso.
Leva-me tudo, leva a minha alma.
Faz com ela mais uma das tuas jogatinas, diverte-te!
Diverte-te mas deixa-me dormir sossegada!
Porque nos meus sonhos eu tenho-te comigo de novo, e é lá, no sonho mais profundo
que minha alma sabe de novo o que é ser feliz.
Quando acordo resta de novo o teu cheiro, resta a tua lembrança e restam-me as
lágrimas.
Quero ficar dormindo mais tempo... Mas é-me de todo impossível.
Quero esquecer-te, apagar-te!
Mas isso também o é.