Aspectos socio-institucionais e psicodinamicos nos processos grupais
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
CECH - Centro de Educação e Ciências Humanas
Rod. Washington Luis, km 235 – Cx. Postal 676 – CEP 13.565-905.
Pedagogia: Aluno: Roosevelt Carlos de Oliveira
RA: 604933 – e-mail: roosevelt@coopling.com.br
Aspectos Sócio-institucionais e Psicodinâmicos dos
Processos Grupais
Roosevelt Carlos de Oliveira
Dissertação como parte da
Disciplina Educação,
Processos Grupais e
Subjetividade, Ministrada pelo
Prof. Dr. Eduardo Pinto
2º Semestre de 2014
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Aspectos Sócio-institucionais e Psicodinâmicos dos Processos Grupais”
Roosevelt Carlos de Oliveira
UFSCAR
Dezembro de 2014
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Índice
1 – Resumo........................................................................................................................4
1 – Abstract.......................................................................................................4
2 – Introdução....................................................................................................................5
3 – Desenvolvimento e Argumento:..................................................................................5
3.1 - Aspectos Psicodinâmicos.........................................................................5
3.2 - Aspectos Sócio-Institucionais...................................................................6
3.3 – Implicações para a Educação.................................................................8
4 – Considerações Finais...................................................................................................8
Figura 1. ..................................................................................................................9
5 – Referências Bibliográficas........................................................................................10
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1 – Resumo
O presente artigo tem por objetivo discutir as questões relacionadas aos
processos grupais na escola, seus aspectos sócio-institucionais e
psicodinâmicos. O modo como os laços afetivos influenciam na formação dos
grupos, o aspecto institucional do poder do Estado e a ineficácia nas instâncias
públicas e o avanço da escola privada. A perspectiva Freudiana quanto ao
indivíduo e o seu instinto em fazer parte de um grupo e os aspectos sócio-
institucionais dos diferentes grupos e classes sociais na defesa de seus
interesses como forma de sobrevivência. Visto que o ambiente escolar é fruto
histórico da influência direta do Estado, há a necessidade de abrir espaços
para a discussão em espaços acadêmicos para que haja uma compreensão
maior do verdadeiro papel da escola e suas particularidades no momento
histórico em que vivemos, mergulhados de uma diversidade cultural vasta e
complexa.
Palavras-chaves: escola, Estado, grupos, psicodinâmico, institucional
1 – Abstract
The following article aims to discuss the group process in the school, its social-
institutional and psycho-dynamic features. The way that the affection influences
on the group formation along with the institutional aspect of the power of the
State plus the inefficiency in the public school whilst the private ones just
thrives. The Freud's perspective regarding the individual and his instinct of
being part of a group brings the social-institutional perspective of different
groups and social classes to take a stand for their interests in order to keep the
status quo. View that the school environment is part of the historical influence of
the State, a discussion at scholar level is necessary so that a better
understanding of the real role of the school and its particularities arise at the
historic moment that we live in, facing a a more complex and ample cultural
diversity.
Key-words: school, State, groups, psycho-dynamics, institutional.
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2 – Introdução
O presente artigo tem por objetivo discutir questões quanto aos aspectos
relacionados aos processos grupais na Escola, seus aspectos sócio-
institucionais relativos à formação dos grupos operativos e o poder
verticalizado e suas características psicodinâmicas na formação dos grupos.
3 – Desenvolvimento e Argumento:
3.1 - Aspectos Psicodinâmicos
Aspectos Psicodinâmicos referem-se às forças psicológicas que agem sobre o
comportamento grupal onde há a interação entre as motivações consciente e
inconsciente dos envolvidos. Este conceito original de "psicodinâmica" é
derivado dos estudos de Freud. Ele sugeria que os processos psicológicos são
fluxos de psicoenergia num cérebro complexo, estabelecendo uma
"psicodinâmica" na base da energia psicológica, que refere-se à libido. Cada
indivíduo faz parte de um grupo social que se organiza para um propósito
comum, de acordo com Freud (1921).
Freud (1921) concorda que duas pessoas podem formar uma relação social e
que os fenômenos sociais influenciarão na constituição do sujeito. Martín-Baró
(1989) já acredita na relação de poder que co-existirá com a formação de um
grupo, seja sua natureza primária, funcional ou estrutural. No que diz respeito à
estas caracterísitcas de grupos, Freud afirmava que o instinto de grupo surge
nestas relações sociais.
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3.2 - Aspectos Sócio-Institucionais
A denominação Sócio-Institucional busca enfatizar a reciprocidade entre ciência
e contexto social expressa nas diferentes práticas e discursos institucionais.
Capitão & Heloani (2007) apontam a realidade objetiva que permeia os
aspectos sócio-institucionais e psicodinâmicos /psicossociais, vinculados ao
caráter histórico do grupo, suas contradições determináveis, seus aspectos
sócio-econômicos e ideológicos. Neste ponto, os autores citados podem se
comparar à Martín-Baró no que diz respeito à identidade e propósito dos
grupos funcionais e primários, as atividades que se formam e os vínculos
advindos das pequenas histórias e que são compartilhados com os indivíduos
destes grupos. Como aspecto de grupos escolares, escolhemos as
características funcionais pelo propósito do grupo: estar na escola, participar
das aulas, voltar para casa. Falamos aqui tanto do corpo dicente como do
corpo docente.
A escola pública existe por vontade do Estado e, em sua estrutura piramidal,
atribui poderes que permeiam a) O Ministério da Educação e Cultura, que por
sua vez passa pelas b) delegacias estaduais de ensino, c) suas funções
delegadas aos d) diretores escolares, que por sua vez vão ter e) seus
professores e alunos sob sua supervisão.
A relação que outrora existia (anos 60 a 70) e os planos de Ensino oferecidos
pelo Estado burocratizavam as escolas e não surtiam o resultado esperado; o
poder entregue aos diretores, embora racionalizado, não conferia uma
formação de grupo com o sentimento de pertencimento (Martín-Baró, 1989,
p.93) mas o uso do poder apenas como ferramenta de poder na influência do
comportamento de grupo.
Tal uso de poder é comparado com os pensamentos da classe dominante que,
além do poder material, também exerce influência no imaterial/ideológico
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através da ocultação do poder pela socialização.
Tais aspectos podem, de certa forma, explicar as divisões de classes, o baixo
rendimento das classes proletárias, a meritocracia nos sistemas de seleção de
ensino para o acesso ao terceiro grau, etc.
Visto que há um interesse velado nestas relações, os processo sócio-
instucionais visam, em parte, preservar e perpetuar o grupo – de forma
positiva, que visa o bem de todos, ou de forma negativa, a saber, com os vicios
que vão corroer a base original da formação grupal inicial (OSÓRIO, 2003).
No que diz respeito à escola pública, os grupos adquirem características
diferentes: ora funcional, com o objetivo de cumprir o solicitado pelo plano de
ensino de cada semestre, sem aprofundar os vínculos afetivos, ora primário,
tendo a convivência como base para um aprofundamento maior nas relações,
no compartilhamento das histórias de vida, ora operativo, motivados pela
necessidade de se buscar um objetivo comum (grupos de formatura, gincanas
para arrecadação de alimento para outros grupos sociais, etc). Nos casos
citados, a perspectiva dialética difere da perspectiva funcionalista nos
seguintes aspectos:
a) a determinação objetiva do contexto da pessoa, b) a formação
histórica das necessidades pessoais seguindo a atividade propiciada e,
c) a transmissão de um marco de referência ideológico de normas e
valores (Martín-Baró, 1997: 100)
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3.3 – Implicações para a Educação
Que impacto há nas práticas pedagógicas que se desenvolve no interior das
escolas, afetando o funcionamento das escolas?
Bem, considerando que as restrições burocráticas impostas à rede pública, o
trabalho desvalorizado dos docentes e a falta de autonomia, causam que uma
expansão na rede privada seja notada em detrimento da rede escolar pública.
De caráter holístico, a necessidade de se compreender a especificidade do
papel da escola no momento em que vivemos torna-se uma tarefa a ser
desenvolvida por vários atores em suas esferas de atuação e em diferentes
contextos, seja no campo da psicologia, da história e da organização social
brasileira, o propósito é delinear as características próprias do que se faz na
escola através do debate acadêmico.
4 – Considerações Finais
Não se pode falar dos aspectos psicodinâmicos apenas centrando-se no
indivíduo. Tampouco, não se abrange as características sócio-institucionais nos
processos grupais dissociando o Estado. A escola moderna é fruto da
participação direta do Estado (Ferretti, p. 49). A mesma escola, oriunda deste
Estado, é também a originadora de uma sociedade de classes e, como
mencionado antes, defende os interesses de cada grupo, de acordo com suas
histórias e origens, com os aspectos afetivos e/ou funcionais que os compele,
sem desconsiderar o quanto o combate da sinecura pode otimizar cada grupo
em suas diferentes tarefas, enquanto se pensa em eficácia grupal,
horizontalização do poder e abertura maior para um diálogo em um ambiente
institucional pluricultural.
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Figura 1.
Diagramação das Relações Grupais: a) Triangulos Azuis: representam os
indivíduos; b) elipses marrons representam as histórias de vida de cada
indivíduo; c) hexagono verde representa a maneira como o coletivo se organiza
no processo grupal e as relações que se estabelecem no cotidiano; d) quadro
amarelo representa a comunidade na qual o grupo está inserido e também os
sistemas políticos, culturais e ideológicos que estão presentes nestas relações.
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5 – Referências Bibliográficas
BLEGER, José. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. SP: Martins
Fontes, cap.4. (Grupos operativos no ensino), 1980.
CAPITÃO, Claudio Garcia; HELOANI, José Roberto. A identidade como
grupo, grupo como identidade. Aletheia, n.26, p.50-61, jul./dez. 2007.
SILVA JUNIOR, João dos Reis; FERRETTI, Celso João. O INSTITUCIONAL, A
ORGANIZAÇÃO E ACULTURA DA ESCOLA, São Paulo: Xamã, 2004, 150p.
FREUD, Sigmund (1921). Psicologia de massas e análise do ego. RJ:
Imago, v.XVIII, p.91-167, 1985 (Edição Standard das Obras Completas de
Sigmund Freud).
MARTIN-BARÓ, I. Sistema grupo y poder: Psicologia Social desde centro
américa. El Salvador: UCA Editores, 1989
OSÓRIO, Luiz Carlos. Processos obstrutivos nos grupos, nas Instiuições e nos
sistemas humanos em geral in Psicologia Grupal - Uma nova disciplina para
o advento de uma era. Editora Artmed, Porto Alegre, RS, 2003, Cap. 6 p.71-
81.
WREGE, N. S. A orientação educacional no ensino paulista: da (re)visão
de uma experiência vivida às propostas para uma nova praxeologia em
educação. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, Centro de
Educação e Ciências Humanas, Tese de Doutorado, parte IV, cap.6 (O
orientação Educacional e a questão do coletivo), p.220-232, 1997.