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1
AULA INAUGURAL:
O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO
PROF. CLÁUDIO COSTA – CRMMG 9426
AULA INAUGURAL:
O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO
2
A ANAMNESE
PSIQUIÁTRICA
Introdução à Psicopatologia e
Exame do Estado
Mental (Súmula
Psicopatológica – SPP)
Particularidades da
propedêutica complementar
em Psiquiatria
Semio: ciência geral que tem como objeto todos os sistemas de
signos (incluindo os ritos e costumes) e todos os sistemas de
comunicação vigentes na sociedade
 Semiologia Geral
 Semiologia Médica
3
A anamnese psiquiátrica
Adaptado de: Aula IPUB/UFRJ / Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal
- Semiologia e Psicopatologia - A anamnese psiquiátrica
Profa. Erotildes Maria Leal
Prof. Octavio Dumont de Serpa Jr.
“Ciência geral dos signos”
(Ferdinand de Saussure)
 Sintoma:
forma sob a qual a doença se
apresenta; não tem nada ainda de
semiológico ou semântico; fato
mórbido na sua objetividade e na
sua descontinuidade; fato bruto
oferecido ao trabalho de decifração
antes que este tenha começado
 Signo:
sintoma suplementado pela
consciência organizadora do
clínico; produto explícito da
linguagem; o clínico transforma
pela mediação da linguagem o
sintoma em signo
4
A anamnese psiquiátrica
5
A anamnese psiquiátrica
• Subjetivo
• Requer escuta
apurada
SINTOMA
• Anamnéstico
• Diagnóstico
• Prognóstico
• Inespecífico
• Típico
• Patognomônico
Sinal/Signo
Os sinais/signos em Psiquiatria requerem uma Leitura
e constituem a PSICOPATOLOGIA
 Significado: classificação da doença no quadro nosográfico
 Significante: nome da doença, de um ponto de vista nosológico (estudo,
conhecimento)
6
A anamnese psiquiátrica
- Diagnóstico
 A prática clínica do Psiquiatra e da Psicologia se utiliza
dos conhecimentos aportados pela PSICOPATOLOGIA.
 A Psicopatologia interessa ao Psicopatologista como
constructo, conhecimento, ciência em si mesma.
 Não se deve, portanto, reduzir o paciente à sua
psicopatologia.
7
A clínica psiquiátrica
Quanto mais e melhor se conhece o indivíduo
tanto mais se apercebe do oculto ao qual não
se pode chegar!
8
A anamnese psiquiátrica
Sintomas psicopatológicos
Modos do vivenciar e comportamento que se destacam do
habitual num determinado contexto sócio-cultural.
Porém, o sujeito não tem escolha: perde a liberdade ao “fazer
um sintoma”
Pode ser compreendido como uma DEFESA contra o
“estilhaçamento” do Eu.
Portanto, compreensão psicopatológica aproxima-nos do ser
humano, em sua indissociável unidade: matéria e psiquismo,
que alguns denominam “corpo e alma”.
 Exame Clínico: procura de signos
 Anamnese (Psiquiátrica) = história clínica em geral (aspectos mais
importantes), história psiquiátrica, história da doença psiquiátrica do
paciente
Grego: ana, trazer de novo e mnesis, memória
Objetivos da anamnese
Objetivos básicos: Formular diagnóstico
Formular plano terapêutico
Formular prognóstico
Outros:
• Perícias, pesquisa, ensino
9
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- Diagnóstico
 Questão em relação à entrevista psiquiátrica
A entrevista não é apenas um dispositivo para coleta de dados
- A entrevista psiquiátrica é parte do “tratamento”?
 Que conseqüências decorrem do fato da entrevista ser considerada um
recurso do tratamento, e não apenas um elemento anterior a ele (o
tratamento)?
10
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
 Idéias que sustentam o pressuposto de que a entrevista é parte do
tratamento:
- o tratamento é um processo;
- o plano do diagnóstico nosológico deve sempre considerar o modo de
vida do paciente – e esse modo pode mudar com o encontro com o
profissional e com o serviço;
- o plano terapêutico não é um ideal a ser alcançado, mas algo a ser
construído
11
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
Aspectos gerais:
• Instrumento para construção da aliança terapêutica
• Pode se dar em contextos diversos
• Deve acontecer em lugar agradável e confortável
• Evitar interrupções
• O profissional deve se apresentar,explicar o objetivo da entrevista e
buscar consentimento do paciente
• Pacientes sem consciência de morbidade – entrevistar familiares ou
pessoas que possam informar, de preferência com concordância e se
possível, presença do paciente
12
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
Regras básicas:
 Inicialmente deixar o paciente falar livremente
 Só depois perguntar sobre temas específicos e pontos duvidosos.
 Saber como e quando interromper o paciente
 Não formular perguntas numa seqüência monótona e mecânica
 Certificar-se que o paciente compreende as perguntas
 Evitar perguntas sugestivas ( como você está se sentindo? X Você
está ansioso? )
 Não aceitar jargões
13
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
A entrevista:
 Presentifica, atualiza, para o entrevistador, o modo como o sujeito
se relaciona com o outro e consequentemente com o mundo
 Dá pistas dos desafios do processo de tratamento
 É um dispositivo de produção de subjetividades, fruto do encontro
entre entrevistado em entrevistador
 Pergunta que decorre desse pressuposto:
Como lidar com os afetos que surgem do lado do paciente e do
lado de entrevistador?
14
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
Pergunta que decorre desse pressuposto:
Como lidar com os afetos que surgem do lado do paciente e do
lado de entrevistador?
 Três grandes riscos:
- achar que entendeu tudo,
- tomar sempre para si os afetos e falas do paciente,
- nunca considerar que os afetos e falas do paciente podem estar dirigidos
ao entrevistador,
- ignorar os seus próprios afetos (do entrevistador)
15
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
Independentemente das finalidades da entrevista, o paciente deve sempre
ser informado previamente do motivo pelo qual estará sendo entrevistado:
avaliação do estado mental e diagnóstico psiquiátrico, realização de perícia,
avaliação da necessidade de hospitalização num serviço de emergência,
participação numa pesquisa etc.
Como regra o paciente deve ser informado previamente de que será visto,
devendo, sempre que possível, dar seu consentimento explícito (muitas
vezes informado por escrito), e jamais ser levado à consulta mediante
subterfúgio ou qualquer outra forma de engodo.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
- A entrevista psiquiátrica
16
Jean-Martin Charcot 1825-1893)
17
Diagnóstico em Psiquiatria:
Final da entrevista psiquiátrica
Síntese: o que observou? Necessita de exames
complementares? Necessita de mais entrevistas?
Diagnóstico: já tem os dados suficientes? Pode
explicar em palavras simples ao paciente ou
familiares.
Diagnóstico: Informar aos familiares ou
responsáveis (paciente sem condições de
compreensão ( psicótico, demenciado, criança)
18
Diagnóstico em Psiquiatria:
Final da entrevista psiquiátrica
Informar sobre alternativas farmacêuticas,
custos, necessidade ou não de internação, uso de
medicamentos, efeitos colaterais, prognóstico, etc.
Reservar os minutos finais para que o paciente
possa dirimir suas dúvidas, expressar sua
concordância ou não com as medidas propostas,
seu desejo de voltar para completar a avaliação ou
de seguir o tratamento proposto.
19
20
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
Componentes da avaliação psiquiátrica:
Anamnese propriamente dita
Exame psíquico (exame do estado
mental)
ESTRUTURA E CONTEÚDO DA ANAMNESE PSIQUIÁTRICA
 Identificação
 Queixa principal
 Motivo do atendimento
 História da doença atual
 História patológica pregressa
 História fisiológica
 História pessoal
 História social
 História familiar
21
 Exame psíquico e
Súmula psicopatológica
 Exame físico
 Exames complementares
 Diagnóstico sindrômico
 Diagnóstico nosológico
 Conduta terapêutica
22
ESTRUTURA E CONTEÚDO DA ANAMNESE PSIQUIÁTRICA
Identificação
• Nome
• Data de Nascimento
• Sexo
• Estado civil
• Naturalidade
• Nível de instrução
• Profissão
• Etnia
• Religião
• Residência
• Procedência
• Filiação
23
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
Queixa Principal
 Deve ser sucinta
 Redigida nas palavras do paciente
 Discriminar quando paciente não formula nenhuma queixa
Motivo do Atendimento
 Quando o paciente não formula queixa (ou fala sobre o motivo do
atendimento no lugar da queixa)
 Conteúdo fornecido por outra pessoa
 Citar literalmente
24
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
HDA
Neste tópico, avalia-se e descreve-se:
1 - como a doença começou,
2- se existiram fatores precipitantes,
3- como evoluiu,
4- qual a gravidade e o impacto da doença sobre a vida da pessoa.
É importante considerar:
a descrição detalhada dos sintomas, a freqüência, duração e flutuações dos
mesmos. Ainda, deve-se observar a seqüência cronológica dos sintomas e
eventos relacionados desde as primeiras manifestações até a situação
atual.
25
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
HDA –
- Conteúdos da descrição:
• Época e modo do início da doença
• Presença de fatores desencadeantes
• Tratamentos efetuados e modos de evolução
• Impacto sobre a vida do paciente
• Intercorrências de outros sintomas e a queixa atual
- Características da descrição:
• Pode ser narrada por pacientes ou informantes (dizer fonte)
• Não usar termos técnicos ( usar palavras do paciente)
• Não nomear quadros clínicos , descreve-los
• Ordem da redação – cronológica
• Inserir informações pesquisadas pelo entrevistador
• Referir negativos pertinentes
• Relatar episódios psiquiátricos anteriores
26
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
HPP
• Descrever estados mórbidos passados, em geral não psiquiátricos,
mesmo que não tenham relação direta ou indireta de causa e efeito
com a moléstia atual
História Fisiológica –descrever:
• Gestação
• Nascimento
• Aleitamento
• Desenvolvimento psicomotor
• Menarca
• Atividade sexual
• Gestações
• Partos
• Abortos
• Menopausa
• Padrões de sono e alimentação 27
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
História Pessoal
• Infância – descrever socialização, brincadeiras, aproveitamento
escolar, ansiedade de separação
• Adolescência – descrever desempenho escolar, drogas, delinqüência
relacionamentos interpessoais
• Idade adulta – descrever atitudes frente trabalho, vida familiar e
conjugal, a sexualidade os relacionamento
• Personalidade pré- mórbida – descrever o modo de ser habitual do
paciente, independente da situação da doença: relacionamentos
sociais, interesses, hábitos de lazer e culturais, padrão de humor,
agressividade, introversão/extroversão , egoísmo/altruísmo,
dependência independência, atividade/ passividade, valores,
adaptação ao ambiente.
- Observar mudanças de personalidade com a doença
28
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
História Social
• informações relativas à moradia
• situações sócio-econômicas
• características socio-culturais
• atividade ocupacional atual
• situação previdenciária
• vinculo com sistema de saúde
• atividade religiosa, política
• antecedentes criminais 29
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
História Familiar
 dados relacionados a doenças psiquiátricos e não
 ter sido desejado pelos pais
 separação dos pais
 quem criou o paciente
 ordem de nascimento
 diferenças de idade
 característica de personalidade dos familiares
 relacionamento entre familiares
 atitude da família diante da doença do paciente
 relacionamento com filhos e cônjuge
30
Diagnóstico em Psiquiatria:
• A anamnese psiquiátrica
PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA
 A Psicopatologia e a Semiologia psiquiátrica (e,
muito provavelmente, também a psicológica) são
herdeiras diretas da filosofia, especialmente da
corrente que ficou conhecida por Fenomenologia.
 Complexidade: variações do normal, critérios, etapas
do desenvolvimento neurológico e psicológico,
variações culturais, étnicas, religiosas, etc.
31
Psicopatologia
Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental.
Estudo dos fenômenos psíquicos
 Psyche – alma
 Pathos – sofrimento ou doença
 Lógos – estudo ou ciência
32
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  Súmula Psicopatológica
 Avaliação do funcionamento mental do paciente, no momento do
exame, com base nas observações que foram feitas durante a entrevista.
 Pode variar de um momento para outro, em função de mudanças na
psicopatologia do paciente (da mesma forma que o exame físico de um
paciente com hipertensão arterial, pode mostrar uma pressão arterial
normal, em razão do paciente estar medicado, o exame do estado mental
de um esquizofrênico pode deixar de apresentar alucinações, pelo mesmo
motivo).
 Com o objetivo de facilitar a descrição, o exame do estado mental é
organizado por áreas (p.ex.,pensamento, senso-percepção, afeto, etc.),
embora exista uma grande inter-relação entre estas diferentes áreas.
33
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
Observações gerais
• Começa no primeiro contato com paciente (marcação da consulta)
• Busca avaliar as principais funções psíquicas
• Inclui basicamente o que observado pelo examinador
(doentes relatam o que dele se espera)
• Descrever apenas o que é visto durante a entrevista
• Descrever as condições em que o exame se realizou
• Descrever alterações psicopatológicas observadas e funções mentais
preservadas sem considerar possíveis causas
• Redação deve restringir-se a descrição dos fenômenos observados, sem
uso de termos técnicos
• Pode se realizar mesmo sem cooperação do paciente
34
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
Aparência Adequada
Higiene Adequada
Atitude Cooperativa e calmo
Consciência Consciente
Orientação Orientado tempo e espaço e quanto a si
Atenção Normovigilante e normotenaz
Sensopercepção Sem alterações
Memória Preservada
Linguagem Normal
Inteligência Sem alterações da forma, conteúdo e curso
Pensamento Compatível com idade e condição sócio cultural
Vontade Sem alterações
Psicomotricidade Sem alterações
Humor Eutímico
Afeto Congruente
Consciência do Eu Unidade, identidade, atividade e relação com
mundo externo sem alterações
Insight Adequado
O que avaliamos no exame do estado mental
35
36
Diagnóstico em Psiquiatria
O exame psíquico  SPP
APRESENTAÇÃO (Como o paciente se apresenta à consulta)
Aparência adequada, extravagante, bizarra
Higiene: adequada ou não
Psicomotricidade ativo, coordenação motora
Atitude/Comportamento para com o entrevistador:
(fala, gestos, mímica e movimentos corporais)
Cooperante
Não cooperante: Oposição – se recusa a participar da entrevista
Hostil – ofende, ameaça ou agride fisicamente
De fuga – reflete o medo do paciente
Desconfiança – “Você é mesmo médico?”, “Existem microfones aqui?”
Querelante – discute ou briga por se sentir prejudicado ou ofendido
Reivindicativa – “Quero ter alta agora
37
Atitude/Comportamento para com o entrevistador:
fala, gestos, mímica e movimentos corporais
Arrogante: atitude de desdém ou sentir-se superior
Evasiva: evita reponder certas perguntas, desvia-se do assunto
Invasiva: quer saber sobre a vida do examinador, mexe em objetos do
consultório
Esquiva: evita contato social
Inibida: pouco à vontade
Desinibida: inconveniente
Jocosa: fazendo piadas ou brincadeiras
38
Atitude/Comportamento para com o entrevistador:
(fala, gestos, mímica e movimentos corporais)
Irônica, denotando arrogância e agressividade
Lamuriosa: queixosa o tempo todo
Dramática: teatral, hiperemotividade
Sedutora: elogios e tentativas de agradar ou depertar interesse sexual
Pueril: infantilismo, comportamentos regressivos
Gliscróide: grudento, atitude pegajosa e inconveniente
39
Atitude/Comportamento para com o entrevistador:
(fala, gestos, mímica e movimentos corporais)
Simuladora: finge ter doença ou sintoma // O que é diferente de:
Dissimuladora: tentando ocultar sintomas
Indiferente: belle indiference
Manipuladora: “jogos” de perde e ganha, condiciona respostas
Submissa: não expressa o que deseja ou a contraria
Expansiva: trata a todos como pessoas íntimas
Amaneirada: maneirismos, trata o médico como “Vossa Excelência”
Reação de último momento: cooperação no último momento
40
Observação da Motricidade
41
Apraxia: comprometimento da capacidade de executar movimentos, gestos ou
habilidades previamente aprendidos (p. ex: utilização de utensílios e
instrumentos)
Ecopraxia (reações em eco, durante as quais o paciente repete os gestos
(ecopraxia), a fala (ecolalia) ou a mímica
Hipocinesia / Acinesia / Hipercinesia: velocidade na realização de
movimentos
Estereotipias: repetição não voluntária de movimentos para os quais não
percebemos finalidade ou intenção. Diferenciar de tiques, as acatisias e os
movimentos discinéticos induzidos pelo uso dos anti-psicóticos
Flexibilidade cérea: O paciente apresenta-se como se fosse um boneco de cera e
pode ser movimentado de forma passiva, sem opor resistência alguma,
apresentando ainda tendência a permanecer na posição em que é colocado,
mesmo que se antinatural e incômoda
Portanto:
Consciência = É a capacidade de se situar em relação a si (auto
psíquica) mesmo e ao ambiente (alopsíquica)
- Consciência da realidade
- - Consciência do eu
42
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
Uma pessoa está pode ser considerada dotada de
CONSCIENCIA quando está integrando, de forma
coerente e compartilhada, o que a rodeia, desde que
lhe sejam fornecidos os mínimos dados necessários
para isso e sabe de si.
 Orientação no espaço;
 Orientação no tempo;
 Orientação quanto às pessoas;
 Orientação situacional
 Orientação para a sua própria pessoa (Consciência do Eu)
43
EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA
Consciência da realidade - É o conhecimento (o dar-se conta) que o
indivíduo tem de suas vivências internas, de seu corpo e do mundo
externo. É avaliada através da Orientação.
ALTERAÇÕES DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA
Alterações Quantitativas
• Coma;
• Rebaixamento do nível de consciência:
• Simples – sem sintomas psicóticos
• Oniróide – com sintomas psicóticos – ex. Delirium.
Alterações Qualitativas
• Estreitamento – epilepsia, intoxicação alcoólica, estados
dissociativos, hipnose, reação aguda ao estresse, sonambulismo,
pavor noturno.
44
EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA DO EU
45
EU
ATIVIDADE
DO
EU
IDENTIDADE
DO
EU
LIMITES
DO
EU
UNIDADE
DO
EU
Sujeito de
minhas vivências
Eu único
Eu
mesmo
no tempo
Eu versus
ambiente
EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA
A ATENÇÃO
46
ATENÇÃO
Tenacidade
Atenção dirigida
ativamente a algo.
Capacidade de mantê-la
Vigilância
Atenção despertada
por algo
EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA
ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO
Hipoprosexia – diminuição global da atenção
Aprosexia – abolição da atenção;
Rigidez da atenção – hipertenacidade e hipovigilância;
Labilidade da atenção – hipotenacidade e hipervigilância
- Distraibilidade.
47
A boa vigilância é associada à capacidade de uma
pessoa de reagir e integrar momentanea e imediatamente
eventos do meio circundante, aplicando algum “filtro
seletivo” quanto à sua importância.
 DEFINIÇÃO: capacidade dos seres vivos de reagir,
através de órgãos dos sentidos e estruturas próprio-
sensitivas, a diferentes estímulos provenientes do
meio ambiente, mas também do seu próprio corpo,
de maneira a produzir uma representação mental
desses ambientes, com o objetivo maior de auto-
preservação (obtenção de alimentos e escape) e
reprodução.
 Os estímulos podem ser: auditivos, visuais,
olfativos, táteis e gustativos
48
AVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃOAVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO
49
AVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO
1º) SENSAÇÃO
2º) PERCEPÇÃO
3ª)
APERCEPÇÃO
A apreensão/integração do mundo circundante se dá em
3 momentos e/ou funções.
REAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS
INTEGRAÇÃO DE CONTORNOS E FORMAS
ISOLADAS, EM SUAS RELAÇÕES
TRIDIMENSIONAIS E COM O ENTORNO.
INTEGRAÇÃO DA CENA E SITUAÇÃO
VIVIDAS, LOCALIZANDO-A NO TEMPO E
ATRIBUINDO-LHE SENTIDO.
Adaptado de apostila do Prof. Márcio Amaral (UFF) 50
ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS
fenômenos mistos: a uma percepção verdadeira se
associa uma representação cursando com um
engano, ainda que momentâneo.
uma representação dotada de TODAS (as 5
assinaladas) as características da percepção real,
surgida sem relação alguma com qualquer objeto;
com vivacidade tal, que se faz reconhecer como uma
percepção verdadeira de um objeto qualquer.
ILUSÕES
ALUCINAÇÕES
ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: ILUSÕES
51
Ilusões: estímulos sensoriais reais são confundidos ou interpretados
erroneamente; quando há redução de estímulos ou do nível de consciência
(delirium); por exemplo, um cinto é percebido como uma cobra, miragens no
deserto (enxerga-se água nas dunas)
-Dismegalopsias: são ilusões nas quais os objetos ou pessoas tomam tamanho
e/ou distâncias irreais
Macropsias / Micropsias, parecem menores e mais distantes (lesão temporal
posterior e intoxicações por drogas)
 Os objetos captados através da PERCEPÇÃO normal
(consideremos a visão):
 1) Aparecem no espaço objetivo externo.
 2) Têm frescor sensorial e nitidez: intensidade, cores,
timbres, etc.
 3) São percebidos como CORPÓREOS e
tridimensionais
 4) São independentes da nossa vontade.
 5) São ESTÁVEIS enquanto presentes no raio de
percepção.
52
ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: ALUCINAÇÕES
AS ALUCINAÇÕES SÃO REPRESENTAÇÕES COM AS CARACTERÍSTICAS
DE UMA PERCEPÇÃO NORMAL, DAÍ A “CERTEZA” DO PACIENTE
 Por isso, as ALUCINAÇÕES podem ter todas as
representações (re-apresentações) que
conhecemos pelas vivências sensoriais.
 Diferenciam-se das PSEUDO-ALUCINAÇÕES:
estas também são representações mais vívidas
do que o habitual, ESTÁVEIS, SEM a sensação
de corporeidade e, principalmente, SEM poder
de convencimento de sua existência real.
53
ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS:
PSEUDO-ALUCINAÇÕES
AS ALUCINAÇÕES SÃO REPRESENTAÇÕES COM AS CARACTERÍSTICAS
DE UMA PERCEPÇÃO NORMAL, DAÍ A “CERTEZA” DO PACIENTE
54
ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS:
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
1) As alucinações podem se apresentar em qualquer dos sentidos e as
auditivo-verbais são muito associadas às esquizofrenias. Mas não é
essencial.
2) Deve-se perguntar ao paciente se, no início das alucinações, ele tentava
se certificar se os outros também as experimentavam; se tentava comprovar
suas representações, por exemplo, abrir a janela para se certificar de onde
viriam as “vozes”; ou se discutia e retrucava (atitude alucinatória).
3) Verificar se o paciente é alcoólatra: podem tratar-se de “alucinose
alcoólica”
4) Distinguir as alucinações cenestésicas: são proprioceptivas e do esquema
corporal
5) falsas percepções proprioceptivas: membro fantasma
6) pareidolias: a partir de uma percepção verdadeira, a pessoa associa uma
representação de caráter imaginativo. Ex.: ver carneiros a partir das nuvens.
55
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
DEFINIÇÃO: A memória é a capacidade de fixar (reter),
consolidar e evocar, de maneira intencional ou não, ao
menos uma parte, daquilo que foi experimentado.
RETER
CONSOLIDAR
EVOCAR
É a capacidade de esquecer, mas também a seleção do experimentado,
que dão a marca de uma individualidade.
Lei de Ribot – mais recentes para mais
antigas, mais complexas para mais
simples
56
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
Alterações
Intensidade
Amnésia
Hipomnésia
Hipermnésia
Período
Lacunar
Massivo
Amnésia seletiva: esquece apenas determinado fato e mantém
os outros da mesma época
Linguagem
A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade
especificamente humana, talvez a mais característica de nossas
atividades mentais
 Características da fala
 Progressão da fala
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
57
Linguagem
 Alterações
• Afasia / Agrafia / Alexia
• Disartria
• Parafasias: São formas mais discretas de déficit de linguagem, nas
quais o indivíduo deforma determinadas palavras, como designar de
“cameila” a cadeira, de “ibro” o livro, e assim por diante.
• Logorreia / Loquacidade / Bradifasia / Mutismo
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
58
Linguagem
A linguagem na esquizofrenia:
A linguagem na esquizofrenia pode sofrer alterações muito
peculiares. Tais alterações são indicativos de como o processo de
pensar, a formação e a utilização de conceitos, juízos e raciocínios
estão profundamente afetados pela desestruturação esquizofrênica.
O sinal extremo da desarmonia das estruturas de pensamento e de
linguagem é o desenvolvimento de uma linguagem completamente
incompreensível, uma língua privada (do doente) que ninguém
entende, denominada criptolalia.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
59
Inteligência
• A inteligência pode ser inferida através do desempenho intelectual
durante o exame e através de perguntas como:
o troco em dinheiro para 6,37 quando se deu 10,00;
multiplicar 2 X12; 2X24;2X48; 2X96; etc
• A capacidade de abstração deve ser avaliada através da
solicitação de interpretação de provérbios e metáforas ("Quem não
tem cão, caça com gato"; "Mais vale um pássaro na mão que dois
voando"; Não se tira leite de pedras ); e da comparação de objetos
semelhantes e diferentes (maçã e laranja, criança e anão, mentira
e engano). 60
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
Pensamento
No processo de pensar distinguem-se:
• O curso do pensamento é o modo como o pensamento flui, a sua
velocidade e seu ritmo ao longo do tempo.
• A forma do pensamento é a sua estrutura básica, sua
“arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses
do indivíduo.
•O conteúdo do pensamento pode ser definido como aquilo que dá
substância ao pensamento, os seus temas predominantes, o assunto
em si.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
61
Alterações do Curso:
• Aceleração do pensamento: O pensamento flui de forma muito
acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente.
• Lentificação do pensamento: Em alguns pacientes gravemente
deprimidos, o pensamento progride lentamente, de forma dificultosa.
Há certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas.
• Bloqueio ou interceptação do pensamento: Verifica-se o
bloqueio do pensamento quando o paciente, ao relatar algo, no meio
de uma conversa, brusca e repentinamente interrompe seu
pensamento, sem qualquer motivo aparente.
• Roubo do pensamento É uma vivência, frequentemente associada
ao bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida
sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por
uma força ou ente estranho, por uma máquina, uma antena, etc.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
62
Alterações do Curso:
• Descarrilhamento do pensamento: O pensamento passa a
extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos colaterais, desvios,
pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso
original.
• Desagregação do pensamento: Neste caso, há profunda e radical
perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do
pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos
e idéias fragmentadas, muitas vezes irreconhecíveis, sem qualquer
articulação.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
63
Alterações da forma:
• Fuga de idéias: Na fuga de idéias, as associações entre as
palavras deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e
passam a ocorrer por assonância, e as idéias se associam muito
mais pela presença de estímulos externos contingentes.
• Dissociação do pensamento: É a designação cunhada por Bleuler
(1985) para a desorganização do pensamento encontrada em certas
formas de esquizofrenia.
• Afrouxamento das associações: Neste caso, embora ainda haja
concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o afrouxamento dos
enlaces associativos.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
64
 Conteúdo do pensamento:
O conteúdo do pensamento é aquilo que preenche a estrutura do
processo de pensar. A observação clínica indica que os principais
conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos são:
1. Persecutórios
2. Depreciativos
3. Religiosos
4. Sexuais
5. De poder, riqueza, prestígio ou grandeza
6. De ruína ou culpa
7. Conteúdos hipocondríacos
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
65
 Conteúdo do pensamento: o Delírio
• As idéias delirantes, ou delírio, são juízos patologicamente falsos.
• Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na
doença mental.
•Jaspers (1979) descreveu três características ou indícios externos
que, do ponto de vista prático, são muito importantes para a
identificação clínica do delírio:
1. O doente apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza
subjetiva praticamente absoluta; A sua crença é total; a seu ver,
não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
66
 Conteúdo do pensamento: o Delírio
2. É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva,
por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos,
plausíveis e aparentemente convincentes.
3. O delírio é, quase sempre, um juízo falso; o seu conteúdo é
impossível.
Deve-se acrescentar, aos três indicativos ou características externas
do delírio descritas por Jaspers, uma quarta característica, que ajuda
a diferenciar o delírio de determinadas crenças culturais:
4. O delírio é uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural
do doente.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
67
Vontade e Pragmatismo
 Processo volitivo:
• Intenção
• Análise
• Decisão
• Execução
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
68
Vontade e Pragmatismo
 Alterações
• Hipobulia ou abulia – diminuição e abolição da vontade;
• Hiperbulia
• Enfraquecimento dos impulsos – anorexia, insônia, perda da libido;
• Intensificação – bulimia, potomania (hábito de beber quantidades
excessivas de água, mesmo sem sede), hipersonia, e ninfomania
satiríase (masculino)
• Comportamentos heteroagressivos, frangofilia (estraçalha roupas,
travesseiros, etc), piromania, dromomania (vontade incontrolável de
fugir, perambular), dipsomania (álcool)
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
69
Vontade e Pragmatismo
Alterações
• Compulsões – toxicofilia, comer compulsivo, jogo patológico,
cleptomania, internet, comprar, sexo e pornografia, vigorexia, ortorexia
• Comportamento de automutilação e suicida, alotriofagia (perversão
alimentar: apetite descontrolado por coisas não comestíveis como
sabão, areia, etc), parafilias (padrão sexual em que a relação sexual
não representa o prazer mas voyeurismo, sadismo, etc),
ambitendência, negativismo, reação de último momento,
sugestionabilidade patológica e obediência automática
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
70
Afetividade e Humor
• Humor é a tonalidade de sentimento predominante, e mais constante,
que pode influenciar a percepção de si mesmo, e do mundo ao seu redor.
• Afeto é a experiência da emoção subjetiva e imediata, ligada a idéias ou
representações mentais e que pode ser observada pelas suas
manifestações objetivas: alegre, triste, embotado, expansivo, lábil,
inapropriado.
Em outras palavras, humor se refere à emoção predominante, mais
constante, enquanto afeto é a sua expressão, o que se observa, sendo
mais flutuante.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
71
Afetividade e Humor
• Ansiedade; medo e tensão; irritabilidade, raiva, ódio, desprezo,
hostilidade; labilidade afetiva (rápidas alternações de afetos opostos);
incontinência emocional (deixar transparecer todas emoções que sente,
geralmente sendo estas intensas); indiferença afetiva ou "la belle
indiference“ afeto inapropriado ou incongruente (em relação ao que está
sendo relatado); afeto hipomaníaco e maníaco, exaltado, expansivo:
euforia e êxtase (sendo este sentimento desproporcional às
circunstâncias); afeto deprimido: tristeza, desesperança, baixa auto-
estima e sentimentos de culpa; apatia, afeto achatado ou embotado
(resposta emocional diminuída ou indiferente às alterações dos assuntos)
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
72
Juízo de Morbidade (Juízo crítico)
É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade
externa e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo.
Implica separar sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de
sentimentos e impulsos de outras pessoas. Refere-se, ainda, à
possibilidade de autoavaliar-se adequadamente e ter uma visão
realista de si mesmo, suas dificuldades e suas qualidades.
Insight
É uma forma mais complexa de juízo. Envolve um grau de
compreensão do paciente sobre si mesmo, seu estado emocional, sua
doença e as conseqüências desta sobre si, pessoas que o cercam e
sua vida em geral.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
73
74
- Aparência do paciente
- Nível de Consciência: grau de lucidez e exame quanto à capacidade de orientação,
atenção e concentração
- Memória: imediato e tardio (fixação e evocação)
- Inteligência: “capacidade de adaptação ou de “resolução de problema”, afetada pela
cultura (pode confundir o examinador)
- Afetividade Incluem-se aqui o humor básico do paciente, o estado de animo atual
- Sensopercepção: ilusões e alucinações
- Vontade: hipobúlico, hiperbúlico ou mesmo abúlico
- Psicomotricidade: dependente da vontade e da afetividade
- Pensamento: curso, sua forma e seu conteúdo
SÚMULA PSICOPATOLÓGICA
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
75
1. Aspecto geral: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica,
atitude global do paciente.
2. Nível de consciência.
3. Orientação alo e autopsíquica.
4. Atenção.
5. Memória (fixação e evocação).
6. Sensopercepção.
7. Pensamento (curso, forma e conteúdo).
8. Linguagem.
9. Inteligência.
10. Juízo de realidade.
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
76
Diagnóstico em Psiquiatria
11. Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos
predominantes).
12. Volição.
13. Psicomotricidade.
14. Consciência e valoração do Eu.
15. Vivência do tempo e do espaço.
16. Personalidade.
17. Descrever sentimentos contratransferenciais.
18. Crítica em relação a sintomas e insight.
19. Desejo de ajuda.
20. Se for o caso, o tratamento é voluntário ou involuntário?
- Súmula do exame psíquico (fazer um resumo, utilizando os
termos técnicos) Dalgalarrondo, 2008
77
 Funções mais afetadas nos transtornos psico-orgânicos
Nível de consciência
Atenção*
Orientação
Memória
Inteligência
Linguagem**
 Funções mais afetadas nos transtornos afetivos, neuróticos e da personalidade
Afetividade
Vontade
Psicomotricidade
Personalidade
 Funções mais afetadas nos transtornos psicóticos
Sensopercepção
Pensamento
Juízo de realidade
Vivência do Eu
•Tb quadros afetivos (mania, principalmente) / ** Tb nas psicoses
Dalgalarrondo, 2008
Diagnóstico em Psiquiatria: O exame psíquico  SPP
78
Anamnese + Exame psíquico
Diagnóstico
Classificação
 Atualmente:
- DSM IV / V
- CID 1010 / CID 11 (ainda não publicada)
Diagnóstico em Psiquiatria:
• O exame psíquico  SPP
Há diferentes realidades:
Realidade x crenças e valores
Realidade = concepção físico- moral
forma de construir o mundo
Diagnóstico em Psiquiatria:
• Contribuição da antropologia para a compreensão de diferentes modos
de construção dos espaços de fala:a s perspectivas individualista e
hierárquicas
79
Bibliografia:
- Associação Mundial de Psiquiatria. 2004. Diretrizes para avaliação
diagnóstica (IGDA). Versão em português disponível no site
http://www.abpbrasil.org.br. Palavra para busca: IGDA
 MACKINNON, R. A entrevista psiquiátrica na prática diária. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1981. cap.1 pág. 15 a 63 e cap.15- pág 349 a 364 e
cap.17 – pág.368 a 374.
 DALGALARRONDO, P. Piscopatologia e Semiologia dos Transtornos
Mentais. Porto Alegre, ArtMed Editora, 2000. cap. 8, pág 50-60.
 HENRI EY, Manual de Psiquiatria. Ed.Masson, SP. 1985,2ª edição
 SULLIVAN, Harry Stack. A entrevista psiquiátrica. Rio de Janeiro.
Interciência, 1983.
 ZUARDI AW & LOUREIRO SR. Semiologia psiquiátrica. Medicina,
Ribeirão Preto, 29: 44-53, jan./mar. 1996.
80

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Diagnóstico psiquiátrico: A anamnese e a entrevista

  • 1. 1 AULA INAUGURAL: O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO PROF. CLÁUDIO COSTA – CRMMG 9426
  • 2. AULA INAUGURAL: O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO 2 A ANAMNESE PSIQUIÁTRICA Introdução à Psicopatologia e Exame do Estado Mental (Súmula Psicopatológica – SPP) Particularidades da propedêutica complementar em Psiquiatria
  • 3. Semio: ciência geral que tem como objeto todos os sistemas de signos (incluindo os ritos e costumes) e todos os sistemas de comunicação vigentes na sociedade  Semiologia Geral  Semiologia Médica 3 A anamnese psiquiátrica Adaptado de: Aula IPUB/UFRJ / Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal - Semiologia e Psicopatologia - A anamnese psiquiátrica Profa. Erotildes Maria Leal Prof. Octavio Dumont de Serpa Jr. “Ciência geral dos signos” (Ferdinand de Saussure)
  • 4.  Sintoma: forma sob a qual a doença se apresenta; não tem nada ainda de semiológico ou semântico; fato mórbido na sua objetividade e na sua descontinuidade; fato bruto oferecido ao trabalho de decifração antes que este tenha começado  Signo: sintoma suplementado pela consciência organizadora do clínico; produto explícito da linguagem; o clínico transforma pela mediação da linguagem o sintoma em signo 4 A anamnese psiquiátrica
  • 5. 5 A anamnese psiquiátrica • Subjetivo • Requer escuta apurada SINTOMA • Anamnéstico • Diagnóstico • Prognóstico • Inespecífico • Típico • Patognomônico Sinal/Signo
  • 6. Os sinais/signos em Psiquiatria requerem uma Leitura e constituem a PSICOPATOLOGIA  Significado: classificação da doença no quadro nosográfico  Significante: nome da doença, de um ponto de vista nosológico (estudo, conhecimento) 6 A anamnese psiquiátrica - Diagnóstico
  • 7.  A prática clínica do Psiquiatra e da Psicologia se utiliza dos conhecimentos aportados pela PSICOPATOLOGIA.  A Psicopatologia interessa ao Psicopatologista como constructo, conhecimento, ciência em si mesma.  Não se deve, portanto, reduzir o paciente à sua psicopatologia. 7 A clínica psiquiátrica Quanto mais e melhor se conhece o indivíduo tanto mais se apercebe do oculto ao qual não se pode chegar!
  • 8. 8 A anamnese psiquiátrica Sintomas psicopatológicos Modos do vivenciar e comportamento que se destacam do habitual num determinado contexto sócio-cultural. Porém, o sujeito não tem escolha: perde a liberdade ao “fazer um sintoma” Pode ser compreendido como uma DEFESA contra o “estilhaçamento” do Eu. Portanto, compreensão psicopatológica aproxima-nos do ser humano, em sua indissociável unidade: matéria e psiquismo, que alguns denominam “corpo e alma”.
  • 9.  Exame Clínico: procura de signos  Anamnese (Psiquiátrica) = história clínica em geral (aspectos mais importantes), história psiquiátrica, história da doença psiquiátrica do paciente Grego: ana, trazer de novo e mnesis, memória Objetivos da anamnese Objetivos básicos: Formular diagnóstico Formular plano terapêutico Formular prognóstico Outros: • Perícias, pesquisa, ensino 9 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - Diagnóstico
  • 10.  Questão em relação à entrevista psiquiátrica A entrevista não é apenas um dispositivo para coleta de dados - A entrevista psiquiátrica é parte do “tratamento”?  Que conseqüências decorrem do fato da entrevista ser considerada um recurso do tratamento, e não apenas um elemento anterior a ele (o tratamento)? 10 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 11.  Idéias que sustentam o pressuposto de que a entrevista é parte do tratamento: - o tratamento é um processo; - o plano do diagnóstico nosológico deve sempre considerar o modo de vida do paciente – e esse modo pode mudar com o encontro com o profissional e com o serviço; - o plano terapêutico não é um ideal a ser alcançado, mas algo a ser construído 11 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 12. Aspectos gerais: • Instrumento para construção da aliança terapêutica • Pode se dar em contextos diversos • Deve acontecer em lugar agradável e confortável • Evitar interrupções • O profissional deve se apresentar,explicar o objetivo da entrevista e buscar consentimento do paciente • Pacientes sem consciência de morbidade – entrevistar familiares ou pessoas que possam informar, de preferência com concordância e se possível, presença do paciente 12 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 13. Regras básicas:  Inicialmente deixar o paciente falar livremente  Só depois perguntar sobre temas específicos e pontos duvidosos.  Saber como e quando interromper o paciente  Não formular perguntas numa seqüência monótona e mecânica  Certificar-se que o paciente compreende as perguntas  Evitar perguntas sugestivas ( como você está se sentindo? X Você está ansioso? )  Não aceitar jargões 13 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 14. A entrevista:  Presentifica, atualiza, para o entrevistador, o modo como o sujeito se relaciona com o outro e consequentemente com o mundo  Dá pistas dos desafios do processo de tratamento  É um dispositivo de produção de subjetividades, fruto do encontro entre entrevistado em entrevistador  Pergunta que decorre desse pressuposto: Como lidar com os afetos que surgem do lado do paciente e do lado de entrevistador? 14 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 15. Pergunta que decorre desse pressuposto: Como lidar com os afetos que surgem do lado do paciente e do lado de entrevistador?  Três grandes riscos: - achar que entendeu tudo, - tomar sempre para si os afetos e falas do paciente, - nunca considerar que os afetos e falas do paciente podem estar dirigidos ao entrevistador, - ignorar os seus próprios afetos (do entrevistador) 15 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica
  • 16. Independentemente das finalidades da entrevista, o paciente deve sempre ser informado previamente do motivo pelo qual estará sendo entrevistado: avaliação do estado mental e diagnóstico psiquiátrico, realização de perícia, avaliação da necessidade de hospitalização num serviço de emergência, participação numa pesquisa etc. Como regra o paciente deve ser informado previamente de que será visto, devendo, sempre que possível, dar seu consentimento explícito (muitas vezes informado por escrito), e jamais ser levado à consulta mediante subterfúgio ou qualquer outra forma de engodo. Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica - A entrevista psiquiátrica 16
  • 18. Diagnóstico em Psiquiatria: Final da entrevista psiquiátrica Síntese: o que observou? Necessita de exames complementares? Necessita de mais entrevistas? Diagnóstico: já tem os dados suficientes? Pode explicar em palavras simples ao paciente ou familiares. Diagnóstico: Informar aos familiares ou responsáveis (paciente sem condições de compreensão ( psicótico, demenciado, criança) 18
  • 19. Diagnóstico em Psiquiatria: Final da entrevista psiquiátrica Informar sobre alternativas farmacêuticas, custos, necessidade ou não de internação, uso de medicamentos, efeitos colaterais, prognóstico, etc. Reservar os minutos finais para que o paciente possa dirimir suas dúvidas, expressar sua concordância ou não com as medidas propostas, seu desejo de voltar para completar a avaliação ou de seguir o tratamento proposto. 19
  • 20. 20 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica Componentes da avaliação psiquiátrica: Anamnese propriamente dita Exame psíquico (exame do estado mental)
  • 21. ESTRUTURA E CONTEÚDO DA ANAMNESE PSIQUIÁTRICA  Identificação  Queixa principal  Motivo do atendimento  História da doença atual  História patológica pregressa  História fisiológica  História pessoal  História social  História familiar 21
  • 22.  Exame psíquico e Súmula psicopatológica  Exame físico  Exames complementares  Diagnóstico sindrômico  Diagnóstico nosológico  Conduta terapêutica 22 ESTRUTURA E CONTEÚDO DA ANAMNESE PSIQUIÁTRICA
  • 23. Identificação • Nome • Data de Nascimento • Sexo • Estado civil • Naturalidade • Nível de instrução • Profissão • Etnia • Religião • Residência • Procedência • Filiação 23 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 24. Queixa Principal  Deve ser sucinta  Redigida nas palavras do paciente  Discriminar quando paciente não formula nenhuma queixa Motivo do Atendimento  Quando o paciente não formula queixa (ou fala sobre o motivo do atendimento no lugar da queixa)  Conteúdo fornecido por outra pessoa  Citar literalmente 24 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 25. HDA Neste tópico, avalia-se e descreve-se: 1 - como a doença começou, 2- se existiram fatores precipitantes, 3- como evoluiu, 4- qual a gravidade e o impacto da doença sobre a vida da pessoa. É importante considerar: a descrição detalhada dos sintomas, a freqüência, duração e flutuações dos mesmos. Ainda, deve-se observar a seqüência cronológica dos sintomas e eventos relacionados desde as primeiras manifestações até a situação atual. 25 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 26. HDA – - Conteúdos da descrição: • Época e modo do início da doença • Presença de fatores desencadeantes • Tratamentos efetuados e modos de evolução • Impacto sobre a vida do paciente • Intercorrências de outros sintomas e a queixa atual - Características da descrição: • Pode ser narrada por pacientes ou informantes (dizer fonte) • Não usar termos técnicos ( usar palavras do paciente) • Não nomear quadros clínicos , descreve-los • Ordem da redação – cronológica • Inserir informações pesquisadas pelo entrevistador • Referir negativos pertinentes • Relatar episódios psiquiátricos anteriores 26 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 27. HPP • Descrever estados mórbidos passados, em geral não psiquiátricos, mesmo que não tenham relação direta ou indireta de causa e efeito com a moléstia atual História Fisiológica –descrever: • Gestação • Nascimento • Aleitamento • Desenvolvimento psicomotor • Menarca • Atividade sexual • Gestações • Partos • Abortos • Menopausa • Padrões de sono e alimentação 27 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 28. História Pessoal • Infância – descrever socialização, brincadeiras, aproveitamento escolar, ansiedade de separação • Adolescência – descrever desempenho escolar, drogas, delinqüência relacionamentos interpessoais • Idade adulta – descrever atitudes frente trabalho, vida familiar e conjugal, a sexualidade os relacionamento • Personalidade pré- mórbida – descrever o modo de ser habitual do paciente, independente da situação da doença: relacionamentos sociais, interesses, hábitos de lazer e culturais, padrão de humor, agressividade, introversão/extroversão , egoísmo/altruísmo, dependência independência, atividade/ passividade, valores, adaptação ao ambiente. - Observar mudanças de personalidade com a doença 28 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 29. História Social • informações relativas à moradia • situações sócio-econômicas • características socio-culturais • atividade ocupacional atual • situação previdenciária • vinculo com sistema de saúde • atividade religiosa, política • antecedentes criminais 29 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 30. História Familiar  dados relacionados a doenças psiquiátricos e não  ter sido desejado pelos pais  separação dos pais  quem criou o paciente  ordem de nascimento  diferenças de idade  característica de personalidade dos familiares  relacionamento entre familiares  atitude da família diante da doença do paciente  relacionamento com filhos e cônjuge 30 Diagnóstico em Psiquiatria: • A anamnese psiquiátrica
  • 31. PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA  A Psicopatologia e a Semiologia psiquiátrica (e, muito provavelmente, também a psicológica) são herdeiras diretas da filosofia, especialmente da corrente que ficou conhecida por Fenomenologia.  Complexidade: variações do normal, critérios, etapas do desenvolvimento neurológico e psicológico, variações culturais, étnicas, religiosas, etc. 31
  • 32. Psicopatologia Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental. Estudo dos fenômenos psíquicos  Psyche – alma  Pathos – sofrimento ou doença  Lógos – estudo ou ciência 32 Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  Súmula Psicopatológica
  • 33.  Avaliação do funcionamento mental do paciente, no momento do exame, com base nas observações que foram feitas durante a entrevista.  Pode variar de um momento para outro, em função de mudanças na psicopatologia do paciente (da mesma forma que o exame físico de um paciente com hipertensão arterial, pode mostrar uma pressão arterial normal, em razão do paciente estar medicado, o exame do estado mental de um esquizofrênico pode deixar de apresentar alucinações, pelo mesmo motivo).  Com o objetivo de facilitar a descrição, o exame do estado mental é organizado por áreas (p.ex.,pensamento, senso-percepção, afeto, etc.), embora exista uma grande inter-relação entre estas diferentes áreas. 33 Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 34. Observações gerais • Começa no primeiro contato com paciente (marcação da consulta) • Busca avaliar as principais funções psíquicas • Inclui basicamente o que observado pelo examinador (doentes relatam o que dele se espera) • Descrever apenas o que é visto durante a entrevista • Descrever as condições em que o exame se realizou • Descrever alterações psicopatológicas observadas e funções mentais preservadas sem considerar possíveis causas • Redação deve restringir-se a descrição dos fenômenos observados, sem uso de termos técnicos • Pode se realizar mesmo sem cooperação do paciente 34 Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 35. Aparência Adequada Higiene Adequada Atitude Cooperativa e calmo Consciência Consciente Orientação Orientado tempo e espaço e quanto a si Atenção Normovigilante e normotenaz Sensopercepção Sem alterações Memória Preservada Linguagem Normal Inteligência Sem alterações da forma, conteúdo e curso Pensamento Compatível com idade e condição sócio cultural Vontade Sem alterações Psicomotricidade Sem alterações Humor Eutímico Afeto Congruente Consciência do Eu Unidade, identidade, atividade e relação com mundo externo sem alterações Insight Adequado O que avaliamos no exame do estado mental 35
  • 36. 36 Diagnóstico em Psiquiatria O exame psíquico  SPP APRESENTAÇÃO (Como o paciente se apresenta à consulta) Aparência adequada, extravagante, bizarra Higiene: adequada ou não Psicomotricidade ativo, coordenação motora
  • 37. Atitude/Comportamento para com o entrevistador: (fala, gestos, mímica e movimentos corporais) Cooperante Não cooperante: Oposição – se recusa a participar da entrevista Hostil – ofende, ameaça ou agride fisicamente De fuga – reflete o medo do paciente Desconfiança – “Você é mesmo médico?”, “Existem microfones aqui?” Querelante – discute ou briga por se sentir prejudicado ou ofendido Reivindicativa – “Quero ter alta agora 37
  • 38. Atitude/Comportamento para com o entrevistador: fala, gestos, mímica e movimentos corporais Arrogante: atitude de desdém ou sentir-se superior Evasiva: evita reponder certas perguntas, desvia-se do assunto Invasiva: quer saber sobre a vida do examinador, mexe em objetos do consultório Esquiva: evita contato social Inibida: pouco à vontade Desinibida: inconveniente Jocosa: fazendo piadas ou brincadeiras 38
  • 39. Atitude/Comportamento para com o entrevistador: (fala, gestos, mímica e movimentos corporais) Irônica, denotando arrogância e agressividade Lamuriosa: queixosa o tempo todo Dramática: teatral, hiperemotividade Sedutora: elogios e tentativas de agradar ou depertar interesse sexual Pueril: infantilismo, comportamentos regressivos Gliscróide: grudento, atitude pegajosa e inconveniente 39
  • 40. Atitude/Comportamento para com o entrevistador: (fala, gestos, mímica e movimentos corporais) Simuladora: finge ter doença ou sintoma // O que é diferente de: Dissimuladora: tentando ocultar sintomas Indiferente: belle indiference Manipuladora: “jogos” de perde e ganha, condiciona respostas Submissa: não expressa o que deseja ou a contraria Expansiva: trata a todos como pessoas íntimas Amaneirada: maneirismos, trata o médico como “Vossa Excelência” Reação de último momento: cooperação no último momento 40
  • 41. Observação da Motricidade 41 Apraxia: comprometimento da capacidade de executar movimentos, gestos ou habilidades previamente aprendidos (p. ex: utilização de utensílios e instrumentos) Ecopraxia (reações em eco, durante as quais o paciente repete os gestos (ecopraxia), a fala (ecolalia) ou a mímica Hipocinesia / Acinesia / Hipercinesia: velocidade na realização de movimentos Estereotipias: repetição não voluntária de movimentos para os quais não percebemos finalidade ou intenção. Diferenciar de tiques, as acatisias e os movimentos discinéticos induzidos pelo uso dos anti-psicóticos Flexibilidade cérea: O paciente apresenta-se como se fosse um boneco de cera e pode ser movimentado de forma passiva, sem opor resistência alguma, apresentando ainda tendência a permanecer na posição em que é colocado, mesmo que se antinatural e incômoda
  • 42. Portanto: Consciência = É a capacidade de se situar em relação a si (auto psíquica) mesmo e ao ambiente (alopsíquica) - Consciência da realidade - - Consciência do eu 42 Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP Uma pessoa está pode ser considerada dotada de CONSCIENCIA quando está integrando, de forma coerente e compartilhada, o que a rodeia, desde que lhe sejam fornecidos os mínimos dados necessários para isso e sabe de si.
  • 43.  Orientação no espaço;  Orientação no tempo;  Orientação quanto às pessoas;  Orientação situacional  Orientação para a sua própria pessoa (Consciência do Eu) 43 EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA Consciência da realidade - É o conhecimento (o dar-se conta) que o indivíduo tem de suas vivências internas, de seu corpo e do mundo externo. É avaliada através da Orientação.
  • 44. ALTERAÇÕES DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA Alterações Quantitativas • Coma; • Rebaixamento do nível de consciência: • Simples – sem sintomas psicóticos • Oniróide – com sintomas psicóticos – ex. Delirium. Alterações Qualitativas • Estreitamento – epilepsia, intoxicação alcoólica, estados dissociativos, hipnose, reação aguda ao estresse, sonambulismo, pavor noturno. 44
  • 45. EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA DO EU 45 EU ATIVIDADE DO EU IDENTIDADE DO EU LIMITES DO EU UNIDADE DO EU Sujeito de minhas vivências Eu único Eu mesmo no tempo Eu versus ambiente
  • 46. EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA A ATENÇÃO 46 ATENÇÃO Tenacidade Atenção dirigida ativamente a algo. Capacidade de mantê-la Vigilância Atenção despertada por algo
  • 47. EXAME DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO Hipoprosexia – diminuição global da atenção Aprosexia – abolição da atenção; Rigidez da atenção – hipertenacidade e hipovigilância; Labilidade da atenção – hipotenacidade e hipervigilância - Distraibilidade. 47 A boa vigilância é associada à capacidade de uma pessoa de reagir e integrar momentanea e imediatamente eventos do meio circundante, aplicando algum “filtro seletivo” quanto à sua importância.
  • 48.  DEFINIÇÃO: capacidade dos seres vivos de reagir, através de órgãos dos sentidos e estruturas próprio- sensitivas, a diferentes estímulos provenientes do meio ambiente, mas também do seu próprio corpo, de maneira a produzir uma representação mental desses ambientes, com o objetivo maior de auto- preservação (obtenção de alimentos e escape) e reprodução.  Os estímulos podem ser: auditivos, visuais, olfativos, táteis e gustativos 48 AVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃOAVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO
  • 49. 49 AVALIAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO 1º) SENSAÇÃO 2º) PERCEPÇÃO 3ª) APERCEPÇÃO A apreensão/integração do mundo circundante se dá em 3 momentos e/ou funções. REAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS INTEGRAÇÃO DE CONTORNOS E FORMAS ISOLADAS, EM SUAS RELAÇÕES TRIDIMENSIONAIS E COM O ENTORNO. INTEGRAÇÃO DA CENA E SITUAÇÃO VIVIDAS, LOCALIZANDO-A NO TEMPO E ATRIBUINDO-LHE SENTIDO.
  • 50. Adaptado de apostila do Prof. Márcio Amaral (UFF) 50 ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS fenômenos mistos: a uma percepção verdadeira se associa uma representação cursando com um engano, ainda que momentâneo. uma representação dotada de TODAS (as 5 assinaladas) as características da percepção real, surgida sem relação alguma com qualquer objeto; com vivacidade tal, que se faz reconhecer como uma percepção verdadeira de um objeto qualquer. ILUSÕES ALUCINAÇÕES
  • 51. ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: ILUSÕES 51 Ilusões: estímulos sensoriais reais são confundidos ou interpretados erroneamente; quando há redução de estímulos ou do nível de consciência (delirium); por exemplo, um cinto é percebido como uma cobra, miragens no deserto (enxerga-se água nas dunas) -Dismegalopsias: são ilusões nas quais os objetos ou pessoas tomam tamanho e/ou distâncias irreais Macropsias / Micropsias, parecem menores e mais distantes (lesão temporal posterior e intoxicações por drogas)
  • 52.  Os objetos captados através da PERCEPÇÃO normal (consideremos a visão):  1) Aparecem no espaço objetivo externo.  2) Têm frescor sensorial e nitidez: intensidade, cores, timbres, etc.  3) São percebidos como CORPÓREOS e tridimensionais  4) São independentes da nossa vontade.  5) São ESTÁVEIS enquanto presentes no raio de percepção. 52 ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: ALUCINAÇÕES AS ALUCINAÇÕES SÃO REPRESENTAÇÕES COM AS CARACTERÍSTICAS DE UMA PERCEPÇÃO NORMAL, DAÍ A “CERTEZA” DO PACIENTE
  • 53.  Por isso, as ALUCINAÇÕES podem ter todas as representações (re-apresentações) que conhecemos pelas vivências sensoriais.  Diferenciam-se das PSEUDO-ALUCINAÇÕES: estas também são representações mais vívidas do que o habitual, ESTÁVEIS, SEM a sensação de corporeidade e, principalmente, SEM poder de convencimento de sua existência real. 53 ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: PSEUDO-ALUCINAÇÕES AS ALUCINAÇÕES SÃO REPRESENTAÇÕES COM AS CARACTERÍSTICAS DE UMA PERCEPÇÃO NORMAL, DAÍ A “CERTEZA” DO PACIENTE
  • 54. 54 ALTERAÇÕES SENSOPERCEPTIVAS: CORRELAÇÕES CLÍNICAS 1) As alucinações podem se apresentar em qualquer dos sentidos e as auditivo-verbais são muito associadas às esquizofrenias. Mas não é essencial. 2) Deve-se perguntar ao paciente se, no início das alucinações, ele tentava se certificar se os outros também as experimentavam; se tentava comprovar suas representações, por exemplo, abrir a janela para se certificar de onde viriam as “vozes”; ou se discutia e retrucava (atitude alucinatória). 3) Verificar se o paciente é alcoólatra: podem tratar-se de “alucinose alcoólica” 4) Distinguir as alucinações cenestésicas: são proprioceptivas e do esquema corporal 5) falsas percepções proprioceptivas: membro fantasma 6) pareidolias: a partir de uma percepção verdadeira, a pessoa associa uma representação de caráter imaginativo. Ex.: ver carneiros a partir das nuvens.
  • 55. 55 AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA DEFINIÇÃO: A memória é a capacidade de fixar (reter), consolidar e evocar, de maneira intencional ou não, ao menos uma parte, daquilo que foi experimentado. RETER CONSOLIDAR EVOCAR É a capacidade de esquecer, mas também a seleção do experimentado, que dão a marca de uma individualidade. Lei de Ribot – mais recentes para mais antigas, mais complexas para mais simples
  • 56. 56 AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA Alterações Intensidade Amnésia Hipomnésia Hipermnésia Período Lacunar Massivo Amnésia seletiva: esquece apenas determinado fato e mantém os outros da mesma época
  • 57. Linguagem A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade especificamente humana, talvez a mais característica de nossas atividades mentais  Características da fala  Progressão da fala Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 57
  • 58. Linguagem  Alterações • Afasia / Agrafia / Alexia • Disartria • Parafasias: São formas mais discretas de déficit de linguagem, nas quais o indivíduo deforma determinadas palavras, como designar de “cameila” a cadeira, de “ibro” o livro, e assim por diante. • Logorreia / Loquacidade / Bradifasia / Mutismo Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 58
  • 59. Linguagem A linguagem na esquizofrenia: A linguagem na esquizofrenia pode sofrer alterações muito peculiares. Tais alterações são indicativos de como o processo de pensar, a formação e a utilização de conceitos, juízos e raciocínios estão profundamente afetados pela desestruturação esquizofrênica. O sinal extremo da desarmonia das estruturas de pensamento e de linguagem é o desenvolvimento de uma linguagem completamente incompreensível, uma língua privada (do doente) que ninguém entende, denominada criptolalia. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 59
  • 60. Inteligência • A inteligência pode ser inferida através do desempenho intelectual durante o exame e através de perguntas como: o troco em dinheiro para 6,37 quando se deu 10,00; multiplicar 2 X12; 2X24;2X48; 2X96; etc • A capacidade de abstração deve ser avaliada através da solicitação de interpretação de provérbios e metáforas ("Quem não tem cão, caça com gato"; "Mais vale um pássaro na mão que dois voando"; Não se tira leite de pedras ); e da comparação de objetos semelhantes e diferentes (maçã e laranja, criança e anão, mentira e engano). 60 Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 61. Pensamento No processo de pensar distinguem-se: • O curso do pensamento é o modo como o pensamento flui, a sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo. • A forma do pensamento é a sua estrutura básica, sua “arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo. •O conteúdo do pensamento pode ser definido como aquilo que dá substância ao pensamento, os seus temas predominantes, o assunto em si. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 61
  • 62. Alterações do Curso: • Aceleração do pensamento: O pensamento flui de forma muito acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente. • Lentificação do pensamento: Em alguns pacientes gravemente deprimidos, o pensamento progride lentamente, de forma dificultosa. Há certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas. • Bloqueio ou interceptação do pensamento: Verifica-se o bloqueio do pensamento quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma conversa, brusca e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo aparente. • Roubo do pensamento É uma vivência, frequentemente associada ao bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por uma força ou ente estranho, por uma máquina, uma antena, etc. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 62
  • 63. Alterações do Curso: • Descarrilhamento do pensamento: O pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal, toma atalhos colaterais, desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso original. • Desagregação do pensamento: Neste caso, há profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e idéias fragmentadas, muitas vezes irreconhecíveis, sem qualquer articulação. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 63
  • 64. Alterações da forma: • Fuga de idéias: Na fuga de idéias, as associações entre as palavras deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância, e as idéias se associam muito mais pela presença de estímulos externos contingentes. • Dissociação do pensamento: É a designação cunhada por Bleuler (1985) para a desorganização do pensamento encontrada em certas formas de esquizofrenia. • Afrouxamento das associações: Neste caso, embora ainda haja concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o afrouxamento dos enlaces associativos. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 64
  • 65.  Conteúdo do pensamento: O conteúdo do pensamento é aquilo que preenche a estrutura do processo de pensar. A observação clínica indica que os principais conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos são: 1. Persecutórios 2. Depreciativos 3. Religiosos 4. Sexuais 5. De poder, riqueza, prestígio ou grandeza 6. De ruína ou culpa 7. Conteúdos hipocondríacos Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 65
  • 66.  Conteúdo do pensamento: o Delírio • As idéias delirantes, ou delírio, são juízos patologicamente falsos. • Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental. •Jaspers (1979) descreveu três características ou indícios externos que, do ponto de vista prático, são muito importantes para a identificação clínica do delírio: 1. O doente apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza subjetiva praticamente absoluta; A sua crença é total; a seu ver, não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 66
  • 67.  Conteúdo do pensamento: o Delírio 2. É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e aparentemente convincentes. 3. O delírio é, quase sempre, um juízo falso; o seu conteúdo é impossível. Deve-se acrescentar, aos três indicativos ou características externas do delírio descritas por Jaspers, uma quarta característica, que ajuda a diferenciar o delírio de determinadas crenças culturais: 4. O delírio é uma produção associal, idiossincrática em relação ao grupo cultural do doente. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 67
  • 68. Vontade e Pragmatismo  Processo volitivo: • Intenção • Análise • Decisão • Execução Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 68
  • 69. Vontade e Pragmatismo  Alterações • Hipobulia ou abulia – diminuição e abolição da vontade; • Hiperbulia • Enfraquecimento dos impulsos – anorexia, insônia, perda da libido; • Intensificação – bulimia, potomania (hábito de beber quantidades excessivas de água, mesmo sem sede), hipersonia, e ninfomania satiríase (masculino) • Comportamentos heteroagressivos, frangofilia (estraçalha roupas, travesseiros, etc), piromania, dromomania (vontade incontrolável de fugir, perambular), dipsomania (álcool) Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 69
  • 70. Vontade e Pragmatismo Alterações • Compulsões – toxicofilia, comer compulsivo, jogo patológico, cleptomania, internet, comprar, sexo e pornografia, vigorexia, ortorexia • Comportamento de automutilação e suicida, alotriofagia (perversão alimentar: apetite descontrolado por coisas não comestíveis como sabão, areia, etc), parafilias (padrão sexual em que a relação sexual não representa o prazer mas voyeurismo, sadismo, etc), ambitendência, negativismo, reação de último momento, sugestionabilidade patológica e obediência automática Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 70
  • 71. Afetividade e Humor • Humor é a tonalidade de sentimento predominante, e mais constante, que pode influenciar a percepção de si mesmo, e do mundo ao seu redor. • Afeto é a experiência da emoção subjetiva e imediata, ligada a idéias ou representações mentais e que pode ser observada pelas suas manifestações objetivas: alegre, triste, embotado, expansivo, lábil, inapropriado. Em outras palavras, humor se refere à emoção predominante, mais constante, enquanto afeto é a sua expressão, o que se observa, sendo mais flutuante. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 71
  • 72. Afetividade e Humor • Ansiedade; medo e tensão; irritabilidade, raiva, ódio, desprezo, hostilidade; labilidade afetiva (rápidas alternações de afetos opostos); incontinência emocional (deixar transparecer todas emoções que sente, geralmente sendo estas intensas); indiferença afetiva ou "la belle indiference“ afeto inapropriado ou incongruente (em relação ao que está sendo relatado); afeto hipomaníaco e maníaco, exaltado, expansivo: euforia e êxtase (sendo este sentimento desproporcional às circunstâncias); afeto deprimido: tristeza, desesperança, baixa auto- estima e sentimentos de culpa; apatia, afeto achatado ou embotado (resposta emocional diminuída ou indiferente às alterações dos assuntos) Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 72
  • 73. Juízo de Morbidade (Juízo crítico) É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo. Implica separar sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de sentimentos e impulsos de outras pessoas. Refere-se, ainda, à possibilidade de autoavaliar-se adequadamente e ter uma visão realista de si mesmo, suas dificuldades e suas qualidades. Insight É uma forma mais complexa de juízo. Envolve um grau de compreensão do paciente sobre si mesmo, seu estado emocional, sua doença e as conseqüências desta sobre si, pessoas que o cercam e sua vida em geral. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP 73
  • 74. 74 - Aparência do paciente - Nível de Consciência: grau de lucidez e exame quanto à capacidade de orientação, atenção e concentração - Memória: imediato e tardio (fixação e evocação) - Inteligência: “capacidade de adaptação ou de “resolução de problema”, afetada pela cultura (pode confundir o examinador) - Afetividade Incluem-se aqui o humor básico do paciente, o estado de animo atual - Sensopercepção: ilusões e alucinações - Vontade: hipobúlico, hiperbúlico ou mesmo abúlico - Psicomotricidade: dependente da vontade e da afetividade - Pensamento: curso, sua forma e seu conteúdo SÚMULA PSICOPATOLÓGICA Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 75. 75 1. Aspecto geral: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica, atitude global do paciente. 2. Nível de consciência. 3. Orientação alo e autopsíquica. 4. Atenção. 5. Memória (fixação e evocação). 6. Sensopercepção. 7. Pensamento (curso, forma e conteúdo). 8. Linguagem. 9. Inteligência. 10. Juízo de realidade. Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 76. 76 Diagnóstico em Psiquiatria 11. Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos predominantes). 12. Volição. 13. Psicomotricidade. 14. Consciência e valoração do Eu. 15. Vivência do tempo e do espaço. 16. Personalidade. 17. Descrever sentimentos contratransferenciais. 18. Crítica em relação a sintomas e insight. 19. Desejo de ajuda. 20. Se for o caso, o tratamento é voluntário ou involuntário? - Súmula do exame psíquico (fazer um resumo, utilizando os termos técnicos) Dalgalarrondo, 2008
  • 77. 77  Funções mais afetadas nos transtornos psico-orgânicos Nível de consciência Atenção* Orientação Memória Inteligência Linguagem**  Funções mais afetadas nos transtornos afetivos, neuróticos e da personalidade Afetividade Vontade Psicomotricidade Personalidade  Funções mais afetadas nos transtornos psicóticos Sensopercepção Pensamento Juízo de realidade Vivência do Eu •Tb quadros afetivos (mania, principalmente) / ** Tb nas psicoses Dalgalarrondo, 2008 Diagnóstico em Psiquiatria: O exame psíquico  SPP
  • 78. 78 Anamnese + Exame psíquico Diagnóstico Classificação  Atualmente: - DSM IV / V - CID 1010 / CID 11 (ainda não publicada) Diagnóstico em Psiquiatria: • O exame psíquico  SPP
  • 79. Há diferentes realidades: Realidade x crenças e valores Realidade = concepção físico- moral forma de construir o mundo Diagnóstico em Psiquiatria: • Contribuição da antropologia para a compreensão de diferentes modos de construção dos espaços de fala:a s perspectivas individualista e hierárquicas 79
  • 80. Bibliografia: - Associação Mundial de Psiquiatria. 2004. Diretrizes para avaliação diagnóstica (IGDA). Versão em português disponível no site http://www.abpbrasil.org.br. Palavra para busca: IGDA  MACKINNON, R. A entrevista psiquiátrica na prática diária. Porto Alegre, Artes Médicas, 1981. cap.1 pág. 15 a 63 e cap.15- pág 349 a 364 e cap.17 – pág.368 a 374.  DALGALARRONDO, P. Piscopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre, ArtMed Editora, 2000. cap. 8, pág 50-60.  HENRI EY, Manual de Psiquiatria. Ed.Masson, SP. 1985,2ª edição  SULLIVAN, Harry Stack. A entrevista psiquiátrica. Rio de Janeiro. Interciência, 1983.  ZUARDI AW & LOUREIRO SR. Semiologia psiquiátrica. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 44-53, jan./mar. 1996. 80