Aprresentação feita no painel TecnoDesign, na #CPBR10 Fala sobre as fases e a evolução do conceito de processo criativo, até traçar um perfil com o processo de Design Thinking.
32. Preparação Incubação Iluminação Verificação
1926
Wallas
Orientação Preparação Análise Hipótese Incubação Síntese Verificação
1952
Osborn
Apreensão Preparação Incubação Iluminação Verificação
1978
Knelle
r
Informação Preparação Incubação Iluminação Verificação
Comunicaç
ão
Validação
2006
Crople
y
Clarificação Transformação Implementação2009
Puccio e
Grivas
Exploração
da Visão
Identificação
do Desafio
Exploração
De Ideias
Iniciais
Desenvolvi
mento das
Ideias Mais
Promissoras
O que pode
influenciar o
sucesso da
solução?
Explorar
aceitação e
Fazer Plano
de Ação
Meu nome é Cíntia Citton e eu faço parte do Coletivo Mola, que é um grupo de profissionais com diferentes perfis, todos dedicados a difundir o Design Thinking como maneira de pensar, através de palestras, cursos e workshops.
Para falar da evolução do Processo Criativo precisamos antes falar rapidinho sobre a evolução do conceito de criatividade, e agora vou mostrar o porquê
A primeira explicação para o fenômeno da criatividade foi a de que era algo divino, ou seja
Deus teve a ideia e escolheu você para trazê-la ao mundo
Uns 300 anos antes de Cristo Aristóteles já começou a defender a ideia de que talvez a criatividade viesse da pessoa e não de Deus
Através da união de dois ou mais conceitos para formar uma ideia.
Já durante o século 19, acreditava-se que a criatividade estivesse associada à loucura,
A criatividade é uma tipo de loucura que vemos em alguns artistas ou cientistas.
Ao mesmo tempo em que era vista como uma espécie de loucura, também se acreditava que a origem da criatividade era genética
As pessoas nascem criativas ou não criativas, e não podem mudar isso ao longo das suas vidas.
Já por volta de 1890 surge a abordagem cognitiva e o conceito de Gestalt, atribuindo a criatividade depende de uma forma de olhar
Aqui começa a surgir a ideia que a criatividade vem de uma determinada forma de olhar, mas ainda não se discute se esse olhar pode ser modificado
O interesse pela criatividade só se generalizou com o discurso presidencial do psicólogo norte-americano Joy Paul Guilford em 1950, na Associação Americana de Psicologia, quando ele falou sobre o Pensamento Divergente
Que nada mais é do que ver que para o mesmo problema podem ser encontradas várias soluções. Mais tarde essa capacidade de pensar de forma divergente foi associada à capacidade da pessoa de ter insights, que são algo como aquele “momento eureka”
Um exemplo para quem cresceu nos anos 70 e 80...
Outro ponto significativo dessa evolução foi quando James Melvin Rhodes especulou sobre quais seriam os componentes da criatividade e chegou aos seu conceito de 4 P’s
E a resposta foi que os principais componentes da criatividade eram
A pessoa criativa, com determinados traços de personalidade como tolerância à incerteza, pensamento divergente, pouca autocensura, etc.
Em que ambiente esta pessoa vive? É um ambiente onde se vê diversas pessoas e ações criativas?
O processo, que é o que vamos detalhar logo mais
Qual o resultado dessa criatividade? Produtos, serviços, soluções?
Já nos anos 70 a maioria das investigações buscou perceber de forma integrada como os pensamentos e sentimentos afetavam a criatividade.
E no final dessa década surgiu uma tentativa de medir a criatividade, que também propôs uma espécie de processo que combinava pensamento divergente e convergente.
Em 1985 surge uma das primeiras abordagens que realmente considera que o ambiente pode ser mais que um componente: ele influencia para bem ou mal na criatividade das pessoas que estão nele
A criatividade de uma pessoa seria a combinação de Motivação, habilidades criativas e conhecimento
Ou seja: pensar que podemos influir de alguma forma no desenvolvimento da criatividade é uma ideia ainda muito recente, e a importância disso é que permite pensar maneiras de ativar a criatividade nas pessoas, ou mesmo simular processos criativos em máquinas, por exemplo. A arte, como é uma das expressões mais evidentes da criatividade serve de campo fértil para a observação, e a evolução tecnológica vai muitas vezes trazendo novas formas de medir variáveis para entender melhor esse fenômeno.
Agora que vimos como o conceito de criatividade evoluiu, vamos ver um pouco da evolução do processo criativo
As primeiras tentativas de descrever o processo foram em 1926, e conforme o conceito de criatividade foi evoluindo o mesmo aconteceu com as propostas de como entender os processos envolvidos na criatividade
Desde que se começou a pensar e pesquisar sobre o processo criativo, várias teorias e modelos surgiram, a maioria com muitos pontos em comum, dependendo da “lente” usada por quem o criou. E o Design Thinking, o que tem a ver com tudo isso?
O DT é uma abordagem que combina várias dessas compreensões do que é a criatividade e de como ela ocorre nas pessoas para propor ferramentas que permitam ativar a criatividade das pessoas, e usá-la para gerar ideias factíveis e viáveis.
A proposta de processo do DT engloba as principais fases dos processos criativos que vimos antes, indica em quais dessas fases se usa mais o pensamento divergente ou convergente e recorda que na prática as descobertas de uma fase podem trazer a necessidade de voltar para etapa anterior antes de partir para a criação do produto ou serviço. Isso permite testar mais alternativas de forma mais barata para investir em desenvolvimento apenas para as que são identificadas como mais inovadoras (combinação das 3 lentes mostradas anteriormente.
Na prática, definitivamente não é um processo linear, mas permite lidar com o caos para chegar a um resultado satisfatório.
Diversas empresas já desenvolveram suas próprias versões do processo, porque Design Thinking não é O processo, ele é apenas uma forma de chegar em soluções centradas nas pessoas.
E um último esclarecimento, quem trabalha com design thinking nem sempre é um designer. Também pode ser um designer que crie produtos, interfaces, etc. Mas pode ser um profissional de qualquer área que queira aplicar esse processo para buscar soluções.
Ou seja, nem sempre desenhamos bem, usamos os recursos que temos para facilitar a comunicação, mas já serve com desenhar pessoas de palitinho...