O documento discute o controle de infecção em odontologia, incluindo conceitos como antissépticos, desinfectantes, esterilização, desinfecção e formas de contaminação. Ele também descreve os tratamentos de instrumentais odontológicos, como limpeza, desinfecção e esterilização para prevenir a infecção cruzada entre pacientes.
Controle de infecção em odontologia: antissépticos e desinfectantes
1. CONTROLE DE INFECÇÃO EMCONTROLE DE INFECÇÃO EM
ODONTOLOGIAODONTOLOGIA
Antissépticos e DesinfectantesAntissépticos e Desinfectantes
Prof. Ildefonso CavalcantiProf. Ildefonso Cavalcanti
2. INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
A prática da odontologia abrange uma grande
variedade de procedimentos, que podem
incluir desde um simples exame até uma
cirurgia mais complexa.
Estes procedimentos geralmente implicam em
contato com secreções da cavidade oral,
algumas vezes representados simplesmente
pelo contato com saliva, outras vezes pelo
contato com sangue, secreções orais,
secreções respiratórias e aerossóis.
Isto tudo acaba resultando em possibilidade de
transmissão de infecções.
3. Efetivas medidas de controle de infecção visam
quebrar ou minimizar o risco de transmissão de
infecções na prática da odontologia.
O decreto n. 20.377 - de 8 de set de 1931, Cap.
XI, dos antissépticos, desinfectantes, produtos
de higiene e tocador :
Art. 143. Os antissépticos ou desinfectantes, mesmo
que não tenham indicações terapêuticas, só poderão
ser expostos á venda depois de examinados e
licenciados pelo Departamento Nacional do Saúde
Pública.
Art. 146. Os antissépticos e desinfectantes só
poderão ser licenciados quando verificado ser real e
aproveitável seu poder bactericida, isento ainda de
produtos nocivos e impróprios ao uso.
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
4. O controle de infecção é constituído por
recursos materiais e protocolos que
agrupam as recomendações para
prevenção, vigilância, diagnóstico e
tratamento.
Deter as contaminações nos consultórios
odontológicos tem sido um grande
desafio. Na maior parte das vezes, os
microrganismos têm vencido as medidas
de segurança adotadas, colocando em
risco profissionais e pacientes.
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
5. Os microrganismos são capazes de sobreviver em ambientes de
diversas condições físicas.
Nas últimas décadas, ocorreram grandes mudanças que atuaram
na relação do homem com a natureza e os microrganismos:
‡ O crescimento demográfico de forma desordenada criou
problemas de saneamento básico e de meio ambiente que
favoreceram a dispersão dos microrganismos;
‡ O desenvolvimento da Medicina, que pode interferir na seleção
natural, possibilitando maior sobrevida, porém superlotou
hospitais de pacientes debilitados, invadidos por sondas e
cateteres, sob ventilação mecânica e imunossuprimidos;
‡ Com o surgimento da AIDS, dos transplantes, da radioterapia e
da quimioterapia, os microrganismos passaram a ser
favorecidos, resultando nas infecções ditas oportunistas;
‡ Uso indiscriminado de antibióticos, permitindo o aparecimento
de microrganismos resistentes.
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
6. ConceitosConceitos
EsterilizaçãoEsterilização: é a destruição de todas as formas de
vida, animal ou vegetal, macro ou microscópicas de um
material. Esse é um termo que não deve ser usado com
sentido relativo: um objeto ou substância estão ou não
esterilizados; jamais poderão estar meio estéreis ou
quase estéreis. A esterilização denota o uso de agentes
físicos, químicos ou físico-químicos.
DesinfecçãoDesinfecção: é a destruição dos microrganismos
patogênicos, sem que haja necessariamente a
destruição de todos os microrganismos, pela aplicação
direta de meios físicos ou químicos. Esse termo é
empregado para objetos inanimados.
AntiAnti--sepsiasepsia: é a utilização de substâncias (agentes
químicos) para inibição da proliferação ou a destruição
de microrganismos presentes na superfície da pele e
mucosas, esse termo refere-se portanto a ação ³in
vivo´.
7. AssepsiaAssepsia: é o contrário de sépsis (presença de
patógenos no sangue ou outros tecidos), ausência de
infecção. O termo assepsia é também usado para
designar a prevenção do contato com patógenos, bem
como o conjunto de meios empregados para impedir a
penetração dos microrganismos em local que não os
contenha. Em Odontologia, isto inclui as técnicas de
proteção com invólucros, esterilização e desinfecção.
Cadeia assépticaCadeia asséptica: toda técnica cirúrgica é desenvolvida
com a preocupação da manutenção da cadeia
asséptica. Todas as manobras como esterilização de
material, antissepsia do campo operatório, colocação
de luvas e máscaras, etc, fazem parte da cadeia
asséptica mantida para o controle das infecções.
ConceitosConceitos
8. SanitizaçãoSanitização: Processo que leva à redução dos microrganismos, a
níveis seguros, de acordo com os padrões de saúde pública
(elimina 99,9% das formas vegetativas).
GermicidaGermicida: mata microrganismos, mas não endosporos.
³CidaCida´: Qualquer agente que promova a morte (ex: bactericida,
fungicida, algicida).
³StáticoStático´: Qualquer agente que promova a inibição do crescimento
(ex: bacteriostático, fungistático).
EsporoEsporo é basicamente uma célula envolvida por uma parede
celular que a protege até as condições ambientais se mostrarem
favoráveis à sua germinação (fungos, algas e musgos).
LimpezaLimpeza: remoção mecânica e/ou química de sujidade (oleosidade,
umidade, matéria orgânica, poeira) de determinado local.
DescontaminaçãoDescontaminação: eliminação parcial ou total de microrganismos
de materiais ou superfícies inanimadas.
ConceitosConceitos
9. Antisséptico x Desinfectante
O antisséptico se diferencia do desinfectante pelo
meio em que atua.
DesinfectanteDesinfectante é toda substância química que
destrua ou iniba o crescimento de microrganismos
patogênicos localizados em meios inanimados
(empregam-se, conseqüentemente, como
produtos de limpeza e para manter o instrumental
clínico livre de micróbios).
AntissépticosAntissépticos atacam os mesmos agentes, mas
quando estes se encontram sobre tecidos vivos
(usam-se, portanto, para a higiene corporal e como
antimicrobianos em alimentos e remédios).
10. A maior concentração de microrganismos no
consultório dentário encontra-se na boca do paciente.
Quanto maior a manipulação de sangue, visível ou não,
maior é sua chance de contrair doença infecciosa. Ao
utilizarmos instrumentos rotatórios, jatos de ar, ar/água,
ar/água/bicarbonato e ultra-som, a contaminação
gerada em até 1,5 m de distância é muito grande.
Peças de mão e borrachas contaminadas, a água que
supre o abastecimento de Saúde, o sabonete em barra,
a toalha de pano, a torneira não automática,
As soluções de limpeza, podem ser fortes veículos de
microrganismos. Nossas mãos, uma vez contaminadas
de saliva e/ou sangue, são os maiores veículos de
contaminação de superfícies.
Formas de contaminaçãoFormas de contaminação
11. Formas de contaminaçãoFormas de contaminação
Direta: ocorre pelo contato direto entre o
portador e o hospedeiro. Ex: doenças
sexualmente transmissíveis, hepatites virais,
HIV.
Indireta: ocorre quando o hospedeiro entra em
contato com uma superfície ou substância
contaminada. Ex: hepatite B, herpes simples.
À distância: através do ar, o hospedeiro entra
em contato com o microrganismo. Ex:
tuberculose, sarampo e varicela.
12. Infecção CruzadaInfecção Cruzada
Chamamos de infecção cruzada a passagem de um agente
etiológico da doença, de um indivíduo para outro susceptível.
Através do controle da infecção, podemos evitar as infecções
sérias, e até mesmo a morte. Várias fontes com potenciais de
infecção estão presentes nos consultórios dentários, como mãos,
saliva, secreções nasais, sangue, roupas e cabelo, assim como
instrumentais e equipamentos. Tais fontes, necessitam portanto
serem avaliadas para minimizar o risco da doença.
No consultório odontológico, podemos detectar quatro vias
possíveis de infecção cruzada:
‡ Do paciente para o pessoal odontológico;
‡ Do pessoal odontológico para paciente;
‡ De paciente para paciente via pessoal odontológico;
‡ De paciente para paciente por intermédio de instrumentos,
equipamentos e pisos.
13. Existem três nichos ou reservatórios que
favorecem a infecção cruzada no
consultório:
1) instrumentalinstrumental;
2) mãosmãos do pessoal odontológico;
3) superfíciessuperfícies contaminadas do
equipamento ou outros itens do
consultório.
Infecção CruzadaInfecção Cruzada
14. Tratamento de InstrumentaisTratamento de Instrumentais
A prática da odontologia inclui uma grande
diversidade de materiais e instrumentais, de
acordo com cada especialidade. A crescente
tecnologia amplia cada vez mais esta variedade
de instrumentais e equipamentos, felizmente
fabricados, nos últimos tempos, de forma a
facilitar seu processo de limpeza e esterilização
ou descarte.
A escolha e organização dos métodos de
desinfecção e esterilização deve ser baseada
em recomendações de cunho científico e
reconhecidas em nível nacional e internacional.
15. Para adequada escolha nos processos de
utilização e tratamento dos materiais, estes
devem ser divididos nas categorias críticos,
semicríticos e não críticos.
‡‡ Materiais críticosMateriais críticos são aqueles que entram em contato
com tecidos cruentos; penetram nos tecidos
subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos
isentos de microbiota própria, bem como todos que
estejam diretamente conectados com eles. Estes
materiais devem estar obrigatoriamente estéreis ao
serem utilizados. Exs: instrumentos, agulhas, brocas,
bisturis, seringas, etc.
Tratamento de InstrumentaisTratamento de Instrumentais
16. ‡‡ Materiais semicríticosMateriais semicríticos são os que entram em contato com
mucosas e materiais não críticos aqueles que só entram em
contato com pele íntegra. De uma forma geral, durante os
processos de tratamento, os materiais críticos deveriam ser
esterilizados ou de uso único (descartáveis), os materiais
semicríticos deveriam sofrer esterilização ou no mínimo
desinfecção;
‡‡ Materiais não críticosMateriais não críticos deveriam ser desinfetados ou no mínimo
limpos. A periodicidade dos processos de limpeza, desinfecção
e esterilização dos materiais deveria ser sempre entre o uso em
diferentes pacientes. não entram em contato direto com o
paciente.Estes materiais devem estar isentos de agentes de
doenças infecciosas transmissíveis (desinfecção). Exs:
mobiliário, cadeira, telefone, sanitários, etc.
Tratamento de InstrumentaisTratamento de Instrumentais
17. As peças de mão (seringa tríplice, canetas de baixa e
alta rotação), pontas dos aparelhos de profilaxia e
fotopolimerizáveis deveriam sofrer tratamento de
limpeza, desinfecção e, preferencialmente, esterilização
entre o uso em diferentes pacientes.
As canetas de baixa e alta rotação devem ser
autoclavadas entre o uso em diferentes pacientes.
Já que não é possível a autoclavação nas ponteiras dos
outros equipamentos descritos, estes deveriam ser
limpos e desinfetados com álcool a 70%álcool a 70% e protegidos
com papel alumínio ou plástico aderente após cada
uso.
Tratamento de InstrumentaisTratamento de Instrumentais
18. LIMPEZA DE MATERIAIS
DESINFECÇÃO DE MATERIAIS
ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS
Tratamento de InstrumentaisTratamento de Instrumentais
19. Limpeza de MateriaisLimpeza de Materiais
Antes da desinfecção ou esterilização de
qualquer tipo de material é fundamental
que seja realizada uma adequada limpeza,
para que resíduos de matéria orgânica
que possam ficar presentes nos materiais
não interfiram na qualidade dos
processos de desinfecção e esterilização.
Realizam-se métodos mecânicos, físicos
ou químicos
20. Desinfecção de MateriaisDesinfecção de Materiais
A desinfecção de instrumentais odontológicos
geralmente é recomendada para os materiais
termossensíveis, que não possam ser esterilizados em
estufa ou autoclave, e para aqueles artigos com
urgência de utilização.
Os métodos de desinfecção empregados na prática
odontológica praticamente se resumem na desinfecção
química, através de desinfectantes líquidos.
A decisão para escolha de um desinfectante deveria
levar em consideração aspectos que envolvam
efetividade, toxicidade, compatibilidade, efeito residual,
solubilidade, estabilidade, odor, facilidade de uso e
custos, entre outros. Além disso, é importante que o
desinfectante seja recomendado e aprovado pelo
Ministério da Saúde.
21. Os agentes químicos desinfectantes comumente
utilizados em nosso meio são os álcoois, compostos
clorados, glutaraldeído, formaldeído, iodóforos,
peróxido de hidrogênio, ácido peracético, compostos
fenólicos e quaternário de amônia.
Os desinfetantes mais utilizados em odontologia são o
álcool, o hipoclorito de sódio, os compostos iodados e
o glutaraldeído.
O álcool e o hipoclorito de sódio são os desinfectantes
mais recomendados para superfícies, enquanto que o
desinfetante mais comumente usado para
instrumentais e outros materiais é o glutaraldeído.
Desinfecção de MateriaisDesinfecção de Materiais
22. A esterilização de artigos odontológicos pode ser
realizada através de métodos químicos ou físicos.
A esterilização química compreende a utilização de
agentes esterilizantes líquidos, que são os mesmos
utilizados no processo de desinfecção, porém com
maior tempo de exposição.
A esterilização química apresenta alguns aspectos
negativos, especialmente referentes ao risco de
recontaminação do material após o processo,
dificuldade de armazenamento e de controle de
qualidade ou monitoramento do processo.
A esterilização física pode ser conseguida através de
métodos ou equipamentos que empregam calor seco
(estufa) e através de vapor saturado (autoclaves).
Esterilização de MateriaisEsterilização de Materiais
23. Proteção dos ProfissionaisProteção dos Profissionais
VACINAÇÃO
LAVAGEM e ANTI-SEPSIA das MÃOS
(DEGERMAÇÃO)
USO DE LUVAS
USO DE MÁSCARAS
USO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO
USO DE VESTIMENTAS
24.
25. Degermação das MãosDegermação das Mãos
A degermação das mãosdegermação das mãos é uma
conduta de baixo custo e
extremamente relevante no contexto
da prevenção da infecção hospitalar.
É preciso, pois, que os profissionais
de saúde sejam alertados e
conscientizados sobre a necessidade
da adesão aos corretos métodos para
essa prática, uma vez que a flora
(residente e mais freqüentemente,
transitória) pode ser causadora de
contaminação e infecção hospitalar.
26. A flora residenteflora residente não é facilmente removível por lavação e
escovação, mas pode ser inativada por antissépticos. A floraflora
transitóriatransitória, por sua vez, é facilmente removível pela simples
limpeza com água e sabão ou destruída pela aplicação de
antissépticos.
Lavagem básica das mãos: esse procedimento objetiva a remoção
da maioria da flora transitória bem como de sujidades células
descamativas, oleosidades, suor, pêlos ,e alguns
microorganismos.
‡ a) abrir a torneira sem encostar na pia para evitar contaminação da
roupa
‡ b) colocar 3 a 5ml de sabão liquido nas mãos se o sabão for em barra
enxaguá-lo antes de usa-lo;
‡ c) ensaboar mãos por 15 a 30 segundos não esquecendo palma , dorso
, espaços interdigitais ,polegar ,articulações ,unhas , extremidades dos
dedos e punhos;
‡ d) enxaguar as mãos , em água corrente ,retirando totalmente a
espuma e os resíduos de sabão ,sem respingar água na roupa e no
piso e sem encostar na pia;
‡ e) enxugar as mãos com papel toalha duas folhas e, com esse papel
toalha, fechar a torneira, desprezando-o no lixo.
Degermação das MãosDegermação das Mãos
27. Superfícies ContaminadasSuperfícies Contaminadas
O ambiente e equipamentos fixos que cercam o paciente durante o
atendimento odontológico se tornam contaminados em função da
possibilidade de espirramento de secreções e/ou sangue e,
principalmente, pelo aerossol liberado no ambiente.
Todos os equipamentos devem ser limpos e desinfetados após
cada procedimento. Pode ser utilizado álcool para esta finalidade.
Para limpeza do chão, paredes, teto, janelas e demais superfícies
pode ser utilizado simplesmente água e sabão.
A utilização de desinfetantes em superfícies fixas, tipo paredes,
teto, chão, não se faz necessária, já que não contribui para a
diminuição da incidência de infecções.
A desinfecção em ambientes e superfícies só é recomendada em
situações de contaminação com matéria orgânica e, nestas
situações, a desinfecção localizada e próxima ao local do
atendimento do paciente já é suficiente.
28. ANTISSÉPTICOSANTISSÉPTICOS
AS PRINCIPAIS SOLUÇÕES SÃO:
PVPI (polivinilpirrolidona iodo)
- Solução degermante: degermação das mãos e braços da equipe
cirúrgica, descontaminação do campo operatório.
- Solução alcoólica: anti-sepsia e demarcação do campo operatório.
- Solução aquosa: anti-sepsia de mucosa, pele, e para cateterizacao
(venosa, arterial, vesical), punção, biopsia, aplicações de injeções.
CLOROHEXIDINA
- Solução degermante: idem
- Solução alcoólica: idem
HEXACLOROFENO
- Solução degermante: idem
ALCOOL IODADO 2%
- Anti-sepsia de mãos e antebraços
- Preparo da pele para cirurgia
- Anti-sepsia da pele para curativo, biopsia, punção, aplicação de
injeções.
29. ÀGUA OXIGENADA 10 VOLUMES
- Limpeza e desinfecção de feridas
- Remoção de matéria orgânica
- Hemostático
- Inibe os microrganismos anaeróbicos, mas não age em esporos
NITRATO DE PRATA 1%
- Profilaxia da oftalmia gonocócica do recém nascido
- Cicatrização de pequenas lesões
- Facilita remoção de crostas, secante e desodorizante
VIOLETA DE GENCIANA
- Combate infecções por fungos
TINTURA DE IODO
- Anti-sepsia da pele
- Desinfecção de feridas cutâneas
ANTISSÉPTICOSANTISSÉPTICOS
30. A clorexidinaclorexidina é uma substância antimicrobiana,
utilizada principalmente na forma de solução aquosa
para bochechos.
O uso da clorexidina em creme dental é uma forma
simples e eficaz de combater a gengivite.
31. DESINFECTANTESDESINFECTANTES
Na presença de restos orgânicos os desinfectantes
químicos têm sua atividade antimicrobiana
drasticamente reduzida ou mesmo inativada.
Alguns fatores, tais como quantidade de matéria
orgânica, virulência do organismo patogênico, a saúde
e a susceptibilidade do hospedeiro são determinantes
do processo.
Os compostos desinfectantes e esterilizantes deverão
agir em nível de membrana celular, através de
alterações da permeabilidade seletiva da membrana,
causando perda das substâncias intracelulares vitais.
Agem ainda por desnaturação e inativação de proteínas
como as enzimas.
32. 1.Álcool (Nível médio)
Atividade: Em concentrações entre 70 e 90%, as soluções de álcool etílico
(etanol), CH3CH2H, são eficientes contra as formas vegetativas dos
microorganismos.
As propriedades bactericidas do álcool aumentam quanto maior for sua
cadeia de carbono. Entretanto, álcoois com cadeias de carbono maiores
do que o álcool propílico e isopropílico são pouco solúveis em água, e
portanto menos utilizados.
O álcool etílico a 70° e o Isopropanol a 90% são os melhores álcoois
desinfetantes para superfícies.
Mecanismo de ação:
a- A atividade antimicrobiana dos álcoois deve-se à sua capacidade de
desnaturar proteínas.
b- Os álcoois também são solventes de lipídeos, lesando assim as
estruturas lípidicas da membrana das células microbianas.
c- Parte de sua eficiência como desinfetante de superfície pode ser
atribuída à ação detergente e de limpeza, que auxilia na remoção mecânica
dos microorganismos.
DESINFETANTESDESINFETANTES
33. Álcool Etílico a 70°
Álcool Etílico........................qsp
Água Destilada qsp..............Álcool a 70°
(medido com alcoômetro)
Álcool Isopropílico 90%
Isopropanol........................90ml
Água Destilada qsp..............100ml
Obs.: As fórmulas acima são utilizadas como
bactericidas para bancadas e instrumentos do
consultório para assepsia das mãos.
DESINFETANTESDESINFETANTES
34. 2. Cloro
O cloro, na forma gasosa (Cl2) em combinações
químicas, representa um dos desinfectantes mais
utilizados.
O cloro é um potente microbicida de amplo espectro,
cuja atividade diminui em presença de matéria
orgânica.
Dentre os compostos de cloro usados como
desinfetantes, destacam-se os hipocloritos, que contém
o grupo químico ± OCL.
DESINFECTANTESDESINFECTANTES
35. Hipoclorito de Sódio
Mecanismo de Ação: O poder desinfectante do cloro se deve à liberação
de ácido hipocloroso que se decompõe em cloro e oxigênio livre.
O cloro provoca a inibição de reações enzimáticas intracelulares,
desnaturação de proteínas e inativação de ácidos nucléicos.
Possui atividade antimicrobiana de amplo espectro, baixo custo e ação
rápida.
Atividade Antimicrobiana: Os compostos que liberam cloro são ativos
frente às bactérias, vírus e fungos, inclusive HIV e HBV. Porém, são pouco
ativos frente a bacilos ácido-álcool-resistentes e esporos.
Toxicidade - O envenenamento por Hipoclorito pode ocasionar: dor na
mucosa oral, tosse, dor na garganta, sensação de sufocação, irritação na
pele, dor estomacal, vômito, queda na pressão arterial, delírio e coma.
Em contato com a pele pode dissolver coágulos e provocar hemorragias.
DESINFECTANTESDESINFECTANTES
36. Tratamento da intoxicação: Não induzir vômito; lavar a pele com água em
abundância; se o produto for ingerido, administrar leite, sorvete ou um
anti-ácido, ou ainda uma solução de Tiosulfato de Sódio 1% a 2,5%.
Armazenamento: Armazenar em frasco protegido da luz (âmbar), em
geladeira.
Estabilidade: Não deve ser misturado com ácidos fortes ou amônia. A
reação subseqüente libera cloro e cloramina.
A atividade antimicrobiana é rapidamente diminuída na presença de
material orgânico.
Possui maior estabilidade em pH alcalino.
Solução de Milton
Hipoclorito de Sódio.....................l% de (cloro livre)
Água Destilada qsp......................l00ml
Indicação: Limpeza de materiais não metálicos. Deve-se imergir os
materiais por 30 minutos.
DESINFECTANTESDESINFECTANTES
37. FIMFIM
³ A biossegurança não é completa quando
profissionais da Saúde atendem a um paciente
e manipulam instrumentos, material biológico e
superfícies contaminadas. Porém, o fato de
sempre haver um risco deve ser um estímulo à
nossa dedicação, e não o inverso, ou seja, uma
justificativa às nossas falhas. A realização de
controle de infecções envolve muito mais
conhecimento, responsabilidade, determinação,
organização e disciplina do que raciocínios
complexos e técnicas difíceis de serem
aprendidas ou executadas´.