O documento descreve os nervos espinhais e cranianos. Os nervos espinhais têm origem na medula espinhal e inervam o tronco e membros. Os nervos cranianos têm origem no encéfalo e incluem 12 pares, que variam em estrutura e função. Ambos os tipos de nervos contêm fibras sensitivas e motoras que conduzem impulsos entre o SNC e os órgãos periféricos.
2. Nervos - Generalidades
Cordões esbranquiçados, constituídos por
feixes de fibras nervosas reforçadas por
tecido conjuntivo.
Unem o SNC aos órgãos periféricos.
Nervos espinhais: união feita com a medula
espinhal.
Nervos cranianos: união feita com o
encéfalo.
3. Nervos - Generalidades
Função: conduzir, por meio de sua fibras,
impulsos nervosos do SNC para a periferia
(impulsos eferentes) e da periferia para o
SNC (impulsos aferentes).
Envoltos por bainhas conjuntivas: epineuro
(envolve todo o nervo, emite septos para seu
interior), perineuro (envolve feixes de fibras
nervosas), endoneuro (envolve cada fibra,
tecido conjuntivo frouxo).
5. Nervos - Generalidades
Bainhas: conferem grande resistência; são
mais espessas nos nervos superficiais
(proteção contra traumatismos).
São muito vascularizados.
Quase totalmente desprovidos de
sensibilidade (estímulo do nervo).
6. Nervos Espinhais
Têm origem na medula espinhal.
Responsáveis pela inervação do tronco,
membros e parte da cabeça.
Formados pela união de duas raízes: dorsal
(junção de numerosos filamentos radiculares
do sulco lateral dorsal), ventral (junção de
numerosos filamentos radiculares do sulco
lateral ventral).
8. Nervos Espinhais
Raiz dorsal: gânglio espinhal (corpos de
neurônios sensitivos pseudounipolares, cujos
prolongamentos central e periférico formam a
raiz).
Raiz ventral: axônios dos neurônios dos
cornos ventral e lateral da medula.
União da raiz dorsal (sensitiva) com a raiz
ventral (motora) origina o tronco do nervo
espinhal (misto).
9. Raiz dorsal do nervo
espinhal
Gânglio espinhal
Nervo espinhal
Raiz ventral do nervo
espinhal
10. Nervos Espinhais
Encontrados em todos os níveis da medula.
Número varia nas diferentes regiões.
Oito pares nervos cervicais, doze pares
torácicos, cinco pares lombares, cinco pares
sacrais, um par coccígeo (total de 31 pares).
Costumam ser denominados conforme sua
origem e posição (C6, T1, L2 etc).
11. Nervos Espinhais
Após deixar o canal vertebral, se dividem em
ramos, se distribuem para os diversos
territórios a serem inervados.
Às vezes, se anastomosam (unem com
nervos vizinhos): plexos nervosos (braquial e
lombossacral).
Unissegmentares (origem em apenas um
segmento medular), plurissegmentares
(formados a partir de plexos nervosos;
maioria nervos periféricos).
13. Componentes funcionais
Dois tipos de fibras nervosas.
Aferentes (sensitivas): têm origem em
diferentes receptores e conduzem ao SNC
diferentes modalidades de informação
sensorial. Interoceptores (viscerais);
proprioceptores ou exteroceptores
(somáticas)
Eferentes (motoras): conduzem impulsos do
SNC para os órgãos efetuadores.
14. Fibras Aferentes
Somáticas exteroceptivas: conduzem
impulsos originados no mundo externo
(temperatura, tato, pressão, dor).
Somáticas proprioceptivas: conduzem ao
SNC sensações originadas no próprio corpo,
geradas por ele (disposição do corpo no
espaço); receptores sensoriais localizados
nas articulações, músculos e tendões,
podem conscientes ou inconscientes.
17. Fibras nervosas Ne. Espinhal
Aferentes
Somáticas
Exteoceptivas
Proprioceptivas
Viscerais
Eferentes
Somáticas
Viscerais
Visceroceptivas
ou interoceptivas
18. Nervos Cranianos
Nervos que têm origem no encéfalo.
Constituem doze pares.
Diferem dos nervos espinhais quanto à
origem, estrutura e função.
Origem: espinhais – mesma (varia apenas o
nível em que a conexão é feita com a
medula); cranianos – diferentes para cada
nervo.
19. Nervos Cranianos
Estrutura: alguns (olfatório e óptico)
semelhantes aos feixes de fibras
encontradas no SNC.
Função: alguns são mistos; outros
exclusivamente sensitivos ou motores.
Região da cabeça existem órgãos do sentido
“especiais” (órgãos auditivos ou para a
visão).
Fibras que conduzem estas sensações:
aferentes especiais.
20. Nervos Cranianos
Fibras motoras que inervam a maior parte da
musculatura da face: motoras viscerais
especiais.
Classificação funcional das fibras dos nervos
cranianos é mais complexa.
21. Classificação funcional - fibras
Fibras aferentes somáticas: conduzem
impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e
propriocepção; origem em extero e
proprioceptores.
Fibras aferentes somáticas especiais: origem
na retina e ouvido interno; relacionam-se
com visão, audição e equilíbrio.
Fibras aferentes viscerais gerais: origem em
visceroceptores; impulsos relacionados à dor
visceral.
24. Nervo Olfatório (I)
Numerosos pequenos feixes nervosos,
mucosa olfatória da cavidade nasal.
Não é um nervo único; conjunto de filetes
nervosos que atravessam a lâmina crivosa
do osso etmóide, penetram no crânio e
atingem o bulbo olfatório.
Exclusivamente sensitivo, responsável pelo
olfato.
Fibras aferentes viscerais especiais.
25. Nervo Óptico (II)
Mais calibroso dos nervos cranianos.
Origem na retina; conectam-se com o
quiasma óptico (base do encéfalo), onde as
fibras se cruzam, continuam no trato óptico,
terminam no corpo geniculado lateral.
Exclusivamente sensitivo.
Responsável pela visão.
Fibras aferentes somáticas especiais.
26. Nervos Oculomotor (III),
Troclear (IV) e Abducente (VI)
Nervos oculomotor e troclear: origem no
mesencéfalo; troclear (único nervo craniano a sair
da região dorsal do tronco encefálico).
Nervo abducente: emerge do limite entre ponte e
bulbo.
São exclusivamente motores e inervam os
músculos extrínsecos do olho.
Nervo troclear: m. oblíquo dorsal
Nervo abducente: m. reto lateral e retrator do bulbo.
27. Nervos Oculomotor (III),
Troclear (IV) e Abducente (VI)
Nervo oculomotor: mm. elevador da pálpebra
superior, reto dorsal, reto ventral, reto medial e
oblíquo ventral.
Músculos origem miotômica: fibras eferentes
somáticas.
Nervo oculomotor: fibras responsáveis pela
inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos
do olho: m.ciliar (regula convergência do cristalino)
e m. esfíncter da pupila.
Músculos lisos: fibras eferentes viscerais gerais.
28. Nervo Trigêmeo (V)
Nervo misto: componente sensitivo é maior.
Raiz sensitiva: prolongamentos centrais dos
neurônios sensitivos no gânglio trigeminal.
Prolongamentos periféricos formam os três ramos
do trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo
mandibular.
Responsáveis pela sensibilidade somática geral da
cabeça.
Fibras aferentes somáticas gerais: conduzem
impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão
e tato originados da pele, conjuntiva, seios nasais,
dentes, 2/3 anteriores da língua, maior parte da
dura-máter craniana).
29. Nervo Trigêmeo (V)
Fibras aferentes somáticas gerais: conduzem
impulsos proprioceptivos, originados em
receptores localizados nos músculos
mastigadores e na articulação têmporomandibular.
Raiz motora: fibras acompanham nervo
mandibular, distribuem-se nos músculos
mastigadores (origem branquiomérica;
masséteres, pterigóideos, ventre rostral do
digástrico).
Fibras eferentes viscerais especiais.
30. Nervo Facial (VII)
Emerge do sulco bulbo-pontino sob a forma
de duas raízes: raiz motora (nervo facial
propriamente dito), raiz sensitiva e visceral
(nervo intermédio).
Raiz motora: inerva grande maioria dos
músculos da face.
Nervo intermédio: fibras parassimpáticas préganglionares (inervação gls salivares
submandibular e sublingual); fibras
sensitivas(sensibilidade gustativa 2/3
anteriores da língua).
31. Nervo Facial (VII)
Raiz motora: inervação da musculatura
mímica (origem branquiomérica) – fibras
eferentes viscerais especiais (função mais
importante).
Raiz sensitiva: fibras aferentes viscerais
especiais (recebem impulsos gustativos 2/3
anteriores da língua), fibras aferentes
viscerais gerais (sensibilidade da parte
posterior das fossas nasais e da parte
superior do palato mole).
32. Nervo Facial (VII)
Raiz sensitiva: fibras aferentes somáticas
gerais (sensibilidade de uma pequena parte
da orelha e meato acústico externo), fibras
eferentes viscerais gerais (inervação préganglionar das gls lacrimal, submandibular e
sublingual), fibras eferentes viscerais
especiais (músculos mímicos e músculos da
mastigação – ventre caudal do digástrico).
33. Nervo Vestibulococlear (VIII)
Exclusivamente sensitivo
Ocupa, juntamente com os nervos facial e
intermédio, o meato acústico interno da porção
petrosa do osso temporal.
Duas partes distintas: vestibular e coclear
Parte vestibular: origem nos receptores do ouvido
interno (importantes para a manutenção do
equilíbrio corporal).
Parte coclear: origem nos receptores da cóclea
(órgão de Corti), sensibilidade auditiva.
Fibras aferentes somáticas especiais.
34. Nervo Glossofaríngeo (IX)
Nervo misto.
Origem: na parte mais rostral do sulco lateral
dorsal do bulbo (filamentos radiculares
dispõem em linha vertical).
Fibras se distribuem para a língua e faringe.
Fibras aferentes viscerais especiais:
conduzem impulsos gustativos originados no
1/3 posterior da língua.
35. Nervo Glossofaríngeo (IX)
Fibras aferentes viscerais gerais:
responsáveis pela sensibilidade geral do 1/3
posterior da língua, da faringe, tonsila e tuba
auditiva.
Fibras aferentes somáticas gerais: inervam
parte da orelha e do meato acústico externo.
Fibras eferentes viscerais gerais: fibras
parassimpáticas para a glândula parótida.
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam
mms da faringe (origem branquiomérica).
36. Nervo Vago (X)
Maior dos nervos cranianos.
Nervo misto e essencialmente visceral.
Inerva todas as vísceras torácicas e
abdominais.
A maioria de suas fibras é sensitiva.
É um nervo motor para a laringe (importante
para os mecanismos de fonação) e para a
faringe (juntamente com o glossofaríngeo
participa do reflexo da deglutição).
37. Nervo Vago (X)
Fibras aferentes viscerais especiais:
conduzem impulsos gustativos originados na
epiglote.
Fibras aferentes viscerais gerais: muito
numerosas; conduzem impulsos aferentes
originados na faringe, laringe, traquéia,
esôfago, vísceras do tórax e do abdômen.
Fibras aferentes somáticas gerais:
responsáveis pela sensibilidade da orelha e
do meato acústico externo.
38. Nervo Vago (X)
Fibras eferentes viscerais gerais:
responsáveis pela inervação parassimpática
das vísceras torácicas e abdominais.
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam
mms da faringe e da laringe.
39. Nervo Acessório (XI)
Formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e
uma raiz espinhal.
Raiz espinhal: formada por filamentos
radiculares que emergem da face lateral dos
5 ou 6 primeiros segmentos cervicais da
medula. Inerva os mms
esternocleidomastóideo e trapézio (origem
branquiomérica). Fibras são eferentes
viscerais especiais.
40. Nervo Acessório (XI)
Raiz craniana: apresenta dois tipos de fibras.
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam
mms da laringe (nervo laríngeo recorrente).
Fibras eferentes viscerais gerais: inervam
vísceras torácicas juntamente com fibras
vagais.
41. Nervo Hipoglosso (XII)
Nervo essencialmente motor.
Distribui-se para os mms intrínsecos e
extrínsecos da língua (origem miotômica).
Fibras eferentes somáticas
42. Inervação da língua
Único nervo motor: hipoglosso.
Inervação sensitiva: trigêmeo (sensibilidade geral
nos 2/3 anteriores), facial (sensibilidade gustativa
nos 2/3 anteriores), glossofaríngeo (sensibilidade
geral e gustativa no 1/3 posterior).
Fibras do facial chegam à língua através do nervo
lingual.
Três nervos têm contato direto com a língua:
hipoglosso, glossofaríngeo e nervo lingual (ramo do
nervo mandibular).