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Educação das Pessoas
      Adultas

         Claudia Garcia
      Psicopedagoga Clínica




              2009
Índice
    1. Conceito de velhice
    2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
    3. Teorias sobre a velhice
    4. Planos gerontológicos e administração pública
    5. Eixos das políticas dirigidas às pessoas adultas e espaços
       profissionais do educador social
    6. Conclusão




2
1. Conceito de velhice
     É difícil estabelecer o início da terceira idade;
     A idade para o estabelecimento desta situação não coincide
     nem em todos os países nem em todas as culturas;
     Quarta idade: aptidões físicas e psíquicas claramente
     decadentes, a pessoa não pode valer-se por si mesma e
     está dependente da ajuda dos demais (>80 anos);
     O envelhecimento é um fenómeno natural, inerente à
     finitude biológica do organismo humano, mas é um
     processo diferencial em cada um de nós;
     Envelhecimento:
      Cronológico – idade objectiva;
3
      Biológico – molecular, celular, orgânico, estrutural e funcional.
1. Conceito de velhice
     José M. Quintana (1995): o envelhecimento como processo
     biológico geral dos seres vivos e de grande complexidade:
     1) A velhice produz-se por acumulação de substâncias de
        resíduo, tanto no interior das células como no organismo
        global – a lipofucsina vai-se depositando nos corpos celulares
        (arteriosclerose);
     2) O envelhecimento consiste numa perda de capacidade de
        defesa do organismo às agressões;
     3) Envelhecer é a consequência de um desgaste progressivo do
        organismo, o qual se empobrece cada vez mais.
     Modelo médico tradicional: concebe a velhice em termos de
     défice, acentuando a percepção de que se trata de um
4    processo degenerativo;
1. Conceito de velhice
     À medida que as pessoas envelhecem, aumenta de forma
     gradual o risco de adoecerem e de ter dificuldades
     funcionais motoras e sensoriais (entre outras); os
     indivíduos sentem-se mais fatigados e tornam-se mais
     lentos (Newmman, 1984);
     Frequentemente, o declínio das habilidades e capacidades
     deve-se mais à falta de entretenimento e ao abandono da
     actividade, do que ao processo de deterioração biológica
     propriamente dita;
     “Se o uso excessivo leva ao desgaste, a falta de uso leva à
     atrofia” (Perogrullo);
     Há muitas formas de envelhecer;
5
1. Conceito de velhice
     Simmons (1969): ser velho, socialmente, é ser reconhecido
     como tal pelo grupo em que está inserido;
     Thomae (1982): a velhice é um destino social – são as
     características da sociedade que condicionam a quantidade
     e a qualidade de vida nesta etapa;
     Townsend (1981): a situação actual de dependência dos
     idosos tem sido causada pela política social;
     Psicologia humanista: processo de crescimento e
     desenvolvimento de potencialidades;
     Começamos a envelhecer desde que nascemos e, entre a
     população da terceira idade, observa-se uma grande
6
     variabilidade de capacidades e deteriorações;
2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
     Butler (1977), Sánchez Caro (1982), Moragas (1991),
     Frenández Bellesteros (1992) e Pinillos (1994):
      Mito do envelhecimento cronológico – a idade é um dado
      objectivo, quantificável com exactidão numérica, mas não
      corresponde ao estado psico-fisiológico do indivíduo que pode
      apresentar graus muito variáveis nas suas funções vitais;
      Mito da improdutividade – na ausência de doença, o indivíduo
      pode permanecer produtivo e interessado pela vida;
      Mito da senilidade – o envelhecimento existe, mas não é uma
      doença nem tem que ser limitativo: a velhice é uma etapa da
      vida que pode ser tão sã como as outras;
      Mito do conservadorismo – o acreditar e não acreditar no
      homem e nas suas possibilidades não é uma questão de idade,
7
      mas sim de mentalidade, de cultura, de abertura de espírito;
2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
      Mito da desvinculação – teoria da desvinculação ou
      descompromisso: ser activo e participativo na sociedade é o
      melhor sistema para retardar o processo de envelhecimento,
      para um envelhecimento normal e não patológico e para
      melhorar a qualidade de vida da pessoa;
      Mito da inflexibilidade, da incapacidade para a mudança e
      adaptação a situações novas – a capacidade de adaptação, de
      assimilação do novo, de aprendizagem e enriquecimento está
      mais relacionada com o carácter e o nível sociocultural do que
      com a velhice cronológica;
      Mito da serenidade – muitos idosos estão submetidos a um
      maior stress que outros grupos de idades, são mais propensos
      a depressões, sofrem mais doenças crónicas, padecem, em
8     muitos casos, de solidão e isolamento;
2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
      Mito da sexualidade enervada – aumenta a ternura, a
      capacidade de amar e a emotividade: as vivências afectivas
      nesta fase são básicas para um equilíbrio emocional;
      Mito da velhice necessariamente desgraçada – muitas pessoas
      vivem esta etapa com plenitude, equilíbrio, paz e bem-estar
      pessoal; Mito da sobrevalorização da juventude – a velhice
      pode ser um rico caudal de experiência que pode ser muito útil
      às gerações jovens.




9
3. Teorias sobre a velhice
      Teoria da desvinculação intrínseca de relações:
        As relações sociais diminuem com a idade, excepto no caso
        dos parentes mais próximos e mesmo com estes, a qualidade
        das interacções altera-se;
        Havighurst & Goldhamer (1949): o envelhecimento implica a
        redução das relações pessoais, da participação social, das
        expectativas de felicidade e do interesse geral pela vida;
        A desvinculação não é um fenómeno natural, voluntariamente
        aceite, não se apresenta com carácter universal, nem
        automaticamente se relaciona com o bem-estar e a satisfação;
        O idoso senta medo dos fracassos e afasta-se cada vez mais
        dos contactos sociais, refugiando-se nos grupos mais íntimos e
        familiares, naqueles em que se sente mais seguro e protegido
10      (resistência à mudança).
3. Teorias sobre a velhice
      Teoria da actividade:
        Tartler (1961): só o indivíduo activo se sente feliz e satisfeito;
        Maddox (1962, 63 e 65): estabelece uma relação positiva
        entre actividade e moral, devendo-se portanto defender
        taxativamente a hipótese da desvinculação intrínseca;
        Se uma pessoa, durante a sua vida laboral, foi capaz de
        ocupar o seu tempo livre com actividades, não há dúvida de
        que, durante a velhice, saberá ocupar esse tempo livre com as
        actividades que sempre realizou;
        Erikson (1985): deve manter-se uma função generativa – por
        um lado, produzir e criar, por outro, relacionar-se com os
        demais e sentir-se responsável por eles;
        Descobrir a beleza das coisas quotidianas e desfrutar ao
11
        máximo os momentos de recreação e alegria.
3. Teorias sobre a velhice
      Teoria do contexto social:
        Gubrium (1973): o comportamento, ao longo da terceira idade,
        depende de certas condições biológicas e sociais;
        Segundo o mesmo autor, seriam 3 os factores a destacar:
          A saúde;
          Os condicionamentos económicos;
          Os apoios sociais.




12
3. Teorias sobre a velhice
      Teoria da velhice como subcultura:
       A terceira idade constitui um grupo à parte;
       Rose (1968): as características comuns das pessoas que
       constituem este estrato social explicam que formem tal grupo
       à parte;
       Havighurst (1968): a relação entre o nível de actividade e o
       grau de satisfação é profundamente influenciado pelo tipo de
       personalidade que, muito provavelmente, se vem arrastando
       de etapas anteriores;
       Neugarten (1972): a velhice não nivela as diferenças
       individuais.


13
4. Plano Gerontológico
      Plano Gerontológico: 1982;
      5 áreas do Plano Gerontológico:
      1. Pensões;
      2. Saúde e assistência sanitária;
      3. Serviços sociais;
      4. Cultura e ócio;
      5. Participação.




14
4. Plano Gerontológico
      Objectivos do Plano:
      1. Desenvolver o sistema de prestações não contributivas
           dirigidas aos maiores de 65 anos com insuficientes recursos
           económicos e oferecer um complemento de pensão aos
           maiores de 80 anos que perderam autonomia pessoal;
      2.   Melhorar as pensões mínimas e o resto das pensões
           contributivas, garantindo a sua revalorização automática
           segundo o índice de preços ao consumo;
      3.   Promover a saúde dos mais velhos e melhorar o seu bem-
           estar físico, psíquico e social;
      4.   Garantir a prevenção e a assistência ao idoso mediante uma
           adequada atenção primária e hospitalar;
15    5.   Assegurar os serviços sociosanitários aos idosos;
4. Plano Gerontológico
      6. Fortalecer as estruturas administrativas para o
         desenvolvimento, coordenação e distribuição equitativa de
         recursos, assim como para garantir o estudo, a investigação e
         a formação permanentes sobre temas relacionados com o
         envelhecimento e com a velhice;
      7. Oferecer serviços sociais idóneos para dar resposta às
         necessidades das pessoas idosas, potenciando sobretudo o
         desenvolvimento daqueles que propiciam a sua autonomia
         pessoal, a permanência no domicílio e a convivência no seu
         ritmo habitual de vida;
      8. Facilitar o acesso das pessoas idosas aos bens culturais e
         fomentar entre elas o emprego criativo do ócio e do tempo
         livre, para melhorar a sua qualidade de vida e a sua
16       capacidade de se sentirem úteis;
4. Plano Gerontológico
      9. Incrementar na sociedade o conhecimento do envelhecimento
          da população e as características psicofísicas dos idosos, o
          apreço e reconhecimento de todos os valores e património
          cultural das pessoas que alcançaram uma idade avançada,
          assim como a participação e responsabilidade das mesmas no
          desenvolvimento da política social;
      10. Expandir o conceito de participação democrática, de maneira
          a que a sociedade integre as pessoas mais velhas e estas se
          incorporem realmente a todas as actividades da vida social.




17
4. Plano Gerontológico
      Profissões gerontológicas:
        Médico geriátrico;
        Farmacêutico gerontológico;
        Psicólogo clínico gerontológico;
        Sociólogo gerontólogo;
        Assistente social especializado em Gerontologia;
        Assistente técnico sanitário especializado em Geriatria;
        Fisioterapeuta geriátrico;
        Pedagogo com orientação gerontológica;
        Animador sociocultural gerontológico;
        Voluntários gerontológicos.

18
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Saúde e auto-cuidado
       Saúde: estado de bem-estar físico, psicológico, social e
       espiritual, que permite às pessoas realizarem as suas
       actividades diárias com o máximo de eficiência e autonomia;
       Há muitos factores que influenciam o estado de saúde;
       A forma de vida que se adopte mais determina, em grande
       parte, o nosso nível de saúde;
       Auto-cuidado: participação das pessoas no cuidado da sua
       própria saúde;
       São fundamentais o conhecimento relacionado com o cuidado
       da saúde e a prevenção do risco de adoecer;
       O cuidado da saúde é importante em qualquer etapa da vida;
19
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Educação para a saúde: conseguir um aumento do nível de
       cultura sanitária tanto da população da terceira idade e da sua
       família, como da comunidade, para modificar condutas e
       atitudes que influenciem negativamente a saúde do idoso;
       Contribuição da Educação para a Saúde:
          Eliminar hábitos e costumes nocivos em relação a:
             Alimentação;
             Higiene em geral;
             Hábitos tóxicos.
          Diminuir os factores de risco existentes no meio:
             Residência;
             Ao redor.
20
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
         Treino da família do idoso para ter um maior cuidado com
         este.
         Fomentar o auto-cuidado.
         Fomentar actividades:
            Físicas e mentais;
            Recreativas, culturais e sociais.
         Fomentar a participação da população.
         Fomentar a aceitação do idoso no meio familiar e social.
         Recuperação e reabilitação do idoso doente.
       Estes objectivos requerem o trabalho conjunto dos distintos
       profissionais.

21
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Envelhecer em casa: serviço de apoio ao domicílio
       Assembleia de Viena (1982): princípio de viver ou envelhecer
       em casa frente à solução clássica da institucionalização;
       Pretende-se evitar tanto os efeitos negativos do internamento
       definitivo dos idosos sem grandes problemas físicos em lares,
       como a hospitalização daquelas pessoas cuja situação não o
       justifica do ponto de vista médico;
       Facilitar ao idoso o acesso a determinados bens e serviços que
       de outro modo lhes estariam inacessíveis (vacinas, actividades
       recreativas e culturais, serviços de apoio ao domicílio…);
       Serviço de apoio ao domicílio: melhoramento da qualidade de
       vida dos idosos que, para poderem permanecer na sua
       residência, requerem uma assistência especial;
22
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       O cumprimento deste objectivo depende, fundamentalmente,
       de 3 elementos:
       1) Da provisão de serviços alternativos ao ingresso nos lares,
          em particular a atenção ao domicílio nas suas diferentes
          modalidades: cuidado médico, ajuda nas tarefas
          domésticas, serviço de refeições, acompanhamento em
          determinadas actividades, etc…;
       2) Das condições de habitabilidade das residências dos
          idosos;
       3) Da possibilidade de contar com outras pessoas de
          determinados serviços e cuidados.


23
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Serviço social – 2 tipos de atenção:
       1. Atenções básicas: sociais, sanitárias, educativas e
          assistenciais, do tipo preventivo e reabilitador, cobertas por
          pessoal técnico e profissional;
       2. Atenções complementares: fazer companhia, conversar,
          sair e passear, cobertas por pessoal voluntário.
       José Luis Malagón (1995) – equipa integrada do serviço de
       apoio ao domicílio:
         Trabalhador social (coordenador);
         Enfermeiro;
         Educador social;
         Auxiliar sanitário;
24       Auxiliar de lar;
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Reforma: necessidade de uma preparação
       A reforma é uma fase marcada pela dependência (os idosos
       podem depender dos seus descendentes ou de outras pessoas
       ou instituições) ou pelo facto do indivíduo, ao reformar-se,
       sente que perdeu já a sua função social;
       O trabalho, além de ser um meio de subsistência, oferece
       outros elementos: organização do tempo (dia, semana, ano) e
       do espaço (local de trabalho), status, contactos sociais,
       actividade e identidade pessoal;
       Lehr (1980): a diminuição de contactos sociais está associada
       a vivências negativas;


25
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Kalish (1983): as relações sociais no âmbito laboral são um
       dos factores que mais incidem na satisfação pessoal e a sua
       perda é uma das mais graves que se sofre;
       Critérios sociopsicológicos: quando o trabalho desaparece,
       ocorre um “desenganche” social que gera sentimentos de
       inutilidade, não só da perspectiva do reformado, mas também
       da perspectiva da sociedade;
       Durante a terceira idade há uma porta aberta a processos
       psíquicos e físicos indesejáveis, a sedentarismos e outros
       males que podem anular a pessoa de idade avançada;
       Dar conteúdo a este tempo livre consistirá em vivê-lo de forma
       criativa, de maneira a facilitar a auto-realização pessoal,
       favorecer a saúde e propiciar a participação na dinâmica
26     social;
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       4 perigos que podem ocorrer na reforma:
         Falta de mobilidade física;
         Mental;
         Afectiva;
         Social.
       É de extrema importância que os reformados tomem
       consciência de que têm um papel a desempenhar na
       sociedade, que se sintam úteis, vivos, activos, com ilusões,
       aspirações e esperança;
       Programa de preparação da reforma:
       a) Finanças e pensões;
       b) Saúde;
27     c) Dimensão educativa, cultural, relações sociais, actividades.
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Acção pedagógico-social do educador social nos centros de
      dia da terceira idade
       Facilitar o acesso dos idosos aos bens culturais;
       Fomentar entre eles o emprego criativo do tempo livre através
       de uma educação para o ócio;
       Melhorar a qualidade de vida do idoso e a sua capacidade de
       se sentir útil;
       Implementar uma cultura de solidariedade e de participação;
       Papel dos centros de dia:
         Propiciar os contactos humanos entre as pessoas;
         Estimular e promover todo o tipo de actividades
         socioculturais, ocupacionais, artísticas e recreativas;
28
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
         Fomentar e potenciar a consciência de cidadania, as relações
         colectivas e a condição de membros úteis e activos de e
         para a sociedade, estimulando as acções solidárias, respeito
         pelas restantes idades e lutando contra qualquer forma de
         discriminação ou marginalização.
       Os centros de dia facilitam a participação, integração e
       convivência quotidiana, assim como o desenvolvimento de
       habilidades sociais e o intercâmbio de experiências entre os
       idosos;
       Oferecem vários serviços: cabeleireiro, podologista…;
       Reabilitação e cuidados fisioterapêuticos;
       Equipamentos de serviços sociais não residenciais, destinados
       a prestar atenção psicossocial, preventiva e de reabilitação aos
29     idosos em regime diurno;
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Funções do educador social:
         Entrevistar os sócios e elaborar uma entrevista
         socioeducativa (ex: nível de formação);
         Educá-los à participação;
         Educar para o ócio e os tempos livres (organizar
         actividades);
         Educar para a saúde;
         Promover comissões de trabalho;
         Organizar cursos de preparação para a reforma;
         Impulsionar o associacionismo e o voluntariado.
         Deve-se incentivar os idosos a terem vontade de viver,
         estimulá-los a manterem-se activos, a comprometerem-se
30       socialmente e não cair na passividade e abandono;
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Animação cultural: estabelecer as estruturas que permitam a
       comunicação humana e suscitar as condições de uma maior
       participação cultural;
       A animação cultural é um processo permanente de informação,
       formação, análise e superação da própria realidade – cultivo da
       profunda capacidade de ser pessoa, protagonista e criadora.




31
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Acção pedagógico-social do educador social nos lares da
      terceira idade
       Aparecimento de novas modalidades de alojamento dos
       idosos;
       Aumento considerável de pessoas com mais de 80 anos;
       Diminuição do potencial de cuidadores informais (incorporação
       da mulher no mercado de trabalho, diminuição do número de
       filhos…);
       Animação sociocultural num lar: processo de um grupo que
       parte de uma situação concreta e que vai gerar convivência e
       participação;
       A cultura é um processo global que abarca a vida humana em
       toda a sua extensão;
32
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       O lar como centro gerontológico: espaço aberto à comunidade,
       à participação, às relações humanas, à solidariedade, à
       cultura, de que façam parte agentes externos (familiares,
       amigos dos residentes, etc…) e que o protagonista principal
       seja a própria pessoa idosa;
       4 dimensões da animação sociocultural num lar:
         Dimensão sociológica;
         Dimensão pedagógica;
         Dimensão comunitária;
         Dimensão teleológica.
       3 níveis de acção pedagógico-social: com os idosos, com o
       centro, com a comunidade.
33
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       INSERSO (1993): lares são centros que oferecem atenção
       integral e morada permanente a pessoas maiores de 60 anos
       que, pela sua problemática familiar, social e/ou económica, não
       podem ser atendidas nos seus próprios domicílios e
       necessitam destes serviços;
       Acção socioeducativa na terceira idade:
          Autonomia;
          Desenvolvimento;
          Relação;
          Participação;
          Convivência;
          Criatividade;
34        Utilidade.
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      A escola: centro para a solidariedade e para o diálogo entre
      gerações
        Arroyo (1984): a sua função de transmissão e geração de
        valores sociais (compreensão, solidariedade, comunicação,
        responsabilidade social, etc…) obriga a adoptar um papel
        activo na modificação das situações de marginalização em que
        vivem alguns idosos;
        A escola deve ser um centro democrático de convivência, um
        lugar onde imperem a tolerância e a igualdade, onde não
        existe nenhum tipo de discriminação, onde se respeitem as
        peculiaridades de cada um e se aprenda a estimar a
        diversidade e o pluralismo;
        Favorece a exercitação da agilidade mental e manual, da sua
35      capacidade de dinamismo e abertura;
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Discussão de temas transversais (educação moral e cívica,
       educação para a paz, para a saúde, para a igualdade entre os
       sexos, educação ambiental, sexual, etc…)     desenvolver uma
       educação que fomente o diálogo entre gerações;
       Finalidades:
         Contribuir para a educação integral dos alunos, favorecendo
         o seu desenvolvimento pessoal e social;
         Aspirar a conseguir que as novas gerações construam uma
         sociedade mais justa e respeitadora.
       Nieto (1994): ocasião de se relacionar com pessoas distintas,
       de mostrar os seus trabalhos e de aprender;
       Oficinas: desenvolvem uma metodologia activa – “aprender
       fazendo”;
36
       Exemplos: fotografia, cozinha, pintura, dramatização, música…
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
      Actividades e considerações metodológicas
       Actividades:
         As actividades que se podem realizar nos centros de dia,
         centros culturais, aulas da terceira idade, universidades
         séniores, lares e associações são muito variadas e têm que
         fazer face aos perigos em que caem algumas pessoas ao
         chegar a esta etapa da vida: passividade, aborrecimento,
         solidão e isolamento.
       Considerações metodológicas:
         A metodologia deve ser motivadora, possibilitadora, não
         competitiva, grupal, coerente, flexível, activa e participativa.


37
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Outros aspectos que reforçam a participação dos idosos:
        Objectivos claros e concretos;
        Metas facilmente alcançáveis;
        Lei do afecto, bom ambiente e convivência;
        Periodicidade e repetição das actividades;
        Variedade, criatividade e inovação;
        Possibilitar canais de participação e colaboração;
        Repartir tarefas, funções e responsabilidades;
        Promover o diálogo, perguntar e pedir opiniões;
        Tempos e ritmos adequados, etc…


38
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
       Lehr (1980) – factores que devem ser considerados no
       processo de aprendizagem dos idosos:
         Os velhos aprendem pior quando o material carece de
         sentido – com material dotado de sentido, os resultados da
         sua aprendizagem são equiparáveis aos dos jovens;
         Os velhos adoecem com frequência de uma certa técnica de
         aprendizagem (“debilidade de codificação”) – cabe reparar
         essa falta a fim de compensar o consequente défice de
         aprendizagem;
         Todo o material que se apresente demasiado rápido
         ocasiona maior dificuldade ao velho que ao jovem – se se
         elimina o factor tempo, nivelam-se as diferenças
         correspondentes à idade;
39
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
         Os velhos necessitam de mais repetições para alcançar o
         mesmo nível que os jovens;
         O pior “rendimento de aprendizagem” dos velhos não é ser
         tanto uma pista do declive da “capacidade de
         aprendizagem”, mas a insegurança dos idosos, que dificulta
         a reprodução do que já foi aprendido;
         Os velhos aprendem mais facilmente quando o material lhes
         é apresentado de forma ordenada;
         O processo de aprendizagem é mais susceptível de
         interrupção e de variáveis perturbadoras nos velhos do que
         nos jovens;
         A aprendizagem por partes é mais favorável para os jovens,
         enquanto que a aprendizagem global o é para os velhos;
40
5. Eixos das políticas dirigidas aos
     idosos
         O factor dotação (a experiência de aprendizagem) é mais
         importante que o factor idade;
         Os factores exercício e entretenimento assíduo durante toda
         a adultez têm também grande importância;
         O factor saúde desempenha um papel relevante na
         capacidade de aprendizagem – um estado físico e psíquico
         saudável favorece esta capacidade;
         Exercem uma especial influência na aprendizagem os
         factores motivacionais, de disposição interna e de interesse.




41
6. Conclusão
      Há muitas terceiras idades e quando trabalhamos com os
      mais velhos é necessário conhecer com que terceira idade
      estamos a trabalhar.
      O trabalho com a terceira idade é hoje uma realidade na
      acção pedagógico-social e um desafio para a educação
      social no terceiro milénio.




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Educação de adultos: conceitos, teorias e políticas sobre o envelhecimento

  • 1. Educação das Pessoas Adultas Claudia Garcia Psicopedagoga Clínica 2009
  • 2. Índice 1. Conceito de velhice 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice 3. Teorias sobre a velhice 4. Planos gerontológicos e administração pública 5. Eixos das políticas dirigidas às pessoas adultas e espaços profissionais do educador social 6. Conclusão 2
  • 3. 1. Conceito de velhice É difícil estabelecer o início da terceira idade; A idade para o estabelecimento desta situação não coincide nem em todos os países nem em todas as culturas; Quarta idade: aptidões físicas e psíquicas claramente decadentes, a pessoa não pode valer-se por si mesma e está dependente da ajuda dos demais (>80 anos); O envelhecimento é um fenómeno natural, inerente à finitude biológica do organismo humano, mas é um processo diferencial em cada um de nós; Envelhecimento: Cronológico – idade objectiva; 3 Biológico – molecular, celular, orgânico, estrutural e funcional.
  • 4. 1. Conceito de velhice José M. Quintana (1995): o envelhecimento como processo biológico geral dos seres vivos e de grande complexidade: 1) A velhice produz-se por acumulação de substâncias de resíduo, tanto no interior das células como no organismo global – a lipofucsina vai-se depositando nos corpos celulares (arteriosclerose); 2) O envelhecimento consiste numa perda de capacidade de defesa do organismo às agressões; 3) Envelhecer é a consequência de um desgaste progressivo do organismo, o qual se empobrece cada vez mais. Modelo médico tradicional: concebe a velhice em termos de défice, acentuando a percepção de que se trata de um 4 processo degenerativo;
  • 5. 1. Conceito de velhice À medida que as pessoas envelhecem, aumenta de forma gradual o risco de adoecerem e de ter dificuldades funcionais motoras e sensoriais (entre outras); os indivíduos sentem-se mais fatigados e tornam-se mais lentos (Newmman, 1984); Frequentemente, o declínio das habilidades e capacidades deve-se mais à falta de entretenimento e ao abandono da actividade, do que ao processo de deterioração biológica propriamente dita; “Se o uso excessivo leva ao desgaste, a falta de uso leva à atrofia” (Perogrullo); Há muitas formas de envelhecer; 5
  • 6. 1. Conceito de velhice Simmons (1969): ser velho, socialmente, é ser reconhecido como tal pelo grupo em que está inserido; Thomae (1982): a velhice é um destino social – são as características da sociedade que condicionam a quantidade e a qualidade de vida nesta etapa; Townsend (1981): a situação actual de dependência dos idosos tem sido causada pela política social; Psicologia humanista: processo de crescimento e desenvolvimento de potencialidades; Começamos a envelhecer desde que nascemos e, entre a população da terceira idade, observa-se uma grande 6 variabilidade de capacidades e deteriorações;
  • 7. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice Butler (1977), Sánchez Caro (1982), Moragas (1991), Frenández Bellesteros (1992) e Pinillos (1994): Mito do envelhecimento cronológico – a idade é um dado objectivo, quantificável com exactidão numérica, mas não corresponde ao estado psico-fisiológico do indivíduo que pode apresentar graus muito variáveis nas suas funções vitais; Mito da improdutividade – na ausência de doença, o indivíduo pode permanecer produtivo e interessado pela vida; Mito da senilidade – o envelhecimento existe, mas não é uma doença nem tem que ser limitativo: a velhice é uma etapa da vida que pode ser tão sã como as outras; Mito do conservadorismo – o acreditar e não acreditar no homem e nas suas possibilidades não é uma questão de idade, 7 mas sim de mentalidade, de cultura, de abertura de espírito;
  • 8. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice Mito da desvinculação – teoria da desvinculação ou descompromisso: ser activo e participativo na sociedade é o melhor sistema para retardar o processo de envelhecimento, para um envelhecimento normal e não patológico e para melhorar a qualidade de vida da pessoa; Mito da inflexibilidade, da incapacidade para a mudança e adaptação a situações novas – a capacidade de adaptação, de assimilação do novo, de aprendizagem e enriquecimento está mais relacionada com o carácter e o nível sociocultural do que com a velhice cronológica; Mito da serenidade – muitos idosos estão submetidos a um maior stress que outros grupos de idades, são mais propensos a depressões, sofrem mais doenças crónicas, padecem, em 8 muitos casos, de solidão e isolamento;
  • 9. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice Mito da sexualidade enervada – aumenta a ternura, a capacidade de amar e a emotividade: as vivências afectivas nesta fase são básicas para um equilíbrio emocional; Mito da velhice necessariamente desgraçada – muitas pessoas vivem esta etapa com plenitude, equilíbrio, paz e bem-estar pessoal; Mito da sobrevalorização da juventude – a velhice pode ser um rico caudal de experiência que pode ser muito útil às gerações jovens. 9
  • 10. 3. Teorias sobre a velhice Teoria da desvinculação intrínseca de relações: As relações sociais diminuem com a idade, excepto no caso dos parentes mais próximos e mesmo com estes, a qualidade das interacções altera-se; Havighurst & Goldhamer (1949): o envelhecimento implica a redução das relações pessoais, da participação social, das expectativas de felicidade e do interesse geral pela vida; A desvinculação não é um fenómeno natural, voluntariamente aceite, não se apresenta com carácter universal, nem automaticamente se relaciona com o bem-estar e a satisfação; O idoso senta medo dos fracassos e afasta-se cada vez mais dos contactos sociais, refugiando-se nos grupos mais íntimos e familiares, naqueles em que se sente mais seguro e protegido 10 (resistência à mudança).
  • 11. 3. Teorias sobre a velhice Teoria da actividade: Tartler (1961): só o indivíduo activo se sente feliz e satisfeito; Maddox (1962, 63 e 65): estabelece uma relação positiva entre actividade e moral, devendo-se portanto defender taxativamente a hipótese da desvinculação intrínseca; Se uma pessoa, durante a sua vida laboral, foi capaz de ocupar o seu tempo livre com actividades, não há dúvida de que, durante a velhice, saberá ocupar esse tempo livre com as actividades que sempre realizou; Erikson (1985): deve manter-se uma função generativa – por um lado, produzir e criar, por outro, relacionar-se com os demais e sentir-se responsável por eles; Descobrir a beleza das coisas quotidianas e desfrutar ao 11 máximo os momentos de recreação e alegria.
  • 12. 3. Teorias sobre a velhice Teoria do contexto social: Gubrium (1973): o comportamento, ao longo da terceira idade, depende de certas condições biológicas e sociais; Segundo o mesmo autor, seriam 3 os factores a destacar: A saúde; Os condicionamentos económicos; Os apoios sociais. 12
  • 13. 3. Teorias sobre a velhice Teoria da velhice como subcultura: A terceira idade constitui um grupo à parte; Rose (1968): as características comuns das pessoas que constituem este estrato social explicam que formem tal grupo à parte; Havighurst (1968): a relação entre o nível de actividade e o grau de satisfação é profundamente influenciado pelo tipo de personalidade que, muito provavelmente, se vem arrastando de etapas anteriores; Neugarten (1972): a velhice não nivela as diferenças individuais. 13
  • 14. 4. Plano Gerontológico Plano Gerontológico: 1982; 5 áreas do Plano Gerontológico: 1. Pensões; 2. Saúde e assistência sanitária; 3. Serviços sociais; 4. Cultura e ócio; 5. Participação. 14
  • 15. 4. Plano Gerontológico Objectivos do Plano: 1. Desenvolver o sistema de prestações não contributivas dirigidas aos maiores de 65 anos com insuficientes recursos económicos e oferecer um complemento de pensão aos maiores de 80 anos que perderam autonomia pessoal; 2. Melhorar as pensões mínimas e o resto das pensões contributivas, garantindo a sua revalorização automática segundo o índice de preços ao consumo; 3. Promover a saúde dos mais velhos e melhorar o seu bem- estar físico, psíquico e social; 4. Garantir a prevenção e a assistência ao idoso mediante uma adequada atenção primária e hospitalar; 15 5. Assegurar os serviços sociosanitários aos idosos;
  • 16. 4. Plano Gerontológico 6. Fortalecer as estruturas administrativas para o desenvolvimento, coordenação e distribuição equitativa de recursos, assim como para garantir o estudo, a investigação e a formação permanentes sobre temas relacionados com o envelhecimento e com a velhice; 7. Oferecer serviços sociais idóneos para dar resposta às necessidades das pessoas idosas, potenciando sobretudo o desenvolvimento daqueles que propiciam a sua autonomia pessoal, a permanência no domicílio e a convivência no seu ritmo habitual de vida; 8. Facilitar o acesso das pessoas idosas aos bens culturais e fomentar entre elas o emprego criativo do ócio e do tempo livre, para melhorar a sua qualidade de vida e a sua 16 capacidade de se sentirem úteis;
  • 17. 4. Plano Gerontológico 9. Incrementar na sociedade o conhecimento do envelhecimento da população e as características psicofísicas dos idosos, o apreço e reconhecimento de todos os valores e património cultural das pessoas que alcançaram uma idade avançada, assim como a participação e responsabilidade das mesmas no desenvolvimento da política social; 10. Expandir o conceito de participação democrática, de maneira a que a sociedade integre as pessoas mais velhas e estas se incorporem realmente a todas as actividades da vida social. 17
  • 18. 4. Plano Gerontológico Profissões gerontológicas: Médico geriátrico; Farmacêutico gerontológico; Psicólogo clínico gerontológico; Sociólogo gerontólogo; Assistente social especializado em Gerontologia; Assistente técnico sanitário especializado em Geriatria; Fisioterapeuta geriátrico; Pedagogo com orientação gerontológica; Animador sociocultural gerontológico; Voluntários gerontológicos. 18
  • 19. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Saúde e auto-cuidado Saúde: estado de bem-estar físico, psicológico, social e espiritual, que permite às pessoas realizarem as suas actividades diárias com o máximo de eficiência e autonomia; Há muitos factores que influenciam o estado de saúde; A forma de vida que se adopte mais determina, em grande parte, o nosso nível de saúde; Auto-cuidado: participação das pessoas no cuidado da sua própria saúde; São fundamentais o conhecimento relacionado com o cuidado da saúde e a prevenção do risco de adoecer; O cuidado da saúde é importante em qualquer etapa da vida; 19
  • 20. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Educação para a saúde: conseguir um aumento do nível de cultura sanitária tanto da população da terceira idade e da sua família, como da comunidade, para modificar condutas e atitudes que influenciem negativamente a saúde do idoso; Contribuição da Educação para a Saúde: Eliminar hábitos e costumes nocivos em relação a: Alimentação; Higiene em geral; Hábitos tóxicos. Diminuir os factores de risco existentes no meio: Residência; Ao redor. 20
  • 21. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Treino da família do idoso para ter um maior cuidado com este. Fomentar o auto-cuidado. Fomentar actividades: Físicas e mentais; Recreativas, culturais e sociais. Fomentar a participação da população. Fomentar a aceitação do idoso no meio familiar e social. Recuperação e reabilitação do idoso doente. Estes objectivos requerem o trabalho conjunto dos distintos profissionais. 21
  • 22. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Envelhecer em casa: serviço de apoio ao domicílio Assembleia de Viena (1982): princípio de viver ou envelhecer em casa frente à solução clássica da institucionalização; Pretende-se evitar tanto os efeitos negativos do internamento definitivo dos idosos sem grandes problemas físicos em lares, como a hospitalização daquelas pessoas cuja situação não o justifica do ponto de vista médico; Facilitar ao idoso o acesso a determinados bens e serviços que de outro modo lhes estariam inacessíveis (vacinas, actividades recreativas e culturais, serviços de apoio ao domicílio…); Serviço de apoio ao domicílio: melhoramento da qualidade de vida dos idosos que, para poderem permanecer na sua residência, requerem uma assistência especial; 22
  • 23. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos O cumprimento deste objectivo depende, fundamentalmente, de 3 elementos: 1) Da provisão de serviços alternativos ao ingresso nos lares, em particular a atenção ao domicílio nas suas diferentes modalidades: cuidado médico, ajuda nas tarefas domésticas, serviço de refeições, acompanhamento em determinadas actividades, etc…; 2) Das condições de habitabilidade das residências dos idosos; 3) Da possibilidade de contar com outras pessoas de determinados serviços e cuidados. 23
  • 24. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Serviço social – 2 tipos de atenção: 1. Atenções básicas: sociais, sanitárias, educativas e assistenciais, do tipo preventivo e reabilitador, cobertas por pessoal técnico e profissional; 2. Atenções complementares: fazer companhia, conversar, sair e passear, cobertas por pessoal voluntário. José Luis Malagón (1995) – equipa integrada do serviço de apoio ao domicílio: Trabalhador social (coordenador); Enfermeiro; Educador social; Auxiliar sanitário; 24 Auxiliar de lar;
  • 25. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Reforma: necessidade de uma preparação A reforma é uma fase marcada pela dependência (os idosos podem depender dos seus descendentes ou de outras pessoas ou instituições) ou pelo facto do indivíduo, ao reformar-se, sente que perdeu já a sua função social; O trabalho, além de ser um meio de subsistência, oferece outros elementos: organização do tempo (dia, semana, ano) e do espaço (local de trabalho), status, contactos sociais, actividade e identidade pessoal; Lehr (1980): a diminuição de contactos sociais está associada a vivências negativas; 25
  • 26. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Kalish (1983): as relações sociais no âmbito laboral são um dos factores que mais incidem na satisfação pessoal e a sua perda é uma das mais graves que se sofre; Critérios sociopsicológicos: quando o trabalho desaparece, ocorre um “desenganche” social que gera sentimentos de inutilidade, não só da perspectiva do reformado, mas também da perspectiva da sociedade; Durante a terceira idade há uma porta aberta a processos psíquicos e físicos indesejáveis, a sedentarismos e outros males que podem anular a pessoa de idade avançada; Dar conteúdo a este tempo livre consistirá em vivê-lo de forma criativa, de maneira a facilitar a auto-realização pessoal, favorecer a saúde e propiciar a participação na dinâmica 26 social;
  • 27. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos 4 perigos que podem ocorrer na reforma: Falta de mobilidade física; Mental; Afectiva; Social. É de extrema importância que os reformados tomem consciência de que têm um papel a desempenhar na sociedade, que se sintam úteis, vivos, activos, com ilusões, aspirações e esperança; Programa de preparação da reforma: a) Finanças e pensões; b) Saúde; 27 c) Dimensão educativa, cultural, relações sociais, actividades.
  • 28. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Acção pedagógico-social do educador social nos centros de dia da terceira idade Facilitar o acesso dos idosos aos bens culturais; Fomentar entre eles o emprego criativo do tempo livre através de uma educação para o ócio; Melhorar a qualidade de vida do idoso e a sua capacidade de se sentir útil; Implementar uma cultura de solidariedade e de participação; Papel dos centros de dia: Propiciar os contactos humanos entre as pessoas; Estimular e promover todo o tipo de actividades socioculturais, ocupacionais, artísticas e recreativas; 28
  • 29. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Fomentar e potenciar a consciência de cidadania, as relações colectivas e a condição de membros úteis e activos de e para a sociedade, estimulando as acções solidárias, respeito pelas restantes idades e lutando contra qualquer forma de discriminação ou marginalização. Os centros de dia facilitam a participação, integração e convivência quotidiana, assim como o desenvolvimento de habilidades sociais e o intercâmbio de experiências entre os idosos; Oferecem vários serviços: cabeleireiro, podologista…; Reabilitação e cuidados fisioterapêuticos; Equipamentos de serviços sociais não residenciais, destinados a prestar atenção psicossocial, preventiva e de reabilitação aos 29 idosos em regime diurno;
  • 30. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Funções do educador social: Entrevistar os sócios e elaborar uma entrevista socioeducativa (ex: nível de formação); Educá-los à participação; Educar para o ócio e os tempos livres (organizar actividades); Educar para a saúde; Promover comissões de trabalho; Organizar cursos de preparação para a reforma; Impulsionar o associacionismo e o voluntariado. Deve-se incentivar os idosos a terem vontade de viver, estimulá-los a manterem-se activos, a comprometerem-se 30 socialmente e não cair na passividade e abandono;
  • 31. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Animação cultural: estabelecer as estruturas que permitam a comunicação humana e suscitar as condições de uma maior participação cultural; A animação cultural é um processo permanente de informação, formação, análise e superação da própria realidade – cultivo da profunda capacidade de ser pessoa, protagonista e criadora. 31
  • 32. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Acção pedagógico-social do educador social nos lares da terceira idade Aparecimento de novas modalidades de alojamento dos idosos; Aumento considerável de pessoas com mais de 80 anos; Diminuição do potencial de cuidadores informais (incorporação da mulher no mercado de trabalho, diminuição do número de filhos…); Animação sociocultural num lar: processo de um grupo que parte de uma situação concreta e que vai gerar convivência e participação; A cultura é um processo global que abarca a vida humana em toda a sua extensão; 32
  • 33. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos O lar como centro gerontológico: espaço aberto à comunidade, à participação, às relações humanas, à solidariedade, à cultura, de que façam parte agentes externos (familiares, amigos dos residentes, etc…) e que o protagonista principal seja a própria pessoa idosa; 4 dimensões da animação sociocultural num lar: Dimensão sociológica; Dimensão pedagógica; Dimensão comunitária; Dimensão teleológica. 3 níveis de acção pedagógico-social: com os idosos, com o centro, com a comunidade. 33
  • 34. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos INSERSO (1993): lares são centros que oferecem atenção integral e morada permanente a pessoas maiores de 60 anos que, pela sua problemática familiar, social e/ou económica, não podem ser atendidas nos seus próprios domicílios e necessitam destes serviços; Acção socioeducativa na terceira idade: Autonomia; Desenvolvimento; Relação; Participação; Convivência; Criatividade; 34 Utilidade.
  • 35. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos A escola: centro para a solidariedade e para o diálogo entre gerações Arroyo (1984): a sua função de transmissão e geração de valores sociais (compreensão, solidariedade, comunicação, responsabilidade social, etc…) obriga a adoptar um papel activo na modificação das situações de marginalização em que vivem alguns idosos; A escola deve ser um centro democrático de convivência, um lugar onde imperem a tolerância e a igualdade, onde não existe nenhum tipo de discriminação, onde se respeitem as peculiaridades de cada um e se aprenda a estimar a diversidade e o pluralismo; Favorece a exercitação da agilidade mental e manual, da sua 35 capacidade de dinamismo e abertura;
  • 36. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Discussão de temas transversais (educação moral e cívica, educação para a paz, para a saúde, para a igualdade entre os sexos, educação ambiental, sexual, etc…) desenvolver uma educação que fomente o diálogo entre gerações; Finalidades: Contribuir para a educação integral dos alunos, favorecendo o seu desenvolvimento pessoal e social; Aspirar a conseguir que as novas gerações construam uma sociedade mais justa e respeitadora. Nieto (1994): ocasião de se relacionar com pessoas distintas, de mostrar os seus trabalhos e de aprender; Oficinas: desenvolvem uma metodologia activa – “aprender fazendo”; 36 Exemplos: fotografia, cozinha, pintura, dramatização, música…
  • 37. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Actividades e considerações metodológicas Actividades: As actividades que se podem realizar nos centros de dia, centros culturais, aulas da terceira idade, universidades séniores, lares e associações são muito variadas e têm que fazer face aos perigos em que caem algumas pessoas ao chegar a esta etapa da vida: passividade, aborrecimento, solidão e isolamento. Considerações metodológicas: A metodologia deve ser motivadora, possibilitadora, não competitiva, grupal, coerente, flexível, activa e participativa. 37
  • 38. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Outros aspectos que reforçam a participação dos idosos: Objectivos claros e concretos; Metas facilmente alcançáveis; Lei do afecto, bom ambiente e convivência; Periodicidade e repetição das actividades; Variedade, criatividade e inovação; Possibilitar canais de participação e colaboração; Repartir tarefas, funções e responsabilidades; Promover o diálogo, perguntar e pedir opiniões; Tempos e ritmos adequados, etc… 38
  • 39. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Lehr (1980) – factores que devem ser considerados no processo de aprendizagem dos idosos: Os velhos aprendem pior quando o material carece de sentido – com material dotado de sentido, os resultados da sua aprendizagem são equiparáveis aos dos jovens; Os velhos adoecem com frequência de uma certa técnica de aprendizagem (“debilidade de codificação”) – cabe reparar essa falta a fim de compensar o consequente défice de aprendizagem; Todo o material que se apresente demasiado rápido ocasiona maior dificuldade ao velho que ao jovem – se se elimina o factor tempo, nivelam-se as diferenças correspondentes à idade; 39
  • 40. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos Os velhos necessitam de mais repetições para alcançar o mesmo nível que os jovens; O pior “rendimento de aprendizagem” dos velhos não é ser tanto uma pista do declive da “capacidade de aprendizagem”, mas a insegurança dos idosos, que dificulta a reprodução do que já foi aprendido; Os velhos aprendem mais facilmente quando o material lhes é apresentado de forma ordenada; O processo de aprendizagem é mais susceptível de interrupção e de variáveis perturbadoras nos velhos do que nos jovens; A aprendizagem por partes é mais favorável para os jovens, enquanto que a aprendizagem global o é para os velhos; 40
  • 41. 5. Eixos das políticas dirigidas aos idosos O factor dotação (a experiência de aprendizagem) é mais importante que o factor idade; Os factores exercício e entretenimento assíduo durante toda a adultez têm também grande importância; O factor saúde desempenha um papel relevante na capacidade de aprendizagem – um estado físico e psíquico saudável favorece esta capacidade; Exercem uma especial influência na aprendizagem os factores motivacionais, de disposição interna e de interesse. 41
  • 42. 6. Conclusão Há muitas terceiras idades e quando trabalhamos com os mais velhos é necessário conhecer com que terceira idade estamos a trabalhar. O trabalho com a terceira idade é hoje uma realidade na acção pedagógico-social e um desafio para a educação social no terceiro milénio. 42