1. Ψ
Fundamentos Teóricos em Psicologia II: Comportamentalismo
Aula 1
Origens históricas do Behaviorismo
Prof. Dr. Caio Maximino
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Objetivos da aula
● Descrever o contexto histórico e conceitual do
behaviorismo metodológico
● Analisar as críticas e avanços do behaviorismo de
Hull e Tollman
● Identificar movimentos filosóficos afins no
behaviorismo lógico (Hempel, Neurath, Carnap, Ryle)
● Descrever os antecedentes históricos e conceituais da
Análise Experimental do Comportamento
3. Ψ
Antecedentes do funcionalismo
● Edward Titchener (1867-
1927) – Aluno de Wundt,
redefine o objeto da
Psicologia como sendo a
experiência dependente de
um sujeito, e não mais a
experiência imediata
● Paralelismo psicofísico
● Métodos das ciências
naturais (observação e
experimentação)
– Em Psicologia, a observação se
daria na forma de introspecção
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
4. Ψ
Funcionalismo vs. Atomismo
(Figueiredo, 2008)
● “A análise causal dos mecanismos
acompanha e está logicamente
subordinada à análise funcional voltada
para os efeitos adaptativos”
● “O funcionamento global e pressuposto
em todas as operações analíticas. Nesta
medida a análise funcional é sempre e
necessariamente uma análise sistêmica e
estrutural”
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
5. Ψ
Psicologia funcional americana
● John Dewey (1859-1952), James Rolland Angel (1869-1949), Harvey
A Carr (1873-1954)
● Psicologia como ciência biológica interessada em estudar processos,
operações e atos mentais como formas de interação adaptativa (i.e.,
tem uma função)
● “O estudo dessas operações mentais e comportamentais se opõe à
análise atomística proposta pela reflexologia e pelo elementarismo
de Titchener e Mach” (Figueiredo, 2008)
● Diversidade de métodos
– Inclui a introspecção com ressalvas
– Comportamento publicamente observável como índice da função
psicológica
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
6. Ψ
O funcionalismo jamesiano
● Principles of Psychology (1890)
● Apresentação dos resultados
experimentais do séc. XIX
– Neurologia
– Neuroanatomia
– Neurofisiologia
● Recurso à Psicologia Comparativa
→ “Os instintos dos animais são
saqueados para lançar luz sobre
os nossos próprios...”
● Método experimental é importante,
mas a introspecção é o método
primário
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
7. Ψ
Críticas ao funcionalismo
● “Mas, em minha opinião, é perfeitamente
possível que o termo 'consciência' caia num
desuso tão completo quanto o termo 'alma', no
que diz respeito a todos os propósitos cotidianos
da Psicologia. Isso não significará o
desaparecimento dos fenômenos que
chamamos 'conscientes' mas, outrossim, que o
interesse da Psicologia deslocar-se-á para
outros fenômenos ou fases dos mesmos, para
os quais um termo como 'comportamento'
proporcionaria uma indicação mais útil.” (James
Rowland Angell, referido em Marx & Hillix, 1976)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
8. Ψ
Watson e o funcionalismo
● “A Psicologia teve uma partida em falso com Wundt (...) porque não
enterrou o seu passado. Tratou de apegar-se à tradição com uma das
mãos, enquanto, com a outra, puxava para o lado da ciência. Antes
que a Astronomia pudesse progredir, foi preciso enterrar a Astrologia;
a Neurologia teve de enterrar a Frenologia; e a Química teve de
enterrar a Alquimia. Mas as Ciências Sociais, a Psicologia, a
Sociologia, as Ciências Políticas e a Economia, não quiseram enterrar
os seus 'bruxos e curandeiros'” (Watson & MacDougall, 1929, p.3)
● “O behaviorismo tomou do funcionalismo uma parte, mas não toda a
tradição parental” (Boring, 1950)
● Figueiredo (2008): Ainda que “o estudo das formas adaptativas da
interação (…) serviria a finalidades práticas de previsão e controle”, o
behaviorismo metodológico rejeita a análise molar para focar-se na
análise molecular
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
9. Ψ
Positivismo Comtiano
● “A tradição do objetivismo (…) tem em La
Mettrie fonte significativa, certamente com a
culminância no trabalho de Comte, fundador do
positivismo, que enfatizava a busca do positum,
o conhecimento indiscutível” (Carrara, 2005)
● O conhecimento positivo é baseado em
fenômenos naturais e suas propriedades e
relações
● Base empirista: A informação derivada da
experiência sensorial, interpretada pela razão e
pela lógica, forma a fonte exclusiva de todo o
conhecimento
● “Paradoxalmente, embora seja hoje certo que a
obtenção de conhecimento de tal ordem é
sempre discutível, por exemplo, em razão de
que as técnicas em uso geralmente não
evidenciam completa objetividade, desde Comte
(ca. 1830) houve uma rejeição à introspecção,
por depender de uma consciência privada”
(Carrara,2005)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
10. Ψ
Neopositivismo (Década de 1920-
Década de 1970)
● Verificacionismo: Somente afirmações
verificáveis lógica ou empiricamente tem
significado cognitivo
● Antecedentes filosóficos:
– Tractatus Logico-Philosophicus: Discurso inteligível
vs. discurso sem sentido; verdades lógicas são
tautologias
– Logicismo de Frege e Russell: Redução da
matemática à lógica
– Empirismo: Positivismo e fenomenalismo de Ernst
Mach
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
11. Ψ
Teses do empirismo lógico
● É possível descrever a sistematicidade e a estrutura do
conhecimento através da lógica formal moderna
● Os dados dos sentidos são observações que produzem sentenças
de observação; essas provêm certeza fundacional para a ciência
– Incorrigíveis, i.e., sentenças nas quais o juízo do observador não pode
ser falso
● Verdades lógicas e verdades definicionais também são
incorrigíveis porque são tautologias
● Todas as outras sentenças adquirem sentido a partir das
sentenças de observação → O significado de uma sentença é o
método de sua verificação
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
12. Ψ
Conhecimento justificado
● Hempel (1965): Uma hipótese é testada deduzindo-se
sentenças de observação a partir dela e, em conjunto com
outras condições iniciais, determinando experimentalmente
se as observações deduzidas fazem sentido sob as
condições especificadas (Modelo hipotético-dedutivo)
● Um fenômeno é explicado quando sua ocorrência é
deduzida de uma generalização nomológica (tipo-lei) que
descreve a ocorrência regular de eventos desse tipo nas
condições especificadas.
● Operacionalismo: O significado de um termo é dado pelas
condições empíricas sob as quais o fenômeno que é
descrito pelo termo irá exibir efeitos observáveis
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
13. Ψ
A influência de Jacques Loeb
● Boa parte do contato de Watson
com o positivismo foi mediado por
Loeb
● Ênfase em fatores externos e
periféricos
● Busca de generalizações amplas
entre indivíduos e espécies
● Aproximação holística e dinâmica
● Objetivava o controle
experimental e a engenharia
comportamental
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
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psicológicos
Hull e Tolman
AEC
14. Ψ
Behaviorismos e o positivismo
● Watson (1913): “A Psicologia, tal como o behaviorista a
vê, é um ramo puramente objetivo e experimental da
ciência natural. A sua finalidade teórica é a previsão e o
controle do comportamento”
● Watson (1930): O objetivo da Psicologia é “prever, dado
o estímulo, que reação tomará lugar; ou, dada a reação,
qual situação ou estímulo a causou”
● Skinner (1974): Alguns termos mentalistas “podem ser
'traduzidos em comportamento'; outros, descartados
como desnecessários ou sem sentido” (p. 20) →
Redução inter-teórica
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Antecedentes
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Hull e Tolman
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15. Ψ
Pragmatismo
● Peirce, James e Dewey
– “o conhecimento é produto de uma manipulação intencional
de fenômenos, cujos resultados jamais podem ser
interpretados em termos de uma explicação última e
definitiva” (Tourinho, 1996)
– “tanto as descrições da natureza quanto a atividade de
produzi-las devem ser interpretadas segundo seu valor
instrumental” (idem)
● Skinner é essencialmente um pragmatista
– “as práticas de uma comunidade científica devem ser
entendidas como função de contingências de reforçamento,
providas por uma comunidade verbal científica, e não
determinadas por uma natureza última da realidade” (idem)
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16. Ψ
Behaviorismo radical como
filosofia da ciência
● Skinner (1974) assume uma análise comportamental
da epistemologia; portanto, nunca se importou com a
demarcação entre termos com e sem sentido
(O'Donohue e Ferguson, 2001)
● Segue o modelo dedutivo-nomológico
● Crítica ao operacionalismo de Bridgman (a partir da
década de 1940): Identificação com o reducionismo
inter-teórico mudou o sentido para o caráter inter-
subjetivo dos conceitos usados em ciência
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Hull e Tolman
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17. Ψ
“Operational analysis of
psychological terms” (Skinner, 1945)
● “Para manter a consistência, o psicólogo deve
lidar com as suas próprias práticas verbais
desenvolvendo uma ciência empírica do
comportamento verbal. Ele não pode,
infelizmente, juntar-se ao lógico em definir
uma definição, p. ex., como uma 'regra para o
uso de um termo' [Feigl]; ele deve voltar-se
para as contingências de reforçamento que
referem-se à relação funcional entre um termo,
como resposta verbal, e um dado estímulo.
Essa é a 'base operacional' para o seu uso
dos termos; e não é lógica, mas ciência”
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Fisicalismo
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Hull e Tolman
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18. Ψ
Fisicalismo
● Forma de monismo filosófico que afirma que a matéria é
a substância fundamental da natureza, e que todos os
fenômenos, incluindo fenômenos mentais, são idênticos
ou redutíveis de alguma forma a interações materiais
● Resposta ao dualismo de substâncias, com diversas
possibilidades
– Behaviorismo analítico
– Teoria da identidade
– Funcionalismo
– Fisicalismo não-redutivo
– Emergentismo fraco
– Materialismo eliminativo
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19. Ψ
Behaviorismo analítico
● Ryle (1949): O erro cartesiano é um erro de categoria (representar algo
como pertencente a uma categoria ou tipo lógico quando, na verdade,
pertence a outro).
● A mente é comportamento; sentenças descrevendo estados mentais ou
psicológicos podem ser traduzidos, sem perda de significado, em
sentenças descrevendo comportamentos possíveis ou atuais.
– Os termos mentais denotam disposições para se comportar de uma dada forma.
● “Possuir uma propriedade disposicional não é estar em um estado
particular, ou sofrer uma mudança particular; é estar inclinado ou sujeito a
estar em um estado particular, ou a sofrer uma mudança particular,
quando uma condição particular for realizada” (Ryle, 1949)
● O behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical não implicam,
necessariamente, nessa posição!
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20. Ψ
Watson e o fisicalismo
● “Em 1913, a consciência e a introspecção
foram criticadas por serem supostamente
não científicas, não verificáveis,
inverossímeis, intangíveis (…). Dito de
outra forma, Watson, ao excluir parte das
ações humanas (aquelas que não “via”,
não “observava”, não “tocava”), estava
privilegiando o método acima do objeto de
estudo.” (Carrara, 2005)
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AEC
21. Ψ
Fala subvocal
● Em Image and affection in behavior (1913), Watson aprofunda sua
crítica, negando a existência de imagens mentais e argumentando que
o comportamento verbal implícito intervém entre estímulo e resposta
● “As imagens mentais (…) têm sido a fortaleza central de uma
psicologia baseada na introspecção. Todas as defesas externas
podem ter sido entregues ao inimigo, mas a causa nunca poderá ser
perdida enquanto a passagem (introspecção) para essa fortaleza
(imagem mental) puder ser mantida (…). Não existem processos
iniciados centralmente (…). Onde quer que o comportamento explícito
seja atrasado (i.e., quando ocorrem processos de deliberação), o
tempo interveniente entre estímulo e resposta é dedicado a
comportamento implícito (a 'processos de pensamento') (…). Se
pudermos demonstrar que o comportamento implícito não é nada além
de movimentos de palavras [elocuções] (…) o comportamento do ser
humano como um todo estará tão aberto à observação objetiva e ao
controle quanto o comportamento dos organismos inferiores”.
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
22. Ψ
● “O modelo de explicação interna do
comportamento é exemplificado pela
doutrina do animismo, que está
primariamente preocupada em explicar
a espontaneidade e inconstância do
comportamento. O organismo vivo é um
sistema extremamente complicado se
comportando de maneira extremamente
complicada. Muito do seu
comportamento parece ser, à primeira
vista, absolutamente imprevisível. O
procedimento tradicional tem sido o de
inventar um determinante interno, um
'demônio', 'espírito', 'homúnculo' ou
'personalidade' capaz de mudar
espontaneamente o curso ou a criação
da ação. Esse determinante interno
oferece apenas momentaneamente uma
explicação do comportamento do
organismo externo, porque ele precisa,
também, ser compreendido.” (Skinner,
1954)
A posição skinneriana
● “A visão mais simples e mais
satisfatória é a de que o
pensamento é simplesmente
comportamento – verbal ou
não verbal, manifesto ou
encoberto. Não é um
processo misterioso
responsável pelo
comportamento, mas é o
comportamento ele mesmo,
em toda a complexidade de
suas relações de controle,
com respeito tanto ao
homem que se comporta
quanto ao ambiente em que
ele vive” (Skinner, 1957)
Funcionalismo
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Fisicalismo
Antecedentes
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Hull e Tolman
AEC
23. Ψ
A questão do instinto
Funcionalismo
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Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● Jacques Loeb, 1900: Comparative
Physiology of the Brain and Comparative
Psychology – Redução do instinto a
tropismos e reflexos encadeados
● Knight Dunlap, 1919: Are there any instincts?
● Literatura psicológica anterior à síntese
neodarwiniana e a importantes
reformulações no conceito de instinto!
24. Ψ
Funcionalismo
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Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
Watson e os instintos
● 1914 (“Behavior”): Descreve 11 tipos diferentes de instintos
● 1925 (“Behaviorism”): Os aspectos do comportamento humano que
parecem instintivos são, na verdade, reflexos condicionados
socialmente.
● “Gostaria de avançar mais um passo esta noite e dizer: dêem-me
uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e um ambiente
para criá-las que eu próprio especificarei e eu garanto que, tomando
qualquer delas ao acaso, prepará-la-ei para tornar-se qualquer tipo
de especialista que eu selecione – um médico, advogado, artista,
comerciante e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente
de seus talentos, pendore s, tendências, aptidões, vocações e raça
de seus ancestrais (…). E favor notar que, quando esse experimento
for realizado, estarei autorizado a especificar o modo como elas
serão criadas e o tipo d e mundo em que terão que viver...”
25. Ψ
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
Condicionamento clássico:
Vladimir Bechterev
● 1884-1885: Bolsa de pesquisa na
Alemanha e França; passa pelos
laboratórios de Wundt, Flechsig,
Meynert, Westphal, du Bois-
Reymond e Charcot
● 1886: Funda o primeiro
laboratório de psicologia
experimental da Rússia
● Desenvolveu uma teoria do
reflexo condicionado, que
chamou de “reflexo de
associação”
● Explicação em termos neurais
26. Ψ
Condicionamento clássico: Pavlov
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● Estudo in vivo da fisiologia do sistema
digestório usando fístulas
● Teoria do papel do sistema nervoso no
controle da salivação
● Investigação da “secreção psíquica” –
Secreção em resposta a estímulos
alimentares localizados à distância
● Condicionamento de respostas
salivares
● Teoria sobre o reflexo condicionado
muito semelhante à de Bechterev
● Explicação em termos neurais
27. Ψ
Métodos descritos em “Behavior”
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● Caixas-problema
● Labirintos
● Métodos Pavlovianos
28. Ψ
Resposta emocional condicionada:
Watson e Rayner (1920)
● Experimentos conduzidos com um bebê de 11 meses, “Albert”
● Uso de condicionamento clássico (“respondente”) para condicionar respostas tipo-
medo
– Apresentação de um S (não definido) e observação do comportamento (Albert brinca com o
objeto)
– A apresentação de um US (som alto) produz choro (UR)
– Associação S-US o transforma em CS
– CS produz CR (choro)
– Generalização para outros objetos não utilizados no condicionamento
● Resposta não extinta explicitamente após o experimento
● O registro científico do experimento exato é muito defeituoso; não se sabe quais
estímulos foram usados, a quais estímulos o bebê desenvolveu CR
● Mary Carver Jones (1924): Uma resposta condicionada similar pode ser eliminada
pela exposição gradual ao CS.
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
29. Ψ
Edward Thorndike
● Orientado por William
James na Universidade de
Harvard
● 1898: Termina sua tese de
doutorado, sob orientação
de James McKeen Cattell,
na Universidade de
Columbia
● “Animal Intelligence: An
Experimental Study of the
Associative Processes in
Animals”
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
30. Ψ
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
Leis da aprendizagem
(Thorndike, 1898)
● Lei do Efeito: “De várias respostas feitas para a mesma situação, aquelas que são acompanhados
ou seguidas de perto pela satisfação para o animal, em igualdade de circunstâncias, serão mais
firmemente conectadas com a situação, de modo que, quando voltar a ocorrer, eles serão mais
propensos a recorrer; aquelas que são acompanhadas ou seguidas de perto pelo desconforto para
o animal, em igualdade de circunstâncias, têm as suas conexões com essa situação enfraquecida,
de modo que, quando se voltar a ocorrer, eles serão menos prováveis de recorrer. Quanto maior a
satisfação ou desconforto, maior o fortalecimento ou enfraquecimento do vínculo.”
● Lei do Exercício: “Qualquer resposta a uma situação irá, em igualdade de circunstâncias, ser mais
fortemente conectada com a situação em proporção ao número de vezes em que a conexão
aconteceu e com o vigor e duração médios das conexões”
31. Ψ
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
A interpretação de Skinner
● “Para atingir o âmago da Lei do Efeito de Thorndike
precisamos elucidar a noção de 'probabilidade de
resposta'” (1953).
● Um estímulo eliciador não “causa a ocorrência de
um determinado comportamento”, mas
simplesmente torna a ocorrência mais provável.
● Os termos “satisfação” e “desconforto” serão
substituídos por termos operacionais (reforçamento,
punição), e a explicação se desloca para a resposta
diretamente observável.
32. Ψ
Tipos de condicionamento
● Konorski e Miller (1933): Reflexos condicionados secundários
(“tipo II”) → Resposta evocada por flexão passiva ou
estimulação elétrica da pata
● Skinner (1935): Dois tipos de respostas condicionadas, Tipo I
(“operante”) e Tipo II (“respondente”)
● Konorski e Miller (1937) – Nas condições experimentais
utilizadas por eles, a explanação do condicionamento operante
como aumento de probabilidade não se aplica
● Skinner (1937) – A distinção entre respondentes e operantes
está na relação com o estímulo (“comportamento eliciado” vs.
“comportamento emitido”)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
33. Ψ
Edward Chace Tolman (1886-1959)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● Formado em Psicologia
no MIT, doutorado em
Harvard
– Parte do doutorado na
Alemanha; entra em
contato com a Gestalt
● 1932: Purposive behavior
in animals and man
● 1948: Cognitive maps in
rats and men
34. Ψ
Aprendizagem latente (Tolman e
Honzik, 1930)Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
35. Ψ
Mapas cognitivos
● Os resultados dos experimentos com aprendizagem latente
sugerem que o reforçamento não é necessário nem suficiente
para a aprendizagem
● Tolman sugeriu que os animais estavam produzindo uma
representação interna do ambiente externo
● Um indivíduo poderia utilizar um grande número de pistas do
ambiente para construir uma imagem mental do ambiente (i.e.,
um mapa cognitivo)
● Ao usar essa representação interna, o indivíduo poderia chegar
até o objetivo sabendo onde ele se localiza em um complexo
de características ambientais
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
36. Ψ
Propriedades emergentes do
comportamento
● Propósito: Persistência em relação a um fim ou a uma meta
– Observado nas ações de um organismo
● O comportamento tem um sentido, uma direcionalidade,
que pode ser inteiramente observada
● Argumento realista (Lopes, 2009): As propriedades do
comportamento molar estão no comportamento, e não
são meramente inferidas (1925)
● Argumento pragmatista (Lopes, 2009): As propriedades do
comportamento molar podem ser inferidas porque as
previsões das teorias dão certo (1932)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
37. Ψ
Clark L. Hull: Variáveis
intervenientesFuncionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● Grande influência de
Pavlov, Darwin, Thorndike
e Tolman, com quem
debateu extensamente
● Papel central de variáveis
intervenientes no controle
do comportamento
– Quando um experimentador
manipula variáveis
independentes, observa um
efeito sobre variáveis
dependentes e infere uma
modificação em uma
variável interveniente
38. Ψ
Epistemologia da Psicologia em
Hull
● Hull derivou, a partir do modelo hipotético-
dedutivo, uma epistemologia da Psicologia na
qual “a teoria científica, em seu melhor sentido,
consiste na dedução lógica estrita a partir de
postulados definidos do que deveria ser
observado sob condições específicas” (Hull,
1935)
● Pontos de partida: Pavlov, Thorndike
● Adição de variáveis intervenientes
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
39. Ψ
Variáveis intervenientes
● Variáveis ancoradas através de definições
operacionais em ambos os lados da formulação
S-R
● Na revisão final de seu sistema, “um total de
dezoito postulados e doze corolários foram
produzidos. De acordo com o procedimento
hipotético-dedutivo que Hull intentava seguir,
esses princípios primários seriam usados para
prever princípios secundários, como o gradiente
de objetivos e a aprendizagem latente” (Marx e
Hillix, 1963)
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
40. Ψ
O modelo de Hull, versão 1943
● Quatro variáveis de estímulo mensuráveis
– Número de tentativas reforçadas
– Nível de privação do estímulo
– Intensidade do estímulo
– Magnitude do reforçador
● Cada variável conectada a uma variável interveniente
correspondente
– Força do hábito sHr
– “Drive” D
– Dinamismo da intensidade do estímulo V
– Incentivo K
● A relação entre essas variáveis intervenientes é
multiplicativa
● Outras variáveis intervenientes dão conta da extinção e
recuperação espontânea, diferenças individuais, e consistência
da resposta aprendida
– Inibição reativa Ir
– Inibição condicionada sIr
– Oscilação sOr
– Limiar sLr
– Variáveis de resposta mensuraveis
● Latência str
● Amplitude A
● Número de respostas atéa extinção n
● Probabilidade de resposta p
sÊr = (sHr x D x V x K) – Ir – sIr – sLr +/- sOr
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
41. Ψ
Teoria motivacional de 1952
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
● “Drive” - Uma força interna intensa que motiva o comportamento
● A aprendizagem resulta de vários fatores que determinam a probabilidade de
ocorrência de um comportamento específico
– Drive
– Incentivo (recompensa)
– Força do hábito
– Inibição (devido à ausência de recompensa)
42. Ψ
O modelo “final”
1. Variáveis independentes, eventos
sistematicamente manipulados pelo
experimentador
● Quantidade de trabalho W
● Intensidade do estímulo S
● Número de reforçadores N
● Magnitude do reforço M
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
43. Ψ
O modelo “final”
2. Variáveis intervenientes, processos que
ocorrem dentro do organismo mas não são
observáveis
● Força do hábito sHr
● Inibição reativa IR
● Inibição condicionada SIR
● Potencial de reação efetivo SER
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
44. Ψ
O modelo “final”
3. Variáveis dependentes, aspectos
mensuráveis do comportamento
● Amplitude do comportamento A
● Latência de resposta STR
● Número de tentativas até a extinção n
● Probabilidade de resposta p
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC
46. Ψ
A Análise Experimental do
Comportamento
● Metodologia skinneriana para a analise de fenômenos
comportamentais
● Derivada inicialmente da pesquisa com operantes e esquemas de
reforçamento
● Apóia-se sobre uma filosofia específica, o behaviorismo radical
– Fisicalista, epifenomenalista
– Pragmatista
– Causalidade substituída por relações funcionais
● Ponto de partida: tríplice relação de contingências S-R-S
● Delineamento de sujeito único, sem recurso ao método comparativo
Funcionalismo
Positivismo e
neopositivismo
Fisicalismo
Antecedentes
psicológicos
Hull e Tolman
AEC