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Gêneros literários

  1. 1. Gêneros literários Hênio Tavares By Alcione Alves Teoria da Literatura Uninorte – 2012/2
  2. 2.  Tu moça, eu quase velho... Entre nós dois, que horror, Vinte anos de distância. Entre nós dois, mais nada. E hoje, pensando em ti, pus-me a sonhar de amor Somente por que vi por acaso, na estrada, Sobre um muro em ruína, uma roseira em flor... (Vicente de Carvalho, in Folhas Soltas, do livro Poemas e Canções, pag. 162. São Paulo, 1954)
  3. 3. LIRISMO As palavras estão dispostas em linhas numa sucessão ordenada de sons verbais, que despertam um ritmo determinado pelo número de sílabas e pausas. Essas linhas recebem o nome de VERSOS, isto é, unidade de ritmo. Quanto ao fundo, é a primeira pessoa que fala. E fala sobre si e de si, de maneira essencialmente SUBJETIVA; o assunto é o amor, sentimento emotivo e pessoal por excelência. Não há interferência de terceiros ou injunção de diálogos, o autor simplesmente expõe (EXPOSITIVO). A situação evocada faz-se mediante recursos de uma linguagem expressiva pela qual as palavras traduzem , através de associações sonoras ou sugestivas (figuras e imagens), uma mensagem sentimental, decorrida num momento PRESENTE
  4. 4. Fanatismo Nos dois primeiros quartetos, o eu lírico (feminino) revela a força do amor que sente: seus olhos Florbela Espanca enxergam apenas o amado (por isso ―andam cegos‖. Ele se transformou  na sua própria vida. Por esse motivo Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida afirma ler sempre a mesma história Meus olhos andam cegos de te ver! no ser amado: a história do seu Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! amor, do sentimento que a arrebata e toma conta de seu ser. Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler Ao ouvir a opinião de outras No misterioso livro do teu ser pessoas sobre a transitoriedade A mesma história tantas vezes lida! do amor (Tudo...passa) o eu lírico responde com a ―lógica‖ dos Tudo no mundo é frágil, tudo passa..." Quando me dizem isto, toda a graça seus sentimentos: como o ser Duma boca divina fala em mim! amado se tornou sua própria vida, ele passou a ser seu E, olhos postos em ti, vivo de rastros: ―Princípio‖ e seu ―Fim‖. É esse "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!..." raciocínio que nos leva a compreender os versos finais : não há acontecimento, por maior que ele seja, capaz de enfraquecer o poder desse amor, a ponto de destruí-lo.
  5. 5. UM ERRADIO A PORTA abriu-se... Deixa-me contar a história à laia de novela, dissé Tosta à mulher, um mês depois de casados, quando ela lhe perguntou quem era o homem representado numa velha fotografia, achada na secretária do marido. A porta abriu-se, e apareceu este homem, alto e sério, moreno, metido numa infinita sobrecasaca cor de rapé, que os rapazes chamavam opa. - Aí vem a opa do Elisiário. - Entre a opa só. - Não, a opa não pode; entre só o Elisiário, mas, primeiro há de glosar um mote. Quem dá o mote? Ninguém dava o mote. A casa era uma simples sala, sublocada por um alfaiate, que morava nos fundos com a família; Rua do Lavradio, 1866. Era a segunda vez que ia ali, a convite de um dos rapazes. Não podes ter idéia da sala e da vida. Imagina um município do país da Boêmia, tudo desordenado e confuso; ... (Machado de Assis. In: Um Erradio, do livro ―Páginas Recolhidas‖, pág. 35. São Paulo, 1952‖)
  6. 6. Em boca fechada bem-te-vi não faz ninho  Campos de Melo passou todos os anos de sua vereança sem dar uma palavra. Era o boca-de-siri da câmara municipal de Cuité. Até que, uma tarde, ergueu o busto, como quem ia falar. O presidente da Mesa, mais do que depressa, disse: — Tem a palavra o nobre vereador. Então, em meio do grande silêncio, o grande mudo falou. — Peço licença para fechar a janela, pois estou constipado.  In: http://www.releituras.com/jccarvalho_contos.asp
  7. 7. Narração  A forma não está disposta em linhas arranjadas simetricamente; nem percebemos um ritmo continuado e marcado como no anterior. As pausas que se fazem, são decorrências exclusivas dos fatores de respiração e do pensamento lógico. É o que chamamos de PROSA.  Quanto ao CONTEÚDO ou FUNDO, o autor figura uma personagem, que toma a palavra. E será essa pessoa que começará a contar algo ACONTECIDO, portanto referindo-se ao PASSADO. Na certa há de haver um protagonista (no caso, ELISÁRIO) e o leitor perceberá no autor uma simulada atitude de espectador. A composição apresenta-se mista: EXPOSIÇÃO e REPRESENTAÇÃO (diálogo).  O estilo despido de imagens sonoras, diluído em afirmativas diretas e narração simples e impessoal, acusa de pronto a ausência fundamental do elemento subjetivo. É OBJETIVO.
  8. 8. Como se fazia um deputado Ato I, cena VII França Júnior (Rio, 1882) “Henrique - Como se está bem aqui! Disse um escritor que a vida da roça arredonda a barriga e estreita o cérebro. Que amargo epigrama contra esta natureza grandiosa! Eu sinto- me aqui poeta. Limoeiro - Toma tenência, rapaz. Isto de poesia não dá para o prato, e é preciso que te ocupes com alguma coisa séria. Henrique - Veja, meu tio, como está aquele horizonte; o sol deita-se em brilhantes coxins de ouro e púrpura, e a viração, embalsamada pelo perfume das flores, convida a alma aos mais poéticos sonhos de amor. Limoeiro - Está bom, está bom. Esquece estes sonhos de amor, que no fim de contas, são sempre sonhos, e vamos tratar da realidade. Vira-te para cá. Deixa o sol, que tens muito para ver, e responde-me ao que te vou perguntar. Henrique - Estou às suas ordens Limoeiro - Que carreira pretendes seguir? Henrique - Tenho muitas diante de mim ... a magistratura... Limoeiro - Podes limpar as mãos à parede. Henrique - A advocacia, a diplomacia, a carreira administrativa... Limoeiro - E esqueceste a principal, aquela que pode elevar-te às mais altas posições em um abrir e fechar de olhos. Henrique - O jornalismo? Limoeiro - A política, rapaz, a política! ―
  9. 9. Romeu e Julieta Cena V Uma sacada que dá para os aposentos de Julieta, sobre o jardim.  JULIETA — Já vai embora? Mas se não está nem perto de amanhecer! Foi o rouxinol, não a cotovia, que penetrou o canal receoso de teu ouvido. Toda a noite ele canta lá na romãzeira. Acredita-me, amor, foi o rouxinol.  ROMEU — Foi a cotovia, arauto da manhã, e não o rouxinol. Olha, amor, as riscas invejosas que tecem um rendado nas nuvens que vão partindo lá para os lados do nascente. As velas noturnas consumiram-se, e o dia, bem-disposto, põe-se nas pontas dos pés sobre os cimos nevoentos dos morros. Devo partir e viver, ou fico para morrer.
  10. 10. Romeu e Julieta Cena V  ROMEU — Que me prendam! Que me matem! Se assim o queres, estou de acordo. Digo que aquele acinzentado não é o raiar do dia; antes, é o pálido reflexo da lua. Digo que não é a cotovia que lança notas melodiosas para a abóbada do céu, tão acima de nossas cabeças. Tenho mais ânsia de ficar que vontade de partir. — Vem, morte, e seja bem-vinda! Julieta assim o quer. — Está bem assim, meu coração? Vamos conversar... posto que ainda não é dia!  JULIETA — É dia sim, é dia sim. Corre daqui, vai-te embora de uma vez! É a cotovia que canta assim tão desafinada, forçando irritantes dissonâncias e agudos desagradáveis. Alguns dizem que a cotovia separa as frases melódicas com doçura; não posso acreditar, pois que ela vem agora nos separar. Alguns dizem que a cotovia é o odiável sapo permutam seus olhos; como eu gostaria, agora, que eles também tivessem permutado suas vozes! Essa voz alarma-nos, afastando-nos um dos braços do outro, já que vem te caçar aqui, com o grito que dá início à caçada deste dia. Ah, vai-te agora; ilumina-se mais e mais a manhã.
  11. 11. Romeu e Julieta Cena V  ROMEU — Ilumina-se mais e mais... enquanto anoitece em nossos corações! (Entra a Ama.)  AMA — Madame!  JULIETA — Ama?  AMA — A senhora tua mãe vem vindo para os teus aposentos. Amanheceu. Sê prudente, cuida do que acontece à tua volta. (Sai.)  JULIETA — Então, janela, deixe entrar o dia e deixe fugir a vida.  ROMEU — Adeus, adeus! Um beijo, e eu desço. (Desce.)  JULIETA — Estás indo embora assim? Meu esposo, meu amor, meu amigo! Preciso ter notícias tuas todo dia, a cada hora, pois num único minuto cabem muitos dias. Ah, por essa contagem estarei velhinha antes de reencontrar o meu Romeu.
  12. 12. Romeu e Julieta Cena V  ROMEU — Adeus! Não perderei oportunidade em que possa transmitir a ti, amor, meus sentimentos.  JULIETA — Acreditas que nos veremos de novo?  ROMEU — Não duvido nem por um momento. E todas essas aflições servirão de tema para doces conversas em nosso futuro. JULIETA — Ah, Deus! Como minha alma é agourenta. Penso ver- te, agora que estás aí embaixo, como alguém morto, no fundo de uma tumba. Ou meus olhos estão me enganando ou estás muito pálido.  ROMEU — Acredita-me, amor, enxergo-te igualmente pálida. A tristeza, insensível, nos bebe todo o sangue. Adeus, adeus! (Sai, abaixo da sacada.) ~ William Shakespeare ~
  13. 13. Drama  Em forma de PROSA. Mas a técnica de sua composição difere: é em forma dialogada. Ao contrário dos outros trechos já vistos, não apela para a composição expositiva, mas para a REPRESENTATIVA. O autor parece inteiramente ausente à ação por ele criada. Quem a vive são as personagens, que falam e que atuam. Vemos, então, que o autor não é o protagonista (no 1º) ou o espectador (no 2º), mas uma espécie de coordenador a colocar em cena pessoas que se movimentam na apresentação de seus interesses e de seus sentimentos. E ainda mais: a ação decorre no presente, mas se projeta no FUTURO, pois todo o interesse do que está acontecendo se concentra naquilo que se pretende alcançar (no caso, a carreira do sobrinho).
  14. 14. Elementos básicos nos Gêneros • Prosa Forma • Verso • Expositiva Composição • Representativa • Mista ou Expositiva-Representativa • Subjetivo Conteúdo • Objetivo
  15. 15. Gêneros – Concepção Clássica  Forma e conteúdo são separáveis, predominando a primeira como elemento fundamental da criação literária;  Realização imitativa da natureza, consoante os exemplos colhidos nas obras dos clássicos antigos;  Teoria normativa e preceptiva: os gêneros são fixos e distintos. Wellek: A teoria clássica é normativa e perceptiva. A teoria clássica não somente crê que um gênero difere de outro tanto na natureza como na hierarquia, como também que se deve mantê-los separados.
  16. 16. Gêneros – Concepção Moderna Gênero Fases Lirismo Infância Épico Fase viril e da luta Drama Corporifica os tempos modernos  Victor Hugo: Os gêneros são três e representam cada um dos estágios por que passa a humanidade.  Bouvet – Usa as fases como atitudes individuais que o homem assume perante a existência e o mundo.  Richter – Inverte a ordem dos gêneros feita por Hugo
  17. 17. Gêneros – Concepção Moderna  Forma e conteúdo são indivisíveis;  A moderna teoria é descritiva  Os gêneros não são fixos e podem misturar-se.  Wellek: o A moderna teoria dos gêneros é manifestadamente descritiva. Não limita o número de possíveis gêneros nem dita regra aos autores. Supõe que os gêneros tradicionais podem misturar-se ou mesclar-se e produzir um novo gênero (como a tragicomédia) (p.111)
  18. 18. CONTEÚDOS DA OBRA LITERÁRIA LÍRICA ÉPICA DRAMÁTICA Ele – isso CONSIDER Sujeito (Pessoa) Eu Tu FATOR ADO Autor na obra Protagonista espectador Coordenador Transposição Personalidade Subjetividade Objetividade mista OBJETO Deus, amor, dor, Homem em Tema Crise natureza face de Disposições Exaltação, Propósito íntimas, dúvida, Apresentação sentimentos interrogação FORMA Expositiva, enunciativa, Retórica assertiva, Narrativa Dialogada interrogativa, exclamativa Expressão, Invocação, Psicológica designação, Catarse impressão alusão
  19. 19. CONTEÚDOS DA OBRA LITERÁRIA LÍRICA ÉPICA DRAMÁTICA Esfera da vivência Emocional Intencional Racional Motivo atualizante Sensação Acontecer Ação da vivência Realidade psíquica Abstração Ausência Presença C Interior Exterior Figuração Mundo refletido Representativa O Direção Expressiva Impressiva Demonstrativa N T Transcendência ao Totemismo Paganismo Cristianismo religioso E Ú Existir Valores Conhecimento D Ser ou substancialidade Atuar Gnoseologia O Relação filosófica (essências) Axiologia (Estudo (Estudo do Ontologia (Estudo do ser) dos valores Conhecimento morais) humano) Heroísmo, Conflito entre Admiração, dor, alegria, ódio, Sentimentos admiração, interesse e amor, desinteresse, etc interesse sentimento
  20. 20. CONTEÚDOS DA OBRA LITERÁRIA LÍRICA ÉPICA DRAMÁTICA T Projeção Presente Passado Futuro E Idade do homem Juventude Madureza Velhice M Idade da P humanidade Primitiva Antiga moderna O
  21. 21. CONCEITUANDO GÊNERO LITERÁRIO AUTOR DEFINIÇÃO ARISTÓTELES Formas, conteúdos e atitudes do poeta HEGEL Princípios de fragmentação da realidade estética. VICTOR HUGO Expressões de distintas idades. ORTEGA & Funções básicas da estética. REYES CASTAGNINO Usada com alcances diversos (retóricos, literários propriamente ditos, filosóficos, históricos, etc). Algumas vezes separa três grandes modos de tradução estética: lírico, épico e dramático. SOARES A combinação de um tipo de forma, com um tipo de AMORA conteúdo e um tipo de composição. H. TAVARES As diversas modalidades da expressão literária.
  22. 22. Gêneros – Concepção Moderna Subst/ Lirico Narrativo Satírico Épico Dramático Trágico Adj ou ou Épico Cômico POESIA Poesia Poesia Poesia Poesia Poesia Poesia Lírica Narrativa Satírica Épica Dramática Trágica PROSA Prosa Narrativa Prosa Narrativa Narrativa Narrativa DE Poética Satírica Épica Dramática Trágica FICÇÃO DRAMA Comédia Drama Tragédia
  23. 23. Classificação dos Gêneros Literários: Jônatas Serrano Predominância Tipo Gênero de elementos Emocionais Verso Lírico Épico Prosa e verso Dramático Prosa Oratório Racionais Prosa Narrativo Prosa e verso Epistolar Didático In: Antologia Brasileira, págs. 61-62
  24. 24. Classificação dos Gêneros Literários: Álvares Cardoso TEXTO GÊNERO LITERÁRIO Literatura Épico ou narrativo (propriamente dita) Lírico ou sentimental Dramático ou representativo Descritivo Didático-literário Oratório Especial Epistolar Literatura Didático (impropriamente dita) In: Iniciação Literária, pág. 143
  25. 25. Classificação dos Gêneros Literários: Antônio Soares Amora FORMA COMPOSIÇÃO CONTEÚDO EXEMPLOS Mundo psicológico Mundo físico Oratória, história, crítica, Expositiva Mundo físico e moral, mística, jornalismo etc psicológico PROSA Mundo físico Teatro (tragédia, comédia, Representativa Mundo físico e drama, farsa, mistério, psicológico milagre etc) Mundo físico Romance, novela, conto, Mista Mundo físico e fábula, apólogo, anedota etc psicológico In: Teoria da Literatura, pág. 149
  26. 26. Classificação dos Gêneros Literários: Antônio Soares Amora FORMA COMPOSIÇÃO CONTEÚDO EXEMPLOS Mundo psicológico Mundo físico Poesia, lírica, poesia satírica Expositiva Mundo físico e etc psicológico VERSO Mundo físico Teatro (tragédia, comédia, Mundo físico e drama, farsa, mistério, Representativa psicológico milagre, auto, diálogo, monólogo etc) Mundo físico Poema épico (poema Mista Mundo físico e heroico, poema herói- psicológico cômico) In: Teoria da Literatura, pág. 149
  27. 27. Classificação dos Gêneros Literários • Há ainda a considerar uma subclassificação do gênero: é o subgênero ou ESPÉCIE LITERÁRIA, (acalanto – elegia – etc ) que é uma variante do gênero, identificada por uma ou mais características particularizadoras. • Quando classificamos certas espécies em determinados gêneros, não significa isso que elas sejam exclusivas daqueles gêneros. • Exemplo: o CONTO, classifcado genericamente como NARRATIVO, pode pertencer a outro gênero, coo o satírico ou o humorístico. In: Teoria da Literatura, pág. 149
  28. 28. Elementos a serem considerados na classificação de obras literárias: ELEMENTO CLASSIFICAÇÃO TIPO Lírico Fundamentais Épico ou Narrativo Dramático ou Teatral GÊNEROS (funções) Satírico e Humorístico Oratório Especiais Epistolar Didático Prosa Conto, romance, etc FORMA Verso Soneto, ode etc Mista Prosa poética Uma espécie pode comportar mais de um gênero – SOMENTE FACE A UMA OBRA É QUE PODEMOS CLASSIFICÁ-LA. Exemplo as crônicas líricas e humorísticas; há romances narrativos, romances líricos e romances satíricos; há máximas humorísticas e máximas moralistas ou filosóficas etc.
  29. 29. Elementos a serem considerados na classificação de obras literárias: ELEMENTO CLASSIFICAÇÃO TIPO Diletante – Exemplo: Narrativa de aventuras Didático Objetivo Sério Cômico ou Humorístico Trágico etc CONTEÚDO Lírico ou sentimental Psicológico ou Reflexivo Subjetivo Humorístico Satírico etc Objetivo-subjetivo ou misto Muitos confundem formas poéticas com espécies. As formas geralmente de estrutura fixa, não pertencem essencialmente a gênero algum, mas a todos. Um soneto ou uma trova podem conter os mais variados gêneros.
  30. 30. ELEMENTO CLASSIFICAÇÃO TIPO Expositivo Lírico COMPOSIÇÃO Representativa Dramático Mista Narrativo/Épico Ode, hino, canção, elegia, madrigal, acalanto, líricas epitalâmico etc Epopeia, romance, novela, conto, poema narrativas heroico, poema burlesco etc Tragédia, comedia, drama, farsa, mistério, auto, dramáticas milagre etc ESPÉCIES Sátira, epigrama, poema humorístico, paródia, satíricas e romance, conto, crônica etc humorísticas Discurso, alocução, conferência, sermão, oratórias homilia, prédica etc Cartas literárias epistolar Ensaio, tese, crítica, artigo, monografia, Didáticas biografia, máximas etc FORMAS Soneto, trova, sextina, oitava, acróstico, balada, triolé, rondó, POÉTICAS rondel, pantum, vilancete, vilanela, décima, terceto, canto real, dístico.
  31. 31. GÊNERO LÍRICO  Caracteriza-se por sua forma em VERSO e às vezes, a PROSA de conteúdo SUBJETIVO particularmente poético (o que o distingue dos outros) e de composição EXPOSITIVA;  Nele predominam os sentimentos e emoções do autor, o artista reflete a si mesmo como uma ―CONFISSÃO‖;  Para assim ser classificado o texto terá uma composição expositiva de conteúdo poético-subjetivo, mesmo que apareçam elementos objetivos, como as descrições e as narrações.  PROSA – A prosa poética  VERSO – as formas poéticas de estrutura fixa e as espécies literárias que se definem como líricas devido ao conceito ou fundo (conteúdo).
  32. 32. GÊNERO LÍRICO: Forma e Conteúdo  Quanto à FORMA – somente são líricas quando o FUNDO de que se revestem acusa o tom subjetivo e poético do gênero .  Um soneto, por exemplo, não é essencialmente lírico; apenas a sua forma nada significa como elemento identificador. Será lírico quando o seu conteúdo encerrar sentimentos pessoais do autor. FORMAS FIXAS FORMAS LÍRICAS Soneto, trova, balada, sextina, oitava, Ode, hino, canção, elegia, madrigal, acróstico, triolé, rondó, rondel, acalanto, epitalâmico genetlíaco, pantum, vilancete, vilanela, décima, ditirambo, cantata, barcarola, noturno, terza-rima, canto real etc. poema bucólico etc.
  33. 33. GÊNERO LÍRICO: Forma e Conteúdo  O lirismo grego, que floresceu no século VI a.C era de ordinário cantado ao som de instrumentos, mormente da lira.  É óbvio que a classificação das espécies no lirismo grego difiram das que hoje se propõem no lirismo moderno.  Enquanto aquelas estavam fundamentalmente sempre ligadas à música, estas são agora muito mais para serem lidas ou recitadas (podendo haver a intenção de musicar)  Fontes líricas:  1. Uma ideia para a inteligência.  2. um sentimento para o coração.  3. uma música para o ouvido.  4. uma imagem para os olhos.
  34. 34. Poesia Lírica: ACALANTO é uma cantiga para embalar crianças.  Deita, filho E constrói teu sono O medo já vem Fecha os olhos dos ouvidos Faz escuro aos ruídos Amortece o brilho desse som. A angústia gira muda No longplei sem sulcos Da noite sem insônia Dorme filho Faz silêncio na Amazônia. Millôr Fernandes
  35. 35. Poesia Lírica ACRÓSTICO, poema em que letras dos versos (mais usado as primeiras letras dos versos) no sentido vertical formam o nome de pessoa ou uma frase ou apenas uma palavra. Menina Menina de serenos olhos, Busco compreender os vôos inquietos da tua Amiga daqueles que te rodeiam. fantasia, Refletes nas tuas perfeitas feições Riqueza permitida apenas ao mundo-criança. Todo o puro, verdadeiro e sincero Agrada-me saber que tens sonhos Amor de tua alma-criança. Unicamente, porque aqueces os corações Neles penetrando com a força de teu carinho. Festejo cada encontro nosso, Recolho cada palavra de carinho, Mardilê Friedrich Fabre Imagino cada emoção sentida... Elevo o pensamento aos céus, Depois da cada dia vivido, Respeitosamente pedindo a tua felicidade. Impresso na foto está o teu rosto sorridente Colocado no porta-retrato da mente, Habituando-me eu, assim, à tua presença.
  36. 36. Poesia Lírica DÉCIMA, improviso com canto lento, próximo a uma declamação, com estrofes de 10 versos. A décima era uma estrofe da literatura clássica na Europa do século XV e XVI e, segundo a maioria dos autores, veio para a América pelos colonizadores e aqui ganhou força especialmente no canto improvisado. Sua estrutura é a seguinte: rima abbaaccddc, com versos setissílabos ou octossílabos.  As obras da natureza São de tanta perfeição, Que a nossa imaginação Não pinta tanta grandeza! Para imitar a beleza Das nuvens com suas cores, Se desmanchando em louvores De um manto adamascado, O artista, com cuidado, Da arte, aplica os primores. Ugolino do Sabugi
  37. 37. Poesia Lírica: Décima  Sua potencialidade poética é tão grande que pode ser vista como um poema. A décima exige que o vate coloque um assunto por inteiro em dez versos. O tema tem que ter início, meio e fim. Mesmo que um poema possua várias estrofes, cada uma delas precisa desenvolver uma ideia completa. Ao seguir o mesmo tema, o decimista tem que encontrar outra visão sobre ele e desenvolvê-la totalmente. Algumas décimas apresentam o mote, que é uma sentença ou pensamento, formado de um ou dois versos, com que se finalizam as estrofes. Ao pé do monte Calvário, Jesus chorava e gemia! Junto de dois malfeitores, Via-se um pobre moribundo: Era o Salvador do mundo, Senhor de todos senhores! Refúgio dos pecadores, De quem sofre nostalgia! Se quisesse, sairia Daquele estado precário: Ao pé do monte Calvário, Jesus chorava e gemia!
  38. 38. Poesia Lírica ELEGIA, composição lírica inspirada por algum acontecimento triste, como uma morte ou uma despedida. A elegia, assim como a ode, tem forma variável. A elegia surgiu na Grécia Antiga. Na literatura grega e latina, era composta em dísticos  (estrofe de dois versos). Elegia crepuscular A morte chegou e arrebatou-te sem teres tempo de te opores Sabiamente soubeste alegrar a tua existência e num longo adeus deixtaste o espaço azul e foste para o país do sonho Nem tempo tiveste de pôr em prática os sonhos que te banhavam Adeus viajante do tempo Rogério Saviniano Telo
  39. 39. Poesia Lírica EPIGRAMA, dito espirituoso, breve e incisivo, que pode ter forma poética. Esta composição poética era comum entre os escritores da antiga Roma. Os epigramas têm muitas vezes um caráter satírico. Bocage tornou-se célebre pelos seus epigramas cômicos e satíricos, como, por exemplo:  Aqui jaz um homem rico Nesta rica sepultura: Escapava da moléstia, Se não morresse da cura.
  40. 40. Poesia Lírica EPITÁFIO, em geral, são versos escritos em túmulos para homenagear pessoas ali sepultadas, mas figuradamente podem ser dirigidos a outros seres. Aqui jaz o Sol Aqui jaz o Sol Que criou a aurora O andrógino meigo E deu luz ao dia E violento, que E apascentou a tarde Possuiu a forma O mágico pastor De todas as mulheres De mãos luminosas E morreu no mar. Que fecundou as rosas E as despetalou. Vinicius de Morais
  41. 41. Poesia Lírica  HINO, poema ou cântico composto para glorificar deuses ou heróis, canto solene em honra da pátria e/ou de seus defensores, com refrão (estribilho). Exemplo: Hino Nacional, Hino Rio- Grandense, Hino à Bandeira, cuja letra é de Olavo Bilac. O hino é originário da Grécia, onde era entoado em honra aos deuses. É hoje manifestação lírica subjetiva que se pode dedicar a seres humanas e acontecimentos que se quer comemorar.
  42. 42. Poesia Lírica HAICAI é um poema de forma fixa de origem japonesa. Foi no século XX que começou a ser praticado no Brasil.  O haicai é um poema pequeno de apenas três versos, que segue algumas normas: a) o 1º e o 3º versos são redondilhas menores (5 sílabas) e o 2º é uma redondilha maior (7 sílabas), com 17 sílabas métricas ao todo; b) os versos podem ser rimados ou não; c) fala direta ou indiretamente sobre a natureza, representada pelas estações do ano; d) reflete um momento vivido pelo poeta; e) linguagem simples; f) não tem título Manhã cor de cinza, a geada cobre os campos. Verde esmaecido. Mardilê Friedrich Fabre
  43. 43. Poesia Lírica MADRIGAL, como composição lírica, manifesta um sentimento subjetivo; pela espécie de sentimento, expressa um galanteio dirigido à formosura da mulher; pelo tratamento, é gracioso e leve. Exprime um pensamento fino, terno ou galante e que, em geral, se destina a ser musicada. O madrigal  aborda assuntos heróicos, pastoris e até libertinos. Madrigal Dormias, Márcia, e eu vi Cupido ansioso Já dum, já do outro lado Querer furtar-te um beijo gracioso, Que tu, a cada arquejo descansado, Na linda boca urdias. Graciosíssimo, oh! Márcia!... Não sabias Como o nume girava de alvoroço. Escondendo-lhe o jeito De o dar do melhor lado. Eu vim, e dei-to Bem na boca, e logrei o esperto moço. Francisco Manuel do Nascimento
  44. 44. Poesia Lírica: SONETO  pequena composição poética composta de 14 versos, com número variável de sílabas, sendo o mais freqUente o decassílabo, e cujo último verso (dito chave de ouro) concentra em si a ideia principal do poema ou deve encerrá-lo de maneira a encantar ou surpreender o leitor.  Dentre os poemas de forma fixa, é o soneto o mais praticado, devido à sua condensação e lógica interna.  Ao que tudo indica, o soneto - do italiano sonetto, pequena canção ou, literalmente, pequeno som - foi criado no começo do século XIII, na Sicília.  Alguns atribuem a Jacopo (Giacomo) Notaro, um poeta siciliano e imperial de Frederico, a invenção do soneto, que surgiu como uma espécie de canção ou de letra escrita para música, possuindo uma oitava e dois tercetos, com melodias diferentes.  Francesco Petrarca aperfeiçoou a estrutura poética iniciada na Sicília, difundindo-a por toda a Europa em suas viagens.
  45. 45. Poesia Lírica: SONETO  Rua dos Cataventos I Escrevo diante da janela aberta. Minha caneta é cor das venezianas: verde!... e que leves, lindas filigranas desenha o sol na página deserta! Não sei que paisagista doidivanas mistura os tons... acerta... desacerta... Sempre em busca de nova descoberta, vai colorindo as horas quotidianas Jogos da luz dançando na folhagem! Do que eu ia escrever até me esqueço... Pra que pensar? Também sou da paisagem... Vago, solúvel no ar, fico sonhando... E me transmuto... iriso-me... estremeço... Nos leves dedos que me vão pintando! Mário Quintana
  46. 46. Poesia Lírica QUADRA, forma poética escrita, constituída de quatro versos rimados normalmente 2º com o 4º versos.  Vem desde os séculos XI e XIV, quando os poetas portugueses já imitavam a poesia provençal.  O poeta expressa todo o seu pensamento em uma única estrofe, demonstrando o poder da síntese semelhante à trova literária em que a rima é 1º com 3º versos e 2º com o 4º.  A quadrinha popular lusa é um poema de uma só quadra, setissílaba.  No Brasil, é poema de forma fixa com rigores, unânimes, baixados pelas casas trovadorescas, como no ritmo, na métrica e na exigência de mensagem completa, sem o que seria apenas uma estrofe. É  o mais curto poema que apresenta todos os requisitos básicos e de métrica Coração que bate-bate... Antes deixes de bater! Só num relógio é que as horas Vão passando sem sofrer. Mário Quintana
  47. 47. Poesia Lírica ODE, cujo sentido grego é canto, poema lírico de forma complexa e variável, exprime alegria e entusiasmo. Surgiu na Grécia Antiga, onde era cantado com acompanhamento musical. A ode caracteriza-se pelo tom elevado e sublime com que  trata determinado assunto. Ode  Eu nunca fui dos que a um sexo o outro No amor ou na amizade preferiram. Assim das diferenças me separo Por igual a beleza apeteço E onde amo, porque o amo ou não amo, Seja onde for, beleza. Nem a inocência inata quando se ama Julgo postergada nisto. Pousa a ave, olhando apenas a quem Não no objecto, no modo está o amor pousa Logo que a ame, a qualquer cousa amo. meu amor nela não reside, mas Pondo querer pousar antes do ramo; Em meu amor. Corre o rio onde encontra o seu retiro E não onde é preciso. Os deuses que nos deram este rumo Também deram a flor pra que a colhêssemos com melhor amor talvez colhamos O que pra usar buscamos. Fernando Pessoa (Ricardo Reis)
  48. 48. Prosa Poética
  49. 49. GÊNERO NARRATIVO ou ÉPICO  Caracteriza-se por sua forma em PROSA ou em VERSO, de conteúdo OBJETIVO ou OBJETIVO- SUBJETIVO, cujo método fundamental é a NARRAÇÃO, e de composição EXPOSITIVA REPRESENTATIVA (mista); FORMAS EM VERSO FORMAS EM PROSA Romance ou Xácara Romance Canção da gesta Epopeia Balada Novela Epopeia ou Poema Épico Conto e Crônica Poema Heroico ou Narrativo Anedota Poema Herói-Cômico Fábula Poema Burlesco Apólogo Poema Alegórico ou Prosopopaico Parábola (Fábulas e Apólogos)
  50. 50. Romance ou Xácara: romance etimologicamente significa ―língua popular‖. Romance são poemas narrativos populares organizados em estrofes geralmente livres (estíquica) e de extensão intermediária. Quanto à estrutura rítmica, podem apresentar rimas assoantes ou consoantes, aparecendo também versos soltos; quanto à métrica , os versos de redondilha maior são mais frequentes, seguidos dos decassílabos e dos de redondilha menor , com paralelismo ou o ritornelo. Don’Alva, minha Senhora Nos vossos olhos a Aurora; Que tanto amor me inspirais, E em trevas me mergulhais, Hei de querer-vos, embora Don’Alva minha senhora, Dona de risos fatais. Don’Alva, não queirais. Pois o querer-vos agora Don’Alva minha senhora, Eu prefiro a tudo o mais, Senhora de olhos mortais. Tanto esta alma vos adora Don’Alva minha Senhora Tanto me desadorais! Que tanto amor me inspirais, Seja! Este amor não descora Don’Alva, minha Senhora, Muito embora o maldigais, Dona de risos fatais, Don'Alva, minha Senhora, Senhora de olhos mortais. Alegre, gárrula mora Como um bando de gazais Orlando Teixeira, in Xácara
  51. 51. CANÇAO de GESTA: São composições em versos, geralmente, decassílabos e assonânticos, cujo conteúdo é a exaltação de feitos heroicos, algumas também relatam passagens religiosas e da vida de santos . Estilizadas em linguagem popular parecem ter surgido mais ou menos no final do século XI. II  Excerto nº 2 : O grande luto pela morte de A batalha é maravilhosa e pesada, Rolando Muito bem golpeiam Olivier e Roland,  Os Doze Pares não perdem tempo, O combate é tremendo. E os franceses golpeiam todos juntos; Os francos lutam muito Morrem os pagãos aos milhares e centenas: Quem não foge não tem quem o salve. unidos e causam imensas Bom grado, mau grado, aí terminam seus dias. perdas aos muçulmanos. Mas os francos perdem seus melhores defensores. Mas, um a um vão Eles não voltarão a ver nem os pais, nem os parentes, caindo. Fica só um Nem Carlos Magno, que nas montanhas os aguarda. punhado de heróis. Eles vão morrer. Entrementes, simbólicos sinais da tragédia aparecem no céu da França.
  52. 52. Poesia Narrativa   Poema narrativo A bomba  Um poema narrativo Este é um exemplo A bomba explode no oceano Contar algo exclusivo e atira lágrimas de fogo Em determinado momento (o homem treina para morrer). Um canto de poesia fria Pode ou não rimar brota, mirrado, entre os cardos Uma estrofe de memória O importante é estar Ponho o ouvido no chão Contando uma história. e a mensagem de guerra Divida o seu assunto em três me vem de tôdas as partes pontos O primeiro introduz a história O segundo narra o conto O último fecha a narratória
  53. 53. Balada:
  54. 54.  Balada do Amor através das Idades  Mas quando ia te pegar Eu te gosto, você me gosta e te fazer minha escrava, desde tempos imemoriais. você fez o sinal-da-cruz Eu era grego, você troiana, e rasgou o peito a punhal... troiana mas não Helena. Me suicidei também. Saí do cavalo de pau para matar seu irmão. Depois (tempos mais amenos) Matei, brigámos, morremos. fui cortesão de Versailles, espirituoso e devasso. Virei soldado romano, Você cismou de ser freira... Pulei muro de convento perseguidor de cristãos. mas complicações políticas Na porta da catacumba nos levaram à guilhotina. encontrei-te novamente. Mas quando vi você nua Hoje sou moço moderno, caída na areia do circo remo, pulo, danço, boxo, e o leão que vinha vindo, tenho dinheiro no banco. dei um pulo desesperado Você é uma loura notável, e o leão comeu nós dois. boxa, dança, pula, rema. Seu pai é que não faz gosto. Mas depois de mil peripécias, Depois fui pirata mouro, eu, herói da Paramount, flagelo da Tripolitânia. te abraço, beijo e casamos. Toquei fogo na fragata onde você se escondia Carlos Drummond de Andrade, in 'Alguma Poesia' da fúria de meu bergantim.
  55. 55. Poesia Narrativa  ÚLTIMAS PALAVRAS Mãe... Aqui estou eu...  O Poema Narrativo Seu filho, o que morreu, Lembras ainda de mim?  conta uma história e Peço perdão se te fiz sofrer geralmente é mais longo que Viria ao mundo, por seu querer, os outros. Mas tu não quiseste assim.  No poema dramático a história Durante meses me protegeste é contada por um narrador. Daí Sei que às vezes sofreste que vem o nome poema E junto de te chorei narrativo. Senti a barra que passavas  As epopeias e as baladas Contudo, pensei que me amavas Depois senti que me enganei. estão entre os principais tipos de poesia narrativa. Pois foste tu Oh! Mãe querida!  Muitas das fábulas que Que um dia dar-me ia a vida conhecemos hoje como textos Não permitiu que eu vivesse em prosa, originalmente foram Pois antes de ver o mundo Deparei-me com o lixo imundo escritas como poemas Do beco em que me deixaste. narrativos. Mas, sabe Mãe, o meu perdão Não se desfez com a solidão Sequer, está esquecido ou morto Meu perdão está vivo e presente Neste coração que ainda sente A cruel dor de um aborto.
  56. 56. Poemas narrativos: Espéci Versos Estrofe rima Conteúdo Obs.: e Roman redondilha geralmente assoantes Temática Lai de ce ou maior livres ou popular bretanha é Xácara (frequentes), (estíquica) consoantes um poema decassílabos e , também curto de 12 redondilha versos estrofes em menor , com soltos versos paralelismo ou octossílabo o ritornelo s sobre lendas medievais Canção Decassílabos assonântica Feitos da heroicos gesta consagrado s pela tradição ou pela história ou passagens religiosas
  57. 57. GÊNERO DRAMÁTICO ou TEATRAL  É o gênero representativo ou figurativo, por excelência. Caracteriza-se por sua forma em PROSA ou VERSO, de conteúdo OBJETIVO ou OBJETIVO-SUBJETIVO, cujo método fundamental é a NARRAÇÃO, e de composição REPRESENTATIVA (para encenação em palco); Tragédia – Comédia – Drama CRIAÇÕES CLÁSSICAS Satiresco CRIAÇÕES MEDIEVAIS Mistérios – Milagres – Auto – Farsa CRIAÇÃO RENASCENTISTAS Tragicomédia CRIAÇÃO ROMÂNTICA Drama CRIAÇÕES POPULARES Variedades ou Revista Mágica Ópera – Opereta – Melodrama - CRIAÇÕES POÉTICO-MUSICAIS Vaudeville
  58. 58. Criações clássicas – Criação Definição Característic a TRAGÉDIA - Ao pé da letra, significa ―canto do bode‖, por Partes: nela se apresentarem os sátiros. prólogo – - Seu final é sério intenta comover ou purificar episódios/ato sentimentos nobres, inspirando-lhes terror e s (4); 3 compaixão; unidades - Feitos da virtude (superação) ou do crime (ação / lugar / (castigos); tempo) - Tema: grandes passagens da história Versos. nacional COMÉDIA - prende-se as comemorações dionisíacas, onde momentos de tristeza com instantes de alegria, e orgias as pessoas saiam em procissão com o ―phallus‖ . DRAMA Seu fim era cultuar a memória de Baco, tendo SATIRESCO por assunto episódios relacionados à vida dessa divindade
  59. 59. Criações medievais Criação Definição Característic a MISTÉRIO Representação de episódios da vida de Cristo. MILAGRE Representam de episódios em que figuram homens e santos. AUTO Era em Portugal toda obra representativa e Sentido geral dramática. Procede de ―actum‖ – aito – auto. no que se refere às peças de teatro FARSA Modalidade cômica do auto
  60. 60. Criações Renascentista e Romântica Criação Definição Característic a TRAGICOMÉ- Acontecimentos funestos, mas o desfecho é DIA feliz, embora não seja cômico. Nela o real e o imaginário se mesclam, podendo haver o elemento maravilhoso DRAMA É a evolução natural da tragicomédia ou sua Shakespeare modernização. Espécie mista na qual se fundem os elementos da tragédia e da
  61. 61. Modo lírico Modo narrativo Modo dramático Não tem narrador. Narrador da 1.ª ou de 3.ª Geralmente não tem Emissor A voz que fala é a do «sujeito poético» pessoa. narrador. No palco, os ou «eu poético» actores encarnam directamente as personagens. Geralmente não tem personagens. As personagens são As personagens são Quando existem são apenas «pretexto». indispensáveis. indispensáveis. Tempo estático. Tempo dinâmico. Tempo dinâmico. Geralmente não tem acção. Quando A acção é fundamental. A acção é fundamental. existe, é apenas «pretexto». Mensagem A narração, quando existe, é pretexto A narração é indispensável. A narração não existe, a para a confissão emocional do eu não ser, ocasionalmente, na poético. fala das personagens. A descrição, quando existe, é pretexto A discrição geralmente A descrição é substituída para a confissão emocional do eu existe. pelo texto didascálico; no poético. palco, por roupas, cenário, iluminação, etc. O diálogo, quando existe, é pretexto O diálogo geralmente está O teatro é, essencialmente, para a confissão emocional do eu presente. diálogo. poético. Tem acesso ao texto através da Tem acesso ao texto Tem acesso ao texto Receptor leitura. através da leitura. através da leitura ou, ao vivo, no teatro.
  62. 62. Texto não literário Texto Literário É, predominantemente, Sem deixar de ser informativo, abre informativo. espaço, abre espaço à ficção, à emoção, à Expressão dos sentimentos. É objetivo (cada palavra possui É subjetivo (aberto a várias um só significado). interpretações); socorre-se de vários recursos expressivos. Tem intenção mais imediata, Tem uma intenção estética. utilitária. Usa uma linguagem impessoal Usa uma linguagem mais pessoal ( a (o subjetividade do emissor é importante emissor apaga-se para fazer na ressaltar o conteúdo), isto é, fria análise do conteúdo). e direta. O texto não literário diz, afirma, O texto literário sugere, insinua, declara; é, por isso denotativo. evoca,
  63. 63. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: CONTEÚDO (ou fundo) • São as ideias, os conceitos, os sentimentos, os apelos e as imagens imateriais que as palavras transmitem da mente do escritor à do leitor. • Quando o escritor produz sua obra, coloca nela a sua visão do mundo, sua maneira de pensar e de sentir. Esta maneira de ver as coisas através de sua consciência de escritor é que constitui o conteúdo de sua obra. Isso não significa que a obra, necessariamente represente a figura do escritor, mas sim que sua figura está presente no conteúdo, no significado dessa obra. • O conteúdo é comumente confundido com ―assunto ou mensagem‖ de uma obra.
  64. 64. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: FORMA • É a linguagem escrita ou falada ―veículo‖ das ideias e dos sentimentos do escritor. • Para Tolstoi, o conteúdo é a arte da comunicação; a ―forma‖ artística o meio para conquistar o público mediante o conteúdo. • Assim, na ―forma‖ temos os aspectos que envolvem a construção do texto, ou seja, o vocabulário, a sintaxe, a sonoridade, as imagens materiais, a disposição das palavras no papel. • Portanto, a forma envolve os aspectos linguísticos e gráficos do texto. • A forma é, por vezes, tomada por ―gênero ou espécie‖, o que constitui um emprego abusivo.
  65. 65. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: FORMA • Para muitos estudiosos, não se separam conteúdo e forma. Na verdade são indissociáveis: - localizam-se no texto literário, o que equivale a dizer que se concentram num único objeto, ―a palavra escrita‖. - Têm uma categoria Dual, são um ―par de seres‖. Assim, um romance, um conto, um poema, não tem conteúdo e forma separadamente, mas possuem uma forma/conteúdo. Isto é, se uma obra tem uma forma; já está encerrada a ideia de conteúdo.
  66. 66. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: FORMA • Entretanto, parece fora de dúvida a existência, ao menos do ponto de vista metodológico, de uma distinção entre ambas. • Toda a vez que o leitor examina a gramática, as soluções linguísticas do texto, está privilegiando a forma em prejuízo do conteúdo. • Preocupa-o antes ―como‖ o texto diz, do que ―o‖ que diz. Em suma despreza o ―mundo‖, em favor da linguagem na qual o texto se converteu. • Esse procedimento nos dá uma visão parcial do texto, mas também evidencia que a separação é possível e praticável. • Todavia, a pesquisa completa do texto pressupõe a sondagem ―do que se diz‖ e ―do modo como se diz‖.
  67. 67. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: PROSA  A forma de uma obra de literária pode apresentar-se sob dois aspectos diferentes: a prosa e o verso. PROSA • Expressão natural da linguagem. Usada normalmente ao conversarmos, ao escrevermos uma carta, ao fazermos uma redação, sem metrificação intencional e não sujeita a ritmos regulares. Veículo comum do pensamento.  O texto divide-se em blocos chamados parágrafos, que é a característica mais notória de um texto escrito em prosa.  São compostos de períodos, orações ou frases que desenvolvem uma única ideia. • Num texto, a cada ideia diferente, acrescentada à anterior, deve também corresponder, a um parágrafo diferente. Um novo parágrafo deve sempre indicar um pensamento a mais.  Por isso, na prosa, é essencial o uso correto da pontuação e a paragrafação para obtermos um texto que transmita nossas ideias de modo correto, claro, coerente e agradável de ler.
  68. 68. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: PROSA POÉTICA  Tem jeito de prosa; a disposição das palavras na folha de papel é feita em parágrafos, mas não é difícil perceber numa leitura em voz alta que há um ritmo marcado por pausas e ênfases. A esse ritmo costuma-se chamar «ritmo poético» e aos textos em prosa carregados de significação poética, em que predomina o ritmo das frases, a sonoridade das palavras chamamos de ―prosa poética‖.  Compare os dois textos seguintes. O primeiro é um exemplo de prosa comum. O segundo, um exemplo de prosa poética:
  69. 69. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: PROSA POÉTICA 1 — Ouvíamos o apito do trem e logo depois o ranger de suas rodas nos trilhos, bem ao lado de nossa casa. Era o trem de Belo Horizonte. Sua passagem acordava-nos, fazia louças e panelas caírem dos armários e toda a casa tremer como se ocorresse um terremoto. 2 — Não há nada mais triste do que o grito de um trem no silêncio noturno. É a queixa de um estranho animal perdido, único sobrevivente de alguma espécie extinta, e que corre, corre, desesperado, noite em fora, como para escapar à sua orfandade e solidão de monstro. (Mário Quintana)
  70. 70. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: VERSO  A simples apresentação de textos em versos permite sua imediata identificação.  Versos são as linhas descontínuas, quebradas, que formam o poema.  Sem parágrafo, sem período, os versos de um poema, que podem ser metrificados ou livres; cada bloco de versos forma uma estrofe.  A linguagem poética sob o aspecto auditivo ou melódico se caracteriza pelo ritmo, bem mais acentuado que na prosa, e pela eventual utilização da rima.  É a linguagem subjetiva, carregada de emoção e sentimento, com ritmo melódico constante, bela e indefinível como o mundo interior do poeta.  Várias são as possibilidades de exploração da linguagem com esta função poética: no material sonoro, nas palavras, na associação de ideias, nas construções frasais.  Para isto utilizam-se o ritmo, a harmonia imitativa, a rima, a aliteração, as figuras de palavras, as figuras de pensamento, as figuras de sintaxe; visando sempre um efeito estético (de beleza, belo).
  71. 71. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: VERSO  Na forma clássica os versos possuem métrica, ritmo e rima. 1 — A métrica impõe ao verso uma quantidade definida de sílabas poéticas, que se contam como se fala e não como se escreve. ―escandir‖ um verso é marcar suas sílabas poéticas. 2 — Metro é a medida ou a extensão da linha poética. 3 — A rima é a repetição de sons idênticos ou parecidos ao longo das estrofes, mais comumente no final de versos alternados. Embora seja elemento secundário e até mesmo dispensável, a rima é aproveitada pelos poetas para comunicar aos versos mais harmonia e encantamento. É um recurso musical que agrada aos ouvidos. 4 — O ritmo é feito através de sílabas fortes e fracas mantidas com uma certa regularidade de posição no conjunto de versos. Um poema pode abrir mão de tudo — rima, estrofe, métrica —, menos do ritmo.
  72. 72. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: ESTILO  É a maneira típica de cada um exprimir seus pensamentos, sentimentos e emoções, através da linguagem. No estilo cumpre distinguir o aspecto material ou linguístico (que são as possibilidades de expressão que a língua oferece ao escritor e que este seleciona a seu gosto e até mesmo recria) e o aspecto mental, psíquico, subjetivo, ou seja, os traços psicológicos do artista, suas tendências, seu modo de ver e julgar a vida e o mundo em que vive. Da fusão desses dois elementos, um externo, outro interno, é que resulta o estilo.
  73. 73. OS ELEMENTOS DA OBRA LITERÁRIA: ESTILO • Todo o escritor tem seu estilo próprio, isto é, sua expressão tem uma forma característica, que nada mais é, do que a manifestação de seus impulsos emotivos, da sua sensibilidade e a aparência peculiar do seu próprio espírito. • Podemos, pois, afirmar que o estilo é o espelho onde se reflete a alma do escritor, a tela em que se projeta a personalidade do artista. • Mas, além destas características individuais que diferenciam os autores uns dos outros, o estilo revela também os traços psicológicos das raças e as tendências das diversas escolas literárias. • Daí dizermos que há um estilo clássico, um barroco, um modernista, etc.

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