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BOCA CHEIA

Por vezes quero dissipar-me em nada,
abrir os braços e sentir o vento,
desejar que o sol não deixe a madrugada,

deixar a chuva dissolver-me o alento,
ver o dia a render-se à noite, sua namorada,
perder-me num único obcessivo pensamento.

Há um dia para cada possível sentimento,
nem sempre a emoção é a mais desejada.
Mas nesses dias há que ter coração lento

e saber que o sol nascerá na nossa arcada.
Nesses dias, para animar, há só um alimento:
tomar cada grão de felicidade à colherada!

14/03/2009
Mauro Maia

A DEDO

Hoje brilha o Sol na minha janela,
hoje tudo à minha volta conspira
para me mostrar como a vida é bela.

E tem razão, isso ninguém lhe tira,
há que abrir a janelas da minha cela,
deixar as aves serem a minha lira,

os meus dedos traçarem o rosto dela,
usar um sorriso como escudo anti-ira,
abraçar a almofada vendo-a a sorrir nela.

Ela, à volta de quem a minha Vida gira,
Ela, o alicerce longe de mim, apenas Ela.
Voo, sou oceano, sou chama na minha pira,

sou todo fogo contra o silêncio que me gela.
Hoje é dia de olhar à volta, ver quem me mira,
e sentir-me feliz com a minha pequena Aguarela.

21/03/2009
Mauro Maia




                                                  1
RARO OLHAR

Hoje acordei assim meio febril:
o rosto contraído, olhos cerrados
coração a galopar a mil,
joelhos trémulos, os pés cansados.

Olhei pela janela, vidro frio.
Olhei o exterior, rua deserta.
Olhei dentro de mim, corpo vazio.
Olhei para os meus olhos, chuva certa.

O que me fazia falta era bem claro,
não é preciso demasiada reflexão.
O que fazia falta é pouco mas caro.

Caro não de bolsa mas de coração:
abraçar pela manhã este agora raro
em que me queres e me dás a mão.

14/10/2009
Mauro Maia

EM CADA DIA

Lá fora, o Sol tem menos cor,
a brisa é mais forte e mais fria,
cada noite é maior do que o dia,
as horas arrepiam-se em vão torpor.

Cá dentro, é o Natal que se anuncia,
é a lareira que brilha em rubro calor,
cada prenda com o nome para quem for
e o Outono despede-se pedindo alegria.

Todos os anos, em data que não se adia,
tudo tem, a castanhas e família, o sabor,
e o vermelho a canções e decorações se alia.

Eu sei, ainda não é agora, mas façam o favor
de viver, não só essa semana mas na maioria,
com um coração pulsante feito de Natal e de Amor!

8/11/2009
Mauro Maia




                                                    2
FANTASIA DE VERÃO

Há, por vezes, alguns dias
em que acordo menos saltitão,
com mais pesares que alegrias
e só quero abraçar o colchão.

Quando estou nestes dias-não,
em que o céu tem cores doentias
e em que o ar me gela o coração
recordo-me que só te me aquecias

quando me beijas, seguras a mão
e me aqueces quando me acaricias,
agarrada a mim, debaixo do edredão.

Feliz, entrego-me a estas fantasias...
Já não estás tão longe como o Verão
e as minhas manhãs já não são frias.

21/11/2009
Mauro Maia

BANHO AGUARDO

Hoje acordei assim estranho,
perdido no meu escuro interior.
É um sentimento de tamanho,

sentimento longo e sem cor,
elefante em corpo de musaranho.
É algo sem tristeza e sem dor

prato de bronze sem estanho,
é luz do sol forte mas sem calor,
comichão funda que não arranho.

Levanto-me e sacudo o torpor
Preparo-me um relaxante banho
e aguardo que chegues, meu Amor!

12/12/2009
Mauro Maia




                                         3
HÁ DIAS

Há dias, hoje por exemplo,
em que guardo da minha cama
essa intensa imagem do templo
onde nos consumimos em chama.

Ali, revestido com cobertores,
alinha-se com aprumo o altar,
no ar volteiam os sons e odores
do amor que recebemos ao dar.

No chão, as marcas dos joelhos
onde nos consagrámos a nós,
as almofadas em tons vermelhos

onde nos tornamos um a sós.
Mas na mão, só vejo poemas velhos:
quem outrora fomos, atado com nós.

21/12/2009
Mauro Maia

ESPERO

Estes dias correm tão devagar,
parece que nunca mais têm fim!
Só os quero ter todos para mim,
para os poder, a meu gosto, moldar.

Mas eles avançam no mais lento passo,
indiferentes à minha forte impaciência.
Empurro-os, grito-lhes, bato continência,
argumento como o meu tempo é escasso.

E os dias passam e continuam serenos,
não fervilham e não se agitam como deviam,
lá vão pachorrentos em passos pequenos.

Em todos anseio os sinais que me enviam,
esperando neles ver os teus amados acenos.
Mas só em sonhos os teus passos se ouviam...

16/01/2010
Mauro Maia




                                               4
HOJE

Hoje o Sol não apareceu,
apenas a chuva me veio ver,
só o vento me fez tremer,
nem a tristeza se compadeceu.

As nuvens cobriram o céu,
tudo em meu redor desbotou,
o arco-íris só uma cor formou,
e sinto-me inocente julgado réu.

Eu não cometi qualquer crime,
não quebrei lei divina ou mortal
mas não há rosa que me anime.

Tudo hoje me sabe a excesso de sal,
tudo é ode triste ainda que não rime.
Tu não estás comigo, eis o meu mal!

23/01/2010
Mauro Maia

HORAS

O dia veio, a manhã veio
mas eu não os recebi;
a luz brilhou de anseio,
bateu à porta e não abri;

o meu despertador tocou;
na cozinha queria-me o café;
o chuveiro bem me esperou;
o pardal na rua cantou já a pé.

Mas eu continuei às escuras,
aconchegado no meu abrigo,
a saborear do calor as doçuras.

Agarro o sono o mais que consigo,
rejeito as horas e as suas regras duras.
Quero continuar a sonhar contigo!

30/01/2010
Mauro Maia



                                           5
NOITE SOLTA

E surgiu a noite repentina,
carregando um vento frio
que me corta a alma fio a fio
e a solta depois em neblina.

Do céu cai uma chuva fina,
cortante como um arrepio,
alagando-me num desavario
de água que corre sem crina.

O Sol na sua rotina matutina
hoje não brilhou com o brio,
a Lua não veio nem de surdina.

E do meu rosto solta-se um rio
de ânsia solta da sua pequena tina:
o coração sem força ou poderio!

14-02-2010
Mauro Maia

PESO SILÊNCIO

O dia de hoje veio mas escuro,
a tarde dançou-me mas pouco,
e a noite, num transe louco,
não me trará quem procuro.

Na brisa eu não ouço melodia,
a chuva veio e não chamou,
o Sol brilhou e não me animou,
o Céu clareou mas sem alegria.

As flores não abriram no canteiro,
o vento que assobia soa a triste,
da janela vejo que vem aí nevoeiro.

Em meu redor nada mais existe,
tenho de colar o coração primeiro...
Tudo está assim porque partiste.

16/02/2010
Mauro Maia


                                       6
ONTEM SOMENTE

Hoje, quando eu acordei,
espreguicei-me com vontade
e quis abraçar a mesma unidade
que senti ontem quando te amei.

O teu cheiro ainda está em mim,
o teu sabor ainda está entranhado,
na cama o teu corpo ficou marcado
e nos lençóis o cheiro do teu jardim.

Na minha pele ainda sinto o teu suor,
nas minhas formas ainda sinto as tuas
e de me lembrar de ti fico ainda maior.

Mas na cama há uma só marca e não duas
e o teu cheiro eu lembro mas de cor.
Só em sonho se juntaram as nossas Luas...

01/03/2010
Mauro Maia

ANTES AGORA

Tenho tanta tristeza em mim
que por dentro sou quase vazio,
apenas circula um ar muito frio
nenhum líquido em tom carmim.

Onde antes um ritmo quente corria,
onde antes borbulhava frenética lava,
onde antes tudo soava e tudo suava,
onde antes tudo era palpitar energia

agora só há escuridão e desalento,
uivam brisas frias e cortantes
em redor do meu coração já cimento.

As nuvens escuras tornaram-se gigantes.
És a minha lua, o meu doce firmamento.
Vem brilhar para mim, agora como antes!

12/03/2010
Mauro Maia

                                            7
NO SILÊNCIO

De súbito, a floresta ficou silenciosa:
as aves desapareceram sem cantar,
as nuvens agitadas pararam em pleno ar
a corrente no rio ficou mais harmoniosa.

O Sol não sabia se havia de se pôr ou nascer,
as folhas deixaram de se agitar nos ramos,
tudo parou, Reis, Rainhas, Criados e Amos,
todos em silêncio, aguardando o que ia acontecer.

O vento estava azul por suster a respiração,
as ovelhas, aflitas, nem sequer cochichavam,
e o pó nem se atrevia a levantar-se e sair do chão.

Todas as pedras, folhas, animais, flores aguardavam
faces ora rubras ora brancas a segurar o coração
Ao longe, apenas os teus passos se escutavam...

01/04/2010
Mauro Maia

VOU CONTAR-TE

Deitado ontem pensei em ti,
no incontável que és em mim.
Tu em mim és meio eu sem fim,
tu em mim és infinito mas aqui.

Tu em mim és açúcar, pimenta e sal,
tu em mim és o arco-íris mais belo,
tu em mim és chocolate e caramelo,
tu em mim és melódico recital.

Tu em mim és nota fina de violino,
tu em mim és Cânone de Pachelbel,
tu em mim és o meu riso de menino.

Tu em mim és o meu coração de mel,
tu em mim és ponderado desatino.
Para te contar, não há suficiente papel!

30/04/2010

                                                      8
Mauro Maia




À LUZ DO LUAR

Mil palavras ou um olhar,
eis a dúvida que me persiste.
Eu quase mudo, como viste,
perante ti, coração a galopar.

O que os meus olhos te falaram
enquanto a minha boca secava,
o meu olhar ao teu se agarrava,
em mim mente e emoção chocaram?

Tenho tudo a ganhar, nada a perder,
é a abelha que voa à rosa para namorar,
é o Sol que o passarinho vem aquecer,

é o gato sobe ao telhado à Lua para miar.
E se eu escorregar? Eu caio e vai-me doer.
Mas vai-me doer mais se perder por não falar.

23/06/2010
Mauro Maia

NOITE RELENTO

A noite deitou-se agitada,
afundada em pensamentos,
rogando pragas aos ventos,
enfrentando chuva e trovoada.

Na sua mão direita o trovão,
na esquerda pingava a chuva,
tinha em malha de ferro a luva
e o escudo era o seu coração.

De súbito, um relâmpago brilhou
e as nuvens abriram-se a par.
O céu escuro sorriu e clareou,

a chuva começou a evaporar.
Olhei para ver porque mudou:
Ah! Tu chegaste para me abraçar.


                                                9
05/08/2010
Mauro Maia




RUBROS AFLUENTES

O meu coração está mudo,
nem uma palavra dele sai
nem um suspiro se esvai
o Silêncio governa-me tudo.

Sinto as palavras em ebulição,
chocando ferozmente entre si.
Exigem sair, querem chegar a ti
mas perdem-se a caminho da mão.

«Que se passa?», pergunto-me eu.
«Onde estão os meus rios ferventes?»
Sei que a sua fonte não se perdeu,

sei que permanecem rubro-quentes.
É a tua imagem que em mim cresceu
os rios desviam-se e são de ti afluentes.

21/08/2010
Mauro Maia

FUGA

Se eu te pudesse escapar,
fugir dos teus abraços,
soltar-me e me afastar,
retirar-te os meus pedaços,

poder dançar num outro salão,
provar outros lábios abertos,
tocar outra cintura com a mão,
de outra ter meus olhos cobertos,

ficar zonzo com outro sorriso,
aquecer-me com outra cintura,
ter noutra tudo o que preciso,

viveria numa constante tortura
seria infeliz sem qualquer aviso
porque fugiria indo à tua procura.

                                            10
10/11/2010
Mauro Maia




QUARTO ESCURO

O quarto está às escuras,
as janelas estão encerradas,
as luzes estão apagadas,
acabaram as emoções duras.

Somente o barulho da rua,
inconstante e indefinido,
treme o silêncio contido
mas a cama permanece nua.

Cobertores revirados no chão,
os lençóis em parte incerta,
eu a recuperar a respiração.

E tudo em solidão se coberta,
desejando o toque da tua mão.
Vem a mim, a porta está aberta!

20/11/2010
Mauro Maia




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A saudade nos poemas de Mauro Maia

  • 1. BOCA CHEIA Por vezes quero dissipar-me em nada, abrir os braços e sentir o vento, desejar que o sol não deixe a madrugada, deixar a chuva dissolver-me o alento, ver o dia a render-se à noite, sua namorada, perder-me num único obcessivo pensamento. Há um dia para cada possível sentimento, nem sempre a emoção é a mais desejada. Mas nesses dias há que ter coração lento e saber que o sol nascerá na nossa arcada. Nesses dias, para animar, há só um alimento: tomar cada grão de felicidade à colherada! 14/03/2009 Mauro Maia A DEDO Hoje brilha o Sol na minha janela, hoje tudo à minha volta conspira para me mostrar como a vida é bela. E tem razão, isso ninguém lhe tira, há que abrir a janelas da minha cela, deixar as aves serem a minha lira, os meus dedos traçarem o rosto dela, usar um sorriso como escudo anti-ira, abraçar a almofada vendo-a a sorrir nela. Ela, à volta de quem a minha Vida gira, Ela, o alicerce longe de mim, apenas Ela. Voo, sou oceano, sou chama na minha pira, sou todo fogo contra o silêncio que me gela. Hoje é dia de olhar à volta, ver quem me mira, e sentir-me feliz com a minha pequena Aguarela. 21/03/2009 Mauro Maia 1
  • 2. RARO OLHAR Hoje acordei assim meio febril: o rosto contraído, olhos cerrados coração a galopar a mil, joelhos trémulos, os pés cansados. Olhei pela janela, vidro frio. Olhei o exterior, rua deserta. Olhei dentro de mim, corpo vazio. Olhei para os meus olhos, chuva certa. O que me fazia falta era bem claro, não é preciso demasiada reflexão. O que fazia falta é pouco mas caro. Caro não de bolsa mas de coração: abraçar pela manhã este agora raro em que me queres e me dás a mão. 14/10/2009 Mauro Maia EM CADA DIA Lá fora, o Sol tem menos cor, a brisa é mais forte e mais fria, cada noite é maior do que o dia, as horas arrepiam-se em vão torpor. Cá dentro, é o Natal que se anuncia, é a lareira que brilha em rubro calor, cada prenda com o nome para quem for e o Outono despede-se pedindo alegria. Todos os anos, em data que não se adia, tudo tem, a castanhas e família, o sabor, e o vermelho a canções e decorações se alia. Eu sei, ainda não é agora, mas façam o favor de viver, não só essa semana mas na maioria, com um coração pulsante feito de Natal e de Amor! 8/11/2009 Mauro Maia 2
  • 3. FANTASIA DE VERÃO Há, por vezes, alguns dias em que acordo menos saltitão, com mais pesares que alegrias e só quero abraçar o colchão. Quando estou nestes dias-não, em que o céu tem cores doentias e em que o ar me gela o coração recordo-me que só te me aquecias quando me beijas, seguras a mão e me aqueces quando me acaricias, agarrada a mim, debaixo do edredão. Feliz, entrego-me a estas fantasias... Já não estás tão longe como o Verão e as minhas manhãs já não são frias. 21/11/2009 Mauro Maia BANHO AGUARDO Hoje acordei assim estranho, perdido no meu escuro interior. É um sentimento de tamanho, sentimento longo e sem cor, elefante em corpo de musaranho. É algo sem tristeza e sem dor prato de bronze sem estanho, é luz do sol forte mas sem calor, comichão funda que não arranho. Levanto-me e sacudo o torpor Preparo-me um relaxante banho e aguardo que chegues, meu Amor! 12/12/2009 Mauro Maia 3
  • 4. HÁ DIAS Há dias, hoje por exemplo, em que guardo da minha cama essa intensa imagem do templo onde nos consumimos em chama. Ali, revestido com cobertores, alinha-se com aprumo o altar, no ar volteiam os sons e odores do amor que recebemos ao dar. No chão, as marcas dos joelhos onde nos consagrámos a nós, as almofadas em tons vermelhos onde nos tornamos um a sós. Mas na mão, só vejo poemas velhos: quem outrora fomos, atado com nós. 21/12/2009 Mauro Maia ESPERO Estes dias correm tão devagar, parece que nunca mais têm fim! Só os quero ter todos para mim, para os poder, a meu gosto, moldar. Mas eles avançam no mais lento passo, indiferentes à minha forte impaciência. Empurro-os, grito-lhes, bato continência, argumento como o meu tempo é escasso. E os dias passam e continuam serenos, não fervilham e não se agitam como deviam, lá vão pachorrentos em passos pequenos. Em todos anseio os sinais que me enviam, esperando neles ver os teus amados acenos. Mas só em sonhos os teus passos se ouviam... 16/01/2010 Mauro Maia 4
  • 5. HOJE Hoje o Sol não apareceu, apenas a chuva me veio ver, só o vento me fez tremer, nem a tristeza se compadeceu. As nuvens cobriram o céu, tudo em meu redor desbotou, o arco-íris só uma cor formou, e sinto-me inocente julgado réu. Eu não cometi qualquer crime, não quebrei lei divina ou mortal mas não há rosa que me anime. Tudo hoje me sabe a excesso de sal, tudo é ode triste ainda que não rime. Tu não estás comigo, eis o meu mal! 23/01/2010 Mauro Maia HORAS O dia veio, a manhã veio mas eu não os recebi; a luz brilhou de anseio, bateu à porta e não abri; o meu despertador tocou; na cozinha queria-me o café; o chuveiro bem me esperou; o pardal na rua cantou já a pé. Mas eu continuei às escuras, aconchegado no meu abrigo, a saborear do calor as doçuras. Agarro o sono o mais que consigo, rejeito as horas e as suas regras duras. Quero continuar a sonhar contigo! 30/01/2010 Mauro Maia 5
  • 6. NOITE SOLTA E surgiu a noite repentina, carregando um vento frio que me corta a alma fio a fio e a solta depois em neblina. Do céu cai uma chuva fina, cortante como um arrepio, alagando-me num desavario de água que corre sem crina. O Sol na sua rotina matutina hoje não brilhou com o brio, a Lua não veio nem de surdina. E do meu rosto solta-se um rio de ânsia solta da sua pequena tina: o coração sem força ou poderio! 14-02-2010 Mauro Maia PESO SILÊNCIO O dia de hoje veio mas escuro, a tarde dançou-me mas pouco, e a noite, num transe louco, não me trará quem procuro. Na brisa eu não ouço melodia, a chuva veio e não chamou, o Sol brilhou e não me animou, o Céu clareou mas sem alegria. As flores não abriram no canteiro, o vento que assobia soa a triste, da janela vejo que vem aí nevoeiro. Em meu redor nada mais existe, tenho de colar o coração primeiro... Tudo está assim porque partiste. 16/02/2010 Mauro Maia 6
  • 7. ONTEM SOMENTE Hoje, quando eu acordei, espreguicei-me com vontade e quis abraçar a mesma unidade que senti ontem quando te amei. O teu cheiro ainda está em mim, o teu sabor ainda está entranhado, na cama o teu corpo ficou marcado e nos lençóis o cheiro do teu jardim. Na minha pele ainda sinto o teu suor, nas minhas formas ainda sinto as tuas e de me lembrar de ti fico ainda maior. Mas na cama há uma só marca e não duas e o teu cheiro eu lembro mas de cor. Só em sonho se juntaram as nossas Luas... 01/03/2010 Mauro Maia ANTES AGORA Tenho tanta tristeza em mim que por dentro sou quase vazio, apenas circula um ar muito frio nenhum líquido em tom carmim. Onde antes um ritmo quente corria, onde antes borbulhava frenética lava, onde antes tudo soava e tudo suava, onde antes tudo era palpitar energia agora só há escuridão e desalento, uivam brisas frias e cortantes em redor do meu coração já cimento. As nuvens escuras tornaram-se gigantes. És a minha lua, o meu doce firmamento. Vem brilhar para mim, agora como antes! 12/03/2010 Mauro Maia 7
  • 8. NO SILÊNCIO De súbito, a floresta ficou silenciosa: as aves desapareceram sem cantar, as nuvens agitadas pararam em pleno ar a corrente no rio ficou mais harmoniosa. O Sol não sabia se havia de se pôr ou nascer, as folhas deixaram de se agitar nos ramos, tudo parou, Reis, Rainhas, Criados e Amos, todos em silêncio, aguardando o que ia acontecer. O vento estava azul por suster a respiração, as ovelhas, aflitas, nem sequer cochichavam, e o pó nem se atrevia a levantar-se e sair do chão. Todas as pedras, folhas, animais, flores aguardavam faces ora rubras ora brancas a segurar o coração Ao longe, apenas os teus passos se escutavam... 01/04/2010 Mauro Maia VOU CONTAR-TE Deitado ontem pensei em ti, no incontável que és em mim. Tu em mim és meio eu sem fim, tu em mim és infinito mas aqui. Tu em mim és açúcar, pimenta e sal, tu em mim és o arco-íris mais belo, tu em mim és chocolate e caramelo, tu em mim és melódico recital. Tu em mim és nota fina de violino, tu em mim és Cânone de Pachelbel, tu em mim és o meu riso de menino. Tu em mim és o meu coração de mel, tu em mim és ponderado desatino. Para te contar, não há suficiente papel! 30/04/2010 8
  • 9. Mauro Maia À LUZ DO LUAR Mil palavras ou um olhar, eis a dúvida que me persiste. Eu quase mudo, como viste, perante ti, coração a galopar. O que os meus olhos te falaram enquanto a minha boca secava, o meu olhar ao teu se agarrava, em mim mente e emoção chocaram? Tenho tudo a ganhar, nada a perder, é a abelha que voa à rosa para namorar, é o Sol que o passarinho vem aquecer, é o gato sobe ao telhado à Lua para miar. E se eu escorregar? Eu caio e vai-me doer. Mas vai-me doer mais se perder por não falar. 23/06/2010 Mauro Maia NOITE RELENTO A noite deitou-se agitada, afundada em pensamentos, rogando pragas aos ventos, enfrentando chuva e trovoada. Na sua mão direita o trovão, na esquerda pingava a chuva, tinha em malha de ferro a luva e o escudo era o seu coração. De súbito, um relâmpago brilhou e as nuvens abriram-se a par. O céu escuro sorriu e clareou, a chuva começou a evaporar. Olhei para ver porque mudou: Ah! Tu chegaste para me abraçar. 9
  • 10. 05/08/2010 Mauro Maia RUBROS AFLUENTES O meu coração está mudo, nem uma palavra dele sai nem um suspiro se esvai o Silêncio governa-me tudo. Sinto as palavras em ebulição, chocando ferozmente entre si. Exigem sair, querem chegar a ti mas perdem-se a caminho da mão. «Que se passa?», pergunto-me eu. «Onde estão os meus rios ferventes?» Sei que a sua fonte não se perdeu, sei que permanecem rubro-quentes. É a tua imagem que em mim cresceu os rios desviam-se e são de ti afluentes. 21/08/2010 Mauro Maia FUGA Se eu te pudesse escapar, fugir dos teus abraços, soltar-me e me afastar, retirar-te os meus pedaços, poder dançar num outro salão, provar outros lábios abertos, tocar outra cintura com a mão, de outra ter meus olhos cobertos, ficar zonzo com outro sorriso, aquecer-me com outra cintura, ter noutra tudo o que preciso, viveria numa constante tortura seria infeliz sem qualquer aviso porque fugiria indo à tua procura. 10
  • 11. 10/11/2010 Mauro Maia QUARTO ESCURO O quarto está às escuras, as janelas estão encerradas, as luzes estão apagadas, acabaram as emoções duras. Somente o barulho da rua, inconstante e indefinido, treme o silêncio contido mas a cama permanece nua. Cobertores revirados no chão, os lençóis em parte incerta, eu a recuperar a respiração. E tudo em solidão se coberta, desejando o toque da tua mão. Vem a mim, a porta está aberta! 20/11/2010 Mauro Maia 11