1. Universidade Estácio de Sá
2º A - Criação e Gestão de Ambientes para a Internet
Comunicação e Expressão
Dissertação de título polêmico:
Análise de prós e contras
Bernardo Loureiro
Abril de 2006
2. Usabilidade: dispensável ou necessário?
“Nem todos pensam como você, sabem o que você sabe,
nem usam a web como você”. (Steve Krug)
A internet, como a grande rede de informação, é acessada diariamente por inúmeras
pessoas diferentes que procuram uma grande variedade de informações. Encontrar o web site sobre
o assunto buscado não é necessariamente deter a informação que precisa. É comum a deficiência
dos profissionais da web na hora de organizar o conteúdo de um projeto web, dificultando o usuário
final a encontrar o que precisa. Aí é que entra a usabilidade.
A usabilidade é o trabalho de estruturar um web site pensando no usuário final e não no que
você considera ideal. Segundo Steve Krug, autor do livro intitulado Não me faça pensar, “Nem todos
pensam como você, sabem o que você sabe, nem usam a web como você”. Utilizando leis de
ergonomia visual, metodologias, pesquisas com público-alvo, análise de contexto, a usabilidade é
uma forma de validar a qualidade da interação do sistema com o usuário.
Como conciliar a liberdade criativa à aplicação dos conceitos de usabilidade em um projeto
para a internet, sendo o desejo maior a eficiência?
Segundo a norma ISO 9241, os requisitos mínimos para uma interface são eficiência, eficácia
e satisfação. Logo, um web site que apresente um bom desempenho, prática nomenclatura,
conforto, segurança, e que seja simples e fácil de usar, mas que não tenha um apelo visual sedutor
que proporcione uma resposta emotiva cativante no usuário, encantando-o e persuadindo-o, não é
um web site completo. Assim como um web site bonito, que desde a primeira instância prenda os
olhos do usuário com cores e imagens lindas, mas que não seja fácil chegar até a informação
desejada, também não é um web site completo. Ambos perdem.
Apesar de a usabilidade parecer a salvação dos usuários, os web designers colocam o ideal
de engenharia da informação como a castração do seu ideal artístico. Eles alegam que a usabilidade
limita a criatividade com dogmas e restrições desnecessárias.
A criatividade é um instrumento poderoso justamente para descobrir caminhos de inovação
a partir de uma série de restrições.
“Muitas vezes essas regras se tornam demasiadas, pois o excesso de academismo é
problemático, pois muitas vezes os usuários agem de forma exatamente oposta ao que diriam os
grandes estudiosos do assunto”, ressalta Isabel Löfgren, pesquisadora de usabilidade, que completa
dizendo “não há verdade absoluta, por dois motivos: o alvo é o ser humano que é altamente
subjetivo e o processo de design consegue mostrar uma solução na qual se conhece os seus prós e
contras”. Quando isso acontece, o web designer tende a desconsiderar as recomendações do
analista de usabilidade.
Colocando na balança, investir em usabilidade é apostar no aumento da conversão e
retenção de público, ter um bom custo-benefício, incomodar menos o usuário e satisfazer melhor
suas necessidades.
O papel da usabilidade se firma em auxiliar o web designer a criar, tendo problemas pré-
estabelecidos já solucionados não só apontando erros, mas sugerindo soluções. E o papel do web
designer é ressaltar as questões estéticas em conjunto com as ergonômicas, com o intuito de criar a
melhor experiência interativa possível para o usuário.
3. Referências bibliográficas:
KRUG, Steve. Não me faça pensar. São Paulo: Editora Market Books, 2001.
LÖFGREN, Isabel. Usabilidade: A Lei do mais fácil. Revista Webdesign. Novembro/2004, ano um, nº
11. Rio de Janeiro: Editora Arteccom, 2004.