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A Pobreza Envergonhada
            Estará a classe média a entrar em extinção?




Trabalho de pesquisa realizado no âmbito da disciplina de Geografia A
leccionada pela professora Maria Hermínia Santos à turma 10ºHLH.

Autores do trabalho:
Tiago Silva Nº22
Vera Gonçalves Nº23
Alexandra Silva Nº1
Índice

Capa                  .......................................................     Página 1

Índice                .......................................................     Página 2

Introdução              .......................................................   Página 3

I – À beira do limite          ...............................................    Páginas 4 e 5

II – Sobe e Desce           ..................................................    Páginas 6 e 7

Conclusão             ........................................................    Página 8

Fontes de informação consultadas ...............................                  Página 9
Introdução

  “E se participássemos no concurso do Pordata, utilizando dados actuais de
modo a obter uma conclusão inédita sobre a sociedade em que vivemos?” O
desafio estava lançado e o nosso grupo desde logo se interessou bastante
no assunto e decidiu abraçar esta causa.
 No início, houve uma grande indecisão no tema a escolher: afinal, existia
uma grande multiplicidade e vários assuntos suscitavam o nosso interesse.
Acabámos por optar por tentar compreender as consequências da grave crise
económica (mas também de valores!) que a Europa atravessa,
essencialmente no campo da pobreza.
 Até agora, estávamos habituados a viver numa sociedade onde se podiam
distinguir três classes sociais distintas: a classe alta, a classe média e a
classe baixa.
 No entanto, após consultarmos várias fontes de informação especialista,
noticiários e os próprios dados fornecidos na plataforma do Pordata,
pudemos obter dados que demonstram uma significativa evolução na
maneira como estas classes se distribuem.
 Este trabalho resulta precisamente da junção de gráficos, notícias e análises
de modo a tentar chegar a uma conclusão. Divide-se em duas partes fulcrais:
I – À beira do limite (onde tentámos perceber quais são afinal os riscos que
estamos a correr);
II – Sobe e Desce (onde analisámos as causas e consequências desta crise
económica que atravessamos).
Já o título “Pobreza Envergonhada” surge como uma metáfora para o facto
de existirem cada vez mais pobres entre nós, que não o admitem ser, e não
adquirem necessariamente o aspecto a que os costumamos associar.
 Os resultados não são animadores: a classe média corre o risco de
desaparecer nesta fase decisiva da economia mundial.

[Este trabalho obedece às condições estipuladas no regulamento PORDATA/
RBE 2011-2012]
I – À beira do limite




Figura 1 – Excerto de uma notícia retirada da versão online do jornal Público.




Figura 2 – Gráfico representativo do Limiar de risco de pobreza em Portugal
de 2003 a 2009 retirado da plataforma Pordata.
I – À beira do limite
 O limiar do risco de pobreza é o limite abaixo do qual se considera um
rendimento baixo em comparação com o rendimento de outros residentes no
país. Posto isto, e após uma rápida observação do gráfico anterior, salta
claramente à vista uma subida notória do mesmo no nosso país. Significa isto
que cada vez mais corremos o risco de nos passarmos a inserir na classe
baixa, que não ostenta quaisquer privilégios e leva um tipo de vida que exige
sacrifícios.
Numa sociedade dita moderna e actual, esperar-se-ia verificar que toda a
população vivesse de acordo com a dignidade humana e as condições
mínimas. No entanto, isto não acontece. Atravessamos uma situação
complicada onde nos encontrarmos perto do abismo, à beira do limite. Resta
saber se conseguiremos afastar-nos. Mas o que provoca estas graves
desigualdades no nosso país e deteriora cada vez mais a classe média? É o
que iremos explicar abaixo.




Figura 3 – Gráfico representativo das Despesas de consumo final das
famílias no território económico por tipo de bens e serviços de 2000 a 2009
retirado da plataforma Pordata.
II – Sobe e Desce




Figura 4 – Gráfico representativo da Desigualdade na distribuição do
rendimento de 2003 a 2009 retirado da plataforma Pordata

 Não é uma novidade o facto de em Portugal as despesas serem cada vez
maiores. Este facto prende-se com questões de índole económica, sendo a
sua principal causadora a profunda crise que atravessamos. A partir do
momento em que o preço e respectivas taxas dos produtos aumentam, as
despesas serão também maiores. De um modo geral, este aumento fez-se
sentir em todos os bens e serviços, exceptuando um ligeiro declive nos
transportes e nos restaurantes e hotéis, que se pode explicar pelo facto de
cada vez mais se utilizar um veículo pessoal (normalmente apenas um por
família) e pelos portugueses se darem cada vez menos ao luxo de ir “jantar
fora”, situação que acaba por ser bem dispendiosa, ou de dormir em hotéis,
um luxo que se tem provado cada vez mais desnecessário pois não é uma
prioridade.
 Ao mesmo tempo que estes indicadores aumentam, há cada vez uma maior
desigualdade na distribuição dos rendimentos. A economia atravessa um
verdadeiro “sobe e desce” letal que não parece dar tréguas às vidas das
classes menos favorecidas. No entanto, podemos verificar que esta
distribuição é feita de forma errada, dando azo à famosa expressão “Os ricos
cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres!” que nos habituámos a
ouvir nesta era-Troika que vivemos. Este é mais um dos factores que nos
leva a concluir que a classe média esteja a desaparecer e a extinguir-se a
uma velocidade estonteante.

                           II – Sobe e Desce




Figura 5 – Excerto de uma notícia retirada do site RTP Notícias.

 Funcionando como meio-termo entre os dois pólos (alto e baixo) das classes
sociais, a classe média tem cada vez mais dificuldade em afirmar-se num
sistema que parece virado do avesso. Depois de uma ascensão que já se
verifica desde os tempos medievais do nosso país (sendo grande parte deste
mérito da burguesia), é agora confrontada com desafios de vária espécie: Irá
a classe média conseguir aproximar-se da classe alta ou continuar a descer
por uma montanha chamada Dívida, cada vez mais perto da classe baixa?
 Este tipo de questão levanta diversos problemas e questões éticas, pois não
seria natural os governantes ajudarem a população ao máximo não a
deixando cair na falência? Os ditos sacrifícios que se fazem neste momento
pelo bem comum só têm agravado esta situação. As consequências
negativas estão à vista e são observadas rapidamente. Já as soluções e
resultados levam o seu tempo. Quantos terão de ter o seu nível de vida
reduzido até que ocorra uma estabilização da economia?




                                                Figura 6 – Sem-abrigo nas
                                                ruas de Lisboa. Uma situação
                                                cada vez mais observável.
Conclusão

 Apesar de nos termos como jovens optimistas, os resultados num futuro
próximo não são animadores. Num país que parece estar num beco sem
saída e navega sem bússola na Europa, as prioridades estão trocadas e as
consequências aproximam-se.
 Se o desaparecimento da classe média que este trabalho explora se verificar
ainda mais acentuadamente no nosso mundo real, os resultados serão
catastróficos. Tal como em tudo tem de existir um meio-termo, o mesmo
acontece com a classe média, importante fonte de rendimentos para o nosso
país pois desempenha cargos variados no mercado de trabalho. Esperamos
sinceramente que se consiga encontrar um ponto de viragem nesta situação.
Até lá, sigamos o conselho de Raul Solnado: “Façam o favor de ser felizes.”
Com aquilo que temos.
Fontes de informação consultadas
-   Plataforma Pordata, www.pordata.pt

-   Telejornais nacionais, de modo a obter informações e comparar
    resultados actuais;

-   Jornal Público, versão online, www.publico.pt

-   RTP Notícias, www.rtp.pt/noticias

-   Portal das Finanças, www.portaldasfinancas.gov.pt

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PORDATA- POBREZA EM PORTUGAL

  • 1. A Pobreza Envergonhada Estará a classe média a entrar em extinção? Trabalho de pesquisa realizado no âmbito da disciplina de Geografia A leccionada pela professora Maria Hermínia Santos à turma 10ºHLH. Autores do trabalho: Tiago Silva Nº22 Vera Gonçalves Nº23 Alexandra Silva Nº1
  • 2. Índice Capa ....................................................... Página 1 Índice ....................................................... Página 2 Introdução ....................................................... Página 3 I – À beira do limite ............................................... Páginas 4 e 5 II – Sobe e Desce .................................................. Páginas 6 e 7 Conclusão ........................................................ Página 8 Fontes de informação consultadas ............................... Página 9
  • 3. Introdução “E se participássemos no concurso do Pordata, utilizando dados actuais de modo a obter uma conclusão inédita sobre a sociedade em que vivemos?” O desafio estava lançado e o nosso grupo desde logo se interessou bastante no assunto e decidiu abraçar esta causa. No início, houve uma grande indecisão no tema a escolher: afinal, existia uma grande multiplicidade e vários assuntos suscitavam o nosso interesse. Acabámos por optar por tentar compreender as consequências da grave crise económica (mas também de valores!) que a Europa atravessa, essencialmente no campo da pobreza. Até agora, estávamos habituados a viver numa sociedade onde se podiam distinguir três classes sociais distintas: a classe alta, a classe média e a classe baixa. No entanto, após consultarmos várias fontes de informação especialista, noticiários e os próprios dados fornecidos na plataforma do Pordata, pudemos obter dados que demonstram uma significativa evolução na maneira como estas classes se distribuem. Este trabalho resulta precisamente da junção de gráficos, notícias e análises de modo a tentar chegar a uma conclusão. Divide-se em duas partes fulcrais: I – À beira do limite (onde tentámos perceber quais são afinal os riscos que estamos a correr); II – Sobe e Desce (onde analisámos as causas e consequências desta crise económica que atravessamos). Já o título “Pobreza Envergonhada” surge como uma metáfora para o facto de existirem cada vez mais pobres entre nós, que não o admitem ser, e não adquirem necessariamente o aspecto a que os costumamos associar. Os resultados não são animadores: a classe média corre o risco de desaparecer nesta fase decisiva da economia mundial. [Este trabalho obedece às condições estipuladas no regulamento PORDATA/ RBE 2011-2012]
  • 4. I – À beira do limite Figura 1 – Excerto de uma notícia retirada da versão online do jornal Público. Figura 2 – Gráfico representativo do Limiar de risco de pobreza em Portugal de 2003 a 2009 retirado da plataforma Pordata.
  • 5. I – À beira do limite O limiar do risco de pobreza é o limite abaixo do qual se considera um rendimento baixo em comparação com o rendimento de outros residentes no país. Posto isto, e após uma rápida observação do gráfico anterior, salta claramente à vista uma subida notória do mesmo no nosso país. Significa isto que cada vez mais corremos o risco de nos passarmos a inserir na classe baixa, que não ostenta quaisquer privilégios e leva um tipo de vida que exige sacrifícios. Numa sociedade dita moderna e actual, esperar-se-ia verificar que toda a população vivesse de acordo com a dignidade humana e as condições mínimas. No entanto, isto não acontece. Atravessamos uma situação complicada onde nos encontrarmos perto do abismo, à beira do limite. Resta saber se conseguiremos afastar-nos. Mas o que provoca estas graves desigualdades no nosso país e deteriora cada vez mais a classe média? É o que iremos explicar abaixo. Figura 3 – Gráfico representativo das Despesas de consumo final das famílias no território económico por tipo de bens e serviços de 2000 a 2009 retirado da plataforma Pordata.
  • 6. II – Sobe e Desce Figura 4 – Gráfico representativo da Desigualdade na distribuição do rendimento de 2003 a 2009 retirado da plataforma Pordata Não é uma novidade o facto de em Portugal as despesas serem cada vez maiores. Este facto prende-se com questões de índole económica, sendo a sua principal causadora a profunda crise que atravessamos. A partir do momento em que o preço e respectivas taxas dos produtos aumentam, as despesas serão também maiores. De um modo geral, este aumento fez-se sentir em todos os bens e serviços, exceptuando um ligeiro declive nos transportes e nos restaurantes e hotéis, que se pode explicar pelo facto de cada vez mais se utilizar um veículo pessoal (normalmente apenas um por família) e pelos portugueses se darem cada vez menos ao luxo de ir “jantar fora”, situação que acaba por ser bem dispendiosa, ou de dormir em hotéis, um luxo que se tem provado cada vez mais desnecessário pois não é uma prioridade. Ao mesmo tempo que estes indicadores aumentam, há cada vez uma maior desigualdade na distribuição dos rendimentos. A economia atravessa um verdadeiro “sobe e desce” letal que não parece dar tréguas às vidas das classes menos favorecidas. No entanto, podemos verificar que esta distribuição é feita de forma errada, dando azo à famosa expressão “Os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres!” que nos habituámos a ouvir nesta era-Troika que vivemos. Este é mais um dos factores que nos leva a concluir que a classe média esteja a desaparecer e a extinguir-se a
  • 7. uma velocidade estonteante. II – Sobe e Desce Figura 5 – Excerto de uma notícia retirada do site RTP Notícias. Funcionando como meio-termo entre os dois pólos (alto e baixo) das classes sociais, a classe média tem cada vez mais dificuldade em afirmar-se num sistema que parece virado do avesso. Depois de uma ascensão que já se verifica desde os tempos medievais do nosso país (sendo grande parte deste mérito da burguesia), é agora confrontada com desafios de vária espécie: Irá a classe média conseguir aproximar-se da classe alta ou continuar a descer por uma montanha chamada Dívida, cada vez mais perto da classe baixa? Este tipo de questão levanta diversos problemas e questões éticas, pois não seria natural os governantes ajudarem a população ao máximo não a deixando cair na falência? Os ditos sacrifícios que se fazem neste momento pelo bem comum só têm agravado esta situação. As consequências negativas estão à vista e são observadas rapidamente. Já as soluções e resultados levam o seu tempo. Quantos terão de ter o seu nível de vida reduzido até que ocorra uma estabilização da economia? Figura 6 – Sem-abrigo nas ruas de Lisboa. Uma situação cada vez mais observável.
  • 8. Conclusão Apesar de nos termos como jovens optimistas, os resultados num futuro próximo não são animadores. Num país que parece estar num beco sem saída e navega sem bússola na Europa, as prioridades estão trocadas e as consequências aproximam-se. Se o desaparecimento da classe média que este trabalho explora se verificar ainda mais acentuadamente no nosso mundo real, os resultados serão catastróficos. Tal como em tudo tem de existir um meio-termo, o mesmo acontece com a classe média, importante fonte de rendimentos para o nosso país pois desempenha cargos variados no mercado de trabalho. Esperamos sinceramente que se consiga encontrar um ponto de viragem nesta situação. Até lá, sigamos o conselho de Raul Solnado: “Façam o favor de ser felizes.” Com aquilo que temos.
  • 9. Fontes de informação consultadas - Plataforma Pordata, www.pordata.pt - Telejornais nacionais, de modo a obter informações e comparar resultados actuais; - Jornal Público, versão online, www.publico.pt - RTP Notícias, www.rtp.pt/noticias - Portal das Finanças, www.portaldasfinancas.gov.pt