O documento discute a importância de saber ouvir. Aprender a ouvir requer refletir sobre o que se ouve, entender diferentes significados e dar atenção aos outros. Algumas causas da "surdez intencional" incluem o orgulho e a ignorância. O documento também fornece dicas para ser um bom ouvinte, como ouvir sem preconceitos e respeitar as opiniões dos outros.
8. “Quem escuta, não ouve...”
... só ouve
quem reflete sobre o que ouviu.
Significado da palavra ouvir:
Perceber, entender (os sons), aprender,
dar atenção, acatar, ouvir os conselhos ou
razões, interpretar e conhecer.
9.
10. na Bíblia
...a arte de ouvir é fundamental para o crescimento:
“Quem responde antes de ouvir
comete insensatez
e passa vergonha”
(Provérbios 18:13)
13. Causas da “Surdez Intencional”
ORGULHO
Aquilo que é dito pelos
outros quase nunca
tem relevância para o
ouvinte orgulhoso,
pois julga que somente
ele é que detém o
“conhecimento“ e que
as demais pessoas
nada sabem.
IGNORÂNCIA
O desconhecimento de
alguns assuntos muitas
vezes impede que as
pessoas destinem total
interesse em ouvir
aquilo que lhes é
comunicado.
16. Qualidades do bom ouvinte
• Ouve sem preconceito
• É atencioso, envolve-se com o outro
• Sintoniza em quem fala
• É paciente e sabe aceitar o silêncio do outro
• Evita contradizer o outro, refletindo sobre o que
ouviu
• Valoriza e respeita as opiniões dos outros
• Faz bom uso do grande amor que existe em seu
coração para aceitar incondicionalmente as outras
pessoas como são: cheias de defeitos, limites,
preconceitos e, também, repleta de virtudes,
sonhos, conhecimentos e de sentimento. Assim
como qualquer um de nós.
18. • Fale usando seus sentimentos
mais profundos.
• Fale pausadamente
• Olhe nos olhos
• Use os três R´s
• Respeite voce mesmo
• Responsabilize-se por todos
os seus atos
• Reconheça quando errar
19. Não é bastante ter ouvidos para
ouvir o que é dito. É preciso
também que haja silêncio dentro
da alma.
Alberto Caeiro
20.
21. Para a arte de viver, é preciso
saber a arte de ouvir, sorrir e ter
paciência, sempre.
Hermann Hesse
22. A arte de ouvir é, também, a
ciência de ajudar.
Joana De Angelis
Hinweis der Redaktion
https://www.youtube.com/watch?v=6Dakd7EIgBE
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança…
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio…
Abrindo vazios de silêncio… Expulsando todas as idéias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos. ..
Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos.
É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir…
São duas as possibilidades :
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai à reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Escutando ou ouvindo
Existe, de fato, um diferencial entre aquele que ouve e aquele que simplesmente escuta.
Exemplo: Quantos de nós já não nos flagramos despercebidos enquanto alguém nos falava sobre algo e, de repente, acordamos e dizemos: – Ah, me desculpe! Mas o que você estava dizendo mesmo?
A resposta aqui é “Escutei mais não ouvi”. ouvindo?
Conta a lenda que um discípulo de Tomás de Aquino, vendo o mestre sempre debruçado sobre sua mesa de trabalho, absorto em estudos, resolveu pregar-lhe uma peça. Aproximou-se e disse: “Mestre, há um boi voando lá fora”. Imediatamente o sábio se levantou, correu e olhou pela janela. Ao voltar encontra seus fâmulos rindo e o que havia feito a troça disse: “Mestre como pôde o senhor acreditar que um boi pudesse voar? ” Ao que Tomás de Aquino respondeu: “preferi acreditar que um boi voasse, a pensar que você me enganaria”.
Esta atitude inusitada do grande filósofo, nos aponta para uma qualidade essencial da arte de ouvir: a atitude sem preconceito diante do novo, a capacidade para deixar de lado os conceitos prontos do que é, e do que não é a realidade. Ser de certa forma como criança quando o outro esta falando, pois ali a novidade pode acontecer. Uma criança eterna dentro de nos que cresce e aprende com tudo que ouve.
Ao ouvir, nos colocamos diante de algo que é distinto do nosso próprio ser. Precisamos nos esforçar para, mesmo que temporariamente, aceitar o outro dentro de nos. A imagem da criança neste sentido surge de forma poderosa, pois sendo ela como uma esponja, que absorve todas as impressões que a rodeiam, sem barreiras ou filtros, é muito mais apta a aprender e a ter verdadeiros encontros. Enquanto estamos ouvindo de forma genuína, estamos exercitando uma nova infância, um renascer para a realidade que surge.
O grande sabotador deste estado de ser é a dúvida. Como vimos no episódio de São Tomás, ela não se manifestou no momento em que ele escutou seu aluno. A dúvida tem pouco a ver com a natureza da criança. Ela é fruto de um processo crítico adulto, que não deve ser descartado, mas que se torna fatal quando invade o espaço da escuta. Quando em uma conversa ela surge, nascida do diálogo interno com meus velhos conceitos, já estou muito distante do meu interlocutor e paralisado na escuta.
Ouvir, neste sentido, pode tornar-se um forte aliado para o desenvolvimento individual e coletivo do ser humano, pois baseia-se em uma sincera abertura para o novo e na confiança e amor pelo próximo.
Mentores, por exemplo, treinam “ouvir”. Quando ouvir é um objetivo isto é uma prioridade (artigo de Marshall Goldsmith publicado no ultimo dia 17 de setembro de 2014, na revista Talent Management The Importance of Listening – Good mentors listen actively and make others feel valued as a result)
Neste artigo eles ensinam os mentores a pedir ajuda de seus pupilos e dizem como faze-lo: Eu sei que há ocasiões em que não sou o bom ouvinte que eu gostaria de ser. Quando voce perceber que não estou dando a voce toda a minha atenção, eu gostaria que voce me dissesse.
Rapport
Posted on setembro 22, 2013 by rita alonso
Imaginemos a seguinte cena: um casal conversando à mesa de um restaurante, parecendo absolutamente absortos no diálogo, como se houvessem se desligado de tudo. Eles adotam inclusive a mesma postura corporal (a mesma fisiologia): ambos estão inclinados à frente, braços apoiados sobre a mesa, apresentam a mesma expressão fisionômica. Se fosse possível ouvi-los, provavelmente estariam usando até o mesmo tom de voz, o mesmo ritmo, etc. Há tanta sincronia entre eles que se um muda (sua postura, sua voz), o outro também muda, como que por reflexo. É como se eles estivessem sendo o espelho um do outro.
Todos nós passamos por experiências semelhantes a esta, em que nos sentimos em perfeita harmonia com o outro a ponto de nos esquecermos, naquele momento, de onde estamos, do horário, de tudo.
A este tipo de experiência dá-se o nome de rapport, palavra de origem francesa que significa concordância, afinidade, analogia.
A habilidade de entrar em rapport pode ser aprendida e aperfeiçoada, havendo inúmeras técnicas para isto. Estas técnicas já existiam muito antes do surgimento da PNL, pois são muito utilizadas também por várias abordagens terapêuticas (Psicanálise, Abordagem Centrada na Pessoa, entre outras).
De nada adianta tentar conduzir alguém sem antes acompanhá-lo. Um exemplo disto é quando uma pessoa está triste e chega alguém com o firme propósito de animá-la, falando alto e irradiando alegria. O resultado será péssimo e, na melhor das hipóteses, a pessoa que estava triste sentir-se-á agredida com tanta animação, e dirá a si mesma: “Ninguém me entende…”
Mais adequado seria estabelecer rapport com esta pessoa espelhando talvez até o seu estado interno, além de outras características dela. Ou seja, espelhar sua postura, seu tom de voz, sua expressão, etc. Desta forma, é como se lhe demonstrássemos que reconhecemos e respeitamos o que ela sente. (Só isto às vezes já é suficiente para que esta pessoa se sinta melhor). Depois de estabelecido o rapport, poderemos então começar a conduzi-la, suavemente, para outro estado interno, para assuntos mais alegres.