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Introdução e Conceitos

                                 Catástrofes Naturais

        Catástrofes naturais é um tema muito actual. Estas têm uma relação muito directa
com os seres à face da Terra.
        Há vários tipos de catástrofes naturais, mas este termo tem uma conotação muito
directa: catástrofes naturais implicam sempre danos, materiais ou humanos.
        A diferença entre fenómeno natural extremo e catástrofe é que o primeiro pode
não causar danos, enquanto que o segundo causa sempre.
        Apesar dos avanços tecnológicos e científicos continuam a morrer pessoas devido
aos fenómenos naturais extremos.


      Será que hoje ocorrem mais fenómenos naturais extremos do que no passado?
Estamos mais vulneráveis agora ou no passado?

       Não se sabe se hoje há mais fenómenos naturais extremos que no passado, pois
hoje temos mais informação.
       Há um aumento dos fenómenos naturais extremos e as sociedades estão cada vez
mais vulneráveis.
       Hoje em dia, temos uma sociedade de informação que nos dá acesso a todo o
mundo quase a tempo real, mas há uma mediatização do fenómeno (muitas vezes a
mensagem que passa é errada). A informação dos media devia ser preventiva e não
mediatizada (ex: os incêndios em Portugal neste Verão). Apesar de teoricamente as
pessoas estarem mais informadas, na prática não estão.


       A vulnerabilidade das sociedades aos fenómenos naturais

        O avanço tecnológico implica dois aspectos: o Homem julga-se Deus, controla a
Natureza, tem poder sobre ela, mas quando não tem inventa sistemas que lhe dão uma
falsa segurança. Ex: desastres que aconteceram devido ao avanço tecnológico, como a
queda de satélites na Terra.


       Os três fenómenos que mais pessoas matam são, por ordem decrescente:
       - inundações
       - sismos (é o mais rápido e instantâneo)
       - secas
Conceitos

        Catástrofe  evento ou processo que causa danos e destruição, do qual resultam
prejuízos materiais e em muitos casos vítimas.
        Tipos de catástrofes: atmosféricas, hidrológicas, geológicas, biológicas e
tecnológicas. A maioria é complexa na sua origem, daí que as acções de prevenção sejam
difíceis de colocar em acção. Ex: ciclone – catástrofe atmosférica e hidrológica.

       Conceitos que se aplicam às sociedades:

       Perigo  ameaça potencial aos seres humanos e aos seus bens.

       Risco  probabilidade da ocorrência do perigo.

       Desastre  concretização do perigo.


      A maioria dos seres humanos não pensa no perigo, apenas em situações de stress.
As populações que estão em áreas de risco têm noção do perigo.
      A gravidade do desastre é avaliada em número de vítimas e milhões de dólares.

       As catástrofes naturais fazem parte da dinâmica do planeta. Na base dos
fenómenos naturais extremos está a evolução dos ecossistemas, a evolução do planeta.
Temos que lidar com a dinâmica do planeta azul e com a acção antrópica mais intensiva.
Estes dois elementos resultam em duas dinâmicas com escala temporal diferente e
contribuem para fenómenos naturais extremos.

        A acção antrópica é cada vez mais extensiva, eficaz e concreta. O Homem deixou
de agravar as consequências para estar nas causas dos fenómenos naturais extremos.
Consequentemente, a ocorrência destes fenómenos é mais catastrófica e o número de
desastres é maior.

         Sismos causados pelos bombardeamentos, pelas actividades mineiras
(especialmente as minas de carvão e diamantes), pelo esgotamento das águas freáticas
subterrâneas, pela construção de barragens.

         Vulcões são os fenómenos naturais extremos mais controlados. O Homem
situa-se na sua base pois são áreas férteis e turísticas, por isso o desastre pode ser maior.

        Movimentos de terreno são os fenómenos que são mais induzidos pela acção
humana porque tornamos as vertentes instáveis através da construção, das alterações de
drenagem, da desflorestação, do crescimento urbano.

         Catástrofes atmosféricas são directamente causadas pelo Homem pois ocupa
faixas litorais, fundamentalmente nas faixas de trajectória dos ciclones tropicais.
 Inundações são o fenómeno natural em que mais interferimos, pela ocupação
de áreas de planície, pela localização das áreas de circulação, pelo aumento dos
mecanismos de erosão de solos e tudo aquilo que contribua para o aumento do volume de
água à superfície, para o aumento da escorrência superficial.


        As áreas do globo em que os fenómenos naturais extremos ocorrem mais vezes
são normalmente as áreas com maior crescimento demográfico, menores recursos
económicos, extrema pressão sobre o território. Isto vai aumentar o grau e a ocorrência de
desastres. Os países em vias de desenvolvimento são os mais afectados pela ocorrência
destes fenómenos e por falta de medidas após a catástrofe.

        Para fazer uma avaliação da catástrofe temos de saber a magnitude do fenómeno,
a frequência, a duração, a extensão, a concentração espacial, a velocidade de extensão e a
regularidade. Só depois se pode fazer uma cartografia de risco.
        Estes parâmetros são apenas relativos aos aspectos físicos, faltam os aspectos
socio-económicos, culturais e a percepção. Só assim temos a avaliação do fenómeno,
com vista a permitir a redução dos efeitos catastróficos do fenómeno.
Sismos

       Os fenómenos catastróficos têm um tempo de aviso curto, à excepção das secas.
       Os sismos provocam vítimas imediatamente após a sua ocorrência.
       Nos países em vias de desenvolvimento, as vítimas são involuntárias, enquanto
que nos países desenvolvidos o risco à exposição dos sismos é já uma atitude voluntária.
       O sismo ocorre com uma escala de intensidade quer quantitativa, quer qualitativa.
       Todos estes fenómenos necessitam de um plano de emergência.


       Características que permitem avaliar um sismo

       − magnitude: dimensão do fenómeno em termos de tamanho e intensidade.

       − frequência: quantas vezes ocorre o sismo. É a possibilidade de estabelecer
probabilidades.

       − duração: período de tempo em que o sismo se verifica.

       − extensão: tamanho da área afectada pelo sismo.

       − concentração espacial: distribuição do sismo no espaço terrestre. Em muitos
sismos é uma vantagem (sismos ocorrem junto de falhas tectónicas).

        − velocidade de ocorrência: estabelecida entre o início do sismo e o máximo que
atingiu.


       Sismo:
        ocorre em todas as áreas do globo – fenómeno global;
        não se faz anunciar;
        aumenta a carga de risco
        eventos inesperados cuja origem está na vibração resultante da libertação de
energia da terra (curto tempo);
        movimentos com duas componentes (vertical e horizontal) – ondas sísmicas.


       Hipocentro ou foco – ponto de origem em profundidade.

       Epicentro – centro do sismo à superfície.

       Sismógrafos – instrumentos de alta precisão que nos dão a magnitude do sismo.
Existem duas escalas de medida:

       a) Escala de Richter: magnitude do fenómeno (energia libertada pelo sismo);

       b) Escala de Mercalli: qualitativa e estabelece 12 graus diferentes baseados nos
danos que o sismo pode provocar (1 – imperceptível e 12 – destruição total).


        Os sismos são fenómenos que causam danos elevados porque têm grande poder
destrutivo sobre infra-estruturas de todo o tipo. Mesmo quando não há danos materiais
eles provocam medo, pânico e desencadeiam outros fenómenos.
        Os sismos provocam dois comportamentos: desorientação e estado de choque.


       Porque acontece um sismo?
       - relação directa com a tectónica de placas;
       - facilidade de ocorrência nas áreas de falha e fractura.
       - ocorrência preferencial nas áreas de contacto de placas tectónicas e nas áreas de
vulcanismo.


       O planeta resiste a sismos todos os dias. Anualmente, há cerca de 1 milhão de
sismos no globo. Apenas uma percentagem provoca catástrofe e vítimas.

       Os sismos nunca têm um único abalo porque são reajustamentos da litologia.


       Características que tornam um sismo catastrófico:

       • magnitude;
       • forma e tipo de materiais utilizados nas infra-estruturas;
       • distribuição da população;
       • tipo de litologia;
       • nível de desenvolvimento socio-económico e tecnológico de um país.

       S. Francisco, 1989, 7.1 na escala de Richter = 65 mortos

       Arménia, 1988, 6.8 na escala de Richter = 25 mil mortos

       lacunas − falta de ordenamento do território
               − factores socio-económicos
               − medidas e acções de prevenção
               − emergência e o socorro
Áreas mais propícias ao sismo:
- áreas densamente povoadas;
- áreas que circundam o Oceano Pacífico.

Litologia:
- amplia o fenómeno;
- áreas tectonicamente frágeis;
- rochas sedimentares ou detríticas (areais, aluviões);
- áreas que não apresentem elevado grau de consolidação.

Áreas em Portugal mais propícias a sismos:
- bacias do Tejo e do Sado;
- áreas meso-cenozóicas (Algarve);
- maciço antigo;
- região de Évora;
- Trás-os-Montes (falhas activas).


Consequências dos sismos:

Cenário imediato
• devastação e caos;
• componente humana: pânico, medo e desorientação.

Efeitos a curto prazo
• morte ou ferimento de pessoas;
• colapso total ou parcial dos edifícios;
• destruição das vias de comunicação;
• interrupção das comunicações;
• cortes na distribuição do gás, da água e da electricidade;
• incêndios por derrame de combustíveis;
• ruptura das barragens;
• movimentos de terreno em áreas declivosas e queda de blocos;
• ondas gigantes (tsunamis);
• preocupação e ansiedade das pessoas atingidas.

Efeitos a longo prazo
• dificuldade de alojamento;
• restabelecimento das comunicações;
• doenças e epidemias por falta e má qualidade da água;
• famílias separadas, grande número de órfãos, problemas psicológicos;
• elevados custos de reconstrução;
• aumento dos fluxos migratórios.
Como mitigar os efeitos de um sismo?

       − Reduzir o desastre através de medidas de acções de prevenção e planeamento.

       − A prevenção deve basear-se na confiança do aviso e implica tempo e meios de
evacuação.

       − Regulamentação das regras de construção dos edifícios com regras anti-
sísmicas.

       − Reforçar as estruturas existentes.

       − Divulgação de opção de auto-prevenção/auto-protecção.

       − Serviços e redes alternativas de abastecimento (água, luz, electricidade).

       − Cartografia de áreas de risco.

       − Criação de planos de emergência.

       − Ordenamento do território (funcionalidade e especificidades do território).
Vulcanismo

       O vulcanismo é um fenómeno natural que provoca muitas vítimas. É a
manifestação mais espectacular da dinâmica interna do globo e tornou-se uma divindade
em várias civilizações.

       Os vulcões são fenómenos de elevado nível de catastrofismo. Nápoles, Tóquio e
Quito são grandes cidades situadas junto a vulcões activos. As pessoas vivem nessas
áreas pois os solos são mais férteis e de grande produtividade, logo, fonte de rendimento.

       Quer os sismos, quer os vulcões, são fenómenos com os quais não temos muita
capacidade de enfrentar.


       Causas do vulcanismo
       − tectónica de placas
       − magma

      Consoante as emanações do magma temos diferentes tipos de vulcanismos.
Sabem-se os sítios onde cada tipo de vulcanismo ocorre.

       Vulcanismo de subducção  resulta do choque convergente das placas oceânicas.
Dá origem aos arcos insulares, os quais têm relevos que têm vulcões activos.

       Vulcanismo de crista atlântica  área de expansão (dorsais do fundo do mar).
Vulcanismo que resulta da emanação permanente de magma (rift). Há sectores de rift que
são continentais, que tectonicamente são depressões, grandes vales.

        Hotspots  pontos quentes, lugares onde o magma que se acumula no interior da
superfície, ascende à superfície como uma bolha.

       O vulcanismo estará sempre associado à tectónica de placas e à dinâmica interna
do globo.


       Consequências do vulcanismo:

       O grau de catastrofismo não está directamente ligado à erupção, mas está ligada a
fenómenos desencadeados pela erupção, os quais têm um elevado risco para as
populações:

        • escoadas de lava – emanações de magma (lava). O seu grau de catástrofe
depende da sua composição química. As lavas são mais líquidas quando têm mais teor
em sílica. As mortes são provocadas por coadas, materiais em movimento que podem ter
mais ou menos velocidade, mas tudo o que é apanhado pela coada é destruído, pois a
coada provoca fogo. As lavas podem percorrer 10 km. As lavas fluídas são as mais
perigosas.

       • cinzas ou lapilli – são um material fino emanado pelos vulcões nas fases
explosivas (tal como as bombas vulcânicas). Os grandes volumes são depositados junto
ao vulcão mas as cinzas percorrem muitos quilómetros, podem percorrer toda a
atmosfera. As cinzas provocam vítimas, por colapso pelo peso do material ou por asfixia.
Podem também cair a kms de distância, provocando como que uma poluição.

        • escoadas de piroclastos e nuvens ardentes – as escoadas de piroclastos são
formadas por gás incandescente + cinzas + fragmentos rochosos. Deslocam-se a km/h e
as temperaturas podem ser superiores a 800º C. As nuvens ardentes são sobretudo
formadas por gás (como, por exemplo, dióxido de carbono) acumulado na cratera
vulcânica, o qual desloca-se como um fluído (desce). São muito perigosas e muito
catastróficas.

       • lahars – são um fenómeno complexo, pois só ocorre quando há água e cinzas ou
materiais piroclásticos. Ocorrem onde há neve ou glaciares. Formam-se torrentes de lama
que destroem tudo, as quais podem deslocar-se a mais de 100 km/h, podem percorrer 300
km e ter mais de 15 metros de espessura. Estes materiais funcionam sempre pelas linhas
de água.

       • Tsunamis – estão ligados às grandes erupções submarinas.


       Mitigação do vulcanismo:

       A mitigação do vulcanismo passa pela previsão, que tem por objectivo os sinais
vulcânicos. É o fenómeno mais monitorizado.
       Os vulcões têm mais previsão pois estão ligados à temperatura (magma = fluído)
ao passo que os sismos são um fenómeno ligado à energia. Os satélites controlam a
temperatura dos vulcões.

        − monitorização geo-física, feita com base num sistema de imagens de satélite
(Global Position System – medições tiradas sempre no mesmo local, vendo pequenas
alterações da topografia).

       − controle da actividade sísmica.

       − modificações da temperatura e da natureza geo-química através de recolha de
amostra de gases, da temperatura e da análise de amostra de material que o vulcão vai
emanando.

    − monitorização da energia térmica, com base em imagens do NOA, através do
AVHRR (Advance Very Hight Resolution Rediometer) que mede a rediação infra-
vermelha imitida pelos vulcões, o que permite definir, com as amostras de campo,
quando o vulcão vai entrar em erupção.

       Após a erupção vulcânica:

        − controle das coadas de lava, com a construção de barreiras de terra ou betão, a
construção de canais artificiais, explosivos e jactos de água, criando um muro para a lava
que se segue.

       − Construir com materiais leves.

       − Cartografia de riscos com a identificação das áreas críticas e os cenários de
propagação de lavas, com base na topografia e morfologia.
Movimentos de Terreno

        Movimentos de terreno são fenómenos que se caracterizam por grande volume de
materiais, os quais se deslocam por acção da gravidade, em função do declive. Também
se designa de movimento de massas.

      São catastróficos quando causam grandes prejuízos materiais ou perdas humanas.
A maioria destes fenómenos são inofensivos. As áreas preferenciais para a ocorrência de
movimentos de terreno são as áreas montanhosas.

       Existem diferentes tipos de movimentos de massas, como movimentos lentos
(como a reptação) e rápidos (como as avalanches). O mais difícil é que estes movimentos
resultam do somatório de factores e variam quanto à magnitude, escala.
       Podem ser subclassificados em função da litologia, da velocidade, do teor em
água e na forma que resulta no fim do movimento.


       Causas dos movimentos de terreno:

        Os movimentos de terreno podem ser desencadeados por outros fenómenos
naturais e pela acção antrópica.
        Factores de instabilidade:

       • gravidade, responsável pela movimentação dos materiais, que é influenciada
pelo peso e pela inclinação;

        • declive das vertentes: quanto maior for, mais favorecidas estão as condições
para o colapso. Mas o declive não é o único elemento para a instabilidade, são também as
situações em que não existe vegetação e quando o homem actua (escavações, pedreiras).
O declive pode ser acentuado por factores naturais: rios e mar, pela erosão de sapa.

        • tipo de rocha: diferente comportamento das rochas em função do declive e da
capacidade de absorção de água, que vão determinar o grau de instabilidade das
vertentes. Quando as rochas permeáveis alternam as rochas permeáveis há problema, pois
provoca deslizamentos de terrenos.

       • estrutura geológica: quando linhas de fraqueza, planos de descontinuidade
(contactos geológicos) coincidem ou têm a mesma inclinação do máximo de declive, há
movimentos na base da vertente.

        • saturação em água: grandes quantidades de água = saturação = perda de coesão
= lubrificante = movimento.

     • desflorestação: remoção de coberto florestal, que implica maior grau de erosão e
movimentação das partículas para a base da vertente.
• implantação de edifícios e infra-estruturas que causam peso, causando
movimento de terreno.


       Movimentos/processos que desencadeiam os movimentos de terreno:

        • chuvas intensas: factor de catalização quando os terrenos já estão saturados.
Estes movimentos são dos mais catastróficos e mais frequentes a nível do globo.
        • sismos: a propagação das ondas sísmicas impulsionam o colapso.
        • escavações nas bases das vertentes: erosão de sapa, rompe-se com o equilíbrio
da vertente.


       Consequências dos movimentos de terreno:

      Estão favorecidos nas regiões tropicais húmidas.
      Factores que aumentam as consequências: aumento populacional, erros no
desenvolvimento territorial, crescimento descontrolado das cidades.
      Este fenómeno aumenta com o desenvolvimento tecnológico.



       Mitigação dos movimentos de terreno:

       As soluções são apresentadas pelos engenheiros civis.

       − redução do declive das vertentes (ex: socalcos em betão, rocha, terra batida).
       − sistemas de drenagens nas vertentes, para retirar o excesso de água.
       − promover a estabilidade das vertentes.
       − gestão eficaz do uso e ocupação do solo.
       − gestão das áreas de risco.
       − cartografias de risco (com imagens de satélite e monitorização de campo).
Fenómenos climáticos extremos

       Fenómenos climáticos extremos acontecem e estão relacionados com a
temperatura e a precipitação.
       Temperatura – vagas de frio e calor; o valor da t. assume valores fora do normal.
       Precipitação – o problema é ter excesso ou défice de precipitação.
       Vento – quando combinado com os outros dois é catastrófico.


                                  Ciclones tropicais

        São dos fenómenos naturais que mais vítimas provocam (15 000 por ano). São as
tempestades mais violentas. Têm a particularidade de terem quase sempre origem na
mesma faixa de latitude: entre o equador e os trópicos.
        A sua terminologia varia consoante a região do globo em que acontece: tofões na
Ásia e Oceano Pacífico; furações nas Caraíbas e Oceano Atlântico; e ciclones no Oceano
Índico.


       Causas dos ciclones

       − os ciclones são dos fenómenos climáticos extremos mais complexos, não matam
mas têm uma série de fenómenos que provocam vítimas:
       • acção dos ventos muito fortes (> 200 km/h), que arrasam tudo.
       • chuvas intensas: mais de 500 mm em 24 horas; são o principal factor de morte
(inundações).
       • acção do mar: aumento da altura e intensidade da ondulação; acentuado aumento
do nível da maré.


       Mitigação dos ciclones

      − Prevenção e previsão: sistemas de alerta baseados na previsão meteorológica
(imagem de satélite), mas ainda há dificuldade relativamente à evacuação em terra.



                                       Tornados

       Violentas tempestades com ventos muito fortes, associados a trovoadas e a
condições atmosféricas de grande instabilidade.

       Formam-se em várias regiões do globo e não têm sazonalidade. Estão muito
presentes nos EUA e União Soviética, devido à continentalidade e às planícies.
Tornado é uma nuvem de grande desenvolvimento vertical, com a configuração
de um funil, o qual toca raramente a superfície (máximo durante 20 minutos) e é
responsável por ventos fortes (600 km/h).
       Não é o tornado que mata mas os objectos transportados e projectados.


       Mitigação dos tornados

       − previsão e preparação eficaz e real da população: construção de abrigos em
casas, blindagem de janelas. É o único fenómeno natural que tem um clube de fãs:
caçadores de tempestades, a principal rede de alerta e previsão.



                            Fenómenos climáticos adversos

       • ventos muito fortes que provoquem danos elevados.

       • chuvas muito intensas de curta duração, que provocam inundações e cheias.

        • granizo intenso e precipitação em forma de neve: danos materiais ou vítimas. É
complicado quando isolam comunidades, cortam vias de comunicação e perdas nas
culturas agrícolas.

       • trovoadas: acompanhadas de raios matam 100 a 150 pessoas por ano, em
Portugal; provocam incêndios.

         • vagas de frio: consequência de oscilações fors do normal e permanência de
situações anticiclónicas, sobretudo de carácter continental. Consequências: grandes
geadas que destroem culturas; gelar dos pisos e aumento dos acidentes viários; gelar os
rios e lagos (na parte superficial); afectam sobretudo os mais pobres e os sem-abrigo.

        • vagas de calor: situações anticiclónicas de grande estabilidade; graves do ponto
de vista da saúde, pois afectam bastante as crianças os idosos; provocam incêndios pela
falta de humidade do ar; têm consequências graves no ecossistema porque reduzem a
quantidade de água no solo.

      • situações de prolongada           ausência   de   precipitação:   conduzem     ao
desenvolvimento de secas.

       • nevoeiros densos e persistentes: situação extrema e podem provocar danos
materiais e vítimas.
Inundações e Cheias

        As inundações e as cheias resultam das mesmas características genéticas. São
diferentes em escala e em localização geográfica. Ocupam áreas que não estão,
normalmente, submersas.

       As inundações e as cheias são um excesso de água que pode resultar de:
       - chuvas torrenciais;
       - chuvas prolongadas;
       - água de degelo;
       - libertação de caudais de barragens;
       - origem marinha (quando associadas a tempestades).

       Estes dois fenómenos podem ser exporádicos ou terem uma grande frequência. Na
sua essência, são raramente catastróficos, mas são-no quando provocam danos materiais.
       Na sua concepção, são fenómenos naturais extremos e temporários. As cheias
ocorrem de forma repentina e os efeitos prolongam-se no tempo, sobretudo os sócio-
económicos. Há tembém efeitos psicológicos que podem durar muito tempo.


       Causas das inundações e das cheias

      A cheia é um fenómeno repentino e é uma subida progressiva da água no leito de
um rio, que pode ser progressivo e monitorizado, mas também pode ser repentina.
Provoca inundações das margens, das áreas urbanas, destruição de sistemas de drenagem.
      As cheias são responsabilidade e regem-se pela dinâmica do sistema (rio, cidade).

       Factores na génese do fenómeno

       Resultam de vários factores, o único em comum é o excesso de água.

       − chuvas intensas associadas a trovoadas, ciclones tropicais, monções, originando
grandes volumes de água que provocam cheias e chuvas repentinas.

      − bacias impermeáveis com vertentes declivosas, desflorestação, rochas
impermeáveis, o que favorece a ocorrência de cheias.

        − canais assoreados, obstruídos devido à acumulação de sedimentos, provocados
pela erosão dos solos, obras mal realizadas, lixos.

       − aumento do escoamento superficial devido à urbanização.

       − folhas nas estruturas de protecção contra as cheias (diques, barragens).

        − redução do tamanho das planícies fluviais por obras de correcção e construção
de estruturas nas planícies.
Consequências das inundações e das cheias

       − perdas de vidas humanas, desalojados;

       − isolamento das povoações;

       − danos em propriedades por submerção;

       − submerção ou obstrução das vias de comunicação e infra-estruturas;

       − destruição de explorações agrícolas e pecuárias;

       − interrupção da distribuição de serviços básicos;

       − desemprego, baixa na produção, baixa das actividades económicas;

       − custos elevados no apoio às vítimas e reconstrução das áreas afectadas.


       Mitigação

       − Monitorização/Previsão;

       − Prevenção.


       Acções de mitigação

       − monitorização;

        − análise das observações meteorológicas: análise de séries longas de
precipitação; análise das condições meteorológicas de fenómenos anteriores; seguimento
das situações potenciais: imagem de satélite, carta das superfícies frontais e imagem de
radar; análise dos caudais dos cursos de água;

       − análise do comportamento das barragens;

       − análise das condições físicas do terreno;

      − utilização de modelos hidrológicos e meteorológicos para prever o
comportamento das barragens e sistemas fluviais;

       − elaboração de cartografia de riscos com base em SIG e detecção remota;

       − divulgação de programas de sensibilização e educação;
− regulamentação dos usos do solo em áreas críticas;

      − devolução dos espaços naturais aos cursos de água;

      − renaturalização das planícies aluviais (ex: Holanda).


       As inundações e as cheias têm consequências diversas em função do momento em
que ocorre (dia ou noite), dependem do nível de desenvolvimento do país e da sua
capacidade financeira e do desenvolvimento cultural das populações.
       As inundações podem ter consequências positivas, como o enriquecimento dos
solos nas planícies aluviais.
Secas

       As secas são catástrofes climáticas compostas. São consideradas o mais complexo
fenómeno climático extremo e é o fenómeno natural menos compreendido. É aquele que
mais pessoas afecta a nível mundial.

       As secas são fenómenos complexos porque têm consequências a diferentes níveis
e grandes complicações sócio-económicas.

       Aridez ≠ seca

      Aridez – baseia-se a uma característica permanente do clima, específica de
algumas regiões (regiões áridas).

        Seca – défice/escassez temporária de água; ausência parcial ou total ou má
distribuição, mas durante o período em que devia chover.

       A seca é um fenómeno aleatório. A sua distribuição é variada, mas há áreas
preferenciais de incidência: continente africano. São as mais frequentes, com maior
número de ocorrência. O número de catástrofes registadas é diferente de ano para ano,
mas com tendência para aumentar.

       Há diferentes tipos de secas, que se definem pelas características, níveis de
gravidade, tempo, espaço, número de pessoas afectadas:

       • seca meteorológica: ocorre quando há uma redução de precipitação normal num
período de tempo;

       • seca edáfica: é igual à seca que afecta a agricultura; é uma falta de humidade, o
que vai afectar o desenvolvimento das culturas, do ecossistema produtivo ou natural;

       • seca hidrológica: défice nas águas superficiais e subterrâneas, caudais reduzidos
ou nulos, falta de escoamento.

       • seca sócio-económica: acontece quando afecta a produção de bens de consumo e
a economia de uma região.


       Causas das secas

       − anomalia na circulação geral da atmosfera: perturbação da circulação de oeste,
situações de bloqueio por instalações de massas de ar anticiclónicas estáveis e a sua
permanência. Estas situações estarão relacionadas com a dinâmica oceânica.

       − factores que vão intensificar o fenómeno (sobretudo de natureza antrópica):
• excessiva exploração dos recursos hídricos, sobretudo dos mananciais das
águas subterrâneas, desflorestação, utilização de culturas não indicadas, má gestão da
água;

         • não há indícios da seca (climática ou hidrológica).


       Consequências das secas

       − número crescente de vítimas por dia por falta de alimentos e de água potável;
       − morte de animais, perda de culturas, diminuição da produção agrícola;
       − deficiente abastecimento de água para abastecimento urbano;
       − prejuízo nas actividades económicas;
       − degradação da vegetação natural;
       − perda de biodiversidade;
       − desertificação;
       − condições favoráveis à ocorrência de incêndios;
       − favorecimento da propagação de doenças nas plantas, animais e humanos.


       Mitigação

        − Previsão: baseada em conhecimento do fenómeno, sobretudo na monitorização
(tratamento de séries longas de precipitação - 40 anos no mínimo - por quintis; análise de
documentos históricos; estudo de caudais e do potencial das águas subterrâneas). Hoje,
utilizam-se estudos de séries e análises de modelos da circulação da atmosfera. As novas
tecnologias não têm trazido novidades.

       − Prevenção: prevenção a longo prazo, que deve minimizar e incentivar a gestão
da água. Pretende-se reduzir os efeitos do fenómeno, através de:

       • mudança das técnicas de regadio: rega gota-a-gota deve ser utilizada;
       • armazenamento de água em infra-estruturas;
       • armazenamento de recursos energéticos, como a energia eléctrica;
       • gestão racional e controlo permanente das áreas subterrâneas;
       • gestão equilibrada e redução do consumo de água em função dos diversos usos;
       • melhor utilização dos fundos estruturais;
       • gestão de culturas mais adaptadas às condições de solo e clima;
       • sensibilização para a reutilização e reciclagem da água;
       • educação ambiental.
Catástrofes Naturais – Perspectivas Futuras

       As catástrofes naturais são o resultado da interacção dos fenómenos naturais
extremos e as actividades antrópicas. Esta interacção tem tido um exponencial agravado
em relação às consequências, devido ao desenvolvimento tecnológico e ao crescimento
demográfico.

       O desenvolvimento tecnológico é uma componente de previsão e possibilidade de
ocupar espaços com risco e a falsa segurança que a tecnologia transmite.

       Temos áreas geográficas preferenciais: áreas de charneira/delimitação, oscilação
de áreas climáticas, áreas de delimitação interna do globo, áreas de ciclones, etc. São as
áreas mais dinâmicas, preferencialmente escolhidas pelos humanos para se instalarem.

        Temos que assumir que os processos vão continuar a acontecer porque fazem
parte da evolução do planeta e temos de aprender a viver com eles.


       A frequência com que os fenómenos naturais ocorrem, o número de vítimas e os
danos têm alertado a opinião pública. Cada vez mais a monitorização é eficaz. Temos
mais consciência global, pois há conferênciais mundiais. Em Dezembro de 1987, a ONU
fez uma conferência ligada às catástrofes naturais.


       Há quatro princípios que devem ser encarados pelos países da ONU:

1. Melhorar a capacidade dos países para mitigar os efeitos das catástrofes naturais.

2. Estabelecer orientações e estratégias para que seja aplicado o conhecimento existente.

3. Fomentar projectos científicos e técnicos que permitam colmatar as falhas dos
conhecimentos.

4. Preparar e difundir informação acerca da prevenção e mitigação dos desastres naturais,
mediante programas de assistência técnica, projectos de demonstração, educação e
formação.

        As seguradoras são as que têm trabalhado mais para que se cumpram estes
objectivos.
Catástrofes Tecnológicas

      As catástrofes tecnológicas são aquelas cujo elemento fundamental é o Homem.
Uma grande quantidade de fenómenos de hoje são catástrofes tecnológicas.

       Catástrofes tecnológicas

       • acidentes de transporte;
       • explosão e fogos industriais;
       • fugas acidentais de gases tóxicos;
       • avarias em centrais nucleares;
       • falhas nos edifícios públicos e outras estruturas
       • poluição do ar.


       Poluição atmosférica

        É a catástrofe tecnológica mais grave no globo. É mais complicada quanto maior
é a explosão demográfica. Uma em cada sete crianças sofre de graves problemas
respiratórios, bem como muita da população mundial sofre deste tipo de problemas. Estes
têm vindo a aumentar devido, entre outros factores, ao desenvolvimento industrial.
        A falta de qualidade do ar deve-se a:

       • aumento do tráfego de veículos: os PVD têm 10% dos veículos a nível mundial,
mas são os que vão ter maior procura e necessidade de veículos. A maioria dos veículos
não tem catalizadores. Os veículos emitem gases que prejudicam a saúde pública.

       • indústria: os PVD têm a maioria das indústrias mais poluentes (pouco
desenvolvidas). Nos PD, há os que têm a melhor tecnologia de ponta (menos poluente),
pois também têm uma população mais exigente. Os países ricos deslocam as indústrias
poluentes para outros países. A poluição industrial tem uma grande carga económica, que
depende da riqueza do país e do seu desenvolvimento económico.

       • crescimento urbano: 50% da população mundial vive em cidades. As cidades
dos PVD poluem mais devido à lenha utilizada para as tarefas básicas (cozinhar,
aquecer). Grande parte dos centros urbanos não tem recursos económicos para tratar este
problema. As pessoas morrem devido às doenças respiratórias. Raramente o planeamento
das cidades tem em conta medidas que minimizem a poluição do ar e promovam a
qualidade do ar.

       Medidas para combater a poluição atmosférica:
       • apostar nos transportes públicos;
       • diminuir as áreas que impedem a boa circulação do ar;
       • criar espaços verdes;
       • mudar a forma de alimentar as cidades com energia;
       • educar as pessoas para estimarem o recurso ar.
A grande consequência é a saúde: doenças respiratórias (a mais comum é a asma).
Estas doenças agravam-se com o tabaco, o giz, etc.
       A falta de qualidade do ar matou em explosões em transporte de gases tóxicos,
nos sismos quando esses gases são propagados.
       Há pouca monitorização da qualidade do ar.


       Acidentes de transporte

       Acontecem devido ao aumento da população e ao aumento do número de
veículos. Nos PD é um dos factores de morte e é considerado uma catástrofe.
       Estão relacionados com o transporte de mercadorias perigosas: camiões-cisterna,
acidentes de viação e acidentes marítimos.
       O grau de catástrofe tem vindo a aumentar devido ao aumento das trocas entre os
produtores e os consumidores. A criação de rotas ajuda a diminuir as catástrofes.
       As consequências afectam o ser humano e todo o ecossistema.


       Fugas radioactivas e explosões nucleares

       Menos frequentes mas catastroficamente mais importantes são as explosões
nucleares. As fugas radioactivas são menos faladas, mas a Europa sofre com essas fugas.


       Explosões e fogos industriais


       Falhas nos edifícios públicos e outras estruturas (ex: Entre-os-Rios, IC 19)


      Os acidentes tecnológicos podem ser localizados e dependem dos modelos de
desenvolvimento e do planeamento e ordenamento do território.

        A sua mitigação depende, acima de tudo, da cultura das populações. Há uma
distância entre qualidade de vida e satisfação pessoal.

       Quanto mais avançarmos tecnologicamente e cientificamente, menor é a
capacidade de lidarmos com as nossas próprias invenções (ex: máquina-a-vapor).

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Apontamentos Riscos e Catástrofes

  • 1. Introdução e Conceitos Catástrofes Naturais Catástrofes naturais é um tema muito actual. Estas têm uma relação muito directa com os seres à face da Terra. Há vários tipos de catástrofes naturais, mas este termo tem uma conotação muito directa: catástrofes naturais implicam sempre danos, materiais ou humanos. A diferença entre fenómeno natural extremo e catástrofe é que o primeiro pode não causar danos, enquanto que o segundo causa sempre. Apesar dos avanços tecnológicos e científicos continuam a morrer pessoas devido aos fenómenos naturais extremos. Será que hoje ocorrem mais fenómenos naturais extremos do que no passado? Estamos mais vulneráveis agora ou no passado? Não se sabe se hoje há mais fenómenos naturais extremos que no passado, pois hoje temos mais informação. Há um aumento dos fenómenos naturais extremos e as sociedades estão cada vez mais vulneráveis. Hoje em dia, temos uma sociedade de informação que nos dá acesso a todo o mundo quase a tempo real, mas há uma mediatização do fenómeno (muitas vezes a mensagem que passa é errada). A informação dos media devia ser preventiva e não mediatizada (ex: os incêndios em Portugal neste Verão). Apesar de teoricamente as pessoas estarem mais informadas, na prática não estão. A vulnerabilidade das sociedades aos fenómenos naturais O avanço tecnológico implica dois aspectos: o Homem julga-se Deus, controla a Natureza, tem poder sobre ela, mas quando não tem inventa sistemas que lhe dão uma falsa segurança. Ex: desastres que aconteceram devido ao avanço tecnológico, como a queda de satélites na Terra. Os três fenómenos que mais pessoas matam são, por ordem decrescente: - inundações - sismos (é o mais rápido e instantâneo) - secas
  • 2. Conceitos Catástrofe  evento ou processo que causa danos e destruição, do qual resultam prejuízos materiais e em muitos casos vítimas. Tipos de catástrofes: atmosféricas, hidrológicas, geológicas, biológicas e tecnológicas. A maioria é complexa na sua origem, daí que as acções de prevenção sejam difíceis de colocar em acção. Ex: ciclone – catástrofe atmosférica e hidrológica. Conceitos que se aplicam às sociedades: Perigo  ameaça potencial aos seres humanos e aos seus bens. Risco  probabilidade da ocorrência do perigo. Desastre  concretização do perigo. A maioria dos seres humanos não pensa no perigo, apenas em situações de stress. As populações que estão em áreas de risco têm noção do perigo. A gravidade do desastre é avaliada em número de vítimas e milhões de dólares. As catástrofes naturais fazem parte da dinâmica do planeta. Na base dos fenómenos naturais extremos está a evolução dos ecossistemas, a evolução do planeta. Temos que lidar com a dinâmica do planeta azul e com a acção antrópica mais intensiva. Estes dois elementos resultam em duas dinâmicas com escala temporal diferente e contribuem para fenómenos naturais extremos. A acção antrópica é cada vez mais extensiva, eficaz e concreta. O Homem deixou de agravar as consequências para estar nas causas dos fenómenos naturais extremos. Consequentemente, a ocorrência destes fenómenos é mais catastrófica e o número de desastres é maior.  Sismos causados pelos bombardeamentos, pelas actividades mineiras (especialmente as minas de carvão e diamantes), pelo esgotamento das águas freáticas subterrâneas, pela construção de barragens.  Vulcões são os fenómenos naturais extremos mais controlados. O Homem situa-se na sua base pois são áreas férteis e turísticas, por isso o desastre pode ser maior.  Movimentos de terreno são os fenómenos que são mais induzidos pela acção humana porque tornamos as vertentes instáveis através da construção, das alterações de drenagem, da desflorestação, do crescimento urbano.  Catástrofes atmosféricas são directamente causadas pelo Homem pois ocupa faixas litorais, fundamentalmente nas faixas de trajectória dos ciclones tropicais.
  • 3.  Inundações são o fenómeno natural em que mais interferimos, pela ocupação de áreas de planície, pela localização das áreas de circulação, pelo aumento dos mecanismos de erosão de solos e tudo aquilo que contribua para o aumento do volume de água à superfície, para o aumento da escorrência superficial. As áreas do globo em que os fenómenos naturais extremos ocorrem mais vezes são normalmente as áreas com maior crescimento demográfico, menores recursos económicos, extrema pressão sobre o território. Isto vai aumentar o grau e a ocorrência de desastres. Os países em vias de desenvolvimento são os mais afectados pela ocorrência destes fenómenos e por falta de medidas após a catástrofe. Para fazer uma avaliação da catástrofe temos de saber a magnitude do fenómeno, a frequência, a duração, a extensão, a concentração espacial, a velocidade de extensão e a regularidade. Só depois se pode fazer uma cartografia de risco. Estes parâmetros são apenas relativos aos aspectos físicos, faltam os aspectos socio-económicos, culturais e a percepção. Só assim temos a avaliação do fenómeno, com vista a permitir a redução dos efeitos catastróficos do fenómeno.
  • 4. Sismos Os fenómenos catastróficos têm um tempo de aviso curto, à excepção das secas. Os sismos provocam vítimas imediatamente após a sua ocorrência. Nos países em vias de desenvolvimento, as vítimas são involuntárias, enquanto que nos países desenvolvidos o risco à exposição dos sismos é já uma atitude voluntária. O sismo ocorre com uma escala de intensidade quer quantitativa, quer qualitativa. Todos estes fenómenos necessitam de um plano de emergência. Características que permitem avaliar um sismo − magnitude: dimensão do fenómeno em termos de tamanho e intensidade. − frequência: quantas vezes ocorre o sismo. É a possibilidade de estabelecer probabilidades. − duração: período de tempo em que o sismo se verifica. − extensão: tamanho da área afectada pelo sismo. − concentração espacial: distribuição do sismo no espaço terrestre. Em muitos sismos é uma vantagem (sismos ocorrem junto de falhas tectónicas). − velocidade de ocorrência: estabelecida entre o início do sismo e o máximo que atingiu. Sismo:  ocorre em todas as áreas do globo – fenómeno global;  não se faz anunciar;  aumenta a carga de risco  eventos inesperados cuja origem está na vibração resultante da libertação de energia da terra (curto tempo);  movimentos com duas componentes (vertical e horizontal) – ondas sísmicas. Hipocentro ou foco – ponto de origem em profundidade. Epicentro – centro do sismo à superfície. Sismógrafos – instrumentos de alta precisão que nos dão a magnitude do sismo.
  • 5. Existem duas escalas de medida: a) Escala de Richter: magnitude do fenómeno (energia libertada pelo sismo); b) Escala de Mercalli: qualitativa e estabelece 12 graus diferentes baseados nos danos que o sismo pode provocar (1 – imperceptível e 12 – destruição total). Os sismos são fenómenos que causam danos elevados porque têm grande poder destrutivo sobre infra-estruturas de todo o tipo. Mesmo quando não há danos materiais eles provocam medo, pânico e desencadeiam outros fenómenos. Os sismos provocam dois comportamentos: desorientação e estado de choque. Porque acontece um sismo? - relação directa com a tectónica de placas; - facilidade de ocorrência nas áreas de falha e fractura. - ocorrência preferencial nas áreas de contacto de placas tectónicas e nas áreas de vulcanismo. O planeta resiste a sismos todos os dias. Anualmente, há cerca de 1 milhão de sismos no globo. Apenas uma percentagem provoca catástrofe e vítimas. Os sismos nunca têm um único abalo porque são reajustamentos da litologia. Características que tornam um sismo catastrófico: • magnitude; • forma e tipo de materiais utilizados nas infra-estruturas; • distribuição da população; • tipo de litologia; • nível de desenvolvimento socio-económico e tecnológico de um país. S. Francisco, 1989, 7.1 na escala de Richter = 65 mortos Arménia, 1988, 6.8 na escala de Richter = 25 mil mortos lacunas − falta de ordenamento do território − factores socio-económicos − medidas e acções de prevenção − emergência e o socorro
  • 6. Áreas mais propícias ao sismo: - áreas densamente povoadas; - áreas que circundam o Oceano Pacífico. Litologia: - amplia o fenómeno; - áreas tectonicamente frágeis; - rochas sedimentares ou detríticas (areais, aluviões); - áreas que não apresentem elevado grau de consolidação. Áreas em Portugal mais propícias a sismos: - bacias do Tejo e do Sado; - áreas meso-cenozóicas (Algarve); - maciço antigo; - região de Évora; - Trás-os-Montes (falhas activas). Consequências dos sismos: Cenário imediato • devastação e caos; • componente humana: pânico, medo e desorientação. Efeitos a curto prazo • morte ou ferimento de pessoas; • colapso total ou parcial dos edifícios; • destruição das vias de comunicação; • interrupção das comunicações; • cortes na distribuição do gás, da água e da electricidade; • incêndios por derrame de combustíveis; • ruptura das barragens; • movimentos de terreno em áreas declivosas e queda de blocos; • ondas gigantes (tsunamis); • preocupação e ansiedade das pessoas atingidas. Efeitos a longo prazo • dificuldade de alojamento; • restabelecimento das comunicações; • doenças e epidemias por falta e má qualidade da água; • famílias separadas, grande número de órfãos, problemas psicológicos; • elevados custos de reconstrução; • aumento dos fluxos migratórios.
  • 7. Como mitigar os efeitos de um sismo? − Reduzir o desastre através de medidas de acções de prevenção e planeamento. − A prevenção deve basear-se na confiança do aviso e implica tempo e meios de evacuação. − Regulamentação das regras de construção dos edifícios com regras anti- sísmicas. − Reforçar as estruturas existentes. − Divulgação de opção de auto-prevenção/auto-protecção. − Serviços e redes alternativas de abastecimento (água, luz, electricidade). − Cartografia de áreas de risco. − Criação de planos de emergência. − Ordenamento do território (funcionalidade e especificidades do território).
  • 8. Vulcanismo O vulcanismo é um fenómeno natural que provoca muitas vítimas. É a manifestação mais espectacular da dinâmica interna do globo e tornou-se uma divindade em várias civilizações. Os vulcões são fenómenos de elevado nível de catastrofismo. Nápoles, Tóquio e Quito são grandes cidades situadas junto a vulcões activos. As pessoas vivem nessas áreas pois os solos são mais férteis e de grande produtividade, logo, fonte de rendimento. Quer os sismos, quer os vulcões, são fenómenos com os quais não temos muita capacidade de enfrentar. Causas do vulcanismo − tectónica de placas − magma Consoante as emanações do magma temos diferentes tipos de vulcanismos. Sabem-se os sítios onde cada tipo de vulcanismo ocorre. Vulcanismo de subducção  resulta do choque convergente das placas oceânicas. Dá origem aos arcos insulares, os quais têm relevos que têm vulcões activos. Vulcanismo de crista atlântica  área de expansão (dorsais do fundo do mar). Vulcanismo que resulta da emanação permanente de magma (rift). Há sectores de rift que são continentais, que tectonicamente são depressões, grandes vales. Hotspots  pontos quentes, lugares onde o magma que se acumula no interior da superfície, ascende à superfície como uma bolha. O vulcanismo estará sempre associado à tectónica de placas e à dinâmica interna do globo. Consequências do vulcanismo: O grau de catastrofismo não está directamente ligado à erupção, mas está ligada a fenómenos desencadeados pela erupção, os quais têm um elevado risco para as populações: • escoadas de lava – emanações de magma (lava). O seu grau de catástrofe depende da sua composição química. As lavas são mais líquidas quando têm mais teor em sílica. As mortes são provocadas por coadas, materiais em movimento que podem ter mais ou menos velocidade, mas tudo o que é apanhado pela coada é destruído, pois a
  • 9. coada provoca fogo. As lavas podem percorrer 10 km. As lavas fluídas são as mais perigosas. • cinzas ou lapilli – são um material fino emanado pelos vulcões nas fases explosivas (tal como as bombas vulcânicas). Os grandes volumes são depositados junto ao vulcão mas as cinzas percorrem muitos quilómetros, podem percorrer toda a atmosfera. As cinzas provocam vítimas, por colapso pelo peso do material ou por asfixia. Podem também cair a kms de distância, provocando como que uma poluição. • escoadas de piroclastos e nuvens ardentes – as escoadas de piroclastos são formadas por gás incandescente + cinzas + fragmentos rochosos. Deslocam-se a km/h e as temperaturas podem ser superiores a 800º C. As nuvens ardentes são sobretudo formadas por gás (como, por exemplo, dióxido de carbono) acumulado na cratera vulcânica, o qual desloca-se como um fluído (desce). São muito perigosas e muito catastróficas. • lahars – são um fenómeno complexo, pois só ocorre quando há água e cinzas ou materiais piroclásticos. Ocorrem onde há neve ou glaciares. Formam-se torrentes de lama que destroem tudo, as quais podem deslocar-se a mais de 100 km/h, podem percorrer 300 km e ter mais de 15 metros de espessura. Estes materiais funcionam sempre pelas linhas de água. • Tsunamis – estão ligados às grandes erupções submarinas. Mitigação do vulcanismo: A mitigação do vulcanismo passa pela previsão, que tem por objectivo os sinais vulcânicos. É o fenómeno mais monitorizado. Os vulcões têm mais previsão pois estão ligados à temperatura (magma = fluído) ao passo que os sismos são um fenómeno ligado à energia. Os satélites controlam a temperatura dos vulcões. − monitorização geo-física, feita com base num sistema de imagens de satélite (Global Position System – medições tiradas sempre no mesmo local, vendo pequenas alterações da topografia). − controle da actividade sísmica. − modificações da temperatura e da natureza geo-química através de recolha de amostra de gases, da temperatura e da análise de amostra de material que o vulcão vai emanando. − monitorização da energia térmica, com base em imagens do NOA, através do AVHRR (Advance Very Hight Resolution Rediometer) que mede a rediação infra-
  • 10. vermelha imitida pelos vulcões, o que permite definir, com as amostras de campo, quando o vulcão vai entrar em erupção. Após a erupção vulcânica: − controle das coadas de lava, com a construção de barreiras de terra ou betão, a construção de canais artificiais, explosivos e jactos de água, criando um muro para a lava que se segue. − Construir com materiais leves. − Cartografia de riscos com a identificação das áreas críticas e os cenários de propagação de lavas, com base na topografia e morfologia.
  • 11. Movimentos de Terreno Movimentos de terreno são fenómenos que se caracterizam por grande volume de materiais, os quais se deslocam por acção da gravidade, em função do declive. Também se designa de movimento de massas. São catastróficos quando causam grandes prejuízos materiais ou perdas humanas. A maioria destes fenómenos são inofensivos. As áreas preferenciais para a ocorrência de movimentos de terreno são as áreas montanhosas. Existem diferentes tipos de movimentos de massas, como movimentos lentos (como a reptação) e rápidos (como as avalanches). O mais difícil é que estes movimentos resultam do somatório de factores e variam quanto à magnitude, escala. Podem ser subclassificados em função da litologia, da velocidade, do teor em água e na forma que resulta no fim do movimento. Causas dos movimentos de terreno: Os movimentos de terreno podem ser desencadeados por outros fenómenos naturais e pela acção antrópica. Factores de instabilidade: • gravidade, responsável pela movimentação dos materiais, que é influenciada pelo peso e pela inclinação; • declive das vertentes: quanto maior for, mais favorecidas estão as condições para o colapso. Mas o declive não é o único elemento para a instabilidade, são também as situações em que não existe vegetação e quando o homem actua (escavações, pedreiras). O declive pode ser acentuado por factores naturais: rios e mar, pela erosão de sapa. • tipo de rocha: diferente comportamento das rochas em função do declive e da capacidade de absorção de água, que vão determinar o grau de instabilidade das vertentes. Quando as rochas permeáveis alternam as rochas permeáveis há problema, pois provoca deslizamentos de terrenos. • estrutura geológica: quando linhas de fraqueza, planos de descontinuidade (contactos geológicos) coincidem ou têm a mesma inclinação do máximo de declive, há movimentos na base da vertente. • saturação em água: grandes quantidades de água = saturação = perda de coesão = lubrificante = movimento. • desflorestação: remoção de coberto florestal, que implica maior grau de erosão e movimentação das partículas para a base da vertente.
  • 12. • implantação de edifícios e infra-estruturas que causam peso, causando movimento de terreno. Movimentos/processos que desencadeiam os movimentos de terreno: • chuvas intensas: factor de catalização quando os terrenos já estão saturados. Estes movimentos são dos mais catastróficos e mais frequentes a nível do globo. • sismos: a propagação das ondas sísmicas impulsionam o colapso. • escavações nas bases das vertentes: erosão de sapa, rompe-se com o equilíbrio da vertente. Consequências dos movimentos de terreno: Estão favorecidos nas regiões tropicais húmidas. Factores que aumentam as consequências: aumento populacional, erros no desenvolvimento territorial, crescimento descontrolado das cidades. Este fenómeno aumenta com o desenvolvimento tecnológico. Mitigação dos movimentos de terreno: As soluções são apresentadas pelos engenheiros civis. − redução do declive das vertentes (ex: socalcos em betão, rocha, terra batida). − sistemas de drenagens nas vertentes, para retirar o excesso de água. − promover a estabilidade das vertentes. − gestão eficaz do uso e ocupação do solo. − gestão das áreas de risco. − cartografias de risco (com imagens de satélite e monitorização de campo).
  • 13. Fenómenos climáticos extremos Fenómenos climáticos extremos acontecem e estão relacionados com a temperatura e a precipitação. Temperatura – vagas de frio e calor; o valor da t. assume valores fora do normal. Precipitação – o problema é ter excesso ou défice de precipitação. Vento – quando combinado com os outros dois é catastrófico. Ciclones tropicais São dos fenómenos naturais que mais vítimas provocam (15 000 por ano). São as tempestades mais violentas. Têm a particularidade de terem quase sempre origem na mesma faixa de latitude: entre o equador e os trópicos. A sua terminologia varia consoante a região do globo em que acontece: tofões na Ásia e Oceano Pacífico; furações nas Caraíbas e Oceano Atlântico; e ciclones no Oceano Índico. Causas dos ciclones − os ciclones são dos fenómenos climáticos extremos mais complexos, não matam mas têm uma série de fenómenos que provocam vítimas: • acção dos ventos muito fortes (> 200 km/h), que arrasam tudo. • chuvas intensas: mais de 500 mm em 24 horas; são o principal factor de morte (inundações). • acção do mar: aumento da altura e intensidade da ondulação; acentuado aumento do nível da maré. Mitigação dos ciclones − Prevenção e previsão: sistemas de alerta baseados na previsão meteorológica (imagem de satélite), mas ainda há dificuldade relativamente à evacuação em terra. Tornados Violentas tempestades com ventos muito fortes, associados a trovoadas e a condições atmosféricas de grande instabilidade. Formam-se em várias regiões do globo e não têm sazonalidade. Estão muito presentes nos EUA e União Soviética, devido à continentalidade e às planícies.
  • 14. Tornado é uma nuvem de grande desenvolvimento vertical, com a configuração de um funil, o qual toca raramente a superfície (máximo durante 20 minutos) e é responsável por ventos fortes (600 km/h). Não é o tornado que mata mas os objectos transportados e projectados. Mitigação dos tornados − previsão e preparação eficaz e real da população: construção de abrigos em casas, blindagem de janelas. É o único fenómeno natural que tem um clube de fãs: caçadores de tempestades, a principal rede de alerta e previsão. Fenómenos climáticos adversos • ventos muito fortes que provoquem danos elevados. • chuvas muito intensas de curta duração, que provocam inundações e cheias. • granizo intenso e precipitação em forma de neve: danos materiais ou vítimas. É complicado quando isolam comunidades, cortam vias de comunicação e perdas nas culturas agrícolas. • trovoadas: acompanhadas de raios matam 100 a 150 pessoas por ano, em Portugal; provocam incêndios. • vagas de frio: consequência de oscilações fors do normal e permanência de situações anticiclónicas, sobretudo de carácter continental. Consequências: grandes geadas que destroem culturas; gelar dos pisos e aumento dos acidentes viários; gelar os rios e lagos (na parte superficial); afectam sobretudo os mais pobres e os sem-abrigo. • vagas de calor: situações anticiclónicas de grande estabilidade; graves do ponto de vista da saúde, pois afectam bastante as crianças os idosos; provocam incêndios pela falta de humidade do ar; têm consequências graves no ecossistema porque reduzem a quantidade de água no solo. • situações de prolongada ausência de precipitação: conduzem ao desenvolvimento de secas. • nevoeiros densos e persistentes: situação extrema e podem provocar danos materiais e vítimas.
  • 15. Inundações e Cheias As inundações e as cheias resultam das mesmas características genéticas. São diferentes em escala e em localização geográfica. Ocupam áreas que não estão, normalmente, submersas. As inundações e as cheias são um excesso de água que pode resultar de: - chuvas torrenciais; - chuvas prolongadas; - água de degelo; - libertação de caudais de barragens; - origem marinha (quando associadas a tempestades). Estes dois fenómenos podem ser exporádicos ou terem uma grande frequência. Na sua essência, são raramente catastróficos, mas são-no quando provocam danos materiais. Na sua concepção, são fenómenos naturais extremos e temporários. As cheias ocorrem de forma repentina e os efeitos prolongam-se no tempo, sobretudo os sócio- económicos. Há tembém efeitos psicológicos que podem durar muito tempo. Causas das inundações e das cheias A cheia é um fenómeno repentino e é uma subida progressiva da água no leito de um rio, que pode ser progressivo e monitorizado, mas também pode ser repentina. Provoca inundações das margens, das áreas urbanas, destruição de sistemas de drenagem. As cheias são responsabilidade e regem-se pela dinâmica do sistema (rio, cidade). Factores na génese do fenómeno Resultam de vários factores, o único em comum é o excesso de água. − chuvas intensas associadas a trovoadas, ciclones tropicais, monções, originando grandes volumes de água que provocam cheias e chuvas repentinas. − bacias impermeáveis com vertentes declivosas, desflorestação, rochas impermeáveis, o que favorece a ocorrência de cheias. − canais assoreados, obstruídos devido à acumulação de sedimentos, provocados pela erosão dos solos, obras mal realizadas, lixos. − aumento do escoamento superficial devido à urbanização. − folhas nas estruturas de protecção contra as cheias (diques, barragens). − redução do tamanho das planícies fluviais por obras de correcção e construção de estruturas nas planícies.
  • 16. Consequências das inundações e das cheias − perdas de vidas humanas, desalojados; − isolamento das povoações; − danos em propriedades por submerção; − submerção ou obstrução das vias de comunicação e infra-estruturas; − destruição de explorações agrícolas e pecuárias; − interrupção da distribuição de serviços básicos; − desemprego, baixa na produção, baixa das actividades económicas; − custos elevados no apoio às vítimas e reconstrução das áreas afectadas. Mitigação − Monitorização/Previsão; − Prevenção. Acções de mitigação − monitorização; − análise das observações meteorológicas: análise de séries longas de precipitação; análise das condições meteorológicas de fenómenos anteriores; seguimento das situações potenciais: imagem de satélite, carta das superfícies frontais e imagem de radar; análise dos caudais dos cursos de água; − análise do comportamento das barragens; − análise das condições físicas do terreno; − utilização de modelos hidrológicos e meteorológicos para prever o comportamento das barragens e sistemas fluviais; − elaboração de cartografia de riscos com base em SIG e detecção remota; − divulgação de programas de sensibilização e educação;
  • 17. − regulamentação dos usos do solo em áreas críticas; − devolução dos espaços naturais aos cursos de água; − renaturalização das planícies aluviais (ex: Holanda). As inundações e as cheias têm consequências diversas em função do momento em que ocorre (dia ou noite), dependem do nível de desenvolvimento do país e da sua capacidade financeira e do desenvolvimento cultural das populações. As inundações podem ter consequências positivas, como o enriquecimento dos solos nas planícies aluviais.
  • 18. Secas As secas são catástrofes climáticas compostas. São consideradas o mais complexo fenómeno climático extremo e é o fenómeno natural menos compreendido. É aquele que mais pessoas afecta a nível mundial. As secas são fenómenos complexos porque têm consequências a diferentes níveis e grandes complicações sócio-económicas. Aridez ≠ seca Aridez – baseia-se a uma característica permanente do clima, específica de algumas regiões (regiões áridas). Seca – défice/escassez temporária de água; ausência parcial ou total ou má distribuição, mas durante o período em que devia chover. A seca é um fenómeno aleatório. A sua distribuição é variada, mas há áreas preferenciais de incidência: continente africano. São as mais frequentes, com maior número de ocorrência. O número de catástrofes registadas é diferente de ano para ano, mas com tendência para aumentar. Há diferentes tipos de secas, que se definem pelas características, níveis de gravidade, tempo, espaço, número de pessoas afectadas: • seca meteorológica: ocorre quando há uma redução de precipitação normal num período de tempo; • seca edáfica: é igual à seca que afecta a agricultura; é uma falta de humidade, o que vai afectar o desenvolvimento das culturas, do ecossistema produtivo ou natural; • seca hidrológica: défice nas águas superficiais e subterrâneas, caudais reduzidos ou nulos, falta de escoamento. • seca sócio-económica: acontece quando afecta a produção de bens de consumo e a economia de uma região. Causas das secas − anomalia na circulação geral da atmosfera: perturbação da circulação de oeste, situações de bloqueio por instalações de massas de ar anticiclónicas estáveis e a sua permanência. Estas situações estarão relacionadas com a dinâmica oceânica. − factores que vão intensificar o fenómeno (sobretudo de natureza antrópica):
  • 19. • excessiva exploração dos recursos hídricos, sobretudo dos mananciais das águas subterrâneas, desflorestação, utilização de culturas não indicadas, má gestão da água; • não há indícios da seca (climática ou hidrológica). Consequências das secas − número crescente de vítimas por dia por falta de alimentos e de água potável; − morte de animais, perda de culturas, diminuição da produção agrícola; − deficiente abastecimento de água para abastecimento urbano; − prejuízo nas actividades económicas; − degradação da vegetação natural; − perda de biodiversidade; − desertificação; − condições favoráveis à ocorrência de incêndios; − favorecimento da propagação de doenças nas plantas, animais e humanos. Mitigação − Previsão: baseada em conhecimento do fenómeno, sobretudo na monitorização (tratamento de séries longas de precipitação - 40 anos no mínimo - por quintis; análise de documentos históricos; estudo de caudais e do potencial das águas subterrâneas). Hoje, utilizam-se estudos de séries e análises de modelos da circulação da atmosfera. As novas tecnologias não têm trazido novidades. − Prevenção: prevenção a longo prazo, que deve minimizar e incentivar a gestão da água. Pretende-se reduzir os efeitos do fenómeno, através de: • mudança das técnicas de regadio: rega gota-a-gota deve ser utilizada; • armazenamento de água em infra-estruturas; • armazenamento de recursos energéticos, como a energia eléctrica; • gestão racional e controlo permanente das áreas subterrâneas; • gestão equilibrada e redução do consumo de água em função dos diversos usos; • melhor utilização dos fundos estruturais; • gestão de culturas mais adaptadas às condições de solo e clima; • sensibilização para a reutilização e reciclagem da água; • educação ambiental.
  • 20. Catástrofes Naturais – Perspectivas Futuras As catástrofes naturais são o resultado da interacção dos fenómenos naturais extremos e as actividades antrópicas. Esta interacção tem tido um exponencial agravado em relação às consequências, devido ao desenvolvimento tecnológico e ao crescimento demográfico. O desenvolvimento tecnológico é uma componente de previsão e possibilidade de ocupar espaços com risco e a falsa segurança que a tecnologia transmite. Temos áreas geográficas preferenciais: áreas de charneira/delimitação, oscilação de áreas climáticas, áreas de delimitação interna do globo, áreas de ciclones, etc. São as áreas mais dinâmicas, preferencialmente escolhidas pelos humanos para se instalarem. Temos que assumir que os processos vão continuar a acontecer porque fazem parte da evolução do planeta e temos de aprender a viver com eles. A frequência com que os fenómenos naturais ocorrem, o número de vítimas e os danos têm alertado a opinião pública. Cada vez mais a monitorização é eficaz. Temos mais consciência global, pois há conferênciais mundiais. Em Dezembro de 1987, a ONU fez uma conferência ligada às catástrofes naturais. Há quatro princípios que devem ser encarados pelos países da ONU: 1. Melhorar a capacidade dos países para mitigar os efeitos das catástrofes naturais. 2. Estabelecer orientações e estratégias para que seja aplicado o conhecimento existente. 3. Fomentar projectos científicos e técnicos que permitam colmatar as falhas dos conhecimentos. 4. Preparar e difundir informação acerca da prevenção e mitigação dos desastres naturais, mediante programas de assistência técnica, projectos de demonstração, educação e formação. As seguradoras são as que têm trabalhado mais para que se cumpram estes objectivos.
  • 21. Catástrofes Tecnológicas As catástrofes tecnológicas são aquelas cujo elemento fundamental é o Homem. Uma grande quantidade de fenómenos de hoje são catástrofes tecnológicas. Catástrofes tecnológicas • acidentes de transporte; • explosão e fogos industriais; • fugas acidentais de gases tóxicos; • avarias em centrais nucleares; • falhas nos edifícios públicos e outras estruturas • poluição do ar. Poluição atmosférica É a catástrofe tecnológica mais grave no globo. É mais complicada quanto maior é a explosão demográfica. Uma em cada sete crianças sofre de graves problemas respiratórios, bem como muita da população mundial sofre deste tipo de problemas. Estes têm vindo a aumentar devido, entre outros factores, ao desenvolvimento industrial. A falta de qualidade do ar deve-se a: • aumento do tráfego de veículos: os PVD têm 10% dos veículos a nível mundial, mas são os que vão ter maior procura e necessidade de veículos. A maioria dos veículos não tem catalizadores. Os veículos emitem gases que prejudicam a saúde pública. • indústria: os PVD têm a maioria das indústrias mais poluentes (pouco desenvolvidas). Nos PD, há os que têm a melhor tecnologia de ponta (menos poluente), pois também têm uma população mais exigente. Os países ricos deslocam as indústrias poluentes para outros países. A poluição industrial tem uma grande carga económica, que depende da riqueza do país e do seu desenvolvimento económico. • crescimento urbano: 50% da população mundial vive em cidades. As cidades dos PVD poluem mais devido à lenha utilizada para as tarefas básicas (cozinhar, aquecer). Grande parte dos centros urbanos não tem recursos económicos para tratar este problema. As pessoas morrem devido às doenças respiratórias. Raramente o planeamento das cidades tem em conta medidas que minimizem a poluição do ar e promovam a qualidade do ar. Medidas para combater a poluição atmosférica: • apostar nos transportes públicos; • diminuir as áreas que impedem a boa circulação do ar; • criar espaços verdes; • mudar a forma de alimentar as cidades com energia; • educar as pessoas para estimarem o recurso ar.
  • 22. A grande consequência é a saúde: doenças respiratórias (a mais comum é a asma). Estas doenças agravam-se com o tabaco, o giz, etc. A falta de qualidade do ar matou em explosões em transporte de gases tóxicos, nos sismos quando esses gases são propagados. Há pouca monitorização da qualidade do ar. Acidentes de transporte Acontecem devido ao aumento da população e ao aumento do número de veículos. Nos PD é um dos factores de morte e é considerado uma catástrofe. Estão relacionados com o transporte de mercadorias perigosas: camiões-cisterna, acidentes de viação e acidentes marítimos. O grau de catástrofe tem vindo a aumentar devido ao aumento das trocas entre os produtores e os consumidores. A criação de rotas ajuda a diminuir as catástrofes. As consequências afectam o ser humano e todo o ecossistema. Fugas radioactivas e explosões nucleares Menos frequentes mas catastroficamente mais importantes são as explosões nucleares. As fugas radioactivas são menos faladas, mas a Europa sofre com essas fugas. Explosões e fogos industriais Falhas nos edifícios públicos e outras estruturas (ex: Entre-os-Rios, IC 19) Os acidentes tecnológicos podem ser localizados e dependem dos modelos de desenvolvimento e do planeamento e ordenamento do território. A sua mitigação depende, acima de tudo, da cultura das populações. Há uma distância entre qualidade de vida e satisfação pessoal. Quanto mais avançarmos tecnologicamente e cientificamente, menor é a capacidade de lidarmos com as nossas próprias invenções (ex: máquina-a-vapor).