O documento discute diversos instrumentos musicais tradicionais portugueses, incluindo o adufe, o bandolim, o cavaquinho e a gaita-de-foles. Explora a origem e distribuição geográfica destes instrumentos, bem como seu papel na cultura e tradições musicais de diferentes regiões de Portugal.
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Património Cultural - Instrumentos tradicionais Portugueses - O Bombo
1. 1
Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
Tradição Musical do Bombo
Património Musical Português
MARIANTES DO RIO DOURO
3. 3
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Paisagístico português
Os Bombos – Património Musical Português
• Portugal é um país
extremamente rico
em diversidade
cultural no que à
música diz respeito.
4. • Efeito de séculos de história e pela amálgama de
povos que passaram pelo nosso território, a tradição
musical portuguesa encontra-se em impregnada de
ritmos celtas, árabes, judeus, e do centro da europa
(música provençal da Idade Média).
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5. • Se a guitarra
portuguesa merece
destaque pela
relevância que o fado
de Lisboa e a canção de
Coimbra gozam na
atualidade, outros
instrumentos ganharam
grande notoriedade ao
longo da história:
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6. 6
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Acordeão e a Concertina
• O acordeão é mais
conhecido em Portugal
como ‘harmónio’. É
maior do que a
concertina e é bastante
utilizado em várias
regiões do país,
sobretudo na parte
norte.
Clique para ouvir o acordeão (youtube)
Clique para ouvir a concertina (youtube)
7. • A concertina, além de
ser mais pequena tem a
caixa hexagonal. Estes
dois são instrumentos,
que não tiveram origem
em Portugal mas que
foram introduzidos no
país e aqui tiveram
grande difusão.
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• Vindo a ocupar, muitas
vezes, o tocar da viola.
Hoje existem algumas
regiões do país onde
mesmo o acordeão já
não tem a força que
teve.
9. Adufe
• O adufe é um
instrumento oriundo da
região da Beira Baixa.
É tradicionalmente feito
e tocado pelas
mulheres: as adufeiras.
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Clique para ouvir o som do adufe (youtube)
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• É um instrumento
quadrangular que é
feito a partir da pele
dos animais da região.
11. • O facto de serem zonas
ricas em pastorícia
justifica de algum modo
a grande explosão de
adufes saídos das mãos
habilidosas das
mulheres da Beira
Interior.
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• Antigamente era vulgar
as pessoas juntarem-se
em casa umas das
outras ou no largo do
pelourinho daquele
lugar e tocarem adufe
ao despique.
13. • Os homens jogavam o "truque” (um jogo de cartas)
e as mulheres cantavam, dançavam e tocavam.
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14. • O adufe também esteve
desde sempre ligado aos
acontecimentos religioso
s e às romarias, mesmo
na Quaresma quando os
divertimentos eram
“proibidos". O adufe era
o instrumento que
acompanhava as
melodias tristes, próprias
da quadra.
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• Contudo, em Trás-os-
Montes e no Alentejo o
adufe é mais conhecido
por pandeiro.
16. • Na terra transmontana
a decoração do
pandeiro é mais sóbria.
Já no Alentejo, os
pandeiros são
enfeitados com cores
mais garridas.
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Adufes de Ourém
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Bandolim
• Dos instrumentos mais
conhecidos em Portugal,
tem como o seu
expoente máximo atual
na interpretação deste
instrumento de cordas
Júlio Pereira, um dos mais
conceituados músicos
portuguese e defensor
dos instrumentos
tradicionais portugueses
Clique para ouvir o som do bandolim (youtube)
18. • O bandolim é
semelhante à guitarra
portuguesa (alguns
autores defendem que
o antepassado destes
dois instrumentos terá
sido o alaúde,
instrumento muito em
voga na Idade Média)
mas é constituído por
uma caixa mais estreita.
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• O bandolim é um
instrumento de origem
italiana. Dizem os
artesãos que os fabricam
na região de Braga, que
os tradicionais são
feitos de madeira boa e
de forma artesanal,
enquanto os que se
vendem agora no
mercado são mais
pequenos e são feitos de
madeira prensada.
20. Cavaquinho
• Também um dos
instrumentos que tem no
músico e compositor Júlio
Pereira como um dos
mais exímios executores
e investigadores, o
cavaquinho é um
instrumento arreigado à
cultura minhota.
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Clique para ouvir o som do cavaquinho a solo
(youtube)
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• É um instrumento
semelhante à viola mas
de pequenas
dimensões, e com um
timbre agudo.
Clique para ouvir o som do cavaquinho
(youtube)
22. • Tem um carácter
exclusivamente lúdico e
profano e tanto pode
aparecer sozinho para
acompanhar o canto,
como acompanhado
pela viola ou outros
instrumentos de cordas
ou precursão (como o
reque-reque).
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• A título de curiosidade,
o Ukelele (que quer
dizer “Salto da Pulga”,
conhecido instrumento
havaiano, foi inspirado
pelo cavaquinho,
introduzido no
arquipélago do Havai
pelos Portugueses.
Clique para ouvir o ukele (2 músicas - youtube)
24. • Dizem os entendidos
que é um instrumento
que se adapta bem às
vozes agudas das
mulheres do Minho,
bem como ao ritmo das
‘chulas', dos "viras',
dos "malhões" e "canas
verdes".
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• No entanto e apesar de
ser aí que ele adquire
maior expressão, não é
só no Minho
que podemos
encontrar o
cavaquinho.
Encontro de Cavaquinhos em Vila Verde
26. • Podemos encontrar na
Madeira, no Algarve e
até mesmo em Lisboa.
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27. • Trata-se de cavaquinhos
muito semelhantes
entre si e um pouco
diferentes do minhoto,
quer na forma quer na
função em que são
aplicados.
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• O do norte tem a caixa
em boca de raia e é
utilizado em festas
populares. O do sul tem
a boca redonda, é um
pouco mais curto de
caixa e mais comprido
de braço, uma tipologia
muito usada pelas
tunas académicas mas
também por vários
grupos folclóricos.
30. • Na Madeira o
cavaquinho tem
praticamente as
mesmas características
da do sul, mas é mais
conhecido por
"braguinha”.
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Gaita de Foles
• É companheira de festa e
de folia e nas suas
digressões pelas ruas das
aldeias
portuguesas, que vão do
norte ao centro do país e
tem quase sempre como
companheiros o rufar da
caixa e o estremecer
do bombo.
Clique para ouvir a Gaita de Foles
32. • São inúmeras as escolas
de gaitas por todo o
país, sendo que há
alguns anos um grupo
mais a sul tem-se
destacado no estudo,
proteção e divulgação
deste instrumento: os
Gaiteiros de Lisboa.
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• A Escola de Gaitas de
Ponte Velha, em Santo
Tirso é das mais
conceituadas escolas
no que ao estudo e
aprendizagem diz
respeito.
34. • No Porto mora também
um exímio executante,
professor e construtor
de Gaita-de-Foles, o
músico Jorge Lira
34
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• Trás-os-Montes, Minho,
Beira Litoral e
Estremadura são as
províncias onde
podemos encontrar as
tradições da gaita-de-
foles.
36. • É um instrumento
essencialmente popular
e lúdico próprio para
festas de aldeias,
cortejos, marchas,
casamentos mas
também cerimónias
religiosas, como
procissões ou na época
natalícia, a “missa no
galo”.
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37. • Era assim há tempos atrás na região de Coimbra,
Estremadura e Ribatejo, regiões onde o
instrumento foi esmorecendo ao longo do tempo.
37Os Bombos – Património Musical Português
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• Nas aldeias ao redor
de Coimbra ainda são
vulgares as procissões e
os peditórios
acompanhados de
gaiteiro.
39. • Mas é em Trás-os-
Montes, onde a gaita-
de-foles goza de maior
rusticidade, que o
instrumento
assume maior
importância.
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Galandum Galundaina
40. • O 'beijar do Menino’, as
danças dos pauliteiros,
os peditórios, os
casamentos e outros
acontecimentos
festivos ainda são
motivos para tocar a
gaita-de-foles.
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• A sua origem está
tradicionalmente associada
aos pastores, quer se trate
de Portugal ou dos outros
países pois é difícil
classificar a sua origem.
42. • Há investigadores que
advogam que terá
surgido na antiga
Grécia, outros na
Hungria ou no seio da
cultura celta original de
Hallstat, outros
advogam que terá
nascido entre a Galiza e
as Astúrias.
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• Na Idade Media
aparece espalhada por
todos os países da
Europa bem como Ásia
e norte de África.
44. • A diferença mais
significativa entre a
portuguesa e a dos
outros países está no
facto da nossa ser
mais rude e própria
para tocar na rua.
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• Outras há, de timbre
mais suave que são
tocadas dentro de casa.
Hoje, grande parte das
gaitas-de-foles vêm da
Galiza, porque há
pouco quem as faça em
Portugal.
Clique para ouvir a gaita de foles galega (youtube)
47. • A sua marca dominante
continuam a ser as
franjas garridas, mas, o
saco (ou fole) que
antigamente era feito
de pele de cabrito,
cabra ou carneiro
passou a ser feito de
borracha.
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Sanfona
• Também conhecida como
viela-de-roda é um
instrumento que nasceu
na Galiza e que teve o
seu antepassado no
célebre organistrum,
instrumento alto-
medieval tocado por duas
pessoas e que ainda hoje
se pode avistar no Pórtico
da Glória da Catedral de
Santiago de Compostela.Clique para ouvir o organistrum
(youtube – Palácio de Xelmirez, Santiago
49. • É um instrumento de
teclas e cordas a quem
os galegos apelidam de
“berro seco”.
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Clique para ouvir a “Zanfona” youtube
50. 50
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• Uma vez que o
“organistrum" tinha um
carácter
essencialmente
monástico, a sanfona
veio permitir uma
laicização daquele
instrumento e passou a
ser tocada apenas por
uma pessoa, o que não
é nada fácil.
51. • Começou por ser
tocada por príncipes,
trovadores e
jograis, mas com o
tempo, foi passando de
mãos para mãos e no
século XIX, já era vulgar
nas mãos dos cegos e
dos mendigos, que a
utilizavam para andar a
pedir de porta em
porta.
51
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Ciego tocando la zanfonía, de Georges de
La Tour. Museo Nacional del Prado
52. 52
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• Ainda é possível ver
um exemplar no Museu
Verdades de Faria, ou
também conhecido
como da Música
Portuguesa e outro
na fundação Calouste
Gulbenkian.
53. • É que fazê-lo implica
dar à manivela, com a
mão direita, que aciona
as cordas e com a mão
esquerda dedilhar as
teclas.
53
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Tañeedor (tocador) tocando la zanfona, de
Georges de La Tour. Museo Nacional del
Prado
54. • Cego galego tocando a
Zanfona”
• Clique para ouvir o
cantautor Amancio
Prada tocando a
Zanfona
54
55. 55
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• O surgimento das feiras
medievais fez ressurgir
o som da sanfona em
terras do norte de
Portugal, graças à
capacidade de jovens
tocadores galegos.
58. Guitarra Portuguesa
• É o mais conhecido dos
instrumentos originais
portugueses.
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• Apesar de ser conhecida
como guitarra
portuguesa, podemos
encontrar três tipos um
pouco diferentes,
consoante o local onde
surgiram, cada uma com
uma construção e
afinação específicas. Teve
em Carlos Parede um dos
maiores intérpretes.
Clique para ouvir Carlos Paredes interpretar
“Verdes Anos”
60. • Estamos a falar da
guitarra do Porto, da
guitarra de Coimbra e
da guitarra de Lisboa.
60
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Clique para ouvir a guitarra portuguesa do Porto
61. • Hoje já praticamente
não se distingue a
guitarra do Porto da de
Lisboa, mas entre
de Coimbra e de
Lisboa, ainda é possível
encontrarmos algumas
diferenças significativas
quer em termos de
forma, quer em termos
de som.
61
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62. • A diferença mais
visível é a da forma
voluta, (a
extremidade
superior da
guitarra). A do Porto
termina em rosa, a
de Coimbra escudo
e a de Lisboa em
caracol.
62
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63. • Esta última é bastante
mais ornamentada do
que a Coimbra.
63
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64. 64
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• Enquanto a guitarra de Lisboa,
apresenta embutidos em
madrepérola, a de Coimbra é
bastante mais simples, pois a
sua tradição está ligada aos
estudantes, que não têm
dinheiro para grandes
ornamentos.
Pedro Caldeira Cabral
Clique para ouvir
65. • A guitarra de
Coimbra é afinada um
tom abaixo do normal e
por isso tem as cordas
mais grossas para
aguentar a tensão.
65
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66. • O timbre é por si só um
motivo de diferença
entre ambas e apesar
de acompanhar o
tradicional fado de
Coimbra, a guitarra
daquela cidade é um
instrumento de solo
por excelência.
66
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• Quanto à origem deste
instrumento que se
convencionou chamar
guitarra
portuguesa, nada está
definido. Esta é, aliás,
uma questão que
levanta polémica e que
parece esta longe
de um consenso.
70. • Há quem defenda que ela
descende da citara e há
quem diga que ela advêm
da guitarra inglesa que os
ingleses trouxeram para a
Porto quando começaram a
comercializar o vinho do
Porto. Outros de que
advém do alaúde, outros
mais desafiantes
argumentam que a sua
inspiração poderá advir da
cítara, um instrumento de
origem indiana.
70
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• Há também quem
afirme que foi já neste
século que lhe foi dada
a forma fina e o perfil
de guitarra portuguesa.
73. • Quem goza da fama de
ter sido mestre nessa
obra é, Artur Paredes
(pai de Carlos Paredes)
e João Grácio, avô de
Gilberto Grácio e
grande exímio na arte
de fazer guitarras.
73
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Clique para ouvir “Balada de
Coimbra” com arranjo de Artur
Paredes
74. • Uma das alterações
significativas depois das
mãos destes homens foi
o aumento da caixa e
consequentemente da
sua sonoridade.
74
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Gilberto Grácio
75. • Hoje a guitarra portuguesa continua a ser um
elemento fundamental no acompanhamento do
fado. Quer se trate do fado de Coimbra, quer se
trate do fado castiço, (Lisboa).
75
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Clique para ouvir a Balada da Despedida do 5º Ano Jurídico 88/89
76. 76
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• Quanto ao seu fabrico, já
não são muitos os
mestres que pegam na
madeira e dão forma aos
mais belos e fidedignos
exemplares. O pau-santo,
o ébano, o mogno e o
spruce, são as madeiras
que quando trabalhadas
por artesãos exímios,
permitem o som
inconfundível da guitarra
portuguesa.
77. 77
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• Violino
• O violino é um
instrumentos musicais
mais agudos. O seu
timbre brilhante e
inconfundível torna-o
parte fundamental de
qualquer orquestra.
Talvez seja por esses
motivos que muitos o
chamem de o “rei dos
instrumentos”.
78. 78
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• De fato, a história do
violino começa entre o
fim do século XVI e o
início do século XVII. É
bem provável que o
mesmo tenha surgido
como uma evolução da
rabeca, viela e da lira da
braccio, instrumentos
que marcaram a música
no fim da Idade Média e
início do Renascimento.
79. 79
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RABECA (instrumento de origem árabe)
(Clique para ouvir)
80. 80
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VIELA (Surgiu na Europa, no século X, possivelmente como uma
derivação da lira bizantina, que, por sua vez, era uma versão
do rabāb árabe.
(Clique para ouvir)
81. 81
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LIRA DE BRACCIO (instrumento italiano surgido
entre os séculos XV e XVI)
(Clique para ouvir)
82. • A origem
dos instrumentos de
cordas friccionadas está
ligada ao surgimento
do arco (Instrumentos de
cordas dedilhadas são
certamente o tipo mais
antigo), e é possível que
sua utilização
inicialmente tenha se
dado com a simples
fricção da vara de
madeira sobre as cordas.
82
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83. 83
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• Em Portugal a oficina
mais conhecida em
Portugal de violinos
construídos
artesanalmente é a
Oficina dos Violinos
Capela.
António Capela
84. • No ano de 1924, o
jovem marceneiro
Domingos Capela,
natural da freguesia de
Anta, concelho de
Espinho, consertou o
violino do músico
italiano Nicolino
Milano que actuava
num dos casinos da
terra.
84Os Bombos – Património Musical Português
• Os construtores de violinos,
violoncelos, contrabaixos são
chamados de luthiers (que em
francês quer dizer “fabricante de
alaúdes”).
85. 85
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• A perfeição
demonstrada no
trabalho foi tão
evidente que Milano
entregou-lhe mais sete
violinos para consertar.
O mais conhecido luthier da história é Antonio
Stradivari (1644-1743), autor dos célebres
violinos Stradivarius, Crémona, Sec. XVII
(clique na imagem do violino para ouvir um
“stradivarius”
86. • Os seus primeiros
violinos foram
construídos em madeira
de plátano. Em 1931, o
músico italiano voltou a
Espinho e, depois de
constatar o trabalho do
artesão, propôs-lhe um
emprego na casa Hill de
Londres, que Domingos
Capela veio a recusar por
motivos de ordem
familiar.
86
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88. 88
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• Na cidade do Porto,
conheceu a
violoncelista
Guilhermina Suggia,
que o convidou para
trabalhar no
conservatório de
Música do Porto a
consertar instrumentos
de arco.
89. • A partir daqui nunca
mais deixou de
construir instrumentos
de arco, violas e
guitarras, trabalhando
na sua oficina situada
perto do Largo da Igreja
de Anta.
89
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90. 90
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• Na década de 60,
Capela participa em
concursos
internacionais onde
alcança lugares de
honra.
91. • Faleceu em 1976, mas
os violinos continuaram
a ser solicitados, agora,
ao seu filho, António
Ferreira Capela, que
vive nesta freguesia
que lhe foi berço.
91
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92. 92
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• Apaixonado pela arte
do seu pai, que é sua
também, já granjeou
reconhecimento
internacional.
93. • António Capela foi o único que seguiu a arte do pai e
com um enorme sucesso internacional. Estudou em
Paris e Mirecourt e também em Itália, na cidade de
Cremona, com bolsas da Fundação Calouste
Gulbenkian. Os seus estudos permitiram-lhe
aperfeiçoar a técnica de construção de violinos.
93Os Bombos – Património Musical Português
94. • Em 1963 participou no
concurso de Liége,
Bélgica, onde ganhou o
primeiro prémio na
categoria de sonoridade
e o quarto na categoria
"luthier". No ano de
1967, concorrendo com
dois violinos, participou
num concurso em
Poznan, na Polónia,
obtendo um 2.º e um 4.º
prémio.
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95. 95
Cadeira de Património Cultural e Paisagístico português
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• O seu maior êxito
concretizou-se em
1972, novamente em
Poznan, onde
concorreu com quatro
violinos, alcançando os
quatro primeiros
lugares e as maiores
pontuações de
sonoridade e trabalho.
96. • A Câmara Municipal de
Espinho concedeu-lhe a
Medalha de Prata de
Mérito Artístico e, em
1991, a Presidência do
Conselho de Ministros,
condecorou-o com a
Medalha de Mérito
Cultural, de valor artístico
nacional e internacional.
É fundador e vice-
presidente da Associação
Internacional de
Construtores de Violinos
e Arcos.
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• Seguindo as pisadas do
avô e do pai, Joaquim
Capela, construiu o seu
primeiro violino aos 13
anos e, pouco depois,
participou no seu
primeiro concurso
internacional.
98. • Têm alcançado vários prémios em concursos
realizados na Itália, Polónia, Alemanha, Bulgária, e
Japão, mantendo uma tradição familiar que já vai
na terceira geração.
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• A partir de pedaços de
madeira selecionada, e
num processo igual ao
que era usado há
quinhentos anos,
serram, limam, raspam,
moldam, colam,
envernizam.
colam
Clique para ouvir o som de um violino
“Capela” e um documentário sobre a
historia desta família de luthiers.
100. Bombo
• Ou bombo leguero
um tambor cilíndrico de
grande dimensão,
de som grave e seco.
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•
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• É um instrumento de
precursão
membranofone. A
origem do nome
leguero vem do facto
do seu som poder ser
escutado até 2 léguas
(aproximadamente 5
quilómetros).
102. • A sua origem acredita-
se ser turca,
nomeadamente no
davul, e terá surgido no
séc. XIV. Foi introduzido
na Europa no séc. XVIII.
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Clique na imagem para ouvir o davul
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• Característico das
bandas militares, foi
introduzido na
orquestra sinfónica por
Mozart, em meados do
século XVIII.
Johannes Chrysostomus Wolfgangus
Theophilus Mozart[nota 1]; Salzburgo, 27 de
janeiro de 1756 – Viena, 5 de
dezembro de 1791)
104. • O mais antigo grupo de
percussão do país, “Os
Mareantes do Rio
Douro”, de Vila Nova de
Gaia, e data de “finais
do século XVIII”.
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• Desconhecendo-se ao certo
a data da sua fundação,
com cerca de 300 anos de
existência, a Associação
recreativa “OS MAREANTES
DO RIO DOURO”,, tem de
geração em geração
mantido a tradição de
Festeiros ao São Gonçalo,
primeira festa do ano que
se realiza a 10 de Janeiro,
percorrendo as ruas da
Cidade, desde a zona
ribeirinha até à Igreja de
Mafamude.
106. • O seu grupo é composto
por cerca de 50 homens,
mais seus patronos (dois
Mordomos que
transportam as imagens
de São Gonçalo e São
Cristóvão e um terceiro
que encarna a figura de
São Roque), com
participação em quase
todos os Festivais
Internacionais de Folclore
que se realizam no país.
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• S. Gonçalo é o
protector dos
Mareantes e S.
Cristóvão o protector
dos Barqueiros. S.
Roque é o protector da
Peste.
No Bar da sede dos Mareantes encontram-se
expostas a cabeça de S. Cristóvão e as imagens
de S. Roque e S. Gonçalo.
108. • O grupo de bombos dos Mareantes do Rio Douro
abrilhanta as mais diversas romarias e tem-se deslocado
várias vezes ao estrangeiro.
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•
(clique na imagem para ouvir os Mareantes, num vídeo criado no âmbito da candidatura
da prática do bombo a Património Imaterial da Humanidade)
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• Mas antes de 1998, a atividade do
bombo circunscrevia-se,
fundamentalmente, às regiões do
Douro, Minho, Trás-os-Montes e
Beira Baixa,
sobretudo a denominada Cova da
Beira.
110. • Um dos grupos que deu a conhecer o bombo
português a nível internacional, assim como a sua
forma de fabrico tradicional foram os Tocá Rufar,
Seixal.
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111. • Para além das atuações
pelos 4 cantos do mundo,
o projeto Tocá Rufar tem
uma escola de música e a
entidade responsável
pela criação, em 2016, do
Congresso do Bombo
como parte integrante da
preparação da
candidatura da prática do
bombo a Património
Imaterial da
Humanidade, cujo
dossier foi finalizado no
final de 2018.
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• Todos os anos o Tocá
Rufar ensina
gratuitamente cerca de
500 alunos.
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• Viola campaniça
• Também designada por
Viola Alentejana, a Viola
Campaniça era o
instrumento musical
usado para acompanhar
os célebres cantares à
desgarrada, ou ” cantes a
despique”, nas festas e
feiras do Alentejo.
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• Viola campaniça
• É a maior das violas
portuguesas e possui 5
ordens de cordas,
tocada de dedilhado
apenas com o polegar,
sendo que as cordas
mais graves são
geralmente tocadas
soltas.
116. • Viola Braguesa
• A existência da Viola
Braguesa, também
designada de viola de
Braga, surge
documentada desde o
séc.XVII e é o
instrumento mais
popular do Noroeste
Português entre o Douro
e Minho.
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117. • Viola Braguesa
• Toca-se a solo ou no
acompanhamento do
canto em “Rusgas”,
“Chulas” e “Desafios”.
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• Viola Beiroa
• Também é chamada de
Bandurra ou Viola de
Castelo Branco sendo
originária da região da
Beira Baixa. Esta viola é,
provavelmente, o parente
popular do instrumento
de corte chamado
Vihuela, muito tocado na
Península Ibérica nos
séculos XVII e XVIII.