1. O risco pode ser tomado como uma categoria de análise associada à priori às
noções de incerteza, exposição ao perigo, perda e prejuízos materiais, econômicos e
humanos em função de processos de ordem "natural" (tais como os processos exógenos
e endógenos da Terra) e/ou daqueles associados ao trabalho e às relações humanas. O
risco (lato sensu) refere-se, portanto, à probabilidade de ocorrência de processos no
tempo e no espaço, não constantes e não-determinados, e à maneira como estes
processos afetam (direta ou indiretamente) a vida humana.
Áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas ou
instalações, pois são muito expostas a desastres naturais, como desabamentos e
inundações. Essas regiões vêm crescendo constantemente nos últimos anos,
principalmente devido à própria ação humana. No Brasil, vêm sendo realizados vários
projetos no sentido de reestruturação de algumas áreas, conscientização da população,
etc. As principais áreas de risco são aquelas sob encostas de morros inclinados ou à
beira de rios. Existem vários serviços de assistência a população em casos de
emergência. A principal instituição responsável pelo monitoramento das áreas de risco é
a Defesa Civil.
Na prevenção aos desastres naturais, inúmeras medidas podem ser adotadas.
Englobam-se em dois grandes grupos: o das medidas estruturais e o das não estruturais.
As de maior eficiência, sem dúvida, estão no primeiro grupo, entretanto, a maioria
inviabilizada pelo seu alto custo, já que traduzem-se na execução de obras complexas e
que exigem alta tecnologia.
Desmatamentos, retirada e uso intensivo de materiais minerais, mudanças de
cursos d’ água, ocupação de várzeas e encostas, queimadas, produção e deposição
inadequada de lixo, poluição atmosférica, aplicação de agrotóxicos, explosão de
artefatos nucleares estão entre as intervenções humanas sobre o planeta. Portanto, à ação
da natureza juntaram-se causas artificiais geradas pela ocupação desordenada do solo,
pela pobreza social, pela deseducação e pelos muitos efeitos colaterais do chamado
progresso.
O grande número de acidentes naturais e os danos por eles provocados forçaram
os organismos governo a estimularem o estabelecimento de medidas com o objetivo de
minimizar as consequências sociais e econômicas causadas pelos eventos.
Assim, a lei 12.608-2012, institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
aos municípios, estados e a nação. A Prevenção de Desastres Naturais constitui uma
Área de Atuação Estratégica, dado o caráter interdisciplinar e multisetorial, envolvendo
diferentes áreas do conhecimento das Geociências como: Geomorfologia, Geografia
Aplicada, Geotecnia,, geoinformações, monumentos geológicos, hidroclimatologia.,
cuja principal finalidade é a de reduzir perdas de vidas, danos e transtornos sócio-
econômicos nas regiões em desenvolvimento, provocados por desastres naturais como
escorregamentos, inundações, vendavais, enchentes, erosões e as secas, além de outras
calamidades de origem natural.
Não há, porém, nenhuma perspectiva de que essa situação se modifique, em curto
prazo, uma vez que devido à crescente desigualdade sócio-econômica associada ao
desemprego, à falta de moradia, à deseducação, etc., a ocupação de encostas sem os
2. cuidados necessários tende a aumentar, levando a um conseqüente aumento do número
de acidentes dessa natureza.
Com base nesta realidade, é necessária uma atuação preventiva de iniciativa pública
ou privada, propiciando às famílias que moram em áreas de risco condições de
"conviver com os riscos, em segurança".
Chuvas e deslizamento de terra
O início do período de chuvas aumenta os riscos de inundação, desabamentos de
casas e deslizamentos de terra. Existem sinais claros para identificar e evitar as grandes
tragédias. Postes, cercas e árvores que começam a inclinar mostram que o terreno está
se movendo. Trincas nas paredes ou no chão e degraus, junto aos barrancos, são outro
sinal de alerta.
Como prevenir-se das chuvas nas áreas de risco
Evitar os cortes verticais do talude (terra);
- Evitar a plantação de bananeiras, que é uma planta pesada e de raiz superficial
nas encostas, dando preferência às plantas mais leves e de raízes profundas,
como o bambu;
Não jogar lixo nas encostas, córregos e bocas-de-lobo;
Construir calhas nos telhados, conservando-os limpos;
Construir canaletas no chão para direcionar a água;
Manter limpos os ralos, esgotos, galerias, valas, etc.;
Aterrar buracos que acumulam água;
Reforçar muros e paredes poucos confiáveis;
Providenciar a poda ou corte de árvores com risco de queda;
Incentivar a criação de grupos de cooperação entre os moradores em locais de
risco;
Não construir moradias às margens de cursos d’água, sobre aterros ou próximos
de brejos;
Construir a casa sempre em nível mais elevado que o curso d’água mais
próximo;
Observar se as árvores estão ficando inclinadas, se há trincas novas nas paredes
das casas ou no chão e se há movimentação do terreno;
Observar se a água da chuva está barrenta e contendo plantas e troncos, pois
poderá ser um sinal de inundação;
Acreditar nas ameaças feitas pelas chuvas!
Execução inadequada de aterros: pode gerar novas vias de condução de água
levando à ruptura do aterro e escorregamentos;
Lançamento e Concentração de águas pluviais: pela ineficiência de sistemas de
drenagem, ocorrem infiltrações por trincas e fissuras, diminuindo a resistência
do solo e provocando a ruptura de solos e aterros;
Lançamento de águas servidas: infiltração excessiva de água no solo, agravada
no período de chuvas;
Vazamento na rede de abastecimento de água: causam saturação de água no solo
e redes improvisadas são ainda mais inadequadas;
3. Fossa sanitária;
Deposição de lixo;
Remoção indiscriminada da cobertura vegetal: diminui a proteção ao impacto e
às infiltrações pluviais, e as raízes ajudam a conter o solo.
www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/ricardo.htm