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A Flora Nacional na Medicina Doméstica
A FLORA NACIONAL
DIREITOS RESERVADOS
Composto e impresso nas Oficinas Gráficas da Editora M. V. P.
Caixa Postal 48311 - CEP 01000 - São Paulo, SP.
NA MEDICINA
.
DOMESTICA - VOL.I.
PROF. ALFONS BALBACH
15a EDIÇAO
. . .. .. .. . ... . . . . ... ... ..... .. . ... . .
...õ.. .. .:.. .... . .. ..
EDIÇÇES "AõEDIFICAÇÇO DO LAR"
R. A maro B. Cavalcanti, 624 - Tel. 295-3353 - C. P. 48311 - 01000 S. Paulo, SP
<012>
PREFACIO
O mundo, com as suas múltiplas enfermidades tão fáceis de con-
trair, é um vasto hospital, e a Natureza, com a sua infinidade de
plantas, é uma farmácia em que todo homem pode encontrar um bál-
samo para qualquer espécie de dor.
As plantas não só nos proporcionam alimentos sãos e saborosos,
mas também toda classe de remédios para a recuperação ou conserva-
ção da nossa saúde.
Por muito tempo a terapêutica vegetal esteve sob domÃnio do po-
vo comum, e especialmente dos homens do campo, em cujas mãos
indoutas o conhecimento empÃrico do valor medicinal das plantas Ihes
tem prestado um serviço inestimável.
Outrora, muitos médicos - talvez a maioria - desprezavam a
botãnica farmacõutica como curandeirismo ou charlatarismo; hoje, po-
rém, graõas ao progresso das investigações cientÃficas, a medicina ve-
getal se acha elevada à dignidade de Fitoterapia.
Muitas centenas de plantas são atualmente estudadas e aproveita-
das nos laboratórios em todo o mundo, para o bem da humanidade
castigada por tantas doenõas. Mas tudo isso não é suficiente. Nós
mesmos devemos, individualmente, procurar desenvolver nossos co-
nhecimentos sobre os fatores da saúde, as enfermidades e os meios
naturais de cura, entre os quais se destacam as ervas do campo. A
injustificável falta desses conhecimentos vitais pode facilmente custar-
-nos toda a ,nossa fortuna acumulada, a nossa saúde e ' a nossa vida,
ou a de algum dos nossos entes queridos. O médico, a quem nunca
devemos pensar em dispensar inteiramente, não nos salvará desse trÃ-
plice prejuÃzo, se não soubermos usar inteligentemente seus bons ser-
viços.
<012>
Dizia Henrique IV, da França, que um homem honrado deve sa-
ber um pouco de teologia para a sua salvação, um pouco de direito
para os seus negócios, e um pouco de medicina para a sua saúde.
Por isso nos sentimos constrangidos a afirmar que este livro não
deve faltar em nenhum lar, e que a primeira parte do mesmo - Co-
nhecimentos Gerais de Saúde -, por ser a mais importante, deve re-
ceber a mais carinhosa atenção dos leitores, que assim se apoderarão
dos recursos fundamentais, e já não terão dúvida em considerar como
de valor secundário todos os demais recursos (remédios vegetais ou
outros medicamentos).
Foi, pois, para ajudar as sofredoras massas populares, mormente o
homem do interior, que elaboramos esta obra, convictos de que serão
realmente beneficiados os que lerem e praticarem os conhecimentos
transmitidos por este livro, através de cujas páginas dezenas de médi-
cos falam aos estimados leitores.
O AUTOR
Os editores
1. a PA RT E
Conhec2mentos Geõaõs de Saúde
<012>
1
A
SAÇDE
Para cada nação tem havido, em cada época, um ideal dominan-
te. Para os gregos foi o desenvolvirnento intelectual e artÃstico; para
os romanos as conquistas militares; para os indus a calma filosófica;
para os egÃpcios a erudição religiosa. Essas coisas ficaram no pas-
sado. No presente, o ideal que cativa os povos livres é a acumulação
de riquezas.
Para o homem e a mulher de hoje, sucesso é sinônimo de aquisi-
ção de bens materiais. E, no entanto, de todos os ideais, é este o
que tem menor valor real para o homem. Quando )esus Cristo disse
que é mais fácil a um camelo passar pelo fundo de uma agulha do
que a um ricaço entrar no Céu, fez ver que o homem, candidato ao
reino de Deus, quando se esforça para ajuntar riquezas, se distrai do
propósito de se aperfeiçoar moral, mental e fisicamerite, e perde de
vista o grande alvo, a exemplo do aluno pouco estudioso, que não se
capacita para a aprovação final
Podemos e devemos lutar vitoriosamente em prol da nossa pró-
pria salvação. Somos fracos, estúpidos, incapazes? Temos menos vir-
tudes que nossos semelhantes? Consideramo-nos inferiores aos outros?
Fracassamos sempre nos momentos crÃticos? A consciência das nossas
falhas afasta de nós a esperança do êxito? Se assim é, a culpa cabe
principalmente a nós mesmos.
Cada dia, cada hora, cada minuto podemos construir ou destruir.
Efetivamente, estamos sempre edificando ou demolindo. O que? A
nossa natureza moral, espiritual e fÃsica, a nossa pessoa como um to-
do. Esse processo de restauração ou recuperação do indivÃduo não
(9)
<012>
10 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
depende inteiramente dos pais, nem do ambiente, nem do acaso, nem
das circunstâncias; depende principalmente de nós mesmos, da nossa
boa vontade e honestidade para com nós mesmos, agora que já somos
adultos. Não existem desvantagens; há, isso sim, oportunidade para
pensar, decidir e agir.
A vida é por si mesma complexa. Suas leis, porém, são simples.
A saúde é difÃcil de definir, mas suas leis são fáceis de enunciar e de
seguir. E tornar conhecidas essas leis - ensinar os homens e as mu-
Iheres a serem sadios em todos os sentidos e auxiliá-los a realizar o
mais nobre de todos os ideais, que é a restauração de si mesmos-
essa é a missão que nos propomos cumprir.
Ç luz das leis da saúde, as doenças não são hereditárias. Pode-
mos, sem dúvida, herdar fraquezas, tendências, predisposições, que,
não sendo combatidas, desempenham sua parte na gênese de doenças
crônicas. Geralmente, porém, a enfermidade é o resultado das pró-
prias extravagâncias.
Como a velhice em si mesma também não acarreta doença, não
há razão para a pessoa da casa dos cinqi.Ãenta ou sessenta sofrer do fÃ-
gado, do estômago, do intestino, da bexiga, dos rins, do coração, ou
para queixar-se de arteriosclerose ou hipertensão arterial. As causas
desses sofrimentos são,patológicas e não fisiológicas. Resultam dos
abusos contra a natureza e não da idade. Ç verdade que as forças di-
minuem, porém os tecidos não se arruÃnam com o avanço da velhice.
No terreno da saúde e doença, tudo é uma lei de causa e efeito.
Não acalentemos, pois, o pensamento de que Deus tenha feito uns
fracos e doentes e outros sãos e fortes. Essa idéia é errônea eblasfe-
ma. Nós é que infringimos as leis da natureza, que são leis de Deus,
e, por isso, ficamos enfermos por culpa exclusivamente nossa. Ç,
pois, um dever religioso viver em obediência às regras da higiene,
para conservar a saúde. Ficar doente é pecado.
A doença nunca vem por acaso. Ç o próprio homem que provo-
ca a causa de suas enfermidades. Nós mesmos é que nos fazemos
doentes e culpamos alguém ou alguma coisa - Deus, os médicos, os
micróbios, o clima - e não nos lembramos de culpar-nos a nós pró-
prios. O que procuramos é fugir da nossa responsabilidade: uma revi-
são cabal do nosso modo de viver, uma completa reforma dos nossos
hábitos.
A SAÇDE 11
A saúde é um tesouro cujo valor só é reconhecido tarde demais,
muitas vezes quando já irrecuperavelmente perdido.
Desempenha a saúde importantÃssimo papel na formação do talen-
to. Você pode ser um gigante intelectual, mas se vive adoentado, suas
ações serão semelhantes às de um anão. Se Você tiver boa circula-
ção, sangue limpo, digestão eficaz, trânsito intestinal livre, fÃgado,
pulmão, etc., hÃgidos, a sua capacidade de realização quase não co-
nhecerá limites. Mesmo que Você não possua muito preparo escolar, mais
cedo ou mais tarde terá sucesso, desde que Você goze boa saúde.
Com freqõência coexistem no mesmo indivÃduo um bom intelecto
e um mau fÃgado. Em muitos casos, porém, é preferÃvel uma mente
menos brilhante aliada a uma constituição mais vigorosa. Uma arroba
de energia com um quilo de talento vale mais do que um quilo de
energia com uma arroba de talento. A boa saúde vale pelo menos
metade dos dotes intelectuais. A imaginação e o critério, a firmeza e
a eloqGência, o conhecimento cientÃfico e a inteligêrtcia, são tanto
mais úteis quanto mais ajudadas pela saúde fÃsica integral.
Um apelo urgente
Henry A. Wallace, vice-presidente dos EE UU, fez, em 1941, o se-
guinte apelo ao povo americano:
"A todos os habitantes deste paÃs venho pedir que se alistem co-
mo soldados de primeira linha numa campanha nacional para a eon-
quista e a manutenção da saúde integral e perfeita, sem a qual não
terão forças bastantes para a defesa da pátria. Para realizar esse alis-
tamento, ninguém precisa sair de casa, nem registrar sua assinatura
em qualquer papel. Basta que assuma para consigo mesmo o Com-
promisso de Saúde, nos seguintes termos:
" 'Comprometo-me, pela minha honra de americano, a fazer to-
do o possÃvel para que eu, minha famÃlia e os que me cercam nos tor-
nemos cada vez mais robustos e saudáveis, como Deus sempre quis
que fôssemos.' "
O mesmo apelo fazemos a todos os homens e mulheres bem in-
tencionados, que pretendam ser,úteis a Deus, à nação, à famÃlia e a
si mesmos.
Método, chave da saúde
Se Você quiser gozar boa saúde, seja metódico em todos os seus atos.
<012>
A FLORA NACIONAL NAMEDICINA DOMÇSTICA
Tenha horas certas para comer, observe um intervalo de 5 ou 6
horas entre as comidas, não coma nada fora de hora. Seja vegetaria-
no e faça duas ou, no máximo, três refeições diárias, e lembre-se de
que a primeira deve ser a mais forte e a última a mais leve.
Beba seis a oito copos de água por dia. Beba também sucos de
frutas. Evite, porém, as bebidas prejudiciais.
Levante-se e deite-se a horas certas. Durma oito horas por noite.
Distribua seu trabalh'o de maneira a atendê-lo durante certos números
de horas e tenha outras horas para recreação, o estudo, a meditação e
outras coisas.
Faça exercÃcios fÃsicos com regularidade.
Respire sempre ar puro e viva tanto quanto possÃvel fora das
grandes cidades.
Tome banhos de sol.
Tome diariamente um ou dois banhos de higiene, com bastante
sabão e água.
Evite a sensualidade, conservando as paixões animais sob o domÃ-
nio da razão.
Descarte os aborrecimentos em toda sorte de emoções, cultivando
a higiene mental.
Vista-se corretamente, se undo as regras da modéstia e da saúde.
g " "
Cuide da limpeza intestinal, para que haja sempre trânsito livre.
Rejeite o fumo, o álcool, as drogas, a carne, os temperos pican-
tes, o café, e tudo que possa ser prejudicial à saúde.
2
O PORQUÇ
DAS DOENÇAS
Quando o mundo era novo, os indivÃduos atirigiam a mais avan-
çada velhice, no gozo da mais invejável saúde, e a vida se Ihes extin-
guia suavemente, como uma lãmpada que se apaga por falta de com-
bustÃvel.
Os exemplos de saúde perfeita, completa, absoluta, são, porém,
tão raros. hoje em dia, que quase não existem. Por que?
Porque nossa alimentação é muito superior às necessidades do
nosso organismo, que, como qualquer máquina, tem uma capacidade
funcional, uma resistência determinada, que não pode ser ultrapassada
impunemente.
Felicitado pelo seu excelente estado de saúde ao completar seten-
ta e cinco anos de idade, o Almirante George Dewey sorriu e disse:
- Atribuo minha boa condição à abundância de certos exercÃcios
fÃsicos e à abstinência dos banquetes. Geralmente se come demais.
Um terço do que se come é quanto basta para viver.
- Nesse caso - perguntou o repórter da Washington Star - que
é feito dos outros dois terços?
- Desses vivem os médicos - respondeu o Almirante.
Quando um caminhão leva carga excessiva, o que sucede? Gas-
ta-se rapidamente. E é isso que se dá com o nosso organismo, quan-
do ingerimos alimentos em dose exagerada.
A princÃpio, os órgãos lutam deses,peradamente e resistem ao ex-
cesso de trabalho; o cansaço, porém, não tarda a aparecer, traduzin-
do-se por doenças as mais diversas. Manifestam-se as afecções do es-
tômago e dos rins, a neurastenia, a obesidade, a diabete, o cãncer, a
arteriosclerose, o reumatismo, o artritismo.
lõ3)
<012>
14 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
Por falarmos em artritismo, lembramos que este assunto foi mui-
to bem estudado pelo Prof. Maurel. O chefe da famÃlia artrÃtica, diz
ele, é geralmente um indivÃduo forte, robusto, sadio, que no trabalho
emprega mais os músculos do que o cérebro. Possuidor de estômago
excelente, capaz de digerir até pedra, e dono de formidável apetite,
come e bebe exageradamente, sem prever as conseqüências futuras.
Ao alcançar certa idade, entrega-se ao merecido repouso. Sua ali-
mentação, porém continua a mesma, embora as necessidades do seu
organismo sejam agora muito mais reduzidas. Come como no tempo
em que despendia grande esforço fÃsico, quando seu motor exigia
grande cópia de combustÃvel.
A velhice se aproxima mais e mais. O peso vai aumentando. O
ventre vai adquirindo respeitável volume. A saúde pode continuar in-
vejável. Morre velho, deixando numerosa prole.
Seus filhos cultivam hábitos sedentários. Preferem as profissõeses li-
berais. Substituem a atividade muscular pelo esforço intelectual. En-
tregam-se à indolência. Adotam a vida mundana. Fortes e ativos,
vão dissipando com prodigalidade as forças vitais. Entregam-se volun-
tariamente às seduções da mesa abundante.
Herdaram do pai, não só a fortuna que Ihes garante o conforto e
o bem-estar, mas também os maus hábitos alimentares. Comem e be-
bem desregradamente.
A mesa é farta em iguarias; os pratos preferidos são a carne, o
peixe, as aves e os doces.
As bebidas alcoólicas nunca faltam; o café é indispensável.
O aparelho digestivo, o mais comprometido por um trabalho su-
perior às suas forças, é de ordinário o primeiro a apresentar sinais de
fadiga.
Quando criança, tem, de vez em quando,õdiarréia, prisão de ven-
tre ou outras perturbações do aparelho digestivo. Está constantemen-
te em movimento, mas há ocasiões em que se mostra mole, indispos-
to, fatigado.
Na idade adulta, as perturbações digestivas se acentuam e se tor-
nam permanentes. As dispepsias, freqüentemente flatulentas, com
sensação de plenitude do estômago, a digestão laboriosa, a sonolência
após as refeições, são seguidos de obesidade.
O acúmulo de gordura indica que as células não são mais capa-
zes de oxidar a totalidade dos derivados alimentares, e o que elas não
O PORQUõ DAS DOENÇAS 15
podem queimarõ é posto em reserva, sob a forma de gordura. A obesi-
dade não tarda a convidar a gota ou a diabete.
Aos 50 anos, ou mesmo antes, o obeso, cujo fÃsico era admirado
por todos, acorda uma bela manhã com uma dor horrÃvel no grande
artelho. Declara-se a febre. Ç a gota. Quando não é isso que apare-
ce, então surge a cólica de fÃgado ou de rim, após lauto jantar ou fa-
tigante exercÃcio.
Embora seu apetite continue excelente, as forças podem, às ve-
zes, declinar, mas não se preocupa com isso. Só quando nota furún-
culos, cansaço, astenia, emagrecimento, embora coma mais do que
antes, é que ele vai procurar o médico. Diagnóstico: diabete.
Outras vezes, com sintomas diferentes, é câncer.
Çcâncer faz numerosas vÃtimas entré os representantes da segun-
da geração de uma famÃlia artrÃtica.
Os descendentes, na terceira geração, herdam um sistema de nu-
trição cada vez mais defeituosa e mais difÃcil de corrigir.
Na juventude, os estados mórbidos não são raros; as perturbações
digestivas são freqüentes; as faringites e as amigdalites são comuns; os
resfriados se repetem com desesperadora freqiiência, etc. De quando
em quando há acessos de febre, sem motivo aparente, e que na reali-
dade nada mais são do que um recurso empregado pela natureza para
queimar todos os detritos de que o organismo não se pode desembara-
çar. Também não faltam as dores de cabeça, as enxaquecas e as
erupções cutâneas, devidas a toxinas, que se formam no intestino e
que são eliminadas pela pele.
Na idade adulta, os representantes da terceira geração tornam-se
obesos, gotosos, diabéticos ou cancerosos, dez a quinze anos mais ce-
do do que os pais; morrem sem atingir a velhice dos avós.
A quarta e quinta gerações de artrÃticos já ao nascerem trazem os
estigmas indeléveis dessa diátese destruidora, que em cem anos é ca-
paz de extinguir uma famÃlia.
Eis como evolui o artritismo, caracterizado pela tendência exage-
rada para fabricar ácidos, sobretudo o ácido úrico. São os resÃduos,
os detritos orgânicos que se depõem no interior dos tecidos, nas arti-
culações, no fÃgado, nos rins ou na bexiga, e que roubam ao sangue a
sua alcalinidade.
De onde provém esse ácido úrico?
<012>
16 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
Na sua quase totalidade, de certos alimentos: carnes, caldos de
carne, peixe, cogumelos, leguminosas (ervilha, feijão, lentilhas, fa-
vas), ovo, queijo, etc.
O artritismo é devido ao abuso desses alimentos, associado à vida
sedentária e ao esgotamento fÃsiço e intelectual.
A freqi.Ãência do artritismo é assustadora; pode-se dizer sem medo
de errar que, nas grandes cidades, talvez não haja uma só famÃlia que
não tenha pelo menos um membro artrÃtico. Isso porque, na nossa
alimentação, predominam os alimentos ricos em ácido úrico, que, em-
bora excitantes e tóxicos, são ingeridos em excesso.
Com exceção das doenças infecciosas, todas as outras são direta
ou indiretamente devidas à alimentação anti-higiênica.
A carne, o peixe, as massas (farinha branca), o arroz polido, o
açúcar refinado, os enlatados, o café, etc., constituem hoje a base da
alimentação popular, que, excitante e tóxica, destrói a saúde e o vigor
da raça humana.
A experiência tem demonstrado que essa alimentação, erradamen-
te considerada fortificante, constitui verdadeiro perigo. Longe de con-
servar a força fÃsica, o vigor e a saúde, é essencialmente causadora do
artritismo, prejudicando não somente o indivÃduo, mas também a so-
ciedade.
Os fatos, que estão patentes diante de todos, provam o que esta-
mos dizendo.
Diz o Dr. Gustavo Armbrust:
"Basta lançarmos um olhar ao quadro da famÃlia artrÃtica, tão
bem traçado por Muchard, Maurel, Pascault e Gautrelet. Com a ali-
mentação usada em nossos tempos, uma famÃlia é geralmente artrÃtica
depois da segunda geração; a terceira, é com freqüência vÃtima de
manifestações graves, como sejam a obesidade, a diabete, a neuraste-
nia, a dispepsia, etc. A decadência vai-se acentuando a tal ponto
que, na quinta ou sexta geração, a famÃliase extingue. Em Paris, diz
o Dr. Monteuuis, a decadência da raça é tal que raras famÃlias têm
mais de quatro gerações.
"A alimentação não é a única causa responsável pela nossa ruÃna
fÃsica; o esgotamento, a vida anti-higiênica e os excessos, são natural-
mente fatores importantes; mas os abusos cometidos em matéria de
alimentação são incontestavelmente os mais comuns e os mais noci-
vos.
O PORQUÇ DAS DOENÇAS 17
"O grande mal da nossa época é o artritismo, conseqüente ao
abuso da carne e dos excitantes. . .
"Quando comemos carne, esta nos dá, exatamente como o vinho,
o café ou o chá, a impressão de força, de aumento dé atividade, o
que para nós significa vigor. Tal energia, porém, não é real, não pas-
sa de uma excitação fictÃcia, semelhante à que produz o álcool.
"A prova é que basta suprimirmos a carne um dia para experimen-
tarmos logo a sensação de verdadeira fraqueza, embora a substitua-
mos por outros alimentos encerrando a mesma dose de proteÃnas. A
carne é um alimento muito mais excitante do que nutritivo; não é ao
seu valor nutritivo, e, sim, à excitação por ela produzida sobre o estô-
mago e os centros nervosos que ela deve a falsa fama de alimento
substancial. . . .
"Considerando ainda que os alimentos de origem vegetal contêm
igualmente proteÃnas e algumas em proporção superior à da carne,
chegamos facilmente à conclusão de que a carne,é perfeitamente dis-
pensável. Aliás, em todas as partes do mundo não são os homens
mais robustos que fazem uso da carne: o chinês e o japonês, com um
punhado de arroz, o árabe com as suas tâmaras, o negro africano
com alguns cocos resistem aos mais pesados trabalhos.
"A farinha de aveia faz dos escoceses os mais belos homens do
mundo; a batata dá ao irlandês sólida musculatura; o piemontês, que
se contenta com a polenta, encontra nessa alimentação vigor suficien-
te para substituir, em todos os paÃses, o trabalho que os indÃgenas,
comedores de carne, se recusam a executar.
"Ç sabido que os carnÃvoros resistem muito menos à fadiga do
que os que se alimentam de vegetais...
"Em suma, deve-se considerar como urii grande erro cientÃfico,
talvez o maior e mais nefasto do último sécúlo, a afirmação de que o
regime cárneo constitui uma alimentação fortificante por excelência."
Quem quiser manter a saúde e viver longos anos, deverá adotar
os princÃpios da Higiene, principalmente na alimentação correta, cuja
prática vale mais do que uma farmácia inteira.
O Dr. Paul Dudley White, famoso cardiologista norte-americano,
recomenda a seguinte fórmula para prolongar a vida: caminhar mais,
comer menos, ingerindo a menor quantidade possÃvel de gorduras, e
manter o peso que se tinha aos 25 anos de idade. Acrescentou o Dr.
Dúdley White que um passeio a pé de 8 quilômetros faz mais bem
aos homens de negócio do que qualquer medicamento.
<012>
"MENS SANA IN CORPORE SANO" 19
3
"M EN S SANA I N
CORPORE SANO"
As desordens morais têm relação com a saúde fÃsica. Se exami-
narmos o estado patético e horrÃvel dos desajustados mentais, consta-
taremos que os mesmos, com muita freqiõência, não gozam boa saúde
fÃsica.
Consideremos os relatos diários de crimes e contravenções neste
paÃs. Crimes hediondos, os mais vis e mesquinhos, levam muitos hoje
em dia ao precipÃcio da ruÃna e do cárcere. Perguntamos: Qual é a
causa disto?
Ç deveras complexo e melindroso esse assunto, mas nem por isso
sem solução. O mal se corta pela raiz; remedeia-se nos casos avança-
dos; mas "prevenir é melhor do que remediar', diz o sábio refrão po-
pular. Aqui jaz a solução para o mal: Prevenir. Mas, como?
Grande parte dos males da nossa atual sociedade deve-se ao fato
de que, em sua maior parte, o povo é enfermo, e, conseqiõentemente,
grande proporção dos "desajustados mentais" perambulam por este
espaço a fora, cdristituindo grave ameaça à sociedade e subtraindo
aos cofres públicos volumosás somas.
Com verdade o velho adágio - "mente sã em corpo'sãó' - afir-
ma a carência de saúde como causa das enfermidades mentais, pois,
sem saúde, não se pode ter uma mente lúcida para enfrentar os pro-
blemas da vida.
Oprincipal fator de saúde é que o indivÃduo possua sangue lim-
po. Pelos vasos sángi.ÃÃneos flui a corrente da vida, levando a todos
os setores do corpo as substâncias vitalizantes. Todos os órgãos se
alimentam, operam as suas trocas e exercem sua5 funções, graças Ã
C18)
corrente sangüÃnea. Se o sangue é impuro, em virtude de uma ali-
mentação imprópria, todo o corpo se contamina, e também o cére-
bro, que; devendo ser um reservatório de pensamentos lúcidos, fica,
em vez disso, embotado, obscurecido e entravado no desempenho de
suas funções elevadas.
Em grande parte, os "desajustados" possuem, em maior ou menor
grau, o treponema da sÃfilis no seu sangue.
Pessoas que parecem estar em perfeito juÃzo muitas vezes come-
tem desatinos que não seriam capazes de cometer se arrazóassem,
pensassem por um instante, e usassem de paciência, mas não o fazem
porque estão doentes, ainda que nem sempre o saibam. Aliás, a hu-
manidade em geral está enferma, fÃsica e,espirituãlmente.
Os maus tratos infligidos ao corpo se fazem sentir no mais robus-
to indivÃduo, ainda que tardiamente. O não sentir nada momentanea-
mente não é prova de saúde. Ç mera ilusão!
A mésma enfermidade não se manifesta de uma só maneira.
Nem todos têm a mesma constituição. Daà a mesma doença variar de
caráter, de indivÃduo para indivÃduo.
Ainda não existe um "elixir de longa vida" ou panacéia que cure
todos os males. O único caminho seguro é prevenir, seguindo as nor-
mas da saúde, que abrangem uma variedade de preceitos que exigem
esforços e perseverança.
A higiene mental está relacionada com a saúde fÃsica. Higiene
em seu sentido lato significa saúde. Saúde mental ou espiritual não é
produto do acaso nem cai do Céu.
O que de melhor exi'ste no mundo é a felicidade. Mas a mesma
não se obtém ao léu. Ç produto da saúde fÃsica e mental. Disserta
sobre o assunto eminente autoridade: "A felicidade não reside apenas
na posse de bens materiais, no exercÃcio de uma profissão, na remu-
neração, no convÃvio de uma sociedade afável, nas vantagens de um
ambiente de famÃlia satisfatoriamente ajustada. Ela depende de um
equilÃbrio emocional razoável, de uma segurança interna bem dosa-
da."
Só é feliz quem possui saúde - saúde em todo sentido - é essa
a condição que está diante de nós como nosso grande alvo.
<012>
SAÇDE E LONGEVIDADE 21
4
SAÇDE E
LONGEVI DADE
Ç natural, no homem, o desejo de viver longos anos e chegar ao
extremo da velhice com os órgãos funcionando regularmente. Ç o que
se poderia chamar de "perpétua juventude".
Bernard Shaw, escritor irlandês, que viveu até aos 94 anos, traba-
Ihando lucidamente, sem apresentar sintomas de senilidade, deve
despertar nossa atenção. Se são poucos os que hoje alcançam
essa idade, é porque, como afirmou Sêneca, "o homem não morre,
mata-sé '.
Bernard Shaw era abstêmio. Certa vez declarou a um repórter:
"O segredo da minha saúde, em tão avançada idade, consiste apenas
nisto: não bebo, não fumo, não como carne e... não consulto médi-
co."
Há também pessoas que fumam, bebem, comem carne, passam
noitadas em claro, e, não obstante, atingem, não raro, os cem anos.
Desse fato não podemos tirar argumentos em favor do uso e abuso
das coisas prejudiciais à saúde. Há também os que suportam traba-
Ihar, com saúde, nas minas de carvão, até aos oitenta ou oitenta e
cinco anos de idade, mas quem tirará daà a conclusão de que esse am-
biente e esse trabalho são higiênicos e em nada prejudicam a saúde?
Os organismos variam muito. Há os mais resistentes e há os me-
nos resistentes. Ora, tanto estes como aqueles podem prolongar seus
dias, e conservar a saúde até o fim, contanto que vivam em harmonia
com as leis da natureza, evitando toda espécie de abuso.
Os paladinos da longevidade, baseados na observação e nos mé-
todos já incorporados à ciência, afirmam que o homem tem a capaci-
(20)
dade para viver muito além da média hoje alcançada. O homem não
foi feito para viver apenas çinqüenta, sessenta, setenta ou oitenta
anos, mas para viver no mÃnimo o dobro.
Afirma o Dr. Henrique Roxo:
"O alcoolismo e o abuso da carne são os motivos pelos quais o
homem não chega a viver até 140 ou 150 anos, como deveria suceder
pelo cotejo com a vida dos animais que, em geral, duram sete ou oito
vezes o tempo de sua completa ossificação."
Inúmeras experiências levadas a cabo - entre as quais as do Dr
Alexis Carrel, do Prof. Elias Metchnikoff, do Prof. )acques Loeb, de
Horace Fletcher, de Sanford Benett e do Dr. ). H. Peebles - mostram
que a vida pode ser prolongada indefinidamente, contanto que as cé-
lulas sejam conservadas puras e bem nutridas, conforme os desÃgnios
da Providência. '
Vamos citar aqui alguns dados curiosos .sobre a longevidade:
No livro do Dr. A. Bogomolets, "Como Prolongar'a Vida", encon-
tramos interessante relação de exemplos de longevidade humana:
Kentingern (S. Mungo), fundador do Episcopado de Glasgow, vi-
veu 185 anos.
P. Ktzarten, da Çustria, morreu em 1724, com 185 anos de idade.
Tomás Parr, rude fazendeiro, viveu 152 anos, na Inglaterra.
G. )enkins, de Yorkshire, faleceu aos 169 anos.
J. Gurrington, de Norway, terminou seus dias com 160 anos,
quando seu filho mais velho tinha 103 anos e o mais novo 9.
J. Roven, húngaro, morreu com 172 anos e sua mulher, Sara aos
164.
Drakenberg, dinamarquês, viveu 156 anos. Aos 90 ainda trabalha-
va como marinheiro. Casou-se quando tinha 111 anos. Ao morrér
sua esposa, quis casar-se outra véz, mas seu pedido foi recusado.
O Dr. P. Defournel, autor do livro "A Natureza Desmascarada",
morreu com 190 anos.
Gueriot, membro da Academia Francesa de Medicina, que nos
deixou o livro "Para Viver Cem Anos", e que viveu, ele mesmo, até Ã
idade dos 103, relata um caso deveras curioso: A 31/7/1554, o car-
deal d'Armognac, andando por uma rua, deparou com um octogenário
que estava chorando à porta de sua própria casa. Interrogadó, o an-
cião explicou que seu pai o havia castigado. O cardeal ficou muito surpreso
e quis ver o pai daquele ancião. Entrou e conversou com um velho
<012>
22 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
robusto, de mais de 100 anos. Explicou o velho que batera no filho
porque este havia faltado ao respeito devido ao avô, por quem tinha
passado sem o saudar. Mais curioso ainda, o cardeal desejou conhe-
cer o avô: Era um velho de 143 anos
Nem precisamos retroceder tantos anos para buscar exemplos de
longevidade: Encontramo-los também em nossos dias. Hajam vista
os que a seguir transcrevemos:
"Vegetarianos macróbios
"Uma mulher, com a idade de 163 anos, vive atualmente em
Moscou. Ç Valentinovna Poujak, nascida em 1803, na Ucrânia, antiga
superiora de um convento moscovita e que se recorda dos exércitos
napoleônicos que ela viu, com a idade de 9 anos, em Liow, assim co-
mo da abolição da servidão e da primeira ferrovia construÃda na Rús-
sia. A anciã não sofre de nenhuma doença, conserva toda a sua luci-
dez, os cabelos nem mesmo embranqueceram e consegue enfiar uma
agulha fina sem usar óculos. Declarou ela aos jornalistas que a entre-
vistaram que a longevidade não constitui exceção em sua famÃlia:
seus três irmãos têm 129, 121, e 120 anos de idade.
"Perguntou um dos repórteres: A senhora pode dizer-nos qual é
seu principal alimento? A anciã respondeu: Eu e meus irmãos somos
todos vegetarianos." - Gazeta do Povo (de Curitiba), 30 de janeiro
de 1966.
"Morreu o homem mais velho do mundo
"Faleceu em Rabat o homem mais velho do mundo - pelo me-
nos de que se têm notÃcias. Trata-se do marroquino Hady Mohamed
Ben Bark, que assegurava ter 165 anos. O macróbio deixa 250 des-
cendentes, entre filhos e netos. O filho mais velho dos seus cinco
casamentos afirma ter 110 anos. O extinto sempre atribuiu sua longe-
vidade a uma saudável dieta vegetariana e produtos lácteos." - Ga-
zeta do Povo (de Curitiba), 18 de janeiro de 1966.
"Ç verdáde: esse homem tem 160 anos
"Uma equipe de médicos soviéticos controla o estado de saúde
de Chirali Musslimov, por ocasião de seu 160.o aniversário. Mussli-
mov é um fenômeno vivo. Há alguns anos puseram em dúvida sua
SAÇDE E LONGEVIDADE 23
idade, mas pesquisas feitas no lugar onde nasceu e uma série de exa-
mes médicos muito meticulosos confirmaram-Ihe a idade. Diz ele que
deve a sua avançada idade ao trabalho, aos muitos filhos e ao seu
bom caráter. Goza de ótima saúd‡, é analfabeto, não fuma, não be-
be álcool, come muita fruta e muitos legumes. Ç verdade que vive
num clima de montanha, Barzava, limite da URSS com o Irã, onde o
ar é purÃssimo. Sua mulher, a terceira, está com 90 anos e o número
de seus descendentes é tão grande que ele não sabe quantos são."-
Folha de São Paulo, 30/9/66.
Que o homem foi feito para viver mais de um século, isso vemos
até nos casos de terceira dentição, depois dos oitenta. Mary Horn-
exemplo aduzido por Graves - teve dentes, pela terceira vez, aos 110
anos; Peter Bryan, aos 117 anos. Há também casos de macróbios cu-
jos cabelos, na extrema velhice, de brartcos voltam a ser negros. E
não é raro o fenômeno da completa recuperação da vista em idade
bem avançada.
O coeficiente de letalidade de uma nação pode bem dar significa-
tiva mostra do nÃvel de saúde de sua populaõão. õ
As mulheres sempre tiveram Ãndice de vida maior que o do ho-
mem. A razão dessa disparidade está, não há dúvida, no modo de vi-
da do homem, que usa álcool e fumo, e comete outras extravagân-
cias, abreviando a vida mediante um suicÃdio ora mais ora menos len-
to. Entre os representantes do sexo feminino, o tabagismo e o alco-
olismo estão aumentando, e, proporcionalmente, está diminuindo ca-
da vez mais a diferença de letalidade entre os dois sexos.
Ao passo que, por um lado, o coeficiente de mortalidade está
diminuindo para a totalidade da população, está, por outro lado,
aumentando para as pessoas de meia idade.
Esse fato se explica através da diminuição das doenças e da mor-
talidade entre as crianças, especialmente entre as de menos de cinco
anos, e através do aumento da morbidez entre os adultos que ultra-
passaram a casa dos quarenta ou cinqiÃenta.
Nos Estados Unidos, em 1938, o Ãndice médio de vida foi de 63
anos, devido unicamente à diminuição de doenças entre crianças e jo-
vens.
Entre 1890 e 1937, no Estado de Connecticut, por exemplo, a
mortalidade entre as crianças de menos de um ano decresceu de 2540
para 907, embora a população se tenha duplicado nesse mesmo perÃo-
<012>
24 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
do. Entre crianças de um a cinco anos o coeficiente caiu de 1162 pa-
ra 213. Todavia, entre as pessoas de 60 a 70 anos, o coeficiente de
letalidade subiu mais do que o aumento da densidade demográfica.
Muito já fez a Medicina para reduzir a devastação causada pela
febre tifóide, varÃola, tuberculose, sÃfilis, diabete e outras doenças.
Os Raios X têm contribuÃdo grandemente para diagnósticos certos e
oportunos. A cirurgia está, hoje, muito mais apta do que antigamen-
te, para socorrer os pacientes.
Diante dessa série de fatores, era de esperar, pelo menos, que se
prolongasse a vida das pessoas acima dos quarenta ou cinqüenta anos.
Mas isso não acontece, mercê da proliferação de outras doenças co-
mo sejam a hipertensão arterial, o câncer, as moléstias renais, as car-
diopatias, etc.
Embora a Medicina tome medidas contra as infecções, não con-
trola os maus hábitos de vida que acarretam, como conseqüência, es-
sas outras doenças. O que mais assusta é o rápido aumento dos ca-
sos de câncer e de moléstias do coração.
Estes fatos deitam, pois, uma pesada responsabilidade sobre os
ombros dos que levam ao povo os ensinamentos básicos para a boa
saúde.
5
GERMES E
IMUNIDADE
Diz um velho adágio que "de médico e de louco todo mundo
tem um pouco".
Desde que o homem tomou conhecirrõento da existência da enfer-
midade, vem procurando recursos destinados a recuperar a saúde.
PossÃveis meios de cura têm sido experimentados aos milhares, e sur-
giram os esculápios, indivÃduos que se iniciaram na prática terapêutica
e ousaram até realizar atos operatórios.
Entre os gregos e os romanos, nos tempos antigos, o consultório
médico era em grande parte a cozinha, e a prática médica consistia
em larga escala na orientação quanto ao preparo de manjares apetito-
sos. Conta-se que certo cozinheiro chegou a se "doutorar" em Medi-
cina com o propósito único de poder dirigir a cozinha na corte dos
Césares.
A História, todavia, também recorda, na antigüidade, nomes de
médicos ilustres que legaram às gerações posteriores traços indeléveis
da ciência médica. Um deles foi Hipócrates (466-366 a. C.), com jus-
tiça chamado "o pai da medicina moderna", cuja orientação objetiva
permitiu o posterior desenvolvimento da ciência médica. Rejeitou as
superstições da época e fundou a prática clÃnica, procurando, pela
observação e experiência, as causas reais das enfermidades. Os ideais
que ele deu à sua profissão permanecem até hoje.
Na Renascença - renovação cientÃfica, literária e artÃstica reali-
zada nos séculos XV e XVI, e baseada principalmente na imitação da
antigüidade grega - surgiram, da retorta dos alquimistas, inúmeros
elementos quÃmicos, mais tarde empregados empiricamente no comba-
te às moléstias.
[25)
<012>
26 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
Durante muitos séculos eram desconhecidas as verdadeiras causas
das doenças, que freqüentemente se atribuÃam aos maus espÃritos,
A escrofulose, por exemplo, doença, tempos atrás, muito comum
na infância, era chamada "o demônio do rei" nos séculos XVII e
XVI I I, na I nglaterra, onde se cria que o enfermo sarava se tocado pelo
rei ou pela rainha.
Desse conceito errôneo surgiram as mais estrambóticas formas de
tratamento, que não tinham nenhum veio de verdade cientÃfica.
Entre outras, generalizou-se a crença de que as moléstias eram
provocadas por gases venenosos, oriundos de águas estagnadas ou de
matéria em decomposição. Cria-se também, em alguns cÃrculos, que
o contágio - a transmissão de doença de um indivÃduo a outro - se
verificava por meio de ondas semelhantes às da água.
Teoria microbiana
A relação entre os micróbios e as enfermidades já constituÃa uma
vaga hipótese admitida por alguns, quando, em 1762, Marco Antônio
de Plenciz a formulou pela primeira vez, categoricamente, sem no en-
tanto conseguir prová-la.
A teoria microbiana das doenças, em bases verdadeiramente cien-
tÃficas, não foi formulada senão em 1865, quando Louis Pasteur desco-
briu a causa e a cura de uma epidemia nos bichos-da-seda (bombyx
mori), que então estava a arruinar a indústria francesa.
Reconhece-se como demonstrada a origem microbiana de uma
moléstia quando satisfeitos os seguintes "postulados de Koch":
1. Ç constatada a presença do germe no organismo (homem ou
animal) que Ihe serve de hospedeiro;
2. O germe é isolado do organismo afetado e submetido à cultu-
ra artificial;
3. Cultivado em laboratório, o germe causa a mesma enfermida-
de quando inoculado em animal sadio;
4. O mesmo germe se encontra no animal usado na experiência.
Um germe é chamado "invasor' quando capaz de disseminar-se
pelo organismo, e "virulento" quando segrega toxinas capazes de pro-
vocar doenças.
Ç penetração e multiplicação de um micróbio no organismo cha-
ma-se "infecção", em contraposição à "infestação", que é a invasão
GERMES E IMUNIDADE 27
do organismo por parasitos de certo porte, como os vermes intesti-
nais, o sarcopto da sarna, etc.
A susceptibilidade às infecções, no homem, está sob influência
de numerosos fatores: impurezas no sangue, deficiência de globulinas
no sangue (agamoglobulinemia), baixa de certos tipos de glóbulos
brancos no sangue (agranulocitose), desnutrição (a qualitativa mais do
que a quantitativa), alcoolismo, diabetes e outras enfermidades, etc.
A bacteriemia - presença de bactérias no sangue - pode ser
transitória, intermitente ou contÃnua.
A súbita penetração de bactérias na corrente sangõÃnea, na maio-
ria dos casos, não produz outros sintomas além de calafrio e de febre
passageira. As formas transitórias de bacteriemia têm lugar nas fases
iniciais de inúmeras infecções. Algumas bacteriemias transitórias são
resultantes da manipulação de tecidos in'fectados, como nos absces-
sos, nos furúnculos, nas amÃgdalas doentes, nos quistos dos dentes,
etc.
A bacteriemia contÃnua verifica-se nos primeiros dias da manifes-
tação da brucelose, da febre tifóide, das endocardites, etc.
Os glóbulos brancos, também chamados leucócitos, desempe-
nham, no nosso organismo, um papel defensivo de primeira ordem. Ç
a fagocitose. Graças a essa função, envolvem e digerem micróbios e
partÃculas orgânicas e inorgânicas. Os glóbulos de pus são geralmente
constituÃdos por cadáveres de leucócitos - esses bravos defensores do
nosso organismo - que foram mortos em combate contra os germes.
Convém, todavia, não esquecermos que nem todos os leucócitos
praticam a fagocitose. Os monócitos, também chamados grandes mo-
nonucleares, e os granulócitos, igualmente conhecidos por polinuclea-
res neutrófilos, são os únicos dotados desse poder.
As plaquetas sangüÃneas, ou globulinas, graças ao seu poder de
ãglutinação, representam as primeiras linhas de defesa contra a infec-
ção. Têm, entre outras, a função de rodear e envolver numa só mas-
sa os micróbios que penetram no nosso corpo. Vêm, então, os glóbu-
los brancos e os fagocitam. Sob determinadas circunstâncias, os mi-
cróbios são, todavia, capazes de vencer as linhas de defesa abnegada-
mente opostas pelas globulinas, impotentes para aglutinar os invasores,
caso em que a infecção se estende.
De modo geral, as infecções seguem um curso constante. Os
germes patogênico5 penetram no no5so organismo através da cútis, da
<012>
2g A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
nasofarin e dos pulmões, da uretra, do intestino, ou outras portas,
g ' primária, local. Em seguida
multiplicam-se e provocam uma infecção
ode verificar-se a invasão de tecidos ou órgãos vizinhos, como tam-
p pode ocorrer a disseminação dos microrganismos para tecidos e.
bém
ór ãos mais distantes, através das correntes sangüÃnea e linfática, ca-
g lesõeses secundárias. Em certas infecções, co-
so em que se produzem
mo na difteria, no tétano, etc., ocorrem lesõeses em pontos distantes,
mediante as toxinas secretadas no local da lesão primária, sem que os
bacilos necessitem disseminar-se.
Em caso de infecção, duas coisas podem acontecer: Os germes
podem vencer o hospedeiro, matándo-o, ou o hospedeiro pode vencer
os germes, recuperando-se completamente.
Imunidade
Até meados do século passado, incursõeses epidêmicas assolavam,
periodicamente, com resultados catastróficos, certas regiões do mundo
civilizado. Umas, como acólera; sobrõssaÃam por seu elevado Ãndice
de letalidade, ao passo que outras, õcomo a varÃola, ressaltavam pelas
cicatrizes com que estigmatizavam a fisionomia de suas vÃtimas. Um
horror à vaidade feminina! Verificou-se que essas moléstias costuma-
vam poupar aos que elas já tinham, antes, acometido violentamente,
e que muitos organismos resistiam diretamente aos primeiros ataques
da doença, mas nÃnguém imaginou que esse fenômeno se tornaria a
chave da teoria da imunidade.
Imunidade é a propriedade que tem um organismo vivo de ficar a
salvo de determinada doença. Afirma-se que a imunidade pode ser
adquirida ou natural.
A primeira, que muito interessa à Medicina oficial, é chamgda
"ativa' uando aparece após a doença ou inoculação artificial de er
q "passivá' quando resulta da aplicação do
mes ou de suas toxinas; e
soro de um organismo imunizado contra determinada infecção.
A segunda imunidade, que pode ser relativa ou absoluta, pouco
interessa à Medicina oficial, mas muito interessa aos que desejam cul-
tivá-la para poderem contar com uma resistência eficaz contra as en-
fermidades. Ç com esta que se ocupa a presente obra.
6
A MICROBIOFOBIA
Os micróbios - também designados pelo nome genérico de ger-
mes - são seres microscópicos, animais óu vegetais, que nos interessam
mercê dos danos que nos causam.
Entre os seres vivos e o meio verifica-se uma luta contÃnua, na qual
nem sempre saem vitoriosos os maiores e os fisicamente mais fortes;
muitas vezes triunfam os menores, os impalpáveis, os invisÃveis. Os
animais de grande porte, como o hipopótamo, o rinoceronte, o ele-
fante, etc., estão em vias de desaparecimento, ao passo que os inse-
tos, os micróbios e os vÃrus se estão multiplicando de maneira as-
sombrosa.
Micróbios
No terreno dos micróbios, há inúmeras legiões de seres animais e
vegetais que, introduzidos no nosso organismo, provocam em nós, sob
determinadas condições, os mais variados tipos de doenças.
No reino vegetal destacam-se:
1. Bactérias, entre as quais se distinguem:
a. Cocos (microrganismos esféricos):
- Cocos isolados;
- Diplococos (reunidos dois a dois): gonococos (causadores da
blenorragia), pneumococos (pneumonia), meningococos [meningite cé-
rebro-espinhal);
- Cocos triados (reunidos três a trés);
- Cocos tetrados (reunidos quatro a quatro);
[29)
2 - A Flora
<012>
3õ A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
- Sárcinas (amontoados em cubos compostos de oito cocos);
-Estreptococos (agrupados em forma de corrente): Estrepto-
coccus hemolyticus (erisipela);
- Estafilococos (agrupados em amontoamentos que dão o aspec-
to de cachos de uva): Estafilococcus aureus (osteomielite);
- Micrococos CincaracterÃsticos);
b. Bacilos Cem forma de bastonetes curtos e retos: bacilos isola-
dos, diplobacilos, estreptobacilos): Bacilo de Nicolaier (tétano), Baci-
lo de Klebs-Loeffer (difteria), Bacilo de Koch Ctuberculose), Bacilo de
Eberth (tifo), Bacilo de Hansen (lepra);
c. Espirilos (em forma de espiral): Treponema pallidum [sÃfilis),
Treponema recurrentis (febre recurrente, transmitida por piolhos e car-
rapatos); g ): Vibrio
d. Vibriões (bastonetes encurvados, em forma de vÃr ula
cholerae (cólera).
2. Fungos: Uns podem provocar pneumonias; outros podem
produzir doenças da pele ou de outros órgãos. Todas as enfermidades
acarretadas por fungos recebem o nome de micoses.
3.
VÃrus: São invisÃveis ao microscópio com iluminação comum;
só odem ser observados por meio do microscópio eletrônico; são fil-
p , passam através dos filtros de porcelana, que normal-
tráveis [isto é
mente retêm as bactérias); só podem ser cultivados na presença de cé-
lulas vivas que sejam suscetÃveis. Provocam doenças tais como a po-
liomielite, a varÃola, a gripe, o sarampo, a febre amarela, a hidrofo-
bia, etc.
No reino animal, temos os protozoários, de que há quatro classes
bem definidas:
1. Rizópodes ou sarcodinos lprotozoários desprovidos de mem-
branas, cujos pés são semelhantes a raÃzes, e que se movem por pseu-
dópodes): Entamoeba histolytica (disenteria amebiana).
2. Flagelados ou mastigóforos (protozoários providos de flagelo,
longo apêndice em forma de chicote, com movimentos rápidos e vio-
lentos): Leishmania brasiliensis (úlcera de Bauru), Trypanosoma cruzi
(doença de Chagas), Trypanosoma gambiense (causador da doença do
sono, por intermédio da mosca tsé-tsé), Enteromonas hominis (enteri-
tes mais ou menos crônicas), Trichomonas hominis (enterites e diarréias).
3. Esporozoários (protozoários imóveis ou quase imóveis, que re-
produzem rapidamente por esporulação): Plasmodium malariae (impa-
A MICROBIOFOBIA 31
ludismo ou malária: febre quartã, acesso febril de 72 em 72 horas),
Plasmodium vivax (febre terçã benigna: acesso febril de 48 em 48 ho-
ras), Plasmodium falciparum (febre terçã maligna: ciclo esquizogôni-
co de 24 a 48 horas). Os acessos febris ocorrem no momento em que
os espórios, merozoÃtas, formados pela divisão, se libertam e caem no
plasma, em conseqüência da destruição das hemácias.
4. Ciliados, cilióforos ou infusórios (protozoários dotados de cÃ-
lios): Balantidium coli (vive no intestino grosso, onde pode causar
enterocolites, com lesõeses intestinais).
Subindo na escala zoológica, encontramos, logo acima dos proto-
zoários (que são unicelulares), os metazoários (pluricelulares), que po-
dem parasitar o homem diretamente, como os vermes intestinais, a
triquina, o bicho-de-pé (tunga penetrans), o ácaro da sarna, etc., ou
servir de veÃculos aos germes de graves enfermidades, como a pulga,
que transmite ao homem o bacilo pestoso, causador da peste bubôni-
ca, oriunda de ratos atacados da moléstia, ou como o anófele, trans-
missor da malária.
Terror séptico
Como se vê, vivemos constantemente assediados por poderosos
adversários, visÃveis e invisÃveis a olho nu.
Mas - atenção! - nosso propósito, aqui, não é o de provocar
entre os leitores deste livro, uma microbiofobia, que é uma das
doenças de imaginação, e que vêm atormentando a muitos neste sé-
culo de neuroses.
Se, como afirma um articulista, de cada seis pessoas uma morrerá
de câncer ("Realidade" de junho de 1966), possivelmente não esteja-
mos longe do ponto se admitimos que, de cada dez, uma perecerá
prematuramente, graças ao desgaste produzido no seu sistema nervoso
pelas diversas fobias, entre as quais o "terror séptico" será talvez uma
das mais importantes fontes de padecimento. Lamentavelmente, õnão
nos é dado conhecer nenhuma estatÃstica nesse sentido, porém sabe-
mos que muita gente sofre desse mal.
Um estudo realizado na Inglaterra, pelo Dr. Hugh Nicol, e dado
à publicidade sob o tÃtulo de "Microbes by the Million", fornece-nos a
propósito algumas informações úteis, baseadas em pesquisas de labo-
ratório.
<012>
32 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
Entre outras, encontramos nessa obra a consoladora afirmação de
que "os micróbios ordinariamente existentes numa casa residencial
não oferecem séria ameaça", e que "haverá uma imensidade deles, se
houver doença em casa, o que, todavia, não constituicá; ainda, grande
ameaça, se os ocupantes da mesma estiverem bem alimentados e se
houver o necessário asseio no ambiente.
Muitas donas de casa se dão ao trabalho de polir os talheres, de-
detizar os dormitórios, desinfetar as bacias sanitárias, porém se esque-
cem de que uma cozinha menos limpa e cuidada, onde a comida es-
teja exposta ao pó e às moscas, é muito mais perigosa do que todas
as moedas e notas que porventura fossem manuseadas à hora da refei-
ção. Longe de querermos dizer que não seja necessário lavar cuida-
dosamente as mãos antes da comida, pretendemos apenas enfatizar
uma necessidade ainda mais imperiosa, que é o asseio absoluto na
cozinha. Não foi sem motivo que um pensador chinês afirmou que
uma cozinheira suja provoca diarréia mais facilmente que o ruibarbo.
Que o mau cheiro exalado por águas estagnadas ou por corpos
deteriorados constitua, por si só uma fonte de contaminação, isso es-
tá longe de ser verdade. "Se há mau cheiro", diz o pesquisador in-
glês, "haverá, na substância em decomposição, milhões de bactérias,
mas a culpa não é só dos mi.cõcÃbios e, sim, principalmente, das pes-
soas que deixam tais putrefaçõés expostas, exalando miasmas."
"O uso do sabãó', acrescenta o Dr. Nicol, "embora se trate de
sabão comum e sem drogas especiais, se regularmente adotado, sem
excessos e sem descuido, será bastante para manter a limpeza dum
lar, quaisquer que sejam as condições de pobreza ou de conforto ma-
terial. Geladeiras, aspiradores de pó e outros aparelhos modernos pa-
ra a limpeza do lar, são coisas muito lindas e confortáveis, mas nin-
guém perecerá por falta dos mesmos, pois sua utilização não trouxe
alta contribuição para a assepsia da vida doméstica. Os micróbios de
uma casa são, geralmente, os do ar e da água, e, para muitos deles, o
nosso organismo tem defesa natural; outros são inofensivos ou mesmo
benéficos."
Coexistência pacÃfica
Banhos de asseio regulares, mãos bem lavadas antes de comer,
roupa limpa, passada a ferro, cozinha asseada, água filtrada para be-
ber, continuam sendo os melhores meios deõ defesa contra os germes
patogênicos.
A MICROBIOFOBIA 33
Os micróbios são os coletores de lixo do corpo e não encontram
ambiente num organismo limpo e sadio. Se nele penetram, abando-
nam-no logo, expulsos, sem deixar vestÃgio de sua visita, porque só se
alimentam de tecidos enfermos. Se possuÃmos imunidade natural, se
temos o sangue limpo e todos os órgãos em funcionamento sinérgico
e regular, não temeremos os germes e poderemos passar incólumes
através de muitas epidemias.
Todos nós estamos em contacto constante com o bacilo de Koch,
mas nem por isso ficamos tuberculosos, a não ser que nossas defesas
orgânicas estejam enfraquecidas.
Os germes são tão normais para o homem como o vento para a
árvore. Como seria errado incriminar o vento pelo derrubamento de
uma árvore que tivesse o tronco carcomido ou as raizes cortadas, é
também errado culpar os micróbios p‡las doenças infecciosas que
acometem os organismos arruinados e corrompidos por uma vida anti-
natural. Os germes só nos causam doenças quando há algum dese-
quilÃbrio orgânico em nós; em condições normais de equilÃbrio os mi-
cróbios não têm ação pois também estão sujeitos à lei da "coexistên-
cia pacÃfica" com o gênero humano.
Não podemos encerrar este capÃtulo sem transcrevermos algumas
palavras do interessante livro "Como Se Deve Curar", do Dr. Tullio
Chaves, que ensina:
"Segundo a opinião de Claude Bernard, o micróbio não é nada, o
terreno é tudo. . .
"Grande valor se dava outrora à virulência dos germes: AtribuÃ-
am-se os graus de intensidade de uma doença infectuosa à maior ou
menor virulência do seu germe produtor.
"Hoje esse ponto de vista é considerado errôneo e as diversas for-
mas de uma mesma infecção são imputadas à diversidade do terreno
humano. E os órgãos de localização da infecção depõndem também
dos lugares de menor resistência apresentados pelo organismo. . .
"A doença, modernamente, não é mais devida aos estragos causa-
dos por um germe ou por uma função desviada. Ela é, antes, a rea-
ção que o organismo opõe à toxicidade do germe que a produziu; e,
nas doenças funcionais, é a resistência que o organismo opõe à disfun-
ção, adaptando-se a ela ou reagindo, para que a função anormal volte
à sua normalidade primitiva.
<012>
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:
1- blenorrogia
5 - osteomielite
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9 - tétono
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I3 - febre tifóide
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2 - pneumonia
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6 - mamite
contagioso
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IO - difteria
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I4- lepra
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3-meningite
cérebro-espinhal
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7- mamite
gangrenosa
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Yõ
I I - tuberculose
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! 5 - peste
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4- erisipela
8- mormo
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I2-carbúnculo
I6- sifilis
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)7- cólera I8-disenteria I9-doenw do sano 20- molária
omebiona
MICRÇBIOS OU GERMES
A MICROBIOFOBIA
1 - Neisseria gonorrhoeae (blenorragia)
2 - Diplococcus pneumoniae (pneumonia)
3 - Neisseria meningitides (meningite cérebro-espinhal)
4 - Streptococcus pyogenes (erisipela)
5 - Staphylococcus aureus [osteomielite)
6 - Streptococcus Nocardi (mamite contagiosa)
7 - Micrococcus mastobius (mamite gangrenosa)
8 - Bacillus mallei (mormo)
9 - Clostridium tetani (tétano)
10 - Corynebacterium diphteriae (difteria)
11 - Mycobacterium tuberculosis [tuberculose)
12 - Bacillus anthracis (carbúnculo)
13 - Salmonella typhosa [febre tifóide)
14 - Mycobacterium leprae (lepra)
15 - Pasteurella pestis [peste)
16 - Spirochaeta pallida (sÃfilis)
17 - Vibrio cholerae [cólera)
18 - Entamoeba histolytica (disenteria)
19 - Trypanosoma gambiense (doença do sono)
Plasmodium malariae (malária)
35
34
<012>
36 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
"A febre é uma das caracterÃsticas da reação do organismo contra
os germes. Sendo um meio ótimo de cultura 37 graus em geral, a in-
teligência inconsciente do organismo procura por todos os meios mo-
dificar o seu ambiente, a fim de prejudicar a vegetação do micróbio.
O organismo eleva essa temperatura e, com as suas antitoxinas, com
ns seus anticorpos e com os seus leucócitos, forma um terreno impró-
prio à vegetação do germe... Quando aquela inteligênçia inconscien-
te não tem a possibilidade de elevar a temperatura, ela a abaixa, como
no caso de cólera. . .
"A tendência natural do organismo é defender-se. E, para se de-
fender, ele lentamente prepara suas antitoxinas e anticorpos contra os
antÃgenos agressores.
"Posto o organismo em condições higiênicas naturais - alimenta-
ção sã, suficiente e atóxica, aeração e insolação normais - ao abrigo
das fadigas, dos excéssos e dos tóxicos, o organismo naturalmente usa
suas armas contra a infecção: procede à diapedese dos seus leucóci-
tos, fabrica as suas antitoxinas e eleva sua temperatura, queimando
um excesso de glicogênio. . .
"Em resumo, não existem graus de virulência para um determina-
do micróbio. A sua nocividade ou inocuidade depende do terreno
que o organismo humano opõe à vegetação do mesmo.
"Nos organismos propÃcios à sua vegetação, os micróbios desen-
volvem a sua virulência máxima, em formas superagudas ou hipertóxi-
cas, levando o paciente a morte rápida.
"Nos terrenos menos propÃcios, o organismo reage, com formas
agudas de doença e, conseguindo vencer e dominar a virulência mi-
crobiana, sara.
"E, na maior parte dos casos, em que o terreno,. por fatores mui-
tas vezes inacessÃveis à argúcia da ciência é inapto õt'proliferação
mi-
crobiana, o germe torna-se avirulento ou saprófita, tendo o organismo
g P
reagido por formas beni nas, chamadas ambulatórias, ou or formas
subliminares, desapercebidas do paciente e seu entourage'."
7
"MAI S VALE PREVEN I R
DO QUE REMEDIAõ"
No decorrer das seis ou sete décadas do século XX, rico em mara-
vilhas que a Ciência nos revelou, a Medicina fez brilhantes conquistas
em prol da saúde, que sempre foi e será a maior das riquezas mate-
riais do gênero humano.
O médico moderno dispõe de diagnósticos e meios terapêuticos
que deslumbrariam os esculápios do passado. A Medicina conta, ho-
je, a mãos cheias, com uma variedade de recursos até há pouco tempo
completamente desconhecidos. Mas também se vê obrigada a enfren-
tar um inimigo que muito a prejudica no desempenho de suas nobres
funções: Ç o tempo perdido pelos pacientes, que não prncuram socorro
imediato para seus males.
Quantas vezes, por exemplo, um câncer iniciaÇ, ainda facilmente
curável, se transforma em uma grave infiltração maligna (metástase);
uma ligeira cardiopatia se descompensa; um simples resfriado se trans-
forma em uma grave pneumonia; uma leve dor de garganta, em uma
perigosa difteria; uma apendicite, numa peritonite; etc. Recorremos
ao médico tardiamente, nos casos graves, muitas vezes irremediáveis,
e exigimos, contra a razão, que o clÃnico faça prodÃgios, quando seus
esforços, ainda que mÃnimos, seriam coroados de êxito se o tivés-
semos consultado aos primeiros sintomas da moléstia. '
Se os inconfundÃveis sinais de uma enfermidade grave recomendam
a busca de urrõ especialista sem demora, não devemos aguardar a "rea-
ção espontânea do organismo", pois a providência imediata significa,
neste caso, poupança de maiores aborrecimentos, de maior perda de
tempo e de maiores despesas, além de assegurar resultados mais lison-
C37)
<012>
38 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
jeiros para a conservação da vida e da saúde. Diagnosticada a enfer-
midade em sua fase inicial, o paciente tem grandes vantagens. Mas o
nosso povo, lamentavelmente, ainda não compreende isso.
Os médicos são procurados mais pelos "doentes de cisma" do que
pelos "doentes de verdade". A grande maioria dos que buscam o mé-
dico não necessitam de remédio algum, mas apenas de conselhos.
Acham, porém, que o médico Ihes deve receitar injeções, pÃlulas, cáp-
sulas, comprimidos, elixires, e cem coisas mais, ("pois quanto maior a
receita e mais caras as drogas, tanto mais competente o médico", as-
sim pensa o vulgo), e ficam desapontados ou indignados quando o fa-
cultativo Ihes assegura:
- "Pode estar sossegado! Você não sofre de nada. Nunca vi
um organismo tão sadio."
Os que têm afecções cardÃacas, distúrbios hepáticos, perturbações
gástricas ou intestinais, desordens renais, etc., esses é que se esque-
cem da existência da Medicina, e só procuram o médico quando já
estão arruinados, e então querem que o clÃnico faça mágicas, restau-
rando-os completamente em poucos dias.
Os próprios indivÃduos sadios - os que se consideram sãos só
porque nada sentem, como se não houvesse enfermidades que minam
organismos aparentemente robustos - necessitam, de quando em
quando, recorrer ao médico para uma "revisão geral", a exemplo do
que fazemos com os carros de boa marca.
Na América do Norte, a Medicina preventiva, estreitamente ligada
à Higiene, desempenha hoje um papel de suma importância.
Ç, pois, de vital interesse para a saúde e a vida, aqui também, a
pronta intervenção preventiva e curativa da Medicina, mormente nos
casos mais ou menos graves. Em matéria de doença, não devemos
deixar para amanhã aquilo que podemos fazer hoje mesmo.
8
VEN ENO CONTRA VEN ENO?
O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoção
das suas causas. "Sublata causa tolitur effectus", dizia Hipócrates.
Visa pôr o organismo em condições de defender-se e restaurar-se a si
mesmo.
A homeopatia visa tratar as doenças por meio de agentes terapêu-
ticos que, tomados em pequeninas doses, têm óu se supõe terem a
propriedade de produzir sintomas semelhantes aos dessas doenças.
A alopatia visa combater as doenças mediante medicamentos que
produzem efeitos contrários às mesmas.
O sistema alopático emprega drogas, antibióticos, vacinas, soros,
etc.
As drogas encerram um princÃpio tóxico. São venenosas. Os ve-
nenos, quer tomados por injeção quer por via bucal, penetram no
sangue e, pelas vias circulatórias, percorrem todo o organismo. Fa-
zem dano aos germes das doenças. Podem matá-los ou neutralizar-
-Ihes os venenos. Podem intensificar ou diminuir o trabalho de certos
órgãos. Podem provocar outras modificações nas funções vitais.
Mas, por outro lado, também danificam o organismo humano. Afe-
tam o aparelho digestÃvo e também o fÃgado, o qual, entre outras,
tem a função antitóxica, neutralizando os venenos ou diminuindo-Ihes
a ação, quando em quantidade limitada. Mas não dá conta de por-
ções excessivas de veneno. O que vai além de sua capacidade se dis-
semina por todo ocorpo, fazendo sentir, em todos os órgãos, sua
ação maléfica. E o próprio fÃgado fica doente, em conseqi.Ãência da
sobrecarga. O veneno circula pelo corpo todo. Passando pelo cére-
bro, afeta-o. Afeta todo o sistema nervoso. Afeta o coração. Afeta os
rin5.
(39)
<012>
40 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
Não é igual a ação de todos os venenos. Uns prejudicam espe-
cialmente este órgão; outros, aquele. Assim, há medicamentos que
podem afetar especialmente a vista, há os que prejudicam a audição,
há os que atacam os órgãos genitais, etc.
Como exemplo ilustrativo citamos apenas um fato: Em julho de
1954 os jornais publicaram a proibição de venda determinada pelo
Serviço de Fiscalização do ExercÃcio Profissional, da Secretaria da Saú-
de, de certo medicamento, porque se descobrira que o mesmo provo-
ca a cegueira.
Muitas drogas, quando tomadas em doses repetidas, podem tor-
nar-se cada vez mais intoleráveis ao organismo, até provocarem uma
intoxicação. E, por outro lado, as drogas, segundo a qualidade, a fre-
qiiência com que são tomadas, e a quantidade, podem também tor-
nar-se inoperantes. Ç guisa do que sucede com as vacinas, o organis-
mo pode criar antitoxinas para certas drogas, após aplicações reitera-
das, tornando-se, assim, inútil o seu uso. .
Ç, por exemplo, muito difundido o hábito de usar preparados Ã
base de sulfas, penicilinas, e outras drogas, para tratar muitas doen-
ças, mesmo muitas sobre as quais esses medicamentos não têm ação.
E como os mesmos, muitas vezes, não acarretam perigos visÃveis e
imediatos ao organismo, dão margem a que o povo os use a três por
dois. Esses medicamentos, porém, tomados repetidamente, em pe-
quenas doses, podem, segundo as circunstâncias, promover a "tolerân-
cia medicamentosá'. Determinam, assim, no organismo, um estado
de tolerância que os torna inoperantes mesmo contra doenças de que
são especÃficos. Mas, ainda que inúteis para estas enfermidades, tra-
zem prejuÃzos que, mais tarde, poderão manifestar-se em várias for-
mas de doença.
As sulfanilamidas produzem várias reações tóxicas, prejudiciais, e,
às vezes, fatais. São venenosas para os invasores estreptocócicos, não
há dúvida, mas são também venenosas para o organismo.
Quando o paciente vê que a droga não Ihe faz o esperado efeito
curativo, toma doses maiores, sem suspeitar que o medicamento que
deveria trazer-Ihe saúde, Ihe está arruinando o organismo. Repetidas
doses maiores podem acarretar graves intoxicações ou alguma doença
secundária.
Quando as drogas não são causa direta de certas enfermidades,
podem ser causa indireta. Determinados órgãos, sendo afetados pelos
VENENENO CONTRA VENENO? 41
venenos, não desempenham fielmente seu dever, e, em conseqiiência,
prejudicam o bom funcionamento de outros órgãos que dependem da
ação daqueles.
Aparecem muitos distúrbios cuja causa real é poucas vezes sus-
peitada. Quem pode negar que as doenças cardÃacas, as doenças
mentais, e outros males que tlagelam a geração atual, e que nunca
assumiram tamanhas proporções como no presente século, sejam, em
boa parte, devidas ao tão generalizado uso de drogas venenosas?
Os medicamentos de ação analgésica, ou seja, os que acalmam
dores, são dos mais usados. Inúmeras pessoas os têm em casa, de re-
serva. Levam-nos consigo ao saÃrem. São tão comuns que muitos os
acham tão necessários como uma caixa de fósforos. São-nos ofereci-
dos na farmácia, como troco, quando vamos comprar alguma coisa.
Muitas pessoas, sentindo qualquer dor, branda ou forte, ingerem ime-
diatamente a droga, sem saberem que estão alimentando um vÃcio
altamente prejudicial e perigoso para a saúde. Esquecem-se de que a
dor não' aparece por si mesma, mas que resulta de algõõma coisa que
não vai bem no organismo. Ignoram que a dor é apenas um sintoma
da doença, e que não se deve combater os efeitos, mas, sim, a causões.
E a causa, por sua vez, não pode ser combatida por meio de sedati-
vos.
O uso imediato de medicamentos analgésicos ou anti-febris em
muitos casos dificulta o diagnóstico do médico, pois a eliminação
desses elementos poderá mascarar os sintomas habituais da doença,
cuja causa continua a agir na intimidade do organismo, pela falta de
tratamento acertado desde seu inÃcio.
Além disso, os analgésicos podem facilmente ocasionar sérios dis-
túrbios orgânicos, como intoxicação e lesõeses em órgãos importantes
(fÃgado, rins), afecções diversas e acúmulo de trabalho para o cora-
ção. As drogas nunca deixam de ser prejudiciais.
O organismo humano, em geral, sabe defender-se contra a doen-
ça, repelindo os inimigos causadores da mesma. Não devemos, por
isso, subestimar sua força de resistência natural, procurando erronea-
mente reforçá-la com drogas medicamentosas.
Afirma o Dr. Adr. Vander:
"Felizmente muitos médicos da escola alópata estão começando a
ficar mais e mais convencidos da eficácia da medicina natural, mas
<012>
42 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
ainda estão demasiadamente influenciados pelas antigas concepçóes
puramente alópatas.
"Também nas universidades há muitos catedráticos que têm com-
preendido que a medicina alópata encerra um bom número de erros e
que é indispensável uma reforma, pois já é conhecido de muitos que
os medicamentos não podem curar por si mesmos uma enfermidade,
pelo menos não da maneira como a medicina natural entende por
curar, a saber, eliminar por completo a causa da enfermidade, regene-
rar os tecidos danificados e normalizar a função de todos os órgãos
do corpo.
"Não há dúvida de que se podem alterar com drogas as funções
do corpo e conseguir, por exemplo, que estes ou aqueles órgãos tra-
balhem mais intensamente por certo tempo, mas em seguida vem a
reação inversa e o órgão pode então ficar ainda mais débil que antes.
Demais, os outros órgãos, sobre os quais não se queria atuar, são preju-
dicados pelas drogas, como sucede, por exemplo, com a aspirina, que
se toma para acalmar a dor, de vez que atua sobre o sistema nervoso,
mas que prejudica o estômago por ser o primeiro órgão que a recebe.
Pode-se, algumas vezes, com a morfina, aliviar os terrÃveis sofrimentos
de um enfermo, mas com ela não se consegue uma cura. Podem
apresentar-se casos em que se necessite um purgante para solver um
caso de urgência, mas o purgante não cura a enfermidade; ao contrá-
rio, prejudica o estômago e os intestinos. O clorofórmio pode ser ne-
cessário para uma operação sem dor numa pessoa após um acidente
grave, etc. Contudo, sempre que se considerem as drogas como cura-
tivas, comete-se um grande erro. As drogas são remédios prejudiciais
à saúde, com os quais se pode conseguir um resultado, mas não uma cura
natural.
"Tendo-se isto sempre em mente, não se pode cair tão facilmente
em erro, como tem acontecido, por desgraça, nos tratamentos abusi-
vos à base de medicamentos. As operações, também, jamais curam;
porque a cura é um processo de regeneração do organismo. Com
uma operação pode-se extirpar um órgão ou parte do mesmo, mas
não há órgãos no corpo que não sejam necessários ou úteis. Portan-
to, o que se deve fazer é procurar curá-los e evitar extirpá-los. As
numerosas operações que se fazem hoje em dia constituem uma prova
do fracasso dos tratamentos com medicamentos. Noventa por cento
das operações poderiam seguramente ser evitadas com o uso adequa-
VENENO CONTRA VENENO? 43
do e oportuno da medicina natural. Entenda-se bem: não é neces-
sário ser fanático e não admitir em nenhum caso o uso de um remé-
dio ou de uma operação, porque podem apresentar-se casos em que
estes se justifiquem, como, por exemplo, num grande tumor que opri-
ma as vias respiratórias com perigo de morte imediata, caso em que a
operação é o remédio adequado para evitá-la. . .
"O maior erro da medicina alópata tem sido o de considerar, du-
rante séculos, as drogas como agentes curativos. Este erro era tão
grande, que os investigadores se entregaram com incansável atividade Ã
busca de drogas e remédios que deviam fazer o milagre de curar as
enfermidades. . . Não encontraram uma droga verdadeiramente curati-
va e que ao mesmo tempo não seja um veneno mais ou menos preju-
dicial para o organismo, porque não existe tal coisa senão na imagina-
ção das pessoas. Só a natureza cura.
"Esta caça aos remédios, baseada numa conGepção equÃvoca acer-
ca das enfermidades, desviou demasiadamente á ãtenção dos clÃnicos
e i nvest.igadores.
"Grandes descobrimentos foram feitos em todos os ramos da me-
dicina, menos no mais necessário, a saber, na cura natural das enfer-
midades mediante agentes naturais. Tais descobrimentos foram lança-
dos no mundo com grande alarido, e tanto sugestionaram os clÃnicos
que estes geralmente têm seguido o rumo indicado pelos autores. Os
remédios anunciados têm sido experimentados nos enfermos. Cria-se
que tomãdos nas doses prescritas não haviam de prejudicar. Isto, po-
rém, é um grande erro. Um veneno sempre é prejudicial, ainda que
seja tomado em pequena quantidade e ainda que nem sempre se mani-
feste em seguida o prejuÃzo ocasionado."
Para o benefÃcio dos estimados leitores, transcrevemos a seguir al-
gumas advertências que acidentalmente encontramos nos jornais e em
outras publicações. Se tivéssemos feito uma busca intencional, pode-
rÃamos agora apresentar um estudo mais amplo e detalhado sobre os
perigos das drogas. Mas estes bastam para o momento.
Com o que fornecemos nas próximas páginas desta obra, não te-
mos o propósito de criar uma espécie de fanatismo ou extremismo en-
tre a população; esperamos apenas poder corrigir, reformar, moderar o
excessivo entusiasmo e a perigosa ilusão que muita gente abriga com
respeito aos produtos farmacêuticos, e realçar a importãncia da Higie-
ne e da Profilaxia, que valem mais do que muitas drogarias reunidas.
<012>
44 ~ FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
"remédios milagrosos" apenas proporcionam uma iiusão de cura
Muitos
"Muitos médicos estão tão convencidos de que o medicamento
dará resultados em doentes que são induzidos por auto-sugestão a
acreditar nas 'curas'.
"Nos primeiros anos de minha carreira, fui assistente de um médi-
co famoso. Estava ele convencido de que a pneumonia podia ser
curada com grandes doses de quinino. Na realidade, 25 por cento
dos pacientes tratados continuavam a morrer, como ocorria com os
pacientes ..,e pneumonia antes do aparecimento dos antibióticos. Meu
chefe, todavia, só se lembrava dos que se tinham restabelecido e es-
quecia os demais. E assim, um dia, publicou um artigo no qual afir-
mava que era possÃvel obter cem por cento de curas de pneumonia
com o quinino. Creio que ele estava realmente convencido do que
dizia, mas, depois de algumas experiências, os médicos de todo o paÃs
se convenceram de que aquele medicamento, na verdade, apenas fa-
zia mal aos pacientes, e desistiram de usá-lo.
"Na minha juventude, eu tinha o hábito de experimentar todos os
'tratamentos milagrosos anunciados na imprensa - alguns deles ba-
seados em êxitos com um ou dois pacientes. Cedo, porém, compre-
endi que tudo aquilo era ilusório.
"Muitas vezes os médicõs se entusiasmam de tal modo com uma
nova droga que a receitam durante algum tempo a todos os pacientes
que vão ao consultório; mais tarde, porém, diante dos resultados ne-
gativos, passam a usar outro medicamento, o qual, por sua vez, é
também abandonado. Há uns 45 anos, todo médico receitava ben-
zoato de benzil a seus pacientes. Experimentei o preparado em cerca
de 20 pacientes, sem resultado, e o abandonei. Outros médicos, to-
davia, continuaram a receitá-lo. Agora, há muitos anos não ouço fa-
lar desse medicamento." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica
Mayo. g ,
")á muitas vezes medicamentos de 'ação rápida e mila rosa tive-
ram de ser abandonados, porque davam somente a ilusão de cura, e o
germe patogênico ficava no organismo, onde reaparecia depois de vá-
rios anos." - Dr. Hugo Mondolfo.
"As pessoas ansiosas, intranqüilas, têm a ilusão de que este ou
aquele tipo de remédio é uma solução. Ç falso... Tudo isso constitui
um aspecto do caráter mágico atribuÃdo pelo povo aos remédios em
VENENO CONTRA VENENO? 45
geral - 'remédio resolve tudo' - e de acordo com essa idéia muita
gente deixa de comprar comida para comprar remédio. Muitos médi-
cos têm também a tendência de aliviar o doente, o que nem sempre é
indicado. Atualmente a fiscalização é tão grande que muitos médicos
têm até medo de levar uma injeção de ópio em suas maletas." - Dr.
Henrique Roxo.
"Uma grande limpeza nas drogarias está sendo empreendida pela
Administração Federal dos Alimentos e Drogas (nos EE UU). A pes-
quisa de remédio por remédio vai determinar quais são inúteis ou da-
ninhos, para forçar sua retirada do mercado. A AFAD calcula que em
três ou quatro anos de esforço ingente, muitos remédios populares te-
rão de despedir-se da praça, e numerosos outros terão de modificar
seus rótulos." - Folha de São Paulo, 13/11/64.
Muitos medicamentos, em vez de curar, provocam doenõas
"Hoje ouço falar de muitas pessoas vÃtimas de coceiras, rachadu-
ras na pele, horrÃvel gosto na boca, náuseas, dores no fÃgado, dores
no estômago, ou alguma outra forma de doença, após tomarem qua-
tro ou cinco remédios prescritos por um ou mais médicos.
"Quando tais pessoas me procuram tenho de dizer-Ihes: 'Não
posso tentar um tratamento até que parem de tomar todos os remé-
dios por uns dias a fim de verificarmos se o mal se deve a um deles.'
Se, após alguns dias sem tomar medicamentos, todos os sintomas de-
saparecerem, o que resta a fazer é tomar um remédio após outro, em
forma de teste, até que os sintomas voltem. Deste modo, a pessoa
será capaz de descobrir qual deles está causando o incômodo.
"Uma dificuldade que tenho de enfrentar é que muitas pessoas
tomam alguma coisa que peiisam não ser remédio. Por exemplo: um
dos casos de que estou lembrado é de um homem de negócios que
geralmente tinha de retornar à casa com febre ou dores no estômago.
No outro dia, manchas roxas apareciam-Ihe nos braços.
"Suspeitei do efeito de algum medicamento, e perguntei-Ihe se
havia tomado algum remédio, e respondeu negativamente. Finalmen-
te, quando o caso parecia sem esperanças, enviei-o a um dermatolo-
gista, perguntando-Ihe se sabia o que ocasionara as manchas roxas. A
resposta foi: 'Sim, são devidas à fenolftaleina'. Esta droga é comum
em muitos laxativos comerciais.
<012>
46 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
"Quando insisti com o paciente que deveria estar tomando algum
laxativo, finalmente confessou que tomara um, mas não o considerava
como remédio. Quando finalmente o paciente cessou de tomar esse
medicamento, acabaram-se as complicações.
"Sei de casos em que uma simples aspirina causou irritação no
rosto de uma mulher. Outras vezes uma pessoa pode tomar um me-
dicamento diariamente, por meses, sem nenhum contratempo, e de
repente ser vÃtima de rachaduras na pele, perturbações visuais ou do-
res de cabeça ou de estômago." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
"Em matéria de terapêutica, nos tempos antigos a nossa profissão
foi anatematizada pela penúria de seus recursos; hoje o é pela abun-
dância e pelos excessos no uso de armas medicamentosas...
"São numerosas as doenças resultantes dos progressos médicos,
como complicações das modernas técnicas diagnósticas e terapêuti-
cas. . .
"A corrida para a conquista de novos medicamentos é um fato
real. Há os que se divertem, fazendo o cálculo das toneladas de inu-
tilidades que os crédulos consomem, principalmente os 'devoradores
de remédios'; outros analisam os maus efeitos dos bons remédios, sob
o fascÃnio do palpitante capÃtulo da patologia iatrogênica..." - Dr.
Carlos da Silva Lacaz
Muitas das novas drogas podem fazer mal e até matar
"Alguém me censurou por ter mencionado os bons resultados
obtidos com certo medicamento usado contra a gota. A mesma pes-
soa conta que sabe de um caso de alguém que tomou o referido medi-
camento e morreu da chamada anemia aplástica. Apresento meus pê-
sames aos entes queridos dessa vÃtima e gostaria de que me houvesse
sido possÃvel advertÃ-los a tempo de que nós, os médicos - e também
os leigos - precisamos nos lembrar constantemente de que a maioria
das novas drogas podem fazer mal e até mesmo matar certas pessoas
hipersensÃveis.
"Tenho repetido muitas vezes que todas as novas drogas lançadas
recentemente no mercado podem apresentar efeitos secundários noci-
vos e até fatais. Em geral, os grandes laboratórios testam as novas
drogas em várias instituições antes de lançá-las no mercado. Ainda
VENENO CONTRA VENENO? 47
assim, depois de um ou dois anos, temos notÃcias de efeitos secundá-
rios provocados pelo novo medicamento.
"'Em alguns casos, os glóbulos brancos ficam destruÃdos a tal pon-
to, que o paciente perde a capacidade de resistir às infecções, ou tal-
vez fica com o fÃgado seriamente afetado. Soube, há pouco tempo,
que um grande laboratório retirou do mercado determinada droga,
que durante algum tempo se apresentava como uma grande esperan-
ça, mas que se revelou por demais perigosa para o uso ordinário.
"Certos medicamentos são tão perigosos que só devem ser usados
quando o paciente está hospitalizado, onde poderá ser examinado a
curtos intervalos. Outros só devem ser empregados quando se torna
necessário salvar o paciente da ameaça de uma morte iminente."-
Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
"Acabo de examinar uma paciente, que durante seis meses tem
feito uso de um remédio tão perigoso e tóxico que foi responsável pe-
la morte de várias pessoas no ano passado. O qúe sucedeu foi que
seis meses antes ela sentira determinada dor e o seu, médico Ihe pres-
crevera aquele remédio. Este não pareceu ser benéfico, mas, depois,
como tantas vezes ocorre com dores artrÃticas, estas cessaram total-
mente. Mesmo assim essa paciente continuou a tomar o remédio. Fe-
lizmente para ela o seu organismo foi resistente; por menos do que is-
to eu já tenho visto organismos arruinados. Não deixe que 'tomar re-
médios' se transforme em um hábito, leitor. Os perigos de tal prática
são enormes." - Um médico.
A sensibilidade à s drogas varia muito de indivÃduo para indivÃduo
"Alguns médicos, às vezes, adotam uma atitude pouco sensata
com respeito a suas receitas. Ç o caso, por exemplo, de uma senho-
ra que recorreu a mim depois que seu médico Ihe receitara cem cáp-
sulas. Ela tomou as duas primeiras, como mandava a receita, e co-
meçou a passar mal, vomitando durante toda a noite.
"Disse então que não podia tomar sequer uma cápsula das 98
restantes e que Ihe custaram bastante dinheiro...
"Um dia destes, vi também um jovem cujo médico Ihe receitara
cem tabletes de tranqiiilizante. Depois de tomar a droga durante dois
dias, o paciente estava muito deprimido, pensando até em suicÃdio, e
pronto para entrar num hospital de doentes mentais. Apresentava um
<012>
48 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
mau gosto na boca, tinha fortes dores de cabeça e erupção na pele,
sintoma de alergia ou envenenamento.
"Entregou-me 94 das cem cápsulas que comprara, sugerindo que
eu desse a quem delas precisasse, lamentando a despesa grande que
fizera." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica Mayo.
Os medicamentos antitérmicos são perigosos
"João Paulo tem 3 meses. Pesa 5 kg; está agitado, 39o de febre.
Nada mais simples e mais anódino do que dar-Ihe a metade de um
comprimido de aspirina agora e outra metade à noite, se a febre não
ceder. Porém, agindo assim, você estará. . . arriscando-se a provocar
acidentes graves, principalmente se a criança transpirou muito. Os
rins do lactente eliminam a aspirina muito mais lentamente do que
os do adulto. Mesmo com doses fracas de aspirina, a concentração
do remédio no sangue vai atingir um nÃvel tóxico.
"Se a respiração da criança se acelera, atenção. Chame sem de-
mora um médico. Vômitos, convulsõeses, delÃrio podem aparecer e
completar o quadro de uma intoxicação salicÃlica.
"Então, que deveria ter feito? Como lutar contra a febre, se a
própria aspirina familiar está condenada? Envolva o tórax da criança
com um pano fresco. Mergulhe uma toalha felpuda na água fria; tor-
ça-a. Enrole a criança nela e envolva-a com um cobertor de lã. A
evaporação da água absorverá o calor do pequeno febril e sua tempe-
ratura cairá.
"Os demais medicamentos antitérmicos, a antipirina, o piramidon,
também devem ser evitados nas criancinhas. Quanto à criogenina,
que teve uma época de celebridade, deve ser proscrita formalmente:
supositórios de criogenina provocaram, há alguns anos, numerosos ca-
sos de anemia grave." - Dr. Serge Voisin-Picard.
As sulfas e os antibióticos são perigosos
"Muitas moléstias que não requerem nem se beneficiam com o
emprego de sulfas e antibióticos passaram a ser tratadas desta maneira
pelo leigo e pelo droguista, a quem só interessa vender o remédio.
Como conseqüência lógica, surgiram as intoxicações e as complica-
ções secundárias, decorrentes do uso indevido dessas drogas quÃmicas
(sulfas) e dos derivados antibióticos (penicilina e outros).
VENENO CONTRA VENENO? 49
"O grande perigo das sulfas é a sensibilização do organismo com
doses prévias, causando posteriormente o choque anafilático, isto é, a
incompatibilidade do organismo com a sulfa. Muito freqiientes são as
lesõeses nos glóbulos vermelhos e brancos do sangue, no fÃgado e no sis=
tema nervoso central." - Folha Feminina, 26/1/64.
A hidrazida provoca complicações neurológicas
"A hidrazida do ácido insonicotÃnico, ou simplesmente hidrazida,
é um agente quÃmico, especÃfico do tratamento da tuberculose...
Contudo, quando a dosagem excede a 5 miligramas por quilo e por
dia, ocorre a possibilidade do aparecimento de manifestações de into-
lerância, observáveis principalmente em ádultos e em particular nos
que abusam de bebidas alcoólicas. Estas reações podem revestir-se de
gravidade considerável, a ponto de, em comunicado recente, a Organi-
zação Mundial de Saúde sublinhar a necessidade de seu reconheci-
mento precoce, a fim de se suspender imediatamente o medicamento.
"O sistema nervoso mostra-se particularmente sensÃvel à toxicida-
de da hidrazida, citando-se, entre as complicações neurológicas, as ne-
vrites periféricas, convulsõeses, atrofia do nervo ótico e quadros psicó-
tico5.
"As nevrites periféricas constituem o acidente mais comum. . . O
próprio Biehl e H. J. Nimitz observaram igualmente que a hidrazida
favorece o aparecimento de crises convulsivas, devendo-se tomar cui-
dados especiais quando é administrada a epiléticos. Quanto à atrofia
do nervo ótico, é necessário diferenciá-la de uma provável sequela da
meningite tuberculosa." - O Estado de S. Paulo, 4/6/58
Os corticosteróides geram diversas enfermidades
"Algumas doenças dos pulmões podem ser combatidas com corti-
cóides adrenais, porém o emprego dessas drogas nos pacientes de tu-
berculose apenas agravará seu estado. . .
"Em geral, os corticosteróides produzem o quadro clÃnico do sin-
droma de Cushing - com excesso de peso e o rosto arredondado e
cheio de pilosidade. Também poderão gerar crises de diabetes, osteo-
porose, hipertensão, loucura temporária e aumento da susceptibilidade
<012>
50 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
às infecções. Poderá ainda aparecer uma úlcera estomacal ou o agra-
vamento de uma úlcera antiga." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
A cortisona, além de provocar várias enfermidades, pode matar
"Imaginemos um cidadão que disponha de boas glândulas adre-
nais que o mantenham feliz e satisfeito. Lá vem um dia, porém, em
que ele se resfria, adquire algum eczema ou alguma dor muscular, e
insiste junto ao seu médico para que Ihe seja prescrita essa droga ma-
ravilhosa que é a cortisona, da qual tanto e tão bem ele tem ouvido
falar. Responde-Ihe o médico: 'Mas o senhor não precisa de cortiso-
na; não está realmente enfermo e, além disto, a cortisona não cura o
que o senhor tem.' O paciente insiste, entretanto, e o remédio é
prescrito.
"Durante algum tempo ele julga estar obtendo ótimos resultados e
continua ingerindo o remédio. Resolve, depois, parar, mas não se
sente bem e retorna à droga. Finalmente ele começa a adquirir uma
úlcera ou diabetes e o médico Ihe determina que pare de tomar corti-
sona. Ele obedece, mas aà começam os aborrecimentos. Por que? Por-
que suas glândulas adrenais, há tanto desalojadas de sua função pelo
uso da cortisona, . . estão agora fracas e preguiçosas e quase que já se
esqueceram de como exercer sua função.
"Num recente número do Jornal da Associação Médica Norte-
-Americana, os Drs. Salassa, W. A. Bennet, F. R. Keating )r. e R. G.
Sprague, da ClÃnica Mayo, descreveram, em importantÃssimo artigo,
dois casos em que pessoas que haviam feito tal uso da cortisona
entraram em estado de choque e morreram põoucas horas depois de te-
rem sido submetidas a uma operação. Reagiram exatamente como
um indivÃduo portador de severo desequilÃbrio nas glândulas adrenais;
submetidos à autópsÃa, as glândulas desses pacientes se mostraram
completamente gastas, tal como estão nos casos do chamado Mal de
Addison.
"Foram também autopsiados os corpos de 40 pessoas que haviam
tomado cortisona durante 5 dias ou perÃodo maior. Em todos os ca-
sos os patologistas verificaram que as gfândulas adrenais estavam atro-
fiadas de forma semelhante, do que decorreu a manutenção da vida
nesses organismos de forma bastante precária.
"Espero sinceramente que tomarão mais cuidado essas milhares de
pessoas que presentemente se servem indiscriminadamente da cortiso-
VENENO CONTRA VENENO? 51
na, só porque gostam de fazer uso de produto de ação enérgica que
seja 'da moda'." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
"Um caso clÃnico, observado por Harris e Ross. Tratava-se de
uma senhora na oitava semana de gravidez e a quem foi administráda
cortisona em virtude de um processo patológico qualquer. Deu à luz
dentro do prazo normal, e a criança, bem constituÃda, apresentava
entretanto a abóbada palatina aberta. Como este fechamento se de-.
veria processar na ocasião em que a gestante estava tomando grandes
doses de cortisona e diante dos fatos já conhecidos da experimenta-
ção animal, os observadores estabeleceram uma relação causal." - Es-
tado de S. Paulo, 12/2/57.
"Muitos que tomam diariamente cortisona ficam com o rosto
arredondado, e, às vezes, com pilosidade õxcessiva. Em alguns casos,
podem surgir perturbações mentais, tuberculose, úlcera do duodeno,
osteoporose (falta de cálcio nos ossos), ou alguma doença do cora-
ção, das artérias ou dos rins." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
Diversos medicamentos produzem úlceras pépticas, hemorragia
gástrica ou intestinal, etc.
"Vários são os medicamentos que determinam processos irritativos
da mucosa gástrica e duodenal (gastrite, duodenite), chegando até à _ õ-
úlceração, hemorragia e perfuração. Na patogenia deste acidente,
dois mecanismos devem ser Çevados na devida conta: aumento da se-
creção ácida do conteúdo gástrico, estimulado pela droga, e diminui-
ção da resistência das paredes do estômago e duodeno.
"Assim, a histamina constitui um estimulante poderoso da secre-
ção clorÃdrica. . . Com certa freqüência, observa-se a formação de úlce-
ra na mucosa gástrica ou duodenal no decurso de tratamento mais ou
menos prolongado com este produto. Em outras circunstâncias, verifi-
ca-se a hipersecreção clorÃdrica com o emprego de agentes terapêuti-
cos que bloqueiam o sistema simpático e conseqüentemente libertam
o seu antagonista - o para-simpático (vago). Ç o que se observa
com o emprego da Tolazalina (Priscol), Hidralazina, etc.
"A butazona e os derivados salicÃlicos, empregados nos processos
álgicos reumatismais, podem promover o aparecimento de úlcera pép-
tica ou tornar aguda uma lesão ulcerosa antiga em fase de acalmia.
Curioso é que neste caso o aparecimento da complicação não parece
<012>
52 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
estar relacionado com a intensidade e duração do tratamento, surgin-
do mesmo logo após a administração das primeiras doses de medica-
camento." - O Estado de S. Paulo, 20/5/58.
"Entende-se por 'hematemese' o vômito sangüÃneo, proveniente
do aparelho digestivo. Entre as causas mais freqüentes desta manifes-
tação, citam-se: o câncer gástrico, a úlcera péptica, a hérnia do hiato
diafragmático e as varizes esofágicas. Esta última entidade traduz cli-
nicamente um aumento de pressão da circulação hepática porta, co-
mo acontece, por exemplo, nos casos de cirrose. Hoje em dia, em
nosso meio, em virtude do grande número de nordestinos que aqui re-
sidem, portadores de esquitossomiase mansônica; forma hepato-esplê-
nica, esta ocorrência é muito freqüente e deverá entrar sempre na co-
gitação dos clÃnicos ao se defrontarem com tal sintoma. Entretanto,
nem sempre se consegue estabelecer a verdadeira etiologia da hemate-
mese e, procurando esclarecer esta situação, ). J. Kelly Jr. realizou
uma revisão de 49 casos de hemorragia gastrointestinal, nas quais as 4
causas mencionadas puderam ser excluÃdas. Neste grupo, pôde o au-
tor separar 16 pacientes em que a hemorragia estava relacionada com
a ingestão prévia de salicilato e aspirina. Sublinha mesmo a maior
coincidência de hemorragia desta natureza em ulcerosos gastroduode-
nais em certas épocas do ano, quando os resfriados são mais freqüen-
tes e portanto ocorre um maior consvmo de medicamentos com base
na aspirina." - O Estado de S. Paulo, 26/3/1957.
Vários medicamentos produzem a mucormicose
"O emprego de medicação antileucêmica, a cortisona, etc., favo-
recem a eclosão da mucormicose. O uso dos antibióticos de largo es-
pectro também não pode ser esquecido como causa responsável pelo
aumento do número de casos desta afecção.
"O cogumelo penetra no organismo através das fossas nasais, de
onde atinge os seios da face, cavidade orbitária, meninges, encéfalo,
vasos cerebrais. Ou pode localizar-se na árvore respiratória inferior,
causando bronquites, pneumonias e bronco-pneumonias. Há ainda a
possibilidade de penetrar na luz de um vaso sangi.ÃÃneo, determinando
verdadeiras septicemias, com estabelecimento de focos de infecção Ã
distância.
VENENO CONTRA VENENO? 53
"As formas pulmonar e cerebral são particularmente graves. De
inÃcio abrupto, progridem rapidamente, levando à morte em prazo não
superior a um mês." - O Estado de S. Paulo, 27/6/57.
Os aminopurÃnicos reduzem a taxa de glóbulos brancos
"Edward M. Blecher, nos Estados Unidos, faz referências a traba-
Ihos de alguns autores acerca da redução de glóbulos brancos do san-
gue causada pela ingestão reiterada de certas substâncias aminopurÃni-
cas, entre as quais se destaca o piramido, que, segundo esses autores,
chegou a baixar para 400 a taxa daqueles elementos sangõÃneos, que
no normal é de 5 a 8 mil por milÃmetro cúbico de sangue. Tratava-se
de pacientes que trabalhavam em indústrias farmacêuticas e que ti-
nham grande facilidade na obtenção dopiramido." - SPES, de S.
Paulo.
As drogas fecundativas podem provocar fecundação múltipla
"Os médicos sabem agora que, tratando mulheres estéreis com
determinada droga, podem fazer com que elas se tornem férteis, mas
ao mesmo tempo, podem torná-las prolÃferas. Tais tratamentos levam
mulheres até então estéreis a abrigar de 5 a 7 fetos em seu útero."-
Prof. Dr. Walter C. Alvarez.
O Stilbestrol pode acarretar o câncer
"O 'Stilbestrol', que é eficiente na ajuda às mulheres na meno-
pausa, sempre foi posto de quarentena pelos médicos, pois, quando
aplicado continuamente, em doses gigantescas, num rato, Ã s vezes
provoca o câncer." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica Mayo.
Drogas consideradas "inofensivas" podem criar hábito, além de
apresentarem reações secundárias, nocivas
"Tranqüilizadores, analgésicos e outras drogas que não têm rela-
ção com narcóticos ou barbitúricos podem criar hábito e causar peri-
gosos sintomas de abstenção. . .
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54 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA
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  • 1. A Flora Nacional na Medicina Doméstica A FLORA NACIONAL DIREITOS RESERVADOS Composto e impresso nas Oficinas Gráficas da Editora M. V. P. Caixa Postal 48311 - CEP 01000 - São Paulo, SP. NA MEDICINA . DOMESTICA - VOL.I. PROF. ALFONS BALBACH 15a EDIÇAO . . .. .. .. . ... . . . . ... ... ..... .. . ... . . ...õ.. .. .:.. .... . .. .. EDIÇÇES "AõEDIFICAÇÇO DO LAR" R. A maro B. Cavalcanti, 624 - Tel. 295-3353 - C. P. 48311 - 01000 S. Paulo, SP <012> PREFACIO O mundo, com as suas múltiplas enfermidades tão fáceis de con- trair, é um vasto hospital, e a Natureza, com a sua infinidade de plantas, é uma farmácia em que todo homem pode encontrar um bál- samo para qualquer espécie de dor. As plantas não só nos proporcionam alimentos sãos e saborosos,
  • 2. mas também toda classe de remédios para a recuperação ou conserva- ção da nossa saúde. Por muito tempo a terapêutica vegetal esteve sob domÃnio do po- vo comum, e especialmente dos homens do campo, em cujas mãos indoutas o conhecimento empÃrico do valor medicinal das plantas Ihes tem prestado um serviço inestimável. Outrora, muitos médicos - talvez a maioria - desprezavam a botãnica farmacõutica como curandeirismo ou charlatarismo; hoje, po- rém, graõas ao progresso das investigações cientÃficas, a medicina ve- getal se acha elevada à dignidade de Fitoterapia. Muitas centenas de plantas são atualmente estudadas e aproveita- das nos laboratórios em todo o mundo, para o bem da humanidade castigada por tantas doenõas. Mas tudo isso não é suficiente. Nós mesmos devemos, individualmente, procurar desenvolver nossos co- nhecimentos sobre os fatores da saúde, as enfermidades e os meios naturais de cura, entre os quais se destacam as ervas do campo. A injustificável falta desses conhecimentos vitais pode facilmente custar- -nos toda a ,nossa fortuna acumulada, a nossa saúde e ' a nossa vida, ou a de algum dos nossos entes queridos. O médico, a quem nunca devemos pensar em dispensar inteiramente, não nos salvará desse trÃ- plice prejuÃzo, se não soubermos usar inteligentemente seus bons ser- viços. <012> Dizia Henrique IV, da França, que um homem honrado deve sa- ber um pouco de teologia para a sua salvação, um pouco de direito para os seus negócios, e um pouco de medicina para a sua saúde. Por isso nos sentimos constrangidos a afirmar que este livro não deve faltar em nenhum lar, e que a primeira parte do mesmo - Co- nhecimentos Gerais de Saúde -, por ser a mais importante, deve re- ceber a mais carinhosa atenção dos leitores, que assim se apoderarão dos recursos fundamentais, e já não terão dúvida em considerar como de valor secundário todos os demais recursos (remédios vegetais ou outros medicamentos). Foi, pois, para ajudar as sofredoras massas populares, mormente o homem do interior, que elaboramos esta obra, convictos de que serão realmente beneficiados os que lerem e praticarem os conhecimentos transmitidos por este livro, através de cujas páginas dezenas de médi- cos falam aos estimados leitores. O AUTOR Os editores 1. a PA RT E Conhec2mentos Geõaõs de Saúde <012> 1 A SAÇDE Para cada nação tem havido, em cada época, um ideal dominan- te. Para os gregos foi o desenvolvirnento intelectual e artÃstico; para os romanos as conquistas militares; para os indus a calma filosófica;
  • 3. para os egÃpcios a erudição religiosa. Essas coisas ficaram no pas- sado. No presente, o ideal que cativa os povos livres é a acumulação de riquezas. Para o homem e a mulher de hoje, sucesso é sinônimo de aquisi- ção de bens materiais. E, no entanto, de todos os ideais, é este o que tem menor valor real para o homem. Quando )esus Cristo disse que é mais fácil a um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que a um ricaço entrar no Céu, fez ver que o homem, candidato ao reino de Deus, quando se esforça para ajuntar riquezas, se distrai do propósito de se aperfeiçoar moral, mental e fisicamerite, e perde de vista o grande alvo, a exemplo do aluno pouco estudioso, que não se capacita para a aprovação final Podemos e devemos lutar vitoriosamente em prol da nossa pró- pria salvação. Somos fracos, estúpidos, incapazes? Temos menos vir- tudes que nossos semelhantes? Consideramo-nos inferiores aos outros? Fracassamos sempre nos momentos crÃticos? A consciência das nossas falhas afasta de nós a esperança do êxito? Se assim é, a culpa cabe principalmente a nós mesmos. Cada dia, cada hora, cada minuto podemos construir ou destruir. Efetivamente, estamos sempre edificando ou demolindo. O que? A nossa natureza moral, espiritual e fÃsica, a nossa pessoa como um to- do. Esse processo de restauração ou recuperação do indivÃduo não (9) <012> 10 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA depende inteiramente dos pais, nem do ambiente, nem do acaso, nem das circunstâncias; depende principalmente de nós mesmos, da nossa boa vontade e honestidade para com nós mesmos, agora que já somos adultos. Não existem desvantagens; há, isso sim, oportunidade para pensar, decidir e agir. A vida é por si mesma complexa. Suas leis, porém, são simples. A saúde é difÃcil de definir, mas suas leis são fáceis de enunciar e de seguir. E tornar conhecidas essas leis - ensinar os homens e as mu- Iheres a serem sadios em todos os sentidos e auxiliá-los a realizar o mais nobre de todos os ideais, que é a restauração de si mesmos- essa é a missão que nos propomos cumprir. Ç luz das leis da saúde, as doenças não são hereditárias. Pode- mos, sem dúvida, herdar fraquezas, tendências, predisposições, que, não sendo combatidas, desempenham sua parte na gênese de doenças crônicas. Geralmente, porém, a enfermidade é o resultado das pró- prias extravagâncias. Como a velhice em si mesma também não acarreta doença, não há razão para a pessoa da casa dos cinqi.Ãenta ou sessenta sofrer do fÃ- gado, do estômago, do intestino, da bexiga, dos rins, do coração, ou para queixar-se de arteriosclerose ou hipertensão arterial. As causas desses sofrimentos são,patológicas e não fisiológicas. Resultam dos abusos contra a natureza e não da idade. Ç verdade que as forças di- minuem, porém os tecidos não se arruÃnam com o avanço da velhice. No terreno da saúde e doença, tudo é uma lei de causa e efeito. Não acalentemos, pois, o pensamento de que Deus tenha feito uns fracos e doentes e outros sãos e fortes. Essa idéia é errônea eblasfe- ma. Nós é que infringimos as leis da natureza, que são leis de Deus, e, por isso, ficamos enfermos por culpa exclusivamente nossa. Ç, pois, um dever religioso viver em obediência à s regras da higiene, para conservar a saúde. Ficar doente é pecado. A doença nunca vem por acaso. Ç o próprio homem que provo- ca a causa de suas enfermidades. Nós mesmos é que nos fazemos doentes e culpamos alguém ou alguma coisa - Deus, os médicos, os micróbios, o clima - e não nos lembramos de culpar-nos a nós pró- prios. O que procuramos é fugir da nossa responsabilidade: uma revi- são cabal do nosso modo de viver, uma completa reforma dos nossos
  • 4. hábitos. A SAÇDE 11 A saúde é um tesouro cujo valor só é reconhecido tarde demais, muitas vezes quando já irrecuperavelmente perdido. Desempenha a saúde importantÃssimo papel na formação do talen- to. Você pode ser um gigante intelectual, mas se vive adoentado, suas ações serão semelhantes à s de um anão. Se Você tiver boa circula- ção, sangue limpo, digestão eficaz, trânsito intestinal livre, fÃgado, pulmão, etc., hÃgidos, a sua capacidade de realização quase não co- nhecerá limites. Mesmo que Você não possua muito preparo escolar, mais cedo ou mais tarde terá sucesso, desde que Você goze boa saúde. Com freqõência coexistem no mesmo indivÃduo um bom intelecto e um mau fÃgado. Em muitos casos, porém, é preferÃvel uma mente menos brilhante aliada a uma constituição mais vigorosa. Uma arroba de energia com um quilo de talento vale mais do que um quilo de energia com uma arroba de talento. A boa saúde vale pelo menos metade dos dotes intelectuais. A imaginação e o critério, a firmeza e a eloqGência, o conhecimento cientÃfico e a inteligêrtcia, são tanto mais úteis quanto mais ajudadas pela saúde fÃsica integral. Um apelo urgente Henry A. Wallace, vice-presidente dos EE UU, fez, em 1941, o se- guinte apelo ao povo americano: "A todos os habitantes deste paÃs venho pedir que se alistem co- mo soldados de primeira linha numa campanha nacional para a eon- quista e a manutenção da saúde integral e perfeita, sem a qual não terão forças bastantes para a defesa da pátria. Para realizar esse alis- tamento, ninguém precisa sair de casa, nem registrar sua assinatura em qualquer papel. Basta que assuma para consigo mesmo o Com- promisso de Saúde, nos seguintes termos: " 'Comprometo-me, pela minha honra de americano, a fazer to- do o possÃvel para que eu, minha famÃlia e os que me cercam nos tor- nemos cada vez mais robustos e saudáveis, como Deus sempre quis que fôssemos.' " O mesmo apelo fazemos a todos os homens e mulheres bem in- tencionados, que pretendam ser,úteis a Deus, à nação, à famÃlia e a si mesmos. Método, chave da saúde Se Você quiser gozar boa saúde, seja metódico em todos os seus atos. <012> A FLORA NACIONAL NAMEDICINA DOMÇSTICA Tenha horas certas para comer, observe um intervalo de 5 ou 6 horas entre as comidas, não coma nada fora de hora. Seja vegetaria- no e faça duas ou, no máximo, três refeições diárias, e lembre-se de que a primeira deve ser a mais forte e a última a mais leve. Beba seis a oito copos de água por dia. Beba também sucos de frutas. Evite, porém, as bebidas prejudiciais. Levante-se e deite-se a horas certas. Durma oito horas por noite. Distribua seu trabalh'o de maneira a atendê-lo durante certos números de horas e tenha outras horas para recreação, o estudo, a meditação e outras coisas. Faça exercÃcios fÃsicos com regularidade. Respire sempre ar puro e viva tanto quanto possÃvel fora das grandes cidades.
  • 5. Tome banhos de sol. Tome diariamente um ou dois banhos de higiene, com bastante sabão e água. Evite a sensualidade, conservando as paixões animais sob o domÃ- nio da razão. Descarte os aborrecimentos em toda sorte de emoções, cultivando a higiene mental. Vista-se corretamente, se undo as regras da modéstia e da saúde. g " " Cuide da limpeza intestinal, para que haja sempre trânsito livre. Rejeite o fumo, o álcool, as drogas, a carne, os temperos pican- tes, o café, e tudo que possa ser prejudicial à saúde. 2 O PORQUÇ DAS DOENÇAS Quando o mundo era novo, os indivÃduos atirigiam a mais avan- çada velhice, no gozo da mais invejável saúde, e a vida se Ihes extin- guia suavemente, como uma lãmpada que se apaga por falta de com- bustÃvel. Os exemplos de saúde perfeita, completa, absoluta, são, porém, tão raros. hoje em dia, que quase não existem. Por que? Porque nossa alimentação é muito superior à s necessidades do nosso organismo, que, como qualquer máquina, tem uma capacidade funcional, uma resistência determinada, que não pode ser ultrapassada impunemente. Felicitado pelo seu excelente estado de saúde ao completar seten- ta e cinco anos de idade, o Almirante George Dewey sorriu e disse: - Atribuo minha boa condição à abundância de certos exercÃcios fÃsicos e à abstinência dos banquetes. Geralmente se come demais. Um terço do que se come é quanto basta para viver. - Nesse caso - perguntou o repórter da Washington Star - que é feito dos outros dois terços? - Desses vivem os médicos - respondeu o Almirante. Quando um caminhão leva carga excessiva, o que sucede? Gas- ta-se rapidamente. E é isso que se dá com o nosso organismo, quan- do ingerimos alimentos em dose exagerada. A princÃpio, os órgãos lutam deses,peradamente e resistem ao ex- cesso de trabalho; o cansaço, porém, não tarda a aparecer, traduzin- do-se por doenças as mais diversas. Manifestam-se as afecções do es- tômago e dos rins, a neurastenia, a obesidade, a diabete, o cãncer, a arteriosclerose, o reumatismo, o artritismo. lõ3) <012> 14 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA Por falarmos em artritismo, lembramos que este assunto foi mui- to bem estudado pelo Prof. Maurel. O chefe da famÃlia artrÃtica, diz ele, é geralmente um indivÃduo forte, robusto, sadio, que no trabalho emprega mais os músculos do que o cérebro. Possuidor de estômago excelente, capaz de digerir até pedra, e dono de formidável apetite, come e bebe exageradamente, sem prever as conseqüências futuras. Ao alcançar certa idade, entrega-se ao merecido repouso. Sua ali- mentação, porém continua a mesma, embora as necessidades do seu organismo sejam agora muito mais reduzidas. Come como no tempo em que despendia grande esforço fÃsico, quando seu motor exigia grande cópia de combustÃvel. A velhice se aproxima mais e mais. O peso vai aumentando. O
  • 6. ventre vai adquirindo respeitável volume. A saúde pode continuar in- vejável. Morre velho, deixando numerosa prole. Seus filhos cultivam hábitos sedentários. Preferem as profissõeses li- berais. Substituem a atividade muscular pelo esforço intelectual. En- tregam-se à indolência. Adotam a vida mundana. Fortes e ativos, vão dissipando com prodigalidade as forças vitais. Entregam-se volun- tariamente à s seduções da mesa abundante. Herdaram do pai, não só a fortuna que Ihes garante o conforto e o bem-estar, mas também os maus hábitos alimentares. Comem e be- bem desregradamente. A mesa é farta em iguarias; os pratos preferidos são a carne, o peixe, as aves e os doces. As bebidas alcoólicas nunca faltam; o café é indispensável. O aparelho digestivo, o mais comprometido por um trabalho su- perior à s suas forças, é de ordinário o primeiro a apresentar sinais de fadiga. Quando criança, tem, de vez em quando,õdiarréia, prisão de ven- tre ou outras perturbações do aparelho digestivo. Está constantemen- te em movimento, mas há ocasiões em que se mostra mole, indispos- to, fatigado. Na idade adulta, as perturbações digestivas se acentuam e se tor- nam permanentes. As dispepsias, freqüentemente flatulentas, com sensação de plenitude do estômago, a digestão laboriosa, a sonolência após as refeições, são seguidos de obesidade. O acúmulo de gordura indica que as células não são mais capa- zes de oxidar a totalidade dos derivados alimentares, e o que elas não O PORQUõ DAS DOENÇAS 15 podem queimarõ é posto em reserva, sob a forma de gordura. A obesi- dade não tarda a convidar a gota ou a diabete. Aos 50 anos, ou mesmo antes, o obeso, cujo fÃsico era admirado por todos, acorda uma bela manhã com uma dor horrÃvel no grande artelho. Declara-se a febre. Ç a gota. Quando não é isso que apare- ce, então surge a cólica de fÃgado ou de rim, após lauto jantar ou fa- tigante exercÃcio. Embora seu apetite continue excelente, as forças podem, à s ve- zes, declinar, mas não se preocupa com isso. Só quando nota furún- culos, cansaço, astenia, emagrecimento, embora coma mais do que antes, é que ele vai procurar o médico. Diagnóstico: diabete. Outras vezes, com sintomas diferentes, é câncer. Çcâncer faz numerosas vÃtimas entré os representantes da segun- da geração de uma famÃlia artrÃtica. Os descendentes, na terceira geração, herdam um sistema de nu- trição cada vez mais defeituosa e mais difÃcil de corrigir. Na juventude, os estados mórbidos não são raros; as perturbações digestivas são freqüentes; as faringites e as amigdalites são comuns; os resfriados se repetem com desesperadora freqiiência, etc. De quando em quando há acessos de febre, sem motivo aparente, e que na reali- dade nada mais são do que um recurso empregado pela natureza para queimar todos os detritos de que o organismo não se pode desembara- çar. Também não faltam as dores de cabeça, as enxaquecas e as erupções cutâneas, devidas a toxinas, que se formam no intestino e que são eliminadas pela pele. Na idade adulta, os representantes da terceira geração tornam-se obesos, gotosos, diabéticos ou cancerosos, dez a quinze anos mais ce- do do que os pais; morrem sem atingir a velhice dos avós. A quarta e quinta gerações de artrÃticos já ao nascerem trazem os estigmas indeléveis dessa diátese destruidora, que em cem anos é ca- paz de extinguir uma famÃlia. Eis como evolui o artritismo, caracterizado pela tendência exage- rada para fabricar ácidos, sobretudo o ácido úrico. São os resÃduos,
  • 7. os detritos orgânicos que se depõem no interior dos tecidos, nas arti- culações, no fÃgado, nos rins ou na bexiga, e que roubam ao sangue a sua alcalinidade. De onde provém esse ácido úrico? <012> 16 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA Na sua quase totalidade, de certos alimentos: carnes, caldos de carne, peixe, cogumelos, leguminosas (ervilha, feijão, lentilhas, fa- vas), ovo, queijo, etc. O artritismo é devido ao abuso desses alimentos, associado à vida sedentária e ao esgotamento fÃsiço e intelectual. A freqi.Ãência do artritismo é assustadora; pode-se dizer sem medo de errar que, nas grandes cidades, talvez não haja uma só famÃlia que não tenha pelo menos um membro artrÃtico. Isso porque, na nossa alimentação, predominam os alimentos ricos em ácido úrico, que, em- bora excitantes e tóxicos, são ingeridos em excesso. Com exceção das doenças infecciosas, todas as outras são direta ou indiretamente devidas à alimentação anti-higiênica. A carne, o peixe, as massas (farinha branca), o arroz polido, o açúcar refinado, os enlatados, o café, etc., constituem hoje a base da alimentação popular, que, excitante e tóxica, destrói a saúde e o vigor da raça humana. A experiência tem demonstrado que essa alimentação, erradamen- te considerada fortificante, constitui verdadeiro perigo. Longe de con- servar a força fÃsica, o vigor e a saúde, é essencialmente causadora do artritismo, prejudicando não somente o indivÃduo, mas também a so- ciedade. Os fatos, que estão patentes diante de todos, provam o que esta- mos dizendo. Diz o Dr. Gustavo Armbrust: "Basta lançarmos um olhar ao quadro da famÃlia artrÃtica, tão bem traçado por Muchard, Maurel, Pascault e Gautrelet. Com a ali- mentação usada em nossos tempos, uma famÃlia é geralmente artrÃtica depois da segunda geração; a terceira, é com freqüência vÃtima de manifestações graves, como sejam a obesidade, a diabete, a neuraste- nia, a dispepsia, etc. A decadência vai-se acentuando a tal ponto que, na quinta ou sexta geração, a famÃliase extingue. Em Paris, diz o Dr. Monteuuis, a decadência da raça é tal que raras famÃlias têm mais de quatro gerações. "A alimentação não é a única causa responsável pela nossa ruÃna fÃsica; o esgotamento, a vida anti-higiênica e os excessos, são natural- mente fatores importantes; mas os abusos cometidos em matéria de alimentação são incontestavelmente os mais comuns e os mais noci- vos. O PORQUÇ DAS DOENÇAS 17 "O grande mal da nossa época é o artritismo, conseqüente ao abuso da carne e dos excitantes. . . "Quando comemos carne, esta nos dá, exatamente como o vinho, o café ou o chá, a impressão de força, de aumento dé atividade, o que para nós significa vigor. Tal energia, porém, não é real, não pas- sa de uma excitação fictÃcia, semelhante à que produz o álcool. "A prova é que basta suprimirmos a carne um dia para experimen- tarmos logo a sensação de verdadeira fraqueza, embora a substitua- mos por outros alimentos encerrando a mesma dose de proteÃnas. A carne é um alimento muito mais excitante do que nutritivo; não é ao seu valor nutritivo, e, sim, à excitação por ela produzida sobre o estô- mago e os centros nervosos que ela deve a falsa fama de alimento substancial. . . .
  • 8. "Considerando ainda que os alimentos de origem vegetal contêm igualmente proteÃnas e algumas em proporção superior à da carne, chegamos facilmente à conclusão de que a carne,é perfeitamente dis- pensável. Aliás, em todas as partes do mundo não são os homens mais robustos que fazem uso da carne: o chinês e o japonês, com um punhado de arroz, o árabe com as suas tâmaras, o negro africano com alguns cocos resistem aos mais pesados trabalhos. "A farinha de aveia faz dos escoceses os mais belos homens do mundo; a batata dá ao irlandês sólida musculatura; o piemontês, que se contenta com a polenta, encontra nessa alimentação vigor suficien- te para substituir, em todos os paÃses, o trabalho que os indÃgenas, comedores de carne, se recusam a executar. "Ç sabido que os carnÃvoros resistem muito menos à fadiga do que os que se alimentam de vegetais... "Em suma, deve-se considerar como urii grande erro cientÃfico, talvez o maior e mais nefasto do último sécúlo, a afirmação de que o regime cárneo constitui uma alimentação fortificante por excelência." Quem quiser manter a saúde e viver longos anos, deverá adotar os princÃpios da Higiene, principalmente na alimentação correta, cuja prática vale mais do que uma farmácia inteira. O Dr. Paul Dudley White, famoso cardiologista norte-americano, recomenda a seguinte fórmula para prolongar a vida: caminhar mais, comer menos, ingerindo a menor quantidade possÃvel de gorduras, e manter o peso que se tinha aos 25 anos de idade. Acrescentou o Dr. Dúdley White que um passeio a pé de 8 quilômetros faz mais bem aos homens de negócio do que qualquer medicamento. <012> "MENS SANA IN CORPORE SANO" 19 3 "M EN S SANA I N CORPORE SANO" As desordens morais têm relação com a saúde fÃsica. Se exami- narmos o estado patético e horrÃvel dos desajustados mentais, consta- taremos que os mesmos, com muita freqiõência, não gozam boa saúde fÃsica. Consideremos os relatos diários de crimes e contravenções neste paÃs. Crimes hediondos, os mais vis e mesquinhos, levam muitos hoje em dia ao precipÃcio da ruÃna e do cárcere. Perguntamos: Qual é a causa disto? Ç deveras complexo e melindroso esse assunto, mas nem por isso sem solução. O mal se corta pela raiz; remedeia-se nos casos avança- dos; mas "prevenir é melhor do que remediar', diz o sábio refrão po- pular. Aqui jaz a solução para o mal: Prevenir. Mas, como? Grande parte dos males da nossa atual sociedade deve-se ao fato de que, em sua maior parte, o povo é enfermo, e, conseqiõentemente, grande proporção dos "desajustados mentais" perambulam por este espaço a fora, cdristituindo grave ameaça à sociedade e subtraindo aos cofres públicos volumosás somas. Com verdade o velho adágio - "mente sã em corpo'sãó' - afir- ma a carência de saúde como causa das enfermidades mentais, pois, sem saúde, não se pode ter uma mente lúcida para enfrentar os pro- blemas da vida. Oprincipal fator de saúde é que o indivÃduo possua sangue lim- po. Pelos vasos sángi.ÃÃneos flui a corrente da vida, levando a todos os setores do corpo as substâncias vitalizantes. Todos os órgãos se alimentam, operam as suas trocas e exercem sua5 funções, graças à C18)
  • 9. corrente sangüÃnea. Se o sangue é impuro, em virtude de uma ali- mentação imprópria, todo o corpo se contamina, e também o cére- bro, que; devendo ser um reservatório de pensamentos lúcidos, fica, em vez disso, embotado, obscurecido e entravado no desempenho de suas funções elevadas. Em grande parte, os "desajustados" possuem, em maior ou menor grau, o treponema da sÃfilis no seu sangue. Pessoas que parecem estar em perfeito juÃzo muitas vezes come- tem desatinos que não seriam capazes de cometer se arrazóassem, pensassem por um instante, e usassem de paciência, mas não o fazem porque estão doentes, ainda que nem sempre o saibam. Aliás, a hu- manidade em geral está enferma, fÃsica e,espirituãlmente. Os maus tratos infligidos ao corpo se fazem sentir no mais robus- to indivÃduo, ainda que tardiamente. O não sentir nada momentanea- mente não é prova de saúde. Ç mera ilusão! A mésma enfermidade não se manifesta de uma só maneira. Nem todos têm a mesma constituição. Daà a mesma doença variar de caráter, de indivÃduo para indivÃduo. Ainda não existe um "elixir de longa vida" ou panacéia que cure todos os males. O único caminho seguro é prevenir, seguindo as nor- mas da saúde, que abrangem uma variedade de preceitos que exigem esforços e perseverança. A higiene mental está relacionada com a saúde fÃsica. Higiene em seu sentido lato significa saúde. Saúde mental ou espiritual não é produto do acaso nem cai do Céu. O que de melhor exi'ste no mundo é a felicidade. Mas a mesma não se obtém ao léu. Ç produto da saúde fÃsica e mental. Disserta sobre o assunto eminente autoridade: "A felicidade não reside apenas na posse de bens materiais, no exercÃcio de uma profissão, na remu- neração, no convÃvio de uma sociedade afável, nas vantagens de um ambiente de famÃlia satisfatoriamente ajustada. Ela depende de um equilÃbrio emocional razoável, de uma segurança interna bem dosa- da." Só é feliz quem possui saúde - saúde em todo sentido - é essa a condição que está diante de nós como nosso grande alvo. <012> SAÇDE E LONGEVIDADE 21 4 SAÇDE E LONGEVI DADE Ç natural, no homem, o desejo de viver longos anos e chegar ao extremo da velhice com os órgãos funcionando regularmente. Ç o que se poderia chamar de "perpétua juventude". Bernard Shaw, escritor irlandês, que viveu até aos 94 anos, traba- Ihando lucidamente, sem apresentar sintomas de senilidade, deve despertar nossa atenção. Se são poucos os que hoje alcançam essa idade, é porque, como afirmou Sêneca, "o homem não morre, mata-sé '. Bernard Shaw era abstêmio. Certa vez declarou a um repórter:
  • 10. "O segredo da minha saúde, em tão avançada idade, consiste apenas nisto: não bebo, não fumo, não como carne e... não consulto médi- co." Há também pessoas que fumam, bebem, comem carne, passam noitadas em claro, e, não obstante, atingem, não raro, os cem anos. Desse fato não podemos tirar argumentos em favor do uso e abuso das coisas prejudiciais à saúde. Há também os que suportam traba- Ihar, com saúde, nas minas de carvão, até aos oitenta ou oitenta e cinco anos de idade, mas quem tirará daà a conclusão de que esse am- biente e esse trabalho são higiênicos e em nada prejudicam a saúde? Os organismos variam muito. Há os mais resistentes e há os me- nos resistentes. Ora, tanto estes como aqueles podem prolongar seus dias, e conservar a saúde até o fim, contanto que vivam em harmonia com as leis da natureza, evitando toda espécie de abuso. Os paladinos da longevidade, baseados na observação e nos mé- todos já incorporados à ciência, afirmam que o homem tem a capaci- (20) dade para viver muito além da média hoje alcançada. O homem não foi feito para viver apenas çinqüenta, sessenta, setenta ou oitenta anos, mas para viver no mÃnimo o dobro. Afirma o Dr. Henrique Roxo: "O alcoolismo e o abuso da carne são os motivos pelos quais o homem não chega a viver até 140 ou 150 anos, como deveria suceder pelo cotejo com a vida dos animais que, em geral, duram sete ou oito vezes o tempo de sua completa ossificação." Inúmeras experiências levadas a cabo - entre as quais as do Dr Alexis Carrel, do Prof. Elias Metchnikoff, do Prof. )acques Loeb, de Horace Fletcher, de Sanford Benett e do Dr. ). H. Peebles - mostram que a vida pode ser prolongada indefinidamente, contanto que as cé- lulas sejam conservadas puras e bem nutridas, conforme os desÃgnios da Providência. ' Vamos citar aqui alguns dados curiosos .sobre a longevidade: No livro do Dr. A. Bogomolets, "Como Prolongar'a Vida", encon- tramos interessante relação de exemplos de longevidade humana: Kentingern (S. Mungo), fundador do Episcopado de Glasgow, vi- veu 185 anos. P. Ktzarten, da Çustria, morreu em 1724, com 185 anos de idade. Tomás Parr, rude fazendeiro, viveu 152 anos, na Inglaterra. G. )enkins, de Yorkshire, faleceu aos 169 anos. J. Gurrington, de Norway, terminou seus dias com 160 anos, quando seu filho mais velho tinha 103 anos e o mais novo 9. J. Roven, húngaro, morreu com 172 anos e sua mulher, Sara aos 164. Drakenberg, dinamarquês, viveu 156 anos. Aos 90 ainda trabalha- va como marinheiro. Casou-se quando tinha 111 anos. Ao morrér sua esposa, quis casar-se outra véz, mas seu pedido foi recusado. O Dr. P. Defournel, autor do livro "A Natureza Desmascarada", morreu com 190 anos. Gueriot, membro da Academia Francesa de Medicina, que nos deixou o livro "Para Viver Cem Anos", e que viveu, ele mesmo, até à idade dos 103, relata um caso deveras curioso: A 31/7/1554, o car- deal d'Armognac, andando por uma rua, deparou com um octogenário que estava chorando à porta de sua própria casa. Interrogadó, o an- cião explicou que seu pai o havia castigado. O cardeal ficou muito surpreso e quis ver o pai daquele ancião. Entrou e conversou com um velho <012> 22 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA robusto, de mais de 100 anos. Explicou o velho que batera no filho porque este havia faltado ao respeito devido ao avô, por quem tinha passado sem o saudar. Mais curioso ainda, o cardeal desejou conhe-
  • 11. cer o avô: Era um velho de 143 anos Nem precisamos retroceder tantos anos para buscar exemplos de longevidade: Encontramo-los também em nossos dias. Hajam vista os que a seguir transcrevemos: "Vegetarianos macróbios "Uma mulher, com a idade de 163 anos, vive atualmente em Moscou. Ç Valentinovna Poujak, nascida em 1803, na Ucrânia, antiga superiora de um convento moscovita e que se recorda dos exércitos napoleônicos que ela viu, com a idade de 9 anos, em Liow, assim co- mo da abolição da servidão e da primeira ferrovia construÃda na Rús- sia. A anciã não sofre de nenhuma doença, conserva toda a sua luci- dez, os cabelos nem mesmo embranqueceram e consegue enfiar uma agulha fina sem usar óculos. Declarou ela aos jornalistas que a entre- vistaram que a longevidade não constitui exceção em sua famÃlia: seus três irmãos têm 129, 121, e 120 anos de idade. "Perguntou um dos repórteres: A senhora pode dizer-nos qual é seu principal alimento? A anciã respondeu: Eu e meus irmãos somos todos vegetarianos." - Gazeta do Povo (de Curitiba), 30 de janeiro de 1966. "Morreu o homem mais velho do mundo "Faleceu em Rabat o homem mais velho do mundo - pelo me- nos de que se têm notÃcias. Trata-se do marroquino Hady Mohamed Ben Bark, que assegurava ter 165 anos. O macróbio deixa 250 des- cendentes, entre filhos e netos. O filho mais velho dos seus cinco casamentos afirma ter 110 anos. O extinto sempre atribuiu sua longe- vidade a uma saudável dieta vegetariana e produtos lácteos." - Ga- zeta do Povo (de Curitiba), 18 de janeiro de 1966. "Ç verdáde: esse homem tem 160 anos "Uma equipe de médicos soviéticos controla o estado de saúde de Chirali Musslimov, por ocasião de seu 160.o aniversário. Mussli- mov é um fenômeno vivo. Há alguns anos puseram em dúvida sua SAÇDE E LONGEVIDADE 23 idade, mas pesquisas feitas no lugar onde nasceu e uma série de exa- mes médicos muito meticulosos confirmaram-Ihe a idade. Diz ele que deve a sua avançada idade ao trabalho, aos muitos filhos e ao seu bom caráter. Goza de ótima saúd‡, é analfabeto, não fuma, não be- be álcool, come muita fruta e muitos legumes. Ç verdade que vive num clima de montanha, Barzava, limite da URSS com o Irã, onde o ar é purÃssimo. Sua mulher, a terceira, está com 90 anos e o número de seus descendentes é tão grande que ele não sabe quantos são."- Folha de São Paulo, 30/9/66. Que o homem foi feito para viver mais de um século, isso vemos até nos casos de terceira dentição, depois dos oitenta. Mary Horn- exemplo aduzido por Graves - teve dentes, pela terceira vez, aos 110 anos; Peter Bryan, aos 117 anos. Há também casos de macróbios cu- jos cabelos, na extrema velhice, de brartcos voltam a ser negros. E não é raro o fenômeno da completa recuperação da vista em idade bem avançada. O coeficiente de letalidade de uma nação pode bem dar significa- tiva mostra do nÃvel de saúde de sua populaõão. õ As mulheres sempre tiveram Ãndice de vida maior que o do ho- mem. A razão dessa disparidade está, não há dúvida, no modo de vi- da do homem, que usa álcool e fumo, e comete outras extravagân- cias, abreviando a vida mediante um suicÃdio ora mais ora menos len- to. Entre os representantes do sexo feminino, o tabagismo e o alco- olismo estão aumentando, e, proporcionalmente, está diminuindo ca-
  • 12. da vez mais a diferença de letalidade entre os dois sexos. Ao passo que, por um lado, o coeficiente de mortalidade está diminuindo para a totalidade da população, está, por outro lado, aumentando para as pessoas de meia idade. Esse fato se explica através da diminuição das doenças e da mor- talidade entre as crianças, especialmente entre as de menos de cinco anos, e através do aumento da morbidez entre os adultos que ultra- passaram a casa dos quarenta ou cinqiÃenta. Nos Estados Unidos, em 1938, o Ãndice médio de vida foi de 63 anos, devido unicamente à diminuição de doenças entre crianças e jo- vens. Entre 1890 e 1937, no Estado de Connecticut, por exemplo, a mortalidade entre as crianças de menos de um ano decresceu de 2540 para 907, embora a população se tenha duplicado nesse mesmo perÃo- <012> 24 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA do. Entre crianças de um a cinco anos o coeficiente caiu de 1162 pa- ra 213. Todavia, entre as pessoas de 60 a 70 anos, o coeficiente de letalidade subiu mais do que o aumento da densidade demográfica. Muito já fez a Medicina para reduzir a devastação causada pela febre tifóide, varÃola, tuberculose, sÃfilis, diabete e outras doenças. Os Raios X têm contribuÃdo grandemente para diagnósticos certos e oportunos. A cirurgia está, hoje, muito mais apta do que antigamen- te, para socorrer os pacientes. Diante dessa série de fatores, era de esperar, pelo menos, que se prolongasse a vida das pessoas acima dos quarenta ou cinqüenta anos. Mas isso não acontece, mercê da proliferação de outras doenças co- mo sejam a hipertensão arterial, o câncer, as moléstias renais, as car- diopatias, etc. Embora a Medicina tome medidas contra as infecções, não con- trola os maus hábitos de vida que acarretam, como conseqüência, es- sas outras doenças. O que mais assusta é o rápido aumento dos ca- sos de câncer e de moléstias do coração. Estes fatos deitam, pois, uma pesada responsabilidade sobre os ombros dos que levam ao povo os ensinamentos básicos para a boa saúde. 5 GERMES E IMUNIDADE Diz um velho adágio que "de médico e de louco todo mundo tem um pouco". Desde que o homem tomou conhecirrõento da existência da enfer- midade, vem procurando recursos destinados a recuperar a saúde. PossÃveis meios de cura têm sido experimentados aos milhares, e sur- giram os esculápios, indivÃduos que se iniciaram na prática terapêutica e ousaram até realizar atos operatórios. Entre os gregos e os romanos, nos tempos antigos, o consultório médico era em grande parte a cozinha, e a prática médica consistia em larga escala na orientação quanto ao preparo de manjares apetito- sos. Conta-se que certo cozinheiro chegou a se "doutorar" em Medi- cina com o propósito único de poder dirigir a cozinha na corte dos Césares. A História, todavia, também recorda, na antigüidade, nomes de médicos ilustres que legaram à s gerações posteriores traços indeléveis
  • 13. da ciência médica. Um deles foi Hipócrates (466-366 a. C.), com jus- tiça chamado "o pai da medicina moderna", cuja orientação objetiva permitiu o posterior desenvolvimento da ciência médica. Rejeitou as superstições da época e fundou a prática clÃnica, procurando, pela observação e experiência, as causas reais das enfermidades. Os ideais que ele deu à sua profissão permanecem até hoje. Na Renascença - renovação cientÃfica, literária e artÃstica reali- zada nos séculos XV e XVI, e baseada principalmente na imitação da antigüidade grega - surgiram, da retorta dos alquimistas, inúmeros elementos quÃmicos, mais tarde empregados empiricamente no comba- te à s moléstias. [25) <012> 26 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA Durante muitos séculos eram desconhecidas as verdadeiras causas das doenças, que freqüentemente se atribuÃam aos maus espÃritos, A escrofulose, por exemplo, doença, tempos atrás, muito comum na infância, era chamada "o demônio do rei" nos séculos XVII e XVI I I, na I nglaterra, onde se cria que o enfermo sarava se tocado pelo rei ou pela rainha. Desse conceito errôneo surgiram as mais estrambóticas formas de tratamento, que não tinham nenhum veio de verdade cientÃfica. Entre outras, generalizou-se a crença de que as moléstias eram provocadas por gases venenosos, oriundos de águas estagnadas ou de matéria em decomposição. Cria-se também, em alguns cÃrculos, que o contágio - a transmissão de doença de um indivÃduo a outro - se verificava por meio de ondas semelhantes à s da água. Teoria microbiana A relação entre os micróbios e as enfermidades já constituÃa uma vaga hipótese admitida por alguns, quando, em 1762, Marco Antônio de Plenciz a formulou pela primeira vez, categoricamente, sem no en- tanto conseguir prová-la. A teoria microbiana das doenças, em bases verdadeiramente cien- tÃficas, não foi formulada senão em 1865, quando Louis Pasteur desco- briu a causa e a cura de uma epidemia nos bichos-da-seda (bombyx mori), que então estava a arruinar a indústria francesa. Reconhece-se como demonstrada a origem microbiana de uma moléstia quando satisfeitos os seguintes "postulados de Koch": 1. Ç constatada a presença do germe no organismo (homem ou animal) que Ihe serve de hospedeiro; 2. O germe é isolado do organismo afetado e submetido à cultu- ra artificial; 3. Cultivado em laboratório, o germe causa a mesma enfermida- de quando inoculado em animal sadio; 4. O mesmo germe se encontra no animal usado na experiência. Um germe é chamado "invasor' quando capaz de disseminar-se pelo organismo, e "virulento" quando segrega toxinas capazes de pro- vocar doenças. Ç penetração e multiplicação de um micróbio no organismo cha- ma-se "infecção", em contraposição à "infestação", que é a invasão GERMES E IMUNIDADE 27 do organismo por parasitos de certo porte, como os vermes intesti- nais, o sarcopto da sarna, etc. A susceptibilidade à s infecções, no homem, está sob influência
  • 14. de numerosos fatores: impurezas no sangue, deficiência de globulinas no sangue (agamoglobulinemia), baixa de certos tipos de glóbulos brancos no sangue (agranulocitose), desnutrição (a qualitativa mais do que a quantitativa), alcoolismo, diabetes e outras enfermidades, etc. A bacteriemia - presença de bactérias no sangue - pode ser transitória, intermitente ou contÃnua. A súbita penetração de bactérias na corrente sangõÃnea, na maio- ria dos casos, não produz outros sintomas além de calafrio e de febre passageira. As formas transitórias de bacteriemia têm lugar nas fases iniciais de inúmeras infecções. Algumas bacteriemias transitórias são resultantes da manipulação de tecidos in'fectados, como nos absces- sos, nos furúnculos, nas amÃgdalas doentes, nos quistos dos dentes, etc. A bacteriemia contÃnua verifica-se nos primeiros dias da manifes- tação da brucelose, da febre tifóide, das endocardites, etc. Os glóbulos brancos, também chamados leucócitos, desempe- nham, no nosso organismo, um papel defensivo de primeira ordem. Ç a fagocitose. Graças a essa função, envolvem e digerem micróbios e partÃculas orgânicas e inorgânicas. Os glóbulos de pus são geralmente constituÃdos por cadáveres de leucócitos - esses bravos defensores do nosso organismo - que foram mortos em combate contra os germes. Convém, todavia, não esquecermos que nem todos os leucócitos praticam a fagocitose. Os monócitos, também chamados grandes mo- nonucleares, e os granulócitos, igualmente conhecidos por polinuclea- res neutrófilos, são os únicos dotados desse poder. As plaquetas sangüÃneas, ou globulinas, graças ao seu poder de ãglutinação, representam as primeiras linhas de defesa contra a infec- ção. Têm, entre outras, a função de rodear e envolver numa só mas- sa os micróbios que penetram no nosso corpo. Vêm, então, os glóbu- los brancos e os fagocitam. Sob determinadas circunstâncias, os mi- cróbios são, todavia, capazes de vencer as linhas de defesa abnegada- mente opostas pelas globulinas, impotentes para aglutinar os invasores, caso em que a infecção se estende. De modo geral, as infecções seguem um curso constante. Os germes patogênico5 penetram no no5so organismo através da cútis, da <012> 2g A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA nasofarin e dos pulmões, da uretra, do intestino, ou outras portas, g ' primária, local. Em seguida multiplicam-se e provocam uma infecção ode verificar-se a invasão de tecidos ou órgãos vizinhos, como tam- p pode ocorrer a disseminação dos microrganismos para tecidos e. bém ór ãos mais distantes, através das correntes sangüÃnea e linfática, ca- g lesõeses secundárias. Em certas infecções, co- so em que se produzem mo na difteria, no tétano, etc., ocorrem lesõeses em pontos distantes, mediante as toxinas secretadas no local da lesão primária, sem que os bacilos necessitem disseminar-se. Em caso de infecção, duas coisas podem acontecer: Os germes podem vencer o hospedeiro, matándo-o, ou o hospedeiro pode vencer os germes, recuperando-se completamente. Imunidade Até meados do século passado, incursõeses epidêmicas assolavam, periodicamente, com resultados catastróficos, certas regiões do mundo civilizado. Umas, como acólera; sobrõssaÃam por seu elevado Ãndice de letalidade, ao passo que outras, õcomo a varÃola, ressaltavam pelas
  • 15. cicatrizes com que estigmatizavam a fisionomia de suas vÃtimas. Um horror à vaidade feminina! Verificou-se que essas moléstias costuma- vam poupar aos que elas já tinham, antes, acometido violentamente, e que muitos organismos resistiam diretamente aos primeiros ataques da doença, mas nÃnguém imaginou que esse fenômeno se tornaria a chave da teoria da imunidade. Imunidade é a propriedade que tem um organismo vivo de ficar a salvo de determinada doença. Afirma-se que a imunidade pode ser adquirida ou natural. A primeira, que muito interessa à Medicina oficial, é chamgda "ativa' uando aparece após a doença ou inoculação artificial de er q "passivá' quando resulta da aplicação do mes ou de suas toxinas; e soro de um organismo imunizado contra determinada infecção. A segunda imunidade, que pode ser relativa ou absoluta, pouco interessa à Medicina oficial, mas muito interessa aos que desejam cul- tivá-la para poderem contar com uma resistência eficaz contra as en- fermidades. Ç com esta que se ocupa a presente obra. 6 A MICROBIOFOBIA Os micróbios - também designados pelo nome genérico de ger- mes - são seres microscópicos, animais óu vegetais, que nos interessam mercê dos danos que nos causam. Entre os seres vivos e o meio verifica-se uma luta contÃnua, na qual nem sempre saem vitoriosos os maiores e os fisicamente mais fortes; muitas vezes triunfam os menores, os impalpáveis, os invisÃveis. Os animais de grande porte, como o hipopótamo, o rinoceronte, o ele- fante, etc., estão em vias de desaparecimento, ao passo que os inse- tos, os micróbios e os vÃrus se estão multiplicando de maneira as- sombrosa. Micróbios No terreno dos micróbios, há inúmeras legiões de seres animais e vegetais que, introduzidos no nosso organismo, provocam em nós, sob determinadas condições, os mais variados tipos de doenças. No reino vegetal destacam-se: 1. Bactérias, entre as quais se distinguem: a. Cocos (microrganismos esféricos): - Cocos isolados; - Diplococos (reunidos dois a dois): gonococos (causadores da blenorragia), pneumococos (pneumonia), meningococos [meningite cé- rebro-espinhal); - Cocos triados (reunidos três a trés); - Cocos tetrados (reunidos quatro a quatro); [29)
  • 16. 2 - A Flora <012> 3õ A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA - Sárcinas (amontoados em cubos compostos de oito cocos); -Estreptococos (agrupados em forma de corrente): Estrepto- coccus hemolyticus (erisipela); - Estafilococos (agrupados em amontoamentos que dão o aspec- to de cachos de uva): Estafilococcus aureus (osteomielite); - Micrococos CincaracterÃsticos); b. Bacilos Cem forma de bastonetes curtos e retos: bacilos isola- dos, diplobacilos, estreptobacilos): Bacilo de Nicolaier (tétano), Baci- lo de Klebs-Loeffer (difteria), Bacilo de Koch Ctuberculose), Bacilo de Eberth (tifo), Bacilo de Hansen (lepra); c. Espirilos (em forma de espiral): Treponema pallidum [sÃfilis), Treponema recurrentis (febre recurrente, transmitida por piolhos e car- rapatos); g ): Vibrio d. Vibriões (bastonetes encurvados, em forma de vÃr ula cholerae (cólera). 2. Fungos: Uns podem provocar pneumonias; outros podem produzir doenças da pele ou de outros órgãos. Todas as enfermidades acarretadas por fungos recebem o nome de micoses. 3. VÃrus: São invisÃveis ao microscópio com iluminação comum; só odem ser observados por meio do microscópio eletrônico; são fil- p , passam através dos filtros de porcelana, que normal- tráveis [isto é mente retêm as bactérias); só podem ser cultivados na presença de cé- lulas vivas que sejam suscetÃveis. Provocam doenças tais como a po- liomielite, a varÃola, a gripe, o sarampo, a febre amarela, a hidrofo- bia, etc. No reino animal, temos os protozoários, de que há quatro classes bem definidas: 1. Rizópodes ou sarcodinos lprotozoários desprovidos de mem- branas, cujos pés são semelhantes a raÃzes, e que se movem por pseu- dópodes): Entamoeba histolytica (disenteria amebiana). 2. Flagelados ou mastigóforos (protozoários providos de flagelo, longo apêndice em forma de chicote, com movimentos rápidos e vio- lentos): Leishmania brasiliensis (úlcera de Bauru), Trypanosoma cruzi (doença de Chagas), Trypanosoma gambiense (causador da doença do sono, por intermédio da mosca tsé-tsé), Enteromonas hominis (enteri- tes mais ou menos crônicas), Trichomonas hominis (enterites e diarréias). 3. Esporozoários (protozoários imóveis ou quase imóveis, que re- produzem rapidamente por esporulação): Plasmodium malariae (impa- A MICROBIOFOBIA 31 ludismo ou malária: febre quartã, acesso febril de 72 em 72 horas), Plasmodium vivax (febre terçã benigna: acesso febril de 48 em 48 ho- ras), Plasmodium falciparum (febre terçã maligna: ciclo esquizogôni- co de 24 a 48 horas). Os acessos febris ocorrem no momento em que os espórios, merozoÃtas, formados pela divisão, se libertam e caem no
  • 17. plasma, em conseqüência da destruição das hemácias. 4. Ciliados, cilióforos ou infusórios (protozoários dotados de cÃ- lios): Balantidium coli (vive no intestino grosso, onde pode causar enterocolites, com lesõeses intestinais). Subindo na escala zoológica, encontramos, logo acima dos proto- zoários (que são unicelulares), os metazoários (pluricelulares), que po- dem parasitar o homem diretamente, como os vermes intestinais, a triquina, o bicho-de-pé (tunga penetrans), o ácaro da sarna, etc., ou servir de veÃculos aos germes de graves enfermidades, como a pulga, que transmite ao homem o bacilo pestoso, causador da peste bubôni- ca, oriunda de ratos atacados da moléstia, ou como o anófele, trans- missor da malária. Terror séptico Como se vê, vivemos constantemente assediados por poderosos adversários, visÃveis e invisÃveis a olho nu. Mas - atenção! - nosso propósito, aqui, não é o de provocar entre os leitores deste livro, uma microbiofobia, que é uma das doenças de imaginação, e que vêm atormentando a muitos neste sé- culo de neuroses. Se, como afirma um articulista, de cada seis pessoas uma morrerá de câncer ("Realidade" de junho de 1966), possivelmente não esteja- mos longe do ponto se admitimos que, de cada dez, uma perecerá prematuramente, graças ao desgaste produzido no seu sistema nervoso pelas diversas fobias, entre as quais o "terror séptico" será talvez uma das mais importantes fontes de padecimento. Lamentavelmente, õnão nos é dado conhecer nenhuma estatÃstica nesse sentido, porém sabe- mos que muita gente sofre desse mal. Um estudo realizado na Inglaterra, pelo Dr. Hugh Nicol, e dado à publicidade sob o tÃtulo de "Microbes by the Million", fornece-nos a propósito algumas informações úteis, baseadas em pesquisas de labo- ratório. <012> 32 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA Entre outras, encontramos nessa obra a consoladora afirmação de que "os micróbios ordinariamente existentes numa casa residencial não oferecem séria ameaça", e que "haverá uma imensidade deles, se houver doença em casa, o que, todavia, não constituicá; ainda, grande ameaça, se os ocupantes da mesma estiverem bem alimentados e se houver o necessário asseio no ambiente. Muitas donas de casa se dão ao trabalho de polir os talheres, de- detizar os dormitórios, desinfetar as bacias sanitárias, porém se esque- cem de que uma cozinha menos limpa e cuidada, onde a comida es- teja exposta ao pó e à s moscas, é muito mais perigosa do que todas as moedas e notas que porventura fossem manuseadas à hora da refei- ção. Longe de querermos dizer que não seja necessário lavar cuida- dosamente as mãos antes da comida, pretendemos apenas enfatizar uma necessidade ainda mais imperiosa, que é o asseio absoluto na cozinha. Não foi sem motivo que um pensador chinês afirmou que uma cozinheira suja provoca diarréia mais facilmente que o ruibarbo. Que o mau cheiro exalado por águas estagnadas ou por corpos deteriorados constitua, por si só uma fonte de contaminação, isso es- tá longe de ser verdade. "Se há mau cheiro", diz o pesquisador in- glês, "haverá, na substância em decomposição, milhões de bactérias, mas a culpa não é só dos mi.cõcÃbios e, sim, principalmente, das pes- soas que deixam tais putrefaçõés expostas, exalando miasmas." "O uso do sabãó', acrescenta o Dr. Nicol, "embora se trate de
  • 18. sabão comum e sem drogas especiais, se regularmente adotado, sem excessos e sem descuido, será bastante para manter a limpeza dum lar, quaisquer que sejam as condições de pobreza ou de conforto ma- terial. Geladeiras, aspiradores de pó e outros aparelhos modernos pa- ra a limpeza do lar, são coisas muito lindas e confortáveis, mas nin- guém perecerá por falta dos mesmos, pois sua utilização não trouxe alta contribuição para a assepsia da vida doméstica. Os micróbios de uma casa são, geralmente, os do ar e da água, e, para muitos deles, o nosso organismo tem defesa natural; outros são inofensivos ou mesmo benéficos." Coexistência pacÃfica Banhos de asseio regulares, mãos bem lavadas antes de comer, roupa limpa, passada a ferro, cozinha asseada, água filtrada para be- ber, continuam sendo os melhores meios deõ defesa contra os germes patogênicos. A MICROBIOFOBIA 33 Os micróbios são os coletores de lixo do corpo e não encontram ambiente num organismo limpo e sadio. Se nele penetram, abando- nam-no logo, expulsos, sem deixar vestÃgio de sua visita, porque só se alimentam de tecidos enfermos. Se possuÃmos imunidade natural, se temos o sangue limpo e todos os órgãos em funcionamento sinérgico e regular, não temeremos os germes e poderemos passar incólumes através de muitas epidemias. Todos nós estamos em contacto constante com o bacilo de Koch, mas nem por isso ficamos tuberculosos, a não ser que nossas defesas orgânicas estejam enfraquecidas. Os germes são tão normais para o homem como o vento para a árvore. Como seria errado incriminar o vento pelo derrubamento de uma árvore que tivesse o tronco carcomido ou as raizes cortadas, é também errado culpar os micróbios p‡las doenças infecciosas que acometem os organismos arruinados e corrompidos por uma vida anti- natural. Os germes só nos causam doenças quando há algum dese- quilÃbrio orgânico em nós; em condições normais de equilÃbrio os mi- cróbios não têm ação pois também estão sujeitos à lei da "coexistên- cia pacÃfica" com o gênero humano. Não podemos encerrar este capÃtulo sem transcrevermos algumas palavras do interessante livro "Como Se Deve Curar", do Dr. Tullio Chaves, que ensina: "Segundo a opinião de Claude Bernard, o micróbio não é nada, o terreno é tudo. . . "Grande valor se dava outrora à virulência dos germes: AtribuÃ- am-se os graus de intensidade de uma doença infectuosa à maior ou menor virulência do seu germe produtor. "Hoje esse ponto de vista é considerado errôneo e as diversas for- mas de uma mesma infecção são imputadas à diversidade do terreno humano. E os órgãos de localização da infecção depõndem também dos lugares de menor resistência apresentados pelo organismo. . . "A doença, modernamente, não é mais devida aos estragos causa- dos por um germe ou por uma função desviada. Ela é, antes, a rea- ção que o organismo opõe à toxicidade do germe que a produziu; e, nas doenças funcionais, é a resistência que o organismo opõe à disfun- ção, adaptando-se a ela ou reagindo, para que a função anormal volte à sua normalidade primitiva. <012> rr "= õ Nr r õ r rõ"
  • 19. : 1- blenorrogia 5 - osteomielite rõ õõ~ lõr,lõt rõõõ / 9 - tétono /( o õ 1 I a õ õ I I3 - febre tifóide `. r' r 2 - pneumonia 1 , "~, : .. 6 - mamite contagioso o0õ ã o ã8 t ó IO - difteria q5õ õr õ t k..õr õ,õ I
  • 20. `uõii( 1 I4- lepra rr r r r r õõ` õ r" 3-meningite cérebro-espinhal ,õ,lõ.TõS. .. - ,-. . . õõ55 õ 7 õ õ . õ õ .. 7- mamite gangrenosa xr õ Yõ I I - tuberculose .. o eo o é`'o õ õ, io oo o 8 oo 8. . oe õbõ`e oõ o óo ! 5 - peste r 4- erisipela
  • 21. 8- mormo / I2-carbúnculo I6- sifilis - ,. , - ' Ãõ õ " -; õ ; , . ..,, ., )7- cólera I8-disenteria I9-doenw do sano 20- molária omebiona MICRÇBIOS OU GERMES A MICROBIOFOBIA 1 - Neisseria gonorrhoeae (blenorragia) 2 - Diplococcus pneumoniae (pneumonia) 3 - Neisseria meningitides (meningite cérebro-espinhal) 4 - Streptococcus pyogenes (erisipela) 5 - Staphylococcus aureus [osteomielite) 6 - Streptococcus Nocardi (mamite contagiosa) 7 - Micrococcus mastobius (mamite gangrenosa) 8 - Bacillus mallei (mormo) 9 - Clostridium tetani (tétano) 10 - Corynebacterium diphteriae (difteria) 11 - Mycobacterium tuberculosis [tuberculose) 12 - Bacillus anthracis (carbúnculo) 13 - Salmonella typhosa [febre tifóide) 14 - Mycobacterium leprae (lepra)
  • 22. 15 - Pasteurella pestis [peste) 16 - Spirochaeta pallida (sÃfilis) 17 - Vibrio cholerae [cólera) 18 - Entamoeba histolytica (disenteria) 19 - Trypanosoma gambiense (doença do sono) Plasmodium malariae (malária) 35 34 <012> 36 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA "A febre é uma das caracterÃsticas da reação do organismo contra os germes. Sendo um meio ótimo de cultura 37 graus em geral, a in- teligência inconsciente do organismo procura por todos os meios mo- dificar o seu ambiente, a fim de prejudicar a vegetação do micróbio. O organismo eleva essa temperatura e, com as suas antitoxinas, com ns seus anticorpos e com os seus leucócitos, forma um terreno impró- prio à vegetação do germe... Quando aquela inteligênçia inconscien- te não tem a possibilidade de elevar a temperatura, ela a abaixa, como no caso de cólera. . . "A tendência natural do organismo é defender-se. E, para se de- fender, ele lentamente prepara suas antitoxinas e anticorpos contra os antÃgenos agressores. "Posto o organismo em condições higiênicas naturais - alimenta- ção sã, suficiente e atóxica, aeração e insolação normais - ao abrigo das fadigas, dos excéssos e dos tóxicos, o organismo naturalmente usa suas armas contra a infecção: procede à diapedese dos seus leucóci- tos, fabrica as suas antitoxinas e eleva sua temperatura, queimando um excesso de glicogênio. . . "Em resumo, não existem graus de virulência para um determina- do micróbio. A sua nocividade ou inocuidade depende do terreno que o organismo humano opõe à vegetação do mesmo. "Nos organismos propÃcios à sua vegetação, os micróbios desen- volvem a sua virulência máxima, em formas superagudas ou hipertóxi- cas, levando o paciente a morte rápida. "Nos terrenos menos propÃcios, o organismo reage, com formas agudas de doença e, conseguindo vencer e dominar a virulência mi- crobiana, sara. "E, na maior parte dos casos, em que o terreno,. por fatores mui- tas vezes inacessÃveis à argúcia da ciência é inapto õt'proliferação mi- crobiana, o germe torna-se avirulento ou saprófita, tendo o organismo g P reagido por formas beni nas, chamadas ambulatórias, ou or formas subliminares, desapercebidas do paciente e seu entourage'." 7
  • 23. "MAI S VALE PREVEN I R DO QUE REMEDIAõ" No decorrer das seis ou sete décadas do século XX, rico em mara- vilhas que a Ciência nos revelou, a Medicina fez brilhantes conquistas em prol da saúde, que sempre foi e será a maior das riquezas mate- riais do gênero humano. O médico moderno dispõe de diagnósticos e meios terapêuticos que deslumbrariam os esculápios do passado. A Medicina conta, ho- je, a mãos cheias, com uma variedade de recursos até há pouco tempo completamente desconhecidos. Mas também se vê obrigada a enfren- tar um inimigo que muito a prejudica no desempenho de suas nobres funções: Ç o tempo perdido pelos pacientes, que não prncuram socorro imediato para seus males. Quantas vezes, por exemplo, um câncer iniciaÇ, ainda facilmente curável, se transforma em uma grave infiltração maligna (metástase); uma ligeira cardiopatia se descompensa; um simples resfriado se trans- forma em uma grave pneumonia; uma leve dor de garganta, em uma perigosa difteria; uma apendicite, numa peritonite; etc. Recorremos ao médico tardiamente, nos casos graves, muitas vezes irremediáveis, e exigimos, contra a razão, que o clÃnico faça prodÃgios, quando seus esforços, ainda que mÃnimos, seriam coroados de êxito se o tivés- semos consultado aos primeiros sintomas da moléstia. ' Se os inconfundÃveis sinais de uma enfermidade grave recomendam a busca de urrõ especialista sem demora, não devemos aguardar a "rea- ção espontânea do organismo", pois a providência imediata significa, neste caso, poupança de maiores aborrecimentos, de maior perda de tempo e de maiores despesas, além de assegurar resultados mais lison- C37) <012> 38 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA jeiros para a conservação da vida e da saúde. Diagnosticada a enfer- midade em sua fase inicial, o paciente tem grandes vantagens. Mas o nosso povo, lamentavelmente, ainda não compreende isso. Os médicos são procurados mais pelos "doentes de cisma" do que pelos "doentes de verdade". A grande maioria dos que buscam o mé- dico não necessitam de remédio algum, mas apenas de conselhos. Acham, porém, que o médico Ihes deve receitar injeções, pÃlulas, cáp- sulas, comprimidos, elixires, e cem coisas mais, ("pois quanto maior a receita e mais caras as drogas, tanto mais competente o médico", as- sim pensa o vulgo), e ficam desapontados ou indignados quando o fa- cultativo Ihes assegura: - "Pode estar sossegado! Você não sofre de nada. Nunca vi um organismo tão sadio." Os que têm afecções cardÃacas, distúrbios hepáticos, perturbações gástricas ou intestinais, desordens renais, etc., esses é que se esque- cem da existência da Medicina, e só procuram o médico quando já estão arruinados, e então querem que o clÃnico faça mágicas, restau- rando-os completamente em poucos dias. Os próprios indivÃduos sadios - os que se consideram sãos só porque nada sentem, como se não houvesse enfermidades que minam organismos aparentemente robustos - necessitam, de quando em quando, recorrer ao médico para uma "revisão geral", a exemplo do que fazemos com os carros de boa marca. Na América do Norte, a Medicina preventiva, estreitamente ligada à Higiene, desempenha hoje um papel de suma importância. Ç, pois, de vital interesse para a saúde e a vida, aqui também, a pronta intervenção preventiva e curativa da Medicina, mormente nos casos mais ou menos graves. Em matéria de doença, não devemos
  • 24. deixar para amanhã aquilo que podemos fazer hoje mesmo. 8 VEN ENO CONTRA VEN ENO? O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoção das suas causas. "Sublata causa tolitur effectus", dizia Hipócrates. Visa pôr o organismo em condições de defender-se e restaurar-se a si mesmo. A homeopatia visa tratar as doenças por meio de agentes terapêu- ticos que, tomados em pequeninas doses, têm óu se supõe terem a propriedade de produzir sintomas semelhantes aos dessas doenças. A alopatia visa combater as doenças mediante medicamentos que produzem efeitos contrários à s mesmas. O sistema alopático emprega drogas, antibióticos, vacinas, soros, etc. As drogas encerram um princÃpio tóxico. São venenosas. Os ve- nenos, quer tomados por injeção quer por via bucal, penetram no sangue e, pelas vias circulatórias, percorrem todo o organismo. Fa- zem dano aos germes das doenças. Podem matá-los ou neutralizar- -Ihes os venenos. Podem intensificar ou diminuir o trabalho de certos órgãos. Podem provocar outras modificações nas funções vitais. Mas, por outro lado, também danificam o organismo humano. Afe- tam o aparelho digestÃvo e também o fÃgado, o qual, entre outras, tem a função antitóxica, neutralizando os venenos ou diminuindo-Ihes a ação, quando em quantidade limitada. Mas não dá conta de por- ções excessivas de veneno. O que vai além de sua capacidade se dis- semina por todo ocorpo, fazendo sentir, em todos os órgãos, sua ação maléfica. E o próprio fÃgado fica doente, em conseqi.Ãência da sobrecarga. O veneno circula pelo corpo todo. Passando pelo cére- bro, afeta-o. Afeta todo o sistema nervoso. Afeta o coração. Afeta os rin5. (39) <012> 40 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA Não é igual a ação de todos os venenos. Uns prejudicam espe- cialmente este órgão; outros, aquele. Assim, há medicamentos que podem afetar especialmente a vista, há os que prejudicam a audição, há os que atacam os órgãos genitais, etc. Como exemplo ilustrativo citamos apenas um fato: Em julho de 1954 os jornais publicaram a proibição de venda determinada pelo Serviço de Fiscalização do ExercÃcio Profissional, da Secretaria da Saú- de, de certo medicamento, porque se descobrira que o mesmo provo- ca a cegueira. Muitas drogas, quando tomadas em doses repetidas, podem tor- nar-se cada vez mais intoleráveis ao organismo, até provocarem uma intoxicação. E, por outro lado, as drogas, segundo a qualidade, a fre- qiiência com que são tomadas, e a quantidade, podem também tor- nar-se inoperantes. Ç guisa do que sucede com as vacinas, o organis- mo pode criar antitoxinas para certas drogas, após aplicações reitera- das, tornando-se, assim, inútil o seu uso. . Ç, por exemplo, muito difundido o hábito de usar preparados à base de sulfas, penicilinas, e outras drogas, para tratar muitas doen- ças, mesmo muitas sobre as quais esses medicamentos não têm ação. E como os mesmos, muitas vezes, não acarretam perigos visÃveis e
  • 25. imediatos ao organismo, dão margem a que o povo os use a três por dois. Esses medicamentos, porém, tomados repetidamente, em pe- quenas doses, podem, segundo as circunstâncias, promover a "tolerân- cia medicamentosá'. Determinam, assim, no organismo, um estado de tolerância que os torna inoperantes mesmo contra doenças de que são especÃficos. Mas, ainda que inúteis para estas enfermidades, tra- zem prejuÃzos que, mais tarde, poderão manifestar-se em várias for- mas de doença. As sulfanilamidas produzem várias reações tóxicas, prejudiciais, e, à s vezes, fatais. São venenosas para os invasores estreptocócicos, não há dúvida, mas são também venenosas para o organismo. Quando o paciente vê que a droga não Ihe faz o esperado efeito curativo, toma doses maiores, sem suspeitar que o medicamento que deveria trazer-Ihe saúde, Ihe está arruinando o organismo. Repetidas doses maiores podem acarretar graves intoxicações ou alguma doença secundária. Quando as drogas não são causa direta de certas enfermidades, podem ser causa indireta. Determinados órgãos, sendo afetados pelos VENENENO CONTRA VENENO? 41 venenos, não desempenham fielmente seu dever, e, em conseqiiência, prejudicam o bom funcionamento de outros órgãos que dependem da ação daqueles. Aparecem muitos distúrbios cuja causa real é poucas vezes sus- peitada. Quem pode negar que as doenças cardÃacas, as doenças mentais, e outros males que tlagelam a geração atual, e que nunca assumiram tamanhas proporções como no presente século, sejam, em boa parte, devidas ao tão generalizado uso de drogas venenosas? Os medicamentos de ação analgésica, ou seja, os que acalmam dores, são dos mais usados. Inúmeras pessoas os têm em casa, de re- serva. Levam-nos consigo ao saÃrem. São tão comuns que muitos os acham tão necessários como uma caixa de fósforos. São-nos ofereci- dos na farmácia, como troco, quando vamos comprar alguma coisa. Muitas pessoas, sentindo qualquer dor, branda ou forte, ingerem ime- diatamente a droga, sem saberem que estão alimentando um vÃcio altamente prejudicial e perigoso para a saúde. Esquecem-se de que a dor não' aparece por si mesma, mas que resulta de algõõma coisa que não vai bem no organismo. Ignoram que a dor é apenas um sintoma da doença, e que não se deve combater os efeitos, mas, sim, a causões. E a causa, por sua vez, não pode ser combatida por meio de sedati- vos. O uso imediato de medicamentos analgésicos ou anti-febris em muitos casos dificulta o diagnóstico do médico, pois a eliminação desses elementos poderá mascarar os sintomas habituais da doença, cuja causa continua a agir na intimidade do organismo, pela falta de tratamento acertado desde seu inÃcio. Além disso, os analgésicos podem facilmente ocasionar sérios dis- túrbios orgânicos, como intoxicação e lesõeses em órgãos importantes (fÃgado, rins), afecções diversas e acúmulo de trabalho para o cora- ção. As drogas nunca deixam de ser prejudiciais. O organismo humano, em geral, sabe defender-se contra a doen- ça, repelindo os inimigos causadores da mesma. Não devemos, por isso, subestimar sua força de resistência natural, procurando erronea- mente reforçá-la com drogas medicamentosas. Afirma o Dr. Adr. Vander: "Felizmente muitos médicos da escola alópata estão começando a ficar mais e mais convencidos da eficácia da medicina natural, mas <012>
  • 26. 42 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA ainda estão demasiadamente influenciados pelas antigas concepçóes puramente alópatas. "Também nas universidades há muitos catedráticos que têm com- preendido que a medicina alópata encerra um bom número de erros e que é indispensável uma reforma, pois já é conhecido de muitos que os medicamentos não podem curar por si mesmos uma enfermidade, pelo menos não da maneira como a medicina natural entende por curar, a saber, eliminar por completo a causa da enfermidade, regene- rar os tecidos danificados e normalizar a função de todos os órgãos do corpo. "Não há dúvida de que se podem alterar com drogas as funções do corpo e conseguir, por exemplo, que estes ou aqueles órgãos tra- balhem mais intensamente por certo tempo, mas em seguida vem a reação inversa e o órgão pode então ficar ainda mais débil que antes. Demais, os outros órgãos, sobre os quais não se queria atuar, são preju- dicados pelas drogas, como sucede, por exemplo, com a aspirina, que se toma para acalmar a dor, de vez que atua sobre o sistema nervoso, mas que prejudica o estômago por ser o primeiro órgão que a recebe. Pode-se, algumas vezes, com a morfina, aliviar os terrÃveis sofrimentos de um enfermo, mas com ela não se consegue uma cura. Podem apresentar-se casos em que se necessite um purgante para solver um caso de urgência, mas o purgante não cura a enfermidade; ao contrá- rio, prejudica o estômago e os intestinos. O clorofórmio pode ser ne- cessário para uma operação sem dor numa pessoa após um acidente grave, etc. Contudo, sempre que se considerem as drogas como cura- tivas, comete-se um grande erro. As drogas são remédios prejudiciais à saúde, com os quais se pode conseguir um resultado, mas não uma cura natural. "Tendo-se isto sempre em mente, não se pode cair tão facilmente em erro, como tem acontecido, por desgraça, nos tratamentos abusi- vos à base de medicamentos. As operações, também, jamais curam; porque a cura é um processo de regeneração do organismo. Com uma operação pode-se extirpar um órgão ou parte do mesmo, mas não há órgãos no corpo que não sejam necessários ou úteis. Portan- to, o que se deve fazer é procurar curá-los e evitar extirpá-los. As numerosas operações que se fazem hoje em dia constituem uma prova do fracasso dos tratamentos com medicamentos. Noventa por cento das operações poderiam seguramente ser evitadas com o uso adequa- VENENO CONTRA VENENO? 43 do e oportuno da medicina natural. Entenda-se bem: não é neces- sário ser fanático e não admitir em nenhum caso o uso de um remé- dio ou de uma operação, porque podem apresentar-se casos em que estes se justifiquem, como, por exemplo, num grande tumor que opri- ma as vias respiratórias com perigo de morte imediata, caso em que a operação é o remédio adequado para evitá-la. . . "O maior erro da medicina alópata tem sido o de considerar, du- rante séculos, as drogas como agentes curativos. Este erro era tão grande, que os investigadores se entregaram com incansável atividade à busca de drogas e remédios que deviam fazer o milagre de curar as enfermidades. . . Não encontraram uma droga verdadeiramente curati- va e que ao mesmo tempo não seja um veneno mais ou menos preju- dicial para o organismo, porque não existe tal coisa senão na imagina- ção das pessoas. Só a natureza cura. "Esta caça aos remédios, baseada numa conGepção equÃvoca acer- ca das enfermidades, desviou demasiadamente á ãtenção dos clÃnicos e i nvest.igadores. "Grandes descobrimentos foram feitos em todos os ramos da me- dicina, menos no mais necessário, a saber, na cura natural das enfer- midades mediante agentes naturais. Tais descobrimentos foram lança- dos no mundo com grande alarido, e tanto sugestionaram os clÃnicos que estes geralmente têm seguido o rumo indicado pelos autores. Os
  • 27. remédios anunciados têm sido experimentados nos enfermos. Cria-se que tomãdos nas doses prescritas não haviam de prejudicar. Isto, po- rém, é um grande erro. Um veneno sempre é prejudicial, ainda que seja tomado em pequena quantidade e ainda que nem sempre se mani- feste em seguida o prejuÃzo ocasionado." Para o benefÃcio dos estimados leitores, transcrevemos a seguir al- gumas advertências que acidentalmente encontramos nos jornais e em outras publicações. Se tivéssemos feito uma busca intencional, pode- rÃamos agora apresentar um estudo mais amplo e detalhado sobre os perigos das drogas. Mas estes bastam para o momento. Com o que fornecemos nas próximas páginas desta obra, não te- mos o propósito de criar uma espécie de fanatismo ou extremismo en- tre a população; esperamos apenas poder corrigir, reformar, moderar o excessivo entusiasmo e a perigosa ilusão que muita gente abriga com respeito aos produtos farmacêuticos, e realçar a importãncia da Higie- ne e da Profilaxia, que valem mais do que muitas drogarias reunidas. <012> 44 ~ FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA "remédios milagrosos" apenas proporcionam uma iiusão de cura Muitos "Muitos médicos estão tão convencidos de que o medicamento dará resultados em doentes que são induzidos por auto-sugestão a acreditar nas 'curas'. "Nos primeiros anos de minha carreira, fui assistente de um médi- co famoso. Estava ele convencido de que a pneumonia podia ser curada com grandes doses de quinino. Na realidade, 25 por cento dos pacientes tratados continuavam a morrer, como ocorria com os pacientes ..,e pneumonia antes do aparecimento dos antibióticos. Meu chefe, todavia, só se lembrava dos que se tinham restabelecido e es- quecia os demais. E assim, um dia, publicou um artigo no qual afir- mava que era possÃvel obter cem por cento de curas de pneumonia com o quinino. Creio que ele estava realmente convencido do que dizia, mas, depois de algumas experiências, os médicos de todo o paÃs se convenceram de que aquele medicamento, na verdade, apenas fa- zia mal aos pacientes, e desistiram de usá-lo. "Na minha juventude, eu tinha o hábito de experimentar todos os 'tratamentos milagrosos anunciados na imprensa - alguns deles ba- seados em êxitos com um ou dois pacientes. Cedo, porém, compre- endi que tudo aquilo era ilusório. "Muitas vezes os médicõs se entusiasmam de tal modo com uma nova droga que a receitam durante algum tempo a todos os pacientes que vão ao consultório; mais tarde, porém, diante dos resultados ne- gativos, passam a usar outro medicamento, o qual, por sua vez, é também abandonado. Há uns 45 anos, todo médico receitava ben- zoato de benzil a seus pacientes. Experimentei o preparado em cerca de 20 pacientes, sem resultado, e o abandonei. Outros médicos, to- davia, continuaram a receitá-lo. Agora, há muitos anos não ouço fa- lar desse medicamento." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica Mayo. g , ")á muitas vezes medicamentos de 'ação rápida e mila rosa tive- ram de ser abandonados, porque davam somente a ilusão de cura, e o germe patogênico ficava no organismo, onde reaparecia depois de vá- rios anos." - Dr. Hugo Mondolfo. "As pessoas ansiosas, intranqüilas, têm a ilusão de que este ou aquele tipo de remédio é uma solução. Ç falso... Tudo isso constitui um aspecto do caráter mágico atribuÃdo pelo povo aos remédios em VENENO CONTRA VENENO? 45
  • 28. geral - 'remédio resolve tudo' - e de acordo com essa idéia muita gente deixa de comprar comida para comprar remédio. Muitos médi- cos têm também a tendência de aliviar o doente, o que nem sempre é indicado. Atualmente a fiscalização é tão grande que muitos médicos têm até medo de levar uma injeção de ópio em suas maletas." - Dr. Henrique Roxo. "Uma grande limpeza nas drogarias está sendo empreendida pela Administração Federal dos Alimentos e Drogas (nos EE UU). A pes- quisa de remédio por remédio vai determinar quais são inúteis ou da- ninhos, para forçar sua retirada do mercado. A AFAD calcula que em três ou quatro anos de esforço ingente, muitos remédios populares te- rão de despedir-se da praça, e numerosos outros terão de modificar seus rótulos." - Folha de São Paulo, 13/11/64. Muitos medicamentos, em vez de curar, provocam doenõas "Hoje ouço falar de muitas pessoas vÃtimas de coceiras, rachadu- ras na pele, horrÃvel gosto na boca, náuseas, dores no fÃgado, dores no estômago, ou alguma outra forma de doença, após tomarem qua- tro ou cinco remédios prescritos por um ou mais médicos. "Quando tais pessoas me procuram tenho de dizer-Ihes: 'Não posso tentar um tratamento até que parem de tomar todos os remé- dios por uns dias a fim de verificarmos se o mal se deve a um deles.' Se, após alguns dias sem tomar medicamentos, todos os sintomas de- saparecerem, o que resta a fazer é tomar um remédio após outro, em forma de teste, até que os sintomas voltem. Deste modo, a pessoa será capaz de descobrir qual deles está causando o incômodo. "Uma dificuldade que tenho de enfrentar é que muitas pessoas tomam alguma coisa que peiisam não ser remédio. Por exemplo: um dos casos de que estou lembrado é de um homem de negócios que geralmente tinha de retornar à casa com febre ou dores no estômago. No outro dia, manchas roxas apareciam-Ihe nos braços. "Suspeitei do efeito de algum medicamento, e perguntei-Ihe se havia tomado algum remédio, e respondeu negativamente. Finalmen- te, quando o caso parecia sem esperanças, enviei-o a um dermatolo- gista, perguntando-Ihe se sabia o que ocasionara as manchas roxas. A resposta foi: 'Sim, são devidas à fenolftaleina'. Esta droga é comum em muitos laxativos comerciais. <012> 46 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA "Quando insisti com o paciente que deveria estar tomando algum laxativo, finalmente confessou que tomara um, mas não o considerava como remédio. Quando finalmente o paciente cessou de tomar esse medicamento, acabaram-se as complicações. "Sei de casos em que uma simples aspirina causou irritação no rosto de uma mulher. Outras vezes uma pessoa pode tomar um me- dicamento diariamente, por meses, sem nenhum contratempo, e de repente ser vÃtima de rachaduras na pele, perturbações visuais ou do- res de cabeça ou de estômago." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Em matéria de terapêutica, nos tempos antigos a nossa profissão foi anatematizada pela penúria de seus recursos; hoje o é pela abun- dância e pelos excessos no uso de armas medicamentosas... "São numerosas as doenças resultantes dos progressos médicos, como complicações das modernas técnicas diagnósticas e terapêuti- cas. . . "A corrida para a conquista de novos medicamentos é um fato real. Há os que se divertem, fazendo o cálculo das toneladas de inu- tilidades que os crédulos consomem, principalmente os 'devoradores de remédios'; outros analisam os maus efeitos dos bons remédios, sob o fascÃnio do palpitante capÃtulo da patologia iatrogênica..." - Dr. Carlos da Silva Lacaz
  • 29. Muitas das novas drogas podem fazer mal e até matar "Alguém me censurou por ter mencionado os bons resultados obtidos com certo medicamento usado contra a gota. A mesma pes- soa conta que sabe de um caso de alguém que tomou o referido medi- camento e morreu da chamada anemia aplástica. Apresento meus pê- sames aos entes queridos dessa vÃtima e gostaria de que me houvesse sido possÃvel advertÃ-los a tempo de que nós, os médicos - e também os leigos - precisamos nos lembrar constantemente de que a maioria das novas drogas podem fazer mal e até mesmo matar certas pessoas hipersensÃveis. "Tenho repetido muitas vezes que todas as novas drogas lançadas recentemente no mercado podem apresentar efeitos secundários noci- vos e até fatais. Em geral, os grandes laboratórios testam as novas drogas em várias instituições antes de lançá-las no mercado. Ainda VENENO CONTRA VENENO? 47 assim, depois de um ou dois anos, temos notÃcias de efeitos secundá- rios provocados pelo novo medicamento. "'Em alguns casos, os glóbulos brancos ficam destruÃdos a tal pon- to, que o paciente perde a capacidade de resistir à s infecções, ou tal- vez fica com o fÃgado seriamente afetado. Soube, há pouco tempo, que um grande laboratório retirou do mercado determinada droga, que durante algum tempo se apresentava como uma grande esperan- ça, mas que se revelou por demais perigosa para o uso ordinário. "Certos medicamentos são tão perigosos que só devem ser usados quando o paciente está hospitalizado, onde poderá ser examinado a curtos intervalos. Outros só devem ser empregados quando se torna necessário salvar o paciente da ameaça de uma morte iminente."- Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Acabo de examinar uma paciente, que durante seis meses tem feito uso de um remédio tão perigoso e tóxico que foi responsável pe- la morte de várias pessoas no ano passado. O qúe sucedeu foi que seis meses antes ela sentira determinada dor e o seu, médico Ihe pres- crevera aquele remédio. Este não pareceu ser benéfico, mas, depois, como tantas vezes ocorre com dores artrÃticas, estas cessaram total- mente. Mesmo assim essa paciente continuou a tomar o remédio. Fe- lizmente para ela o seu organismo foi resistente; por menos do que is- to eu já tenho visto organismos arruinados. Não deixe que 'tomar re- médios' se transforme em um hábito, leitor. Os perigos de tal prática são enormes." - Um médico. A sensibilidade à s drogas varia muito de indivÃduo para indivÃduo "Alguns médicos, à s vezes, adotam uma atitude pouco sensata com respeito a suas receitas. Ç o caso, por exemplo, de uma senho- ra que recorreu a mim depois que seu médico Ihe receitara cem cáp- sulas. Ela tomou as duas primeiras, como mandava a receita, e co- meçou a passar mal, vomitando durante toda a noite. "Disse então que não podia tomar sequer uma cápsula das 98 restantes e que Ihe custaram bastante dinheiro... "Um dia destes, vi também um jovem cujo médico Ihe receitara cem tabletes de tranqiiilizante. Depois de tomar a droga durante dois dias, o paciente estava muito deprimido, pensando até em suicÃdio, e pronto para entrar num hospital de doentes mentais. Apresentava um <012> 48 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA mau gosto na boca, tinha fortes dores de cabeça e erupção na pele,
  • 30. sintoma de alergia ou envenenamento. "Entregou-me 94 das cem cápsulas que comprara, sugerindo que eu desse a quem delas precisasse, lamentando a despesa grande que fizera." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica Mayo. Os medicamentos antitérmicos são perigosos "João Paulo tem 3 meses. Pesa 5 kg; está agitado, 39o de febre. Nada mais simples e mais anódino do que dar-Ihe a metade de um comprimido de aspirina agora e outra metade à noite, se a febre não ceder. Porém, agindo assim, você estará. . . arriscando-se a provocar acidentes graves, principalmente se a criança transpirou muito. Os rins do lactente eliminam a aspirina muito mais lentamente do que os do adulto. Mesmo com doses fracas de aspirina, a concentração do remédio no sangue vai atingir um nÃvel tóxico. "Se a respiração da criança se acelera, atenção. Chame sem de- mora um médico. Vômitos, convulsõeses, delÃrio podem aparecer e completar o quadro de uma intoxicação salicÃlica. "Então, que deveria ter feito? Como lutar contra a febre, se a própria aspirina familiar está condenada? Envolva o tórax da criança com um pano fresco. Mergulhe uma toalha felpuda na água fria; tor- ça-a. Enrole a criança nela e envolva-a com um cobertor de lã. A evaporação da água absorverá o calor do pequeno febril e sua tempe- ratura cairá. "Os demais medicamentos antitérmicos, a antipirina, o piramidon, também devem ser evitados nas criancinhas. Quanto à criogenina, que teve uma época de celebridade, deve ser proscrita formalmente: supositórios de criogenina provocaram, há alguns anos, numerosos ca- sos de anemia grave." - Dr. Serge Voisin-Picard. As sulfas e os antibióticos são perigosos "Muitas moléstias que não requerem nem se beneficiam com o emprego de sulfas e antibióticos passaram a ser tratadas desta maneira pelo leigo e pelo droguista, a quem só interessa vender o remédio. Como conseqüência lógica, surgiram as intoxicações e as complica- ções secundárias, decorrentes do uso indevido dessas drogas quÃmicas (sulfas) e dos derivados antibióticos (penicilina e outros). VENENO CONTRA VENENO? 49 "O grande perigo das sulfas é a sensibilização do organismo com doses prévias, causando posteriormente o choque anafilático, isto é, a incompatibilidade do organismo com a sulfa. Muito freqiientes são as lesõeses nos glóbulos vermelhos e brancos do sangue, no fÃgado e no sis= tema nervoso central." - Folha Feminina, 26/1/64. A hidrazida provoca complicações neurológicas "A hidrazida do ácido insonicotÃnico, ou simplesmente hidrazida, é um agente quÃmico, especÃfico do tratamento da tuberculose... Contudo, quando a dosagem excede a 5 miligramas por quilo e por dia, ocorre a possibilidade do aparecimento de manifestações de into- lerância, observáveis principalmente em ádultos e em particular nos que abusam de bebidas alcoólicas. Estas reações podem revestir-se de gravidade considerável, a ponto de, em comunicado recente, a Organi- zação Mundial de Saúde sublinhar a necessidade de seu reconheci- mento precoce, a fim de se suspender imediatamente o medicamento. "O sistema nervoso mostra-se particularmente sensÃvel à toxicida- de da hidrazida, citando-se, entre as complicações neurológicas, as ne- vrites periféricas, convulsõeses, atrofia do nervo ótico e quadros psicó-
  • 31. tico5. "As nevrites periféricas constituem o acidente mais comum. . . O próprio Biehl e H. J. Nimitz observaram igualmente que a hidrazida favorece o aparecimento de crises convulsivas, devendo-se tomar cui- dados especiais quando é administrada a epiléticos. Quanto à atrofia do nervo ótico, é necessário diferenciá-la de uma provável sequela da meningite tuberculosa." - O Estado de S. Paulo, 4/6/58 Os corticosteróides geram diversas enfermidades "Algumas doenças dos pulmões podem ser combatidas com corti- cóides adrenais, porém o emprego dessas drogas nos pacientes de tu- berculose apenas agravará seu estado. . . "Em geral, os corticosteróides produzem o quadro clÃnico do sin- droma de Cushing - com excesso de peso e o rosto arredondado e cheio de pilosidade. Também poderão gerar crises de diabetes, osteo- porose, hipertensão, loucura temporária e aumento da susceptibilidade <012> 50 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA à s infecções. Poderá ainda aparecer uma úlcera estomacal ou o agra- vamento de uma úlcera antiga." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. A cortisona, além de provocar várias enfermidades, pode matar "Imaginemos um cidadão que disponha de boas glândulas adre- nais que o mantenham feliz e satisfeito. Lá vem um dia, porém, em que ele se resfria, adquire algum eczema ou alguma dor muscular, e insiste junto ao seu médico para que Ihe seja prescrita essa droga ma- ravilhosa que é a cortisona, da qual tanto e tão bem ele tem ouvido falar. Responde-Ihe o médico: 'Mas o senhor não precisa de cortiso- na; não está realmente enfermo e, além disto, a cortisona não cura o que o senhor tem.' O paciente insiste, entretanto, e o remédio é prescrito. "Durante algum tempo ele julga estar obtendo ótimos resultados e continua ingerindo o remédio. Resolve, depois, parar, mas não se sente bem e retorna à droga. Finalmente ele começa a adquirir uma úlcera ou diabetes e o médico Ihe determina que pare de tomar corti- sona. Ele obedece, mas aà começam os aborrecimentos. Por que? Por- que suas glândulas adrenais, há tanto desalojadas de sua função pelo uso da cortisona, . . estão agora fracas e preguiçosas e quase que já se esqueceram de como exercer sua função. "Num recente número do Jornal da Associação Médica Norte- -Americana, os Drs. Salassa, W. A. Bennet, F. R. Keating )r. e R. G. Sprague, da ClÃnica Mayo, descreveram, em importantÃssimo artigo, dois casos em que pessoas que haviam feito tal uso da cortisona entraram em estado de choque e morreram põoucas horas depois de te- rem sido submetidas a uma operação. Reagiram exatamente como um indivÃduo portador de severo desequilÃbrio nas glândulas adrenais; submetidos à autópsÃa, as glândulas desses pacientes se mostraram completamente gastas, tal como estão nos casos do chamado Mal de Addison. "Foram também autopsiados os corpos de 40 pessoas que haviam tomado cortisona durante 5 dias ou perÃodo maior. Em todos os ca- sos os patologistas verificaram que as gfândulas adrenais estavam atro- fiadas de forma semelhante, do que decorreu a manutenção da vida nesses organismos de forma bastante precária. "Espero sinceramente que tomarão mais cuidado essas milhares de pessoas que presentemente se servem indiscriminadamente da cortiso- VENENO CONTRA VENENO? 51
  • 32. na, só porque gostam de fazer uso de produto de ação enérgica que seja 'da moda'." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Um caso clÃnico, observado por Harris e Ross. Tratava-se de uma senhora na oitava semana de gravidez e a quem foi administráda cortisona em virtude de um processo patológico qualquer. Deu à luz dentro do prazo normal, e a criança, bem constituÃda, apresentava entretanto a abóbada palatina aberta. Como este fechamento se de-. veria processar na ocasião em que a gestante estava tomando grandes doses de cortisona e diante dos fatos já conhecidos da experimenta- ção animal, os observadores estabeleceram uma relação causal." - Es- tado de S. Paulo, 12/2/57. "Muitos que tomam diariamente cortisona ficam com o rosto arredondado, e, à s vezes, com pilosidade õxcessiva. Em alguns casos, podem surgir perturbações mentais, tuberculose, úlcera do duodeno, osteoporose (falta de cálcio nos ossos), ou alguma doença do cora- ção, das artérias ou dos rins." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. Diversos medicamentos produzem úlceras pépticas, hemorragia gástrica ou intestinal, etc. "Vários são os medicamentos que determinam processos irritativos da mucosa gástrica e duodenal (gastrite, duodenite), chegando até à _ õ- úlceração, hemorragia e perfuração. Na patogenia deste acidente, dois mecanismos devem ser Çevados na devida conta: aumento da se- creção ácida do conteúdo gástrico, estimulado pela droga, e diminui- ção da resistência das paredes do estômago e duodeno. "Assim, a histamina constitui um estimulante poderoso da secre- ção clorÃdrica. . . Com certa freqüência, observa-se a formação de úlce- ra na mucosa gástrica ou duodenal no decurso de tratamento mais ou menos prolongado com este produto. Em outras circunstâncias, verifi- ca-se a hipersecreção clorÃdrica com o emprego de agentes terapêuti- cos que bloqueiam o sistema simpático e conseqüentemente libertam o seu antagonista - o para-simpático (vago). Ç o que se observa com o emprego da Tolazalina (Priscol), Hidralazina, etc. "A butazona e os derivados salicÃlicos, empregados nos processos álgicos reumatismais, podem promover o aparecimento de úlcera pép- tica ou tornar aguda uma lesão ulcerosa antiga em fase de acalmia. Curioso é que neste caso o aparecimento da complicação não parece <012> 52 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA estar relacionado com a intensidade e duração do tratamento, surgin- do mesmo logo após a administração das primeiras doses de medica- camento." - O Estado de S. Paulo, 20/5/58. "Entende-se por 'hematemese' o vômito sangüÃneo, proveniente do aparelho digestivo. Entre as causas mais freqüentes desta manifes- tação, citam-se: o câncer gástrico, a úlcera péptica, a hérnia do hiato diafragmático e as varizes esofágicas. Esta última entidade traduz cli- nicamente um aumento de pressão da circulação hepática porta, co- mo acontece, por exemplo, nos casos de cirrose. Hoje em dia, em nosso meio, em virtude do grande número de nordestinos que aqui re- sidem, portadores de esquitossomiase mansônica; forma hepato-esplê- nica, esta ocorrência é muito freqüente e deverá entrar sempre na co- gitação dos clÃnicos ao se defrontarem com tal sintoma. Entretanto, nem sempre se consegue estabelecer a verdadeira etiologia da hemate- mese e, procurando esclarecer esta situação, ). J. Kelly Jr. realizou uma revisão de 49 casos de hemorragia gastrointestinal, nas quais as 4 causas mencionadas puderam ser excluÃdas. Neste grupo, pôde o au- tor separar 16 pacientes em que a hemorragia estava relacionada com a ingestão prévia de salicilato e aspirina. Sublinha mesmo a maior coincidência de hemorragia desta natureza em ulcerosos gastroduode-
  • 33. nais em certas épocas do ano, quando os resfriados são mais freqüen- tes e portanto ocorre um maior consvmo de medicamentos com base na aspirina." - O Estado de S. Paulo, 26/3/1957. Vários medicamentos produzem a mucormicose "O emprego de medicação antileucêmica, a cortisona, etc., favo- recem a eclosão da mucormicose. O uso dos antibióticos de largo es- pectro também não pode ser esquecido como causa responsável pelo aumento do número de casos desta afecção. "O cogumelo penetra no organismo através das fossas nasais, de onde atinge os seios da face, cavidade orbitária, meninges, encéfalo, vasos cerebrais. Ou pode localizar-se na árvore respiratória inferior, causando bronquites, pneumonias e bronco-pneumonias. Há ainda a possibilidade de penetrar na luz de um vaso sangi.ÃÃneo, determinando verdadeiras septicemias, com estabelecimento de focos de infecção à distância. VENENO CONTRA VENENO? 53 "As formas pulmonar e cerebral são particularmente graves. De inÃcio abrupto, progridem rapidamente, levando à morte em prazo não superior a um mês." - O Estado de S. Paulo, 27/6/57. Os aminopurÃnicos reduzem a taxa de glóbulos brancos "Edward M. Blecher, nos Estados Unidos, faz referências a traba- Ihos de alguns autores acerca da redução de glóbulos brancos do san- gue causada pela ingestão reiterada de certas substâncias aminopurÃni- cas, entre as quais se destaca o piramido, que, segundo esses autores, chegou a baixar para 400 a taxa daqueles elementos sangõÃneos, que no normal é de 5 a 8 mil por milÃmetro cúbico de sangue. Tratava-se de pacientes que trabalhavam em indústrias farmacêuticas e que ti- nham grande facilidade na obtenção dopiramido." - SPES, de S. Paulo. As drogas fecundativas podem provocar fecundação múltipla "Os médicos sabem agora que, tratando mulheres estéreis com determinada droga, podem fazer com que elas se tornem férteis, mas ao mesmo tempo, podem torná-las prolÃferas. Tais tratamentos levam mulheres até então estéreis a abrigar de 5 a 7 fetos em seu útero."- Prof. Dr. Walter C. Alvarez. O Stilbestrol pode acarretar o câncer "O 'Stilbestrol', que é eficiente na ajuda à s mulheres na meno- pausa, sempre foi posto de quarentena pelos médicos, pois, quando aplicado continuamente, em doses gigantescas, num rato, à s vezes provoca o câncer." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da ClÃnica Mayo. Drogas consideradas "inofensivas" podem criar hábito, além de apresentarem reações secundárias, nocivas "Tranqüilizadores, analgésicos e outras drogas que não têm rela- ção com narcóticos ou barbitúricos podem criar hábito e causar peri- gosos sintomas de abstenção. . . <012> 54 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMÇSTICA