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Mensagem de Fernando Pessoa
ESTRUTURA DE “MENSAGEM”


A obra divide-se em 3 partes distintas:



 1ª Parte                   2ª Parte          3ª Parte


                                 MAR              O
    BRASÃO                    PORTUGUÊS       ENCOBERTO

  O princípio da               A realização   A morte ou fim
  nacionalidade              através do mar   das energias
                                                 latentes
LOCALIZAÇÃO NA OBRA
MENSAGEM

           …



                               Quinta
  Brazão   III - Quinas
                          “D. Sebastião, Rei
                            de Portugal”

           …
D. SEBASTIÃO

                  “O Desejado”;
                  Convicto de que a sua missão
                   era espalhar a fé cristã;
                  “Morreu”    na      Batalha   de
                   Álcacer – Quibir;
                  Mito Sebastianista.
D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
Louco, sim, louco, porque quis grandeza

Qual a Sorte a não dá.

Não coube em mim minha certeza;

Por isso onde o areal está

Ficou meu ser que houve, não o que há.

 

Minha loucura, outros que me a tomem

Com o que nela ia.

Sem a loucura que é o homem

Mais que a besta sadia,

Cadáver adiado que procria?
ESTRUTURA EXTERNA DO POEMA

   Duas estrofes, de cinco versos (quintilhas);
   Versos são irregulares:
          Variam entre as seis sílabas métricas, as oito e as dez;

   Predomina o ritmo binário, aparecendo também o ternário ??
   Esquema rimático: a b a b b, com rimas cruzadas e
    emparelhadas;
   A alternância de ritmo possibilita a emissão de uma reflexão
    do próprio rei e o incitamento que dirige aos destinatários.
“D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL”

O poema poderá dividir-se em duas partes: a primeira correspondendo à
primeira estrofe e a segunda parte à segunda estrofe.




   Primeira Estrofe:                        Segunda estrofe:

    O sujeito poético                     Faz uma apologia da loucura, um
    autocaracteriza-se como               elogio, exortando a que outros
    “louco”                               dêem continuidade ao seu sonho.
PRIMEIRA ESTROFE
                                             O poeta considera D. Sebastião um “louco”, com
                                                                                 louco
                                              uma     conotação      positiva,     “porque     quis
                                              grandeza / Qual a Sorte a não dá”, sendo
                                              assim uma figura que representa o esforço e a
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
                                              superioridade;
Qual a Sorte a não dá.
                                             Perífrase: "areal"- o campo de Alcácer Quibir.
Não coube em mim minha certeza;              Personificação da Sorte como uma entidade que
Por isso onde o areal está                    dirige os destinos e que não concede a sua graça
                                              aos audazes.
Ficou meu ser que houve, não o que há.
                                             D. Sebastião foi o “ser que houve”, que encontrou
                                              a destruição física no “areal”;

                                             "ficou meu ser que houve, não o que há" - ficou
                                              o meu corpo, não a minha alma que vive eterna.
                                              (mas   que     se   distinguiu     pela   imortalidade
                                              tornando-se assim um mito, permanecendo na
                                              memória do seu povo.)
SEGUNDA ESTROFE
                                    Apela aos portugueses para estabelecerem uma
                                     união entre o passado e o presente, para absorver
                                     a “loucura” de D. Sebastião, de modo a fazer
                                     Portugal renascer (“Minha loucura, outros que
                                     me a tomem / Com o que nela ia.”);
Minha loucura, outros que me a
                                    O   sujeito    poético    lança   um       repto    aos
    tomem                            destinatários, fazendo um apelo à loucura e à
                                     valorização do sonho;
Com o que nela ia.
                                    “sem a loucura que é o homem mais do que a
Sem a loucura que é o homem          besta sadia” - sem o sonho, o Homem é apenas
                                     um animal vivente.
Mais que a besta sadia,
                                    Interrogação   retórica   ->   sem     o   sonho,   “a
Cadáver adiado que procria?
                                     loucura”, e a ambição, o Homem não se
                                     distingue do animal. D. Sebastião não é um
                                     “cadáver adiado” (vive esperando a morte)
                                     mas sim alguém que se distinguiu por estas
                                     características;
Os Lusíadas                                  Mensagem

Luís de Camões:                             Fernando Pessoa:


   Dedica a sua obra a D. Sebastião;       •   Apresenta       D.    Sebastião    como
                                                alguém que se imortalizou por ter
   Enaltece    as    suas      virtuosas
    características como rei;                   lutado pelos seus objectivos, de
                                                forma exímia;
   Apresenta    o   jovem      como    a
    segurança    e   a    garantia     da   •   Apela     aos        portugueses    para

    dependência nacional;                       aderirem à mesma atitude. Só

   Exalta o rei como aquele a quem             dessa     forma        Portugal    pode

    cabe a missão de     expandir a fé          assumir     um         possível    futuro

    cristã.                                     promissor
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

   http://apoioptg.blogspot.com/search?q=An
    %C3%A1lise+de+Mensagem+Fernando+Pessoa

   http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudant
    es/portugues/12portofolio1/12portofolio1ba.htm

   http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/Mensagem.htm#
    1%C2%AA%20Parte

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D. Sebastião na obra Mensagem de Fernando Pessoa

  • 2. ESTRUTURA DE “MENSAGEM” A obra divide-se em 3 partes distintas: 1ª Parte 2ª Parte 3ª Parte MAR O BRASÃO PORTUGUÊS ENCOBERTO O princípio da A realização A morte ou fim nacionalidade através do mar das energias latentes
  • 3. LOCALIZAÇÃO NA OBRA MENSAGEM … Quinta Brazão III - Quinas “D. Sebastião, Rei de Portugal” …
  • 4. D. SEBASTIÃO  “O Desejado”;  Convicto de que a sua missão era espalhar a fé cristã;  “Morreu” na Batalha de Álcacer – Quibir;  Mito Sebastianista.
  • 5. D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há.   Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nela ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?
  • 6. ESTRUTURA EXTERNA DO POEMA  Duas estrofes, de cinco versos (quintilhas);  Versos são irregulares:  Variam entre as seis sílabas métricas, as oito e as dez;  Predomina o ritmo binário, aparecendo também o ternário ??  Esquema rimático: a b a b b, com rimas cruzadas e emparelhadas;  A alternância de ritmo possibilita a emissão de uma reflexão do próprio rei e o incitamento que dirige aos destinatários.
  • 7. “D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL” O poema poderá dividir-se em duas partes: a primeira correspondendo à primeira estrofe e a segunda parte à segunda estrofe.  Primeira Estrofe:  Segunda estrofe: O sujeito poético Faz uma apologia da loucura, um autocaracteriza-se como elogio, exortando a que outros “louco” dêem continuidade ao seu sonho.
  • 8. PRIMEIRA ESTROFE  O poeta considera D. Sebastião um “louco”, com louco uma conotação positiva, “porque quis grandeza / Qual a Sorte a não dá”, sendo assim uma figura que representa o esforço e a Louco, sim, louco, porque quis grandeza superioridade; Qual a Sorte a não dá.  Perífrase: "areal"- o campo de Alcácer Quibir. Não coube em mim minha certeza;  Personificação da Sorte como uma entidade que Por isso onde o areal está dirige os destinos e que não concede a sua graça aos audazes. Ficou meu ser que houve, não o que há.  D. Sebastião foi o “ser que houve”, que encontrou a destruição física no “areal”;  "ficou meu ser que houve, não o que há" - ficou o meu corpo, não a minha alma que vive eterna. (mas que se distinguiu pela imortalidade tornando-se assim um mito, permanecendo na memória do seu povo.)
  • 9. SEGUNDA ESTROFE  Apela aos portugueses para estabelecerem uma união entre o passado e o presente, para absorver a “loucura” de D. Sebastião, de modo a fazer Portugal renascer (“Minha loucura, outros que me a tomem / Com o que nela ia.”); Minha loucura, outros que me a  O sujeito poético lança um repto aos tomem destinatários, fazendo um apelo à loucura e à valorização do sonho; Com o que nela ia.  “sem a loucura que é o homem mais do que a Sem a loucura que é o homem besta sadia” - sem o sonho, o Homem é apenas um animal vivente. Mais que a besta sadia,  Interrogação retórica -> sem o sonho, “a Cadáver adiado que procria? loucura”, e a ambição, o Homem não se distingue do animal. D. Sebastião não é um “cadáver adiado” (vive esperando a morte) mas sim alguém que se distinguiu por estas características;
  • 10. Os Lusíadas Mensagem Luís de Camões: Fernando Pessoa:  Dedica a sua obra a D. Sebastião; • Apresenta D. Sebastião como alguém que se imortalizou por ter  Enaltece as suas virtuosas características como rei; lutado pelos seus objectivos, de forma exímia;  Apresenta o jovem como a segurança e a garantia da • Apela aos portugueses para dependência nacional; aderirem à mesma atitude. Só  Exalta o rei como aquele a quem dessa forma Portugal pode cabe a missão de expandir a fé assumir um possível futuro cristã. promissor
  • 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  http://apoioptg.blogspot.com/search?q=An %C3%A1lise+de+Mensagem+Fernando+Pessoa  http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudant es/portugues/12portofolio1/12portofolio1ba.htm  http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/Mensagem.htm# 1%C2%AA%20Parte