1. Gnose e suacondenaçãona Bíblia
Retiradodolivroque desmascarao códigoda vinci,que é tambémtotalmente gnóstico.
Capítulo14
Gnose:total perversãodamoral
"Nãovos enganeis:nemosimpuros,nemosidólatras,
nemos adúlteros,nemosefeminados,
nemos devassos...hãode possuiro Reinode Deus".
I Coríntios,6,9-10.
Toda éticaou moral temuma base filosóficae/outeológica.Assim,aéticae a moral gnósticas
são frutode sua cosmovisão,de sua"teologia".Suasconcepçõese "percepções"arespeitode
Deus,do universoe dohomemtêmconseqüênciasnefastassobre oagirhumano;e,como
resultado,sobre avidasocial.
Completoamoralismo
Se,de acordo com a Gnose,a causa domal é a matéria,parao homemomal moral vemde
seucorpo; de onde ficareliminadatodaanoção de responsabilidadepessoal.Maisainda:para
o gnóstico,oaperfeiçoamentomoral é conseqüênciadaaquisiçãode umsabermágico, de
uma iluminaçãoque põe ohomememcontatodiretocoma divindade.Daícair por terra a
necessidadede boasobrase da práticada virtude:e basta apenaso conhecimento( gnose ) .
Por fim,se a verdadeiraessênciadohomemestánapartícula divinaaprisionadanele,nadado
que faça de bom ou maupode alterarpara melhoroupioressasua natureza.De onde se
segue que tantofaz praticaro bemcomo o mal moral;existe umaliberdade semfreios.
2. SantoIrineude Lião (130-202), emseucélebre livroContraasHeresias(AdversusHaereses),
apresentaa argumentaçãodosgnósticosparajustificarseuamoralismo:
Elesafirmamque as boasobras são necessáriasanósoutros,do contrárioé impossível salvar-
nos.Mas, para elesmesmos,julgamque estãoindubitavelmentesalvos,nãoporcausade sua
conduta,mas porque elessãoespirituais(pneumáticos)pornatureza.Porque,assimcomoé
impossível que asubstânciamaterial compartilhe dasalvação,assimtambémé impossível
para a substânciaespiritual (pelaqual elesse designamasi mesmos) sercorrompida,sejam
quaisforemas açõesque pratiquem.Eexemplificam que,assimcomooourotombadona
lamanão perde seuvalore beleza,damesmaformaelesnãopodemsofrerdanoouperdera
belezade suasubstânciaespiritual,quaisquerque sejamasaçõesnas quaisestejam
envolvidos.[1]
Não se trata de meraliberdade ou permissãoparaagirdeste ou daquele modo.Essa
licenciosidadeé requeridacomoummeiode liberara partículadivina,conforme explicaHans
Jonas:
Essa liberdade,entretanto,é maisdoque meramente permissiva;suapráticaestáligadaa um
interesse metafísico..Existe umpositivodeverde realizarqualquertipode ação,de não deixar
de explorarnenhumapossibilidade,de realizartudooque forpossível,como fimde esgotar
todasas capacidadesdanatureza;somente assimé que se pode finalizarociclo das
reencarnações.
Duas vertentesdaGnose:libertinageme ascetismo
De acordocom as psicologiasindividuais,esse desprezopelamatériaconduzadoisextremos
aparentementecontraditórios,masque narealidade se complementam:de umladoa
completalibertinagem( Gnose libertina);de outro,o maisrigorosoascetismo(Gnose
ascética).Naprimeiramodalidade,amatériaé achincalhadaporpráticassexuaisaberrantes;
na segunda,amatériaé castigadapor maceraçõesdesequilibradase pelaproibiçãoou
limitaçãode todoo contatocarnal. Em ambas o fimé o mesmo:evitara procriaçãoe a
conseqüente multiplicaçãode partículasdivinasaprisionadas.[2]
É o que explicaomesmoHansJonas:
"Nestavida,ospneumáticos(comoospossuidoresdagnose chamam-se asi mesmos)
colocam-se comoseresàparte emrelaçãoao restoda humanidade.A iluminaçãoimediata
não somente tornaa pessoasoberananaesferadopensamento,...mastambémnada ação.
3. De ummodo geral,a moralidade pneumáticaé determinadapelahostilidade emrelaçãoao
mundo(a matéria) e o desprezopelasobrigaçõesmundanas.Deste princípio,entretanto,são
estabelecidasduasconclusõescontraditórias,ambasasquaisencontramseusrepresentantes
extremos:aascéticae a libertina.A primeiradeduzdaposse dagnose a obrigaçãode evitar
qualquercontaminaçãocomo mundo,e portantoreduzirao mínimoseuscontatosmundanos;
a segundaderivadamesmaposse o privilégiodaliberdade desenfreada."
A "ascese"praticadana Gnose nada tememcomum com a ascese cristã.[3] Aocontrário
desta,estátotalmente desvinculadadaperfeiçãomoral,tendocomofinalidadedestruira
ligaçãocom a matéria,aviltaro corpohumanoe impedirapropagaçãoda espécie.Éo que está
afirmadoemartigodivulgadoonline em2000 peloInstitute forGnosticStudies:
A finalidadedavidagnósticaé a libertação[dapartícula divina],e não o moralismo.Nosso
focoé o retornoao Reinoda Luz (Pleroma),nãoa sustentaçãode padrõesmorais.Mesmoque
a gnose não aceite totalmente aafirmaçãode que osfinsjustificamosmeios,elachega
extremamente perto disso.Aindaque amoral e a éticatenhamsuarazão de serpara a classe
dos hílicos,entretanto,paraaquelesque estãoacimadamassa da humanidade,sejam
psíquicos,sejampneumáticos,a moralidade e asleisdeste mundomaterialtêmparaeles
poucovalor . ...Ascetismoouindulgênciasãoparte domesmoprocesso..Enquantoa gnose
rejeitade todoo coração a famíliae a reprodução,foradistoo usoda sexualidadeoudo
ascetismoé umaescolhaque o estudante pode fazeraolongodocaminho.
Violara lei moral poródioa Deus
Em seuestudosobre o Gnosticismo,oPe.J.P.Arendzenescreve arespeitodosgnósticosdos
primeirostemposdoCristianismo:
"Comoa lei moral tinhasidodadapeloDeusdosjudeus,eraumdever[paraos gnósticos]
violaressalei comosinal de oposiçãoa esse mesmoDeus.Assimensinavaaseitados
nicolaítas,existente nostemposapostólicos,cujoprincípio,segundoOrígenes,era
parachresthai te sarki (deve-seabusardacarne)."
Moral de perdição
Ninguémdotadode sãojulgamentopode deixarde concordaremque a disseminaçãodo
Gnosticismoe de sua negaçãoda moral conduznecessariamenteàdestruiçãodavidasocial
4. organizada.Poisa moral é a força que mantémcoesaa sociedade,permitindoaoshomens
viveremharmoniae colaboraçãoentre si.
Em vezda humildade,dacastidade e daobediênciacristãs,oorgulho,asensualidadee a
revoltapropugnadospeloGnosticismotransformamohomemnuminimigode seu
semelhante,numhomohomini lupus,numlobovorazemrelaçãoa outrohomem, noqual vê
tão-somente ummeiode satisfazeraseusdesejose vantagens.
[1] SantoIrineu,AdversusHaereses,LivroI,Capítulo6, nº 2, in
http://www.newadvent.org/fathers/0103106.htm.
[2] Objetivamentefalando,e semjulgarintenções,nãose pode deixarde vercertofundo
gnósticoemcampanhassistemáticascontraa procriação - sejapelacontracepção,peloaborto
ou peladisseminaçãodohomossexualismo - aindaquandoaspessoasenvolvidasnãose dêem
conta disso.
[3] "Eiso sentidoprofundodaascese cristã.'Ascese':aprópriapalavra evocaa imagemdo
subirpara metaselevadas.Istoexigenecessariamente sacrifíciose renúncias.De fato,convém
levarsó o equipamentoessencial paraque a viagemnãose torne pesada;estardispostosa
enfrentartodas as dificuldadese superarqualquerobstáculoparaalcançaro objetivo
estabelecido.Parasermosautênticosdiscípulosde Cristo,é precisorenunciarasi mesmo,
tomar a própriacruz todos osdias e segui-lo(cf.Lc9, 23). É o caminhodifícil dasantidade,que
cada cristão estáchamadoa percorrer"( HomiliadopapaJoão PauloIIna quarta-feirade
cinzas, 25 de fevereirode 2004 in
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2004/documents/hf_jp-
ii_hom_20040225_ash-wednesday_po.html).
Capítulo15
5. Gnose:tentativade infiltrar-se naIgreja
Por muitotempopensou-se que aGnose fosse umaheresiacristã,umavezque tão logoa
Igrejafoi fundadae começoua difundir-se,essesistemareligiosopagãotentouinfiltrar-se
nela.Paratanto adotavamuma linguagemcristã,que serviade invólucroparaencobrirsuas
reaisdoutrinase lhespermitiaservir-sedoCristianismoparapropagá-las.
Temposapostólicos
A lutada Igrejacontra o Gnosticismo,nosprimeirostempos,foi renhida.
Essa luta,entretanto,nãofoi infrutífera - assinalaoPe.JulesLebreton -,poisdeumaiorvigorà
autoridade daIgrejae maior precisãoaodogma.
Tomamosconhecimentodessaluta,jánostemposapostólicos,atravésdostextosdoNovo
Testamento,dosescritosdosPadresdaIgrejae dos EscritoresEclesiásticos.
Os AtosdosApóstolos(At8,9-25) falam-nosde SimãoMago,o qual,por suasartes diabólicas,
seduziaopovoda Samaria . Graças à pregaçãodo diáconoFilipe,e depoisdosApóstolosSão
Pedroe São João, o povo se converteu.Simão,tendovistoosprodígiosoperadospeloEspírito
Santo,aproximou-sedosApóstolose ofereceu-lhesdinheiroparaque obtivessemosmesmos
donspara ele.
São Justino,emsuaPrimeiraApologia,escreve que esseSimãoposteriormentefoi adorado
como umdeusem Roma,e eraseguidoporuma mulherde nome Helena,umaex-prostituta
que ele afirmavaterlibertadodessavidapeloseupoder.
InfiltraçãognósticaemCorinto
Temsidoobservadoque certaspassagensdascartas de São Pauloparecemreferir-se aos
gnósticos.Emespecial,escrevendoaoscoríntios,oApóstolodenunciaapresençade libertinos
e blasfemadores,osquaischegamadizer" Jesussejamaldito".
6. Ora, como poderiaalguémpretender-secristão,e aomesmotempomaldizeroSalvador?
Encontramosa respostaa essa perguntanatentativadosgnósticosde se infiltraremnaIgreja.
Para elesaEncarnação, Paixãoe Morte de NossoSenhoreramuma"loucura".
Trata-se dos mesmos"cristãos"condenadosporSãoJoão,quandodizque aquelesque negam
a JesusCristosão mentirosos.
São Paulocondenoucomvigoressesgnósticos,mostrandoque sótemoEspíritode Deus
quemaceitaJesusCristo,e que estaaceitaçãoé um efeitodagraça de Deus,dispensadapelo
Paráclito:
"Por isso,euvosdeclaro:ninguém,falandosobaação divina,pode dizer:Jesussejamaldito;e
ninguémpode dizer:Jesusé oSenhor,senãosoba ação doEspírito Santo.(1Cor 12,3)
Se alguémnão amar o Senhor,sejamaldito!(1Cor16,23)"
CondenaçõesnasEpístolas,nosEvangelhose noApocalipse
As EpístolasdosApóstolos,osEvangelhose oApocalipsede SãoJoãodenunciame condenam
os errosgnósticos.
São Judasfalade certoshomensque se infiltramsecretamente nascomunidadescristãs,e que
não têma graça de Deus.Trata-se de revoltososque renegamagraça divinae a soberana
autoridade de NossoSenhor:
Poiscertoshomensímpiosse introduziramfurtivamente entrenós,osquaisdesde muito
tempoestãodestinadosparaeste julgamento;elestransformamemdissoluçãoagraça de
nossoDeuse negamJesusCristo,nossoúnicoMestre e Senhor.
São Joãotem palavrasde fogocontra esses"cristãos"que rejeitamadivindade de Cristo
negandoque Ele sejaumsó com o Pai.A essestaisele chama"anticristos".
7. O autor do Apocalipse condenaespecialmente osnicolaítas,gnósticosque iamcontratodaa
lei moral por ódioao"Deusda Bíblia".Tais"cristãos"não sãoverdadeiroscristãos,antes
pertencemà"sinagogade Satanás".
São Pedrodeixaclaroque oscristãosnão se baseiamem"hábeisfábulas",masnotestemunho
diretodosApóstolos:
Na realidade,nãoé baseando-nosemhábeisfábulasimaginadasque nósvostemosfeito
conhecero podere a vindade nossoSenhorJesusCristo,masportermosvistoa sua
majestade comnossosprópriosolhos.
São Paulocaracterizaas loucurasgnósticascomo"doutrinasdiabólicas"que proíbemo
casamentoe as coisas legítimascriadasporDeuspara os homens.
Por fim,São Tiago condenaessapretensa"sabedoria":
Esta não é a sabedoriaque vemdoalto,mas é uma sabedoriaterrena,humana,diabólica.
Evangelhode SãoJoão:refutaçãodo Gnosticismo
SegundoSãoJerônimo,oApóstoloSãoJoãofoi solicitadoaescreverseu sublime Evangelho
para refutaros gnósticos:
O últimoapóstolo,JoãoEvangelista - aquemJesusdedicouespecial dileção,e que,reclinado
sobre o peitodoSenhor,hauriuumrio de puríssimadoutrina,oqual foi o únicoque mereceu
ouvirjuntoà Cruz as palavras"Eisa tua mãe" - estandonaÁsia,quandojá pululavamas
sementesdosheregescerintanose ebionitas,e de outrosque negamhaverCristovindoao
mundoemcarne, osquaisforam por ele qualificadosde anticristosemsuaepístola,e
constantemente combatidospeloapóstoloPaulo,foi instadopelosbisposdaÁsiae por
representantesde muitasigrejasaescreversobre adivindadedoSalvador,e paratal,como
direi,formularcomtemeridadetantoaudazquantofelizoque é o Verbode Deus.Donde
narrar a HistóriaEclesiásticaque,pressionadoporseusirmãosaescrever,respondeuque
escreveriacasofizessemtodoselesemconjuntoumjejumparaimprecara Deus.Tendofeitoo
jejum,saturadopelaRevelação,exprimiuaspalavrasiniciaisvindasdoCéu:" No princípioera
o Verbo,e o Verboestavajuntode Deuse o Verboera Deus".
8. • Ante as fantasiasgnósticassegundoasquaisomundoteriasidocriadopor uma "semi-
divindade",odemiurgo;que JesusnãoeraDeus,masapenasuméon,um mensageiro;e que
não tomoua naturezahumana,mas apenasa sua aparência, SãoJoão proclama:Jesusé o
Verbode Deus,consubstancial comEle,e o Criadorde todas as coisas,oqual se fezhomem
para nos salvar:
No princípioerao Verbo,e o Verboestavajuntode Deuse o Verboera Deus.Ele estavano
princípiojuntode Deus.Tudofoi feitoporele,e semele nadafoi feito.Nelehaviaavida,e a
vidaera a luzdos homens....
E o Verbose fezcarne e habitouentre nós,e vimossuaglória,a glóriaque o Filhoúnicorecebe
do seuPai,cheiode graça e de verdade.
• Contra as fantasiasgnósticasde umdeusaprisionadoemnós,oque nosfaria divinospor
nossapróprianatureza,ele proclamaa verdadeiraparticipaçãonavidadivina,pormeioda
graça, a filiaçãoadotivade Deus:
[O Verbo] eraa verdadeiraluzque,vindoaomundo,iluminatodohomem.Estavanomundoe
o mundofoi feitoporele,e omundonão o reconheceu.Veioparaoque era seu,masos seus
não o receberam.Masa todosaquelesque oreceberam, aosque crêemnoseunome,deu-
lhesopoderde se tornaremfilhosde Deus,osquaisnãonasceramdo sangue,nemda vontade
da carne,nemda vontade do homem, massimde Deus....
Todosnós recebemosdasuaplenitude graçasobre graça.
O testemunhodaverdade e do sangue
O CristianismoderrotouaGnose nãoapenaspelaforçasobrenatural daRevelaçãodivina,pela
sabedoriae zelodosApóstolose dosDoutores,pelabelezade suamoral e sublimidadede sua
fé.Tudoissoseriamagnífico,mas insuficiente casonãofosse capazde despertarum
9. entusiasmoque levasse aoheroísmodomartírio.Só ama inteiramente averdade aquele que
estádispostoa lutare a morrerpor ela.
A Igrejanasceunosangue divinodoRedentore vicejounosangue dosmártires,acomeçar
pelodosApóstolos,osquais,coma exceçãode SãoJoão, morreramemtestemunhodafé.
Em três séculosde perseguiçõescruentas(damorte de Cristoaté o éditode tolerânciade
Constantino,em313),milharesde cristãosde todasas condiçõesuniram-se aesse
testemunho:eruditosfilósofos,comoSãoJustino;donzelasdamaisaltanobreza,comoSanta
Cecília;soldadosendurecidospelasbatalhas,comoaLegiãoTebana;sacerdotes,bispos,papas.
A sublimidade desse testemunhodosangue move asalmas,comoescreve muito bemDaniel-
Ropssobre a Igrejaprimitiva:
Há algo que arrasta no heroísmo,aoqual a almahumana,emborapossanão conter grande
dose de nobreza,é muitosuscetível..Dessaforma,a epopéiadosmártires[dosprimeiros
séculos] nãoé apenasum episódiono tempo,perdidonopassado,numperíododefinidoda
História.Elaé um fatode importânciaúnica,que jazno própriocoração da fé católica,estando
ligadocomo mais essencial dosdogmascristãos.
Em suma,a Igrejanãovenceuo Gnosticismopeloauxílio - aliás,tardioe incompleto - de
Constantino,maspelaforçaintrínsecade sua doutrina,peloseuelevadoensinamentomoral e
pelotestemunhode seusmártires.ComoPe.JulesLebreton,S.J.,dizemosque ascausasda
vitóriadoCristianismosobre aGnose podemserreduzidasauma:
O Cristianismotrouxeumarespostaàsmaisprofundasaspiraçõesdahumanidade,aresposta
que elanunca tinharecebidoantes.
[1] JulesLebreton,ChristianLife atthe Endof the FirstCentury,p.359.
[2]Padres daIgreja (ou SantosPadres) ?São certosescritoreseclesiásticosantigos,que se
distinguirampelapurezade doutrinae santidade de vidae sãoreconhecidospelaIgrejacomo
testemunhasdaTradiçãodivina.Entre estes,distinguem-seosPadresapostólicos,osquais
viveramporvoltade finsdo século1° ou da primeirametade doséculo2°(incluídostambém
os autoresanônimosde certosescritosdamesmaépoca),que se julgateremconhecidoos
10. Apóstolose recebidodelessuadoutrina.Destacam-se:SãoClemente de Roma,discípuloe
terceirosucessorde SãoPedro;SantoInácio,Bispode Antioquia,e SãoPolicarpo,Bispode
Esmirnae discípulode SãoJoão Evangelista.Osprincipaisescritosanônimossão:A Doutrina
dos Doze Apóstolos(ouDidaqué) ;OPastor de Hermase o SímbolodosDoze Apóstolos(todos
do século2º).
EscritoresEclesiáticos?Sãoescritoressacrosdosprimeirosséculosnotáveisporseusaber,aos
quais,porém,faltaalgumadascaracterísticas dosSantosPadres,a saber,santidade de vidaou
purezada doutrina.OsprincipaissãoTertulianoe Orígenes.Naquiloque têmde ortodoxo,eles
são testemunhasdaTradiçãoe,emboranão tenhama mesmaautoridade dosPadresdaIgreja,
são citadospelospapase pelosteólogos.
Act 8,9-25.
De onde vema palavrasimonia,paradesignarotráficode coisassagradas.
São Justino,PrimeiraApologia,Cap.26,1-3, inVeritatisSplendor- Patrística,
http://www.veritatis.com.br/conteudo.asp?pubid=333
Cfr.Walter Schmithals,GnosticisminCorinth,AbingdonPress,New York,1971.
1Cor 12,3.
1Cor 1,18 e 23.
1Jo 2,22. Cfr. WalterSchmithals,GnosticisminCorinth,p.127.
1Cor 12,3.
Jd v.4.
11. 1Jo 2,18-22.
Ap 2,9; 3,9.
2 Pe 1,16.
1Tm 4,1-3.
Tg 3,15.
"Os cerintianosdistinguiamentre Jesuse Cristo;este último,umdosmaisaltoséons,desceu
sobre Jesus,ofilhododemiurgo,e depoisabandonou-oe retornouparao Pleroma"(Jules
Lebreton,The GnosisandMontanism, inLebretone Zeiler,op.cit.,v.II,p.620, nota7).
"Asdoutrinasdestaseita,de acordocom Santo Irineu,sãosemelhantesàsdoscerintianose às
dos carpocratianos.Elesnegavamadivindade e onascimentovirginal de Cristo;aferravam-se
emmantera Lei judaica;viamSão Paulocomoum apóstata,e usavamapenaso Evangelho
segundoS.Mateus(Adv. Haer.,I, xxvi,2;III,xxi,2; IV,xxxiii,4;V,i,3)." (J.P. Arendzen,
Ebionites,inThe CatholicEncyclopedia,s.v.,NewAdvent.org-CatholicEncyclopediaonCD-
ROM.
ApudCornelii aLapide,ComentariusinEvangeliumS.Joannis,inCommentaria inScripturam
Sacram, Parisiis,MDCCCLXXXI,TomusDecimusSextus,p.288.
Jo 1,1-4, 14
Jo 1,9-13, 16.
Henri Daniel-Rops,The Churchof ApostlesAndMartyrs,Image Books,GardenCity,NY,1960,
pp.248-149, 253.